Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PREGAÇÃO BÍBLICA O bom orador não é necessariamente o possuidor de eloqüência (boa voz), perfeita dicção e gesticulação harmônica. Antes, “saber falar é saber sentir e saber o que se diz, acreditando no que diz em primeiro lugar.” História da Oratória O primeiro orador, no estrito senso da palavra, foi Solon; depois dele surgiram outros cujos principais nomes foram: Temístocles, Péricles, Alcebíades, Clísias e Terâmenes. Nenhum destes homens deixou normas escritas sobre o exercício da oratória. A oratória, enquanto possuidora de princípios normativos, teve seu início, na Silícia, no ano 400 a.C., aproximadamente. Quem lhe deu a forma de ensino foi Corax e seu discípulo Tísias. Corax é chamado o fundador da retórica, por Aristóteles. Ele e Tísias escreveram um tratado, muito citado por diversos autores, cuja finalidade era orientar os advogados quanto ao uso da palavra nos tribunais. Ele, Corax, dividiu o discurso em 5 partes: • O exórdio, a narração, a argumentação, a digressão e o epílogo. Grécia – Atenas Apesar de inúmeros grandes oradores, dois se destacam: Isócrates, chamado de o Pai da Oratória, porque foi o primeiro a escrever discursos, que serviam de modelo a seus discípulos. Foi ele que implantou a Retórica no currículo escolar de Atenas. Demóstenes, o maior orador da Grécia, ninguém o suplantou em sua capacidade de arrebatar os sentimentos de seus ouvintes. Seus discursos serviram para formar outros grandes oradores, que procuraram imitar sua assombrosa variedade de idéias e riqueza fraseológica, onde harmonizava frases longas e breves. É de Aristóteles a mais antiga obra sobre Oratória intitulada de a “Arte Retórica”, a qual chegou até nossos dias. Era uma obra em 3 volumes. O primeiro se refere à linha de argumentação a ser seguida pelo orador. O segundo se destina a ensinar como o ouvinte aprende as idéias. O terceiro visa expor a estrutura do discurso e suas partes. Roma A influência da cultura grega foi patente em muitas áreas do conhecimento do Império Romano: Literatura, Religião e Língua. Da mesma forma a Oratória penetrou em Roma. O maior orador romano foi Cícero, que desde muito jovem se preparou para a arte de falar em público. Aos 10 anos seu pai o entregou a dois professores de Oratória. Aos 14 anos iniciou seu aprendizado de Retórica na escola do Retor Plócio. Aos 16 anos iniciou a prática da Oratória, observando os grandes oradores de sua época, que se enfrentavam na defesa de suas idéias. Outro grande nome da Oratória romana foi Quintiliano. Seu grande mérito foi reunir todo o conhecimento desenvolvido pelos autores até sua época, e publicá-lo numa obra de 12 volumes. Esta obra desenvolve a educação do orador desde sua infância, dentro de um programa pedagógico bem detalhado. O nome deste livro de Quintiliano é : “Instituições Oratórias”. Oratória Hoje A Oratória hoje não é exclusiva de políticos, religiosos e advogados. Empresários, executivos, profissionais liberais, tecnocratas necessitam cada vez mais da comunicação verbal. Isto envolve todas as atividades da vida: Apresentar relatórios. Presidir solenidades. Vender produtos. Dar entrevistas. Fazer palestras. No passado, o orador visava despertar e conduzir o auditório ao patético. Hoje este não é o primeiro objetivo do orador. O que ele quer é captar a atenção e estabelecer uma comunicação recíproca. Divisões da Oratória A Oratória pode ser olhada sob vários pontos de vista: Da linguagem. Das qualidades do discurso. Da forma. Dos argumentos – conteúdo. Do objetivo. Oratória Religiosa Oratória religiosa é a bela, adequada e eloqüente manifestação da verdade religiosa, mediante razões ordenadas com relação a um fim determinado que deve ser: A glorificação de Deus e a Salvação dos homens. A Oratória Religiosa se Divide em: Informativa – tem por finalidade descrever, instruir, esclarecer, avisar. Para isso, o orador deve influir na compreensão do ouvinte. São exemplos de discurso informativo: a aula, a conferência, o relatório. O objetivo desse tipo de discurso é o de fazer com que se compreenda ou aprenda algo a ser retido na memória e oportunamente utilizado. Persuasiva – destina-se a influir na razão, no sentimento e na ação dos ouvintes, para que eles aceitem como verdade o que lhes é exposto e atuem segundo a mesma verdade. O orador vale-se de argumentos e provas de natureza pessoal, emocional e lógica na exposição e desenvolvimento de suas idéias, e na apresentação de objeções e refutações. As razões devem ser convincentes para conduzirem o ouvinte à ação. Neste discurso, o apelo ocupa lugar preponderante, pois deve promover a ação. Os meios mais eficazes de persuasão são: as analogias, os testemunhos e as ilustrações. Apologética – é a que se destina a defender o verdadeiro e a acusar o falso. É a defesa argumentativa de alguma doutrina, teoria ou idéia. É a defesa da religião contra os ataques do adversário. Neste discurso o arrazoamento e a amplidão dos pontos de vista ocupam um considerado e importante lugar. A lisura de argumentos e a forma amigável de expô-los são os instrumentos mais fortes de defesa. Definição de Oratória A palavra Oratória deriva-se da palavra latina de 3ª declinação os, oris, que significa “boca”, pois o principal e mais elevado destino no homem é falar. Segundo Bühler a fala, ou linguagem humana tem 3 características que a distinguem como única e exclusiva da raça humana, são elas: Representação – os sons representam seres, processos, estados, qualidades e circunstâncias. Exteriorização psíquica – a maneira de emitir os sons da fala reflete os estados da alma. Apelo – ela inclui um relacionamento entre o mensageiro e o receptor. Ela age sobre o próximo. Procura influir na decisão do receptor. “Oratória é a bela, adequada e eloqüente manifestação oral da verdade, mediante razões ordenadas em relação a um fim determinado.” O Orador Quem Pode Ser um Orador? Qualquer pessoa, física e mentalmente capacitada para falar, pode tornar-se um orador eficiente, sem que para isso necessite dotes especiais de eloqüência. Basta aprender pelo estudo, e pela prática desenvolver seu dotes naturais. Cícero, apesar de grande orador, não cessava de burilar o fraseado de seu discurso. Demóstenes declamava com a boca cheia de seixos para corrigir vícios de pronúncia, e ficava em casa meses a fio para estudar a obra de Tucídides e imitar-lhe o estilo. Lacordaire ensaiava seu discurso falando às flores do jardim. Qualidades de Um Bom Orador A Memória – O orador precisa dela para recordar idéias e ordená-las enquanto fala. Precisa se lembrar das palavras próprias para reproduzir idéias com acuidade. Necessita da memória para citar números, datas, estatísticas que esclarecerão seu discurso. Contudo, não se pode confiar nela totalmente, pois a emoção diante do auditório pode causar um tolhimento repentino dos fatos, dos dados, etc. A Adaptabilidade – É a capacidade que o orador deve ter de adaptar o conteúdo da mensagem ao interesse da platéia para levá-la à ação. É dizer as coisas da forma que as pessoas desejam e precisam ouvir para que no final ajam de acordo com sua vontade. Não basta falar com elegância, é preciso persuadir e convencer. Dizem que a grande diferença entre os dois maiores oradores era que: Quando Cícero discursava exclamava-se: “Que maravilha!” Quando Demóstenes falava, o povo seguia em marcha. A Inspiração – É a maneira como o orador cria o seu discurso; é a forma nova de vestir velhas idéias e torná-las atraentes. É ainda a capacidade de modificar ou substituir um discurso previamente preparado, porque houve uma grande outotal mudança nas circunstâncias no auditório. É sair do lugar comum, forçar a imaginação e encontrar caminhos novos desconhecidos e verdadeiros. O Entusiasmo – O homem pode até vencer sem preparo, mas nunca vencerá sem entusiasmo. O sentido etimológico é “ter Deus dentro”. Quem apresenta um comportamento frio, apático e insensível diante do auditório, isso mesmo receberá de volta. O entusiasmo é o combustível da expressão verbal. O entusiasmo contagia os ouvintes, faz crescer no orador e no auditório a força da convicção. Dê mais valor às suas idéias. Determinação – todo orador se depara com deficiências próprias que são desanimadoras, que o conduzirão à insegurança e à depressão. Se ele se render ante este seu senso de impotência, ali se sepulta para sempre o orador. Mas se fizer dessas deficiências um desafio para alcançar maiores alturas na oratória, colherá com alegria o resultado dos seus esforços. Determinação é lutar contra nossos próprios defeitos, sem nunca desistir, insistindo continuamente. Exercitar e orar. Demóstenes – Tinha problemas de articulação, respiração e postura. Era alvo de constante zombaria, pois quando falava continuamente erguia os ombros. Observação – Estar atento a tudo quanto se pode dali produzir um discurso. Fatos, idéias, declarações, descrições, necessidades. Sempre ligado em tudo, pois de tudo ou quase tudo se faz um discurso. Mas um sermão só existe quando começa da Escritura. Expressividade – O comunicador deverá demonstrar nos seus traços, atitudes e gestos as emoções pelas quais passam os seus sentimentos e sua razão. Alegria, pânico, desolação, tristeza, meiguice, devem ser vistos nos gestos e expressões faciais do orador. Não se deve confundir isto com a teatralização demagógica. Cuidar para que as emoções não obscureçam o raciocínio. Dar ênfase à palavra que melhor descreve o aspecto que você deseja destacar. Síntese – Dizer somente o que for preciso, nada além do necessário é uma tarefa a ser perseguida por todo orador. Isto significa que o discurso deve abordar o assunto no tempo que o auditório espera. No início o orador não tem este problema, pois o nervosismo o conduz a terminar mais rapidamente. O tempo do discurso depende da importância do assunto. Não se deve mutilar um discurso por causa do tempo. Tempo normal de discurso, em média, será de 30 minutos. O olhar para o relógio, não nos deve preocupar, e sim, quando alguém no auditório, olhando o relógio, o leva ao ouvido para ver se está funcionando. O Ritmo – É a musicalidade da fala, que envolve velocidade, tonalidade e intensidade. A variação destes 3 aspectos produz os sotaques regionais e pessoais. É preciso aperfeiçoar o ritmo da fala de cada um dentro das características pessoais. Mas neste crescimento ninguém deve imitar ninguém. Defeitos como excesso de velocidade, padronização constante ou falta dela devem ser evitados. Um bom exercício para se obter bom ritmo e cadência é a leitura de poesia em voz alta. A Voz – É o resultado da coluna de ar na sua passagem pelo aparelho digestivo e respiratório. A este conjunto se chama “aparelho fonador”. A voz é determinada pela hereditariedade e personalidade de cada um, contudo ela pode ser trabalhada com técnicas especiais para o seu aperfeiçoamento. A voz humana revela o nosso nível de alegria, pressa, ira, amor, prazer, segurança, etc. O primeiro cuidado que se deve ter com a voz para que adquira a qualidade desejada, é com a respiração. Vocabulário – Todo orador precisa ser possuidor de um rico vocabulário, que traduza, com acuidade, as idéias, os sentimentos, os acontecimentos que necessita exprimir. O vocabulário deve ser o mais vasto possível, porém, mais importante do que possuí-lo, é saber usá-lo. O vocabulário rico é útil para compreendermos o que lemos e ouvimos, mas nem sempre deverá ser usado em nosso discurso. É igualmente inútil, quando usamos palavras difíceis, como que pesquisadas no profundo do dicionário. Vocabulário difícil que dificulte a compreensão do que se quer dizer é uma falha, e cheira a esnobismo. Como desenvolver um bom vocabulário? A primeira e mais importante resposta é: Ler. A Segunda é procurar no dicionário toda palavra desconhecida no exato momento que você se depara com ela, ou o mais depressa possível. A terceira é construir algumas frases com ela. Fazer palavras cruzadas, ouvir bons oradores e praticar... Expressão Corporal – O corpo todo fala quando discursamos. O principal nesta área é naturalidade. Contudo, há coisas que devem ser evitadas: falar com as mãos no bolsos, com os braços sobre o púlpito, embora todos estes gestos possam ter seu lugar para expressar certa idéia. Naturalidade – Ela é tão importante que, se na tentativa de buscar a perfeição pela técnica, você perder a naturalidade, esqueça-se da técnica e fique com a naturalidade. Ninguém tem prazer de ouvir um robô, ou um orador visivelmente produzido. O orador pode ser melhorado, aperfeiçoado, desenvolvido, mas deve ser sempre ele mesmo. Conhecimento – Só deve falar quem tem algo a dizer e sabe como falar. Isto inclui a necessidade de um preparo prévio, estudado. O orador deve conhecer acima de tudo sua época; quem fala precisa conhecer o seu tempo. Quanto maior o conhecimento da matéria a ser exposta, tanto maior a possibilidade de sucesso. Nenhuma técnica de oratória será útil se a pessoa não souber o que dizer. Qualidades Bíblicas do Orador Ser padrão dos fiéis (1Tm 4:12-16): Na palavra. No procedimento. No amor. Na fé. Na diligência. Na pureza. Na leitura. Na exortação. No ensino. No cuidado de si mesmo e da doutrina. O Público O público é peça fundamental da Oratória. Sem ele não há discurso. É o público quem estabelece o rumo a ser tomado pelo orador. Por isso, é importante saber- se a que tipo de público se vai falar, para que ele faça as adaptações necessárias. Em geral, o público a que se vai falar é heterogêneo, tendo, pelo menos, uma coisa em comum: o assunto que os interessa, e portanto os reúne. Elementos a Se Analisar Idade – vocabulário, assunto e postura do orador são afetados pela faixa etária dos ouvintes. O público infantil – os meios de comunicação de massa, em especial a TV, modificam, em muito, o mundo infantil. A isto o orador deve estar atento. Apesar disso, as características psicológicas da infância permanecem inalteradas. Devido sua facilidade de se distrair, e de não perceber idéias abstratas, o orador precisa fazer uso de um sistema audiovisual. Que até envolva relação tátil, da criança com o assunto. Pois o concreto é o mundo da criança. O vocabulário tem que ser o mais reduzido possível, as figuras e exemplo devem ser algo conhecido do mundo das crianças. Público Jovem – no mundo jovem de hoje há 3 caminhos pelos quais todos podem entrar, pois agrada à maioria deles. São: esporte, música e namoro. E no fim da adolescência vem o interesse pela profissão e cultura. Em todo jovem há um idealista ardoroso. Nesta faixa etária se desenvolve um profundo senso de justiça. Ele, geralmente, sonha com grandes realizações, à semelhança daqueles que são seus líderes. O jovem deve ser tratado com seriedade. Jamais se pode ter sucesso quando se trata a juventude como se fosse criança crescida, não dando o devido valor aos problemas pessoais. O Público Adulto – vive a realidade dos fatos. Arrosta os problemas e vitórias de sua vida. Tem sobre si a responsabilidade de conduzir uma família. Caracteriza-se, em nosso país, em geral por viver problemas financeiros e familiares sérios. Nem todo auditório adulto é maduro. Na observação de suas reações em público pode-se conhecer muito sobre eles: forma de sentar, maneira de se comunicar,a forma como se vestiram para estar na reunião. Deve-se levar em consideração o idoso, com o seu principal problema: solidão, que sendo comum a todos, é mais acentuado no idoso. Público Novo Ponte de Relação Afetiva – é preciso, a um público novo, construir um vínculo afetivo entre orador e platéia. Isto pode ser feito por falar das boas qualidades do povo ou da cidade. Elogiar algum grande personagem local. Tecer comentário sobre os costumes interessantes. Falar sobre algum fato histórico da cidade. Entrevistar alguém do auditório, e ofertar-lhe um presente em nome de toda a localidade. O Discurso Partes Específicas do Esboço 1.Introdução 2.Corpo 3.Conclusão 1. Introdução Se diz na introdução aquilo que se vai dizer. “É a entrada do discurso acomodada ao que se há de dizer sobre o assunto a fim de preparar o auditório.” Objetivos da Introdução. “A oração que prepare o ânimo do ouvinte para bem receber o restante do discurso.” (Cícero). Interessar os ouvintes no tema – na vida diária muito depende das primeiras impressões. Estimular curiosidade intelectual do ouvinte, para que se simpatize e se harmonize com o tema que você vai apresentar. Qualidades de uma boa introdução: Deve apresentar algum pensamento estritamente relacionado com o tema. Deve-se apresentar um só pensamento que será ampliado no corpo. Não se faz o discurso na introdução. Evita-se generalidades, coisas sem relação como o tema. Não se promete na introdução aquilo que não vai se falar no corpo. Ela se adapta ao discurso. Não pode ser longa. É cuidadosamente preparada. Fontes para uma boa Introdução Introduz-se o tema, dando-se a informação: Histórica, geográfica, estatística. Do personagem(s). Definindo os termos que usaram no discurso. OBS.: Escolhe-se um dos tipos, não todos. Faz-se uso da ocasião e das circunstâncias. Data específica comemorativa. Ocasião especial. Demonstra-se a utilidade do assunto à necessidade presente. Menção direta do problema. Uma criação significativa: quem e como. Tenha cuidado com citações muito usadas. Poesia. 2. Corpo É a sistematização das idéias básicas depois de se estabelecer o propósito do discurso. Estas idéias devem servir de apoio ao objetivo do discurso. Assim o corpo do discurso é a seqüência de argumentos encadeados para convencer, persuadir e converter o ouvinte. O assunto do discurso deve ser desenvolvido dentro de duas a quatro idéias básicas; que por sua vez, cada uma é apoiada por uma a três idéias secundárias. O mais comum é se ter 3 idéias básicas. As idéias secundárias devem ter íntima relação com a idéia básica a qual apóiam. Características da boa estrutura: Unidade – O orador deve enunciar uma mensagem de cada vez. Ordem – é o relacionamento das partes como o todo e com cada uma individualmente. Simetria – refere-se ao tempo e à ênfase dada às partes do discurso. O tempo e a ênfase devem ser distribuídos conforme a importância das partes. 3. Conclusão É sumariar a exposição de modo a deixar na mente do ouvinte o conteúdo básico da mensagem. Na conclusão o intelecto e o coração devem ser alcançados de maneira tal que o ouvinte seja levado a agir. É, por isso, a parte mais importante do discurso. No caso do pregador, é neste momento que ele conduz o ouvinte a fazer a vontade de Deus, e isso se realiza através do apelo. O apelo no discurso deve ter as seguintes características : Definido. Positivo. Pessoal – direto – o que isto pode fazer por você e o que você deve fazer. No apelo o pregador põe o ouvinte face a face com Deus, Suas promessas, Seus reclamos e Suas advertências. A conclusão deve ser melhor planejada do que o corpo, pois é a parte mais importante. E ninguém deve pronunciar um discurso se a conclusão não estiver bem planejada. O ESBOÇO EFICIENTE O esboço é a delimitação de um plano, de um procedimento, de uma linha de pensamento que será desenvolvida. Os esboços não são um fim em si mesmos, ainda que o tempo e o estudo o possam fazer parecerem ser. Ao contrário, os esboços são um meio para alcançar um fim. Eles provêem um plano organizado para alcançar um fim. Eles são indispensáveis para o desenvolvimento organizado de qualquer tema. Os esboços podem ser de diversos tipos: Cronológico, ou de tempo – é bom para estórias, dramas e novelas. Causa-efeito – aqui são discutidos certos procedimentos e seus resultados – usado para biografias. Assunto – usado para apresentar diversos temas como: poluição, stress, AIDS, doutrinas, etc. Lógicos – bom para sermões textuais. Gênero/Espécie – usado para estudo de parábolas, por exemplo. Esquema do Esboço I. TÍTULO A. Idéia principal 1. Idéia secundária a. Idéia secundária 1. Idéia secundária Nas várias partes do corpo do discurso utiliza-se o mesmo esquema mostrado acima. Exemplo: TEMA: Doutrina de Deus [A] – Os nomes de Deus [B] – A Trindade [C] – O Espírito Santo A divisão [C] “O Espírito Santo” é matéria estranha. Ela está fora de lugar. Deveria ser número “3” sob a subdivisão “B”, onde o número “1” seria “O Pai”, e o número “2” seria “O Filho”. [B] – A Trindade [1] O Pai [2] O Filho [3] O Espírito Santo Uso de Ilustrações “Um quadro vale mais que mil palavras”, declara o provérbio chinês. A função das ilustrações é dar vivacidade e realidade às verdades abstratas. Elas são setas que indicam o caminho. A ilustração é como uma janela para a casa - dá luz e ar fresco. Contudo, a ilustração não é um fim em si mesma. Ela é um meio para alcançar um fim e elucidar a verdade. Um discurso sem ilustração é como uma casa sem janelas. Uma das fontes de poder das mensagens de Jesus é que Suas ilustrações eram tiradas da VIDA DIÁRIA. O poder da mensagem de Cristo não residia em pensar com simplicidade, mas em falar com simplicidade. “O pescador”, “o semeador”, “o agricultor”, “a vinha”. O que se deve evitar? A ilustração não deve servir como base do sermão. Não deve ser a primeira coisa a ser pesquisada. A base do sermão é o Tema ou o Texto Bíblico que foi escolhido. No caso de prepararmos um sermão sobre uma história bíblica, esta não funciona como mera ilustração e sim como texto. Não se deve ilustrar aquilo que é óbvio Nunca devemos usar uma ilustração que desvia a atenção dos ouvintes do assunto principal do sermão. Devemos tomar cuidado com os casos pessoais, envolvendo nós mesmos ou nossa família. Não nos façamos de heróis em nossas ilustrações pessoais. o objetivo é a glorificação de Cristo e não a glorificação pessoal. Quando contarmos uma ilustração real devemos certificarmos de que os fatos são verdadeiros, citando se possível a fonte. Devemos cuidar para não propagar coisas que nos foi confidenciada. Deve se evitar ilustrações muito usadas ou fantasiosas. Onde Encontrá-las? Não é preciso procurá-las, deixe que ela venha ao seu encontro. Isso acontecerá ao ler e a observar o mundo ao seu redor. Cristo achou Suas ilustrações em lugares comuns; embora houvesse muitas lendas no Talmude, Ele não usou nenhuma. Ele falou de coisas comuns do dia a dia: donas de casa, pastores, frutas, grãos... Importância da Dicção É necessário que os sons sejam emitidos com naturalidade, a língua bem colocada, isto se dando naturalmente coordenados com os articuladores e usando uma boa ressonância na caixa craniana, apoiando- se bem na máscara facial para alcançar maior sonoridade, clareza de timbre e projeção de voz, procurando sempre trabalhar a voz sem contrariar seu timbre próprio. Uma voz mal imposta trará inflamação da laringe, nódulos nas cordas vocais, cansaço vocal, etc. Respiração Quando há frases extensas, e não se pode tomar inspiração nasal,a respiração bucal é feita com suavidade, quase invisível. Uma inspiração também muito intensa é prejudicial, pois é um esforço desnecessário e é responsável por distúrbios vocais, como rouquidão e afonia. Para que haja uma boa emissão de voz, é necessário que os músculos estejam livres de contrações nervosas. Os exercícios de relaxamento entre os exercícios respiratórios e de articulação, são de bom proveito. A um exercício de relaxamento de todo corpo, deve se seguir uma respiração calma, profunda e bem ritmada. COMO TORNAR O AUDITÓRIO ATENTO Deixando-o curioso, demonstrando claramente a utilidade e a importância do assunto que vai ser exposto. Recorrer a novidades, mencionando coisas extraordinárias, fantásticas. Aludir a ocasião especial, se for o caso. Fazer uma citação (breve, curta). Definir um termo, uma idéia. O que não Fazer na Introdução Pedir desculpas. Começar com palavras vazias, desprovidas de objetividade. Fazer perguntas tolas ao auditório. Firmar posição sobre assunto polêmico. Usar chavões ou frases muito batidas. O que não fazer na conclusão Não se desculpe; Não diga a seus ouvintes que esqueceu algum tópico; Não pare abruptamente ao final de seu discurso; Não estique sem necessidade; Não coloque elementos novos; Não use chavões; Não esqueça de fazer o apelo. Aparência e Vestuário Sugestões 1. Cabelo bem cortado e bem penteado. 2. Usar camisa de cor clara. Se for listrada, que as listras sejam suaves e não largas. 3. A gravata deve combinar com o paletó na cor. E no tamanho, deve ir um pouco abaixo da cinta. 4. Sapato em boas condições de uso, limpo e engraxado, combinando com a cor das calças. 5. As meias devem combinar com as cores dos sapatos e calças. 6. Especialmente nos ritos da Igreja, o pregador dê preferência a cores sóbrias e escuras. 7. A religião cristã também apura e afina o gosto das pessoas, e espera-se que isto especialmente ocorra com os pregadores. Devem ser pessoas de bom gosto. 8. Cuidar com adorno que salientar-se em sua aparência, e assim desviar a atenção de alguém, da mensagem que está pregando - pulseiras, abotoaduras, gravatas com cores muito vivas. 9. As calças e seu comprimento devem atingir parte do salto do sapato. 10. Devemos dar preferência a material de boa qualidade e durabilidade, e saber adequar a nossa vestimenta ao tipo de atividade que estamos realizando. Se uma moda for descente e boa, o pastor não deve ser o primeiro a adotá-la, mas também, não deve ser o último. 11. Quando estamos em pé, o paletó, geralmente deve estar abotoado, pelo botão superior. Ao nos assentarmos, devemos desabotoá-lo. Tipos de Sermões 1. Temático É aquele em que se escolhe um tema e então procura-se os textos necessários para explicá-lo. Ex.: A PROMESSA DA VOLTA DE JESUS • I. Feita por Jesus - João 14:1-3 • II. Feita por Anjos - Atos 1:9-11 • III. Feita pelos Apóstolos - Hb 9:28; 1Jo 5:20 O sermão temático é bom para ser usado em conferências, na apresentação de doutrinas e de algumas biografias. É, talvez, o mais usado nos púlpitos adventistas. 2. Expositivo É aquele baseado em um único texto bíblico longo (quatro versos ou mais). Começa com um texto, então descobre-se o tema e o seu desenvolvimento. Ex.: Mt 25:14-30 Mt 3:7-12 Bom para explicação continuada e abrangente de um livro da Bíblia; também para a exposição de passagens relacionadas dadas em série: a) Parábolas de Jesus b) Milagres de Jesus c) Encontros de Jesus d) Heróis da Bíblia e) As Sete Igrejas, etc. 3. Textual É aquele baseado em um texto bíblico curto (desde uma frase até 3 versos). Começa com um texto, então descobre-se o tema. Tanto a idéia central como as divisões principais, devem brotar somente deste texto. Ex. Texto: Mateus 6:19-21 NÃO DEVEMOS ACUMULAR TESOUROS NA TERRA • 1. Porque podem ser tirados de nós • 2. Porque fixam nosso coração neste mundo • 3. Porque podem trazer muitos males • 4. Porque podem desviar a fé 4. Sermão Homilia É um sermão baseado em um texto bíblico, normalmente longo, que consiste em explicar de modo simples e popular as lições da Bíblia. As explicações são acompanhadas de ilustrações e aplicações práticas. Seu uso começou nas sinagogas e desde muito cedo foi adotado pelas igrejas cristãs. Devemos observar que não é um estudo profundo do texto e nem requer que se faça uma estrutura especial. Passos para Preparar um Sermão Textual 1. Escolher o texto 2. Ler o texto e o contexto para familiarizar-se com o seu conteúdo. 3. Dissecar o texto em forma de frases ou palavras, cada qual contendo uma única verdade. 4. Determinar a idéia central ou assunto. 5. Determinar as diversas idéias complementares ou de apoio à idéia central. 6. Ler todo o material necessário para correta compreensão do texto (léxicos, dicionários, enciclopédias, comentários, etc.) 7. Preparar o esboço 8. Dar sustentação ou apoio, isto é, complementar o esboço com comentários, citações, ilustrações, exemplos, estatísticas, definições, etc. 9. Preparar a conclusão e o apelo 10. Preparar a introdução Tipos Errados de Pregação Pregação abstrata, aérea e vaga. É a crítca (mais ou menos freqüente) que ouve-se de bom número de membros da Igreja. A pregação não atinge o alvo e dificilmente converte, porque não compromete. Pregação confusa, onde o ouvinte não sabe o que o pregador está dizendo. “O que o pregador queria dizer?” Pregação materializante, onde o pregador discorre, por vezes exageradamente, sobre campanha de ordem financeira, administrativa, sobre construções, etc. É um sermão apenas “promocional”. Pregação vazia: cansa e não satisfaz os ouvintes. Pregação monótona: o tempo todo com os mesmos gestos, mesma entonação de voz, etc. Pregação não audível: Falta de boa acústica do ambiente ou de boa dicção do pregador. Pregação desacreditada - pelo mal testemunho do pregador. Pregação agressivo-dominadora. Muitos pregadores tratam seus ouvintes como crianças, que devem ser subjugadas à força. Pregação moralizante e “xingatória”. Será que a palavra de Deus é um fardo para os ouvintes? Muitos pregadores se utilizam do sermão para "lavar a alma". Seria por aí o caminho? Pregação angélica e fora do mundo, sem discernimento dos deveres temporais. Pregação demasiado longa . Cabe ao pregador, valendo-se da opinião dos ouvintes e de suas reações do momento, saber quanto tempo pode falar nesta ou naquela circunstância. O mais importante é compor bem o sermão. A experiência tem mostrado que o tempo máximo não pode passar de uns 40 minutos. Nosso Exemplo de Pregador - Jesus A comparação é uma das melhores maneiras de aprender. Palavras claras e distintas Aproximação do povo, dos ouvintes Simpatia e ternura Certeza de que era a verdade Simplicidade e fervor Levava os ouvintes à quietude do campo Ia onde o povo estava Falava com autoridade Linguagem simples e acessível ao povo Instruções diretas às necessidades dos ouvintes Ilustrações adequadas Palavras cheias de simpatia e animação Palavras sinceras Palavras santificadas Falava diretamente para cada um, em meio à multidão Apelava ao coração observava a fisionomia dos ouvintes Observava os resultados através do olhar dos ouvintes Via em cada ouvinte um candidato para o céu Dava ênfase em tudo que dizia Tom de voz agradável Não apresentava muitos assuntos de uma só vez Pregava onde muitos se reuniam Além de pregar dava também a cura física Pregava aos pobres Métodos particulares (não irritava ninguém) Graça eterna e cortês Acesso às famílias Ensinos marcantes e inesquecíveis Os ouvintes reconheciam nEle o Filho de Deus Não menosprezava as observações feita pelos ouvintes Cativava os ouvintes Ensinava através de parábolas Apresentava o perdão e o amor de Deus Tom de voz de acordo com a frase Gestos corretos de acordo com a frase Vivia o que pregava Criava nos ouvintes um desejo de imitá-Lo Levava os ouvintes a sentirem o desejo de ajudar os outros Respondia às perguntas Repetia a lição quando necessário ou solicitado Apresentava a mensagem de maneira gradual Revelava somente aquilo que era necessário ao crescimento cristão e à salvação. Não dizia ao povo aquilo que eles não podiam entender Fazia entrevistas pessoais Aproveitava todos os momentos Enviava os convertidos, dois a dois, a pregarem o que tinham aprendido Não se envolvia em discussões Ardente oração e meditação. APELOS Definição Apelo é um convite à ação; é uma espécie de cobrança de tudo que foi dito pelo pregador na exposição de sua mensagem. Características do Apelo Eficaz Brevidade (pode haver exceções) Clareza (defina claramente o que os ouvintes devem fazer) Honestidade (o pregador não deve usar de truques para convencer as pessoas) Ex.: Prometer brindes para os que aceitarem o apelo. Voluntariedade (não deve ser algo forçado) Naturalidade (ausência de gesticulação muito expressivo). O importante é a inflexão da voz, o olhar e o semblante. Tipos de Apelo Com demonstração física: Levantar a mão Ficar em pé Vir à frente Ajoelhar-se Agitar alguma coisa (folhetos, papéis) Apelo sem manifestação física: Feito apenas à mente, e que não se pede a manifestação física Este apelo pode ser feito em todo sermão. Um sermão sem apelo é incompleto.
Compartilhar