Buscar

Ebook - Comunicação e Expressão Oral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Comunicação e Expressão Oral 
1˧ 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
2˧ 
 
Elvys Milde da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Comunicação e Expressão Oral 
 
3˧ 
 
UNIVERSIDADE DO CONTESTADO –UnC 
SOLANGE SALETE SPRANDEL DA SILVA 
Reitora 
 
CARLOS EDUARDO CARVALHO 
Vice-Reitor 
 
ITAIRA SUSKO 
Pró-Reitora de Ensino,Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão 
 
LUCIANO BENDLIN 
Pró-Reitor de Administração e Planejamento 
 
 
NEIDE MARIA FAVRETTO 
Diretora de Educação a Distância 
 
Elaboração do conteúdo 
Elvys Milde da Silva 
Coordenação Editorial 
Neide Maria Favretto 
Irineu José Vieira Júnior 
 
Diagramação 
Neide Maria Favretto 
Irineu José Vieira Júnior 
 
Capa 
Camila Candeia Paz Fachi 
Janice Adriana Becker 
 
Equipe Técnico-Pedagógica 
Neide Maria Favretto 
Irineu José Vieira Júnior 
Maria Alcenir de Carvalho 
Gilmar Luiz Mazurkievcz 
Catalogação na fonte - Biblioteca Universitária – UnC 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: Josiane Liebl Miranda CRB 14/1023 
S587sSilva, Elvys Milde da 
Comunicação e Expressão Oral / Elvys Milde da Silva. 
Concórdia, SC : Universidade do Contestado – 
 UnC / NEAD, 2016. 
 140 p. 
 
............................................................ CDD 301 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
4˧ 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 01 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ..................... 6 
Seção 01 – Processo de Comunicação ........................................................... 7 
Seção 02 – Linguagem; língua e fala ............................................................ 12 
Seção 03 – Signo linguístico .......................................................................... 17 
 
UNIDADE 02 – COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO–VERBAL 
 ......................................................................................................... 23 
Seção 01 – Diferença dos tipos de linguagem (verbal, não–verbal, mista 
e digital) ............................................................................................................. 24 
 
UNIDADE 03 – TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO ORAL E 
ESCRITA ........................................................................................ 34 
Seção 01 – Características do Texto Dissertativo Argumentativo .......... 35 
Seção 02 – A história da arte Oratória ........................................................ 51 
Seção 03 – Como controlar o medo de falar em público ......................... 63 
Seção 04 – 10 dicas para fazer uma ótima apresentação .......................... 68 
Seção 05 – A sintonia entre Orador e Público ........................................... 71 
Seção 06 – Os cem erros mais comuns ....................................................... 73 
Comunicação e Expressão Oral 
 
5˧ 
 
Seção 07 – O orador e a palestra frustrada ................................................. 88 
Seção 08 – Benefícios do curso de oratória ................................................ 90 
Seção 09 – Dicionário de Oratória .............................................................. 91 
Seção 10 – Características do Texto Descritivo ....................................... 108 
Seção 11 – Características do Texto Narrativo ......................................... 112 
Seção 12 – Estrutura Narrativa ................................................................... 115 
 
UNIDADE 04 – LÍNGUA, LINGUAGEM – BREVE 
HISTÓRICO E CONCEITOS ................................................... 121 
Seção 01 – Leitura e sua importância para a formação do sujeito leitor .... 
 .......................................................................................................................... 125 
Seção 02 – Escrita: uma prática pedagógica ............................................. 128 
Seção 03 – A literatura e sua importância ................................................. 130 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
6˧ 
 
Processo de 
Comunicação 
 
 
 
 
SEÇÃO 01 – PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
SEÇÃO 02 – LINGUAGEM; LÍNGUA E FALA 
SEÇÃO 03 – SIGNO LINGUÍSTICO 
 
 1 
Comunicação e Expressão Oral 
 
7˧ 
 
SEÇÃO 1 - O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
 O objetivo da família do texto de Jô Soares era informar a uma 
senhora a morte da irmã. A família tentava enviar uma mensagem, ou seja, 
estabelecer comunicação com a senhora. 
 Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma 
mensagem. Se a família tivesse enviado o telegrama “INTERROPA A 
VIAGEM E VOLTE CORRENDO. TUA IRMÃ MORREU”, a 
comunicação, além de realizar-se plenamente, envolveria os seguintes 
elementos: 
 
Imagem/Fonte: 
https://www.google.com.br/search?q=elementos+da+comunica%C3%A7%C3%A3o&source=lnms&tb
m=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjprISknPHXAhUCipAKHetqBnEQ_AUICygC&biw=1366&bih=588#im
grc=JqUMDTqA0gzDJM: 
Os principais elementos do processo de comunicação estão listados abaixo: 
Elementos do Processo Comunicativo: 
Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que 
emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, 
um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros. 
Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem 
recebe a mensagem emitida pelo emissor. 
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
8˧ 
 
Exemplo: em uma sala de aula o professor é o EMISSOR e os alunos são 
os RECEPTORES. 
Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa 
o conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo locutor, por isso. 
Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem. 
Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem 
será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, 
dentre outros. 
Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação 
comunicativa em que estão inseridos o emissor e receptor. 
Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é 
decodificada de forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código 
utilizado pelo locutor, desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz 
baixa; dentre outros. 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/elementos-
da-comunicacao/ 
 Querido acadêmico, identifique no texto do telegrama finalmente 
enviado, alguns dos elementos essenciais em um processo de comunicação: 
a. emissor (es): 
b. receptor (a): 
c. mensagem. 
 O canal de comunicação refere-se ao meio que possibilita a 
transmissão da mensagem. 
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
9˧ 
 
 O código refere-se à linguagem utilizada para expressar a mensagem 
(Língua Portuguesa). 
 Além disso, as mensagens de uma comunicação remetem fatos e 
situações, esclarecem e dão conhecimento da realidade. Uma mensagem, 
para ser compreendida, requer um referente. O referente é dado pelo 
contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete. 
No texto de Jô Soares: 
a. que fato real deveria ser enviado? 
b. qual a situação do destinatário? 
c. qual o canal utilizado? 
d. qual o código em que foi elaborada a mensagem? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
10˧ 
 
 
(Não obrigatório) 
 
Caro acadêmico, para fixar ainda mais os ELEMENTOS DE 
COMUNICAÇÃO e com base no que foi aprendido nas páginas anteriores 
responda os exercícios de fixação: 
1. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar adiantado 
para o almoço. 
Nesta situação, podemos dizer que o canal é: 
a) o pai 
b) a filha 
c) fios de telefone 
d) o códigoe) a fala 
2. Assinale a alternativa incorreta: 
a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende 
o seu significado. 
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o 
código. 
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de 
palavras, desenhos, números etc. 
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
11˧ 
 
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras. 
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los 
de várias maneiras, criando novas mensagens. 
 
3. Assinale a alternativa que completa o trecho abaixo de maneira correta. 
Sobre os elementos da comunicação (emissor, recebedor, assunto), 
podemos afirmar que eles: 
a) não têm relação entre si. 
b) apresentam pouca variação. 
c) não dependem das circunstâncias. 
d) interferem na criação da mensagem. 
 
Fonte dos exercícios: https://blogdoenem.com.br/enem-2013-
portugues-linguagem-lingua-e-palavra/ 
 
 
 
 
 
 
 
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
12˧ 
 
SEÇÃO 2 - LINGUAGEM; LÍNGUA E FALA 
 
 Gestos, desenhos, expressões faciais, impulsos elétricos, formas de 
escrita constituem códigos que podem ser utilizados na comunicação. 
 Código é todo conjunto de sinais e regras de combinação desses 
sinais, utilizados na comunicação. 
 Cada código constitui uma forma de linguagem. A linguagem pode 
ser verbal ou não - verbal. Qualquer linguagem que não utilize a palavra é 
não - verbal. 
 O aceno de alguém que parte, o desenho de um crânio sobre duas 
tíbias cruzadas colado em um vidro, a sirene de um carro de bombeiro 
comunicam-nos, respectivamente, “tchau”, “veneno” e “incêndio”, por 
meio de linguagens não - verbais. 
Resumindo: Linguagem é todo conjunto de sinais que podem ser 
empregados na comunicação. 
 A linguagem não é uma faculdade específica do homem. Sabe-se que 
as abelhas comunicam ao enxame o local onde se encontra o néctar através 
de uma dança. Também os golfinhos modulam sons para comunicar entre si 
aflição, alegria ou apela à ajuda. 
 Mas os homens são os únicos seres dotados de linguagem verbal: as 
línguas, que variam de acordo com as nacionalidades, região ou colonização. 
Resumindo: Língua é um conjunto de elementos e de regras de 
combinação desses elementos, que constituem a linguagem oral ou 
escrita de uma coletividade. 
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
13˧ 
 
 A língua é um código. Existe coletivamente, em estado potencial e 
se concretiza através da fala. 
Resumindo: Fala é um ato individual, é a emissão de determinados 
sons combinados de tal maneira que transmitem significações a outra 
pessoa. 
 A fala é a codificação de mensagens em determinada língua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
14˧ 
 
 
(Não obrigatório) 
 
1. Coloque C para afirmações corretas e E para afirmações erradas: 
a. ( ) Linguagem é a faculdade que tem o homem de exprimir seus estados 
mentais por meio do processo de interação comunicativa. 
b. ( ) A linguagem não é exclusiva do homem, uma vez que outros seres 
podem utilizá-la. 
c. ( ) A língua é o mais completo e natural sistema de comunicação. 
d. ( ) A língua é estática, isto é, não evolui com o processo de 
desenvolvimento da comunidade. 
e. ( ) As línguas apresentam-se sob as formas oral e escrita. 
f. ( ) Quando nos comunicamos por meio de palavras (oral ou escrita), 
estamos utilizando a linguagem verbal. 
g. ( ) Se fazemos uso de gestos e sinais em nossa comunicação, estamos 
utilizando a linguagem não verbal. 
h. ( ) Receptor é o falante da mensagem; emissor é o ouvinte da 
mensagem. 
i. ( ) Fala é a utilização individual da língua; é um fenômeno fonético 
(sons). 
j. ( ) A língua está sempre atualizada com novas palavras, por isso move-
se rapidamente. 
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
E
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
E
Cesar
Sticky Note
E
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
E
Comunicação e Expressão Oral 
 
15˧ 
 
k. ( ) A língua é potencial, social e possui código com estrutura própria. 
l. ( ) A linguagem verbal é mais rápida e eficaz que a linguagem visual, 
uma vez que transmite a mensagem de forma completa e objetiva. 
 
2. Leia o texto abaixo e complete as lacunas a seguir. 
“Diariamente, duas horas antes do caminhão da prefeitura, a 
gerência de um restaurante da cidade deposita na calçada dezenas de 
sacos plásticos com restos de sanduíches.” 
A mensagem do texto foi transmitida através da linguagem ................... 
(verbal/não verbal), utilizando um código estruturado denominado 
.................... (língua/fala). Por ser um emprego individual da .................... 
(língua/fala), é uma representação ........................ (oral/escrita) da 
..................... (língua/fala). 
Fonte: 
http://saladelinguaportuguesablog.blogspot.com.br/2016/03/exerci
cios-sobre-linguagem-comunicacao.html 
 
3. Caro acadêmico, observe a tirinha para responder a próxima questão: 
 
a. No Dicionário de Linguística, organizado por Jean Dubois, aparece a 
seguinte definição: “No sentido mais corrente, língua é um instrumento de 
http://saladelinguaportuguesablog.blogspot.com.br/2016/03/exercicios-sobre-linguagem-comunicacao.html
http://saladelinguaportuguesablog.blogspot.com.br/2016/03/exercicios-sobre-linguagem-comunicacao.html
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
C
Cesar
Sticky Note
Verbal
Cesar
Sticky Note
língua
Cesar
Sticky Note
Língua
Cesar
Sticky Note
Escrita
Cesar
Sticky Note
Fala
Comunicação e Expressão Oral 
 
16˧ 
 
comunicação, um sistema de signos vocais específicos aos membros de uma 
mesma comunidade. […] A língua é um produto social, é um contrato 
coletivo, ao qual todos os membros da comunidade devem submeter-se em 
bloco, se quiserem se comunicar.”. Em que aspectos a proposta de Calvin 
rompe com a definição acima? 
b. Imaginemos que a ideia de Calvin dê certo e tenhamos duas gerações 
divididas pelo mesmo idioma. Após algumas décadas, o que aconteceria 
com o idioma falado pela geração mais velha? 
Fonte: http://queropassar.net/exercicio-de-portugues-com-
quadrinho-do-calvin/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://queropassar.net/exercicio-de-portugues-com-quadrinho-do-calvin/
http://queropassar.net/exercicio-de-portugues-com-quadrinho-do-calvin/
Cesar
Sticky Note
Não existiria mais, pois cada geração estaria fazendo novas variações desse idioma.
Comunicação e Expressão Oral 
 
17˧ 
 
SEÇÃO 3 - SIGNO LINGUÍSTICO 
 
 Ao ouvirmos ou lermos a palavra avó (significante), forma-se em 
nossa mente, entre outras imagens, a de uma velha senhora, de cabelos 
grisalhos ou brancos (significado). A palavra avó é um signo. 
Resumindo: Significante é a parte física da palavra (grafia + som). 
Significado é o conceito transmitido pelo significante. 
Caro estudante, vamos elucidar mais um exemplo para seu entendimento: 
 
Observe que a mulher da charge não sabe o significado de 
"recíproco"; assim temos o significante RECÍPROCO, cujo significado 
não é mencionado, mas sabemos que é "igualmente". 
Signo é o produto da associação significante/significado, isto é, de 
um suporte material e um conceito ou conteúdo semântico. 
SUPORTE MATERIAL (SIGNIFICANTE) 
SIGNO + 
 CONCEITO; IMAGEM MENTAL 
(SIGNIFICADO) 
Cesar
Highlight
Comunicação e Expressão Oral 
 
18˧ 
 
No caso da avó, que é o signo da língua, temos uma sequência 
fônica (significante) como suporte material de um conceito ou 
representação mental (significado).Os signos linguísticos pertencem ao sistema que constitui a língua. 
Para redigir o telegrama, a família de que trata o texto de Jô Soares tentava 
selecionar, dentre os milhares de signos (palavras) do código (a língua 
portuguesa), os que se prestavam a compor a mensagem de modo a 
amenizar o impacto que, certamente, a senhora sofreria ao recebê-la. A 
família tentava, portanto, realizar duas tarefas: seleção dos signos e 
combinação dos signos. É o que fazemos todos os dias em nossas inúmeras 
mensagens. 
 Ao processo de seleção e combinação dos signos dá-se o nome de 
codificação. O emissor codifica. 
 Ao processo de identificação e compreensão dos signos que 
compõem a mensagem, dá-se o nome de decodificação. O receptor ou 
destinatário decodifica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
19˧ 
 
 
 (Não obrigatório) 
 
Caro acadêmico, vamos revisar todos os conceitos aprendidos neste 
capítulo através de exercícios extras: 
1. Reescreva as afirmativas abaixo, substituindo os _____: 
a. O signo linguístico é dotado de um conceito (conteúdo semântico) a que 
se dá o nome de ______ e, de uma imagem acústica (expressão fônica) a 
que se dá o nome de _______. 
b. O significante pode ser visto ou ouvido, portanto é de natureza concreta. 
O significado, por ser uma representação mental, é de natureza______. 
2. Dê exemplos de significantes não-verbais e seus respectivos significados. 
3. Um mesmo significante pode ter vários significados, dependendo do 
contexto que se encontre. Num dos telegramas, em que se escreveu 
“CUIDADO CORAÇÃO” tem-se uma duplicidade de sentido. Explique-a. 
4. Considerando a noção de significante, explique por que foi possível o 
infame trocadilho do primo sovina “... isso não é mais um telegrama, é um 
telegrana”. 
5. Substitua os ______, escrevendo língua ou fala: 
a. A _______ é um código; a _______ é a codificação de uma mensagem. 
b. A _______ existe em estado potencial; é um sistema de signos 
armazenados em nossa memória; a _______ atualiza, por meio de sons 
físicos, o sistema de signos. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
20˧ 
 
c. A ______ é um ato individual, onde o emissor é dono e senhor do seu 
discurso; a _______ é um patrimônio social, é a soma de imagens verbais 
armazenadas na memória dos indivíduos. 
 
6. Compare os seguintes trechos: 
Minha terra tem palmares 
Onde gorjeia o mar 
Os passarinhos daqui 
Não cantam como os de lá (O.Andrade) 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. (G.Dias) 
a. Identifique o tema de cada um dos textos. São semelhantes? 
b. Examine o código utilizado em ambos. É o mesmo? 
c. Observe que os dois textos são diferentes um do outro. Explique a 
relação que isso tem com a forma de utilização do código. 
 
Fonte:http://www.ufjf.br/cursinho/files/2012/05/APOSTILA-
PORTUGU%C3%8AS-CPV-2012-1%C2%AA-parte-Micheli.pdf 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
21˧ 
 
 
 
 NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU – O processo de 
comunicação (emissor, receptor, canal, signo linguístico), linguagem/língua 
e fala e signo linguístico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
22˧ 
 
 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
Comunicação e Expressão Oral 
23˧ 
 
Comunicação Verbal e 
Não–verbal 
 
 
 
 
 
SEÇÃO 01 – DIFERENÇA DOS TIPOS DE LINGUAGEM 
(VERBAL, NÃO–VERBAL, MISTA E DIGITAL) 
 
 
2 
Comunicação e Expressão Oral 
 
24˧ 
 
SEÇÃO 01 – DIFERENÇA DOS TIPOS DE LINGUAGEM 
(VERBAL, NÃO–VERBAL, MISTA E DIGITAL) 
No cotidiano, sem percebermos usamos frequentemente a 
linguagem verbal, quando por algum motivo em especial não a utilizamos, 
então poderemos usar a linguagem não verbal. 
Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala como meio de comunicação. 
 Linguagem não - verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos, 
símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, 
escultura e gestos como meio de comunicação. A linguagem não - verbal 
pode ser até percebida nos animais, quando um cachorro balança a cauda 
quer dizer que está feliz ou coloca a cauda entre as pernas medo, tristeza. 
 Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de 
comunicação não -verbal. 
Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de 
cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. 
 É muito interessante observar que para manter uma comunicação 
não é preciso usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja, verbal ou não - 
verbal. 
 Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da 
linguagem não -verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
25˧ 
 
 
Abaporu, pintura de Tarsila do Amaral, 1929. 
 A pintura de Tarsila de Amaral é um exemplo de linguagem não - 
verbal dentro da pintura. Para cada pessoa será uma mensagem. 
Soneto de Fidelidade 
"De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
 
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
26˧ 
 
E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 
 
Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 
(Até um dia meu anjo)" 
O Soneto de Fidelidade de Vinícius de Morais corresponde a um belo 
exemplo de linguagem verbal, através de palavras. 
 
Ilustração: ktsdesign / Shutterstock.com 
Comunicação e Expressão Oral 
 
27˧ 
 
 O semáforo é um exemplo de linguagem não - verbal. Um objeto 
capaz de interferir na vida do ser humano de forma tão extraordinária, onde 
o sentido das cores comanda o trânsito. 
 
Foto: Ljupco Smokovski / Shutterstock.com 
 
 A foto mostra uma mímica, através da feição do protagonista tem 
um significado, uma mensagem. Aqui ocorre linguagem não - verbal. 
Fonte:https://www.infoescola.com/comunicacao/linguagem-verbal-
e-nao-verbal/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral28˧ 
 
 
(Não obrigatório) 
Querido acadêmico, vamos revisar os conteúdos já estudados: 
1. São exemplos de linguagem não - verbal: 
a. sinais de trânsito e uma conversa informal entre alunos e professores. 
b. cores das bandeiras e dos semáforos. 
c. cantigas infantis. 
d. apitos e discursos políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
29˧ 
 
2. Que tipo de linguagem encontramos no texto abaixo? 
 
a. Verbal. 
b. Não verbal. 
c. Mista (verbal e não verbal). 
d. A placa acima não é considerada texto. 
Fonte:https://pt.scribd.com/document/340433394/Atividades-
Linguagem-verbal-nao-verbal-e-mista 
 
3. Considerando uma partida de futebol, podemos dizer que só não é texto 
não -verbal: 
a. os cartões amarelos e vermelhos do juiz. 
b. as listras pretas das camisas dos bandeirinhas. 
c. o som do apito do juiz. 
http://www.blu.com.br/blug/index.php?s=%D0%B4
Comunicação e Expressão Oral 
 
30˧ 
 
d. os gritos de gol da torcida. 
4. Observe as indicações abaixo e assinale a alternativa correta: 
1. Um bilhete escrito para um amigo. 
2. Gesto de "Pare" da mão estendida do Guarda de Trânsito. 
3. Conversa animada numa roda de amigos. 
Escolher uma resposta. 
a. Linguagem não verbal – Linguagem não verbal – Linguagem verbal. 
b. Linguagem mista – Linguagem verbal – Linguagem não verbal. 
c. Linguagem verbal – Linguagem não verbal – Linguagem mista. 
d. Linguagem não - verbal – Linguagem verbal – Linguagem mista. 
 
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/1149208 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
31˧ 
 
5. Observe a HQ: 
 
A partir da observação da tira, podemos dizer que a composição textual da 
HQ promove o encontro de duas linguagens, de modo a viabilizar: 
a. Duas leituras diferenciadas: uma da imagem e a outra da palavra. 
b. Uma complementaridade entre o verbal e o visual, produzindo uma 
unidade de sentido. 
c. Falas que, inscritas em balões à moda do discurso direto, tornam-se 
sobrepostas às imagens que excluem dela a relevância necessária para o 
entendimento da HQ. 
d. Quadros em sequência linear, cuja ordenação pode ser alterada sem que 
altere o sentido verbo-visual. 
Fonte:https://pt.scribd.com/document/340433394/Atividades-
Linguagem-verbal-nao-verbal-e-mista 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
32˧ 
 
 
 
NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU – Características da 
Linguagem Verbal (textos escritos e falados) e não – verbal (sinais, cores, 
gestos e movimentos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
33˧ 
 
 
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
Comunicação e Expressão Oral 
34˧ 
 
Técnicas de 
Apresentação 
Oral e Escrita 
 
 
 
SEÇÃO 01 – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DISSERTATIVO 
ARGUMENTATIVO 
SEÇÃO 02 – A HISTÓRIA DA ARTE ORATÓRIA 
SEÇÃO 03 – COMO CONTROLAR O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO 
SEÇÃO 04 – 10 DICAS PARA FAZER UMA ÓTIMA APRESENTAÇÃO 
SEÇÃO 05 – A SINTONIA ENTRE ORADOR E PÚBLICO 
SEÇÃO 06 – OS CEM ERROS MAIS COMUNS 
SEÇÃO 07 – O ORADOR E A PALESTRA FRUSTRADA 
SEÇÃO 08 – BENEFÍCIOS DO CURSO DE ORATÓRIA 
SEÇÃO 09 – DICIONÁRIO DE ORATÓRIA 
SEÇÃO 10 – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DESCRITIVO 
SEÇÃO 11 – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO NARRATIVO 
SEÇÃO 12 – ESTRUTURA NARRATIVA 
3 
Comunicação e Expressão Oral 
 
35˧ 
 
SEÇÃO 1 - CARACTERÍSTICAS DO TEXTO DISSERTATIVO 
ARGUMENTATIVO. 
O que é um texto? 
Segundo o dicionário Michaelis texto é uma sequência de frases de 
um autor, em um documento, folheto, livro etc.; redação original de uma 
obra escrita: “[…] joguei tudo de uma só vez, fazendo um texto com os 
poucos elementos que possuía, falando nas três mortes que, na realidade, 
pareciam só preocupar a mim” (CA). 
- Latim: Surgimento do Português (língua antiga). 
- Texto do latim “Textum”. 
- Costura, tessitura, entrelaçado. 
 
O QUE É NECESSÁRIO PARA QUE UM TEXTO SEJA UM 
TEXTO? 
- Textualidade: é um conjunto de características que fazem com que um 
texto seja considerado como tal, e não como um amontoado de palavras e 
frases. Uma definição alternativa apontaria textualidade como uma premissa 
adotada pelo interlocutor (nessa instância o termo não é ligado ao texto, 
mas aos agentes do processo comunicativo), baseada em seus prévios 
conhecimentos estruturais e funcionais de texto, que permite através da 
consideração de vários fatores realizar a textualização de uma mensagem em 
determinada situação comunicativa. 
- Coesão: é a ligação harmônica entre duas partes, utilizada na gramática 
como forma de obter um texto claro e compreensível. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
36˧ 
 
Nos estudos linguísticos, a coesão textual consiste no uso correto 
das articulações gramaticais e conectivos, que permitem a ligação 
harmoniosa entre as frases, orações, termos, períodos e parágrafos de um 
texto. 
A coesão textual é essencial para a construção de uma boa redação, 
pois permite o sequenciamento das ideias de modo lógico, facilitando a 
leitura do texto. 
Coerência: é a característica daquilo que tem lógica e coesão, quando um 
conjunto de ideias apresenta nexo e uniformidade. 
Para que algo tenha coerência, este objeto precisa apresentar uma 
sequência que dê um sentido geral e lógico ao receptor, de forma que não 
haja contradições ou dúvidas acerca do assunto. 
A origem da palavra “coerência” está no latim cohaerentia, que 
significa “conexão” ou “coesão”. 
 
O que é dissertar? 
É debater, questionar, discutir, opinar, expor pontos de vista e, por 
fim, tentar convencer a partir de argumentos que embasem, que sustentem 
nossas opiniões. 
Dissertação argumentativa – esse é o tipo de dissertação mais comum e 
conhecida por todos. Nela o intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a 
concordar com a ideia ou ponto de vista exposto. Isso se faz por meio de 
várias maneiras de argumentação, utilizando-se de dados, estatísticas, 
provas, opiniões relevantes, etc. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
37˧ 
 
Dissertação expositiva – como o próprio nome já sugere, é um tipo de 
texto em que se expõem as ideias ou pontos de vista. O objetivo é fazer 
com que o leitor os considere coerentes e não fazê-lo concordar com eles. 
 
Argumentação: COMO FAZER. 
Tenha sempre em mente o destinatário. (para quemvocê está escrevendo). 
Conhecer o assunto tratado, o tema sobre o qual vai discorrer é 
imprescindível. 
 
Tema: 
OS JOGOS NO COMPUTADOR PREJUDICAM A FORMAÇÃO 
EDUCACIONAL DO ADOLESCENTE 
Levantar a partir do tema um questionamento (pergunta): 
POR QUE os jogos no computador prejudicam a formação intelectual do 
adolescente? 
Responda com duas ou três justificativas, pelo menos: 
1. Porque veiculam, muitas vezes, a violência como resposta natural frente à 
solução de problemas. 
2. Porque os pais não sabem estabelecer limites de tempo aos filhos quanto 
à exposição frequente a tais tipos de jogos. 
3. Porque a escola não se prepara para trabalhar de forma favorável com 
muitas das ferramentas oferecidas pelo computador ou pela internet. 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
38˧ 
 
Partes da Dissertação 
Dissertação: Introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Visual: 1 parágrafo: Introdução. 
2 ou 3 parágrafos: Desenvolvimento. 
1 parágrafo: Conclusão. 
Introdução: 
A ideia é a de que você transmita, já em tal parágrafo, de forma clara 
e objetiva o tema sobre o qual irá discorrer e, se possível, seu 
posicionamento argumentativo frente ao mesmo. 
Tipos de introdução: 
1. Básica: é aquela em que se vai dizer, resumidamente, o tema sobre o qual 
o texto tratará. 
2. Enumeração: é aquela em que se coloca o tema e depois se enumera os 
argumentos que serão trabalhados nos parágrafos seguintes. 
3. Por definição: define-se, dá-se o significado da palavra/expressão 
central sobre a qual o texto irá discorrer (por exemplo, define-se o que é 
aborto). 
4. Por questionamento: faz-se uma pergunta ao tema, pergunta esta que 
deverá, obrigatoriamente, ser respondida ao longo da redação. (Exemplo: 
Tema: O dinheiro não compra a felicidade): Por que podemos afirmar, com 
segurança, que o dinheiro não traz felicidade? 
Desenvolvimento: 
Na dissertação a persuasão aparece de forma explícita, essa se faz 
presente no desenvolvimento do texto. É nesse momento que o escritor 
Comunicação e Expressão Oral 
 
39˧ 
 
desenvolve o tema, seja através de argumentação por citação, comprovação 
ou raciocínio lógico, tomando sua posição a respeito do que está sendo 
discutido. 
O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diversas 
maneiras, dependerá das propostas do texto e das informações disponíveis. 
 
Cada parágrafo girará em torno de um argumento. 
Não misture argumentos e posicionamentos no mesmo parágrafo. 
Se começar defendendo o assunto, vá até o final defendendo. 
Contradição: incoerência entre uma afirmação ou atitude anteriores ou 
atuais (Falta de nexo). 
Crie um esquema ou rascunho. 
Conclusão: 
É o desfecho ao seu texto, cabem aqui as respostas à perguntas que 
ainda não foram respondidas, as considerações finais e as sugestões que 
você porventura queira apresentar ao problema levantado pelo tema. 
Evite o uso da Primeira pessoa do singular (eu), caso julgue necessário, use 
o plural (nós). 
Não - eu concluo / Sim – nós concluímos. 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
40˧ 
 
Exemplo prático: 
TEMA: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu 
resolver graves problemas que preocupam a todos. 
QUESTIONAMENTO (pergunta) 
POR QUE chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu 
resolver graves problemas que preocupam a todos? 
3 respostas diferentes: 
1. Existem populações imersas em completa miséria. 
2. A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais. 
3. O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio 
ecológico. 
 
Introdução (enumeração): 
ESQUEMA PARA ENTENDIMENTO: 
TEMA + 3 ARGUMENTOS E CONECTIVOS: 
 ARGUMENTO 1 CONECTIVOS 
 ARGUMENTO 2 
 ARGUMENTO 3 
Ex: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver 
graves problemas que preocupam a todos, POIS existem populações 
imersas em completa miséria, a paz é interrompida frequentemente por 
conflitos internacionais E, ALÉM DO MAIS, o meio ambiente encontra-
se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
41˧ 
 
Desenvolvimento: 
Explicar cada argumento: 
Primeiro parágrafo: Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis- 
estas, mas distribuídas, quer entre os Estados, quer entre os indivíduos-, 
encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos 
países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos, 
com tristeza, a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as 
nações. 
Segundo parágrafo: Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, 
com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se 
sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do 
Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos 
dias, testemunhamos conflitos na antiga Iugoslávia, em alguns países 
membros da comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra 
do Golfo,que tanto apreensão nos causou. 
Além disso: Ligação entre os parágrafos. 
Terceiro parágrafo: Outra preocupação constante é desequilíbrio, 
provocado pela ambição desmedida de alguns, que provocam 
desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes 
contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, 
acabe por se transformar em local inabitável. 
Outra preocupação constante: elemento de ligação com o parágrafo 
anterior. 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
42˧ 
 
Conclusão: 
EXPRESSÃO INICIAL+REAFIRMAÇÃO DO TEMA+UM 
COMENTÁRIO 
EXPRESSÃO INICIAL 
REAFIRMAÇÃO DO TEMA 
UM COMENTÁRIO 
Ex: Expressão inicial - Em virtude dos fatos mencionados, somos levados 
a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves 
problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e 
indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. 
Reafirmação do tema - É desejo de todos nós que algo seja feito no 
sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as 
adversidade e construir um mundo que, por ser justo e pacífico, será mais 
facilmente habitado pelas gerações vindouras. 
Conclusão: somente o comentário, não necessita a expressão inicial e 
reafirmação do tema. 
Esquema visual: 
Introdução: Tema+argumento 1+argumento 2+ argumento 3. 
Desenvolvimento: Desenvolvimento argumento 1,2,3. 
Conclusão: Expressão inicial+reafirmação do tema+observação final. 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
43˧ 
 
ARGUMENTAÇÃO (II) 
 Um dos aspectos importantes a considerar quando se lê um texto é 
que, em princípio, quem o produz está interessado em convencer o leitor de 
alguma coisa. Todo texto tem, por trás de si, um produtor que procura 
persuadir o seu leitor (ou leitores), usando para tanto vários recursos de 
natureza lógica e linguística. 
 Chamamos procedimentos argumentativos a todos os recursos 
acionados pelo produtor do texto com vistas a levar o leitor a crer naquilo 
que o texto diz e a fazer aquilo que ele propõe. 
 Para ter ideia de alguns desses procedimentos argumentativos, 
vamos ler um fragmento de um dos sermões de Padre Antônio Vieira, no 
qual ele tenta explicitar certos recursos que o pregador deve usar para que o 
sermão cumpra o papel de persuasão ou convencimento: 
(...) o sermão há de ser duma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, 
uma só matéria. 
 Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se 
conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, 
há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de 
amplificá-la com as causas, co os efeitos, com as circunstâncias, com as 
conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem 
evitar, há de impugnar e refutar com todo a força de eloquência os 
argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de 
concluir, há de persuadir, há de acabar. Istoé sermão, isto é pregar, e o que 
não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não 
haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma 
matéria, e continuar a acabar nela. 
(Sermão da Sexagésima. In:- Os sermões. São Paulo, Difel, 1968. VI,P.99) 
Comunicação e Expressão Oral 
 
44˧ 
 
 Tomando o fragmento citado como ponto de partida, podemos 
inferir alguns dos recursos argumentativos que um texto deve conter para 
ser convincente ou persuasivo. 
 A primeira qualidade que Vieira aponta é que o texto deve ter 
unidade, isto é, deve tratar de “um só objeto”, “uma só matéria”. 
 Essa qualidade é um dos mais importantes recursos argumentativos 
já que um texto dispersivo, cheio de informações desencontradas não é 
entendido por ninguém: fica-se sem saber qual é seu objeto central. O texto 
que fala de tudo acaba não falando de nada. 
 Mas é preciso não confundir unidade com repetição ou redundância. 
O próprio fragmento que acabamos de ler adverte que o texto deve ter 
variedade desde que essa variedade explore uma mesma matéria, isto é, 
comece, continue e acabe dentro do mesmo tema central. 
 Outro recurso argumentativo apontado pelo texto Vieira é a 
comprovação das teses defendidas com citações de outros textos 
autorizados. Como sacerdote que é, sugere as citações das sagradas 
escrituras, já que, segundo sua crença, são elas a fonte legítima da verdade. 
 O que Vieira diz sobre os Sermões vale para qualquer outro texto, 
desde que não se tome ao pé da letra o que ele diz sobre as Sagras 
Escrituras. Um texto ganha mais peso quando, direta ou indiretamente, 
apoia-se em outros textos que trataram do mesmo tema. 
 Costuma-se chamar argumento de autoridade a esse recurso à 
citação. 
 O texto aconselha ainda que o pregador, ao elaborar o seu sermão, 
use o raciocínio ou a razão para estabelecer correlações lógicas entre as 
partes do texto, apontando as causas e os efeitos das afirmações que 
produz. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
45˧ 
 
 Esses recursos de natureza lógica dão consistência ao texto, na 
medida em que amarram com coerência cada uma das suas partes. Um texto 
desorganizado, sem articulação lógica entre seus segmentos, não é 
convincente, não é persuasivo. 
 Além disso, o pregador deve cuidar de confirmar com exemplos 
adequados as afirmações que faz. Uma ideia geral e abstrata ganha mais 
confiabilidade quando vem acompanhada de exemplos concretos 
adequados. Os dados da realidade observável dão peso a afirmações 
concretas. 
 Um último recurso argumentativo apontado pelo texto de Vieira é a 
refutação os argumentos contrários. Na verdade, sobretudo quando se trata 
de um tema polêmico, há sempre versões divergentes sobre ele. Um texto, 
para ser convincente, não pode fazer de conta que não existam opiniões 
opostas àquelas que se defendem no seu interior. Ao contrário, deve expor 
com clareza as objeções conhecidas e refutá-las com argumentos sólidos. 
 Essas são alguns dos recursos que podem ser explorados pelo 
produtor do texto para persuadir o leitor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
46˧ 
 
 
(Não obrigatório) 
 
1. Sobre o texto dissertativo, é correto afirmar que: 
a) Trata-se de um tipo de texto que descreve com palavras o que se viu e se 
observou. Tipo textual desprovido de ação, em que o ser, o objeto ou o 
ambiente são mais importantes. Valorização do substantivo e do adjetivo, 
que ocupam lugar de destaque na frase. 
b) Tem como principal objetivo contar uma história, seja ela real ou fictícia 
e até mesmo mesclando dados reais e imaginários. Apresenta uma evolução 
de acontecimentos, ainda que sem linearidade ou relação com o tempo real. 
c) Tipo de redação escrita em prosa sobre determinado tema, sobre o qual 
deverão ser apresentados argumentos, provas e exemplos a fim de que se 
chegue a uma conclusão para os fatos abordados. 
d) Tipo de texto que indica para o leitor os procedimentos a serem 
realizados. Nesse tipo de texto, as frases, geralmente, estão no modo 
imperativo. 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
47˧ 
 
2. Sobre a dissertação-argumentativa, podemos afirmar que se trata: 
a) de um gênero textual. 
b) de um tipo textual. 
c) de um texto literário. 
d) de uma composição lírica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
48˧ 
 
4. Observe o texto abaixo: 
 
Sobre o texto que aparece na imagem, podemos afirmar que se trata de 
uma: 
a) dissertação-argumentativa. 
b) narração. 
c) descrição. 
d) injunção. 
e) prescrição. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
49˧ 
 
Fonte: http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
redacao/exercicios-sobre-dissertacao-2.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-redacao/exercicios-sobre-dissertacao-2.htm
http://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-redacao/exercicios-sobre-dissertacao-2.htm
Comunicação e Expressão Oral 
 
50˧ 
 
 
 
NESTA UNIDADE VOCÊ APRENDEU – Características do 
Texto Dissertativo (argumentação, introdução, desenvolvimento e 
conclusão) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
51˧ 
 
SEÇÃO 2 - A HISTÓRIA DA ARTE ORATÓRIA 
Oratória é a arte de falar em público de forma estruturada e 
deliberada, com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes. 
A oratória refere-se ao conjunto de regras e técnicas adequadas para 
produzir e apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do 
orador. 
Na Grécia Antiga, e também para um orador romano, a oratória era 
estudada como componente da retórica, ou seja, a composição e 
apresentação de discursos, e era considerada uma importante habilidade na 
vida pública e privada. Aristóteles, Cícero e Quintiliano estão entre os mais 
conhecidos autores clássicos que estudaram o tema. A oratória tem sido 
essencial em todas as áreas do conhecimento humano, já que todas elas 
necessitam de uma boa transmissão para o seu desenvolvimento. 
Na oratória, como em qualquer forma de comunicação, existem 
cinco elementos básicos a considerar, muitas vezes expressos como "quem 
diz - o quê - a quem - por que meio - com que efeitos?". O propósito de 
falar em público pode variar, da simples transmissão de informações, à 
necessidade de motivar as pessoas a agir ou, simplesmente, contar uma 
história. Os bons oradores devem ser capazes de alterar as emoções dos 
seus ouvintes e não apenas informá-los. Entre as personalidades que 
ficaram famosas pelos dotes como grandes oradores estão Demóstenes, 
Cícero, Padre António Vieira e Winston Churchill. 
História 
Cícero discursando no senado romano em 63 a.C.: as suas 
Catilinárias, uma série de quatro discursos célebres ainda hoje são citadas, 
Afresco de Cesare Maccari, século XIX. 
O primeiro treino para falar em público ocorreu no antigo Egito. A 
primeira obra grega sobre oratória, escrita há mais de 2000 anos, assentava 
Comunicação e Expressão Oral 
 
52˧ 
 
nos princípios extraídos da prática e experiência de oradores das cidades-
estado da Grécia antiga. Na Grécia Antiga e em Roma a oratória era 
estudada como componente da retórica, ou seja, a composição e 
apresentação de discursos, e era considerada uma importante habilidade na 
vida pública e privada. Aristóteles e Quintiliano estudaram a oratória. 
Durante a Idade Média e o Renascimento a oratória foi enfatizada como 
parte da educação na artes liberais. 
A arte de falar em público foi desenvolvida inicialmente pelos 
gregos e ficou registrada nas obras da antiguidade clássica. Na vida pública 
de então cada pessoa falava em seu próprio nome, e não existiam 
representantes de um cliente ou um círculo, por isso qualquer cidadão que 
quisesse ter sucesso no tribunal, na política ou na vida social tinha de 
aprender técnicas de falarem público. As técnicas eram ensinadas primeiro 
pelos auto-intitulados "sofistas", conhecidos por cobrar taxas para "tornar 
forte o mais fraco argumento", e treinar os seus alunos para serem 
"melhores". Platão, Aristóteles, e Isócrates desenvolveram teorias sobre 
oratória em oposição aos sofistas, e as suas ideias foram instituídas à medida 
que surgiram escolas onde a arte de falar em público era ensinada. Mais 
tarde a cultura grega de treino para falar em público foi adotada na íntegra 
pelos romanos. 
Com a ascensão política da República Romana, oradores romanos 
copiaram e modificaram as técnicas gregas de falar em público. Sob a 
influência romana, a instrução na retórica desenvolveu-se num currículo 
completo, incluindo a instrução em gramática (estudo dos poetas), 
exercícios preliminares (progymnasmata), e preparação de discursos 
públicos (declamação) em ambos os gêneros forense e deliberativo. 
O Speaker's Corner (Recanto do Orador), no nordeste do Hyde 
Park, em Londres, um local onde qualquer cidadão pode discursar. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
53˧ 
 
O estilo latino foi fortemente influenciado por Cícero, e envolveu 
uma forte ênfase numa educação abrangente em todas as áreas de estudos 
humanísticos (nas artes liberais, incluindo a filosofia), bem como sobre o 
uso da esperteza e humor para apelar às emoções do ouvinte e em 
digressões (frequentemente utilizadas para explorar temas gerais 
relacionados com o tema específico do discurso). No Império Romano, 
embora menos central para a vida política do que nos dias da República, a 
oratória manteve-se importante no direito, e tornou-se (sob os novos 
sofistas) uma importante forma de entretenimento, com oradores e 
declamadores famosos a obterem grande riqueza e prestígio pela suas 
habilidades. 
O estilo latino foi a principal forma de oratória no mundo até o 
início do século XX. Após a Segunda Guerra Mundial, começou uma 
depreciação gradual deste estilo. Com a ascensão do método científico e a 
ênfase num estilo "claro" e coloquial de falar e escrever, até a oratória 
formal se tornou menos refinada e ornamentada, embora ainda hoje os 
políticos possam progredir ou regredir nas suas carreiras com base no 
sucesso ou insucesso dos seus discursos. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Orat%C3%B3ria 
 
DISCURSO DE MATIN LUTTER KING 
“Estou feliz em me unir a vocês hoje naquela que ficará para a 
história como a maior manifestação pela liberdade na história de nossa 
nação”. 
Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica 
nos encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos 
escravos]. Este decreto momentoso chegou como grande farol de esperança 
para milhões de escravos negros queimados nas chamas da injustiça 
Comunicação e Expressão Oral 
 
54˧ 
 
abrasadora. Chegou como o raiar de um dia de alegria, pondo fim à longa 
noite de cativeiro. 
Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está livre. Cem anos 
mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da 
segregação e os grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro 
habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de 
prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos 
cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. Então 
viemos aqui hoje para dramatizar uma situação hedionda. 
Em certo sentido, viemos à capital de nossa nação para sacar um 
cheque. Quando os arquitetos de nossa república redigiram as magníficas 
palavras da Constituição e da Declaração de Independência, assinaram uma 
nota promissória de que todo americano seria herdeiro. Essa nota era a 
promessa de que todos os homens, negros ou brancos, teriam garantidos os 
direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca pela felicidade. 
É evidente hoje que a América não pagou esta nota promissória no 
que diz respeito a seus cidadãos de cor. Em lugar de honrar essa obrigação 
sagrada, a América deu ao povo negro um cheque que voltou marcado “sem 
fundos”. 
Mas nós nos recusamos a acreditar que o Banco da Justiça esteja 
falido. Nos recusamos a acreditar que não haja fundos suficientes nos 
grandes depósitos de oportunidade desta nação. Por isso voltamos aqui para 
cobrar este cheque –um cheque que nos garantirá, a pedido, as riquezas da 
liberdade e a segurança da justiça. 
Também viemos para este lugar santificado para lembrar à América 
da urgência ferrenha do agora. Não é hora de dar-se ao luxo de esfriar os 
ânimos ou tomar a droga tranquilizante do gradualismo. Agora é a hora de 
fazermos promessas reais de democracia. Agora é a hora de sairmos do vale 
Comunicação e Expressão Oral 
 
55˧ 
 
escuro e desolado da segregação para o caminho ensolarado da justiça racial. 
É hora de arrancar nossa nação da areia movediça da injustiça racial e levá-
la para a rocha sólida da fraternidade. Agora é a hora de fazer da justiça uma 
realidade para todos os filhos de Deus. 
Seria fatal para a nação passar por cima da urgência do momento e 
subestimar a determinação do negro. Este verão sufocante da insatisfação 
legítima do negro não passará enquanto não chegar um outono revigorante 
de liberdade e igualdade.Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas 
um começo. 
Os que esperam que o negro precisasse apenas extravasar e agora 
ficará contente terão um despertar rude se a nação voltar à normalidade de 
sempre. Não haverá descanso nem tranquilidade na América até que o 
negro receba seus direitos de cidadania. Os turbilhões da revolta 
continuarão a abalar as fundações de nossa nação até raiar o dia iluminado 
da justiça. 
Mas há algo que preciso dizer a meu povo posicionado no morno 
liminar que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso 
lugar de direito, não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos 
saciar nossa sede de liberdade bebendo do cálice da amargura e do ódio. 
Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da 
dignidade e da disciplina. Não devemos deixar nosso protesto criativo 
degenerar em violência física. Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez 
à altura majestosa de combater a força física com a força da alma. 
A nova e maravilhosa militância que tomou conta da comunidade 
negra não deve nos levar a suspeitar de todas as pessoas brancas, pois 
muitos de nossos irmãos, conforme evidenciado por sua presença aqui hoje, 
acabaram por entender que seu destino está vinculado ao nosso destino e 
que a liberdade deles está vinculada indissociavelmente à nossa liberdade. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
56˧ 
 
Não podemos caminhar sozinhos. 
E, enquanto caminhamos, precisamos fazer a promessa de que 
caminharemos para frente. Não podemos retroceder. Há quem esteja 
perguntando aos devotos dos direitos civis ‘quando vocês ficarão 
satisfeitos?’. Jamais estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos 
desprezíveis horrores da brutalidade policial. 
Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da 
fadiga de viagem, não puderem hospedar-se nos hotéis de beira de estrada e 
nos hotéis das cidades. Não estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade 
básica do negro for apenas de um gueto menor para um maior. Jamais 
estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças tiverem suas individualidades 
e dignidades roubadas por cartazes que dizem ‘exclusivo para brancos’. 
Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não 
puder votar e um negro em Nova York acreditar que não tem nada em que 
votar. 
Não, não estamos satisfeitos e só ficaremos satisfeitos quando a 
justiça rolar como água e a retidão correr como um rio poderoso. 
Sei que alguns de vocês aqui estão, vindos de grandes provações e 
atribulações. Alguns vieram diretamente de celas estreitas. Alguns vieram de 
áreas onde sua busca pela liberdade os deixou feridos pelas tempestades da 
perseguição e marcados pelos ventos da brutalidadepolicial. Vocês têm sido 
os veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que 
o sofrimento imerecido é redentor. 
Voltem ao Mississippi, voltem ao Alabama, voltem à Carolina do 
Sul, voltem a Geórgia, voltem a Louisiana, voltem aos guetos e favelas de 
nossas cidades do norte, cientes de que de alguma maneira a situação pode 
ser mudada e o será. Não nos deixemos atolar no vale do desespero. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
57˧ 
 
Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de 
hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho. 
É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. 
Tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e 
corresponderá em realidade o verdadeiro significado de seu credo: 
‘Consideramos essas verdades manifestas: que todos os homens são criados 
iguais’. 
Tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, 
os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos poderão sentar-
se juntos à mesa da irmandade. 
Tenho um sonho de que um dia até o Estado do Mississippi, um 
Estado desértico que sufoca no calor da injustiça e da opressão, será 
transformado em um oásis de liberdade e de justiça. 
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma 
nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu 
caráter. 
Tenho um sonho hoje. 
Tenho um sonho de que um dia o Estado do Alabama, cujo 
governador hoje tem os lábios pingando palavras de rejeição e anulação, 
será transformado numa situação em que meninos negros e meninas negras 
poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas e caminharem 
juntos, como irmãs e irmãos. 
Tenho um sonho hoje. 
Tenho um sonho de que um dia cada vale será elevado, cada colina e 
montanha será nivelada, os lugares acidentados serão aplainados, os lugares 
Comunicação e Expressão Oral 
 
58˧ 
 
tortos serão endireitados, a glória do Senhor será revelada e todos os seres a 
enxergarão juntos. 
Essa é nossa esperança. Essa é a fé com a qual retorno ao Sul. Com 
esta fé poderemos talhar da montanha do desespero uma pedra de 
esperança. Com esta fé poderemos transformar os acordes dissonantes de 
nossa nação numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé podemos 
trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir à cadeia juntos, defender a 
liberdade juntos, conscientes de que seremos livres um dia. 
Esse será o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com 
novo significado: “Meu país, é de ti, doce terra da liberdade, é de ti que 
canto. Terra em que morreram meus pais, terra do orgulho do peregrino, 
que a liberdade ressoe de cada encosta de montanha”. 
E, se quisermos que a América seja uma grande nação, isso precisa 
se tornar realidade. 
Então que a liberdade ressoe dos prodigiosos picos de New Hampshire. 
Que a liberdade ecoe das majestosas montanhas de Nova York! 
Que a liberdade ecoe dos elevados Alleghenies da Pensilvânia! 
Que a liberdade ecoe das nevadas Rochosas do Colorado! 
Que a liberdade ecoe das suaves encostas da Califórnia! 
Mas não só isso –que a liberdade ecoe da Montanha de Pedra da Geórgia! 
Que a liberdade ecoe da Montanha Sentinela do Tennessee!” 
Que a liberdade ecoe de cada monte e montículo do Mississippi. De cada 
encosta de montanha, que a liberdade ecoe. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
59˧ 
 
E quando isso acontecer, quando deixarmos a liberdade ecoar, 
quando a deixarmos ressoar em cada vila e vilarejo, em cada Estado e cada 
cidade, poderemos trazer para mais perto o dia que todos os filhos de Deus, 
negros e brancos, judeus e gentios, protestante e católicos, poderão se dar as 
mãos e cantar, nas palavras da velha canção negra, “livres, enfim! Livres, 
enfim! Louvado seja Deus Todo-Poderoso. Estamos livres, enfim!” 
Fonte: 
https://www.pensador.com/discurso_de_martin_luther_king/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
60˧ 
 
 
(Não obrigatório) 
 
ATIVIDADES SOBRE O DISCURSO DE MARTIN 
LUTTER KING 
Querido acadêmico, o discurso de Martin Luther King é um exemplo 
de persuasão e argumentos. Responda as questões para ampliar seus 
conhecimentos. 
 
1. Assassinado em 1968, Martin Luther King iniciou suas atividades políticas 
em 1956, a partir do episódio relatado na reportagem. 
O principal resultado das propostas de Martin Luther King para a sociedade 
norte-americana está diretamente relacionado com: 
(A) unificação das leis estaduais 
(B) expansão da igualdade social 
(C) regulação de causas trabalhistas 
Comunicação e Expressão Oral 
 
61˧ 
 
(D) universalização dos direitos civis 
2. Um dos países que mais lutaram contra o racismo foi a África do Sul. De 
1948 a 1994, o país viveu o regime conhecido como: 
A. Perestroika. 
B. Apartheid. 
C. Comunismo. 
D. Nazismo. 
E. Socialismo. 
3. "Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia 
viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo 
conteúdo de seu caráter." Este discurso em defesa dos direitos dos negros 
foi proferido por quem? 
A. Martin Luther King. 
B. Hittler. 
C. Malcolm X. 
D. Muhammad Ali. 
E. Nelson Mandela. 
4. Quem foi Martin Luther King? 
A. Ativista. 
B. Professor. 
C. Advogado. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
62˧ 
 
D. Guerrilheiro. 
E. Político. 
5. Um dos episódios mais marcantes da luta contra a segregação racial em 
que Martin Luther King se envolveu desencadeou um boicote de mais de 
um ano aos transportes públicos de Montgomery, Alabama. Neste episódio: 
A. Um taxista branco atropelou um comerciante negro. 
B. Uma mulher negra foi obrigada a ceder seu lugar no ônibus a um 
homem branco. 
C. Um negro foi jogado nos trilhos do trem por um grupo de jovens 
brancos. 
D. Um ônibus escolar deixou de pegar crianças negras. 
E. Um motorista de ônibus branco atropelou uma mulher negra. 
Fontes: http://www.revista.vestibular.uerj.br/questao/questao-
objetiva.php?seq_questao=1166/ 
http://formulageo.blogspot.com.br/2012/04/10-questoes-sobre-
racismo.html 
 
 
 
 
 
 
http://www.revista.vestibular.uerj.br/questao/questao-objetiva.php?seq_questao=1166/
http://www.revista.vestibular.uerj.br/questao/questao-objetiva.php?seq_questao=1166/
Comunicação e Expressão Oral 
 
63˧ 
 
SEÇÃO 3 - COMO CONTROLAR O MEDO DE FALAR EM 
PÚBLICO 
 Muitas pessoas procuram desenvolver sua expressão verbal com o 
objetivo de eliminar o medo de falar em público. O medo, apontado como 
o maior inimigo do homem por Emílio Mira Y Lópes, um dos mais 
destacados estudiosos do comportamento humano, constitui o gigante 
negro cujos tentáculos escravizam a vontade, limitam a criatividade, 
interrompem o desenvolvimento e despertas das potencialidades. Nasce 
com o homem e abraça-o por toda a vida. Todos nós estamos sujeitos às 
investidas desse fantasma que quase sempre é apenas resultado da fabulação 
do nosso espírito. 
Pesquisamos o comportamento de milhares de homens e mulheres, 
que mesmo possuindo elevado nível cultural, pressionados pelo medo, não 
acreditavam nas suas qualidades de comunicadores, evitando todas as 
oportunidades para falar diante de grupos de pessoas. A partir desse estudo 
nasceu a filosofia de trabalho responsável pelo sucesso dos nossos 
programas de treinamento: “A valorização das qualidades de cada um, sem 
considerar falhas ou aspectos negativos das suas apresentações. 
O homens possuem na constituição de sua Expressão Verbal, mais 
ou menos desenvolvidos, dois oradores normalmente diferenciados, 
coexistindo dentro da mesma pessoa: um orador real e outro imaginário. 
Orador real é a verdadeira imagem do comunicador, composta dos 
defeitos naturais do ser humano, mas também das qualidades visíveis ou 
potencialmente prontas para serem aproveitadas. É o orador que aparece 
aos olhos da plateia, que, mesmo não se empolgando, às vezes, com sua 
forma de se expressar, é capaz de ouvi-lo sempre até comrelativo interesse. 
Orador imaginário é a imagem que o consumidor pensa que 
transmite ao ouvinte. Durante a formação do homem, ele recebe toda sorte 
Comunicação e Expressão Oral 
 
64˧ 
 
de pressões e acumula nas suas complexas entranhas os fracassos e 
dissabores que a vida oferece. Esses fatores, isolados ou inter-relacionados, 
constroem uma imagem distorcida, imaginada dentro de um perfil 
psicológico tão concreto que parece verdadeira. Nasce aí a falta de 
confiança nas suas potencialidades de sucesso para se apresentar diante de 
auditórios. 
De nada adiantará a alguém aprender todas as técnicas da boa 
Expressão Verbal: voz, vocabulário, postura, retórica, etc. se continuar 
pensando que ainda se expressa mal, baseado na convicção de que o orador 
imaginado existe realmente. Não se iluda com a criação de qualidades 
inexistentes, pois isto o levaria a acreditar num comportamento enganoso e 
irreal, mas, ao analisar suas condições, descubra quais são os aspectos 
positivos da sua Expressão Verbal. Adquira confiança através desta 
avaliação e crie um retrato interior imaginado mais próximo daquele 
demonstrado pelo orador real. Consciente das suas qualidades já existentes e 
daquelas prestes a aflorar, você encontrará novo ânimo, encherá o espírito 
de esperança e tornará esta nova força interior a grande arma que o ajudará 
a combater o medo de falar em público. 
Não se trata de um milagre, é apenas a chance que cada ser humano 
precisar dar-se para romper a linha que impede de acreditar em si mesmo. 
Não estamos propondo uma solução mágica para resolver este drama que 
ataca o homem desde o aparecimento da terra. Tudo dependerá do seu 
esforço, da sua vontade e da sua determinação para encontrar a liberdade 
tão sonhada: falar com desembaraço e sem inibições. 
Quando a confiança começar a aparecer, pelo conhecimento e 
consciência dos aspectos positivos da sua comunicação, as qualidades 
latentes encontrarão caminho livre para o seu aperfeiçoamento e começarão 
a dividir gradativamente um reforço ao conjunto da sua Expressão Verbal. 
A experiência demonstra que, nessa fase, os defeitos e as falhas começam a 
desaparecer ou perder a importância, devido ao seu enfraquecimento e ao 
Comunicação e Expressão Oral 
 
65˧ 
 
significativo robustecimento da personalidade. Nem sempre esse processo é 
rápido e simples. Ás vezes exigem-se anos até que ocorra completa 
transformação, pois o orador imaginado foi construído dia a dia durante 
toda a vida e fixou-se de tal forma na mente, que é necessária até muita 
persistência para modificá-lo. 
Ao final, quando já tiver trabalhado duro na conquista da segurança, 
se sentir ainda certo nervosismo antes de falar ou mesmo quando estiver 
falando, não se preocupe, isto é normal e ocorre com quase todos os 
oradores, até com os mais experientes. Osmar Santos um dos maiores 
comunicadores brasileiros, disse, em uma das formaturas no nosso curso de 
Expressão Verbal, que sempre ficava nervoso antes de falar e achava isso 
tão importante que tinha prometido a si mesmo abandonar a profissão de 
locutor esportivo quando não sentisse mais esta sensação antes de narrar 
um espetáculo. Faça deste sintoma outro fator de apoio ao seu sucesso na 
arte de falar; canalize o nervosismo dentro da força de sua comunicação; 
distribua-o entre a vibração e a emoção das suas palavras e torne sua 
mensagem mais convincente. Assim, o nervosismo remanescente estará 
colaborando para conquistar a mente e o coração de seus ouvintes. Fale 
principalmente com a energia da verdade do seu coração; traduza em 
palavras apenas suas convicções mais profundas, pois elas colocarão um 
escudo protetor contra o receio e trarão à superfície todas as ideias que 
desejar transmitir. 
Coelho Neto, grande escritor brasileiro, deixou um magnífico 
exemplo da importância desta convicção interior. Ele ocupava a cadeira 
número dois na Academia Brasileira de Letras e coube-lhe a 
responsabilidade de saudar Mário de Alencar, que ocuparia a cadeira 
número vinte e um, no lugar de José do Patrocínio. 
Nesta saudação conta o autor de A CONQUISTA que certa noite, 
no Teatro Lucinda, no Rio de Janeiro, encontraram-se dois extraordinários 
oradores: José do Patrocínio e Silva Jardim. Eles que haviam lutado lado a 
Comunicação e Expressão Oral 
 
66˧ 
 
lado em defesa da causa da abolição dos escravos, agora eram adversários, 
porque Silva Jardim se apaixonara por novo ideal, a causa republicana, que 
ia contra a linha de pensamento de José do Patrocínio. Silva Jardim falou 
inicialmente e entusiasmou a todos quantos o ouviram, pela elegância e 
firmeza da sua comunicação, temperada com envolventes doses de ironia. 
Quando chegou a vez de José do Patrocínio, ouviu-se uma palavra 
hesitante e tímida, saída de uma figura apagada, quase medrosa, que 
lanceava com o olhar indeciso o auditório agitado. Já se pronunciavam as 
primeiras vaias na plateia. “Não era o tribuno fogoso dos grandes dias, 
relata Coelho Neto, mas um vencido que se rendia de rastos aos pés do 
adversário.” 
Prestes a ser derrotado, sem que ninguém esperasse, veio, de 
repente, entre um tartamudear e outro de suas palavras, uma frase áspera do 
alto de uma das torrinhas do teatro, que cruzou o espaço e bateu como uma 
chicotada no rosto do tribuno “Cala a boca negro”. 
Coelho Neto descreve com detalhes o momento da reação: 
“Patrocínio bambeou, tremeu, acenderam-se-lhe os olhos, as narinas 
entraram a aflar sofregamente como se farejavam com raiva; o seu corpo 
pôs-se a oscilar como zimbrando em mareta, e o gigante reapareceu 
formidando, o verbo explodiu com raios duma nuvem negra carregada de 
procela. 
Oh! Esse discurso, o apelo, à voz anônima, à voz covarde, ao silvo 
da víbora e, por fim, a resposta esmagadora a Silva Jardim, a reabilitação do 
caráter pela gratidão do patriota e pelo amor ao pai. 
O povo ergueu-se, e as mesmas vozes que, minutos antes, o haviam 
apupado aclamaram-no com delírio. A derrota mudou-se em triunfo e foi 
por entre alas que atroaram aplausos, através de uma oração estupenda, que 
Comunicação e Expressão Oral 
 
67˧ 
 
Patrocínio deixou o teatro onde estivera tão comprometida a reputação de 
sua eloquência arrebatadora”. 
Patrocínio soube depois que Paula Ney, um dos seus pares mais 
fieis, foi que havia propositalmente pronunciado aquelas palavras para 
mexer com seu brio e arrancar a fúria adormecida da verdade interior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
68˧ 
 
SEÇÃO 4 - 10 DICAS PARA FAZER UMA ÓTIMA 
APRESENTAÇÃO 
Falar em público é um grande desafio, mas que pode ser superado. 
Veja dez dicas rápidas que irão ajudar você a fazer uma apresentação de 
qualidade 
Quando falamos em público devemos estar atentos para nosso tom 
de voz, escolha das palavras, gesticulação e objetividade. Apresentação 
muito longas, de conteúdo complexo e com uso inadequado de recurso 
multimídia, como o PowerPoint, pode ser um grande fracasso. Para não 
cometer esses erros, você deve se preparar tanto intelectual como 
mentalmente. 
Para fazer uma apresentação de qualidade e alcançar seus objetivos, 
confira dez dicas para ajudá-lo: 
1) Pratique 
Se puder, reúna amigos e familiares e pratique a apresentação. É uma 
maneira de aprender a controlar o estresse e ansiedade. Além disso, seus 
colegas podem ajudá-lo com dicas e críticas positivas que irão aprimorar sua 
apresentação. 
2) Argumento 
Quando defender uma ideia, use perguntas retóricas. Elas são um recurso 
de persuasão forte que passa credibilidade e segurança sobre os argumentos 
que você irá defender. Além disso, é uma maneira de interagir com o 
público de maneira prática. 
3) Gesticulação 
Quando empregada de maneira correta, a gesticulação auxilia o 
entendimento do conteúdo que é passado. Suas mãos devem acompanhar 
Comunicação e Expressão Oral 
 
69˧ 
 
seuraciocínio, mas não de forma excessiva ou exagerada. Não fique parado 
em apenas um ponto do palco, mas mostre confiança e utilize os espaços 
disponíveis. 
 4) Além do conteúdo 
Saber de cor tudo aquilo que você irá falar não é suficiente. Tom de voz, 
eloquência e estilo são aspectos tão importantes quanto o conteúdo e 
podem ser ainda mais relevantes para o público. 
 5) Roupas 
O que você usa irá afetar a imagem que as pessoas têm de você. Procure 
por algo que corresponda com o público e não distancia as realidades do 
palco e da platéia. Além disso, não se esqueça de sorrir, esse pode ser seu 
melhor acessório. 
6) Expectativas 
Mantenha suas expectativas e um nível saudável e equilibrado. Mantenha-se 
positivo e não deixe que irritações e imprevistos prejudiquem sua 
preparação. 
7) Humor 
Descontrair ou quebrar o gelo é uma ótima forma de começar e terminar 
sua apresentação. No início, ela irá aproximar você e o público de maneira 
amigável. No fim, é uma maneira de manter-se positivamente na memória 
das pessoas. 
8) Postura 
Além dos gestos, preste atenção em sua postura. Procure ficar com as 
costas eretas e o corpo bem posicionado, sem ficar apoiado por tempos 
longos em cadeiras ou púlpitos. Use seu corpo como expressão do que você 
Comunicação e Expressão Oral 
 
70˧ 
 
fala, para que as pessoas se correspondam emocionalmente com seus 
argumentos. 
 9) Modelos 
Você tem algum ídolo ou uma pessoa que admira muito? Veja como esse 
indivíduo se comporta durante as apresentações e procure aprender a partir 
desse modelo. Aproveite as partes positivas e negativas, procurando evitar 
falhas que ele cometeu. 
 10) Nervosismo 
Cada pessoa possui maneiras diferentes de relaxar. Encontre a sua e faça 
isso antes da apresentação. Mantenha pensamentos positivos, que ajudem 
você a se concentrar e estar bem preparo para sua tarefa. 
Fonte: 
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/05/04/9270
71/10-dicas-fazer-uma-otima-apresentaco.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
71˧ 
 
SEÇÃO 5 - A SINTONIA ENTRE ORADOR E PÚBLICO 
Sintonia - do grego syntonia - significa acordo mútuo, reciprocidade. 
Em Psicologia é o estado de quem se encontra em correspondência ou 
harmonia com o meio. Orador - do lat. oratore -, aquele que ora um 
discurso em público. Auditório - do lat. auditoriu -, conjunto de ouvintes 
que assiste a algum discurso. 
A indutância, a capacitância a ressonância e a própria sintonia em 
eletricidade oferecem-nos campo para a analogia. Valendo-nos da 
ressonância, coloquemos quatro pêndulos (dois de comprimento curto e 
dois de comprimento longo) e movimentemos um deles. Imediatamente, o 
pêndulo de mesmo comprimento começará a oscilar querendo entrar na 
mesma freqüência daquele que foi acionado, enquanto os outros dois 
permanecem fixos. Como interpretar psicologicamente esse fenômeno 
mecânico? 
O discurso oratório pressupõe o emissor, a mensagem e o receptor. 
O orador é o indutor, ou seja, o pêndulo emissor. À sua frente os ouvintes. 
Para que seja ouvido deve entrar em sintonia com o auditório. Mas, o que é 
entrar em sintonia com o público? é captar o ponto médio dos ouvintes e 
trabalhar em cima dele. Pois, se estiver muito acima da média não será 
entendido e, muito abaixo, tornar-se-á desinteressante. 
O impacto interpessoal define o ajustamento entre o orador e o 
público. Para que o orador desperte a atenção consciente dos ouvintes, deve 
falar somente aquilo que interessa ao auditório. Pressupor público 
inteligente e falar como se estivesse na condição de ouvinte auxiliam 
sobremaneira a preparação de nossa peça oratória. Consequentemente, 
criaremos um campo mental harmonioso entre nossa pessoa e aqueles que 
nos ouvem. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
72˧ 
 
A manutenção do interesse durante a exposição exige diversos 
cuidados. Primeiramente, o preparo do orador. Este deve ter em mente a 
sintonia com Deus, consigo próprio e com aqueles que irão ouvi-lo. Em 
segundo lugar, a preparação do tema. Montar e seguir um roteiro, deixando 
brechas para a criatividade do momento, em que os Benfeitores Espirituais 
poderão inspirar-nos o pensamento correto para atender às necessidades do 
ambiente. 
Apliquemos todas as nossas potencialidades para a compreensão do 
tema a ser exposto. A naturalidade de nossa expressão garantirá a verdadeira 
sintonia com o público que nos assiste. 
Fonte: http://www.ceismael.com.br/oratoria/sintonia-entre-orador-
publico.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Expressão Oral 
 
73˧ 
 
SEÇÃO 6 - OS CEM ERROS MAIS COMUNS NA ORATÓRIA 
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. 
Alguns, no entanto, como ocorrem com maior frequência, merecem 
atenção redobrada. O primeiro capítulo deste manual inclui explicações 
mais completas a respeito de cada um deles. Veja os cem mais comuns do 
idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles. 
1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a 
bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-
humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, 
mal-estar. 
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: 
Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. 
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é 
invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve 
haver muitos casos iguais. 
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar 
admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / 
Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns 
objetos. / Sobravam ideias. 
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. 
Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. 
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre 
mim e você. / Entre eles e ti. 
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use 
apenas há dez anos ou dez anos atrás. 
Comunicação e Expressão Oral 
 
74˧ 
 
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: 
Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há 
mais, ganhar grátis, viúva do falecido. 
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a 
menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) 
Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, 
a caráter. 
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a 
palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não 
sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se 
atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o 
trânsito estava congestionado. 
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai 
assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida 
não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram 
(desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou 
ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos 
estudantes. 
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: 
Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível 
lutar a morrer sem glória. 
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o 
sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro 
erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre 
o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias. 
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras 
grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" 
(paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), 
Comunicação e Expressão Oral 
 
75˧ 
 
"previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" 
(cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo"

Continue navegando