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ALUNA: SABRINA DE OLIVEIRA RODRIGUES DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DO TRABALHO PROFA.: SIMONY SOUZA RAFFA QUINTANA ESTUDO DIRIGIDO 1. O que é eurocentrismo? Pensamento social sobre como nossa vida cotidiana, nossas relações intersubjetivas, nossos processos educativos escolares, e nossa própria maneira de pensar e viver com os outros, estão orientadas por uma lógica cognitiva ou uma racionalidade específica produzida no período colonial, onde a centralidade e superioridade da visão europeia se sobressai às outras visões de mundo. 2. Em que fatos se apoiam a afirmação de que a conotação colonial negativa dos povos não europeus (reduzida à índios ou negros), aconteceu de forma estratégia e intencional pelos colonizadores? O colonialismo europeu foi inaugurado em meados do século XV e se consolidou na relação América-Europa a partir do século XVI, depois se expandiu para o resto do mundo. É muito claro que este processo foi conduzido, principalmente, por interesses econômicos de países europeus, que viam na América uma fonte de exploração de recursos naturais e humanos e, consequentemente, o enriquecimento dos colonizadores. Outra característica do colonialismo, é que os colonizadores europeus, nas investidas empreendidas na América e em outros continentes, entraram em contato com territórios geográficos e humanos completamente distintos e desconhecidos e, ao mesmo tempo, desafiadores. A relação com estes “outros”, os diferentes, foi desde o início marcada pelo interesse econômico colonial de dominação e exploração 3. O que seria a perspectiva biopsíquica da qual se originou a Psicologia? Qual a consequência ou influência dessas teorias colonizadores nas relações sociais nas sociedades modernas ocidentais? A Psicologia como ciência se originou da perspectiva biopsíquica que relaciona características físicas (como tamanho de cabeça, nariz, genitálias, cor de pele, quadril, etc) a qualidades ou comportamentos morais e de inteligência. Esta perspectiva biopsíquica influenciou fortemente o estudos de inteligência do século XIX e decorrentes invenções dos testes psicológicos incluindo o de “Coeficiente de Inteligência – QI”. Como consequência também dessa perspectiva surgiram tantas teorias racistas e do caráter nacional formuladas na Europa no decorrer do século dezenove, que serviram para justificar as condições de vida muito desiguais de grupos e classes sociais no mundo da suposta “igualdade de oportunidades”. 4. O que é xenofobia? Xeno significa “diferente” e fobia significa “aversão”, portanto, xenofobia é a característica de sentir aversão ao que é diferente de si mesmo ou do padrão que deve ser seguido. Isso significa dizer que: num contexto psicossocial baseado naquele modelo de humanidade e temperado com racionalidade/lógica xenofóbica, pessoas que apresentam características que variam das “pessoas ideais” homem, branco, heterossexal, podem ser classificadas como “diferentes”, portanto, dignas de serem marginalizadas, excluídas, perseguidas ou, até mesmo, exterminadas. 5. Você já viveu ou presenciou alguma situação acadêmica ou profissional, de marginalização, exclusão ou perseguição, baseado no distanciamento do modelo de humanidade colonial moderno? Felizmente não, esse tipo de situação é algo que eu apenas tive conhecimento através da internet ou mídia, mas que é claro que há um certo processos de desqualificação humana, ou seja, são tratados como menos humanos ou dignos de uma cidadania de segunda classe. 6. Comente a afirmação (...) "Os direitos humanos e a cidadania estão igualmente condicionados ao reconhecimento ou não do gradiente/escore de humanidade de cada um'. (Nogueira e Guzzo 2017 pg.424.) Isso significa que em nossa sociedade os direitos humanos e os direitos civis são experienciados como privilégios, daqueles considerados mais humanos ou que se aproximam mais do conjunto de características determinadas como humanas. O contrário também é verdadeiro: quanto mais características rechaçadas e indesejáveis a pessoa possui, menos irá valer o seu direito de ter seus direitos humanos e civis respeitados, logo, eles podem ser preteridos, sem prejuízo algum, para o desenvolvimento da nossa sociedade ocidental colonial/moderna hegemônica. 7. Cite exemplos de processos de colonização mental propagados no Brasil através do governo, mídia ou escola. Os modelos escolares implantados, os currículos escolares que privilegiam, exclusivamente, a história e a cultura de nossos colonizadores europeus, como referência de produção de conhecimentos válidos. Isso significa que, no sistema formal da educação brasileira, estamos há cinco séculos ensinando uma mentalidade/racionalidade/lógica de ver, sentir e viver no mundo uns com os outros, que está circunscrita num paradigma exclusivista e excludente. 8. O que é necessário para desnaturalizar a mentalidade colonial? precisamos de leis que tornam obrigatória a educação das relações étnico-raciais, sobretudo ressaltando referências de povos afrodescendentes e indígenas, afinal nossa nação é composta por uma diversidade histórica e cultural de povos que não se relacionam em pé de igualdade e de direitos, nem mesmo no currículo escolar. Supervalorizamos as contribuições europeias em nossa sociedade e menosprezamos, desprezamos, invisibilizamos e silenciamos as contribuições de povos não-europeus milenares. A profunda desigualdade social em nosso país foi forjada e mantida pelas estruturas sociais baseadas na lógica eurocentrista e racista de funcionamento. Se estamos interessados em transformar esse processo histórico, em construir um novo projeto de sociedade, novas relações psicossociais realmente democráticas, é necessário criarmos, construirmos e reconstruirmos novos modelos de humanidade, onde a pluralidade étnica, a diversidade cultural, a intersubjetividade dialógica de fato aconteçam. Outra atitude que pode ser considerada revolucionária, no sentido de educar para transformar as relações étnico-raciais, é cada pessoa se orientar para reconhecer a humanidade daqueles povos e culturas que foram desqualificados, desumanizados, negados, explorados e marginalizados 9. A Constituição federal se assenta sob os princípios da liberdade e igualdade fundados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O artigo destaca alguns trechos destes documentos norteadores. Destaque aquele que você considera o mais difícil de ser cumprido na nossa realidade de região Tocantina. Com relação a não discriminação II. Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição Com relação a igualdade VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. (ONU, 1948) Os Nordestinos e Nordestinos são bastantes discriminados por conta do sotaque, da cultura, da cor principalmente. 10. Comente a definição de racismo e racista, segundo Munanga (2004) citado no artigo pag.7 Segundo Munanga, o racismo é uma crença na existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural. O racista cria a raça no sentido sociológico, ou seja, a raça no imaginário do racista não é exclusivamente um grupo definido pelos traços físicos... O racista acredita na existência de apenas uma verdade e tenta impor a sua sobre os demais. O sujeito que pratica o racismo considera que as características de outros grupos sociais que não seja o seunaturalmente inferiores. De outro modo, o racismo é essa tendência que consiste em considerar que as características intelectuais e morais de um dado grupo, são consequências diretas de suas características físicas ou biológicas Considerando a definição de preconceito racial de Nogueira 2006, citado na pág 27. do livro Educação das Relações Etnico Raciais, quais são as caracteristicas identificadas no Brasil: a) Quanto ao modo de atuar No brasil, temos como exemplo, uma empresa em que pode opor maior resistência para contratar um negro do que um branco b) Quanto a definição de um membro dos grupos discriminador e discriminado Tem se como definição a aparência racial, em que o branco se torna discriminador e o negro o discriminado c) Quanto a carga efetiva No Brasil, as marcas negras, especialmente em uma pessoa por quem se tem amizade, simpatia ou consideração, causam pesar, do mesmo modo que causariam um defeito físico d) Quanto ao efeito sobre as relações interpessoais Um indivíduo pode ter preconceito contra pessoas de cor e ao mesmo tempo, ser amigo particular, cliente ou admirador de um negro sem que isso implique na mudança de atitude, pois não envolve uma reflexão mais profunda do seu ponto de vista, como se fosse apenas uma exceção. e) Quanto a ideologia Quando o preconceito é de marca, a ideologia é, ao mesmo tempo, assimilacionista e miscigenacionista onde é de origem, é segregacionista e racista. No Brasil, é miscigenacionista no que toca aos traços físicos, por exemplo, quando observados discursos de branqueamento da população, em que os traços negros ou indígenas vão se perdendo aos poucos. Por outro lado, é assimilacionista em relação às marcas culturais, por exemplo, espera-se, em geral, que o Indivíduo de outra origem, que não a luso- brasileira (e mesmo ela), abandone, progressivamente, sua herança cultural em proveito da "cultura nacional", ou seja língua, religião, costumes. Nos Estados Unidos, a expectativa da maioria em relação as minorias é que se mantenham nucleadas, constituindo cada qual um mundo social à parte, de modo a se misturar o mínimo possível com aquela, cuja pureza racial é preciso preservar. f) Quanto a distinção entre diferentes minorias No preconceito de marca, o dogma da cultura prevalece sobre o da raça, ou seja, as minorias menos etnocêntricas são favorecidas. No preconceito de origem, o contrário acontece, de modo que se percebe uma maior tolerância para com as minorias mais etnocêntricas. "Em São Paulo, um descendente de sírios observou, gracejando ‘O problema do italiano, no Brasil, é o da desmacarronização, assim como o do sírio é o da desquibização e, o do alemão, o da desbifização. O do preto é o do branqueamento’” (NOGUEIRA, 2006, p. 299). Nos Estados Unidos, quando duas ou mais minorias são comparadas, frequentemente se aponta como atenuante o "estar ela satisfeita consigo mesma" e, portanto, o "não estarem seus membros procurando impor-se aos outros grupos". De um modo geral, há maior tolerância que no Brasil para com imigrantes que falam, mesmo em público, a sua própria língua, os quais conservam a sua própria música etc. g) Quanto a etiqueta No preconceito de marca, o dogma da cultura prevalece sobre o da raça, ou seja, as minorias menos etnocêntricas são favorecidas. No preconceito de origem, o contrário acontece, de modo que se percebe uma maior tolerância para com as minorias mais etnocêntricas. "Em São Paulo, um descendente de sírios observou, gracejando ‘O problema do italiano, no Brasil, é o da desmacarronização, assim como o do sírio é o da desquibização e, o do alemão, o da desbifização. O do preto é o do branqueamento’” (NOGUEIRA, 2006, p. 299). Nos Estados Unidos, quando duas ou mais minorias são comparadas, frequentemente se aponta como atenuante o "estar ela satisfeita consigo mesma" e, portanto, o "não estarem seus membros procurando impor-se aos outros grupos". De um modo geral, há maior tolerância que no Brasil para com imigrantes que falam, mesmo em público, a sua própria língua, os quais conservam a sua própria música etc. h) Quanto ao efeito sobre o grupo discriminado Nos locais onde o preconceito é de marca, a consciência da discriminação tende a ser intermitente, nos Estados Unidos, a consciência da aparência racial por parte do negro é contínua, permanente e envolve três tendências que se interpenetram. 1. Uma preocupação de autoafirmação; 2. Uma constante atitude defensiva; 3. Uma aguda e peculiar sensibilidade as referências, explicitas ou implícitas, à questão racial. i) Quanto à reação do grupo discriminado Em uma sociedade considerada com preconceito de marca, a reação se dá individualmente, em que o sujeito procura contrapesar suas marcas por meio de aptidões e características que impliquem aprovação social pelos de sua própria condição racial e, especialmente componentes de grupo dominante. j) Quanto à estrutura social Nesse caso, no que se refere ao preconceito de marca, a probabilidade de ascensão social é influenciada pela intensidade das marcas de que o indivíduo é portador, e o preconceito de origem, os grupos discriminador e discriminado permanecem rigidamente separados um do outro, em status, como se fossem duas sociedades paralelas, com uma associação recíproca, mas irredutíveis uma à outra.
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