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SOC 11 RAÇA

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SOCIOLOGIA
PRÉ-VESTIBULAR 81PROENEM.COM.BR
RAÇA11
ENTENDENDO RAÇA E ETNIA
Um dos debates mais constantes da sociedade contemporânea 
está relacionado ao uso dos termos “raça” e “etnia”, que ao longo 
do tempo assumiram e agregaram valores diferentes através do 
pensamento científico e das Ciências Humanas.
Indígena Brasileira da etnia Terena. 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c6/%C3%8Dndia_da_etnia_Terena.jpg
Pessoas da tribo Massai. https://pxhere.com/pt/photo/1108500
RAÇA
O conceito Raça remonta o século XIX, à medida em que 
responde às necessidades de explicar as diferenças entre as 
sociedades, os homens e os grupos de indivíduos em diversos 
espaços e tempos históricos.
Essa visão, amplamente difundida no século XIX, foi muito 
influenciada pelas teorias darwinistas, em que o cientificismo 
tentava explicar as diferenças a partir de um determinismo biológico.
O aspecto genético explicava as diferenças físicas entre os 
indivíduos e entre os grupos sociais ou sociedades, e isso inclusive 
determinava pré-disposições de comportamentos sociais e 
individuais, o que muito colaborou com teorias “racistas”, ou seja, 
preconceituosas e excludentes.
TEORIAS JUSTIFICATÓRIAS
O Darwinismo Social sempre esteve presente dentro da 
perspectiva social. O Darwinismo Social, de maneira geral, pode ser 
definido na crença de que as sociedades mudariam e evoluiriam 
em um mesmo sentido e que tais transformações representavam a 
transposição de um nível menos elevado para um estágio superior. 
De maneira análoga ao desenvolvimento do homem, as sociedades 
também estariam sujeitas à Lei da Seleção Natural.
Dentro de um determinado contexto, prevaleceriam as 
sociedades mais aptas e capazes, sendo as outras extintas, seja 
pela luta com as mais “desenvolvidas” ou pela dificuldade de 
superar obstáculos naturais. Assim, as sociedades mais hábeis 
foram prevalecendo em detrimento de outras que não conseguiam 
prosperar dentro de ambiente hostil. Sociedades menos evoluídas 
poderiam até sobreviver, desde que não fossem submetidas à Lei 
da Seleção Natural. Alguns evolucionistas chegaram a classificar 
as sociedades tradicionais da África, América e Oceania como 
verdadeiros fósseis vivos. Seriam modelos de estágios arcaicos 
fazendo parte do passado da humanidade.
O evolucionismo e o próprio Darwinismo Social foram utilizados 
como justificativa de muitas dominações ao longo da História. 
Como exemplo clássico desse processo, temos o Imperialismo 
no século XIX, no qual países como Inglaterra, França e Portugal, 
em nome da conquista de novos mercados, deslocamento de 
capital excessivo e procura por mão de obra barata, entre outros 
motivos, buscaram áreas consideradas por eles menos evoluídas e 
carentes de civilização e cultura, dominando-as e influenciando-as 
de forma arbitrária e muitas vezes unilateral. Esse processo acabou 
por hierarquizar as culturas e favorecer aqueles que tinham poder 
bélico, econômico e, por esse motivo, acabaram por destruir todas 
as organizações culturais existentes em países da África e em 
outros países da Ásia, por exemplo.
O conceito de Raça está, portanto, intimamente relacionado 
com o âmbito biológico; as diferenças de características físicas 
“explicam” o que faz daquele grupo social um grupo particular. 
Podemos compreender melhor o que se quer dizer quando falamos 
de raça quando nos atentamos para as questões de cor de pele, tipo 
de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e genética.
ETNIA
Em relação ao conceito Etnia, entendemos que houve uma 
necessidade, a partir de tudo o que promoveu o termo “raça”, de 
se criar outro tipo de análise, essa mais relativista e respeitosa 
em relação às diferenças. O termo “etnia” deriva do grego ethnos, 
cujo significado é povo. A etnia representa a consciência de um 
grupo de pessoas que se diferencia dos outros. Esta diferenciação 
ocorre em função de aspectos culturais, históricos, linguísticos, 
raciais, artísticos e religiosos. A Etnia não é um conceito fixo, 
podendo mudar com o passar do tempo. O aumento populacional 
e o contato de um povo com outros (miscigenação cultural) podem 
provocar mudanças numa determinada etnia.
Geralmente usamos o termo etnia para nos referirmos a grupos 
indígenas ou de nativos. Porém, o termo etnia pode ser usado para 
designar diversos grupos étnicos existentes no mundo. A ciência 
que estuda as etnias é conhecida como Etnologia, e a escrita 
resultante da observação e análise desses grupos é chamada de 
Etnografia.
O conceito de Etnia, então, está relacionado ao âmbito da 
cultura, aos modos de viver, costumes, afinidades linguísticas de 
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR82
SOCIOLOGIA 11 RAÇA
um determinado povo, e que criam as condições de pertencimento 
àquela determinada etnia. Podemos compreender melhor as 
questões étnicas a partir dos inúmeros exemplos que enchem a 
televisão de manchetes, como os eternos conflitos entre grupos 
étnicos no Oriente Médio, que vivem em disputa política por 
territórios, motivadas por diferenças culturais e religiosas.
A etnia se concretiza no vínculo cultural que é criado entre os 
indivíduos que compartilham de uma identidade cultural. Identidade 
cultural é a relação que se estabelece entre “semelhantes”. Ou seja, 
os símbolos que constituem uma cultura, quando são partilhados 
por um grupo, acabam criando uma identidade cultural que, 
por vezes, acaba dando sentido a uma Nação. Esse conceito de 
Nação passa a ganhar força a partir do século XVI, quando são 
constituídos os Estados Nacionais Modernos.
Com o objetivo de desconstruir as implicações do uso do termo 
raça, o estruturalista Claude Lévi-Strauss, através de estudos 
etnológicos no Brasil, teve a percepção de que o homem sai do 
seu estado natural e se incorpora ao seu estado cultural quando 
aprende a cozinhar, aprende uma linguagem e um conjunto de 
símbolos. Nessa medida, a identidade cultural é uma só, mesmo 
a brasileira que, embora composta por tantas diferenças, é rica em 
diversidade e pluralidade.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Defina raça.
02. Aponte as principais características do Darwinismo Social.
03. Defina ethnos.
04. Defina etnia.
05. Diferencie raça e etnia.
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01. (...) Como para mim é mais difícil vestir a pele de uma mulher 
negra, porque por ser branca eu tenho menos elementos que 
me permitem alcançá-la, eu preciso fazer mais esforço. Não 
porque sou bacana, mas por imperativo ético. E a melhor forma 
que conheço para alcançar um outro, especialmente quando 
por qualquer circunstância este outro é diferente de mim, é 
escutando-o. Assim, quando ouvi que não deveria usar turbante, 
entre outros símbolos culturais das mulheres negras, fui escutá-
las. Acho que isso é algo que precisamos resgatar com urgência. 
Não responder a uma interdição com uma exclamação: “Sim, eu 
posso!”. Mas com uma interrogação: “Por que eu não deveria?”. 
As respostas categóricas, assim como as certezas, nos mantêm 
no mesmo lugar. As perguntas nos levam mais longe porque nos 
levam ao outro. (...)
BRUM, Eliane. De uma branca para outra. El País. 20 de fevereiro de 2017. 
Adaptado. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/20/
opinion/1487597060_574691.html>
Assinale a alternativa que apresenta o conceito sociológico que 
melhor representa o desejo de compreensão do outro apresentado 
pela autora.
a) Etnocentrismo.
b) Antropocentrismo.
c) Relativismo Cultural.
d) Fato Social.
e) Relativismo Físico.
02. Em geral, cada povo se crê, de boa fé, superior a outro; e basta 
que as paixões se intrometam, eis que a guerra explode: mata-se 
tanto quanto se pode, de uma parte e de outra, como se esmagam 
insetos. Mais se mata, mais se é glorioso. 
RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. 
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015, p. 132.
Assinale a alternativa que apresenta o conceito sociológico 
que melhor representa a crença de um povo em relação a outro, 
apresentada no textoda questão. 
a) Relativismo Cultural.
b) Etnocentrismo.
c) Racismo.
d) Ideologia.
e) Alienação.
03. (UNICENTRO) Nas relações sociais, algumas imagens 
negativas são atribuídas a pessoas ou grupos de identidades, 
visando à exclusão nas interações sociais. Construída de forma 
simplista, enfatiza o que há de similar entre as pessoas e pode 
envolver qualquer aspecto distintivo, idade, raça, sexo, profissão, 
local de residência ou grupo ao qual é associada. Tais imagens 
pejorativas são denominadas de 
a) socialização transversal.
b) estereótipo social.
c) paradoxo social.
d) racismo.
e) sexismo.
04. (UEMA) Os preconceitos fazem parte da vida em sociedade e 
resistem às mudanças, muitas vezes alimentando as desigualdades 
e a exclusão social, conforme trecho da música A Carne dos 
compositores Seu Jorge, Marcelo Yuca e Wilson Capellette. 
A carne mais barata do mercado é a carne negra que vai de 
graça ‘pro’ presídio 
E para debaixo de plástico que vai de graça ‘pro’ subemprego 
E ‘pros’ hospitais psiquiátricos 
A carne mais barata do mercado é a carne negra 
Que fez e faz história 
Segurando esse país no braço 
O cabra aqui não se sente revoltado 
Porque o revólver já está engatilhado 
E o vingador é lento 
Mas, muito bem intencionado 
E esse país vai deixando todo mundo preto e o cabelo esticado... 
Seu Jorge; Marcelo Yuca e Ulisses Cappelletti. “A Carne”. In: Farofa Carioca, Moro no 
Brasil. Rio de Janeiro: independente, 1998. 
Os conceitos sociológicos apresentados no trecho da composição 
A Carne são os seguintes: 
a) acomodação, discriminação racial, exploração do trabalho.
b) institucionalização, igualdade social, politização.
c) marginalização, industrialização, socialização.
d) democracia, cidadania, desigualdade social.
e) estigma, flexibilização, modernização.
05. (UEMA) (...) Uma opinião diversa da minha, um modo de se 
comportar oposto ao meu, obriga-me a refletir. Eu me questiono, o 
que enriquece minha maneira de ver, de pensar e de agir. Enfim, o outro 
me faz progredir e ajuda-me na construção de minha personalidade. 
Não se trata de aceitar, sem refletir, os modismos ou de ser um cata-
vento girando aos quatro ventos. Trata-se, somente, de se abrir ao 
mundo exterior, de ficar atento aos outros; ou seja, de estar pronto 
a compreender, reagir, construir. O racismo somente será vencido 
quando nós soubermos dizer ao outro um “muito obrigado”, tanto 
maior quanto maiores forem as diferenças entre nós.
JACQUARD, Albert. Todos semelhantes, 
todos diferentes. São Paulo: Augustos, 1993. 
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
11 RAÇA
83
SOCIOLOGIA
Os seres humanos se percebem na relação social com o outro e esse 
outro, dentro de um possível, nos leva a refletir sobre o nosso modo 
de ser, de pensar e de agir. Na relação do eu – outro constrói-se 
a) idiolatricidade.
b) identidade.
c) igualdade.
d) idealidade.
e) idealismo.
06. (ENEM) O processamento da mandioca era uma atividade 
já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada 
de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de 
colonização portuguesa, a produção da farinha foi aperfeiçoada 
e ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o território da 
colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio 
atlântico em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os 
mares e chegou aos mercados africanos.
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações 
entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 
20 ago. 2014 (adaptado).
Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto 
exemplifica historicamente a 
a) difusão de hábitos alimentares. 
b) disseminação de rituais festivos. 
c) ampliação dos saberes autóctones. 
d) apropriação de costumes guerreiros. 
e) diversificação de oferendas religiosas. 
07. (ENEM) Quem acompanhasse os debates na Câmara dos 
Deputados em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de 
fazendeiros do Rio de Janeiro: “Ninguém no Brasil sustenta a 
escravidão pela escravidão, mas não há um só brasileiro que não se 
oponha aos perigos da desorganização do atual sistema de trabalho”. 
Livres os negros, as cidades seriam invadidas por “turbas ignaras”, 
“gente refratária ao trabalho e ávida de ociosidade”. A produção seria 
destruída e a segurança das famílias estaria ameaçada. Veio a Abolição, 
o Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou será que alguém 
duvida?). Passados dez anos do início do debate em torno das ações 
afirmativas e do recurso às cotas para facilitar o acesso dos negros 
às universidades públicas brasileiras, felizmente é possível conferir a 
consistência dos argumentos apresentados contra essa iniciativa. 
De saída, veio a advertência de que as cotas exacerbariam a questão 
racial. Essa ameaça vai completar 18 anos e não se registraram casos 
significativos de exacerbação.
GASPARI. E. As cotas e a urucubaca. Folha de S. Paulo, 3 jun. 2009.
O argumento elaborado pelo autor sugere que as censuras às 
cotas raciais são 
a) politicamente ignoradas.
b) socialmente justificadas.
c) culturalmente qualificadas.
d) historicamente equivocadas.
e) economicamente fundamentadas.
08. (UEMA) Costumo dizer que nenhuma nação passa 
impunemente por quase quatro séculos de escravidão. E se o modo 
de produção escravista perdurou no Brasil até o final do século XIX, 
não há possibilidade de as marcas se apagarem com facilidade. As 
marcas materiais e as simbólicas. As duas imbricadas. A cultura 
da Casa Grande sobrevive solidamente na sociedade brasileira, por 
menos que o queiramos. O preconceito e a discriminação contra 
os negros são heranças presentes da escravidão. Claro que temos 
avançado. Há hoje um forte movimento negro no País. Há mais 
consciência da sociedade brasileira contra o racismo. Mas, ainda 
temos uma longa estrada pela frente.
Carta Capital. Seção: Diálogos. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/app/
coluna>. Acesso em: 08 maio 2008.
Indique a alternativa que interpreta corretamente o texto acima. 
a) A situação do(a) negro(a) no Brasil mudou radicalmente na 
atualidade pois não existe mais o racismo.
b) As relações raciais no Brasil são fruto da situação histórica de 
formação desigual dessa sociedade.
c) A desigualdade entre as classes sociais no Brasil se sobrepõe 
às diferenças raciais, pois o país é racionalmente democrático.
d) A sociedade brasileira é exemplo de democracia racial, pois no 
Brasil o racismo é combatido.
e) O movimento negro propõe a superação da desigualdade 
social em detrimento da igualdade racial.
09. PM dá ordem para abordar ‘negros e pardos’
Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, policiais 
militares do bairro Taquaral, um dos mais nobres de Campinas, 
cumprem a ordem de abordar “indivíduos em atitude suspeita, 
em especial os de cor parda e negra”. A orientação foi dada 
pelo oficial que chefia a companhia responsável pela região, 
mas o Comando da PM nega teor racista na determinação. 
O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes 
Beneducci orienta a tropa a agir com rigor, caso se depare com 
jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco 
pessoas e tenham a pele escura. Essas seriam as características 
de um suposto grupo que comete assaltos a residências no bairro.
Para o frei Galvão, da Educafro, a ordem de serviço dá a 
entender que, caso os policiais cruzem com um grupo de brancos, 
não há perigo. Na manhã de hoje, ele pretende enviar um pedido 
de explicações ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário da 
Segurança Pública, Fernando Grella.
Thaís Nunes. Diário de S. Paulo. 23 jan. 2013. Adaptado. Disponível em: http://www.
diariosp.com.br/n/42509 > Acesso em 23 jan. 2013.
Esse tipo de ação da polícia denota: 
a) que os critérios de cor e de raça continuam presentes tanto no 
imaginário quanto nas práticas sociais.
b) que, de fato, homens negros são mais perigosos que homens 
brancos.
c) que os criminosos são somente indivíduos negrose pardos.
d) que a raça é um critério válido cientificamente para 
diferenciação dos indivíduos.
e) que a sociedade vive em uma anomia racial.
10. (UEPA) Com base nos textos I e II, responda à questão.
TEXTO I
Responsabilidade pelas diferenças é da sociedade atual
No período colonial e imperial brasileiro, um modelo de 
escravidão extremamente brutal sobre suas vítimas não deixara de 
lograr mecanismos de mobilidade social para alguns descendentes 
de escravizados que se tornaram libertos.
No Brasil do século 19, em algumas regiões, eles poderiam 
chegar mesmo a 80% do total da população livre; dados 
semelhantes aos de Cuba. No Sul dos Estados Unidos, por exemplo, 
o índice era de apenas 4%. Alguns destes chegaram – de forma 
ainda hoje inédita – aos altos escalões da vida cultural e politica do 
país. A lista não é tão pequena assim: Rebouças, Patrocínio, Caldas 
Barbosa, Machado de Assis.
Na contramão, há quem afirme que a liberdade conquistada 
pela alforria, em nossa antiga sociedade, era extremamente 
precária – em razão da cor, tornando as pessoas libertas de tez 
mais escura no máximo quase-cidadãos.
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR84
SOCIOLOGIA 11 RAÇA
De qualquer maneira, se é verdade que nossa realidade colonial e 
imperial guarda uma complexidade própria, o fato é que ao longo do 
século 20 a antiga sociedade acabaria abrigando um desconcertante 
paradoxo. O escravismo não tivera nada de harmonioso, mas o 
sistema de dominação abria margens para infiltrações.
Para as experiências do pós-emancipação, cor, raça e racismo 
foram paisagens permanentemente reconfiguradas. Ordem, 
trabalho, disciplina e progresso dialogaram com as políticas 
públicas de aparato policial e criminalização dos descendentes dos 
escravizados e suas formas de manifestação cultural e simbólica.
No projeto de nossas elites desse período vigorou a concepção 
de que o desenvolvimento socioeconômico era incompatível 
com nossas origens ancestrais em termos étnicos. Países com 
maiorias não brancas não atingiram, e jamais alcançariam, o tão 
desejado progresso. Os perniciosos efeitos do sistema escravista 
foram associados às suas vítimas, ou seja, os escravizados.
No contexto posterior aos anos 1930, a valorização simbólica 
da mestiçagem seria um importante combustível ideológico do 
projeto desenvolvimentista. Dado o momento histórico em que 
fora forjado, se pode até reconhecer que tal discurso poderia 
abrigar algum tipo de perspectiva progressista. Por outro lado, ao 
consagrar como natural a convergência das linhas de classe e cor, 
tal lógica tentou convencer que diferenças sociais derivadas de 
aparências físicas (cor da pele, traços faciais), conquanto nítidas e 
persistentes, inexistiam.
Ou se existiam eram para ser esquecidas, abafadas ou 
comentadas no íntimo do lar. Como tal, o mito da democracia 
racial serviu não apenas ao projeto de industrialização do país. 
Também se associou a um modelo de desenvolvimento que viria 
a ser assumidamente concentrador de renda e poder político em 
termos sociorraciais, dado que tais assimetrias passaram a ser 
incorporadas à paisagem das coisas.
Após o fim do mito da democracia racial, parece que se 
torna necessário romper com uma segunda lenda. A de que as 
assimetrias de cor ou raça sejam decorrência direta do escravismo, 
findado há 120 anos.
Tal compreensão retira da sociedade do presente a 
responsabilidade pela construção de um quadro social 
extremamente injusto gerado a cada instante, colocando tal 
fardo apenas nos ombros do distante passado. Nosso racismo 
está embebido de uma forte associação entre cor da pele e uma 
condição social esperada ou desejada. Tal correlação atua nos 
diversos momentos da vida social, econômica e institucional.
A leitura dos indicadores sociais decompostos pela variável cor 
ou raça expressa a dimensão de tais práticas sociais inaceitáveis. 
Se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica 
então ratificado o mito. Se não se conformam, dizem os maus 
presságios: haverá ruptura de nossa paz social.
O racismo e as assimetrias de cor ou raça do presente não 
são produtos da escravidão, muito embora tenham sido vitais 
para o seu funcionamento. Em sendo uma herança perpétua e 
acriticamente atual.
O que fazer para superar este legado? Este é o desafio de todos 
nós, habitantes deste sexto século brasileiro que há pouco despertou.
(Flávio Gomes e Marcelo Paixão. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/
especial/fj2311200806.htm.Texto adaptado)
TEXTO II
Quem foi que disse que o samba tem / Origem lá no morro meu 
bem / O samba nasce em qualquer lugar / Não dou exemplo pra não 
dar o que falar / Quando se tem ao lado um alguém / Com esse ritmo 
que é nosso também / Fazer samba não é privilégio de ninguém.
(Elza Soares: Teleco-teco).
A passagem do texto I que confirma a afirmativa contida no texto II é: 
a) em sendo uma herança perpétua e acriticamente atualizada, o 
passado fez-se presente.
b) este é o desafio de todos nós, habitantes deste sexto século 
brasileiro que há pouco despertou.
c) nosso racismo está embebido de uma forte associação entre 
cor da pele e uma condição social esperada ou desejada.
d) se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica 
então ratificado o mito.
e) o escravismo não tivera nada de harmonioso, mas o sistema 
de dominação abria margens para infiltrações.
11. (Enem PPL) É amplamente conhecida a grande diversidade 
gastronômica da espécie humana. Frequentemente, essa 
diversidade é utilizada para classificações depreciativas. Assim, 
no início do século, os americanos denominavam os franceses 
de “comedores de rãs”. Os índios kaapor discriminam os timbiras 
chamando-os pejorativamente de “comedores de cobra”. E a palavra 
potiguara pode significar realmente “comedores de camarão”. As 
pessoas não se chocam apenas porque as outras comem coisas 
variadas, mas também pela maneira que agem à mesa. Como 
utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos 
japoneses e das mãos por certos segmentos de nossa sociedade.
LARAIA, R. Cultura: um conceito antropológico. São Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado).
O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto 
de representações que grupos ou indivíduos formam sobre outros, 
tem como causa o(a) 
a) reconhecimento mútuo entre povos. 
b) etnocentrismo recorrente entre populações. 
c) comportamento hostil em zonas de conflito. 
d) constatação de agressividade no estado de natureza. 
e) transmutação de valores no contexto da modernidade. 
12. (ENEM PPL 2017) TEXTO I
Frantz Fanon publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo 
sobre colonialismo e racismo, Pele negra, máscaras brancas. 
Ao dizer que “para o negro, há somente um destino” e que esse 
destino é branco, Fanon revelou que as aspirações de muitos 
povos colonizados foram formadas pelo pensamento colonial 
predominante.
BUCKINGHAM, W. et al. O livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011 (adaptado).
TEXTO II
Mesmo que não queiramos cobrar desses estabelecimentos 
(salões de beleza) uma eficácia política nos moldes tradicionais 
da militância, uma vez que são estabelecimentos comerciais 
e não entidades do movimento negro, o fato é que, ao se 
autodenominarem “étnicos” e se apregoarem como divulgadores 
de uma autoimagem positiva do negro em uma sociedade racista, 
os salões se colocam no cerne de uma luta política e ideológica.
GOMES, N. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Disponível em: www.
rizoma.ufsc.br. Acesso em: 13 fev. 2013.
Os textos apresentam uma mudança relevante na constituição 
identitária frente à discriminação racial. No Brasil, o desdobramento 
dessa mudança revela o(a)
a) valorização de traços culturais.
b) utilização de resistência violenta.
c) fortalecimento da organização partidária.
d) enfraquecimento dos vínculos comunitários.
e) aceitação de estruturas de submissão social.
PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR
11 RAÇA
85
SOCIOLOGIA
13. (Enem) Texto I
Documentos do século XVI algumasvezes se referem aos 
habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente brasília” e, 
ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles 
aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses 
eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e 
“índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer 
outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de 
um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). 
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
Texto II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da 
América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, 
imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de 
outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões 
terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares 
quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos 
pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da 
a) concepção idealizada do território, entendido como 
geograficamente indiferenciado. 
b) percepção corrente de uma ancestralidade comum às 
populações ameríndias. 
c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos 
territórios conquistados. 
d) transposição direta das categorias originadas no imaginário 
medieval. 
e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. 
14. (UNIOESTE) “Na segunda metade do século XX, a tendência 
à superação das ideias racistas permitiu que diferentes povos 
e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. 
Grupos de negros pressionaram pela adoção de medidas legais 
que garantissem a eles igualdade de condições e combatessem 
a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos 
encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de descaso por 
assuntos referentes à África”.
Marina de Mello e Souza. A descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, 
novembro de 2008, p.72-75.
A partir deste texto e do conhecimento da sociologia a respeito da 
questão racial em nosso país, é possível afirma que 
a) autores como Gilberto Freyre, Florestan Fernandes, Fernando 
Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, entre outros tantos autores, 
são importantes por chamarem a atenção do país para o 
papel dos negros na construção do Brasil e da brasilidade, e as 
formas de exclusão explícitas e implícitas que sofreram.
b) apesar de relevante a luta contra o preconceito racial, o estudo 
da África só diria respeito ao conhecimento do passado, 
do período do Descobrimento do Brasil até a abolição da 
escravidão entre nós. 
c) estudar a África só nos indicaria a captura e a escravidão de 
diferentes povos africanos, tendo em vista que raça e o racismo 
são categorias ideológicas as quais servem para encobrir as 
fortes tensões sociais existentes entre a imensa classe de 
pobres e o seu oposto a dos ricos.
d) a autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais 
com categorias tais como a especificidade da raça negra, da 
raça branca, da raça amarela e outras mais.
e) nenhuma das alternativas está correta.
15. (UEL) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A palavra “bárbaro” é de origem grega. Ela designava, na 
Antiguidade, as nações não-gregas, consideradas primitivas, 
incultas, atrasadas e brutais. A oposição entre civilização e barbárie 
é então antiga. Ela encontra uma nova legitimidade na filosofia dos 
iluministas, e será herdada pela esquerda. O termo “barbárie” tem, 
segundo o dicionário, dois significados distintos, mas ligados: “falta 
de civilização” e “crueldade de bárbaro”.
A história do século 20 nos obriga a dissociar essas duas 
acepções e a refletir sobre o conceito – aparentemente contraditório, 
mas de fato perfeitamente coerente – de “barbárie civilizada”. [...] 
Se nós nos referimos ao segundo sentido da palavra “bárbaro” – 
atos cruéis, desumanos, a produção deliberada de sofrimento e a 
morte deliberada de não-combatentes (em particular, crianças) – 
nenhum século na história conheceu manifestações de barbárie 
tão extensas, tão massivas e tão sistemáticas quanto o século XX. 
(LOWY, M. Barbárie e Modernidade no século 20. Disponível em: <http://www.socialismo.
org.br/portal/filosofia/155-artigo/1226-barbariee- modernidade-no-seculo-20> Acesso 
em: 30 out. 2009). 
Com base no quadro e nos conhecimentos sobre o tema, é correto 
afirmar: 
a) Apesar de conservadores, esses agrupamentos são 
amplamente politizados, o que garante homogeneidade e 
solidez científica à ideologia que professam.
b) Nascidos nas periferias das grandes cidades, a base social 
desses movimentos é, no entanto, de classe alta escolarizada 
e articulada às iniciativas semelhantes na Europa.
c) Formados nos quadros das Forças Armadas brasileiras, esses 
movimentos perseguem a revolução social nos moldes da luta 
de classes entre capital e trabalho.
d) Esses movimentos são formas irracionalistas de protesto 
coletivo ligadas ao crescimento da miséria e à ausência de 
perspectivas sociais para a juventude das periferias brasileiras.
e) O principal foco de desenvolvimento desses movimentos 
são as regiões com forte concentração de judeus, os quais 
monopolizam as principais atividades comerciais nas periferias 
urbanas brasileiras.
16. (ENEM 2019)
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR86
SOCIOLOGIA 11 RAÇA
Produzida no Chile, no final da década de 1970, a imagem expressa 
um conflito entre culturas e sua presença em museus decorrente da 
a) valorização do mercado das obras de arte.
b) definição dos critérios de criação de acervos.
c) ampliação da rede de instituições de memória.
d) burocratização do acesso dos espaços expositivos.
e) fragmentação dos territórios das comunidades representadas.
17. (UECE 2019 - adaptada) Considerando o que se entende por 
“relações étnico-raciais”, assinale a afirmação verdadeira. 
a) Os seres humanos não têm raça, apenas são biologicamente 
diferentes por sua cor de pele, embora sejam todos 
culturalmente iguais.
b) As relações étnico-raciais revelam a globalização das 
sociedades, com a superação das diferenças raciais e de 
pertencimentos culturais entre os povos.
c) Raça é compreendida como a construção social estabelecida 
nas tensas relações entre brancos e negros, muitas vezes 
simuladas como harmoniosas; e etnia se refere a grupos 
que estão juntos devido a sua cultura e seus interesses 
historicamente comuns.
d) As relações étnico-raciais expressam diferenças e interesses 
entre as classes sociais, e como cada classe se posiciona na 
organização da produção material da vida cotidiana.
e) As relações étnico-raciais são construídas a partir de um ideal 
de coesão social.
18. (UERJ 2017 - adaptada) Os jogos olímpicos mundiais, desde 
sua criação em finais do século XIX, revelam particularidades tanto 
nacionais quanto internacionais relacionadas aos locais onde ocorrem. 
Observe os cartazes de divulgação abaixo.
A partir da análise desses cartazes, pode-se concluir que as 
olimpíadas de Berlim, em 1936, e de Tóquio, em 1964, enfatizaram, 
respectivamente, as seguintes ideias: 
a) defesa do militarismo – hierarquização dos povos
b) culto do arianismo – valorização das diferenças raciais
c) hegemonia da cultura ocidental – unificação dos países
d) exaltação do patriotismo – evidência da igualdade social
e) valorização da diversidade – discriminação racial
19. (UNICENTRO 2011) No ano de 1933, a artista modernista 
Tarsila do Amaral (1886-1973) pinta o quadro “Operários”, dando 
início à pintura social no Brasil.
Sobre o tema da diversidade étnica, as teorias sociológicas afirmam 
que, sob a perspectiva cultural, 
a) os termos raça, etnia e cultura têm o mesmo significado 
analítico, no contexto brasileiro, quando utilizados por 
sociólogos e antropólogos.
b) as populações indígenas brasileiras foram classificadas, 
corretamente, como primitivas pelos colonizadores, porquesão naturalmente mais vagarosas e atrasadas.
c) os grupos biológicos de indivíduos que compartilham de uma 
história comum, feita de laços linguísticos e culturais, são tidos 
como pertencentes da mesma etnia.
d) alguns elementos culturais, como o futebol, as comidas típicas 
e o carnaval, não podem ser objetos da análise sociológica por 
mascarar a desigualdade existente nas relações sociais.
e) a chegada dos japoneses, em 1908, e a construção de uma nova 
identidade nacional com a implantação de suas associações 
civis, educativas e religiosas, foram o marco das relações inter-
raciais no Brasil.
20. (UEM 2018) Os últimos anos do Império do Brasil e o início 
da República foram marcados pela circulação de teorias raciais e 
eugênicas. Tais teorias tiveram efeitos práticos importantes sobre 
a sociedade brasileira, sobretudo nos processos de socialização e 
de formação identitária.
Com base em estudos históricos e sociológicos sobre o tema, 
assinale a alternativa que for correta. 
a) As teorias raciais defendiam que as características culturais de 
um povo eram socialmente construídas.
b) A circulação do ideário racialista implicou o desenvolvimento 
de uma legislação segregacionista no Brasil no início do 
período republicano.
c) A influência do ideário racialista possibilitou e estimulou a 
adoção de políticas específicas para uma melhor inserção da 
população egressa do cativeiro no mundo pós-escravismo.
d) A grande imigração de europeus para o Brasil em fins do século 
XIX é uma ação desvinculada da adesão às teorias raciais.
e) A filiação às teorias raciais, mesmo que parcial, levou elites 
políticas e intelectuais do Brasil a atribuírem os problemas 
do País à raça e à biologia, desconsiderando os processos de 
socialização que construíram a sociedade brasileira. 
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11 RAÇA
87
SOCIOLOGIA
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UFPR) Considere o fragmento abaixo:
“Como tem sido bem documentado, desde o final do iluminismo 
estudos sobre a variação humana distinguiram diferenças raciais 
como aspectos cruciais da realidade, e um extenso discurso sobre a 
desigualdade racial começou a ser elaborado. Com a atenção voltada 
cada vez mais para as diferenças de gênero e sexo no século XIX, o 
gênero era notavelmente considerado análogo à raça, de modo que o 
cientista podia usar a diferença racial para explicar a diferença entre 
gênero e vice-versa. Assim, afirma-se que o leve peso do cérebro 
feminino e as estruturas cerebrais deficientes eram análogos aos das 
raças ‘inferiores’, e isto explicava as baixas capacidades intelectuais 
destas raças. Observou-se que a mulher se igualava aos negros pelo 
crânio estreito, infantil e delicado, tão diferente das mais robustas 
e arredondadas cabeças que caracterizavam os machos de raças 
‘superiores’. De modo semelhante, as mulheres de raças superiores 
tinham a tendência às mandíbulas ligeiramente salientes, análogas, ou 
tão exageradas quanto as mandíbulas protuberantes de raças inferiores 
como os macacos. As mulheres e as raças inferiores eram consideradas 
impulsivas por natureza, emocionais, mais imitadoras que originais e 
incapazes do raciocínio abstrato e profundo igual ao do homem branco. 
A biologia evolucionista estipulou, ainda, mais analogias. A mulher 
era, em termos evolutivos, o ‘elemento conservador’ para o homem 
‘progressivo’, preservando os traços mais ‘primitivos’ encontrados em 
raças inferiores, enquanto os homens de raças superiores indicavam o 
caminho para novas direções culturais e biológicas”.
(STEPAN, Nancy Leys, “Raça e gênero: o papel da analogia na ciência”. In: HOLLANDA, 
Heloisa Buarque de. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de 
Janeiro: Rocco, 1994, p. 74.) 
Partindo da analogia entre raça e gênero e “metáforas científicas” 
no século XIX, conforme demonstra Nancy Leys Stepan, de que 
maneira podemos problematizar o discurso científico produzido a 
partir de concepções hierarquizadas da realidade social e por que 
elas não fazem mais sentido nos dias de hoje?
02. Entre 1933 e 1945, vigorou na Alemanha uma ideologia e regime 
político conhecido como Nazismo. Esse tipo de forma política 
estabeleceu a forma como os alemães (autointitulados “arianos”) 
se relacionavam com outros povos, religiões e culturas.
Podemos dizer que o nazismo estabeleceu uma forma de racismo? 
Por quê? Justifique sua resposta apresentando algum dado 
histórico sobre o regime nazista.
03. (UEMA) O poema abaixo faz uma reflexão crítica sobre a 
inserção da população afrodescendente, na sociedade brasileira, 
após a abolição da escravidão.
Presentinho 
Maio, 
treze, 
mil, oitocentos, e oitenta e oito 
me soam como um sussurro cósmico. 
A noite sobressaltada 
Por sirenes me sacode. 
Reviro os bolsos à procura do passe 
Que me permite, São Paulo, cruzar as ruas 
Em latente paz. 
A Princesa esqueceu-se de assinar 
Nossas carteiras de trabalho. 
Desconfio, sim, que Palmares vivo 
é necessário.
Fonte: Disponível em: <http://muse.jhu.edu/journals/>. 
Acesso em 24: nov. 2014. 
Com base no poema, explique por que a democracia racial no Brasil 
ainda está longe de ser alcançada. 
04. (UEL) 
De acordo com vários estudos recentes sobre a vivência 
do racismo, a descoberta da discriminação racial, baseada em 
alguns aspectos físicos (como a coloração da pele e o cabelo 
encaracolado, por exemplo), acontece ainda na infância para 
muitas crianças negras, que primeiro percebem a negritude 
como algo ruim, a ser escondida. No entanto, desde os anos 
1960, vários movimentos sociais, entre eles o movimento negro 
e os movimentos contraculturais, vêm contestando duramente 
os padrões impostos socialmente como modelos únicos de 
beleza, cultura e religiosidade, por exemplo. Em um movimento 
crescente, que remete a uma luta histórica do povo negro em 
países de todo o continente americano, aos poucos a negritude 
tem começado a ser concebida como algo positivo, uma herança 
a ser cultivada e valorizada.
Entendendo que tanto as estruturas racistas das sociedades 
quanto os atuais movimentos em prol da valorização da cultura 
negra são fruto de processos sociais e disputas políticas, responda 
aos itens a seguir.
a) A despeito das diferenças culturais existentes entre os países 
do continente americano, o racismo é um elemento presente 
em todos esses lugares. Por que as sociedades americanas 
têm um histórico de racismo tão acentuado?
b) Qual o papel dos movimentos negros e das ações afirmativas 
no combate ao racismo?
05. Para muitos brasileiros, o bicho-papão racial são os Estados 
Unidos. Não podemos implementar cotas, pois senão “nos 
tornaríamos um Estados Unidos”; “temos muitos defeitos mas pelo 
menos não somos os Estados Unidos” etc. etc.
Pois eu morei lá e morei aqui, e estudei a fundo a história da 
escravidão nos dois países. Somos ambos profundamente racistas, 
mas o Brasil é pior por um motivo:
A cultura do deixa-disso. Por pensarmos que o não falar sobre o 
racismo e a escravidão vai resolver por si só o problema.
Enquanto isso, o presidente norte-americano, em visita a Gana, 
um dos principais portos exportadores de escravos, afirmou que a 
escravidão, como o Holocausto, é daquelas coisas que não pode 
ser esquecida.
Para Obama, a visita aos calabouços de escravos  remeteu à 
sua viagem ao campo de concentração Buchenwald: ambos nos 
fazem lembrar da capacidade humana para cometer o Mal. E 
completou afirmando:
A escravidão e o Holocausto deveriam ser ensinados nas escolas 
de modo a conectar a crueldade passada aos eventos atuais.
Fonte: Alex Castro. Senzala e Campos de Concentração. Adaptado. Disponível em: <http://
papodehomem.com.br/senzalas-campos-de-concentracao/>. Acesso em 18 fev. 2013.
A partir do que está sendo argumentado no texto, responda: 
segundo a sociologia, o estudo do racismo e da escravidão pode 
trazer ganhos políticos?
PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR88
SOCIOLOGIA 11 RAÇA
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
01. C
02. B
03. B
04.A
05. B
06. A
07. D
08. B
09. A
10. C
11. B
12. A
13. C
14. A
15. D
16. B
17. C
18. B
19. C
20. E
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. As analogias apresentadas no texto partem de uma concepção eurocêntrica, etnocêntrica e machista acerca das diferenças humanas. Assim, o discurso biológico foi utilizado para 
justificar hierarquias sociais que mais tarde, no século XX, demonstraram-se falsas. Atualmente, sabe-se que as diferenças de cor, gênero e “raça” não correspondem às características 
de evolução social, não sendo mais utilizadas para diferenciar e hierarquizar os agrupamentos humanos.
02. Sim. O nazismo pode ser considerado como uma forma de racismo, pois utiliza a noção de raça para definir quais pessoas mereciam viver ou não na Alemanha. Isso pode ser percebido 
através da política de extermínio nazista, que condenou milhões de judeus, homossexuais, ciganos, pessoas com deficiência, entre outros, a trabalhar em campos de concentração ou a 
morrer em campos de extermínio.
03. As desigualdades raciais no Brasil têm origem histórica. A abolição da escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888 não foi acompanhada pela melhoria de condição social dos negros 
no Brasil. Assim, ainda que fossem livres, os ex-escravos não tiveram auxílios que lhes permitissem a aquisição dos direitos básicos de igualdade. Essa situação
04. 
a. O continente americano, ou “Novo Mundo”, dependeu, em grande escala, do trabalho escravo que era alimentado pelo lucrativo tráfico negreiro. A colonização das Américas se deu 
de duas formas: as colônias de exploração, nas quais a mão de obra negra era fundamental, e as colônias de povoamento, que visavam aliviar conflitos religiosos e populacionais 
do “Velho Mundo”. No entanto, os Estados Unidos da América importaram mão de obra escrava da África para atuar nas fazendas do sul, motivo pelo qual esse país, apesar de ser 
visto como modelo de ex-colônia de povoamento, possui um histórico de escravidão da população advinda da África. Esse passado comum, que liga África e América via tráfico 
negreiro, foi responsável pela inclusão de povos africanos na condição de escravos no “Novo Mundo”. Nessa condição, até mesmo a humanidade de africanos e afrodescentes era 
questionada. Em todo o continente americano, portanto, os negros precisaram (e ainda precisam) lutar por liberdade e por direitos que lhes eram negados, com base na prática 
racista que advinha de um passado comum. Obviamente, essas lutas ganharam contornos diferentes em contextos distintos; enquanto nos EUA pode-se falar que houve apartheid, 
no Brasil, a discussão é centralizada no racismo velado e em como vencer a ilusão da existência de uma certa democracia racial.
b. Os movimentos negros têm um papel fundamental, no que diz respeito a desvelar as práticas racistas que ainda persistem, e são atores políticos importantes para cobrar políticas 
públicas que tentem valorizar a cultura e a ancestralidade negras, via promoção de ações afirmativas, como, por exemplo, o sistema de cotas nos vestibulares e nos concursos 
públicos. Além disso, os movimentos negros têm se esforçado para demonstrar que as populações africanas e afrodescentes foram e são sujeitos de sua própria história, 
ressaltando personalidades que foram fundamentais para a luta por liberdade e justiça social, como Zumbi dos Palmares e Nelson Mandela.
05. Sim. A partir do momento em que se estuda a escravidão e o racismo, as pessoas podem reconhecer comportamentos e estruturas que necessitam ser modificadas a fim de que o 
preconceito racial e as desigualdades sociais sejam minimizados e/ou superados.
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