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AULA 2 - SAÚDE COLETIVA (processo saúde doença)

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Saúde coletiva 
AULA 2 – PROCESSO SAÚDE DOENÇA 
“Processo dinâmico, complexo e multidimensional 
que engloba dimensões biológicas, psicológicas, 
socioculturais, econômicas, ambientais e políticas. 
Pode-se identificar uma complexa inter-relação 
quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, 
de um grupo social ou de sociedades”. 
 
MODELO MÁGICO-RELIGIOSO OU 
XAMANÍSTICO 
• Predominante na Antiguidade; Causas das 
doenças eram derivadas de elementos naturais e 
de espíritos sobrenaturais; 
• Resultante de transgressões de natureza 
individual e coletiva, sendo requeridos, para 
reatar o enlace com as divindades, processos 
liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs 
• As relações com o mundo natural se baseavam 
em uma cosmologia que envolvia deuses, 
espíritos bons e maus, e a religião. 
 
MODELO HOLÍSTICO 
• Compreensão da doença através das medicinas 
hindu e chinesa, também predominante na 
Antiguidade; 
• Noção de equilíbrio = “proporção justa ou 
adequada” com a saúde e a doença; 
• Saúde = equilíbrio entre os elementos e 
humores que compõem o organismo humano. O 
desequilíbrio permiti o aparecimento da doença; 
• O desequilíbrio estava relacionado ao ambiente 
físico, tais como: os astros, o clima, os insetos, 
etc; 
• Cuidado = ajuste necessário para a obtenção do 
equilíbrio do corpo com o ambiente. 
 
MODELO EMPÍRICO-RACIONAL 
(HIPOCRÁTICO) 
Origem no Egito (3000 a.C.). Tentativa dos primeiros 
filósofos em encontrar explicações não 
sobrenaturais para as origens da saúde e a doença; 
• Teoria dos Humores de Hipócrates (século VI 
a.C.) = defendia que os elementos água, terra, 
fogo e ar estavam subjacentes à explicação 
sobre a saúde e a doença; 
• Saúde é fruto do equilíbrio dos humores; e a 
doença é resultante do desequilíbrio deles; 
• O cuidado depende de uma compreensão 
desses desequilíbrios. 
MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA 
OCIDENTAL (BIOMÉDICO) 
Doença: “desajuste ou falha nos mecanismos de 
adaptação do organismo ou ausência de reação aos 
estímulos a cuja ação está exposto, processo que 
conduz a uma perturbação da estrutura ou da função 
de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo 
ou de suas funções vitais”. 
• Focou na explicação da doença e passou a 
tratar o corpo em partes cada vez menores, 
reduzindo a saúde a um funcionamento 
mecânico. 
• Causa é um fator externo ao organismo e o 
homem é o receptáculo da doença. Cuidado 
está focado no controle do espaço social, no 
controle dos corpos. 
 
MODELO SISTÊMICO 
No final da década de 1970, concepção de um 
processo sistêmico: “um conjunto de elementos, de 
tal forma relacionados, que uma mudança no estado 
de qualquer elemento provoca mudança no estado 
dos demais elementos”; 
• Estrutura geral de um problema de saúde é 
entendida como uma função sistêmica, na 
qual um sistema epidemiológico se constitui 
num equilíbrio dinâmico; 
• Cada vez que um dos seus componentes 
sofre alguma alteração, esta repercute e 
atinge as demais partes, num processo em 
que o sistema busca novo equilíbrio 
• Definição de sistema epidemiológico 
aproxima-se da ideia de necessidade de um 
sistema de saúde complexo, que contemple 
um conjunto de ações e serviços de saúde. 
 
 
MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DAS 
DOENÇAS (MODELO PROCESSUAL) 
Processos interativos que cria o estímulo patológico 
no meio ambiente ou em qualquer outro lugar, 
passando da resposta do homem ao estímulo, até as 
alterações que levam a um defeito, invalidez, 
recuperação ou morte; 
• Inter-relações do agente causador da doença, do 
hospedeiro da doença e do meio ambiente e o 
processo de desenvolvimento de uma doença; 
• Ajuda a compreender os diferentes métodos de 
prevenção e controle das doenças. 
• Dimensão basicamente qualitativa de todo o 
ciclo, dividindo em dois momentos sequenciais 
o desenvolvimento do processo saúde-doença: 
o pré-patogênico e o patogênico; 
• O primeiro momento diz respeito à interação 
entre os fatores do agente, do hospedeiro e do 
meio ambiente. O segundo corresponde a 
quando o homem interage com um estímulo 
externo, apresenta sinais e sintomas e submete-
se a um tratamento; 
• O período pré-patogênico permite ações de 
promoção da saúde e a proteção específica, 
enquanto o período patogênico envolve a 
prevenção secundária e a prevenção terciária. 
 
 
 
A saúde, a doença e o cuidado são determinados 
socialmente, variando conforme os tempos, os 
lugares e as culturas, o que implica dizer que a 
organização das ações e serviços de saúde e das 
redes de apoio social precisa ser planejada e gerida 
de acordo com as necessidades da população de um 
dado território. 
 
 
DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE 
SAÚDE 
Lei orgânica da saúde Nº 8.080/90 define que a 
saúde tem como fatores determinantes e 
condicionantes, entre outros, a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e 
o acesso aos bens e serviços essenciais. (Brasil, 1988) 
 
Condicionantes biológicos: 
• Idade, sexo e herança genética 
 
Meio físico 
• Condições geográficas; características da 
ocupação humana; 
• Fontes de água para consumo, 
disponibilidade e qualidade dos alimentos; 
• Condições de habitação. 
 
Meio socioeconômico e cultural 
• Níveis de ocupação e renda; 
• O acesso à educação formal e ao lazer; 
• Acesso aos serviços voltados para a 
promoção e recuperação da saúde; 
• Qualidade da atenção nos serviços 
prestados. 
 
Determinantes Sociais da Saúde (DSS): “são os 
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, 
psicológicos e comportamentais que influenciam a 
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de 
risco na população”. 
 
Hierarquia de determinações entre fatores mais 
distais, sociais, econômicos e políticos e mais 
proximais relacionados diretamente ao modo de 
vida. 
 
 
 
 
 
Segundo a OMS, os determinantes sociais são 
modulados pela distribuição de renda, poder e 
recursos em nível global, nacional e local e são 
influenciados por decisões políticas. São os 
principais responsáveis pelas iniquidades em saúde 
– as diferenças injustas e evitáveis entre pessoas e 
países. 
 
Essa abordagem reforça o compromisso do setor 
Saúde com o desenvolvimento social do país e 
coloca questões primordiais como acesso a 
saneamento básico, educação e serviços de saúde 
na ordem do dia. A ideia central é que a equidade 
em saúde só será plenamente efetivada quando 
as persistentes desigualdades sociais do país 
forem superadas. 
 
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
Definida como a ação ou omissão do Estado, 
enquanto resposta social diante dos problemas de 
saúde e seus determinantes, assim como da 
produção, distribuição e regulação de bens, serviços 
e ambientes que afetam a saúde dos indivíduos e da 
coletividade. 
 
A evolução da política de saúde tem estreita 
relação com a evolução política, econômica e 
social da sociedade brasileira. 
 
A saúde pública não se constituía em prioridade 
dentro da política do Brasil, recebendo maior 
atenção apenas nos momentos de endemias e 
epidemias que refletiam na área econômica ou 
social. 
 
PERÍODO COLONIAL/IMPERIAL 
(1500 A 1889) 
Existência de diversas doenças transmissíveis, 
trazidas pelos portugueses, e posteriormente pelos 
escravos africanos e diversos outros estrangeiros. 
 
Endemia: ocorrência coletiva de uma doença 
transmissível em uma determinada área geográfica 
acometendo a população de forma permanente e 
contínua. 
 
Epidemia: ocorrência súbita de uma doença 
transmissível em uma determinada área geográfica, 
acometendo em curto espaço de tempo grande 
número de pessoas. 
 
Doenças: Hanseníase, Tuberculose, Malária, Varíola, 
entre outras. 
 
Não existiam políticas de saúde. Eram tomadas 
medidas que visavam minimizar os problemas que 
afetavam a produçãoeconômica e o comércio 
internacional. 
 
Intervenções: saneamento dos portos; urbanização 
e infraestrutura nos centros urbanos de maior 
interesse econômico e campanhas para anular as 
epidemias. 
 
A assistência médica limitava-se as classes 
dominantes, era exercida por médicos que vinham 
da Europa. Aos demais só restava os recursos da 
medicina popular. 
 
Criação: Casas de Misericórdias; Escolas de Medicina 
do Rio de Janeiro e da Bahia; Imperial Academia de 
Medicina; Organização da Inspetoria de Saúde dos 
Portos. 
 
PERÍODO DA 1° REPÚBLICA OU REPÚBLICA 
VELHA (1889-1930) 
• Predomínio das doenças pestilenciais como: 
febre amarela, malária, peste, varíola, entre 
outras. 
• As ações e programas de saúde visavam o 
controle das doenças epidêmicas. Também 
visavam estimular o comércio internacional e 
fomentar a política de imigração. 
• Saneamento básico e infraestrutura 
realizadas nos espaços de circulação de 
mercadorias. Foi lançado o programa de 
saneamento do Rio de Janeiro e o de combate à 
febre amarela em São Paulo. 
• A Diretoria Geral da Saúde Pública, liderado por 
Oswaldo Cruz, elegeu as campanhas sanitárias 
como modelo de intervenção de combate às 
epidemias, de conotação militar. 
• Criação do Instituto Soroterápico de 
Manguinhos, depois denominado Instituto 
Oswaldo Cruz, com a finalidade de pesquisa e 
desenvolvimento de vacinas. 
• Em 1920, o Departamento Nacional de Saúde 
criou programas que introduziam a 
propaganda e a educação sanitária da 
população como forma de prevenção das 
doenças. 
• Surgiu a Previdência Social que incorporou a 
assistência médica aos trabalhadores como uma 
de suas atribuições a partir da contribuição com 
as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). 
 
Dois modelos de intervenção na saúde: 
1. Sanitarismo campanhista: envolvia uma 
abordagem coletiva e ambiental da doença, e 
caracteriza-se pela prática autoritária. 
2. Curativo-privatista: realizado através das 
CAPS e da medicina liberal que privilegiavam a 
abordagem individual e medicalizantes dos 
problemas de saúde, negando a relação da 
doença com as condições de vida dos 
indivíduos e coletividades. 
 
PERÍODO DA 2ª REPÚBLICA OU ERA 
VARGAS (1930-1945) 
Aos problemas de saúde (endêmicos e epidêmicos) 
foram acrescidos outros decorrentes do processo 
produtivo industrial, como: acidentes de trabalho, 
estresse, desnutrição, etc. 
 
As medidas adotadas visavam manter a força de 
trabalho em condições de produção, valendo-se da 
assistência médica vinculada à Previdência Social. 
 
Criação do Ministério da Educação e Saúde ocorreu 
em 1930, com a função de coordenar as ações de 
saúde no mesmo modelo de sanitarismo 
campanhista do período anterior. 
 
PERÍODO DA REDEMOCRATIZAÇÃO OU 
DESENVOLVIMENTISTA (1945-1963) 
Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde 
independente da área da educação. 
• A saúde pública obteve modestas conquistas, 
fortalecendo o modelo de assistência médica 
curativa aos segurados na perspectiva de 
manutenção do trabalhador saudável para a 
produção. 
• Algumas empresas começaram a contratar 
serviços de médicos particulares. Ampliando um 
modelo médico-assistencial privatista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERÍODO DO REGIME MILITAR 
(1964-1984) 
Implantou-se um sistema de saúde caracterizado 
pelo predomínio financeiro das instituições 
previdenciárias e por uma burocracia técnica que 
priorizava a mercantilização da saúde. 
 
Em 1966, promoveu a unificação dos Institutos de 
Aposentadorias e Pensões (IAP), com a criação do 
Instituto Nacional de Previdência e Assistência 
Social (INPS), subordinado ao Ministério do 
Trabalho e Previdência Social, com responsabilidade 
pela assistência médica aos segurados e seus 
familiares.

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