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Aprendizagem na concepção behaviorista - A abordagem comportamentalista ou behaviorista destaca a importância da influência de fatores externos, ou seja, fatores do ambiente e da experiência acerca do comportamento da criança. Afirma que o comportamento do homem, embora mais refinado e de maior complexidade, pode ser explicado pelos mesmos princípios do comportamento animal, partindo do princípio que as ações e as habilidades dos indivíduos são determinadas por suas relações com o meio em que vivem e não por fatores biológicos como a hereditariedade e a maturação. - Nessa concepção Behaviorista, assevera-se que a aprendizagem da criança ocorre por meio de estímulos e respostas, ou seja, agentes ambientais que modelam ou moldam o comportamento do indivíduo e o encaminham para uma resposta já determinada ou almejada por meio de aproximações sucessivas. - Esse método tem como fundador John Broadus Watson (1878-1959). Para Watson a natureza humana é bastante sujeita a mudanças e praticamente não há limites para que o homem pode tornar-se, ou seja, utilizando técnicas adequadas, em condições adequadas, podem-se modificar os comportamentos do homem. Para ele, a psicologia era a ciência do comportamento, ramo objetivo e experimental das ciências humanas. - Aprendizagem se refere a: Aquisição de novas respostas Refinamento, manutenção e eliminação de respostas já aprendidas Associação entre um estímulo e uma resposta - As condições ambientais se caracterizam como força propulsora da aprendizagem - A aprendizagem é uma mudança relativamente permanente no comportamento que é resultado da experiência. - Há quatro tipos básicos de aprendizagem: Habituação e sensibilização; Condicionamento clássico; Condicionamento operante; Aprendizagem complexa. Conceitos principais da abordagem behaviorista - Comportamento definido como a resposta do organismo a qualquer estímulo presente no meio. - Resposta toda modificação quer ocorre no organismo em decorrência desse estímulo. - Estímulo toda modificação do meio que pode ser captada pelo organismo mediante os sentidos. A abordagem comportamentalista se ocupa em descobrir quais são os estímulos que provocam determinado comportamento, entendendo-se que nessa abordagem o comportamento é sempre uma adaptação, uma reação aos estímulos. Habituação e sensibilização Habituação é um tipo de aprendizagem caracterizada por uma resposta comportamental reduzida a um estímulo inofensivo. - Cérebro ignora informações sem importância (memória negativa); - Não responde a estímulo repetido. Sensibilização é um tipo de aprendizagem em que há um aumento na resposta comportamental a um estímulo intenso. - ocorre quando um indivíduo é exposto a estímulos nocivos ou assustadores. - Cérebro incrementa e armazena traços de memória a partir de informação de consequências importantes (memória positiva). - Ficar mais reativo a estímulo. CONDICIONAMENTO CLÁSSICO - É um processo de aprendizagem que ocorre através de associações entre um estímulo ambiental e um estímulo natural. - A experiência mais conhecida para explicar o condicionamento clássico é a chamada “Cão de Pavlov”. foi realizada com um cachorro que saliva ao ver comida, e também a qualquer sinal ou gesto que lembrava a chegada da sua refeição. - Nessa experiência, Pavlov treinou cachorros para que eles salivassem mesmo que a comida não estivesse por perto. Pavlov tocava um sino toda vez que alimentava os cachorros. Com o passar do tempo, os cachorros começaram a associar o barulho do sino à comida, e ficavam famintos e salivantes a cada som emitido pelo sino, mesmo que seus potes de comida estivessem vazios. Comportamento respondente é uma resposta de eventos anteriores. Ex: o cão saliva porque viu a carne. Aquisição - É a etapa inicial de aprendizagem quando uma resposta se estabelece pela primeira vez, e então ela se fortalece gradualmente. - Durante a fase de aquisição do condicionamento clássico, um estímulo neutro se emparelha repetidamente com um estímulo não condicionado. - Formação gradual de uma associação entre estímulos condicionados e não condicionados. - Para a aquisição acontecer, os estímulos precisam ocorrer ao mesmo tempo (ou um pouco antes) contiguidade. Condicionamento de segunda ordem - É um termo de condicionamento clássico de Pavlov que se refere a uma situação em que um estímulo que era previamente neutro (por exemplo, uma luz) é emparelhado com um estímulo condicionado (por exemplo, um som que foi condicionado com alimento para produzir salivação) para produzir a mesma resposta condicionada que o estímulo condicionado. No exemplo do condicionamento clássico dos cães de Pavlov, ele condicionou o cachorro a salivar quando ouvisse o som do sino, certo? E se agora, ao mesmo tempo que ele toca o sino, ele mostrasse um quadro negro? Esse novo reflexo (quadro negro → salivação) vai ser chamado de reflexo condicionado de segunda ordem. Se emparelhássemos o quadro negro com um outro estímulo neutro (um passarinho, por exemplo), que se tornaria então um estímulo condicionado, chamaríamos o passarinho de reflexo condicionado de terceira ordem, e assim por diante. Extinção - É um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada. - A extinção ocorre quando a aparição de uma resposta condicionada diminui ou desaparece. No contexto do condicionamento clássico, isso acontece quando um estímulo condicionado já não está emparelhado com um estímulo não condicionado. Ex: se Pavlov, após seu experimento de condicionamento respondente, resolvesse apresentar a sineta repetidas vezes sem a presença do alimento, aquela deixaria de funcionar como eliciadora de saliva, caracterizando um processo de extinção respondente. Recuperação espontânea - É a reaparição da resposta condicionada depois de um período de descanso ou um período de resposta diminuída. - Exemplo: Um exemplo de recuperação espontânea da experiência dos cães do Pavlov é quando a extinção ocorreu após Pavlov apresentar ao cão a comida sem soar o sino, que parou a resposta de salivação. Pavlov soou o sino depois de esperar por duas horas, e o cão salivou. A recuperação da resposta previamente condicionada (salivar quando um sino soou) é a recuperação espontânea. - Se o estímulo condicionado e o estímulo não condicionado já não estão mais associados, a extinção ocorrerá muito rapidamente, depois de uma recuperação espontânea. Generalização de estímulos - É a tendência do estímulo condicionado a evocar respostas similares depois de a resposta já ter sido condicionada. - No famoso experimento do Pequeno Albert, de John B Watson, uma criança pequena estava condicionada a ter medo de um coelho branco. A criança demonstrou uma generalização do estímulo ao ter medo também como resposta a outros objetos brancos peludos, incluindo bichinhos de pelúcia e o próprio cabelo de Watson. Discriminação de estímulos - É a capacidade de diferenciar entre um estímulo condicionado e outros estímulos que não foram emparelhados com o estímulo não condicionado. - Dessa forma, quando o sujeito é capaz de distinguir entre dois estímulos, ele ou ela só responderá quando o estímulo condicionado se apresentar. - A discriminação é formada apenas quando a resposta de comportamentos semelhantes é diferente na mudança de situações ou ambientes. - Ex: Um exemplo de uma discriminação de estímulo é uma piada que poderia ser contada com o resultado de risos entre um grupo de amigos, mas a mesma piada pode ter críticas se ela é contada em um ambiente como uma igreja. O PEQUENO ALBERT - Um outro experimento do condicionamento clássico foi realizado por John B. Watson juntamente com uma aluna de pós-graduação Rosalie Rayner, ondeum bebê de nove meses de vida, chamado de Albert, que vivia em um orfanato e tinha um comportamento tranquilo, foi exposto a um rato branco e outros animais peludos, como um coelho e um cachorro, um algodão, lã, jornal em chamas e outros estímulos que não assustavam o pequeno Albert. Procurou mostrar que se os organismos podem aprender novos reflexos, podem também aprender a sentir emoções (respostas emocionais). - O teste prosseguiu e o bebê foi colocado para brincar com um rato de laboratório, que a princípio não causava medo à criança. Mas neste experimento, Watson e Rayner faziam um barulho muito alto com um martelo, assustando Albert e o fazendo chorar. Depois que esse procedimento foi repetido por várias vezes, o bebê começou a sentir medo do rato mesmo antes do som alto ser reproduzido. - O bebê passou cerca de um ano sendo submetido a vários testes, associando os outros elementos que antes não lhe causara medo, ao estrondoso som produzido por Watson e sua assistente. Novamente, quando apresentavam ao bebê somente o elemento, mesmo que sem fazer o estrondoso barulho, o bebê chorava e demonstrava medo. - No final dos experimentos, o bebê passou de muito tranquilo e calmo a um bebê com ansiedade e episódios de angústia. Isso mostrou que o bebê havia aprendido a associar a sua resposta, o medo que sentia e o choro provocado, a um outro estímulo que antes não lhe causava medo. - O objetivo de Watson ao realizar tal experimento foi verificar se o condicionamento pavloviano teria utilidade para o estudo das emoções, o que se provou verdadeiro. - A intenção foi verificar se um ser humano pode aprender a ter medo de algo que não tinha. - É difícil controlar emoções, pois elas são respostas reflexas (respondentes). CONDICIONAMENTO OPERANTE - O condicionamento operante é um método de aprendizagem que utiliza o reforço ou a punição para aumentar ou diminuir a probabilidade de que um comportamento volte a ocorrer no futuro. - Através do condicionamento operante, faz-se uma associação entre um comportamento e uma consequência desse comportamento. A aprendizagem por condicionamento operante consiste em associar um comportamento às suas consequências e efeitos, ou seja, o sujeito adapta as suas atitudes respostas ao estimulo conforme as consequências dos seus atos. - Foi descrito pela primeira vez pelo psicólogo comportamental Burrhus Frederic Skinner. - É baseado em uma premissa simples: as ações seguidas pelo reforço tenderão a se repetir. Por outro lado, as ações que resultarem em punições ou consequências indesejáveis enfraquecerão e serão menos prováveis de ocorrer novamente no futuro. - Exemplo: quando um rato de laboratório pressiona um botão azul, ele recebe uma bola de comida como recompensa, mas quando aperta o botão vermelho, recebe um leve choque elétrico. Como resultado, ele aprende a apertar o botão azul, mas evita o botão vermelho. - O condicionamento operante não é só algo que ocorre em ambientes experimentais enquanto se treina animais de laboratório. Ele também desempenha um papel poderoso na aprendizagem diária. O reforço e a punição acontecem quase todos os dias em ambientes naturais, bem como em ambientes mais estruturados. SKINNER E O CONDICIONAMENTO OPERANTE - Skinner utilizou o termo “operante” para se referir a qualquer “comportamento ativo que opera no ambiente para gerar consequências”. Em outras palavras, a teoria de Skinner busca explicar como adquirimos uma boa parte da gama de comportamentos que exibimos todos os dias. - Skinner acreditava que não era realmente necessário observar os pensamentos e as motivações internas para explicar o comportamento. Em vez disso, ele sugeriu que deveríamos olhar somente para as causas externas e observáveis do comportamento humano. - A teoria do comportamento operante de Skinner foi muito influenciada pelo trabalho do psicólogo Edward Thorndike. Thorndike propôs o que chamou de “lei do efeito”. Segundo este princípio, é mais provável que se repitam as ações seguidas por resultados desejáveis, enquanto as seguidas por resultados indesejáveis têm uma probabilidade menor de se repetirem. Embora o condicionamento clássico pudesse explicar os comportamentos das pessoas envolvidas no estudo, Skinner percebeu que não podia explicar tudo o que aprendemos. Assim, ele sugeriu que o condicionamento operante tinha uma importância na hora de explicar a nossa maneira de proceder: os seres humanos, como norma geral, tendem a repetir aquelas ações que resultaram em sucesso. A CAIXA DE SKINNER - Skinner comprovou a sua teoria através de um experimento chamado “Caixa de Skinner”, que consistia em colocar um rato dentro de uma caixa fechada com uma alavanca, - À medida que o rato interagisse com a barra, ativava um mecanismo que oferecia ao animal algumas recompensas como água, alimento ou luz, e em alguns modelos, emitia choques. - Foi observado que quando recompensado, o rato aumentava a frequência dos movimentos que tinha a recompensa como resultado. os movimentos que não lhe geravam nenhuma recompensa, eram diminuídos. REFORÇO E PUNIÇÃO - Skinner identificou dois aspectos-chave do processo de condicionamento operante: o reforço e a punição. O reforço serve para aumentar o comportamento, enquanto a punição serve para diminuí-lo. Reforço - Aumentam a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer contingência de reforço - Reforço positivo quando o sujeito aprende novos comportamentos, cujos efeitos são agradáveis. aumento da frequência de um comportamento pelo acréscimo de um estímulo. - Reforço Negativo quando a aprendizagem tem como efeito a remoção de estímulos aversivos ou desagradáveis que lhe provocam dor. aumento da frequência de um comportamento pela ausência de um estímulo. Em ambos os casos, o reforço faz com que a frequência ou a intensidade do comportamento aumente. Punição - É a apresentação de um estímulo após uma resposta indesejada para que ela cesse. - Punição Positiva: apresentação de uma consequência desagradável após a realização de um comportamento não desejado. Ex: a criança é repreendida após não ter feito a tarefa de casa. - Punição negativa: remoção de um evento agradável após a realização de um comportamento não desejado. Ex: a criança ficará sem ver televisão por uma semana pois desobedeceu aos pais. ESQUEMA DE REFORÇO - No condicionamento operante, esquemas de reforço são um componente importante do processo de aprendizagem. - Um esquema de reforço é basicamente uma regra afirmando que as instâncias de um comportamento serão reforçadas. Em alguns casos, um comportamento pode ser reforçado cada vez que ocorre. Às vezes, um comportamento pode ser não reforçado sempre. - Reforço positivo ou reforço negativo podem ser usados, dependendo da situação. Em ambos os casos, o objetivo é sempre reforçar o comportamento e aumentar a probabilidade de ocorrer de novo no futuro. - Certos esquemas de reforço podem ser mais eficazes em situações específicas. Existem dois tipos de esquemas de reforço: reforço contínuo e reforço parcial. Reforço contínuo - Em reforço contínuo, o comportamento desejado é reforçado cada vez que ocorre. - Toda resposta será reforçada. O aprendizado ocorre mais rápido. Leva à aprendizagem rápida, mas essa aprendizagem não perdura. - Este esquema é melhor usado durante as fases iniciais da aprendizagem, a fim de criar uma forte associação entre o comportamento e a resposta. Reforço parcial - Esquema de reforçamento intermitente. a resposta é reforçada uma única parte do tempo. somente algumas respostas serão reforçadas. - Comportamentos aprendidos são adquiridos mais lentamente com reforço parcial, mas a resposta é mais resistente àextinção. mais eficiente
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