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EXPRESSÃO 
PLÁSTICA
Vanessa Guerini Scopell
O processo criativo em 
design de interiores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir a importância da criatividade em design de interiores.
 � Dominar técnicas de desenvolvimento da criatividade utilizando 
diversos instrumentos e materiais artísticos.
 � Desenvolver a percepção e a potencialidade criativas por meio de 
exercícios de composição nos quais fique evidenciado o caráter ar-
quitetônico dos volumes.
Introdução
A criatividade é uma qualidade importante para o desenvolvimento das 
ideias no design de interiores. Esse aspecto, diferentemente do que muitos 
pensam, não tem a ver apenas com o talento. A criatividade pode ser 
amplificada por meio de algumas técnicas. O processo criativo no design 
requer testes e uma mente aberta. Ele está aliado a desenhos e croquis 
que vão evoluindo até a proposta final.
Neste capítulo, você vai ver a importância da criatividade para o design 
de interiores, entendendo como é possível desenvolver essa característica. 
Além disso, você vai verificar como ocorre o processo criativo e a sua 
relevância para o surgimento de ideias.
A criatividade no design de interiores
Tanto nos projetos de interiores como nas propostas de arquitetura em outras 
áreas específicas, é fundamental a criação de ideias e proposições representadas 
U N I D A D E 4
por traços e posteriormente traduzidas em conceitos. Isso possibilita a execução 
do que foi pensado e resulta em projetos adequados a cada situação. A geração 
de ideias é uma fase importante do projeto de interiores. Ela compõe a etapa 
do processo criativo e depende muito da criatividade do designer.
Assim, para a geração de ideias, a criatividade é um aspecto importante, 
pois colabora para a criação de propostas diferenciadas. A criatividade é uma 
qualidade que se caracteriza pela capacidade de criar, produzir ou inventar 
coisas novas, bem como pela capacidade de transformar situações e inovar 
no modo de agir. Cabral (2018, documento on-line) afirma que
A criatividade pode receber várias definições a partir do ponto do vista com 
que é questionada. Sob o ponto de vista humano, a criatividade é uma quali-
dade adquirida e iniciada na infância que busca em ideias a fonte para criar 
novas coisas. A criatividade é uma qualidade adquirida por pessoas curiosas 
que buscam inspiração em informações e têm a sensibilidade de percebê-las 
de forma diferente. Pessoas criativas possuem comportamentos diferentes: 
são curiosas ao extremo, são persistentes, são bem humoradas, são indepen-
dentes em seus atos e responsáveis por tais, possuem rápida desenvoltura em 
atividades, fácil percepção, habilidade no aprendizado e ainda são grandes 
visionárias, já que conseguem prever as consequências possíveis de ocorrer 
em suas criações por erros ou imprevistos. 
Boden (1999, p. 81) acrescenta que a criatividade é a “combinação original 
de ideias conhecidas”. Assim, para gerar ideias com mais facilidade e agilidade, 
é necessário ter uma mente criativa e entender o conceito de criatividade, a 
fim de utilizar algumas ferramentas que a estimulem. Conforme Ostrawer 
(1987, p. 9):
Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. Em qualquer 
que seja o campo da atividade, trata-se, nesse “novo”, de novas coerências 
que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo 
novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, 
a capacidade de compreender, e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, 
configurar, significar. 
Desenvolver a criatividade é uma forma de contribuir para o processo 
criativo no design de interiores. Para Gomes (2001, p. 9), a criatividade, 
especificamente nessa área, pode ser compreendida como “[...] o conjunto 
de fatores e processos, atitudes e comportamentos que estão presentes no 
desenvolvimento do pensamento produtivo”. Löbach (2001, p. 139) explica 
que “[...] a criatividade do designer se manifesta quando, baseando-se em 
seus conhecimentos e experiências, ele for capaz de associar determinadas 
O processo criativo em design de interiores2
informações com um problema, estabelecendo novas relações entre elas”. 
Portanto, o autor defende a ideia de que a criatividade é um aspecto variável, 
passível de aprimoramento conforme o crescimento da experiência e o aumento 
do conhecimento do profissional. 
O processo criativo, ou seja, o ato de criar, segundo Almeida (2001), é a 
aplicação intencional da criatividade. Nesse processo, cada pessoa envolvida 
desenvolve a sua capacidade baseada nas experiências vivenciadas durante 
sua vida profissional ou pessoal. Essa relação que cada um estabelece com o 
que já vivenciou é que faz a diferença no momento da resolução do problema. 
De acordo com Kotler e Trias de Bes (2004), todo processo criativo, seja 
de design ou de arquitetura, começa pela busca de ideias. Segundo Trichez 
(2012, p. 29), “[...] ideia basicamente é a representação mental de algo concreto, 
abstrato ou quimérico; também é conhecimento, informação, noção; ou ainda 
intenção, plano, propósito, desígnio”.
Uma técnica para a geração de ideias, conforme afirma Kilian (2005), é 
ter um comportamento criativo. Para o autor, isso inclui ser curioso, fazer 
especulações, criar suposições e hipóteses e ir ao encontro de um pensamento 
que não foi considerado. Para ter ideias originais, é necessário ser criativo. 
Para Goleman (2009), um feito criativo depende das características mentais do 
indivíduo e da decisão dele mesmo de mergulhar natural e espontaneamente 
no problema a ser resolvido. Uma pessoa que é criativa geralmente caminha no 
sentido contrário da maioria porque gosta do oposto e de descobrir ideias novas.
Pode-se dizer que a geração de ideias é o centro do processo criativo, sendo 
uma de suas etapas. Baxter (1998) afirma que é nesse ponto que surgem as so-
luções para o problema em questão. Existem várias técnicas que auxiliam nesse 
processo, estimulando a criatividade. A seguir, você vai conhecer algumas delas.
Como desenvolver a criatividade
A criatividade é uma qualidade fundamental para os projetos de interiores. 
Por meio de uma criatividade cada vez mais desenvolvida, é possível elaborar 
soluções mais adequadas e diferenciadas do que é convencional. Segundo 
Lawson (2011, p. 25), “[...] projetar é algo bastante complexo e sofisticado. 
Porém, não deve ser considerado o talento místico concedido apenas aos 
que têm poderes recônditos, mas uma habilidade que tem de ser aprendida e 
praticada, como se pratica um esporte ou se toca um instrumento musical”. 
Isso significa que, assim como projetar, ser criativo não depende de talento, 
e sim de prática.
3O processo criativo em design de interiores
Assim, técnicas criativas podem ser desenvolvidas a fim de que uma maior 
quantidade de ideias seja gerada no momento da resolução dos problemas e 
do desenvolvimento das propostas. Trichez (2012) ressalta que a busca de 
soluções é uma fase importante do processo de criação da arquitetura. Segundo 
a autora, quanto mais ideias surgirem nessa fase, maiores serão as chances 
de se chegar a um produto final interessante. Para Baxter (1998, p. 4), “[...] de 
cada dez ideias resulta apenas um produto de sucesso. A criatividade deve ter, 
então, liberdade para gerar ideias em grande quantidade, para se aproveitar 
10% delas”. Segundo Funk (2010, p. 64), no momento da geração de ideias, 
não importa se elas são boas ou ruins; o que vale é a quantidade:
A capacidade criativa de uma pessoa é medida pela quantidade de ideias que 
foram rejeitadas. Apostar em apenas uma ideia pode ser arriscado, esta ideia 
pode ser boa ou não e o sucesso vai depender da sorte ou acaso. Quando se 
seleciona uma ideia entre dez, a probabilidade de dar certo é muito maior, ou 
seja, maiores são as chances para uma boa solução.
Uma técnica para desenvolver a criatividade, gerar ideias e conceitos de 
projetos está ligada àsvivências dos projetistas. Isso significa que, quanto mais 
pesquisas, repertório e experiências diferentes forem adquiridas, mais soluções 
poderão ser geradas na hora da elaboração dos projetos. Gomes Filho (2006, 
p. 231) indica essa relação ao manifestar que “[...] essa qualidade é vinculada 
ao seu repertório cultural, técnico e de experiência profissional acumulada 
que, quanto mais extensa, pressupõe-se maior capacidade inventiva”. Esse 
processo cerebral que parte de associações e relações da vivência do profis-
sional é também evidenciado por Bürdek (2006, p. 255), quando afirma que
[…] o design é uma atividade que é agregada a conceitos de criatividade, 
fantasia cerebral, senso de invenção e inovação técnica e que por isso gera 
uma expectativa de o processo de design ser uma espécie de ato cerebral. Um 
processo criativo ele é, sem dúvida. A configuração não se dá em um ambiente 
vazio, onde se brinca livremente com cores, formas e materiais. Cada objeto 
de design é o resultado de um processo de desenvolvimento, cujo andamento 
é determinado por condições e decisões — e não apenas por configuração.
A utilização de técnicas e ferramentas para auxiliarem no processo criativo 
faz emergirem novas possibilidades. Segundo Kilian (2005, p. 98), a criati-
vidade serve “[...] para buscar maneiras de fazer mais com menos, de reduzir 
custos, de simplificar processos e sistemas, de aumentar lucratividade, de 
encontrar novos usos para produtos, de encontrar novos segmentos de mercado, 
de desenvolver novos produtos e muito mais”.
O processo criativo em design de interiores4
Para o especialista Guilford (1960), uma pessoa criativa apresenta três carac-
terísticas. São elas: a fluência, entendida como a produção de uma quantidade 
de ideias dentro de um prazo; a flexibilidade, demonstrada pelos diferentes 
tipos de pensamento; e a originalidade, compreendida pela produção de ideias 
pouco comuns ou únicas. Buzan (2005) complementa que existem maneiras de 
atingir essas qualidades criativas. A seguir, você pode ver algumas técnicas 
que desenvolvem a criatividade de acordo com esse autor.
 � Ver as coisas de pontos de vista diferentes: segundo Buzan (2005), a 
maioria das pessoas vê as coisas de um único ponto vista, normalmente 
o próprio. O profissional criativo vê as coisas de um número infinito 
de ângulos e perspectivas. Essa habilidade é também essencial para 
ele pensar todas as necessidades do projeto em relação aos usuários 
diretos e indiretos, bem como ao sistema de fabricação, à disposição 
do produto no mercado, etc.
 � Estabelecer relações criativas: isso pode se dar por meio da percep-
ção das novas relações das coisas, de maneiras até então inéditas, o 
que resulta na originalidade do projeto. A capacidade de relacionar é 
extremamente importante no design, agregando aspectos aos objetos e 
projetos, como a multifuncionalidade e a interatividade, por exemplo.
 � Inverter a ordem das atividades e elementos: a habilidade da inversão 
parte da interpretação oposta das coisas. Com isso, é possível encontrar 
resultados para projetos incomuns e inusitados.
Além disso, Ching e Eckler (2014) ressalta que, para desenvolver a criativi-
dade, é importante tentar visualizar as ideias, desenhos e propostas sob outro 
ponto de vista, como se fossem uma imagem espelhada. Segundo o autor, isso 
permite uma visão sem preconceitos e contribui para estimular o pensamento.
Para Baxter (2011), a criatividade é o coração do design. Assim, ela é de 
suma importância para o desenvolvimento criativo do designer, que é calcado na 
escolha, na ação e na produção criativa, resultando, dessa forma, em inovação, 
isto é, na criação de novidades. Por isso, para desenvolver ideias e conceitos nos 
projetos, é preciso entender as técnicas que aprimoram a criatividade, pesquisar 
referências, bem como analisar projetos existentes e ideias já utilizadas a fim 
de desenvolver métodos que colaborem para a formação de ideias.
Segundo Rohenkohl (2012), à medida que aumentam as experiências e o 
conhecimento do profissional, aumenta o poder da criatividade. Isso se deve 
ao fato de que a criatividade consiste nas associações das informações contidas 
no repertório cultural do indivíduo, gerando novas relações entre elas. Assim, 
5O processo criativo em design de interiores
a possibilidade de usar técnicas para estimular a criatividade que resulta na 
geração de ideias faz com que o designer tenha infinitas possibilidades para 
propor um projeto criativo e, portanto, original.
Os processos criativos, conforme assinala Ostrower (1997, p. 55), são dotados de impulsos 
inconscientes e envolvem tudo aquilo que o homem sabe: “[...] os conhecimentos, as 
conjecturas, as propostas, as dúvidas, tudo o que ele pensa e imagina”. Isso acontece 
pois o ato de criar é um todo que integra as suas partes e só pode ser entendido 
globalmente. A criatividade pode ser estimulada por meio de algumas técnicas que 
funcionam como catalisadores do pensamento criativo. Entre elas, as mais utilizada 
são: brainstorming, mapa mental e solução criativa de problemas (SCP). A seguir, você 
pode conhecer melhor cada uma delas (VELLOZO, 2013).
 � Brainstorming: traduzido como “tempestade cerebral”, esse termo designa uma 
técnica inventada na década de 1940, por Osborn, cujo principal objetivo é estimular 
o livre fluxo de pensamento. Essa técnica é considerada uma sessão de “agitação” 
de ideias, segundo Baxter (1998).
 � Mapas mentais: são ferramentas para organizar o pensamento criadas por Tony 
Buzan na década de 1960. Os mapas mentais “são um método de armazenar, 
organizar e priorizar informações [...], usando Palavras-chave e Imagens-chave, 
que desencadeiam lembranças específicas e estimulam novas reflexões e ideias” 
(BUZAN, 2005, p. 10). Ainda conforme esse autor, um mapa mental pode ajudar na 
criatividade, em termos de ideias e soluções.
 � Solução criativa de problemas: foi proposta por Osborn e Parnes em 1955. Con-
forme aponta Pearson (2011, p. 58), “[...] o objetivo da SCP é oferecer um método 
sistematizado, porém flexível, para a solução de problemas”. A SCP é um processo 
cíclico, ou seja, a criatividade é posta em movimento constante. A avaliação recon-
figura o início de um novo processo, que nada mais é do que o desdobramento 
do processo anterior.
O processo criativo
Como você sabe, hoje ocorrem avanços acelerados e constantes da tecnologia 
de representação gráfica. Contudo, o desenho à mão livre, segundo Ching 
(2017), é o meio mais intuitivo para registrar graficamente observações, ideias 
e experiências. Segundo o autor, a “[...] natureza tátil e cinestésica do desenho 
à mão livre, como resposta direta aos sentidos, aguça nossa percepção no 
presente e nos permite coletar memórias visuais do passado” (CHING, 2017, 
O processo criativo em design de interiores6
p. 27). Dessa maneira, o desenho permite a fruição livre das ideias por meio 
da exploração de rascunhos e diagramas a fim de desenvolver os conceitos 
de cada proposta.
O processo criativo ocorre por meio do pensamento e da reflexão sobre 
os diversos itens do projeto e da representação gráfica dele. Na medida em 
que referências são buscadas, projetos existentes são conhecidos e estudos 
são analisados, a criatividade se desenvolve. Para Ching e Juroszek (2012), 
é por meio da reflexão e da representação das ideias que as propostas vão 
ganhando vida. Segundo ele:
Nas etapas de geração e desenvolvimento de um processo de projeto, o desenho 
tem natureza claramente especulativa. Os pensamentos vêm à mente conforme 
observamos um desenho em progresso, o que pode alterar nossas percepções 
e sugerir possibilidades ainda não concebidas. A ideia emergente no papel nos 
permite explorar caminhos que podem não ter sido previstos antes do início do 
desenho, mas que foram fruto de ideias surgidas ao longo do processo. Uma 
vez executado, cada desenho representa uma realidade única, que pode ser 
vista, avaliada, refinada e transformada. Mesmose eventualmente descartado, 
cada desenho terá estimulado a mente e posto em movimento a formação de 
outros conceitos (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 288).
Assim, para desenvolver a criatividade, é necessário fazer testes. Para visu-
alizar o desenvolvimento das ideias criativas, é fundamental representar todo 
o processo no papel. Mesmo que muitas ideias sejam descartadas, a evolução 
do processo criativo e projetual permite entender as etapas e compreender de 
onde saiu a volumetria final: “Ainda que não sejam feitos para serem expostos 
ao público, os desenhos podem fornecer dados valiosos sobre o processo de 
criação do projetista” (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 288).
Para Ching e Juroszek (2012, p. 289), o desenho é um meio do processo 
de criação:
Ele acontece porque a imaginação desencadeia, na mente, um conceito, que é 
visto como uma imagem fugaz e adimensional. No entanto, esta imagem não 
nasce totalmente formada e completa. Raramente existem na mente imagens 
totalmente acabadas nos mínimos detalhes, esperando, apenas, a transferência 
para a folha de papel. Elas se desenvolvem ao longo do tempo e passam por 
um número de transformações conforme testamos a ideia representada e 
buscamos a congruência entre a imagem mental e aquela que estamos dese-
nhando. Se desenhamos cegamente, como se seguíssemos uma receita, nos 
limitamos apenas às imagens preconcebidas e perdemos oportunidades de 
fazer descobertas ao longo do caminho.
7O processo criativo em design de interiores
O desenho possibilita que a mente trabalhe de maneira gráfica sem tentar 
produzir conscientemente uma obra de arte. Assim como o pensamento pode 
ser expresso em palavras, ideias podem tomar forma visual para serem estu-
dadas, analisadas e elaboradas. Conforme Ching e Juroszek (2012), quando se 
pensa sobre um problema de projeto, as ideias vêm à mente de modo natural. 
Essas ideias muitas vezes não são de natureza verbal. O processo de criação 
envolve, inevitavelmente, a visualização dos possíveis resultados sob a forma 
de imagens visuais que ainda não estão claras ou completamente cristalizadas. 
Ainda segundo o autor:
Começamos com pequenos croquis, já que eles permitem que várias possibili-
dades possam ser exploradas. Às vezes, a solução emerge rapidamente. O mais 
comum, no entanto, é que sejam necessários muitos desenhos para revelar a 
melhor escolha ou o caminho a ser seguido. Tais desenhos nos motivam a olhar 
para estratégias alternativas de maneira fluente e flexível e a não definir uma 
solução de maneira muito rápida. Tendo natureza especulativa e, portanto, 
estando sujeitos à interpretação, eles nos ajudam a evitar a natureza inibidora 
de um desenho mais cuidadoso, que normalmente nos conduz ao fechamento 
prematuro do processo de projeto (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 290).
Para Ching e Juroszek (2012), o processo de projeto busca a percepção 
daquilo que não se conhece tão bem. Para isso, é necessário imaginar e aceitar 
ideias e soluções diversificadas. Trabalhar apenas com as soluções já conhe-
cidas impede a plasticidade e a adaptabilidade dos pensamentos, bloqueando 
o desenvolvimento da criatividade.
O processo criativo tem por intuito estimular e ampliar o pensamento do 
designer e não serve para meramente apresentar os resultados do processo. 
Conforme Ching e Juroszek (2012, p. 292):
Cada desenho que produzimos ao longo do processo de projeto, seja a ideia 
que ele representa aceita ou rejeitada, ajuda-nos na compreensão de um pro-
blema. Além disso, o ato de desenhar ideias sobre o papel tem o potencial 
de desencadear novas concepções e aprimorar o cruzamento fértil de várias 
ideias anteriores.
Para desenhar, é necessário compreender o que deve ser representado. 
Porém, é difícil representar fielmente uma ideia. Assim, testá-la e exteriorizá-la 
conduz ao entendimento e serve como uma espécie de guia para a busca das 
ideias. O autor complementa:
O processo criativo em design de interiores8
Devemos compreender que os desenhos de estudo são um processo de ten-
tativa e erro, no qual a etapa mais importante é riscar os primeiros traços 
no papel, não importa o quão preliminares eles sejam. Devemos confiar 
na nossa intuição se desejamos avançar no processo de desenho (CHING; 
JUROSZEK, 2012, p. 290).
A fluência no processo de criação equivale a ser capaz de gerar um amplo 
repertório de possibilidades e ideias. A fluência no processo de desenho 
significa usar a intuição ao colocar a caneta ou o lápis no papel, respondendo 
às concepções próprias com desenvoltura e graça.
Em qualquer processo de criação, você deve estar preparado para aproveitar 
o inesperado. Desenhar permite explorar caminhos que não são previsíveis 
antes que o processo seja iniciado, mas que geram ideias ao longo do per-
curso. Se você deixa a sua posição de autor e visualiza seus desenhos como 
um observador objetivo, possibilidades ainda não concebidas podem surgir. 
Essas novidades são produtos involuntários de uma visão interior. Ideias vêm 
naturalmente à mente quando você olha um desenho. Assim como uma ideia 
visual desencadeia outras, um desenho conduz a outro, sucessivamente. Ainda 
que não se prestem a um propósito imediato, os desenhos de estudo podem ser 
úteis para consultas futuras e para estimular novas maneiras de observação 
(CHING; JUROSZEK, 2012).
Como você pode notar, a imaginação criativa serve para observar questões 
antigas por meio de novos ângulos. “Apoiar-se em hábitos e convenções pode 
impedir o fluxo das ideias durante o processo de projeto” (CHING; ECKLER, 
2014, p. 211). Assim, é fundamental analisar as propostas e ideias de diversos 
modos. Isso permite a capacitação da mente criativa e do processo de projeto 
a fim de ver as oportunidades ocultas em cada caso.
Perceber diferentes possibilidades requer um aguçado poder de visualiza-
ção e a compreensão da flexibilidade que o desenho oferece. Portanto, você 
deve ser capaz de transformar os desenhos bidimensionais em um volume 
tridimensional. Quanto mais exercícios e testes de composição de volumes e 
de representação você executar, mais fácil será a percepção e a evolução do 
seu processo criativo.
9O processo criativo em design de interiores
1. A criatividade pode ser considerada 
uma qualidade e deve estar 
presente nas etapas projetuais, 
contribuindo para a resolução dos 
problemas. Sobre essa qualidade, 
assinale a alternativa correta.
a) É uma habilidade exclusivamente 
nata, que pode ser 
compreendida como um talento.
b) Pode ser entendida como 
um arranjo corriqueiro de 
ideias desconhecidas.
c) Tem o intuito de ampliar os 
custos e complexificar os 
métodos e os sistemas.
d) Tem como objetivo desenvolver 
as melhores técnicas para 
cada situação específica.
e) Pode ser compreendida 
como atitudes que se 
manifestam a partir de 
pensamentos improdutivos.
2. Ser criativo facilita diversos processos 
das etapas projetuais do design de 
interiores. Sobre as contribuições da 
criatividade para a elaboração das 
ideias, assinale a alternativa correta.
a) A criatividade colabora para 
a elaboração de projetos 
adequados para cada 
contexto específico.
b) A criatividade auxilia no 
desenvolvimento de variadas 
propostas similares.
c) A criatividade propicia 
a transformação de 
situações corriqueiras em 
ações conhecidas.
d) A criatividade contribui para 
a geração e a reprodução 
de alternativas usuais.
e) A criatividade favorece 
os pensamentos e as 
reflexões improdutivas.
3. A criatividade pode e deve 
estar em constante evolução, 
podendo ser desenvolvida a 
partir de diferentes técnicas. 
Sobre essas técnicas, assinale 
a alternativa correta.
a) Para aprimorar e desenvolver 
a criatividade, é importante 
ter hábitos e ações criativas.
b) Uma técnica importante para 
desenvolver a criatividade é ser 
apático e criar ilusões mentais.
c) Para desenvolver a criatividade, 
é necessário seguir o fluxo 
dos pensamentos comuns.
d) Um método que contribui 
para o desenvolvimento é 
ver os problemas sempresob uma mesma óptica.
e) Para desenvolver a criatividade, 
é importante determinar 
desconexões entre os 
elementos e os objetos.
4. Algumas técnicas simplificadas 
podem estimular a criatividade; 
outras, mais elaboradas, 
funcionam como catalisadoras 
do processo criativo. Sobre 
essas técnicas mais complexas, 
assinale a alternativa correta.
a) A técnica do brainstorming 
pode ser compreendida 
como um momento de 
reduzir a criação de ideias.
b) O brainstorming é uma 
técnica que tem por objetivo 
estimular a interrupção do 
fluxo de pensamento.
O processo criativo em design de interiores10
c) A técnica de mapas mentais é 
utilizada para a organização e a 
priorização das informações.
d) Os mapas mentais são 
usados a partir de palavras-
chave que restringem a 
criação de novas ideias.
e) A técnica de solução criativa de 
problemas é um processo em 
que a criatividade aparece como 
um movimento intermitente.
5. O processo criativo ocorre por 
meio do pensamento e da 
reflexão sobre os diversos itens 
do projeto e da representação 
gráfica. Sobre o processo criativo, 
assinale a alternativa correta.
a) No processo criativo, são 
priorizados e necessários 
os desenhos feitos por 
meio do computador.
b) No processo criativo, 
os desenhos são muito 
mais importantes do 
que os diagramas.
c) O processo criativo ocorre a 
partir da certeza sobre um 
item específico do projeto.
d) No processo criativo, deve ser 
evitada a busca por referências 
e projetos já executados.
e) O processo criativo tem 
como característica ser 
especulativo e investigativo.
ALMEIDA, M. M. Da experiência ambiental ao projeto arquitetônico: um estudo sobre o 
caminho do conhecimento na arquitetura. 2001. 219 p. Tese (Doutorado em Engenharia 
de Produção) – Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade 
Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2001.
BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. 2. ed. 
São Paulo: Edgard Blücher, 1998.
BODEN, M. A. Dimensões da criatividade. Porto Alegre: Artmed, 1999.
BÜRDEK, B. E. História, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 
2006
BUZAN, T. O poder da inteligência criativa: 10 maneiras de ativar o seu gênio criativo. 
São Paulo: Cultrix, 2005.
CABRAL, G. Criatividade. Mundo Educação, 2018. Disponível em: <https://mundoedu-
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CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introdução à arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2014.
CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2012.
11O processo criativo em design de interiores
FUNK, S. Ideia no processo criativo de embalagens. 2010, 292 p. Dissertação (Mestrado 
em Design) – Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre, 2010.
GOLEMAN, D. Inteligência emocional. 13. ed. Camarate: Temas e Debates - Círculo de 
Leitores, 2009.
GOMES FILHO, J. Design do objeto: bases conceituais. São Paulo: Escrituras, 2006.
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O processo criativo em design de interiores12
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