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EXPRESSÃO 
PLÁSTICA 
Vanessa Guerini Scopell
Expressões plásticas 
bi e tridimensional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar materiais, técnicas e suportes relacionados com os aspectos 
inerentes à expressão plástica na sua vertente bidimensional.
 � Relembrar materiais, técnicas e suportes relacionados com os aspectos 
inerentes à expressão plástica na sua vertente tridimensional.
 � Aplicar a bidimensionalidade e a tridimensionalidade ao design de 
interiores.
Introdução
Na arquitetura, as formas e os volumes das edificações, antes de saírem 
do papel, são compostos por pontos, linhas e planos. Esses elementos de 
estruturação espacial e expressão plástica são a base para a concepção 
dos projetos, juntamente à ação de desenhar, que permite ao arquiteto 
demonstrar as suas ideias. Tanto os desenhos de duas dimensões como 
os de três dimensões têm suas funções no design de interiores, podendo 
ser usados para representar diferentes situações e ideias.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de bidimensionalidade 
e tridimensionalidade. Vai verificar as diferenças entre eles e ver exemplos 
de aplicações dessas tipologias gráficas nos projetos de interiores.
Desenhos bidimensionais
Os projetos de design de interiores estão sempre vinculados a propostas que 
são demonstradas e representadas graficamente por meio de desenhos. Para o 
arquiteto Lúcio Costa, o processo projetual e criativo é de extrema importância 
para a expressão da arte plástica. Essa representação de ideias e intenções é de 
Expressões plásticas bi e tridimensional2
grande valia para a solução de problemas específicos, que serão resolvidos a 
partir de soluções plásticas condizentes com a realidade de cada caso, com o 
objetivo de cada ambiente e com a intenção de uso de cada material.
Nesse sentido, você pode considerar que a intenção plástica de cada projeto 
ou obra de interiores é que de fato diferencia uma boa arquitetura de uma 
construção qualquer. A plástica refere-se tanto à compreensão das formas 
arquitetônicas, que surgem por meio de pontos, linhas e planos, como às 
expressões de intenções demonstradas pelos meios de representação que 
ressaltam traços, cores, texturas e materiais. Isso se dá por meio das demons-
trações bidimensionais, que podem ser transformadas em representações de 
três dimensões.
Sempre que você elabora um projeto, traça ou esboça alguma ideia, o 
conteúdo visual dessa comunicação é composto por uma série de elementos. 
Tanto o ponto como a linha e o plano são aspectos conceituais que você 
consegue visualizar em sua mente e, a partir disso, iniciar um desenho. Para 
Ching (2013), é possível perceber um ponto no encontro de duas retas, em 
uma reta marcando o contorno de um plano, em um plano delimitando um 
volume ou em um volume de um objeto que ocupa espaço. “Cada elemento é 
primeiramente considerado como conceitual e, a seguir, como um elemento 
visual no vocabulário do projeto de arquitetura. Como elementos conceituais, 
o ponto, a reta, o plano e o volume não são visíveis, exceto em nossas mentes. 
Embora eles não existam de fato, sua presença é sentida por nós” (CHING, 
2013, p. 16).
Esses elementos constituem a substância básica daquilo que se vê. 
São muitos os pontos de vista a partir dos quais se pode analisar qualquer 
manifestação visual, mas um dos mais reveladores é decompor a mani-
festação nos elementos que a constituem, de forma a compreender melhor 
o todo. Assim:
Quando são visíveis aos olhos no papel ou no espaço tridimensional, esses 
elementos se tornam forma com características de matéria, formato, tama-
nho, cor e textura. À medida que experimentamos essas formas em nosso 
ambiente, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência 
dos elementos primários do ponto, da reta, do plano e do volume (CHING, 
2013, p. 16).
Conforme Ching (2013), o ponto pode ser considerado a menor parte de 
uma composição visual, tornando-se o centro de atração da composição. Esse 
3Expressões plásticas bi e tridimensional
elemento não apresenta comprimento, profundidade ou largura. Ele marca 
uma posição no espaço, mas é estático e sem direção. Assim, um ponto pode 
servir para marcar duas extremidades de uma reta, a intersecção de duas 
retas, o encontro de retas na quina de um plano ou volume ou o centro de um 
campo. Mesmo que o ponto não tenha uma forma, ele começa a ser percebido 
quando está situado dentro de um campo visual. Quando está posicionado em 
um espaço, ele passa a organizar seus elementos circundantes e a ser uma 
referência. Observe a Figura 1, a seguir.
Figura 1. O ponto percebido no espaço.
Fonte: Ching (2013, p. 4).
Já para formar uma linha, é preciso que existam dois pontos no espaço e 
que eles estejam unidos:
Dois pontos estabelecidos no espaço por colunas ou formas centralizadas 
podem definir um eixo, um recurso ordenador utilizado ao longo da história 
para organizar as formas e os espaços edificados. […]
Considerando que a ligação de dois pontos no espaço ou que um ponto 
estendido se torna uma linha, constata-se que a linha tem comprimento, 
mas assim como o ponto, ela não tem largura ou profundidade. Já enquanto 
um ponto é estático, a linha é capaz de expressar visualmente direção, 
movimento e crescimento. Uma reta é um elemento essencial na formação 
de qualquer construção visual. Ela pode servir para: unir, conectar, sus-
tentar, circundar ou interseccionar outros elementos visuais, descrever as 
arestas dos planos e dar formato a elas e destacar as superfícies dos planos 
(CHING, 2013, p. 7).
Na Figura 2, a seguir, você pode ver um exemplo de formação de uma linha.
Expressões plásticas bi e tridimensional4
Figura 2. Formação de uma linha.
Fonte: Ching (2013, p. 6).
Como uma linha apresenta apenas uma dimensão, sua representação deve 
conter alguma espessura a fim de torná-la visível. A linha é reconhecida pelo 
fato de seu comprimento dominar sua largura. Assim, para formar um plano 
bidimensional (Figura 3), é preciso que haja duas linhas paralelas. Conforme 
destaca Ching (2013), quanto mais próximas essas linhas estiverem entre si, 
mais forte será a sensação de plano criada por elas. Portanto, o plano é um 
exemplo de desenho bidimensional, ou seja, que apresenta duas dimensões, 
pois é composto por uma altura e um comprimento, porém ainda não tem 
profundidade.
Figura 3. Formação de um plano.
Fonte: Ching (2013, p. 18).
Para Ching (2013), em uma composição de uma construção visual, o plano 
serve para definir os limites ou fronteiras de um volume. Como a arquitetura 
é uma arte visual que se ocupa especificamente da formação de elementos 
5Expressões plásticas bi e tridimensional
tridimensionais — volumes de massa ou espaço —, o plano, formado por 
linhas, pode ser considerado um elemento-chave nas fases iniciais do projeto 
de arquitetura. Assim, o desenho bidimensional se estabelece por meio de 
uma superfície plana sem profundidade. Esse desenho é entendido como uma 
representação em que há linhas em duas dimensões (comprimento e largura), 
que fazem os contornos e delimitam o desenho. Veja:
A superfície e as marcas tomadas em conjunto revelam um mundo bi-
dimensional que difere completamente do mundo de nossa experiência 
cotidiana. O mundo bidimensional é essencialmente uma criação humana. 
O desenho, a pintura, a impressão, o tingimento ou mesmo a escrita são 
atividades que levam diretamente à formação do mundo bidimensional 
(WONG, 1998, p. 237).
Segundo Wong (1998), na maioria das vezes as coisas tridimensionais são 
vistas como bidimensionais. Um exemplo é uma paisagem apreciada apenas 
por sua beleza em um quadro pintado. Hoje, com o progresso da tecnologia, 
uma câmera prontamente transforma tudo o que está na frente de suas lentes 
em uma imagem plana, e a televisão transmite instantaneamente imagens 
em movimento para uma superfície determinada. Assim, as imagens planas 
são essenciais para a compreensãodo mundo, dos espaços e das propostas de 
arquitetura. Sua representação é necessária e, quando percebida pela visão 
humana, pode ser interpretada sob diversos pontos de vista.
Desenhos tridimensionais
Para iniciar uma representação gráfica, os elementos básicos — ponto, reta 
e plano — são fundamentais. É a partir deles que um desenho bidimensional 
surge e, se ele for desenvolvido, pode se tornar uma figura tridimensional 
(Figura 4). Para Ching (2013, p. 56):
Na transição dos formatos dos planos para as formas dos volumes se encontra o 
domínio das superfícies. A superfície se refere, em primeiro lugar, a qualquer 
figura que tiver apenas duas dimensões, como um plano. No entanto, o termo 
também pode fazer alusão a um lugar geométrico curvo e bidimensional de 
pontos que definem o limite de uma figura tridimensional.
Expressões plásticas bi e tridimensional6
Figura 4. Figura plana tridimensional.
Fonte: Ching (2013, p. 42).
Ching e Juroszek (2012) destaca que as pessoas vivem em um mundo 
tridimensional de objetos no espaço. Esses objetos sólidos ocupam espaço, 
dão forma e definem seus limites. O espaço, por sua vez, envolve e dá vida à 
visão dos objetos. Segundo o autor, “[...] um dos maiores desafios ao desenhar 
é a representação de objetos tridimensionais no espaço por meio de linhas, 
formatos e valores tonais, em uma superfície plana e bidimensional” (CHING; 
JUROSZEK, 2012, p. 81). Para a representação tridimensional, é necessário que 
o objeto seja demonstrado em três dimensões. Assim, o volume é o elemento 
que representa esse tipo de expressão:
O volume se relaciona à extensão tridimensional do objeto ou da região do 
espaço. Conceitualmente, um volume é delimitado por planos e tem três di-
mensões: largura, altura e profundidade. Ao desenhar, nos esforçamos para 
expressar a ilusão tridimensional de volumes sólidos e do espaço em uma 
superfície bidimensional. Todos os objetos preenchem um volume no espaço. 
Mesmo os objetos lineares e delgados ocupam espaço. Podemos segurar um 
pequeno objeto e girá-lo em nossas mãos. Cada volta do objeto revela um for-
mato diferente, uma vez que muda a relação entre o objeto e nossos olhos. Ao 
ver o objeto de diferentes ângulos e distâncias, nossa visão reúne os formatos 
na forma tridimensional (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 67).
Para Ching e Juroszek (2012), um desenho que apresenta uma vista de 
determinado ângulo e determinada distância apenas consegue ilustrar um 
7Expressões plásticas bi e tridimensional
único momento da percepção. Se for uma vista frontal, que apenas mostra a 
largura e a altura, a imagem ficará achatada. Mas, se o volume for rotacionado, 
a terceira dimensão (a profundidade) será revelada e a forma ficará mais clara. 
Segundo o autor, prestar atenção em formatos planos ajuda a ver como eles se 
combinam para expressar a tridimensionalidade do volume.
Por meio do desenho à mão e com base em uma superfície bidimensional, 
é possível criar profundidade nos desenhos com a aplicação de sombras. As 
diferentes tonalidades do sombreamento transformam o desenho de duas para 
três dimensões e o posicionam no espaço, demonstrando a característica de 
cada superfície. Para criar esse efeito tridimensional, é necessário utilizar 
transições graduais de tons claros e escuros. Considere o seguinte:
Os objetos não apenas ocupam um volume no espaço; eles também se or-
ganizam no espaço, uns em relação aos outros e ao entorno. Assim como 
as figuras e seus fundos compreendem uma unidade de opostos em uma 
superfície bidimensional, as massas sólidas e os volumes espaciais jun-
tos constituem a realidade tridimensional do nosso ambiente (CHING; 
 JUROSZEK, 2012, p. 82).
Na Figura 5, a seguir, você pode ver um exemplo de figura plana 
tridimensional.
Figura 5. Figura plana tridimensional.
Fonte: Ching (2013, p. 44).
Expressões plásticas bi e tridimensional8
Conforme Ching e Juroszek (2012), a relação entre as massas e volumes 
espaciais nos projetos de arquitetura pode ser verificada em diversas escalas. 
Veja a seguir.
 � Na escala de um objeto, a relação entre cheios e vazios existe entre a 
forma de uma massa sólida e o volume do espaço ocupado pelo objeto 
ou nele contido.
 � Na escala de um cômodo, a relação entre cheios e vazios ocorre entre 
a forma do espaço delimitado por paredes, teto e piso e as formas dos 
objetos nele contidos.
 � Na escala de uma edificação, a relação entre cheios e vazios é percebida 
nas configurações de paredes, tetos e pisos, bem como nos tipos de 
espaço que esses elementos definem.
 � Na escala urbana, a relação entre cheios e vazios surge entre a forma 
da edificação e o contexto espacial no qual ela se insere. O entorno 
pode dar continuidade ao tecido urbano existente de um lugar, formar 
um pano de fundo para outros prédios, definir um espaço urbano ou 
permanecer isolado no espaço, como um objeto.
Outra maneira de utilizar desenhos em três dimensões é aplicar as técnicas 
de perspectiva para representar os volumes. A perspectiva pode ser compreen-
dida como uma maneira de representar figuras tridimensionais que provoca a 
ilusão da espessura, da dimensão, do aspecto e da profundidade. Esse tipo de 
desenho, segundo Ching (2013), estimula diversos pontos de vista:
Sistemas de desenhos de vistas múltiplas, vistas de linhas paralelas ou pers-
pectivas cônicas englobam uma linguagem visual de comunicação de projeto. 
Devemos ter a capacidade de não apenas “escrever” nessa linguagem, mas 
também de a “ler”. Esse entendimento deve ser completo o bastante para que 
sejamos capazes de trabalhar confortavelmente e com distintos sistemas de 
desenho. Devemos ser capazes de transformar a bidimensionalidade de um 
desenho de vistas planas em uma vista tridimensional de linhas paralelas. 
Ao visualizar um conjunto de desenhos de vistas múltiplas, devemos ser 
capazes de imaginar e desenhar o que veríamos se estivéssemos parados em 
determinada posição dentro de uma planta (CHING, 2013, p. 211).
Na Figura 6, a seguir, você pode ver desenhos de materiais em três 
dimensões.
9Expressões plásticas bi e tridimensional
Figura 6. Desenhos de materiais em três dimensões.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 170).
Existem diversos tipos de perspectiva. Elas podem ser usadas conforme a 
facilidade do designer de se adequar a cada técnica. Todas elas são importan-
tes recursos de visualização tridimensional que podem ser expressos à mão. 
Para Wong (1998), assim como o desenho bidimensional, o tridimensional 
também busca estabelecer harmonia e ordem visual, ou gerar interesse visual 
intencional. 
O autor ressalta que representar tridimensionalmente um objeto é mais 
complicado porque vistas de ângulos deferentes devem ser consideradas 
simultaneamente. Além disso, muitas das relações espaciais são complexas, 
não podendo ser facilmente visualizadas no papel. Por outro lado, o desenho 
tridimensional é menos complicado do que o bidimensional porque lida com 
formas e matérias tangíveis no espaço real. Desse modo, todos os problemas 
presentes na representação ilusória de formas tridimensionais no papel (ou 
qualquer tipo de superfície plana) podem ser evitados.
Expressões plásticas bi e tridimensional10
O espaço pictórico é uma ilusão de espaço ou profundidade representada em uma 
superfície bidimensional por vários meios gráficos. Esse espaço pode ser plano, pro-
fundo ou ambíguo, mas, em todos os casos, não passa de uma ilusão. No entanto, 
certas combinações de linhas, formatos, valores tonais e texturas utilizadas em uma 
superfície de desenho podem provocar, no sistema visual humano, a percepção 
de um espaço tridimensional. Se você compreender o modo como infere formas e 
espaços tridimensionais daquilo que vê, pode utilizar essas informações para fazer 
a imagem desenhada do objeto parecer plana ou volumétrica. Você pode projetar 
a imagem para frente, na direção do observador, ou fazê-la retroceder muito na 
profundidade do desenho. Em uma superfície bidimensional, é possíveldeterminar 
relações tridimensionais entre objetos (CHING; JUROSZEK, 2012).
Bidimensionalidade e tridimensionalidade no 
design de interiores
Nos projetos de arquitetura em geral, e especificamente nas propostas de 
design de interiores, a forma de representação é um recurso fundamental para 
a expressão das ideias e o entendimento de cada alternativa. Tanto os desenhos 
bidimensionais (plantas baixas) como os tridimensionais (perspectivas) são 
importantes aliados na expressão plástica dos projetos. Veja:
Toda forma pictórica começa com o ponto que se põe em movimento […] 
O ponto se move [...] e nasce a reta — a primeira dimensão. Quando a reta 
se desloca para formar um plano, obtemos um elemento bidimensional. No 
movimento do plano para os espaços, o encontro de planos dá surgimento 
ao corpo (tridimensional). Uma síntese de energias cinéticas que movem o 
ponto convertendo-o em reta, a reta que se converte em plano e o plano que 
se converte em uma dimensão espacial (CHING, 2013, p. 65).
Assim, todas as formas de representação têm por objetivo a distribuição das 
partes da proposta em relação ao todo. Para Ching e Eckler (2014), é possível 
utilizar qualquer sistema de desenho para analisar o contexto e gerar as ideias. 
Para diagramas em que é necessária a análise de um ponto específico ou não tão 
abrangente, o desenho bidimensional é um recurso suficiente. Porém, quando 
a representação e a demonstração exigirem mais detalhes, é importante haver 
um sistema de expressão tridimensional. Considere o seguinte:
11Expressões plásticas bi e tridimensional
Na arquitetura de interiores, os desenhos bidimensionais mais utilizados 
são a planta baixa e elevações, juntamente com os detalhamentos de mo-
biliários, paginação de piso, planta de forro e iluminação. Plantas e ele-
vações são representadas pela “principal face de cada vista de um volume 
retangular [que] é paralela ao plano do desenho” (CHING; JUROSZEK, 
2012, p. 121). 
Cada um deles é a projeção ortogonal de um aspecto particular de objetos 
ou construções. Essas vistas ortogonais são abstratas, uma vez que não cor-
respondem à realidade óptica. Elas são um modo conceitual de representação, 
baseado mais no que se sabe a respeito de alguma coisa e menos no que é visto 
a partir de determinado ponto no espaço. Não há referência ao observador, 
mas, se houver, os olhos do espectador estarão a uma distância infinitamente 
grande (CHING; JUROSZEK, 2012).
A planta baixa representa um corte horizontal do edifício, ou seja, mostra 
como ele seria visualizado se fosse cortado por um plano que o interceptasse. 
As plantas baixas demonstram o interior de uma edificação, revelando uma 
vista que, de outro modo, não seria visualizada. Elas demonstram relações 
horizontais e padrões que não são detectados facilmente quando se está no 
interior de uma edificação. Assim, “Em um plano horizontal de desenho, as 
plantas baixas são capazes de evidenciar a configuração de paredes e pilares, 
o formato e as dimensões do espaço, o padrão das aberturas (portas e janelas) 
e as conexões entre os cômodos internos e entre estes espaços e os externos” 
(CHING; JUROSZEK, 2012, p. 147). Observe a Figura 7, a seguir.
Já as elevações ou vistas internas (Figura 8) são projeções ortogonais de 
um objeto ou de uma construção em um plano de desenho vertical, paralelo a 
uma de suas faces. Segundo Ching e Juroszek (2012), as elevações diminuem 
a complexidade tridimensional de um objeto a uma representação bidimen-
sional, constituída de altura e largura ou comprimento. Ao contrário de uma 
planta, uma elevação imita a observação humana em posição ereta e oferece 
um ponto de observação horizontal. Considere o seguinte:
Ainda que as vistas em elevação das superfícies verticais de uma edificação 
estejam mais próximas da realidade sensorial do que as plantas ou os cortes, 
elas não conseguem representar a profundidade espacial de um desenho em 
perspectiva. Portanto, ao desenhar objetos e superfícies em elevação, devemos 
utilizar alguns recursos gráficos para representar profundidade, curvatura ou 
obliquidade (CHING; JUROSZEK, 2012, p. 162).
Expressões plásticas bi e tridimensional12
Figura 7. Representação de planta baixa bidimensional.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 147).
13Expressões plásticas bi e tridimensional
Figura 8. Representação de elevação.
Fonte: Ching e Juroszek (2012, p. 162).
Os croquis (Figura 9) são outra tipologia plástica que pode ser utilizada 
tanto na representação em duas dimensões como na tridimensional. O desenho 
à mão livre “[...] é a linguagem, a forma de expressão que permite a fluidez 
entre o pensar e o gesto manual que executa tal pensamento. Ajuda na obser-
vação da arquitetura e na assimilação do conhecimento, bem como na sua 
forma construtiva e seus detalhes” (PAIXÃO, 2014, documento on-line). Na 
arquitetura de interiores, o desenho à mão livre pode ser expresso a partir de 
croquis. Segundo Pinhal (2009), um croqui pode ser definido como o
Expressões plásticas bi e tridimensional14
Primeiro esboço de um projeto arquitetônico. Um croquis (palavra francesa 
eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou 
rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de arquitetura, moda 
ou um esboço qualquer. Um croqui, portanto, não exige grande precisão, 
refinamento gráfico ou mesmo cuidados com sua preservação, diferente de 
desenhos finalizados. Costuma ser realizado em intervalos de tempo relati-
vamente curtos, como períodos de 10 a 15 minutos. O que costuma ser mais 
importante no croqui é o registro gráfico de uma ideia instantânea, através 
de uma técnica de desenho rápida e descompromissada (PINHAL, 2009, 
documento on-line).
Figura 9. Croquis.
Fonte: Ching (2017, p. 245).
15Expressões plásticas bi e tridimensional
Já nos desenhos tridimensionais, as perspectivas são a forma mais re-
presentativa para o design de interiores. A perspectiva surgiu no período do 
Renascimento e, segundo Malheiros (2011), é uma técnica aplicada em desenhos 
e pinturas para conferir a eles profundidade e proximidade com o real. 
Atualmente, existem programas que conseguem gerar volumetrias em três 
dimensões e, consequentemente, perspectivas. Assim, esse tipo de desenho 
pode ser feito também por meio do computador, não somente à mão.
Você ainda deve notar que as tipologias de expressões plásticas, tanto em 
duas quanto em três dimensões, não se limitam à fase final de comunicação 
dos projetos de arquitetura de interiores. Elas têm importante função desde o 
início das propostas. Independentemente de a ideia ser expressa artística ou 
tecnicamente, todos os tipos de desenhos servem para comunicá-la e contribuem 
para facilitar o seu entendimento.
A projeção ortográfica é um meio de representar um objeto tridimensional em duas 
dimensões. Na arquitetura, a projeção ortográfica geralmente assume uma destas 
três formas: planta baixa, corte ou elevação. Uma planta baixa é o corte horizontal 
imaginado de um cômodo ou uma edificação a 1,2 m acima do solo ou do nível de 
piso acabado. Um corte consiste na seção vertical de uma edificação ou espaço. Uma 
elevação representa a vedação externa da edificação, isto é, sua face ou fachada.
As imagens tridimensionais transmitem ideias que não podem ser representadas 
por desenhos bidimensionais — plantas baixas, cortes e elevações. A representação 
das três dimensões confere profundidade a uma imagem, tornando-a mais realista. 
Enquanto algumas representações tridimensionais não passam de croquis, outras 
adotam abordagens mais precisas. As perspectivas axonométricas e isométricas, por 
exemplo, são construídas geometricamente (FARRELLY, 2014).
1. Todo desenho bi ou tridimensional 
se inicia a partir de elementos 
básicos, que, conforme são 
desenvolvidos, dão vida às ideias de 
cada designer. Sobre esses elementos, 
assinale a alternativa correta.
a) O ponto serve como uma 
referência, marcando 
uma posição no espaço, 
podendo ser percebido por 
meio de sualargura e seu 
comprimento idênticos.
Expressões plásticas bi e tridimensional16
b) Pode-se perceber a composição 
com plano, reta e ponto à 
medida que se experimenta 
as formas dos ambientes 
e das edificações.
c) Uma linha pode ser entendida 
como a conexão de dois 
pontos no espaço; sua largura 
e seu comprimento são uma 
marcação no espaço.
d) Um plano não apresenta 
profundidade, apenas altura e 
comprimento, sendo formado 
por suas perpendiculares.
e) A linha, assim como o ponto, 
não é estática e tem o poder 
de expressar visualmente o 
movimento e a direção.
2. Para iniciar uma representação 
gráfica, os elementos básicos 
— ponto, reta e plano — 
são fundamentais, pois é a 
partir deles que um desenho 
bidimensional é concebido. Sobre 
as representações bidimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Um desenho bidimensional 
é sinônimo de volume.
b) Um desenho bidimensional se 
estabelece por meio de uma 
superfície com profundidade.
c) Um desenho bidimensional 
é compreendido como 
uma expressão com 
comprimento e altura.
d) Um desenho bidimensional 
tem como principal exemplo 
o ponto e uma linha.
e) Um desenho bidimensional 
representa fielmente a 
experiência cotidiana.
3. Um desenho tridimensional se 
inicia a partir dos elementos 
básicos que formam, em um 
primeiro momento, os desenhos 
bidimensionais. Sobre as expressões 
plásticas tridimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Um quadrado e um 
círculo são exemplos de 
expressão tridimensional.
b) Para representá-las, é necessário 
saber a profundidade e a altura.
c) É possível representá-las 
por meio da aplicação 
de valores tonais.
d) Podem ser representadas 
pela variação abrupta 
de tons escuros.
e) São projeções ortográficas 
geradas por cortes 
horizontais ou verticais.
4. A técnica da perspectiva 
contribui para a expressão 
das ideias, sendo uma forma 
tridimensional de representação 
no design de interiores. Sobre 
esse tipo de desenho, assinale 
a alternativa correta.
a) A perspectiva estimula e instiga 
diversos pontos de vista.
b) A perspectiva ignora as 
dimensões de profundidade 
nos desenhos.
c) A perspectiva é uma 
técnica única que não 
apresenta variações.
d) A perspectiva é considerada a 
técnica mais simples para se usar.
e) A perspectiva estabelece 
relações espaciais básicas e fáceis.
5. O desenho, como linguagem 
fundamental na arquitetura, 
é uma forma de expressão de 
ideias e intenções. Assim, existem 
vários tipos de desenhos de 
duas ou três dimensões que 
são adequados a cada situação 
17Expressões plásticas bi e tridimensional
e a cada intenção. Sobre as 
representações bi e tridimensionais, 
assinale a alternativa correta.
a) Os croquis requerem um nível 
alto de detalhamento com 
indicação de dimensões.
b) Um croqui pode ser definido 
como a planta baixa final 
do projeto, precisa e 
refinada tecnicamente.
c) As representações 
tridimensionais devem 
ser utilizadas em todos 
os casos e para todos os 
contextos e necessidades.
d) As representações 
bidimensionais são 
indicadas para representar 
pontos específicos e não 
tão abrangentes.
e) Tanto o croqui como as 
plantas baixas e elevações são 
elaborados exclusivamente 
pelo computador.
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