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botânica 2

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Prévia do material em texto

2016
DiversiDaDe De 
Fanerógamos
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 574
P436dr Pereira; Roberta Andressa
Diversidade de fanerógamos/ Roberta Andressa Pereira: 
UNIASSELVI, 2016.
 
 238 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-977-0
 1. Biologia. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
III
apresentação
Caro acadêmico,
Você já parou para pensar sobre qual a planta que dá origem ao café, 
uma das bebidas mais populares em todo o mundo? Ou mesmo o vinho, já 
conhecido da humanidade desde a antiguidade? Conhece como é e qual a 
parte da planta usada pela indústria têxtil para produzir o tão famoso fio 
de algodão? Ou sabia que a cana-de-açúcar, além de muito utilizada pela 
culinária por conta do açúcar, é utilizada para fabricação de bioetanol, 
combustível produzido e exportado pelo Brasil? As plantas estão ao nosso 
redor e participam do nosso dia a dia. Vão muito além das refeições em 
forma de salada ou sobremesas saudáveis. Conhecê-las é fundamental!
É neste mundo que você está convidado a entrar, no mundo da 
Botânica! A Botânica é o ramo da ciência que tem como objeto de estudo as 
plantas, e tenta descobrir e explicar como estes organismos são constituídos 
e funcionam, como estão organizados e de que maneira interagem, afetam e 
são comprometidos pelo meio que ocupam.
O presente caderno de estudos tem como proposta oferecer um 
primeiro contato de você, acadêmico, com os conceitos e princípios da 
Morfologia Vegetal, de forma a apresentar um material básico e de apoio com 
as principais informações sobre o tema. Além disso, serve como uma forma 
inicial de contato e diálogo entre professor e aluno. Entender a morfologia 
das plantas é de suma importância para que você possa compreender os 
processos fisiológicos das mesmas e suas relações filogenéticas.
Assim, o objetivo principal deste material é servir como um guia 
para você orientar seus estudos, e deverá, sempre, ser complementado com 
leituras adicionais em bibliografias específicas, muitas delas apresentadas no 
final de cada unidade.
Espero que você possa ter uma noção de como funciona e é estruturado 
o corpo de uma planta. Assim como, da grandeza da diversidade de 
organismos fotossintetizantes e sua importância no meio ambiente, ajudando 
na preservação do equilíbrio dos ecossistemas, muitos deles comprometidos 
pela ação do homem.
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – E AÍ? COMO É UMA PLANTA? ................................................................................ 1
TÓPICO 1 – MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS ................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 RAIZ ........................................................................................................................................................ 4
2.1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DA RAIZ ................................................................................. 4
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS RAÍZES ................................................................................................... 6
2.2.1 Quanto à origem ..................................................................................................................... 6
2.2.2 Quanto à morfologia .............................................................................................................. 6
2.2.3 Tipos especiais de raízes ........................................................................................................ 7
2.3 NÓDULOS RADICULARES .......................................................................................................... 14
3 CAULE ..................................................................................................................................................... 15
3.1 TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO .......................................................................... 16
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CAULES ................................................................................................. 17
3.3 FORMAS DE VIDA DE PLANTAS VASCULARES (DE ACORDO COM GIULIETTI 
 ET AL., 1994, P. 17-24; SOUZA ET AL., 2013, P. 71-79.) ....................................................... 21
4 FOLHA .................................................................................................................................................... 25
4.1 PARTES DE UMA FOLHA COMPLETA ..................................................................................... 25
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS ................................................................................................. 26
4.3 FILOTAXIA ....................................................................................................................................... 33
4.4 MODIFICAÇÕES FOLIARES......................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 38
TÓPICO 2 – MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS ............................. 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 FLOR ........................................................................................................................................................ 41
2.1 CLASSIFICAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................42
2.2 PERIANTO........................................................................................................................................ 45
2.2.1 Cálice (representado pela letra K) ........................................................................................ 46
2.2.2 Corola (representado pela letra C) ....................................................................................... 46
2.3 ANDROCEU (representado pela letra A) ..................................................................................... 47
2.3.1 Algumas classificações ........................................................................................................... 47
2.4 GINECEU (representado pela letra G) ......................................................................................... 49
2.4.1 Algumas classificações ........................................................................................................... 50
2.4.2 Fórmula e diagrama floral ..................................................................................................... 53
3 INFLORESCÊNCIAS ........................................................................................................................... 54
3.1 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS OU INDEFINIDAS ...................................... 54
3.2 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS CIMOSAS OU DEFINIDAS .................................................. 56
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
sumário
VIII
TÓPICO 3 – MORFOLOGIA DOS FRUTOS ..................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 FRUTOS SIMPLES ............................................................................................................................... 65
3 FRUTOS AGREGADOS E MÚLTIPLOS ......................................................................................... 68
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
UNIDADE 2 – PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA ......................................................... 77
TÓPICO 1 – A CÉLULA VEGETAL ...................................................................................................... 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 CÉLULA VEGETAL .............................................................................................................................. 80
2.1 PECULIARIDADES DA CÉLULA VEGETAL ............................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 88
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 – TECIDOS VEGETAIS ...................................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 TECIDOS MERISTEMÁTICOS......................................................................................................... 93
2.1 MERISTEMAS APICAIS OU PRIMÁRIOS ................................................................................. 93
2.2 MERISTEMAS LATERAIS OU SECUNDÁRIOS ............................................................ 95
3 TECIDOS PERMANENTES ............................................................................................................... 97
3.1 TECIDO DE REVESTIMENTO ...................................................................................................... 97
3.2 TECIDO DE PREENCHIMENTO ................................................................................................102
3.3 TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO ....................................................................................................105
3.4 TECIDOS DE CONDUÇÃO .........................................................................................................107
3.5 TECIDOS DE SECREÇÃO E CÉLULAS SECRETORAS ..........................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
TÓPICO 3 – OS ÓRGÃOS VEGETAIS .............................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 RAIZ ......................................................................................................................................................123
3 CAULE ...................................................................................................................................................129
4 FOLHA ..................................................................................................................................................134
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................138
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144
UNIDADE 3 – A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES 
 COM SEMENTES .......................................................................................................147
TÓPICO 1 – AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE! .......................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 A CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE ............................................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................159
IX
TÓPICO 2 – PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS 
ANGIOSPERMAS ..........................................................................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 AS GIMNOSPERMAS .......................................................................................................................161
2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS GIMNOSPERMAS..........................................................162
2.2 OS REPRESENTANTES DAS GIMNOSPERMAS ....................................................................163
2.3 REPRODUÇÃO NAS GIMNOSPERMAS ..................................................................................165
3 AS ANGIOSPERMAS ........................................................................................................................167
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ANGIOSPERMAS ...........................................................168
3.2 REPRODUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS ...................................................................................169
3.2.1 A flor .......................................................................................................................................170
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................179
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................186
TÓPICO 3 – BOTÂNICA ECONÔMICA ..........................................................................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................189
2 ALGUMAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO .............................................................191
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................217
TÓPICO 4 – METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA .........................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 PROPOSTAS PARA AS AULAS ......................................................................................................220
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................231
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................232
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................233
X
1
UNIDADE 1
E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir desta unidade, você será capaz de:
• saber dividir os órgãos das plantas em vegetativos e reprodutivos;
• identificar as partes da raiz, do caule, da folha, das flores, inflorescências e 
frutos; 
• reconhecer os diferentes tipos de raiz, caule, folha e flores, inflorescências 
e frutos.
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um 
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
TÓPICO 2 – MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
TÓPICO 3 – MORFOLOGIA DOS FRUTOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
1 INTRODUÇÃO
Todos dizem que o Brasil é um dos países com maior diversidade vegetal 
do mundo, resultado de uma grande variedade de cores, formatos e tamanhos 
das nossas plantas. Mas você saberia dizer de que partes são formadas as plantas? 
Ou ainda, saberia identificar cada uma destas partes?
Frequentemente o conhecimento popular identifica algumas partes das 
plantas de forma incorreta. Por exemplo, você sabia que a parte alaranjada da 
cenoura, que usamos na culinária, é uma raiz? E a batata-doce também? E que a 
batata-inglesa é um caule? E que a parte comestível da cebola trata-se, na verdade, 
de folhas modificadas? 
Conheceremos a partir de agora outras curiosidades através do estudo 
da morfologia externa das plantas. Esta área da Botânica, também chamada 
de Organografia Vegetal, se dedica ao estudo da morfologia externa, ou seja, 
da forma e da estrutura, dos órgãos das plantas, classificando e nomeando as 
estruturas vegetais e suas variações. Estar familiarizado com seus conceitos é 
condição primordial para estabelecer uma compreensão global da planta e sua 
interação com o ambiente que habita, e, posteriormente, conseguir dividir as 
plantas em pequenos grupos e reconhecê-los.
ESTUDOS FU
TUROS
Neste primeiro tópico abordaremos o estudo da morfologia externa dos órgãos 
vegetativos das plantas vasculares terrestres, como a raiz, o caule e as folhas. Vamos lá?
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
4
2 RAIZ
De uma maneira geral, podemos afirmar que a raiz é o órgão vegetativo 
que apresenta como função principal a fixação da planta ao substrato e a absorção 
de água e nutrientes. Por conta disso, normalmente é subterrânea e aclorofilada, 
ou seja, não apresenta o pigmento clorofila, que confere cor verde aos órgãos 
vegetais. Apresenta, ainda, geotropismo e hidrotropismo positivos, isto é, seu 
crescimento se dá em direção à terra e à água, respectivamente. Além disso, pode 
ser um órgão de reserva, como nas cenouras (Daucus carota – Família Apiaceae) e 
nabos (Brassica napus – Família Brassicaceae), ou ter função de respiração, como 
observado em algumas plantas de mangue, como no mangue-branco (Laguncularia 
racemosa – Família Combretaceae).
Em algas e musgos, a estrutura que apresenta funções similares não é 
vascularizada, como nas outras plantas. Diante desta característica, recebem o 
nome de rizoides.
As raízes não apresentam folhas, gemas laterais e apicais, nós e entrenós, 
diferenciando-se dos caules.
2.1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DA RAIZ
A semente das plantas fanerógamas contém uma planta em miniatura, 
um esporófito jovem, o embrião. Ele tem uma raiz embrionária, denominada 
radícula, um eixo caulinar embrionário, chamado hipocótilo – epicótilo e uma ou 
duas folhas embrionárias, os cotilédones. 
É difícil estabelecer o limite entre a radícula e o hipocótilo (porção caulinar 
situada abaixo do(s) cotilédone(s)). Por essa razão, fala-se em eixo hipocótilo-
radicular. 
Ao germinar a semente, a radícula se distende por divisões e alongamentos 
celulares formando uma raiz primária. Veja o esquema a seguir (Figura 1).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
5
FIGURA 1 – FEIJÃO (Phaseolus vulgaris – FAMÍLIA FABACEAE)
A. Semente aberta longitudinalmente e em vista lateral. O embrião do feijão tem uma 
plúmula acima dos cotilédones, consistindo em um eixo curto (epicótilo), um par de folhas 
e um meristema apical. Seus cotilédones contêm nutrientes armazenados. B. Estágio 
de desenvolvimento. Observe que durante a germinação, seus cotilédones são levados 
para acima do solo pelo alongamento do hipocótilo. FONTE: Raven et al. (2007), p. 524.
Na porção inicial da raiz primária em crescimento distinguem-se três 
regiões ou zonas (Figura 2).
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS PARTES CONSTITUINTES DA RAIZ
FONTE: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_
legenda/1d596d1403d8985f0f6743ef7d30b517.jpg>. Acesso em: 10 jan. 2016.
A
B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
6
• Coifa: estrutura em forma de capa que reveste o ápice radicular, onde estão 
localizados os tecidos meristemáticos. Esses tecidos apresentam células ainda 
não diferenciadas e em constante divisão celular. Pode secretar mucilagens 
que auxiliam na proteção e penetração do órgão no substrato. É formada por 
uma região central denominada caliptrogênio.
• Zona de alongamento ou de distensão: onde ocorre a distensão (observamosos tecidos meristemáticos) e início da diferenciação dos tecidos primários 
da raiz. Esta região é protegida pela coifa. Danos causados a esta região por 
microrganismos, ou mesmo pelo atrito com o substrato, poderiam danificar a 
estrutura radicular e, consequentemente, o desenvolvimento da planta.
• Zona pilífera ou de absorção: nesta região os tecidos estão totalmente 
diferenciados. Pode-se observar a presença de pelos radiculares, que são 
projeções epidérmicas. Estes pelos aumentam a superfície de contato do 
órgão com o substrato, aumentando, por conseguinte, a absorção de água e 
nutrientes. Entretanto, essa absorção pode ocorrer em outras partes da planta 
também.
• Zona de ramificação ou suberosa: é a porção mais antiga e longa da raiz. Esta 
região é caracterizada por apresentar espessamento e formação de raízes 
laterais.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS RAÍZES
As raízes podem ser classificadas de acordo com a sua origem ou 
morfologia.
2.2.1 Quanto à origem
• Axial: raízes originadas a partir do desenvolvimento da radícula do embrião.
• Adventícia: são assim chamadas as raízes que derivam de qualquer outro 
órgão, principalmente do caule, e não da radícula do embrião. A raiz que se 
origina da radícula logo atrofia e não se desenvolve.
2.2.2 Quanto à morfologia
• Sistema pivotante: observado na grande maioria das gimnospermas (como as 
coníferas) e angiospermas (plantas que dão flores e frutos). Neste sistema é 
possível observar uma raiz principal e suas raízes laterais, portanto, na sua 
grande maioria são formados a partir de raízes axiais (Figura 3A).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
7
FIGURA 3 – SISTEMAS RADICULARES
A. Plântula de feijão (Phaseolus vulgaris – Família Fabaceae), indicando a raiz axial 
pivotante (setas finas) e raízes laterais (setas largas). B. Plântula de milho (Zea mays 
– Família Poaceae). Nesta espécie e nas demais monocotiledôneas todas as raízes são 
adventícias, formando um sistema fasciculado. FONTE: Souza et al. (2013), p. 18-19.
2.2.3 Tipos especiais de raízes
Podemos classificar as diversas formas de raízes encontradas nas plantas. 
Vejamos as principais.
a) Raízes Subterrâneas: 
- Tuberosas (Figura 4): são raízes axiais ou fasciculadas que se apresentam 
intumescidas pelo armazenamento de substâncias de reserva. Muitas delas 
são utilizadas na alimentação humana. Como exemplo, temos as tuberosas 
pivotantes, como rabanete (Raphanus sativus – Família Brassicaceae), cenoura 
(Daucus carota – Família Apiaceae) (Figura 4A), beterraba (Beta vulgaris – Família 
Amaranthaceae) (Figura 4B); fasciculadas tuberosas: mandioca (Manihot sp.- 
Família Euphorbiaceae), batata-doce (Ipomoea batatas – Família Convolvulaceae) 
(Figura 4C).
• Sistema fasciculado: nas monocotiledôneas, as raízes primárias têm vida 
curta. Assim, o sistema radicular deste grupo vegetal é composto por raízes 
adventícias e suas raízes laterais. Assim, nenhuma raiz é mais proeminente 
que as outras (Figura 3B).
BA
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
8
FIGURA 4 – RAÍZES TUBEROSAS
A. Cenoura (Daucus carota – Família Apiaceae). B. Beterraba (Beta vulgaris – Família 
Amaranthaceae). C. Batata-doce (Ipomoea batatas – Família Convolvulaceae). FONTE:
 Disponível em: 
A. <http://www.supermemo.com.br/2012/01/beneficios-da-cenoura/>.
B. <http://frutasdouradas.dyndns.org:360/FrutasDouradas/Imagens/beterraba2.jpg>.
C. <http://www.lideragronomia.com.br/2012/08/batata-doce.html>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
a) Raízes Aéreas
Não se desenvolvem subterraneamente, mas expostas ao ar. São 
geralmente adventícias.
- Suportes: são aquelas que aumentam o sistema de fixação de algumas plantas. 
Formam-se a partir de galhos e caules e penetram no solo. Ex.: milho (Zea mays– 
Família Poaceae) (Figura 5A), mangue-vermelho (Rhizophora mangle – Família 
Rhizophoraceae) (Figura 5B).
FIGURA 5 – RAÍZES ESCORAS
A B
A. Milho (Zea mays – Família Poaceae). B. Mangue-vermelho (Rhizophora mangle – Família 
Rhizophoraceae). FONTE: A. Souza et al. (2013), p. 21. 
B. Disponível em: <http://manguedasabiaguaba.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
9
- Tabulares: são uma variação das raízes suporte. Os ramos radiculares 
encontram-se ligados ao caule, como verdadeiras tábuas. São características 
de árvores grandes de florestas tropicais e têm como função aumentar a 
estabilidade da planta. Ex.: Raízes de figueira (Ficus sp.- Família Moraceae) 
(Figura 6A).
- Escora (Figura 6B-C): São raízes que aparecem em certas espécies de figueiras 
(Ficus benjamim, por exemplo). Elas descem de ramos caulinares laterais, 
alcançam o solo, ramificam-se e começam a absorver água. Por se tratarem 
de eudicotiledôneas, elas crescem em espessura e com o tempo tornam-se tão 
espessas que passam a substituir o caule em sua função, pois elas, além de 
fixarem a ponta no solo e absorverem a água, conduzem essa água até a copa 
e sustentam a copa. Quando já há muitas raízes bem desenvolvidas, o caule 
pode desaparecer, ficando a copa totalmente escorada em raízes. Figueiras 
milenares na Índia se expandem radialmente alcançando centenas de metros 
além de seu ponto de origem.
- Estrangulares (Figura 6D): são uma variação das raízes escora. São raízes de 
vegetais não parasitas, que vivem sobre outros e que os envolvem, crescendo 
em direção ao solo, armando uma rede que vai se espessando, impedindo 
então o crescimento em espessura da planta hospedeira, que, muitas vezes, 
acaba morrendo. As plantas que apresentam este tipo de raiz são comumente 
chamadas de mata-pau. Embora essas raízes costumam ser chamadas de “raízes 
estrangulantes”, o termo não é adequado, pois as raízes não estrangulam 
(processo ativo), mas simplesmente impedem o crescimento em espessura 
do caule da planta hospedeira (processo passivo). Se a hospedeira for uma 
palmeira, por exemplo, ambas podem conviver por muitos anos.
FIGURA 6 – FIGUEIRAS (Ficus sp. – FAMÍLIA MORACEAE)
A B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
10
A. Raiz tabular. B-C. Raízes escoras. D. Raiz estranguladora. FONTE: Disponível em: 
 A. <https://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2014/07/figueira-do-parque-celso-
daniel-em-santo-andrc3a9-antes.jpg>. B. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.
com/2009/04/troncos-da-figueira-das-lagrimas-ricardo-cardim.jpg?w=500&h=374>. 
C. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2010/03/figueira-no-ibirapuera-foto-de-
ricardo-cardim-direitos-reservados.jpg>. D. <http://www.panoramio.com/photo/21305391>. 
Acessos em: 10 jan. 2016.
C D
- Sugadoras (Figura 7): caracterizam plantas parasitas. Essas raízes são também 
chamadas de haustórios e penetram no hospedeiro, através de uma estrutura 
chamada apressório, até atingirem os tecidos vasculares (responsáveis pela 
condução de água e fotoassimilados). As plantas parasitadas são classificadas 
em:
• holoparasitas, quando penetram o tecido vascular responsável pelo 
transporte de fotoassimilados. Este tecido é chamado floema. Exemplo: 
cipó-chumbo (Cuscuta racemosa – Família Convolvulaceae) (Figura 7A-B), 
planta quase completamente aclorofilada, heterótrofa. Geralmente a planta 
hospedeira se exaure e morre em pouco tempo.
• hemiparasitas, quando penetram o tecido vascular responsável pela 
condução de água e sais minerais. Este tecido é denominado xilema. 
Exemplo: erva-de-passarinho (Struthanthus sp. – Família Loranthaceae) 
(Figura 7C-D) , planta autótrofa e com folhas verdes. Como as hemiparasitas 
são autótrofas, hospedeiro e parasita podem conviver por muitos anos, pois 
a hospedeira só deve retirar mais água do solo do que necessita.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
11
FIGURA 7 – RAÍZES SUGADORAS
A B
C D
A-B. Holoparasitas. C-D. Hemiparasita. A,C. Vista geral. B. Detalhe. D. Detalhe dos 
apressórios. FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.blogdovestibular.com/2015/07/questao-tipos-de-raizes.html>. 
B. <http://herbologiamistica.blogspot.com.br/2010/07/cipo-chumbo.html>.C. <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/morfovegetal2.php>. 
D. <http://ramonlamar.blogspot.com.br/2014_04_01_archive.html>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A água e sais minerais transportados pelo xilema constituem a seiva bruta, 
enquanto os produtos fotoassimilados, ou seja, os compostos orgânicos produzidos durante 
a fotossíntese, são chamados seiva elaborada, e transportados pelo floema.
ATENCAO
- Respiratórias: tipo de raiz presente em muitas plantas subaquáticas; são 
esponjosas porque são ricas em aerênquima (tecido com grandes espaços 
intercelulares cheios de ar) com função de suprimento de oxigênio para os 
órgãos submersos. Ex.: Ludwigia sp. – Família Onagraceae.
- Pneumatóforos: podem ser consideradas um tipo de raízes respiratórias, mas 
diferem estruturalmente por serem raízes que apresentam, além do tecido 
aerenquimático (mencionado anteriormente), tecidos condutores de seiva bruta 
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
12
e elaborada. Crescem (por geotropismo negativo, ou seja, no sentido contrário 
ao centro da Terra) verticalmente para fora do solo encharcado onde vive a 
planta. As raízes, assim como os outros órgãos das plantas, necessitam de 
oxigênio para a respiração. Por esta razão, a maioria das plantas não pode viver 
em solos com drenagem inadequada. Para solucionar esse problema, algumas 
árvores que crescem em habitats brejosos, como, por exemplo, o mangue-preto 
(Avicennia sp. – Família Acanthaceae) (Figura 8A) e o mangue-branco ou siriúba 
(Laguncularia racemosa - Família Combretaceae), apresentam porções de suas 
raízes crescendo para cima da superfície do banhado. Essas raízes servem, 
portanto, não apenas para fixar a planta ao substrato, mas também para a 
aeração do sistema radicular. 
- Grampiformes (Figura 8B-C): são raízes curtas, semelhantes a grampos, que 
surgem do caule e têm por função fixar certas trepadeiras em diferentes 
superfícies, tais como paredes, e servem também de suporte para o caule 
escandente. Ex.: hera-japonesa (Parthenocissus tricuspidata – Família Vitaceae) 
(Figura 8B).
FIGURA 8 – PNEUMATÓFOROS E RAÍZES GRAMPIFORMES 
A. Pneumatóforos em Avicennia sp. – Família Acanthaceae. B-C. Raízes grampiformes. B. Hera-
japonesa (Parthenocissus tricuspidata – Família Vitaceae). C. Detalhe. FONTE: A. Disponível 
em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Avicennia_resinifera_
Coromandel_2005_a.jpg>. Acesso em: 10 jan. 2016. B. Souza et al. (2013), p. 33. C. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/raiz-grampiforme.jpg>. Acesso em: 10 
jan. 2016.
BA C
- Cinturas: são adaptações peculiares das plantas epífitas (plantas que vivem sobre 
outras plantas). Estas raízes crescem enroladas ao tronco da planta suporte ou 
de outro substrato qualquer, como rochas. Ex.: raízes de muitas orquídeas e 
bromélias (Figura 9).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
13
FIGURA 9 – RAÍZES CINTURA 
FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.microplanta.com/articulos/wp-content/uploads/2011/07/vanda1.jpg>. 
B. <http://www.lusorquideas.com/-blogue/category/dendrobium>. Acessos em: 10 jan. 2016.
c) Raízes Aquáticas 
As plantas aquáticas desenvolvem raízes especiais, ricas em tecido 
aerenquimático (ou seja, tecido que armazena ar entre suas células), que serve 
para armazenar e conduzir o ar, além de auxiliar na flutuação. Ex.: alface-d’água 
(Pistia stratiotes – Família Araceae) (Figura 10A), aguapé (Eichhornia crassipes – 
Família Pontederiaceae) (Figura 10B).
FIGURA 10 – REPRESENTAÇÕES ESQUEMÁTICAS DE RAÍZES AQUÁTICAS
A. Alface-d’água (Pistia stratiotes – Família Araceae). B. Aguapé (Eichhornia 
crassipes – Família Pontederiaceae). Fonte: A.<http://amorpeloverde.
atspace.com/raiz.htm>. B.<http://www.geocities.ws/investigandoaciencia/
raizes>.htm. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
B
A
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
14
2.3 NÓDULOS RADICULARES
Aparecem nas raízes de muitas plantas pertencentes à família Fabaceae 
(família das leguminosas como o feijão, grão-de-bico, amendoim, soja, ervilha, 
lentilha), como decorrência da infecção por bactérias (Rhizobium) fixadoras de 
nitrogênio atmosférico (Figura 11). Essas bactérias penetram as raízes através dos 
seus pelos radiculares, passando até as células mais internas, onde se multiplicam 
e estimulam tais células a também se dividirem, resultando no nódulo. 
As bactérias atuam no processo de fixação do nitrogênio. Alteram N2 
(gás) disponível no solo para NH4+ (nitrato), que é a forma em que o vegetal 
consegue utilizar o nitrogênio.
Trata-se, então, de uma associação simbiótica de grande importância 
adaptativa para as plantas que a apresentam, pois lhe permite obter nitrogênio 
(via atividade bacteriana) em solos pobres neste nutriente essencial.
FIGURA 11 – NÓDULOS RADICULARES EM SOJA (Glycine max– 
FAMÍLIA FABACEAE)
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/
ABAAAgEkUAJ/anatomia-raiz>. Acesso em: 10 jan. 2016.
ESTUDOS FU
TUROS
Tudo tranquilo até aqui? Então vamos seguir viagem pelo corpo da planta. A 
seguir, conheceremos os diversos tipos de caules!
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
15
3 CAULE
De forma geral, podemos dizer que o caule é a parte do corpo da planta 
que une as raízes às folhas, sendo, portanto, mais complexo do que o sistema 
radicular. Ele pode apresentar folhas, gemas laterais e apicais, onde encontramos 
tecidos meristemáticos primários (responsáveis pelo crescimento em longitudinal 
da planta), e nós e entrenós (Figura 12).
FIGURA 12 – CAULE
A B C
Gema
apical
Gema
lateral
Caule
Entrenó
Nó
Nó
A. Características de um caule. B. Detalhe de gemas axilares (entre as folhas e o caule) e terminal 
(no ápice do ramo) da sibipiruna (Poincianella pluviosa – Família Fabaceae). C. Detalhe da gema 
reprodutiva da falsa-erva-cidreira (Lippia alba – Família Verbenaceae). FONTE: A. Disponível em: 
<http://pt.slideshare.net/valimjulia/caule-32374987>. Acesso em: 10 jan. 2016. B-C. Souza et al. 
(2013), p. 45.
O nó é o local em que uma ou mais folhas aparecem. As gemas axilares (ou 
laterais) também se formam na região do nó, daí esta região ser também chamada 
região das ramificações. O espaço entre dois nós consecutivos denomina-se 
entrenó (ou internó). A gema localizada no ápice do órgão é denominada gema 
apical ou terminal, e promove o crescimento em comprimento da planta.
O caule comumente apresenta fototropismo positivo (crescimento 
em direção à luz) e geotropismo negativo, e pode ser clorofilado ou acumular 
substâncias nutritivas, como ocorre na batata-inglesa (Solanum tuberosum – 
Família Solanaceae), gengibre (Zingiber officinale – Família Zingiberaceae) e cará 
ou inhame (Dioscorea sp. – Família Dioscoreaceae). 
As duas funções principais são:
• suporte – serve como suporte mecânico para as folhas e estruturas reprodutoras, 
o qual as coloca em posição favorável aos agentes polinizadores e dispersores e 
para obter a quantidade adequada de luz solar;
• condução – o caule transporta pelo floema os produtos fotoassimilados 
produzidos pelas folhas (e caules fotossintetizantes) para as áreas que não 
realizam a fotossíntese. Ao mesmo tempo, o caule transporta água e sais minerais 
ascendentemente das raízes para as folhas, pelo xilema (tipo de tecido vascular).
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
16
3.1 TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO
a) Sistema monopodial (Figura 13A-B): neste sistema, o crescimento do caule se 
dá pela atividade de uma única gema apical, que permanece por toda a vida 
do vegetal. Plantas com este crescimento podem não desenvolver qualquer 
ramificação lateral, como no mamoeiro (Carica papaya – Família Caricaceae). 
Nas palmeiras (plantas da Família Arecaceae) (Figura 13A), a ramificação lateral 
geralmente se limita à produção de inflorescências na época da reprodução. É 
importante salientar que mesmo em plantas com muitos ramos laterais pode-se 
encontrar um sistema monopodial. É o que observamos na grande maioriadas 
coníferas (pinheiros) (Figura 13B); o eixo principal é facilmente reconhecido, 
pois só ele cresce verticalmente, enquanto os ramos laterais têm crescimento 
oblíquo e bem mais vagaroso.
b) Sistema simpodial (Figura 13C-D): neste sistema, várias gemas participam 
continuamente da formação de cada eixo. Isso pode acontecer porque a gema 
apical cessa sua atividade ou porque o eixo principal perde sua superioridade 
sobre os ramos laterais. Como resultado, temos a formação arredondada das 
copas da maioria das árvores.
FIGURA 13 – TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO
D
A-B. Sistema monopodial. A. Palmeira-jussara (Euterpe edulis – Família Arecaceae) B. Araucária 
(Araucaria sp. – Família Araucariaceae. C-D. Sistema simpodial. 
FONTE: Disponível em: A. <http://www.floriculturacampineira.com.br/floricultura_produto-
zoom.asp?id_imagem=5422>. B. <http://www.sitiovitoriaregia.com.br/img/Araucaria.jpg>. C. 
<http://www.bemviver.org/imagens/Arvore.jpg>. D. <http://jornalnovidades.com.br/?p=7756>. 
Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
17
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CAULES
a) Caules aéreos
- Tronco (Figura 13B-D): bem desenvolvido, muito robusto, lenhoso (caule que 
produz madeira) e ramificado; característico da maioria das árvores e arbustos 
de eudicotiledôneas e gimnospermas. Ex.: araucária, cedro (Cedrela fissilis – 
Família Meliaceae), limoeiro (Citrus limonum – Família Rutaceae).
- Estipe: caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com uma coroa de folhas 
apenas no ápice. Ex.: palmeiras (Figura 13A).
- Haste (Figura 14): caule delicado, não lenhoso, ereto, da maioria das ervas. Ex.: 
couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae) (Figura 14A), hortelã (Mentha 
sp. – Família Lamiaceae) (Figura 14B), girassol (Helianthus annuus – Família 
Asteraceae) (Figura 14C).
- Colmo (Figura 14D-E): caules divididos em gomos, com nós e entrenós bem 
nítidos. Há colmos cheios, como a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família 
Poaceae) (Figura 14D) e milho, e ocos, como o bambu (Bambusa spp. – Família 
Poaceae) (Figura 14E).
FIGURA 14 – TIPOS DE CAULES
A-C. Caules do tipo haste. A. Couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae). B. Hortelã (Mentha 
sp. – Família Lamiaceae). C. Girassol (Helianthus annuus – Família Asteraceae). D-E. Caules do 
tipo colmo. D. cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família Poaceae). E. bambu (Bambusa 
sp. Família Poaceae). FONTE: Disponível em: A. <http://plantas-medicinais.me/wp-content/
uploads/2010/08/mall.jpg>. B.<http://2.bp.blogspot.com/_qqwONhF5NzE/TMwugBiplVI/
AAAAAAAABYY/3kbwLCi5R00/s1600/hortela.gif>. C.<http://www.redeto.com.br/images/
noticia/20131025134918_girassol_flor_simbolo_do_estado_lenna_borges.jpg?KeepThis=true>. D. 
<http://www.sistemafaep.org.br/cana-da-acucar-amargo-prejuizo.html>.E. <http://reciclaedecora.
com/wp-content/uploads/bambu.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
D E
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
18
- Volúvel (Figura 15A): caule que cresce enrolando-se a um suporte. Pode ser 
dextrorso, quando o caule se enrola no sentido horário, como se observa no 
guaco (Mikania glomerata – Família Asteraceae), ou sinistrorsos, quando ocorre 
no sentido anti-horário, como no cará-do-ar (Dioscorea bulbifera).
- Sarmentoso ou caule prostrado ou rastejante (Figura 15B): através de suas 
raízes, estes caules ficam presos ao solo em um ponto. Encontrando um 
suporte alguns podem subir, enrolando-se neles, ou formando gavinhas que 
se enrolam. Ex.: chuchu (Sechium vulgare – Família Cucurbitaceae), aboboreira 
(Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae).
- Estolho (Figura 15C-D): este tipo de caule também rasteja junto à superfície do solo, 
tem entrenós bem alongados e em cada nó apresenta gemas e raízes, podendo se 
fixar novamente nesse ponto. Ex.: morango (Fragaria sp. – Família Rosaceae).
- Cladódio: este tipo de caule modificado tem como função principal realizar 
fotossíntese e/ou reservar água. Geralmente, está presente em plantas afilas 
(isto é, sem folhas) ou com folhas reduzidas, comumente transformadas em 
espinhos. Ex.: cactos (Família Cactaceae) (Figura 15E), carqueja (Baccharis sp. – 
Família Asteraceae).
FIGURA 15 – TIPOS DE CAULES
A. Caule volúvel em Ipomea sp. crescendo sobre outra planta. B. Caule rastejante da aboboreira 
(Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae). C-D. Estolho no morangueiro. E. Cladódio em 
cactos. FONTE: Disponível em: A. <http://1.bp.blogspot.com/_8flEUDwr_So/TJNFOq8NEdI/
AAAAAAAAAGw/0-jhWGFpAe0/s1600/Campainha+(Ipomea+cairica,+%5BL.%5D+Sweet)+preto1.
jpg>.B. <http://www.henriettesherbal.com/files/images/photos/c/cu/d04_2301_cucurbita-.jpg>
C. <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caule/imagens/caule64.jpg>.
D. <http://2.bp.blogspot.com/_1c0wmap1eQc/R1SexPVnBrI/AAAAAAAAACE/9z_2XfuxL5Y/s1600-
R/L.jpg. E. http://www.f-lohmueller.de/cactus/Dendrocereus/Dendrocereus012.htm>. Acessos 
em: 10 jan. 2016.
A
Estolão
CB
D E
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
19
b) Caules subterrâneos
- Rizomas (Figura 16A-B): tem crescimento horizontal, raízes adventícias e ramos 
aéreos, e são aclorofilados. Exemplos: íris (Iris sp. – Família Iridaceae), espada-
de-são-jorge (Sanseviera sp. – Família Ruscaceae), lírio-do-brejo (Hedychium 
sp. – Família Zingiberaceae), biri (Canna sp. – Família Cannaceae), bananeira 
(Musa sp. – Família Poaceae).
- Tubérculo (Figura 16C): quando armazenam substâncias de reserva, com 
crescimento limitado. Ex.: batata-inglesa.
- Cormo (Figura 16D): sistema caulinar espessado e comprimido verticalmente, 
geralmente envolvido por catafilos (folhas modificadas) secos. Um cormo 
difere do tubérculo por ter a base do seu caule larga e não o ápice. Difere do 
bulbo por ter mais tecido caulinar e menos catafilos. Ex.: palma-de-santa-rita 
ou gladíolo (Gladiolus sp. – Família Iridaceae).
- Bulbos: são caules subterrâneos com entrenós bastante reduzidos, formando 
um “disco” basal, de onde surgem muitas folhas modificadas (os catafilos) 
que acumulam reservas. Enquanto no cormo as reservas estão no próprio 
eixo caulinar, no bulbo estão nos catafilos. Ex.: cebola (Allium cepa – Família 
Alliaceae) (Figura 16D), alho (Allium sativus), tulipa (Tulipa sp. – Familia 
Liliaceae), lírios (Lilium sp. – Família Liliaceae).
FIGURA 16 – TIPOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS
A-B. Caules do tipo rizoma. C. Esquema evidenciando o caule do tipo tubérculo em batata-
inglesa. D. Cormo. E. Bulbo da cebola (Allium cepa – Família Alliaceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://www.jardimdeflores.com.br/JARDINAGEM/JPEGS/
A47rizoma2.jpg>. B. <http://www.aulete.com.br/rizoma>.C. <http://www.colegiovascodagama.
pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade6repassex.html>.D.<http://1.bp.blogspot.com/_jf5pZSfZAh4/
TShAyerIKMI/AAAAAAAAOok/kbtxbIWA2X0/s1600/santa4.JPG>. E. <http://www.ceasaminas.
com.br/agroqualidade/Cebola/cebmorfologia.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
D
Talo Talo
Colo Colo
Raiz Raiz
Prato Prato
Catáfilo interno
Catáfilo externo
Catáfilo externo
E
CRaízTubérculo
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
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a) Caules aquáticos
São caules adaptados à vida aquática. A elódea (Elodea sp. – Família 
Hydrocharitaceae), por exemplo, apresenta caule do tipo haste, apesar de ser 
aquático.
NOTA
Você já ouviu falar sobre modificações caulinares?
São modificações que ocorrem nos caules para que estes possam assumir outras funções, 
além das já descritas, como fixar a planta a algum suporte, proteção, ou ainda, assumir o 
papel de órgão fotossintetizador. Vamos conhecer mais sobre estas modificações?
As gavinhas (Figura 17) são estruturas que se enrolam em suportes e sustentam caules 
escandescentes. Ex.: uva (Vitis vinifera – Família Vitaceae), maracujá-doce (Passiflora edulis – 
Família Passifloraceae).
FIGURA 17 – GAVINHAS
A. Abóbora (Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae). B. Chuchu (Sechium edule – 
Família Cucurbitaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://floresjardinsdomundo.blogspot.com.br/2011/06/
flores-e-suas-definicoes-gardenia.html>.B. <http://pic80.picturetrail.com/VOL2050/
10580583/22239115/368517796.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
Já os espinhos são ramos caulinares curtos, pontiagudos, com função de defesa, 
principalmente proteção contra predação. São facilmente observados na laranjeira e no 
limoeiro (Citrus spp. – Família Rutaceae). 
Mas atenção! Não confunda espinhos caulinares com acúleos. Acúleos são simples formações 
epidérmicas, sem vascularização e geralmente sem posição definida no caule. A rosa (Rosa 
sp. – Família Rosaceae) (Figura 18A) apresenta acúleos, que são facilmente retirados quando 
sob leve pressão. Você já tentou arrancá-los? Entretanto, você não conseguirá fazer o mesmo 
com os espinhos do limoeiro, justamente porque são espinhos verdadeiros, e não apenas 
uma projeção do tecido mais externo do órgão. Existem também espinhos foliares, que são 
folhas modificadas, como nas cactáceas (Figura 18B).
A B
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
21
FIGURA 18 – A DIFERENÇA DE ESPINHOS E ACÚLEOS
A. Acúleos em rosa (Rosa sp. – Família Rosaceae). B. Folhas modificadas em 
espinhos em cactos (Cactus sp. – Família Cactaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://4.bp.blogspot.com/_pGLAh1T5rTc/S7BpQNchX9I/
AAAAAAAABEk/gRkU-lpTFjs/s1600/aculeo.jpg>.
B. <http://flores.culturamix.com/informacoes/tudo-sobre-os-cactos>. Acessos em: 
10 jan. 2016.
A B
3.3 FORMAS DE VIDA DE PLANTAS VASCULARES (DE 
ACORDO COM GIULIETTI ET AL., 1994, P. 17-24; SOUZA 
ET AL., 2013, P. 71-79.)
a) De acordo com o tipo de caule
De acordo com o tipo de caule, podemos dividir as plantas em ervas 
(Figura 19A), arbustos (Figura 19B) e árvores (Figura 19C). 
Assim, uma erva é uma planta com caule não lenhoso (ou seja, não produz 
madeira) e, geralmente, não vivendo muito mais de um ano.
- Arbustos e árvores são plantas lenhosas, com caule e ramos, que vivem 
vários anos, tornando-se mais espessados a cada estação, à medida que o 
câmbio vascular adiciona novas camadas de xilema e floema (veremos com 
mais detalhe adiante, quando conversarmos sobre anatomia das plantas). 
Enquanto o arbusto não tem um tronco principal, mas vários eixos principais 
que aparecem do nível do solo, uma árvore tem sempre um tronco com ramos 
apenas na parte superior. Há, contudo, muitas formas intermediárias entre 
estes três tipos principais de hábito de vida, como, por exemplo:
- Subarbusto: planta geralmente pequena, com base levemente lenhosa e resto 
herbáceo, pouco ramoso, geralmente vivendo vários anos.
- Arvoreta: uma árvore de baixo porte, ou com tronco principal muito curto.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
22
FIGURA 19 – FORMAS DE VIDA DE ACORDO COM O TIPO DE CAULE
A. Erva (maria-sem-vergonha, Impatiens sp. – Família Balsaminaceae). B. Arbusto (murta, 
Eugenia mattosii – Família Myrtaceae). C. Árvore (ipê-amarelo, Tabebuia sp. – Família 
Bignoniaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://dorasantoro.blogspot.com.br/2012/04/maria-sem-
vergonha.html>. B. Souza et al. (2013, p. 74). C. Disponível em: <http://www.viveiroipe.com.
br/?mudas=ipe-amarelo>. Acessos em: 10 jan. 2016. 
A B C
b) De acordo com a forma de nutrição 
De acordo com a forma de nutrição, encontramos plantas:
- Heterotróficas: podem ser:
• Parasitas: parasitam plantas vivas, retirando a seiva elaborada da planta 
parasitada. Como exemplo, temos o cipó-chumbo, já mostrado na Figura 7(A-
B), um exemplar da família Balanophoraceae (Figura 20).
FIGURA 20 – PLANTA PARASITA DA FAMÍLIA BALANOPHORACEAE 
FONTE: Disponível em: <http://lh6.ggpht.com/_5ylFlh9vpZE/
SpFAgIT4hnI/AAAAAAAAAHI/PJyJXrtzUgA/DSCI8661.JPG>. 
Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
23
• Hemiparasitas ou semiautotróficas. Assim como as holoparasitas, as 
hemiparasitas também parasitam plantas vivas, mas, ao contrário, retiram 
apenas a seiva bruta. Ex.: ervas-de-passarinho (Figura 7C-D). 
• Saprófitas: nutrem-se de matéria orgânica morta. Ex.: Burmanniaceae, algumas 
Orchidaceae.
- Autotróficas: podem ser:
• Hidrófitas errantes – vivem sobre a superfície da água, não fixas no substrato. 
Como exemplo, podemos citar o aguapé (Eichhornia sp. – Família Pontederiaceae) 
e a alface-d’água (Pistia stratiotes – Família Araceae) (Figura 21A).
• Plantas que se autossustentam (não se apoiam sobre outras):
- Fanerófitas: plantas lenhosas ou herbáceas perenes, com mais de 50 cm de 
altura, cujos ramos não morrem periodicamente. Ex.: a grande maioria das 
árvores, como as figueiras (Figura 21B).
- Caméfitas: plantas lenhosas ou herbáceas perenes, com menos de 50 cm de 
altura. Quando mais altas, seus ramos morrem periodicamente. Ex.: muitas 
ervas e subarbustos dos campos, cerrados e brejos temporários, plantas com 
estolhos ou ramos prostrados etc. (Figura 21C).
- Criptófitas: plantas perenes, herbáceas, com a parte principal do sistema 
caulinar reduzida a bulbo, cormo, xilopódio ou rizoma, assim apresentando 
suas gemas abaixo da superfície do solo. São subdivididas em geófitas 
(gemas em solo seco) (Figura 21D), as hidrófitas fixas (gemas sob a água) 
(Figura 21E) e as helófitas (gemas em solo encharcado) (Figura 21F).
- Hemicriptófitas: plantas perenes, herbáceas, com redução periódica do sistema 
caulinar a um órgão com as gemas no nível da superfície do solo, podendo 
ser um rizoma ou xilopódio, por exemplo. Podemos citar o morangueiro 
(Figura 21G).
- Terófitas: plantas anuais; completam todo seu ciclo de vida dentro de um 
ano, morrendo após a frutificação e passando a estação desfavorável sob a 
forma de semente. Um exemplo bem conhecido é o milho (Figura 21H).
FIGURA 21 – ALGUMAS FORMAS DE VIDA
A B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
24
Morangueiro
Raiz Estolho
C D E
F G H
A. Hidrófitas errantes. B. Fanerófita. C. Caméfita. D. Criptófita, geófita. E. Criptófita, hidrófita fixa. 
F. Criptófita helófita. G. Hemicriptófitas. H. Terófita. FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/alface-da-agua.html#.VpVPx_krLIU>. 
B. <https://py3cvsclaudio.wordpress.com/2012/06/25/aquecimento-global/figueira/>. 
C. <http://s193.photobucket.com/user/sdas7/media/DeuterocohniaX1flowersw-
DSCF9006_zpsf4d938c2.jpg.html>.D. <http://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/
hortifruti/cobertura-morta-no-manejo-de-plantas-daninhas-em-cebola.html>. E. <http://
bambupublicidade.com.br/wp-content/uploads/2013/09/imagem.php_1.jpeg>.
F. <http://www.wikiwand.com/it/Echinodorus>.G. <http://ptbr.protistaeplantae.wikia.com/wiki/
Mecanismos_assexuados_de_reprodu%C3%A7%C3%A3o_vegetal?file=Estolhos_j.jpg>.
H. <http://www.belagricola.com.br/noticias/24/03/2015/brasil-tera-leve-aumento-na-2-colheita-
de-milho-em>. Acessos em: 10 jan. 2016.
• Plantas que crescem sobre ou apoiadas em outras:
- Lianas: são plantas que germinam no solo e escalam um suporte, mas 
mantêm sempre o contato com o solo, como a abóbora e o chuchu (Figura 
17).
- Hemiepífitas ou pseudolianas: são plantas que germinam sobre outras 
plantas e depois estabelecem raízes no solo (como as figueiras mata-pau, 
observadas na Figura 6D, ou muitas espécies de Philodendron – Família 
Araceae); ou plantas que germinam no solo, escalam um suporte e 
posteriormente desconectam sua ligação com o solo (algumas espécies das 
famílias Araceae e Piperaceae).
- Epífitas: plantas que germinam e enraízam sobre outras plantas vivas ou 
mortas, ou eventualmente sobre outros suportes, como cercas, postes, etc. 
As plantas que crescem sobre rochas são denominadas rupícolas. Dentre as 
epífitas, temos muitas espécies de bromélias, orquídeas e cactos.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
25
4 FOLHA
É o órgão vegetativo das plantas, geralmente com formato laminar, 
cuja principal função é a fotossíntese, uma vez que é nelas que encontramos o 
pigmento clorofila em maior quantidade.
A folha é uma expansão lateral do caule e tem origem nos primórdios 
foliares, que tiveram sua formação a partir da gema durante a fase de seu 
crescimento. No processo de desenvolvimentodo primórdio foliar ocorre 
diferenciação dos tecidos, que geralmente se organizam em uma estrutura laminar. 
É um órgão muito bem adaptado à captação de luz e absorção de gás carbônico. 
Diante disso, além de realizar a fotossíntese, as folhas estão diretamente ligadas 
aos processos de respiração, transpiração e gutação ou sudação.
Quanto à duração, as folhas podem ser persistentes, como os pinheiros 
(vegetais perenifólios) ou caducas, como na grande maioria das árvores (vegetais 
caducifólios).
4.1 PARTES DE UMA FOLHA COMPLETA
As folhas apresentam uma enorme variedade de tamanho e forma. Por 
isso, elas frequentemente servem de ajuda na identificação de plantas e por 
esta razão é importante a criação de termos precisos para descrever seus vários 
caracteres, como forma do limbo, ápice, base, margem etc.
As folhas das gimnospermas e angiospermas podem apresentar diferenças 
entre si, entretanto, uma folha apresenta basicamente as seguintes partes (Figura 
22):
• Limbo ou lâmina foliar: porção comumente laminar e verde, na qual são 
encontrados os tecidos assimiladores (que participam do processo de 
fotossíntese) e as nervuras (formadas pelos tecidos que transportam as seivas).
• Pecíolo: apresenta forma de pequena haste, sustenta o limbo e o prende ao caule 
(se não houver bainha). As folhas que o possuem são chamadas pecioladas, 
enquanto que as que não o apresentam são chamadas sésseis.
• Bainha: muito frequente em monocotiledôneas. É a parte basal que abraça total 
ou parcialmente o caule. As folhas que as apresentam são conhecidas como 
invaginantes.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
26
FIGURA 22 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FOLHA COMPLETA
A. Folha simples de dicotiledônea e monocotiledônea. B. Folha composta pinada.
FONTE: Disponível em: A. <http://bonsaijuizdefora.blogspot.com.br/2011/11/
fisiologia-vegetal.html>. B. <http://slideplayer.com.br/slide/47695/>. Acessos em: 
10 jan. 2016.
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS
a) Quanto à composição
• Simples (Figura 22A, 23A): quando o limbo é indiviso, ou seja, não está dividido 
em partes. Ex.: folha de laranjeira, parreira etc.
• Composta (Figura 22B, 23B-H): quando o limbo é dividido em porções 
laminares, chamadas de folíolos. Os folíolos podem, também, se subdividir, 
formando os foliólulos, como vemos nas folhas bipinadas. Nas folhas tripinadas, 
os foliólulos voltam a se subdividir. 
As folhas compostas recebem várias denominações de acordo com o 
número e disposição dos folíolos. As mais comuns estão listadas a seguir:
- Pinada (Figura 23B-C): com folíolos dispostos oposta ou alternadamente ao 
longo de um eixo comum, a raque. Pode ser Paripinada (Figura 23B): pinada, 
com um par de folíolos terminais ou Imparipinada (Figura 23C): pinada, com 
um folíolo terminal.
Ráquis 
ou
Raque
Folíolo
Pecíolo
Pulvino B
Folha peciolada
Pecíolo
Folha séssil
DICOTILEDÔNEAS
MONOCOTILEDÔNEA
Nervuras ramificadas
Nervuras ramificadas
Folha invaginante
Nervuras paralelas
Bainha
A
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
27
- Bipinada (Figura 23D): com duas ordens de folíolos, cada uma pinada.
- Tripinada (Figura 23E): com três ordens de folíolos, cada uma pinada. 
- Palmada ou digitada (Figura 23F): com mais de três folíolos partindo de um 
ponto comum. 
- Bifoliolada (Figura 23G): com dois folíolos partindo de um ponto comum.
- Trifoliolada (Figura 23H): com três folíolos partindo de um ponto comum.
FIGURA 23 – FOLHAS 
A
E F G H
B C D
A. Folha simples. B-H. Folhas compostas. B. Pinada, paripinada. C. Pinada, imparipinada. D. 
bipinada. E. Tripinada. F. Digitada. G. Bifoliolada. H. Trifoliolada. FONTE: Souza & Lorenzi (2012), 
p. 83, 281, 285, 302, 280, 496, 295, 400, respectivamente.
b) Quanto à forma do limbo:
O formato do limbo ou lâmina foliar é uma característica muito importante, 
utilizada, por exemplo, para distinguir espécies e famílias botânicas. Conheça a 
seguir as principais formas:
• Linear (Figura 24A): forma alongada e apresenta uma só nervura. Há ainda 
uma forma especial de folhas lineares chamada acicular, onde a folha apresenta 
forma de agulha;
• Falciforme (Figura 24B): em forma de foice;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
28
• Cordiforme (Figura 24C): em forma de coração;
• Hastiforme (Figura 24D): triangular com dois lobos basais;
• Lanceolada (Figura 24E): o aspecto lembra uma lança. A folha é mais longa que 
larga e estreita-se em direção ao ápice;
• Oblanceolada (Figura 24F): a folha tem a forma lanceolada, mas invertida, isto 
é, a parte mais larga é a apical;
• Reniforme (Figura 24G): em forma de um rim;
• Deltoide (Figura 24H): em forma de delta ou triângulo. O ápice da folha 
corresponde ao ápice do triângulo;
• Espatulada (Figura 24I): folha larga próxima ao ápice e com uma base 
longamente atenuada. Há uma variação chamada oboval (Figura 24K), mas a 
base não é tão atenuada quanto em folhas espatuladas;
• Oval (Figura 24J): a folha tem a forma oval, com a parte mais larga voltada para 
a base;
• Runcinada (Figura 24L): oblanceolada com margens partidas ou laceradas, e o 
ápice mostra-se mais desenvolvido;
• Sagitiforme (Figura 24M): lembra uma seta, triangular-oval com dois lobos 
basais retos ou ligeiramente encurvados;
• Orbicular (Figura 24N): a folha tem forma circular;
• Oblonga (Figura 24O): a folha é mais longa que larga e com bordos quase 
paralelos na maior parte de sua extensão;
• Elíptica (Figura 24P): a folha tem um formato elíptico;
• Romboidal (Figura 24Q): a folha tem forma de um losango ou rombo.
FIGURA 24 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À FORMA DO LIMBO
FONTE: Giulietti et al. (1994, s/n)
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
29
c) Quanto à margem do limbo:
Pode-se classificar as folhas e folíolos de acordo com o tipo de margem 
que apresentam. Seguem os tipos mais comuns:
• Lisa ou inteira (Figura 25A): como o nome sugere, a margem é lisa, não 
apresentando reentrâncias;
• Repanda (Figura 25B): margem levemente sinuosa;
• Crenada (Figura 25C): margem dividida em pequenos lobos obtusos e 
arredondados (dentes arredondados);
• Denteada (Figura 25D): também chamada dentada. Esta margem apresenta 
lobos comumente agudos que se colocam em ângulo reto em relação ao meio 
do limbo. Há uma variedade denominada denticulada, mas esta diferencia-se 
da primeira por apresentar lobos muito menores. Importante: não confundir 
com a serreada, onde os lobos são voltados para o ápice foliar;
• Serreada (Figura 25E): ou serrada. Apresenta lobos agudos a ascendentes, ou 
seja, direcionados para o ápice;
• Erosa (Figura 25F): é constituída por lobos, ou “dentes”, distribuídos de forma 
irregular ao longo de toda margem, passando a impressão de terem sido roídas 
ou desgastadas;
• Crespa (Figura 25G): margem excessivamente irregular e ondulada;
• Sinuada (Figura 25H): margem sinuosa.
FIGURA 25 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À MARGEM DO LIMBO
A B C D E F G H
A. Lisa ou inteira. B. Repanda. C. Crenada. D. Denteada. E. Serreada. F. Erosa. G. Crespa. H. 
Sinuada. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 37.
d) Quanto à base do limbo: 
• Aguda (Figura 26A): quando os bordos na inserção com o pecíolo formam um 
ângulo agudo;
• Cuneada (Figura 26B): as margens juntam-se em um ângulo de 45º com a 
nervura central;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
30
• Obtusa (Figura 26C): quando os bordos na inserção do pecíolo formam um 
ângulo obtuso;
• Arredondada (Figura 26D): a base apresenta-se como um semicírculo;
• Truncada (Figura 26E): quando os bordos na inserção com o pecíolo parecem 
ter sido cortados;
• Decorrente (Figura 26F): quando a base se estende além do ponto de inserção 
no caule, tornando-o alado;
• Atenuada (Figura 26G): quando os bordos na inserção com o pecíolo afinam-se 
gradativamente;
• Assimétrica (Figura 26H): também chamada oblíqua. Apresenta base 
assimétrica;
• Subcordada (Figura 26I): folha basicamente cordada, mas que apresenta lobos 
posteriores menos proeminentes que uma folha cordadatípica;
• Cordada (Figura 26J): quando os bordos na inserção com o pecíolo recurvam-
se dando à base a forma de um coração;
• Sagitada (Figura 26K): quando os bordos na inserção com o pecíolo dão à folha 
uma forma de seta;
• Hastada (Figura 26L): folha com lobos orientados perpendicularmente ao seu 
eixo principal. Assemelha-se à folha sagitada, mas se diferencia por apresentar 
lobos perpendiculares, não paralelos ao eixo do órgão.
FIGURA 26 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À BASE
A
J K L
G H I
D E F
B C
A. Aguda. B. Cuneada. C. Obtusa. D. Arredondada. E. Truncada. F. 
Decorrente. G. Atenuada. H. Assimétrica. I. Subcordada. J. Cordada. 
K. Sagitada. L. Hastada. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 34.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
31
e) Quanto ao ápice do limbo:
Da mesma forma que vimos anteriormente os diferentes tipos de base, 
encontramos também uma diversidade grande de ápices foliares. Conheça os 
principais (Figura 27):
• Acuminado: quando os bordos da lâmina formam no ápice uma ponta aguda 
e comprida;
• Agudo: quando os bordos da lâmina formam no ápice um ângulo agudo;
• Obtuso: quando os bordos da lâmina formam no ápice um ângulo obtuso;
• Truncado: quando o ápice parece ter sido cortado; por terminar abruptamente;
• Emarginado: quando os bordos da lâmina formam, gradualmente no ápice, 
uma reentrância;
• Obcordado: quando os bordos da lâmina formam no ápice uma pequena 
reentrância, parecendo um coração invertido;
• Cuspidata: ou cuspidada. Forma curta de ápice acuminado;
• Mucronata: ápice que apresenta-se extremamente abrupto, mas continuado 
por uma porção pontiaguda, rígida, quase sempre representada pela nervura 
central. Este tipo de ápice também é chamado aristado.
FIGURA 27 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO O ÁPICE DO LIMBO
acuminata
aguda
obtusa
truncada mucronata
cuspidata
obcordada
emarginada
FONTE: Disponível em: <http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/aula3p2.
html>. Acesso em: 10 jan. 2016.
f) Disposição das nervuras
As folhas podem ser classificadas de acordo com o tipo de venação (ou 
nervação), ou seja, quanto à disposição de suas nervuras:
• Pinada ou peninérvea: quando existe uma única nervura primária servindo de 
origem para as nervuras de ordens superiores. Há aqui três tipos principais:
- craspedódroma (Figura 28A): quando as nervuras secundárias terminam na 
margem;
- camptódroma (Figura 28B): as nervuras secundárias não terminam na margem;
- hifódroma ou uninérvea (Figura 28C): quando só existe a nervura primária, 
estando as outras ausentes;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
32
• Actinódroma ou palmatinérvea (Figura 28D): quando três ou mais nervuras 
primárias divergem radialmente de um ponto único;
• Acródroma ou curvinérvea (Figura 28E): quando duas ou mais nervuras 
primárias ou secundárias muito desenvolvidas formam arcos convergentes no 
ápice da folha. Os arcos são recurvados na base;
• Campilódroma (Figura 28F): quando muitas nervuras primárias ou suas 
ramificações se originam de um ponto comum e formam arcos muito recurvados 
antes de se convergirem em direção ao ápice da folha;
• Paralelódroma ou paralelinérvea (Figura 28G): quando duas ou mais nervuras 
primárias originadas uma ao lado da outra na base da folha correm paralelas 
até o ápice, onde convergem.
FIGURA 28 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS DE ACORDO COM A NERVAÇÃO
A. Pinada: craspedódroma. B. Pinada: camptódroma. C. Pinada: uninérvea. D. Actinódroma 
ou Palmatinérvea. E. Acródromo ou curvinérvea. F. Campilódroma. G. Paralelódrama ou 
paralelinérvea. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 38, modificado.
g) Presença de tricomas:
Segundo Souza et al., (2013, p. 112), “os tricomas são projeções da epiderme 
e podem estar presentes em qualquer parte do vegetal, assumindo diferentes 
funções, que incluem desde a proteção contra o excesso de radiação solar até o 
auxílio na dispersão das sementes”.
De forma geral, dividimos as folhas em glabras, quando os tricomas não 
estão presentes, e pilosas, quando possuem tricomas. Neste caso também existem 
denominações específicas no que se refere à forma, distribuição, frequência e tipo 
de tricomas (veremos estes detalhes quando estudarmos a anatomia das folhas).
h) Cor
As folhas são classificadas em uniforme (Figura 29A), quando apresentam 
uma só cor, geralmente verde; ou variegada ou maculada (Figura 29B), quando as 
vemos com vários tons de verde, ou ainda com manchas irregulares de outra cor.
A GD E FB C
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
33
FIGURA 29 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO A COR
 (A) Uniforme e (B) Variegada. FONTE: Disponível em: A. <http://www.40forever.
com.br/folhas-de-chocolate/>. B. <https://www.flickr.com/photos/32378995@
N08/3044424196>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
4.3 FILOTAXIA
Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. A forma como as 
folhas estão dispostas é muito importante para a planta, porque pode evitar o 
sombreamento da folha situada logo abaixo. 
Os tipos básicos de filotaxia são:
• Esparsa (Figura 30A): quando não há um padrão de inserção das folhas no 
caule;
• Alterna (Figura 30B): quando há apenas uma única folha por nó. Por conta 
disto, as folhas (ou folíolos) mostram-se em níveis diferentes no caule;
• Oposta (Figura 30C): quando há duas folhas por nó, ou seja, duas folhas se 
inserem no caule ao mesmo nível, mas em oposição, isto é, pecíolo contra 
pecíolo. Quando o par de folhas superior coloca-se em situação cruzada em 
relação ao inferior, temos a filotaxia oposta-cruzada (Figura 30D).
• Verticilada (Figura 30E): três ou mais folhas dispõem-se no mesmo nó.
FIGURA 30 – ESQUEMAS REPRESENTANDO AS DIVERSAS FORMAS DE FILOTAXIAS
A. Esparsa. B. Alterna. C. Oposta. D. Oposta cruzada. E. Verticilada. FONTE: 
Disponível em: <http://botanicavirtual.udl.es/fulla/filotax.htm>. Acesso em: 10 
jan. 2016.
A D EB C
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
34
4.4 MODIFICAÇÕES FOLIARES
Muitas espécies de vegetais possuem folhas modificadas para realizar 
funções especiais ou para assegurar a sobrevivência em condições excepcionais, 
recebendo denominações distintas. A seguir estão listados os principais exemplos:
• Cotilédones (Figura 31): são folhas embrionárias com função de nutrição 
(reserva), encontradas nas sementes.
• Folhas carnívoras (ou insetívoras): mostram diversas adaptações para a captura 
de insetos e outros organismos. Pode apresentar folhas em forma de urna, 
como em Nepenthes sp. (Família Nepenthaceae) (Figura 31A); folhas dotadas 
de cerdas ou tentáculos secretores, como em Drosera sp. e Dioneae sp., ambas 
pertencentes à Família Droseraceae (Figura 31B-C). 
• Brácteas (proteção e atração): as folhas podem estar transformadas em estruturas 
vistosas ou atrativas, que auxiliam a polinização. Ex.: bico-de-papagaio (Figura 
31D), antúrio (Figura 31E), margarida etc.
• Gavinhas (fixação): tem por função a fixação da planta em um suporte. Ex.: 
ervilha (Pisum sativum – Família Fabaceae). Mas tenha cuidado para não 
confundir com as gavinhas caulinares, já mostradas na Figura 17.
• Escamas e catafilos: são folhas, geralmente incolores e carnosas, que cobrem os 
bulbos e que protegem as gemas axilares de muitas plantas. Ex.: cebola (Allium 
cepa) (Figura 16E).
• Espinhos: é uma estrutura geralmente lignificada, que apresenta tecido vascular 
e que corresponde à folha ou porção desta. Ocorrem espinhos na margem das 
folhas do Ilex aquifolium. Em muitas cactáceas (Figura 18B), as folhas podem 
estar transformadas em espinhos, para reduzir a transpiração.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
35
FIGURA 31 – MODIFICAÇÕES FOLIARES
A-C. Plantas carnívoras. A. Nepenthes (Família Nepenthaceae). B. Dionaea e C. Drosera
(Família Droseraceae). D-E. Folhas modificadas em brácteas. D. Bico-de-papagaio (Euphorbia sp. 
– Família Euphorbiaceae). E. Antúrio (Anthurium sp. – Família Araceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://farm4.static.flickr.com/3661/3320181982_d8646db71e.jpg>.B. 
<http://3.bp.blogspot.com/_INLEQFN9P4M/TKzhQJGsT8I/AAAAAAAAAPQ/8rTOAh6L2eY/s1600/
intermedia.jpg>. C. <http://www.sempretops.com/wp-content/uploads/Plantas-Carnivoras-
Fotos-e-Curiosidades-FOTO-1.jpg>. D. <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/folha/
imagens/folha-58.jpg>. E. <http://www.tocadoverde.com.br/anturio-vermelho.html>. Acessos 
em: 10 jan. 2016.
A B C
Flores
Brácteas
D E
36
Neste tópico você viu que:
• Organografia vegetal é o campo da Botânica que se dedica ao estudo da 
morfologia externa, ou seja, da forma e da estrutura dos órgãos das plantas, 
classificando e nomeando as estruturas vegetais e suas variações. 
• Algumas funções das raízes: fixação, sustentação, absorção de água e sais 
minerais, condução da seiva ao caule, reserva nutritiva (em algumas), respiração 
(aeração).
• As raízes axiais têm origem na radícula do embrião, e as adventícias originam-
se de outros órgãos, principalmente do caule.
• Na região inicial da raiz observamos a coifa, zona de distensão, zona pilífera e 
zona de ramificação.
• As raízes podem ser subterrâneas, aéreas ou aquáticas.
• As raízes podem ser classificadas de forma especial de acordo com sua função e 
estrutura, como as raízes tuberosas, suporte, tabulares, escora, estrangulantes, 
sugadoras, respiratória, pneumatóforos, grampiformes, cintura, contrácteis.
• O caule pode apresentar folhas, gemas laterais e apicais, onde existem 
meristemas primários, e nós e entrenós.
• Os dois tipos principais de ramificação e crescimento são monopodial e 
simpodial.
• Os caules podem ser classificados em aéreos (tronco, tronco suculento, haste, 
estipe, colmo, volúvel, sarmentoso, estolho, cladódio) e subterrâneos (rizomas, 
tubérculo, cormo, bulbo, xilopódio). Podemos encontrar também caules 
aquáticos.
• Existem algumas modificações caulinares, como as gavinhas e espinhos.
• Os caules podem ser classificados, também, de acordo com o modo de vida e 
nutrição.
• As folhas exercem algumas funções, como a fotossíntese, respiração, 
transpiração e gutação ou sudação.
• Uma folha apresenta, basicamente, limbo, pecíolo e bainha.
RESUMO DO TÓPICO 1
37
• As folhas podem ser classificadas quanto à inserção no caule, à composição, 
à forma do limbo, à margem do limbo, à base do limbo, ao ápice do limbo, à 
disposição das nervuras, à presença de tricomas, de acordo com a consistência 
e com a cor.
• Existem algumas modificações foliares, como cotilédones, folhas coletoras, 
folhas carnívoras, gavinhas, catafilos, espinhos e brácteas.
• Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. Ela pode ser: oposta, 
oposta-cruzada, verticilada e alterna.
38
AUTOATIVIDADE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Tronco 
Haste 
Estipe
Colmo
Sarmentoso
Volúvel
Estolho
Cladódio
Rizoma
Tubérculo
Bulbo
Cormo 
Plantas: 
1 - Cactos 4 - Gengibre 7 - Goiabeira 10 - Palmito
2 - Palma-de-santa-rita 5 - Chuchu 8 - Batata-inglesa 11 - Bambu
3 - Morango 6 - Alho 9 - Agrião 12 - Feijão-de-vara
(1) Vitória-régia ( ) Liana
(2) Milho ( ) Hidrófita fixa
(3) Junco ( ) Fanerófita
(4) Carqueja ( ) Hidrófita errante
(5) Gengibre ( ) Caméfita
(6) Ipê-amarelo ( ) Geófita
(7) Aguapé ( ) Hemicriptófita
(8) Morango ( ) Terófita
(9) Uva ( ) Epífita
(10) Orquídea ( ) Helófita
a) cenoura: 
b) palmeira-juçara: 
c) cipó-chumbo: 
d) hera: 
e) aipim: 
1 Assinale com X nos quadrados correspondentes ao(s) tipo(s) 
de caule(s) das plantas listadas. Mas atenção! Uma planta 
pode desenvolver mais de um tipo de caule!
2 Relacione as colunas de acordo com as formas de vida das plantas:
3 Diga que tipo de raízes compõe o sistema radicular das 
plantas listadas a seguir:
39
a) cintura: 
b) respiratória: 
c) tabular: 
d) aquática: 
( ) Possui gemas apical e axilares
( ) Geralmente tem fototropismo positivo
( ) Apresenta coifa para proteção do meristema
( ) Geralmente tem geotropismo positivo
( ) Não apresenta folhas
( ) Tem nós e entrenós
a) possui pelos ou tricomas – 
b) composta por número ímpar de folíolos – 
c) tem nervuras primárias paralelas entre si – 
d) especializada para captura de insetos – 
e) tem forma de rim – 
f) tem manchas coloridas irregulares – 
a) ( ) Proteção de gemas subterrâneas e armazenamento de substâncias; 
antúrio e gengibre;
b) ( ) Armazenamento de substâncias e atração de polinizadores; banana e 
copo-de-leite;
c) ( ) Atração de polinizadores e armazenamento de substâncias; copo-de-
leite e cebola; 
d) ( ) Fotossíntese e proteção de gemas subterrâneas; gengibre e primavera;
e) ( ) Fotossíntese e transpiração; espírito-santo e cebola.
4 Cite um tipo de planta que apresenta o seguinte tipo de raiz:
6 Analise as características a seguir e diga como se chama a 
folha que a apresenta:
7 Brácteas e catafilos são folhas modificadas. Assinale a 
alternativa que indica, respectivamente, a sua função e um 
exemplo de planta que os apresenta:
5 Diga se as características a seguir são de raiz (R) ou de caule (C): 
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TÓPICO 2
MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Este tópico abordará a estrutura dos órgãos reprodutivos do grupo 
de plantas vasculares terrestres mais derivado. Vamos descobrir como estão 
estruturadas as flores, suas funções e inflorescências e os frutos, órgãos que 
ajudam na dispersão dos indivíduos. Vamos lá?
2 FLOR
A flor aparece nas gimnospermas com aspecto rudimentar e são chamadas 
de estróbilos ou cones, tornando-se mais especializadas nas angiospermas, 
o grupo mais derivado (evoluído) das plantas. Ela é um conjunto de folhas 
modificadas que constitui o aparelho reprodutivo desse grupo vegetal. 
De forma geral, uma flor é composta das seguintes estruturas:
• Verticilos de Proteção (que somados formam o Perianto):
- Sépalas – geralmente verdes ou não muito vistosas, cuja função é a proteção 
das demais partes da flor no botão floral. O conjunto de sépalas constitui o 
Cálice, representado muitas vezes pela letra K.
- Pétalas – geralmente coloridas e muito vistosas, cuja função é a atração 
de agentes polinizadores. O conjunto de pétalas é chamado de Corola, e é 
representado pela letra C.
• Verticilos de Reprodução:
- Estames – seu conjunto é nomeado Androceu. São folhas férteis masculinas, 
formadas por uma haste, o filete, e uma parte intumescida, a antera, onde são 
produzidos e alocados os grãos-de-pólen.
- Carpelos – seu conjunto é chamado Gineceu. Correspondem às folhas férteis 
femininas, ou seja, o órgão reprodutor feminino, composto pelo estigma (que 
recebe o grão-de-pólen), um tubo denominado estilete e o ovário, onde são 
encontrados os óvulos. E veja que interessante: se a flor for fecundada, ou seja, 
se o grão-de-pólen chegar até o estigma do carpelo, o ovário se transformará 
em um fruto e o óvulo fecundado em uma semente. Veremos mais detalhes 
quando estudarmos Frutos e Reprodução em Angiospermas. 
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
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• Receptáculo – segundo Gonçalves & Lorenzi (2007, p. 356), é a porção apical 
usualmente alargada do pedicelo em algumas plantas, onde estão inseridos os 
verticilos florais.
Pedúnculo ou pedicelo – é o eixo que sustenta a flor.
FIGURA 32 – COMPOSIÇÃO BÁSICA DE UMA FLOR
Tépalas
Estigma
Antera
Filete
Corola
Cálice
Receptáculo
Pedicelo
Óvulo
Ovário
Estilete
Estame 
Pistilo 
(ou gineceu) 
Observação: quando as sépalas e pétalas forem iguais, elas são denominadas de 
tépalas. FONTE: Mariah, Santos & Bittencurt-Jr. (2006, p. 358).
2.1 CLASSIFICAÇÕES GERAIS
As principais formas de classificação das flores estão listadas a seguir. 
Vamos conferir?
a) Quanto à presença do pedicelo ou pedúnculo: 
Se a flor presentar esta estrutura, ela é denominada flor pedunculada, 
caso contrário é chamada flor séssil.
b) Quanto à disposição do receptáculo:
• Cíclica (Figura 33A): todos os verticilos formam círculos concêntricos. 
Facilmente observada em flores mais derivadas (evoluídas) dentro do reino 
vegetal. Nestas flores, o gineceu ocupa a porção central, rodeado

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