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Professora Débora Pedrolo Parisi Três Segmentos Funcionais: Antepé (Falanges e metatarsos) Mediopé (Navicular, cubóide e cuneiformes) Retropé (Calcâneo e tálus) 1. Amputação Podopodáctilas e Metatarsais –Parcial dos dedos: retirada de qualquer parte de um ou mais dedos do pé Desarticulação dos dedos: desarticulação da articulação metatarsofalangiana Transmetatarsal: amputação através da diáfise dos metatarsais Menores problemas funcionais ou estéticos (dependendo do dedo amputado!!) Geralmente causada por problemas vasculares ou estéticos (associado a necrose tecidual) Geralmente não alteram o equilíbrio ou deambulação do indivíduo Mesmas causas da anterior (vascular, traumática); Amputação do 2º ou 3º podálico pode causar deformidade do hálux em valgo (alteração na fase de impulso da marcha); Pode levar as úlceras plantares por ter maior descarga de peso na área. Geralmente causada por alteração vasculares e traumáticas; Pode ser total ou parcial; Maior descarga distal; Prejudica a marcha e equilíbrio. 2. Desarticulação de Lisfranc –Desarticulação de metatarsos com o osso cubóide e cuneiforme (antepé com o mediopé) –Vascular ou traumática ■Geralmente acarreta em deformidades em flexão plantar (dificulta protetização). 3. Desarticulação naviculocuneiforme e transcubóide: ■Não é muito descrito; ■Encontra-se os níveis de Lisfranc e Chopart; ■Manutenção do osso navicular e secção parcial do cubóide ao nível da articulação naviculocuneiforme. 4. Desarticulação de Chopart: desarticulação entre os ossos navicular e cubóide com o tálus e o calcâneo (mediopé com o retropé) Vascular Difícil protetização: devido ao curto braço de alavanca evolui para equino Tenta rebater o tendão do calcâneo para evitar o equinismo 5. Amputação tipo Syme: –desarticulação do tornozelo –Pode ser incluído a remoção dos maléolos e retalhos distais da tíbia/fíbula. Permite descarga de peso total no coto distal, com a colocação de um pé protético Secção óssea abaixo dos maléolos lateral e medial, conservando a sindesmose tibiofibular Permite a protetização precoce, porém é mais difícil de cicatrizar e protetizar Hoje prefere-se a amputação transtibial 6. Amputação de Pirogoff: ■Similar a de Syme porém é feita uma artrodese entre a tíbia e o calcâneo, diminuindo o espaço entre o coto e o solo; ■Técnica mais difícil e demorada. É realizada uma artrodese entre a tíbia e o calcâneo Calcâneo é seccionado verticalmente, eliminando sua parte anterior e realizando com a parte posterior uma rotação superior a 90 graus até ocorrer um encontro entre as superfícies do calcâneo e da tíbia Similar a de Pirogoff, porém é feita a artrodese do calcâneo com a superfície distal tíbiofibular A osteotomia realizada no calcâneo é horizontal e sua fixação com a tíbia/fíbula é realizada após um pequeno deslocamento anterior 7. Amputação Transtibial Terço distal Terço médio Terço proximal Mantida a articulação do joelho, importante para deambulação; Independente do nível da amputação a descarga de peso será realizada no tendão patelar, entre a borda inferior da patela e a tuberosidade da tíbia, e no coto (parte medial, lateral e posterior); Contra indicada descarga de peso distal devido a transecção óssea e os tecidos moles; Tendem a deformidade em flexão do joelho (principalmente nos cotos curtos); A fíbula deve ser seccionada de 1 à 1.5 cm acima da tíbia, sem saliências ósseas; Os músculos agonistas e antagonistas são fixados para a formação do coxim (mioplastia) e os músculos são reinseridos ao osso (miodese). Manutenção da articulação do joelho; Menor gasto energético durante a marcha; Facilidade para colocação e retirada da prótese; Marcha mais simétrica. 8. Desarticulação do joelho: Amputação através da articulação do joelho, mantendo o fêmur intacto. Patela pode ou não ser removida Mais indicada em casos de anomalias genéticas ou casos de amputação traumática É preconizada a preservação da patela (para ter maior apoio da prótese) Boa alavanca de movimento, sem desequilíbrios musculares e portanto diminui risco de deformidades (pode ter leve flexão do quadril) Maior braço de alavanca; Possibilidade de descarga distal; Melhor suspensão protética; Facilidade de colocação e remoção da prótese; Menor gasto energético na deambulação. Bom equilíbrio na posição sentada Facilidade nas transferências Possibilidade de marcha sem próteses Sem contraturas de joelho Ideal manter a patela para ter melhor apoio da prótese 9. Amputação Transfemoral Terço distal Terço médio Terço proximal Causas diversas: vascular, traumática, neoplásica; Necessário mioplastia e miodese; Geralmente o coto tende a deformidade em flexão e abdução do quadril Quando menor o coto maior a tendência a deformidade (desequilíbrio muscular – músculo glúteo médio fica íntegro e os adutores são seccionados); A flexão do quadril deve-se principalmente a posição sentada; A descarga de peso não é feita na região distal e sim em apoio isquiático e nas laterais do coto; Quanto maior o coto maior a fixação da prótese; O amputado transfemoral apresenta um gasto energético 65% maior do que um indivíduo normal. 10. Desarticulação do quadril amputação através da articulação do quadril, mantendo a pelve intacta. Neste caso manteve o colo femoral Retirada de todo o membro inferior incluindo a cabeça femoral Acetábulo e cabeça femoral deslocada Indicado geralmente em processos traumáticos e neoplásicos; Não apresenta coto ósseo, apenas cobertura do músculo glúteo máximo, e descarga de peso na tuberosidade isquiática; 11. Hemipelvectomia ressecção total da pelve 12. Hemicorporectomia ressecção do hemicorpo Retirada metade da pelve, geralmente por neoplasia óssea com metástase ou traumática; Descarga de peso no ísquio contralateral e região torácica. Mioplastia: fixa-se as extremidades de músculos antagônicos (formando um coxim) Miodese: reinserção de músculos e tendões (consegue manter a função) Hemostasia: amarrias e cauterização de vasos sanguíneos Avaliação cardiológica Avaliar condições clínicas: comorbidades HAS DM Déficit visual Déficit sensorial Sequelas neurológicas associadas (AVC, TCE, demências) Idade Obesidade 1. Protetização imediata; 2. Reabilitação pré – protetização; 3. Protetização; 4. Reabilitação pós – protetização. Década de 60 (Berlemont) – protetização imediata após amputação; 1966 – Weiss (médico cirurgião e técnicos protéticos realizam a protetização imediata na sala cirúrgica após a amputação); Realizado em amputações programadas; Geralmente indicado para pacientes jovens e amputações transtibiais; Benefícios: ■ controle do edema ■ melhor forma do coto ■ estabilidade muscular ■ melhor vascularização ■ menor atrofia muscular ■ diminui dores e sensação de membro fantasma ■ auxilia nas transferências ■ descarga de peso parcial e de forma precoce ■ deambulação precoce ■ maior independência ■ menor tempo de internação ■ melhora psicológica http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1681- 150X2010000100008 ■COTO: parte residual do membro amputado ou segmento do membro, após uma amputação ■Responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e deambulação ■Deve reunir as condições ideais para o uso funcional de uma prótese Nível de amputação adequado; Coto estável: sem deformidades articulares; Presença de bom coxim com mioplastia e miodese (acolchoado); Bom estado da pele (sem feridas e com boa sensibilidade); ■Ausência de neuromas terminais (neuromas dolorosos) ou de espículas ósseas; ■Boa circulação arterial e venosa; ■Boa cicatrização (sem aderências ou deiscências); ■Ausência de edema importante. ■Oscotos das amputações deverão ser cônicos, mais finos na ponta do que na base, facilitando o encaixe na prótese ■Formato cônico: –Curativo rígido –Prótese temporária –Faixas elásticas (enfaixamento compressivo) –Meias compressivas Complicações Pós Operatórias Tumor composto por células nervosas Brotamentos nervosos dos segmentos amputados Dor neurogênica à palpação - hiperestesia Não execução dos cuidados pós-operatório Aumento de chances de novas amputações Proliferação óssea da extremidade do coto Dor à palpação na região Tratamento cirúrgico ■Relato de dor no membro residual ■Pode ser constante, intermitente ou temporária. ■Sentida por cerca de 50% dos pacientes amputados ■Incidência distal ■Descrita como picada de faca, ou forte corrente elétrica ■Pode diminuir com o tempo ou persistir indefinidamente ■ Pacientes com sensação da existência do segmento amputado. ■ Não refere DOR! Paciente com deiscência de sutura após amputação do MIE, 44 dias de evolução. Avaliação pré e pós operatória: ■ Anamnese: sexo, idade, profissão, data da amputação, presença de comorbidades; ■ Amputação de urgência ou eletiva; ■ Como se locomove (CR, muletas, saltos...); ■ Avaliação cardiorespiratória: nunca iniciar o processo reabilitativo antes da liberação cardiológica! ■ Associação de patologias (ex. cardiopatias, AVC, HAS...); ■ Condições músculo-esqueléticas (FM, ADM e alterações posturais); ■ Devem ser avaliadas a parte visual e auditiva (muitos são idosos – risco de quedas); ■ Risco de novas amputações (ex. diabetes); ■ Apoio psicológico. 1. Condições da pele e anexos da pele: - Hiperemia - Escoriações, ulcerações, ressecamento, descamações... - As cicatrizes não devem estar nas áreas de apoio da prótese, - Coloração e temperatura: cianose indicam déficit circulatório. 2. Sensibilidade: dor e sensação fantasma 3. Perimetria: estabilização do volume é um requisito para a prescrição da prótese. 4. Força muscular do coto e do lado sadio; 5. Encurtamentos musculares e deformidades ósseas (encurtamento X atitude viciosa) 6. Avaliar força muscular dos MMSS e do tronco. 7. Equilíbrio / resistência / condicionamento. As cicatrizes não devem ser irregulares, hipertróficas ou aderidas; Verificar se houve deiscência de suturas, ou processos infecciosos, saída de secreções. Avaliação radiográfica (verificar condições do tecido ósseo) Necrose óssea Revestimento músculo-cutâneo da região distal do coto; Geralmente existe a mioplastia e a miodese; O coxim deve ser firme e ser pregas de pele devido enfaixamento inadequado. REABILITAÇÃO PRÉ-PROTETIZAÇÃO (Período entre o pós-operatório imediato e a colocação da prótese definitiva) Nem sempre pode ser feitas com todos os pacientes (ex: amputações traumáticas); Acompanhamento psicológico (nível de ansiedade e depressão perante a possibilidade de amputação); Explicar os recursos protéticos; Ensinar mobilidade no leito (evitar escaras/ encurtamentos). - Modular o coto (forma cônica) - Controlar edema e dor - Tratar a dor caso haja membro fantasma (?) - Promover dessensibilizarão - Manter força muscular nos demais segmentos e aumentar no membro amputado - Manter mobilidade geral - Prevenir encurtamentos - Melhorar e/ou manter equilíbrio nas transferências - Reeducar marcha: treino da marcha / funcionabilidade; - Restaurar a independência funcional 1. Auxiliar na Cicatrização: Processo de cicatrização: Laser HeNe de alta frequência Após a total cicatrização: mobilizar a cicatriz e realizar massagem de fricção onde não houver deiscência Cicatrizes com aderências ou retrações: Massagem Transversa Profunda USC Hidroterapia 2. Enfaixamento compressivo – formato cônico Objetivo: - Conificar, - Eliminar o edema - Promover estimulação tátil do coto Manter o coto enfaixado praticamente o dia todo Em forma de 8 sendo a pressão exercida decrescente de distal para proximal TRANSFEMORAIS: fixação pélvica TRANSTIBIAIS: deve ultrapassar a articulação do joelho Enfaixamento reduz o edema, porém se feito de forma errada pode favorecer deformidade e pregas na pele do coto. 2. Técnicas para redução do edema e dor: Massoterapia Eletroterapia Cinesioterapia Enfaixamento Dessensibilização Crioterapia Hidroterapia: massagem com jato de água / turbilhão Drenagem Postural 2.1 Reduzir dor e sensação fantasmas: Recursos terapêuticos: Descarga de peso Percussão TENS – Teoria das Comportas 3. Posicionamento adequado Cinesioterapia – Evolução INÍCIO: Isometria e mobilização passiva no membro amputado. Treinamento resistido para o membro contra-lateral e MMSS. Alongamento do membro acometido (1º semana). INTERMEDIÁRIO: Isotônicos sem resistência. Treinamento de transferência. Manter os exercícios resistidos do membro contra-lateral e MMSS e alongamento. Enfaixamento (2º semana). AVANÇO: Exercícios resistidos. Descarga de peso gradual sobre o coto. Treino de marcha com dispositivos de marcha. Pacientes acamados Orientar quanto: Posicionamento dos membros Estimular troca de decúbito Transferência para posição sentada Conscientizar o paciente sobre o risco de úlceras de pressão (escaras) Pacientes diabéticos e com neuropatias periféricas – orientações com os cuidados do pé; Conscientizar o paciente e familiares do risco de amputações e re-amputações. Ensinar: inspecionar o membro residual todos os dias (principalmente quando existe perda de sensibilidade); Posicionamento correto do membro (ex calça comprida dobrada para trás no amputado transfemoral); Evitar manter o coto em flexão, abdução e rotação externa; Manter alinhamento dos membros inferiores. ■Evitar manter o coto fletido (transtibiais) quando sentado; ■Deitar na posição prono para alongar flexores de quadril ■Não apoiar o coto na muleta; ■Orientar exercícios para realizar em casa.
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