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Próteses e Órteses Jader Iury de Souza Mercante Fisioterapeuta @jadermercantefisioterapia @jadermercantefisio Próteses • Estima-se que 85% das amputações ocorrem nos membros inferiores; • A etiologia mais frequente de amputação de membro inferior é de complicações geradas por doenças crônicas degenerativas e, geralmente, ocorrem nos idosos; • 80% das amputações de membros inferiores são decorrentes de doenças vasculares periféricas e por diabetes; • As amputações por trauma ocupam o segundo lugar de incidência, 20% das amputações de membro inferior, sendo 75% no sexo masculino; • As complicações das amputações são múltiplas. No processo de reabilitação, elas devem receber atenção especial, pois interferem diretamente em sua evolução, dificultando, assim, o processo terapêutico eficaz. Entre elas: • Contraturas: ocorrem nas articulações e podem acontecer antes ou após a amputação; sua causa, geralmente, é devido ao mal posicionamento do membro ou do coto. • Dor: pode originar-se no coto e ser designada dor local, ou pode se manifestar como dor “fantasma”, que ocorre quando o paciente relata dor no membro amputado; essas dores, geralmente, são causadas por neuromas. • Sensação fantasma: nesse caso, o paciente relata sentir a parte ausente do membro que foi amputado; pode estar associada à sensação de “formigamento”. Quando um nervo é seccionado, produz descarga elevada de impulsos nervosos às fibras que o compõem e, como existe no córtex motor do cérebro o mapa da região amputada, isso causa a sensação que aquela parte ainda existe no corpo • Neuromas: são emaranhados formados nas fibras que compõem o nervo devido à sua secção, geralmente muito sensíveis, necessitando que sejam inseridos nos tecidos moles durante a cirurgia de amputação para evitar atritos. • Problemas cutâneos: devido ao processo de amputação, podem ocorrer diversas alterações da pele, como irritação, lesões, inflamações, escoriações e alteração da coloração. • Problemas psicológicos: o processo de amputação é extremamente agressivo e causa complicações psicológicas, como depressão por distorção da imagem corporal, além das mudanças de estilo de vida. • Infecções: ocorrem por contaminação dos pontos de suturas ou do próprio curativo. • Problemas ósseos: geralmente, ocorrem por formação de esporões ósseos. • Escoliose: devido à má postura causada pela diferença de comprimento dos membros inferiores Tipos de Próteses • As primeiras próteses foram de ferro: • As próteses confeccionadas a partir da madeira tiveram início no século XIX. • A partir do século XX, a confecção de próteses teve grande avanço tecnológico, passando a ser desenvolvida por processos industriais avançados. As próteses tornaram-se mais leves devido à substituição do material antes utilizado, que era o ferro e a madeira, por componentes poliméricos (materiais orgânicos que compõem os plásticos e as borrachas), o que possibilitou maior adaptação para os pacientes amputados. • No final do século XX e início do XXI, a biomecatrônica veio para evoluir radicalmente a confecção das próteses. Classificação das Próteses • São classificadas com base na sua funcionalidade: • Próteses passivas ou estéticas: são consideradas mais leves, porém com pouca ou nenhuma funcionalidade, cujo objetivo é praticamente estético • Próteses ativas ou funcionais: esse tipo de prótese apresenta certa funcionalidade, que é acionada a partir do movimento realizado pelo coto. • Próteses mioelétricas: são acionadas por meio de eletrodos inseridos na superfície da pele, os quais captam os estímulos do músculo e enviam para o processador da prótese, resultando no movimento. • Próteses hidráulicas: possuem uma unidade hidráulica que controla a fase de balanço da marcha. • Próteses metálicas: componentes que são implantados no corpo do paciente, por exemplo, prótese de quadril e de joelho. Próteses de Membro Superior • São usadas principalmente próteses estéticas; ativas; mioelétricas e híbridas. • Mão DMC® (Dynamic Mode Control®): permite ao paciente o controle da velocidade de abertura e fechamento da mão e, também, da preensão, tornando os movimentos mais rápidos e precisos. • Mão com Sensor-Suva®: modelo mais moderno e sofisticado da DMC, chamada de “mão Suva”, sendo equipada com controle DMC denominado “Sensor-Suva de autopreensão”, o qual proporciona gerenciamento proporcional da velocidade e preensão. Esse sistema permite, por exemplo, à prótese perceber um objeto deslizando por ela e ajustar a preensão, conseguindo segurar o objeto novamente sem deixá-lo cair. • Gancho: é, geralmente, utilizado em próteses funcionais ou mioelétricas. Seu sistema de controle pode ser tanto o digital quanto o proporcional e, apesar de utilizar do mesmo sistema, apresenta o formato de gancho. • Prótese estética de amputação transumeral Próteses de Membro Inferior • Próteses convencionais ou exoesqueléticas - possuem estrutura externa rígida e responsável pela sustentação do peso e pela característica estética. Interior muitas vezes oco (reduz peso). • Desvantagens – • Não permitem aos pacientes a realização de atividades mais sofisticadas. • Vantagens – • Sustentação • Acabamento Estético • Resistencia • Durabilidade • Manutenção da prótese • Próteses Modulares ou Endoesqueléticas – Essas próteses oferecem ampla linha de opções para uma protetização eficaz. Componentes pode ser em aço, titânio (leve e resistente), alumínio e fibra de carbono. • Vantagens • Constituídas por vários módulos ajustáveis e intercambiais entre si • Leves • Estética • Revestida por espuma cosmética • Desvantagens • Deixam a amputação em evidencia • Maior manutenção • Valor mais elevado • Menos duráveis • Desarticulação de Quadril - Trata- se de um tipo de lesão de difícil protetização, devido a aspectos como o importante déficit de braço de alavanca, e o gasto energético maior para a marcha, comparativamente a outros níveis de amputação. A fixação para estes tipos de encaixe se faz por meio da utilização de velcros, fivelas e passantes. A suspensão se faz na região suprailíaca. • Amputações Transfemorais - Para este nível de lesão, aplica-se o conceito segundo o qual quanto mais longo o coto, melhor, devido ao braço de alavanca mais eficiente e à maior área para distribuição de carga. Encaixe de contenção isquiática. • Tipos de joelhos protéticos - Existem inúmeros modelos de joelhos protéticos. Para fins didáticos, podem ser classificados pelo número de eixos e pelo mecanismo de controle/realização da flexão e extensão. • Pés protéticos • Não Articulados - Pé SACH (mais comum) – calcanhar macio, absorção de impacto, dinamiza a marcha, projeção anterior. - Pé Dinâmico – calcanhar macio, antepé flexível para liberação de energia. -Pé Dinamic Plus: estrutura interna, absorção energia pela mola em forma de “S” – dinamiza a marcha • Pés protéticos • Articulados Uniaxial - São caracterizados pela existência de uma articulação monocêntrica que simula o movimento de flexão dorsal e flexão plantar do tornozeloo. Permite flexão plantar de até 15° e dorsal de até 5°. Multiaxial – Simulam a flexão plantar, dorsal, inversão e eversão. Adequados para pacientes ativos. Ideal para deambulação em terrenos irregulares. • Pés de Resposta Dinâmica – principal característica de transferência de energia. Compostas em fibra de carbono. Indivíduos muitos ativos até atletas. Amputações do pé • Amputação Pirogoff - Caracteriza-se pela artrodese entre a tíbia e o calcâneo, por meio de uma osteotomia vertical do calcâneo e fixação com material de osteossíntese. Deste modo,se ganha em comprimento do coto. • Amputação SYME – considerada, funcionalmente, a mais adequada. • Aspectos positivos – Rápida sustentação do peso; Deambular pequenas distancias sem prótese; Menor gasto energético em relação ao transtibial. • Amputação de Chopart – nívelarticulação médiotarsica (talo- navicular e calcâneo-cuboide), ou seja, retro pé preservado. • Amputação Lisfranc – desarticulação nível entre os metatarsos, o cuboide e os cuneiformes. • Amputação Transmetatarsiana • Desarticulação Metatarsofalangeana
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