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Aula 1 – Operações Unitárias Professor Marcos Makoto Toyama Estequiometria Industrial Os complicados problemas industriais são resolvidos pela aplicação dos princípios da química, da física e da físico-química. Da sua utilização adequada depende muitas vezes o sucesso da solução obtida. O projeto completo de uma processo químico envolve problemas que podem ser classificados em três grupos gerais que , embora intimamente ligados e entrosados, dependem de princípios básicos bem diferentes. Estes tipos de problemas denominam-se respectivamente, problemas de processo, de operações unitárias e de projeto de instalação. As técnicas básicas para resolver problemas dos dois primeiros tipos constituem, em seu conjunto, a estequiometria industrial. Os princípios básicos podem ser agrupados em quatro títulos gerais que denominaremos de Balanço Materiais (BM), Balanços de Energia (BE), Relações de Equilíbrio e Equações de Velocidade de Processo. Processo ou Conversão Química Envolve transformações químicas de matéria prima em produtos: Produtos Finais (bem de consumo) Matéria prima Produtos Intermediários (destinados a manufatura de bens de consumo) Resíduos (sub-produto ou resíduo poluente) Processo Químico Industrial Processo químico MATÉRIAS- PRIMAS MÃO-DE- OBRA RECURSOS PRODUTO RESÍDUOS PREPARAÇÕES: Sólidos Líquidos Soluções Suspensões Gases Recursos: ▪ UTILIDADES: ▪ Vapor ▪ Energia elétrica ▪ Água tratada ▪ Gases ▪ Ar comprimido ▪ OUTROS RECURSOS: ▪ Manutenção ▪ Instrumentação, etc. Processo Químico Industrial Matéria Prima: SUB-PRODUTOS RESÍDUOS POLUENTES: Resíduos sólidos recicláveis Resíduos sólidos tratáveis Resíduos sólidos incineráveis Resíduos sólidos para aterros Efluentes (líquidos) Emissões gasosas Processo Químico Industrial Resíduos: Etapas ou conjunto de etapas de conversão e operações coordenadas que causam uma transformação física e química em um material ou mistura de materiais. O objetivo é a obtenção de produtos desejáveis a partir de matérias primas selecionadas ou disponíveis. Conversões – reações químicas Operações – transformações físicas Processos Químicos Reações Químicas Industriais Considerar: A química fundamental de cada reação; O equipamento onde ocorre a reação; Custo “Química verde” ambientalmente correto para ser competitivo e eficiente. O que considerar para planejar uma reação? Balanços de massa Modificações de energia Balanços de energia Importante definir um fluxograma de processo Fluxogramas Sequência coordenada das conversões químicas e das operações unitárias Indicam: Entrada de MP Energias necessárias Remoção produto e subprodutos Emissões, etc. Permitem o acompanhamento de uma seqüência organizada de etapas ➢ Diagrama de blocos ➢ Diagrama de processos Etapas de Tratamento Químico Etapas de Tratamento Físico Etapas de Tratamento Físico Matéria Prima Produtos Resíduos Reciclo Processo Químico em diagrama de bloco Fluxogramas Indústria Química ➢A indústria química é fornecedora de matérias primas de produtos para todos os setores produtivos e desempenha um relevante papel na economia. ➢ Reutilização e/ou recuperação de reagentes no processo. ➢ Minimizar a geração de resíduos. ➢ Tratamento de água e efluentes gerados. ➢ Tratamento, recuperação ou disposição adequada dos resíduos gerados, etc. Exigências Ambientais: Gerenciamento ou Gestão de Resíduos nos Processos Alguns Conceitos Básicos de Engenharia 1) Operação Contínua e Operações Descontínua 2) Vazão 3) Escoamento Paralelo e Contracorrente 4) Operações Unitárias e Processos Unitários 5) O Processo Químico Processos Contínuos e Descontínuos Contínuos Descontínuos/bateladas Fluxo constante de matérias-primas e de produtos em todos os equipamentos. Um equipamento é carregado com as matérias-primas A operação ou a conversão ocorrem Produto é descarregado. Contínuos Descontínuos/bateladas Grandes velocidade e volumes. Melhor registro P, T, V, mas… requer máximo controle de desvios, correções de afastametnos indesejáveis do padrão Utiliza sistemas automatizados de controle) Reação lenta mais fácil de controlar a cinética reacional Ainda bastante usados pequena produção razões segurança Quando se necessita operar com pequenos volumes ex: explosivos Processos Contínuos e Descontínuos Contínuo: projetado para operar 24h/dia, 7dias/semana, 365dias/ano alta taxa de produção: mais de 100mil Ton./ano maior custo de projeto Batelada: sistema simples e flexíveis equipamento multipropósito grande número de produtos Processos Contínuos e Descontínuos Escolha de um Processo Batelada Produção Produção menor de 10 mil toneadas / ano Plantas multipropósito Mercado sazionalidade de produtos pequena vida útil de produtos Problemas Operacionais: longo tempo de operação problemas de escoamento e baixa velocidade sedimentação Indústrias com Sistema Batelada Cosméticos Alimentos Tintas e Vernizes Produção de Matérias Primas VAZÃO - DEFINIÇÃO VAZÃO é a RAZÂO entre a QUANTIDADE que escoa de uma corrente de fluído (líquido ou gás) e o TEMPO GASTO. A quantidade é em VOLUME, em MASSA ou em QUANTIDADE DE MATÉRIA. O termo TAXA se usa quando a grandeza transportada for ENERGIA por TEMPO. Nos processos contínuos, as vazões dos fluídos em escoamento, seja da carga (matéria-prima) do processo ou dos produtos, são continuamente medidas. Normalmente pela facilidade da medição, a vazão medida é a razão em volume (VAZÃO VOLUMÉTRICA), A vazão em massa (VAZÃO MÁSSICA) e vazão em quantidade de matéria (VAZÃO MOLAR), ambas necessárias para os balanços materiais, são calculadas a partir da vazão volumétrica. ESCOAMENTO PARALELO E CONTRACORRENTE CORRENTE A CORRENTE A CORRENTE B CORRENTE B (A) ESCOAMENTO Paralelo (B) ESCOAMENTO Contracorrente (Transferência de MASSA ou de ENERGIA direta ou indiretamente através de uma superfície de contato) (É mais comum na ENGENHARIA QUÍMICA) ➢ Foi comentada na aula introdutória, ver o material postado... ➢ Algumas operações unitárias serão tratadas dentro de processo químicos específicos com o intuito de exemplificá-los na PRÁTICA, e outros serão apresentados em SEMINÁRIOS dos alunos... Exemplo de processo – Produção de Amônia a partir de uma mistura gasosa de Nitrogênio e Hidrogênio... N2(g) + 3H2(g) 2 NH3(g) catalisador temperatura e pressão Misturador Compressor Misturador Reator Trocador de Calor Fluído de Resfriamento Compressor de Circulação Divisor Vaso Separador de Alta Pressão Vaso Separador de Baixa Pressão A sequência lógica é mostrada na figura ao lado. Existe a necessidade do uso de um catalisador e variáveis de temperatura e pressão. A mistura gasosa de nitrogênio e hidrogênio é enviada continuamente ao processo, é conhecida como CORRENTE DE ENTRADA ou CARGA do processo. Essa CARGA, além dos gases reagentes (Nitrogênio e Hidrogênio), contém impurezas, ou seja, materiais gasosos (argônio, por exemplo) que não participam da reação química e, portanto, são considerados inertes no processo. A carga é fornecida com uma vazão constante e misturada com uma corrente gasosa de reciclo baixa pressão, comprimida e novamente misturada com outra corrente gasosa de reciclo, porém, de alta pressão. Essas correntes de reciclo obtidas em pontos diferentes do processo são, basicamente, parte dos componentes da carga que não reagiram e que são enviadas de volta ao início do processo, com o objetivo de aumentar o rendimento. No reator ocorre a reação química: N2(g) + 3H2(g) 2 NH3(g) catalisador temperatura e pressão Na presença de catalisador especial, e há liberação de energia na forma de calor devido a reação química, e os gases efluentes do reator, comoa amônia, os gases não reagidos e os inertes saem aquecidos e passam por um trocador de calor onde são resfriados a uma temperatura em que ocorre a liquefação da amônia. A amônia líquida formada é , então, separada por diferença de densidades em um vaso de alta pressão. Do vaso de alta pressão a amônia é retirada e encaminhada a um vaso que opera a baixa pressão, para permitir a remoção de gases dissolvidos na fase líquida, gerando a amônia (produto). Como na corrente de alta pressão se encontram os gases que não participam da reação, é necessária a remoção de uma vazão determinada dos gases de alta pressão , como corrente de PURGA, para evitar que a concentração dos inertes no reator não ultrapasse um determinado valor. DIAGRAMA DE BLOCOS DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA PLANTA DE AMÔNIA Princípio de Le Châtelier BALANÇOS MATERIAIS ❖ O princípio dos Balanços Materiais (BM) é a LEI DA CONSERVAÇÃO DA MASSA: a massa de um sistema fechado permanece constante durante processos que nele ocorrem. ❑ A palavra acúmulo dá a entender que a entrada de materiais no sistema supera a saída. No entanto, durante um intervalo de tempo considerado, poderá sair mais material do que entra e, nestas condições, o acúmulo é negativo. Há na realidade um decréscimo de matéria durante esse intervalo de tempo. A fim de evitar enganos de sinal é conveniente considerar entrada e saída como quantidades positivas. Dependendo de qual das duas seja a maior, resultará um acúmulo positivo ou negativo. O acúmulo negativo representa, por convenção, um decréscimo da matéria no sistema. ❑ Quando o acúmulo é igual a zero , conclui-se que a razão de entrada é igual à razão de saída e portanto a massa do sistema não varia com o tempo. Massa que entra num sistema – massa que sai = massa acumulada Ou ENTRADA – SAÍDA = ACÚMULO GENERALIDADES Unidades Molares Pode-se usar Massa em quilos (Kg), em toneladas (ton), em libramol (lbmol) (Unidade Inglesa, unidade que indica a quantidade de matéria tantas entidades elementares quantos são os átomos contidos em 12 lb de carbono-12; 2,73160 x 1026), em mol ou quilomol (kmol). O último é vantajoso em reações químicas, trabalhar com proporções molares... A técnica dos Balanços Materiais Sequência de Etapas de maior eficiência: 1) Conhecimento ou idéia do processo a ser considerado 2) Esquematizar o processo num fluxograma (flowsheet) simplificado, envolvendo as correntes no caso específico considerado, além dos dados disponíveis: vazões, composições e demais propriedades (pressão e temperatura para gases, leituras dos medidores de vazão, etc). 3) Estudar o fluxograma e os dados de modo a relacionar mentalmente as diversas correntes do processo e as quantidades das diversas substâncias que compõem estas correntes. 4) Escolha da BASE DE CÁLCULO apropriada e indica-la com clareza e destaque; 5) Selecionar o sistema (ou sistemas) em torno do qual serão feitos os (fazer) BALANÇOS. 6) Realizar os BALANÇOS, obtendo em resultado um número suficiente de equações que permita resolver o problema. Dicas para o BALANÇO MATERIAL DUAS TÉCNICAS distintas: 1) Estabelecer Balanços Materiais em NÚMERO SUFICIENTE DE EQUAÇÕES seja igual ao NÚMERO DE INCÓGNITAS. Nº de EQUAÇÕES = Nº DE INCÓGNITAS 2) A outra técnica evita o emprego de equações e consiste em relacionar as quantidades das diversas correntes de reagentes e produtos do processo, através das quantidades de um ou mais compostos (ou elementos) cuja a quantidade nessas correntes permaneça em proporção fixa durante o processo. Exemplo – Produção de Amônia No processo Haber –Bosch de produção de amônia, hidrogênio (H2) proveniente de gás natural e nitrogênio (N2) proveniente do ar reagem em condições elevedas de pressão e temperatura (200 atm e 450°C), de acordo com a seguinte equação: N2 + 3 H2 2 NH3 Os reagentes são alimentados no processo na razão molar de 2 mols H2/1 mol N2 e a conversão global em relação ao Hidrogênio (Xg) é de 95 %. Considerando a unidade de separação recicla 98% do reagente limitante não convertido no reator, calcule a conversão no reator e a taxa de reciclo numa planta que produz 10 toneladas de NH3 por dia. Resolução do Exemplo: Pode-se notar que se trata de um processo contínuo com reciclo e com reação no estado estacionário. O fluxograma que ilustra o processo em questão: Unidade de Separação 1 2M 3 4 5 Reator H2 N2 H2 e N2 NH3 H2 N2 Denominando o hidrogênio como H, o nitrogênio como N e a amônia como A, primeiramente vamos organizar as informações antes de iniciarmos os balanços de massa. Como a razão molar é nH1 = 2 x nN1 Logo identificamos que o reagente limitante é o H2, N2(g) + 3H2(g) 2 NH3(g) 𝑛𝐴5 = 10 . 𝑡 𝑁𝐻3 𝑑𝑖𝑎 . 1 𝑡𝑚𝑜𝑙 𝑁𝐻3 17 𝑡 𝑁𝐻3 . 103𝑘𝑚𝑜𝑙 1 𝑡 𝑚𝑜𝑙 . 1 𝑑𝑖𝑎 24 ℎ = 24,51 𝑘𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑁𝐻3 ℎ 𝑋𝐺 = 𝑛𝐻1 −𝑛𝐻5 𝑛𝐻1 95 100 = 𝑛𝐻1 −𝑛𝐻5 𝑛𝐻1 Logo: 𝑛𝐻5 = 0,05. 𝑛𝐻1 A conversão global (XG) para o H2 é dada por :
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