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Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química Fundamentos de EQ Balanço de Massa Sem Reação A Equação geral do Balanço A equação geral do balanço pode ser aplicada à conservação de massa global, à conservação de massa de um componente, à conservação de mols de um componente e à conservação de massa e mols de uma espécie atômica. 𝐴𝑐 ú 𝑚𝑢𝑙𝑜 = 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 − 𝑆𝑎 í 𝑑𝑎 Tal que o acúmulo representa a soma de toda massa que acumulou no sistema durante o intervalo de tempo especificado. Características dos Sistemas ● Sistemas \ qualquer porção arbitrária de um processo global que deseja-se analisar ○ Fronteira do sistema \ é a linha imaginária que circunscreve a porção do processo que deseja-se analisar ● Sistemas ○ Fechado \ nenhuma massa passa das fronteiras do sistema, logo, não há troca de massa com o ambiente ○ Aberto (escoamento) \ a massa atravessa os contornos do sistema e o acúmulo é igual a zero ● Regimes ○ Estado estacionário (permanente) \ o valor da variável é invariante com o tempo, logo, o acúmulo é igual a zero 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑆𝑎 í 𝑑𝑎 ○ Pseudoestacionário \ não é estacionário mas pode ser adotado como tal por conveniência ○ Não estacionário (transiente) \ as variáveis variam em determinados pontos do processo, logo, haverá acúmulo – podendo ser negativo caso haja quantidade de material retida no processo inicial ● Processos ○ Contínuo \ é aquele em que a massa entra e sai do sistema sem interrupção ○ Batelada \ processo fechado em que é tratada uma quantidade fixa de massa em cada tempo que opera ○ Semibatelada \ processo aberto em que entra massa durante sua operação mas nada é retirado Processo para Resolução de Exercícios de balanço O seguinte passo-a-passo pode resolver os exercícios de forma mais simples: 1. Leia e compreenda o enunciado do problema 2. Esboce um fluxograma e desenhe seu contorno 3. Coloque rótulos do que se quer achar e do que se tem ( 𝑚 para massa e para mols 𝑛 Taxas mássicas; Composição de cada corrente; Razões dadas das correntes; Igualdades dadas; Rendimentos; Eficiência; Especificações de uma variável ou uma restrição; Conversão; Relações de equilíbrio e Massas molares 4. Obtenhas os dados faltando que são necessários 5. Escolha uma base de cálculo 6. determine as incógnitas 7. Analise os graus de liberdade (número de incógnitas menos o número de equações linearmente independentes) 𝑁 𝐷 = 𝑁 𝑈 − 𝑁 𝐸 Caso N D Classificação 𝑁 𝑈 = 𝑁 𝐸 0 Especificada \ uma solução existe 𝑁 𝑈 > 𝑁 𝐸 > 0 >0 Subespecificada \ necessita de mais equações linearmente independentes 𝑁 𝑈 < 𝑁 𝐸 < 0 <0 Superespecificada \ não há solução 8. Resolva as equações Balanço de Massa Com Reação Química Estequiometria A estequiometria fornece uma medida quantitativa da relação entre a quantidade de produtos gerados por uma reação química e a quantidade de reagentes empregados, e vice-versa. Usamos os coeficientes estequiométricos (razão molar) balanceados para realizar os cálculos ● Reagentes \ substâncias consumidas – adotam valores negativos ● Produtos \ substâncias produzidas – adotam valores positivos Para os cálculos fazemos: balanceamento da reação; considerar o grau adequado de terminação da reação; transformação de massas para mols e proporção molar. 1 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química 𝑐 𝐶 + 𝑑 𝐷 → 𝑎 𝐴 + 𝑏 𝐵 𝑣 𝐴 𝐴 + 𝑣 𝐵 𝐵 + 𝑣 𝐶 𝐶 + 𝑣 𝐷 𝐷 = Σ 𝑣 𝑖 𝑆 𝑖 = 0 Essa relação é verdadeira para uma reação balanceada (considerando como os coeficientes estequiométricos da 𝑣 𝑖 espécie . 𝑆 𝑖 Extensão da Reação ● Extensão da reação ( ) \ descreve o grau de avanço da ξ reação com unidades " mols reagidos ". É a divisão da variação do número de mols em espécie pelo coeficiente estequiométrico desse elemento ξ = 𝑛 𝑓 − 𝑛 𝑖 𝑣 𝑖 (1) 𝑛 𝑓 = 𝑛 𝑖 + ξ · 𝑣 𝑖 Ou seja, uma característica importante da extensão da reação é que ela apresenta o mesmo valor para todas as espécies moleculares envolvidas na reação. ● Extensão máxima da reação ( ) \ é uma grandeza ξ 𝑚𝑎𝑥 baseada na consideração de uma reação completa Reagentes Limitantes e em Excesso ● Reagente limitante \ define-se como, teoricamente, a primeira espécie em uma reação a ser totalmente consumida se a reação fosse totalmente completada. Pela extensão da reação, é o composto com menor valor da extensão máxima ● Reagente em excesso \ todos os outros reagentes que são limitados pelo reagente limitante. Pela extensão da reação, são os compostos com maior valor da extensão máxima Conversão e Grau de Completação ● Conversão \ (grau de completação) grandeza adimensional que mede a fração do reagente limitante na alimentação que é convertido em produtos 𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠 ã 𝑜 = ξ ξ 𝑚𝑎𝑥 Outra forma de calculá-la é dividindo a quantidade de mols ou massa do reagente limitante na corrente de alimentação que reage por todos os mols ou massa dessa espécie presentes na corrente de alimentação. Seletividade ● Seletividade \ é a razão entre o número de mols de um produto em particular e o número de mols de outro produto formado A seletividade pode ser aplicada para uma reação simples ou conjunto de reações. Rendimento ● Rendimento \ pode ser definido de diversas formas diferentes como as mencionadas a seguir ○ Alimentação \ quantidade do produto obtido dividido pela quantidade do reagente-chave ○ Reagentes consumidos \ quantidade do produto desejado obtido dividido pela quantidade do reagente-chave ○ Conversão total \ quantidade do produto desejado obtido pela quantidade teórica Balanços Molares de Espécies Químicas Os termos são escritos em mols ao invés de massa e regidos por: 𝐴𝑐 ú 𝑚𝑢𝑙𝑜 = 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎 + 𝐹𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠 − 𝑆𝑎𝑖 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑠 Sabendo que: 𝑛 𝑖 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 − 𝑛 𝑖 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑣 𝑖 ξ (2) Podemos interpretar que corresponde ao número de 𝑣 𝑖 ξ mols da espécie que é gerada ou consumida na reação. 𝑖 Podemos calcular a vazão molar de entrada ( ) e a 𝐹 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 vazão molar de saída ( ) por meio da adição de valores 𝐹 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 molares de entrada e de saída em sistemas abertos e em estados estacionário somente! e 𝐹 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑖 = 1 𝑆 ∑ 𝑛 𝑖 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝐹 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 = 𝑖 = 1 𝑆 ∑ 𝑛 𝑖 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 ● ƒ \ fração de conversão do reagente limitante ξ = (− 𝑓 ) 𝑛 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑣 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (3) Processo Envolvendo Múltiplas Reações Raramente sistemas com reações químicas irão envolver apenas uma reação – apresentando outras reações paralelas no sistema. ● Conjunto mínimo \ menor conjunto das reações químicas que podem ser agrupadas de modo a incluir todas as espécies envolvidas no processo (independência linear) 2 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química Para processos abertos em estado estacionário com múltiplas reações, a equação 2 aplicada a um componente 𝑖 transforma-se em: 𝑛 𝑖 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 = 𝑛 𝑖 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 + 𝑗 = 1 𝑅 ∑ 𝑣 𝑖𝑗 ξ 𝑗 ○ \ coeficiente estequiométrico da espécie na reação 𝑣 𝑖𝑗 𝑖 𝑗 pertencente ao conjunto mínimo de reações ○ \ extensão para a j-ésima reação pertencente ao ξ 𝑗 conjunto mínimo de reações em que há a participação do componente 𝑖 ○ \ número de reações químicaslinearmente 𝑅 independentes (tamanho do conjunto mínimo) Uma equação análoga a essa pode ser usada para sistemas fechados em estado não estacionário (termos relativos ao escoamento são omitidos). O número total de mols na saída do reator é: 𝑁 𝑁 = 𝑖 = 1 𝑆 ∑ 𝑛 𝑖 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 = 𝑖 = 1 𝑆 ∑ 𝑛 𝑖 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 + 𝑖 = 1 𝑆 ∑ 𝑗 = 1 𝑅 ∑ 𝑣 𝑖𝑗 ξ 𝑗 ○ \ número de espécies presentes no sistema 𝑆 Balanço de Massa para Sistemas com Combustão ● Combustão \ em geral, é a reação do oxigênio com materiais contendo hidrogênio, carbono e enxofre, produzindo calor e produtos gasosos como H 2 O, CO 2 , CO e SO 2 A maioria dos processos de combustão usam o ar (com N 2 como um componente inerte do ar) como fonte de oxigênio: ● Ar \ 79% de nitrogênio e 21% de oxigênio com 𝑀𝑀 = 29 ● Gás de combustão (base úmida) \ todos os gases resultantes do processo de combustão incluindo o H 2 O ● Análise de Orsat (base seca) \ todos os gases resultantes do processo de combustão desconsiderando o vapor d'água ● Combustão completa \ a combustão completa do combustível produzindo CO 2 e H 2 O ● Combustão parcial \ combustão do combustível produzindo ao menos algum CO a partir da fonte de carbono ● Ar teórico (oxigênio requerido) \ quantidade de ar necessário para conduzir o processo para a combustão completa ● Excesso de ar (excesso de oxigênio) \ quantidade de oxigênio em excesso do ar teórico necessário para a combustão completa (depende da quantidade de material que deve ser queimado, e não da que de fato é queimado) % 𝑎𝑟 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 = 100 · 𝑂 2 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑂 2 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 % 𝑎𝑟 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 = 100 · 𝑂 2 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 − 𝑂 2 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑂 2 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 % 𝑎𝑟 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 = 100 · 𝑂 2 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑂 2 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 − 𝑂 2 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 Balanço de Massa Para Multiunidades Conceitos Principais Um fluxograma é uma representação gráfica esquemática de um processo, no caso, processos industriais. O diagrama de blocos é seu respectivo só que em um formato mais simplório. O balanço de massa (BM) pode ser analisado e calculado a partir de diferentes pontos de vista em um fluxograma processual. A primeira imagem abaixo mostra como é feito um BM para uma análise global do sistema, onde tudo o que entra no processo é igual ao que sai do processo. Na próxima imagem, é aplicada um balanço para cada unidade e pontos de mistura. No último, um balanço que envolve algumas unidades somente. Da mesma forma, um balanço de massa em um sistema multiunidades também pode ser realizado para um dos componentes do processo. Reciclo Sem Reação Química ● Reciclo \ é o retro alinhamento de uma unidade a jusante para uma unidade a montante, ou seja, uma corrente sai de uma etapa do processo e volta para uma etapa anterior para que o material seja reciclado Um sistema de reciclo é aquele que inclui uma ou mais correntes de reciclo. De acordo com a imagem acima, vemos que o balanço 1 não é diretamente útil já que não inclui a corrente de reciclo R . A 2 e a 4 incluem R e é possível escrever um balanço 2-3 e 3-4 para incluir a corrente de reciclo. Em um balanço de massa sem reação química, o cálculo da alimentação bruta pode ser feito pelo balanço em 2, onde a 3 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química alimentação total é a soma das correntes de alimentação fresca e a de reciclo . Reciclo Com Reação Química O reciclo em processos com reação química visa aumentar a conversão dos reagentes em um reator em que não há 100% de conversão. ● Conversão global \ ( ƒ OA ) demonstra a porcentagem de conversão no fluxograma global do sistema, considerando os reagentes frescos que entram e saem 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) − 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) ● Conversão de único passe \ ( ƒ SP ) é baseado naquilo que entra e sai do reator, considerando o reagente limitante que alimenta o reator e a quantidade que sai dele ao final da reação 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) − 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑠𝑎 í 𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) 𝑛 𝑅𝑒𝑎𝑔 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ( ) As conversões se relacionam com a extensão da reação descrita em (3) por: & 𝑓 𝑂𝐴 = −υ 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ξ 𝑛 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑟𝑒𝑠𝑐𝑎 𝑓 𝑆𝑃 = −υ 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 ξ 𝑛 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑜 By-Pass e Purga ● By-pass \ corrente que desvia de um estágio do processo e vai para outro mais avançado, visando controlar a composição de uma corrente final de saída ● Purga \ corrente que retira do processo um acúmulo de materiais inertes ou indesejados que poderia ficar acumulado na corrente de reciclo alguma hora Equilíbrio Multifásico Diagrama de Fases e Regra das Fases ● Diagrama de fases \ ferramenta que capacita ver as propriedades de uma substância com uma ou mais fases (volume específico, pressão, temperatura, entalpia, etc) A discussão principal se dá em termos da água, mas é aplicável para as outras substâncias também. ● Vapor \ gás abaixo do seu ponto crítico em um processo que a mudança de fase é o principal interesse ● Gás \ (não condensável) descreve um gás acima do seu ponto crítico ou em alguma condição que ele não condensa ● Ponto triplo \ ponto em que a combinação de p-T-V gera um sistema de equilíbrio entre sólido, líquido e vapor ● Ebulição \ mudança de líquido para vapor (B, E, N) ● Ponto de bolha \ temperatura na qual um líquido começa a vaporizar (N, H, E) ● Condensação \ ponto de mudança de fase de vapor para líquido (N, E, B) ● Ponto de orvalho \ temperatura na qual o vapor começa a condensar a uma pressão específica (N, H, E) ● Evaporação \ processo de mudança de fase líquido para vapor (D-F, A-C, M-O) ● Solidificação \ mudança da fase líquida para sólida (N-L) ● Fusão \ mudança de fase sólido para líquido (L-M) ● Curva de fusão \ curva de equilíbrio sólido-líquido (começando no ponto triplo e seguindo em M quase verticalmente) ● Ponto normal de ebulição \ temperatura na qual a pressão de vapor ( p *)é 1 atm (101,3 kPa) e o líquido ebuli (ponto B) ● Ponto normal de fusão \ temperatura na qual um sólido se funde a 1 atm ● Líquido saturado ou vapor saturado \ valores ao longo da curva líquido-vapor (N-B) ● Líquido sub-resfriado \ líquido entre a curva de fusão e pressão de vapor (D, A) ● Sublimação \ mudança da fase sólida para vapor (J-K) 4 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química ● Curva de sublimação \ curva de equilíbrio sólido-vapor (começo do gráfico até o ponto triplo) ● Pressão de sublimação \ pressão ao longo da curva de sublimação ● Região supercrítica \ valores de p-T acima do ponto crítico (não mostrado) ● Vapor superaquecido \ vapores com temperatura e pressão acima das de saturação (I) ● Graus de superaquecimento \ diferença entre as temperaturas de vapor superaquecido e vapor saturado ● Vaporização \ mudança de fase líquida para vapor (D-F) Em um gráfico de fases p-V , considere um pistão subindo em um sistema isolado. Em uma temperatura constante T 1 , conforme a pressão é muito reduzida, o volume específico aumenta muito pouco, até que a pressão do líquido atinja a p*, no ponto A. Passando doponto A, o aumento de V não faz variar nem a pressão e nem a temperatura até que chegue no ponto B de vapor saturado.A partir daí, o acréscimo de volume específico também diminui a pressão em uma curva mais branda. Também pode-se usar as equações de gases reais ou ideias. A região de líquido e vapor saturados é uma região bifásica. Com isso, há a introdução do termo qualidade, que mede o percentual da mistura total de líquido e de vapor que é vapor (úmido). Sendo a qualidade fracional, temos: 𝑥 𝑥 = 𝑉 − 𝑉 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 − 𝑉 𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ● Equilíbrio de fases \ as fases presentes no sistema são invariantes ● Fase \ parte do sistema química e fisicamente uniforme ● Regra das fases \ (preocupa-se com propriedades intensivas, logo, que não dependem da quantidade do material presente) considerando que nenhuma reação química ocorre e que o sistema está em equilíbrio: 𝐹 = 2 − 𝑃 + 𝐶 ○ \ número de graus de liberdade (propriedades 𝐹 intensivas que precisam ser especificadas) ○ \ número de fases que podem coexistir no sistema 𝑃 ○ \ número de componentes independentes no sistema 𝐶 Pressão de Vapor - Sistemas Bifásicos com Um Componente Uma forma de prever a pressão de vapor * a partir da 𝑝 temperatura é com a equação de Antoine, que tem uma 𝑇 boa acurácia e é aplicável para aproximadamente 5.000 compostos existentes: * 𝑙𝑛 ( 𝑝 ) = 𝐴 − 𝐵 𝐶 + 𝑇 Onde A, B e C são constantes próprias de cada substância e T é a temperatura em Kelvin. Outra forma de resgatar as pressões de vapor é pelas tabelas de vapor. 1. Tabelas de p * vs T ou vice-versa para água e vapor saturados 2. Tabela de vapor superaquecido 3. Tabela de líquido subresfriado Conhecendo o volume específico de cada fase em um problema, é possível determinar o volume total pela soma de cada volume e a massa a partir de: & 𝑉 𝑙 + 𝑉 𝑔 = 𝑉 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉 𝑙 𝑉 𝑙 + 𝑉 𝑔 𝑉 𝑔 = 𝑚 ( 𝑘𝑔 ) Saturação Quando um gás não condensável entra em contato com um líquido, o gás capta moléculas desse líquido e, se o contato durar um tempo suficiente, a vaporização continua até que o equilíbrio seja atingido. Quando no equilíbrio, nenhum líquido extra vaporiza e o gás é dito saturado de vapor. A pressão parcial do gás e a pressão de vapor do líquido se igualam e diz-se que a mistura está no seu ponto de orvalho. p * representa a pressão parcial máxima que a água pode atingir a uma temperatura. ● Ponto de orvalho \ ponto em que a pressão de vapor é igual a pressão parcial do gás (aqui, se a temperatura fosse reduzida lentamente, o vapor começaria a condensar) ∴ 𝑝 ( á 𝑔𝑢𝑎 ) 𝑉 𝑝 ( 𝑎𝑟 ) 𝑉 = 𝑛 ( á 𝑔𝑢𝑎 ) 𝑅𝑇 𝑛 ( 𝑎𝑟 ) 𝑅𝑇 𝑝 ( á 𝑔𝑢𝑎 ) 𝑝 ( 𝑎𝑟 ) = 𝑝 * ( á 𝑔𝑢𝑎 ) 𝑝 ( 𝑎𝑟 ) ∴ 𝑦 ( á 𝑔𝑢𝑎 ) = 𝑝 ( á 𝑔𝑢𝑎 ) 𝑝 ( 𝑎𝑟 ú 𝑚𝑖𝑑𝑜 ( 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 )) = 1 − 𝑦 ( 𝑎𝑟 ) Condensação Condensação é a mudança de vapor em um gás não condensável para líquido. Algumas formas de se condensar um gás são: 1. Resfriá-lo a pressão constante ( varia); 𝑉 5 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química 2. Resfriá-lo a volume constante ( varia); 𝑝 3. Comprimi-lo isotermicamente ( varia). 𝑉 Por exemplo, se o ar saturado for comprimido com temperatura invariável, parte do vapor se torna água e, se retirarmos essa água líquida e descomprimir o sistema, a pressão total contará com um ar parcialmente saturado. Vaporização No equilíbrio, é possível vaporizar um líquido na presença de um gás não condensável e elevar a pressão de vapor no gás até que a pressão de saturação seja alcançada no equilíbrio. Os gráficos abaixo mostram que quando a pressão é constante, o volume aumenta quando a água tem sua pressão aumentada. O mesmo ocorre com o volume constante, onde a elevação da pressão da água aumenta a pressão total do sistema. Balanço de Energia Sem Reação Terminologias ● Isotérmico \ temperatura não varia ● Isobárico \ pressão não varia ● Isocórico \ volume não varia ● Adiabático \ nenhuma troca de calor acontece entre o sistema e suas fronteiras (ocorre quando o sistema está isolado, quando é desprezável ou quando o processo é 𝑄 rápido demais para transferir calor) ● Variável de caminho \ depende de como o processo ocorre (calor e trabalho) ● Variável de estado \ depende somente do estado do sistema e não de sua história (energia interna) Além dessas terminologias, é importante lembrar que a unidade de energia no SI é Joule ( ) e no AE é o BTU 𝐽 [(ft)(lbf)], (kW)(h), entre outras, além da Caloria (kcal). Calor ( ) ● Calor \ é a quantidade líquida de calor transferido para ou do sistema ao longo de um intervalo fixo de tempo O calor é comumente definido como a parte da energia total que escoa através de uma fronteira do sistema, devido a uma diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança. O calor não pode ser armazenado, é positivo quando entra no sistema e negativo quando sai, sendo uma variável de caminho e igual a zero em processos adiabáticos. A transferência de calor pode ocorrer em três categorias gerais: condução, convecção e radiação. Trabalho ( ) ● Trabalho \ representa uma transferência de energia entre o sistema e a vizinhança e pode ser dividido em alguns tipos: ○ Mecânico \ ocorre por causa de uma força mecânica que move a fronteira de um sistema. Ele pode ser calculado a partir do vetor da força externa e a distância percorrida 𝑊 = ∫ 𝐹 𝑑𝑠 ○ Elétrico \ ocorre quando uma corrente elétrica passa através de uma resistência elétrica no circuito ○ Eixo \ ocorre quando o sistema provoca o giro de um eixo contra uma resistência mecânica externa ○ Escoamento \ é realizado por um sistema quando um fluido é empurrado para o sistema pela vizinhança Energia Cinética (E k ) e Energia Potencial (E P ) ● Energia cinética \ é a energia que um sistema, ou um material, possui por causa de sua velocidade em relação à vizinhança (como um fluido em escoamento) tendo como referencial a visão macroscópica 𝐸 𝑘 = 1 2 𝑚𝑣 2 ● Energia potencial \ é a energia que o sistema possui devido à força exercida sobre sua massa por um campo gravitacional e/ou eletromagnético em relação a uma superfície de referência 𝐸 𝑃 = 𝑚𝑔ℎ Energia Interna (U) ● Energia interna \ conceito macroscópico medido a partir de variáveis mensuráveis que considera as energias 6 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química moleculares, atômicas e subatômicas, podendo ser armazenada 𝑑 𝑈 = ∂ 𝑈 ∂ 𝑇 ( ) 𝑉 𝑑𝑇 + ∂ 𝑈 ∂ 𝑉 ( ) 𝑇 𝑑 𝑉 ● Calor específico a volume constante \ (C v ) é a quantidade necessária de calor para elevar a temperatura de 1 kg de substância em 1 grau em um sistema fechado 𝐶 𝑣 = ∂ 𝑈 ∂ 𝑇 ( ) 𝑉 A energia interna pode ser descrita em função do C v pela equação abaixo já que a segunda parte da definição de dU é pequena a ponto de poder ser desprezada. ∆ 𝑈 = 𝑇 1 𝑇 2 ∫ 𝐶 𝑣 𝑑𝑇 Essa equação sozinha não é válida para quando uma mudança de fase ocorre. A energia interna também precisa de um valor de referência, tal que . ∆ 𝑈 = ( 𝑈 2 − 𝑈 𝑟𝑒𝑓 ) Entalpia (H) ● Entalpia \ é a soma da energia interna do sistema com a multiplicação entre a pressão e o volume do sistema, refletindo a quantidade de energia que um corpo troca com o ambiente & 𝐻 = 𝑈 + 𝑝𝑉 𝑑 𝐻 = ∂ 𝐻 ∂ 𝑇 ( ) 𝑝 𝑑𝑇 + ∂𝐻 ∂ 𝑝 ( ) 𝑇 𝑑𝑝 ● Calor específico a pressão constante \ (C p ) é descrita pelo primeiro termo da equação acima, sendo que o segundo pode ser ignorado por ser muito pequeno na maioria dos casos, ou seja, ∆ 𝐻 = ( 𝐻 2 − 𝐻 𝑟𝑒𝑓 ) = 𝑇 1 𝑇 2 ∫ 𝐶 𝑝 𝑑𝑇 A relação entre os calores específicos para um gás ideal é descrito por . 𝐶 𝑣 = 𝐶 𝑝 − 𝑅 Balanço de Energia em Sistemas Fechados Princípio da Conservação de Energia: "A energia total de um sistema mais a da vizinhança não pode ser criada e nem destruída" O balanço de energia para sistemas fechados resume-se à soma das energias envolvidas sendo igual ao trabalho e à transferência de calor. ∆ 𝑈 + ∆ 𝐸 𝑘 + ∆ 𝐸 𝑃 = 𝑄 + 𝑊 Na maioria dos casos as energias cinética e potencial podem ser zeradas já que não estão muito envolvidos no processo. ● Sistemas fechados não estacionários \ nesse tipo de sistema, há um "acúmulo" de energia, de forma que o balanço pode ser escrito da forma normal ● Sistemas fechados estacionários \ nestes sistemas não temos, respectivamente, o escoamento de massa através da fronteira e acúmulo, logo, a variação de energia é igual a zero e o balanço fica 𝑄 + 𝑊 = 0 Balanço de Energia em Sistemas Abertos ● Sistema aberto \ recapitulando, o sistema aberto indica que há escoamento de massa no balanço de energia ● Trabalho de escoamento \ (trabalho pV) é o trabalho realizado pela vizinhança para introduzir uma massa unitária no sistema pela primeira fronteira e o trabalho da unidade de massa saindo pela fronteira dois ● Balanço de energia para sistemas abertos : ∆ 𝐸 = 𝑄 + 𝑊 − (∆ 𝐻 + ∆ 𝐸 𝑘 + ∆ 𝐸 𝑃 ) Sistemas abertos em estado estacionário é omodelo principal na maioria dos processos, em que a troca de energia está relacionada a um sistema aproximadamente contínuo, estacionário e aberto (turbina, caldeira e trocador de calor). A equação do balanço final para esse tipo de condição é a seguinte (considerando que o acúmulo é nulo): 𝑄 + 𝑊 = (∆ 𝐻 + ∆ 𝐸 𝑘 + ∆ 𝐸 𝑃 ) 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 É possível desprezar as energias potencial e cinética na maioria dos casos por não interferirem tanto na equação (1000 J são obtidos na elevação de 1 kg a 100 m de altura ou na aceleração de 1 kg de 0 a 45 m/s). 7 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química Balanço de Energia Com Reação Entalpia-Padrão de Formação e Reação ● Entalpia-padrão de formação \ ( º ) é a variação de ∆ Ĥ 𝑓 entalpia relacionada à formação de 1 mol de um composto a partir de seus elementos constituintes e produtos em seu estado-padrão de 25 ºC e 1 atm Além disso, a entalpia-padrão de formação para compostos no seu estado de referência é nula e negativa para reações exotérmicas e positivas para endotérmicas. ● Entalpia-padrão de reação \ ( º ) é a variação de ∆ Ĥ 𝑟𝑥𝑛 entalpia relacionada à quantidade estequiométricas dos reagentes no estado-padrão (25 ºC e 1 atm) quando reagem completamente para fornecer os produtos também, no estado-padrão ∆ Ĥ 𝑟𝑥𝑛 𝑜 = ξ · Σ 𝑣 𝑖 · ∆ Ĥ 𝑓 , 𝑖 𝑜 ( )⎡⎢⎣ ⎤⎥⎦ As reações químicas não vão sempre ocorrer na CATP, logo, é necessário relembrar o conceito de que a entalpia é uma variável de estado , com isso é passível de ser calculada por qualquer caminho necessário. ∆ Ĥ 𝑜 = ∆ Ĥ 𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎 1 𝑜 + ∆ Ĥ 298 𝑜 + ∆ Ĥ 𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎 3 𝑜 Entalpia de Combustão A principal diferença das entalpias-padrão de combustão ( º ) para os outros é que ela define valores nulos para ∆ Ĥ 𝑐 alguns produtos da oxidação como o CO 2 , H 2 O, HCl e o próprio O 2 . Diagrama de Umidade (Psicrometria) Umidade Relativa, Absoluta e Psicrometria ● Umidade relativa \ (saturação relativa) é definida a partir do quociente da pressão parcial do vapor na mistura pela pressão parcial do vapor se o gás estiver saturado na temperatura em questão 𝑈 𝑅 = 𝑝 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑝 * ● Umidade absoluta \ (umidade específica) é a massa de vapor de água por unidade de massa de ar seco 𝑈 𝐴 = 𝑚 𝐻 2 𝑂 𝑚 𝑎𝑟 𝑠𝑒𝑐𝑜 ● Temperatura de bulbo seco \ ( ) é a temperatura 𝑇 𝐵𝑆 normal que se usa convencionalmente ● Temperatura de bulbo úmido \ ( ) é a temperatura se a 𝑇 𝐵𝑈 umidade relativa fosse de 100% ● Carta psicrométrica \ é um diagrama de umidade com os eixos , em que se é possível obter várias 𝑈𝐴 × 𝑇 informações sobre o ar com vapor d'água a 1 atm exclusivamente A entalpia específica descrita no gráfico precisa ser corrigida dependendo de onde o ponto de análise se encontra. Há curvas para correção de entalpia para o ar que está abaixo da saturação. ∆ Ĥ = ∆ Ĥ 𝑎𝑟 + ∆ Ĥ 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒 á 𝑔𝑢𝑎 · 𝑈 𝐴 ( ) 8 Gustavo Meira - EQ ⋅ UEM Fundamentos de Engenharia Química Balanço de Massa Sem Reação 1 A Equação geral do Balanço 1 Características dos Sistemas 1 Processo para Resolução de Exercícios de balanço 1 Balanço de Massa Com Reação Química 1 Estequiometria 1 Extensão da Reação 2 Reagentes Limitantes e em Excesso 2 Conversão e Grau de Completação 2 Seletividade 2 Rendimento 2 Balanços Molares de Espécies Químicas 2 Processo Envolvendo Múltiplas Reações 2 Balanço de Massa para Sistemas com Combustão 3 Balanço de Massa Para Multiunidades 3 Conceitos Principais 3 Reciclo Sem Reação Química 3 Reciclo Com Reação Química 4 By-Pass e Purga 4 Equilíbrio Multifásico 4 Diagrama de Fases e Regra das Fases 4 Pressão de Vapor - Sistemas Bifásicos com Um Componente 5 Saturação 5 Condensação 5 Vaporização 6 Balanço de Energia Sem Reação 6 Terminologias 6 Calor ( ) 6 Trabalho ( ) 6 Energia Cinética (Ek) e Energia Potencial (EP) 6 Energia Interna (U) 6 Entalpia (H) 7 Balanço de Energia em Sistemas Fechados 7 Balanço de Energia em Sistemas Abertos 7 Balanço de Energia Com Reação 8 Entalpia-Padrão de Formação e Reação 8 Entalpia de Combustão 8 Diagrama de Umidade (Psicrometria) 8 Umidade Relativa, Absoluta e Psicrometria 8 9
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