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1 | P á g i n a Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Professora Ana Paula Peconick Tuane Ferreira Melo Janina Janina de Sales Guilarducci Lavras/MG 2011 Espaço a ser preenchido pela biblioteca Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA [A ser preenchido posteriormente] Espaço a ser preenchido pelo CEAD Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 4 | P á g i n a Índice UNIDADE 11 ...................................................................................................... 5 11.1 Introdução ................................................................................................. 6 11.2 Estrutura .................................................................................................... 8 11.3 Rearranjo genético ........................................ Erro! Indicador não definido. 11.4 Funções .......................................................... Erro! Indicador não definido. 11.5 Imunoglobulinas ............................................ Erro! Indicador não definido. 11.6 Conclusão .............................................................................................. 19 11.7 Bibliografia .................................................... Erro! Indicador não definido. Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 5 | P á g i n a UNIDADE 11 OBJETIVO: Compreender a estrutura e diferenciação das imunoglobulinas conforme rearranjo genético e função Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 6 | P á g i n a 11.1 Introdução Conceitualmente, as imunoglobulinas são moléculas glicoproteicas de origem animal, globulinas, são produzidas pelos plasmócitos e que se ligam a antígenos, atuando como anticorpo, ou seja, no combate a doenças. A origem da palavra imunoglobulina deriva da descoberta de que elas migram com as proteínas globulares quando soro contendo anticorpos é colocado em um campo elétrico. Dessa forma são separadas em cinco picos (Figura 1), as albuminas, que são pequenas proteínas sanguíneas que promove o transporte de substâncias e mantem a pressão osmótica sobre controle, alfa 1, alfa 2, beta e gama, sendo o gama o mais pesado. Ao separar as proteínas de pico gama descobriram que ela fornecia maior “proteção imunológica” entre as proteínas plasmáticas, então denominaram essa região “imunologicamente eficaz” de gama- globulina e posteriormente, como anticorpos. Em relação aos anticorpos que estão conectados à superfície de membrana dos linfócitos B, eles expressam receptores para antígenos. Já os anticorpos secretados que residem na circulação tecidos e mucosas conseguem conectar-se aos antígenos neutralizando as toxinas e evitam a disseminação de patógenos. Em relação aos anticorpos secretados e associados à membrana diferem na sequência de resíduos de aminoácidos na porção carboxiterminal da região C da cadeia pesada. À distribuição das imunoglobulinas se dá em líquidos corporais como soro e nas superfícies de um número limitado de tipos celulares, como linfócitos B e fagócitos monucleares e células natural killer. Estão localizados em tecidos linfoides, baço, linfonodo e tecido linfoide associado a mucosas. Já a medula óssea tem os plasmócitos produtores de anticorpos de longa duração. Os linfócitos B são o único tipo celular capazes de produzir as moléculas de anticorpos, estes são componentes celulares Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 7 | P á g i n a centrais das respostas imunes humorais. Os linfócitos B imaturo são linfócitos B IgM+ e IgD- da membrana recém-derivado de percursores medulares e que não prolifera e nem se diferencia em respostas a antígenos e estão localizados na medula óssea. Já os linfócitos B maduros são linfócitos B naive funcionalmente competentes que expressam IgM e IgD e que representam o estágio final de maturação dos linfócitos B na medula óssea e que povoam os órgãos linfoides periféricos. As moléculas de anticorpos podem ser prontamente divididas num pequeno número de classes e subclasses distintas, com base em diferentes menores nas características fisioquímicas como: tamanho, carga, e solubilidade, e com base no seu comportamento como antígenos. No homem, as classes de moléculas de anticorpos são denominadas IgA, IgD, IgE, IgG e IgM, e diz-se dos membros de cada classe que são possuidores do mesmo isotipo. Neste contexto, vamos relembrar a ativação das células B (ver unidade 10), basicamente os antígenos formados por polissacarídeos e lipídeos possuem múltiplos determinantes antigênicos que são capazes de se encaixar em muitas moléculas receptoras de antígenos em cada célula B. Ou seja, antígenos proteicos exige sinais ativadores das células T CD4+. Resumidamente, as células B apresentam antígenos as células T CD4+, logo as células T CD4+ ativam as células B. 11.2 Estrutura As imunoglobulinas possuem uma estrutura básica simétrica, conforme a Figura 2, que consistem em quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas cadeias leves (L) idênticas entre si composta por dois domínios de imunoglobulina, variáveis e constantes e duas cadeias pesadas (H) idênticas entre si compostas por quatro ou cinco domínios. As quatro cadeias estão Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 8 | P á g i n a dispostas de modo a formar uma molécula em forma de Y. Cada cadeia L é ligada a uma cadeia H por uma ponte de dissulfeto, e as cadeias H são ligadas entre si por pelo menos uma ponte de dissulfeto, essa cadeias podem ser separadas quando tratadas com mercaptoetanol por reduzir a ligação dissulfeto, quebrando assim a ligação covalente que estabiliza o anticorpo. Figura 1. A estrutura dos anticorpos (ABBAS & LICHTMAN, 2007) Tanto a cadeia pesada quanto a cadeia leve consistem em uma região aminoterminal variável (V) e uma região constante (C). A região variável da cadeia pesada tem o mesmo comprimento que a da cadeia leve, enquanto a região constante é cerca de três vezes maior. Essas regiões variáveis das cadeias pesadas e leves participam do reconhecimento dos antígenos e de regiões carboxiterminais constantes e as regiões constante da cadeia pesada possuem funções efetoras. A região constante da cadeia pesada interage com outras moléculas efetoras e células do Sistema Imune, participando, assim, como mediadora da maioria das funções efetoras dos anticorpos. A porção carboxiterminal das cadeias pesadas ancora os anticorpos ligados aos linfócitos B. Um oligossacarídeo (carboidrato pequeno) liga as duas cadeias pesadas da imunoglobulina e abri a haste na região constante e isso ajuda a Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 9 | P á g i n a determinar como o anticorpo irá interagir com o restante do sistema imune. A região variável de uma cadeia pesada (VH) é justaposta com a região variáveis de uma cadeia leve (VL) para formar o local de conexão de antígenos (Figura 3). A maior parte das diferenças nas sequencias entres os diversos anticorpos está confinada a três segmentos hipervariáveis, que são as regiões determinantes de complementariedade (CDRs). CDR3 é a que possui maior variabilidade e está localizada nas junções das regiões V e C. Conforme esperado, CDR3 é também a porção da molécula de imunoglobulina com maior contribuição na ligação antigênica. Os locais de ligações de antígenos da maioria dos anticorpos de superfícies planas que podem acomodar epítopos lineareas ou conformacionais das macromoléculas. O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve uma ligação nãocovalente reversível. Conforme a Figura 2, a afinidade é a força de ligação entre um único local de ligação de um anticorpo e um epítopo de um antígeno. A avidez é a força de ligação de todos os locais a todos epítopos disponíveis. Anticorpos produzidos contra um antígeno podem ligar outros antígenos estruturalmente semelhantes. A ligação a epítopos similares denomina-se reação cruzada. Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 10 | P á g i n a Figura 2. Afinidade e Avidez de Imunoglobulinas (ABBAS & LICHTMAN, 2007) A região de dobradiça permite que os determinantes fiquem largamente espaçados na superfície celular. Também permite fiquem estreitamente espaçados na superfície celular. Figura 2. Região de dobradiça da imunoglobulina (ABBAS & LICHTMAN, 2007) As imunoglobulinas são divididas com base na estrutura constantes das cadeias pesadas. Dessa forma, são dividias em classes ou isótipos, são eles IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Além disso, são subdividas em subclasses ou subtipos, em humanos são IgA 1 Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 11 | P á g i n a e IgA2, IgG1, IgG2, IgG3 e Ig4 e em camundongos são IgG1, IgG2a, IgG2b e IgG3. Sendo que cada imunoglobulina possui suas próprias funções efetoras. 11.3 Genética O estudo das imunoglobulinas em relação aos antígenos, revelam a existência de 3 tipos de determinantes antigênicos, cada um localizado a em partes características da molécula de imunoglobulinas que são classificados em: determinantes isotípicos, alotípicos e idiotípicos. Estes determinantes estão relacionados a diferenciação na estrutura molecular das imunoglobulinas, que consequentemente, está relacionado com sua função específica. As estruturas que conferem o determinante isótipo possuem um conjunto de variantes de imunoglobulinas comuns a todos os membros de uma determinada espécie. Além disso, dependem das regiões constantes tanto das cadeias pesadas com das cadeias leves, ou seja, todos os indivíduos de uma espécie contêm o mesmo conjunto básico de genes da região constante. Já as estruturas que conferem o determinante alótipo possuem variantes alélicas presentes nas populações de uma espécie, neste caso, os indivíduos podem ser homozigóticos ou heterozigóticos, ou seja apresentem uma variação alélica distinta dos outros indivíduos da mesma espécie. Em relação as características de cada anticorpo de um mesmo individuo, estruturalmente classifica-se como diferença isotípica. Portanto, de acordo com a estrutura, classe, subclasses, subtipos, divididos de acordo com a estrutura C das cadeias pesadas, irá conferir diferenças em relação as funções efetoras das imunoglobulinas. Mediante o contexto, as imunoglobulinas têm cadeias polipeptídicas pesadas ou leves. As cadeias pesadas são IgH (IgA, α; IgD, δ; IgE, ε ;IgG ,γ ; IgM, m) e cadeias leves Igλ e Igκ. Três loci Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 12 | P á g i n a separados codificam as cadeias pesadas e as cadeias leves. Cada locus está em um cromossomo diferente. A maturação das células B a partir dos progenitores comprometidos com essa linhagem ocorre principalmente na medula óssea e, antes do nascimento, no fígado fetal. As células- tronco derivadas do fígado fetal originam principalmente um tipo de célula B denominada célula B-1, enquanto as CTH derivadas da medula óssea originam a maioria das células B circulantes (células B foliculares), bem como um subgrupo de células B, denominado células B da zona marginal. Os precursores de linfócitos T deixam o fígado fetal antes do nascimento e a medula óssea durante a vida e circulam até o timo, onde completam sua maturação. Os principais eventos durante a maturação dos linfócitos B são o rearranjo e expressão de genes de imunoglobulina em uma ordem precisa, a seleção e proliferação de células B em desenvolvimento no ponto de controle do pré-receptor de antígenos e a seleção do repertório de células B maduras. Cada clone de linfócito B produz um anticorpo com estrutura e ligação única para um antígeno específico. Isso confere maior diversidade do repertório linfocitário, ou seja, será a especificidade antigênica dos linfócitos de cada indivíduo através do rearranjo genético. Antes do nascimento, os linfócitos B se desenvolvem a partir de precursores comprometidos no fígado fetal, e após o nascimento, as células B são geradas na medula óssea. A maioria dos linfócitos B surgem dos progenitores da medula óssea adulta que inicialmente não expressam a imunoglobulina. Estes precursores se desenvolvem em células B imaturas que expressam moléculas de IgM ligadas à membrana, e, em seguida, deixam a medula óssea para continuar a amadurecer, principalmente no baço. As células que amadurecem em células B foliculares no baço expressam IgM e IgD na superfície da célula e adquirem a capacidade de recircular e ocupar todos os órgãos linfoides periféricos. Estas células B foliculares dirigem-se para Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 13 | P á g i n a folículos linfoides e são capazes de reconhecer e responder a antígenos estranhos. O desenvolvimento de linfócitos B ocorre em progenitores e centro germinativo. Os progenitores de linfócitos B-1 é o fígado fetal e de linfócitos B-2 é a medula óssea. No centro germinativo ocorre a maturação da afinidade, a mudança de isótipo e a geração de células de memória. Ou seja, a maturação dos linfócitos B irá ocorrer conforme a troca isotípica da cadeia pesada. Células B que expressam imunoglobulinas funcionais de membrana recebem sinais de sobrevivência constitutivo (seleção positiva). Além disso, deve ser ressaltada a importância de existir uma tolerância das células B pelos autoantígenos (seleção negativa). Em relação ao rearranjo e expressão dos genes das imunoglobulinas é considerado o principal evento no desenvolvimento dos linfócitos responsável pela geração do repertório diverso, porém é importante salientar que as imunoglobulinas são expressas antes do encontro com os antígenos. Assim os eventos de rearranjo do DNA não são dependentes ou influenciados pela presença de antígenos. O rearranjo dos genes das imunoglobulinas pode ocorrer tanto em diversidade combinatória quanto em diversidade juncional. Em relação a diversidade combinatória um dos genes da região variável é selecionado ao acaso e unido ao segmento de DNA adjacente produzindo novos EXONS (recombinação V (D)J). A diversidade é aumentada pela adição e remoção aleatória de nucleotídeos durante a união de genes diferentes (diversidade juncional), ou seja, entre V e D, D e J ou V e J. A células B imaturas que reconhecem autoantígenos com grande avidez podem ser induzidos a mudar sua especificidade, que promovem a seleção positiva ou seleção negativa. A seleção positiva é um fenômeno voltado a identificar os linfócitos que tenham completado seu programa de rearranjo com sucesso e facilitando o comprometimento com subtipos de células B. As Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 14 | P á g i n a células B que expressam imunoglobulinas funcionais de membrana recebem sinais de sobrevivência constitutivo. A seleção negativa promove a deleção de linfócitos que expressam receptores com alta afinidade para auto antígenos e dessa forma, é parcialmente responsável por manter a tolerância das células B a auto- antígenos. A mudança de isótipo ocorre nos tecidos linfoides periféricos, em células B que estão ativadas nas bordas dos folículos, e nos centros germinativos. Em resposta à ligação CD40 e citocinas, parte da progênie das células B que expressa IgM e IgD sofre o processo de mudança de isótipo de cadeia pesada, levando a produção de imunogloubulinas de diferentes classes (IgA, IgE e IgG). Os sinais do CD40 levam a indução dogene AID (Desaminase Induzida pela ativação) e as citocinas induzem fatores de transcrição que identificam quais os loci da cadeia pesada serão alvos de mudança mediado por AID. A enzima AID promove mudança de isótipo e maturação da afinidade. Para promover a mudança de isótipo ocorre um processo de recombinação de mudança. Para maturação da afinidade é preciso um processo que leva ao aumento da afinidade dos anticorpos por um dado antígeno à medida que a resposta humoral progride. Isso é o resultado de hipermutações somáticas em genes de imunoglobulina, seguida pela sobrevivência seletiva das células B produtoras de anticorpos com maior afinidade. 11.4 Funções As características relacionadas com o reconhecimento de antígenos refletem as propriedades das regiões variáveis dos anticorpos, são elas a especificidade, a diversidade e amadurecimento por afinidade. As alterações nos isótipos durante a resposta influenciam em como e quando as respostas irão reagir para erradicar o antígeno. As funções efetoras dos anticorpos só são iniciadas quando esses se ligam a antígenos, e não pela Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 15 | P á g i n a imunoglobulina livre. A região constante das cadeias pesadas também determina a distribuição tecidual das moléculas de anticorpos. Os linfócitos B ativados proliferam e se diferenciam em células que secretam diferentes classes de anticorpos com funções distintas. As funções efetoras são: neutralização de microrganismos ou de seus produtos tóxicos, ativação do sistema complemento, opsonização de patógenos, fagocitose, citotoxicidade celular e hipersensibilidade imediata, inflamação e lise bacteriana por exemplo, conforme Figura 4. A formação do complexo antígeno-anticorpo desencadeia várias interações com a finalidade da eliminação do patógeno através da lise celular (Figura 4). Figura 4- Funções efetoras de células B (ABBAS & LICHTMAN, 2007) Existem cinco classes de anticorpos, que diferem em função e na sequência exata de aminoácidos e na conformação da parte do Y. Porém, todas as classes possuem a unidade básica com duas cadeias pesadas e duas leves com domínios variáveis que podem ser κ (kappa) ou λ (lambda). A maioria das funções estão relacionadas a porção Fc conforme seus isótipos, e dentre elas Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 16 | P á g i n a podemos citar ativação do complemento, opsonização e neutralização. Toda a variação que ocorre na estrutura dos domínios torna o nosso sistema imunológico capaz de interagir com infinidades de antígenos. 11.5 Imunoglobulinas As classes de imunoglobulinas são seletivamente distribuídas pelo corpo. A IgM possui 4 domínios constantes (Figura 9), uma curvatura rígida e é a primeira classe de imunoglobulina expressa no plasma. A forma monomérica (duas cadeias pesadas + duas cadeias leves) é expressa como anticorpo ligado à membrana da célula B naive e a forma secretada ocorre como pentâmero. Essa forma de pentâmero é mantida junto por um peptídeo adicional, que é a cadeia J. A cadeia J se liga a um componente secretor, um peptídeo que permite a estrutura ser secretada no muco. A IgM consegue se ligar a estruturas grandes e complexas e assim ativar o Sistema Complemento, para eliminar células estranhas. Além disso, tem função aglutinante e citolítica. Em resumo a IgM possui duas funções básicas: receptor de antígenos de células B e ativação do sistema complemento). A IgM tem como característica uma forma livre encontrada quase que exclusivamente no soro, cuja sua função podemos citar citolítica e aglutinante. Alguns exemplos são as aglutininas anti A e anti B. A IgD possui dobradiça flexível e cadeia pesada de δ. Essa imunoglobulina ajuda a função de reconhecimento por células B naive e é encontrada com um receptor ligado à membrana dessas células B naive. Diferente da IgM, pois a IgD raramente encontrada no plasma, cerca de 0,2% total de imunoglobulinas séricas. Porém se assemelha a IgG mesmo com sequência de aminoácidos diferentes. Logo, a IgD encontra-se essencialmente na superfície dos linfócitos B que atua como receptor antigênico. A IgG possui cadeia pesada γ, dobradiça flexível e 3 domínios constantes. Esse anticorpo padrão atua na defesa contra patógenos bacterianos e virais e é a imunoglobulina mais presente Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 17 | P á g i n a no soro, sendo a única imunoglobulina capaz de através a placenta e assim, permite que a mãe transfira imunidade para o feto. Essa imunoglobulina G realizar opsonização, ativação do complemento, citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpos, imunidade neonalta, inibição por feedback das células B. Possui quadro subclasses, IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4, devido a especificidade biológica. A IgG1 atua na ativação do Sistema Complemento e os receptores Fc se ligam firmemente. A IgG2 ativa fracamente o Sistema Complemento, pois receptores Fc se ligam fracamente. A Ig3 ativa fortemente o Sistema complemento e se liga firmemente aos receptores1 Fc. Já a IgG4 não ativa o Sistema Complemento e liga-se fracamente aos receptores Fc. A IgG é a classe mais abundante no soro humano, pode atravessar a placenta, o que permite que a mão transfira sua imunidade para o feto. Além disso, também é encontrada no colostro e no leite, tendo um papel vital na proteção do recém-nascido. A IgA possui cadeia pesada α e dobradiça. A sua principal função é patrulha principalmente epitelial e também ocorre no soro como monômero. A forma secretada é como um dímero, parecendo duas IgG coladas e origina quatro locais de ligação ao antígeno e pode ocorrer como trímeros ou mesmo tetrâmeros. Possui cadeia J para manter a união, que é idêntico ao da IgM. Devido sua função na proteção de mucosas para impedir a entrada de patógenos, a IgA é secretada em muco, lágrimas, secreção nasal, suor, suco intestinal e leite e além disso, é a imunoglobulina mais secretada no corpo. No soro existe em baixa concentração. A IgE possui cadeia pesada ε e curva rígida. A sua função é na defesa contra parasitas helmínticos e também está envolvida em respostas alérgicas como a hipersensibilidade imediata, pois se liga a receptores FC em mastócitos (pela extremidade oposta aos locais de reconhecimento de antígenos) e basófilos. É um monômero que se assemelha superficialmente a IgM e é raro, porém potente (está intimamente relacionada as alergias). Encontrada em baixas concentrações no soro. Imunoglobulinas: estrutura, genética e funções_ 18 | P á g i n a Curiosidade: estima-se que um indivíduo de 70 quilos produz 2-3 gramas de anticorpo por dia. 11.6 Conclusão As imunoglobulinas são glicoproteínas que atuam como anticorpos contra antígenos específicos. Possuem funções efetoras para a proteção do organismo através da fixação do sistema complemento, opsonização, neutralização e lise celular. A estrutura da imunoglobulina se difere, porém foram construídas a partir de uma mesma estrutura básica, com duas cadeias leves e duas pesadas (idênticas) com diferentes domínios, possuindo regiões variáveis e constantes, flexibilidade através da região de dobradiça. Apresentam cinco classes diferentes (IgA, IgG, IgM, IgD e IgE) cuja a diferenciação ocorre nas cadeias pesadas de aminoácidos. No geral, são encontradas em baixas concentrações no soro e distribuídas em todo o corpo. Por fim, as imunoglobulinas estão relacionadas a resposta imune humoral ou adquirida. 11.7 Bibliografia ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia básica. Elsevier Brasil, 2007. ABBAS, A. K.; LICHTMANA, A. H.; PILLAI, S. Celular and Molecular Immunology. Philadelphia: Saunders, 6ed. 2007. DOAN, T.; MELVOLD, R.; VISELL, S.; WALTENBAUGH, C. Lippincott's Illustrated Reviews: Immunology.Washington, DC: Lippincott Williams & Wilkins, 1ed. 2007. GOLDSBY, R. T.; KINDT, J.; OSBORNE, B. A.; KUBY, J. Kuby Immunology. W. 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