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Guia de Estudos de Imunidade Celular

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Mecanismos efetores da 
resposta imune celular 
 
 
 
 
 
Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação 
Professora Ana Paula Peconick 
Tutor Karlos Henrique Martins Kalks 
 
 
 
 
Lavras/MG 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaço a ser preenchido pela biblioteca 
 
 
Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos 
Técnicos da Biblioteca Central da UFLA 
 
 
[A ser preenchido posteriormente] 
 
 
 
 
 
Espaço a ser preenchido pelo CEAD 
 
 
____Mecanismos efetores da resposta imune celular____ 
 
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Índice 
 
UNIDADE 11 ..................................................................................................... 5
11.1 Introdução ................................................................................................ 6
11.2 Propriedade gerais das células T efetoras ............................................ 7
11.3 Células T CD4+ efetoras .......................................................................... 8
11.4 Células T CD8+ efetoras ........................................................................ 10
11.5 Células T de memória ........................................................................... 12
11.6 Células Natural Killers .......................................................................... 13
11. Bibliografia ............................................................................................. 16
 
 
____Mecanismos efetores da resposta imune celular____ 
 
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UNIDADE 11 
 
 
 
 
 
 
_____Mecanismos efetores da resposta imune celular_____ 
 
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11.1 Introdução 
 
Apesar da resposta imunológica ser constituídas de 
ações extremamente dinâmicas complexas e conjuntas, 
para fins didáticos seus processos foram subdivididos em 
resposta imune inata e resposta imune adaptativa, e 
também em resposta imune humoral ou celular. 
A resposta imune humoral é fundamentada na ação 
dos anticorpos através de vários mecanismos protetores 
como a neutralização de micróbios e toxinas, opsonização 
de micróbios, citotoxidade celular dependente de 
anticorpos, ativação do sistema complemento e ativação 
de mastócitos, basófilos e eosinófilos. 
Com o mesmo objetivo que a resposta imune 
humoral, ou seja, a proteção do indivíduo, a resposta 
imune celular desempenha um importante papel na 
proteção contra patógenos intracelulares, ou até mesmo 
contra células tumorais, as quais expressão antígenos que 
não são típicos de células normais. Além disso, a resposta 
imune celular também é relacionada a processos de 
rejeição a enxertos e na autoimunidade. 
Durante a resposta imune celular ambas células 
antígeno específicas como as não específicas contribuem 
para a efetivação da resposta. No primeiro caso, os 
linfócitos T citotóxicos e linfócitos T auxiliares são os tipos 
celulares envolvidos, já para o segundo, várias outras 
células como natural killers, macrófagos, neutrófilos e 
eosinófilos executam a função protetora. 
A atividade de ambas componentes específicos ou 
não específicos da resposta imune celular é dependente 
do local onde ela está ocorrendo e da ação de várias 
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moléculas regulatórias ou estimulatórias como as 
citocinas. 
A reposta imune celular ainda pode ser dividida em 
duas categorias dependentes dos tipos celulares 
envolvidos. Um grupo contendo células que desenvolvem 
atividade citotóxica direta em seus alvos através de 
mecanismos líticos, e o outro grupo contendo uma 
subpopulação de células CD4+ que medeiam um tipo 
atrasado de reação de hipersensibilidade. 
 
11.2 Propriedade gerais das células T efetoras 
 
Células T inativas (naïve) precisam ser ativadas 
proliferando-se e diferenciando-se para tornarem-se 
células efetoras. Esta ativação requer a interação dos 
receptores TCRs com moléculas antigênicas apresentadas 
via MHC, além de sinais fornecidos por outras moléculas 
acessórias. Fazem parte do grupo das células T efetoras 
as células T CD4+TH1 e TH2 e as células T citotóxicas ou 
CD8+. 
 
 
Busque no livro texto, e em outras fontes, informações sobre a 
estrutura, função e desenvolvimento das moléculas de 
histocompatibilidade das classes I e II (MHC- I, MHC-II). 
 
Outra característica das células T efetoras é a 
expressão de moléculas de adesão na sua membrana, as 
quais facilitam a interação com as células apresentadoras 
de antígenos, como também com as suas células alvos. 
Uma variedade de moléculas são expressas pelas células 
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ativadas, dentre elas, citotoxinas (granzimas e peforinas), 
IFN-γ e TNF-α (linfócitos citotóxicos); IL-2, IL-3, TNF-β, 
IFN-γ e GM-CSF (células T CD4+TH1); e IL-3, IL-4, IL-5, 
IL-6, IL-10, IL-13, GM-CSF (células T CD4+TH2). Essas 
moléculas são importantes pois algumas atuam 
diretamente contra a célula alvo e outras modulam a 
resposta imunológica desenvolvida. 
 
11.3 Células T CD4+ efetoras 
 
As células T CD4+ efetoras, como demonstrado 
acima, produzem uma variedade de citocinas e são estas 
moléculas que irão definir o papel destas células durante 
a resposta imunológica. 
Dois subgrupos das células T CD4+ podem ser 
definidos através das citocinas que eles produzem 
CD4+TH1 e CD4+TH2. Estas células derivam dos mesmos 
precursores e o principal estímulo para sua diferenciação 
são citocinas como IFN-γ e IL-12 indutor de células TH1 e 
IL-4 indutor de células TH2. 
Células TH1 são ativadas pela presença de bactérias 
intracelulares e alguns parasitas como a Leishmania, os 
quais infectam macrófagos. Essas células ainda possuem 
a característica de expressar moléculas de adesão e 
receptores de quimiocinas (CXCR3 e CCR5) que 
promovem sua migração aos sítios de infecção. A 
migração dessas células da circulação sanguínea para os 
locais periféricos de infecção é um fenômeno 
independente de antígenos. 
Estando presentes no sítio de infecção, as células T 
CD4+TH1 ativam macrófagos pela interação entre 
moléculas CD40L sobre sua superfície e CD40 sobre a 
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superfície dos macrófagos. A expressão de IFN-γ pela 
células TH1 efetoras também ativam os macrófagos. Em 
resposta a estes estímulos uma série de proteínas nos 
macrófagos são produzidas culminando na ativação das 
vias metabólicas de produção de substâncias responsáveis 
pela função efetora destas células, dentre elas espécies 
de oxigênio reativo, óxido nítrico, enzimas lisossômicas, 
citocinas estimuladoras da inflamação, fator ativador 
plaquetário, prostaglandinas e leucotrienos (figura 1). 
Células T CD4+TH2 são responsáveis pela 
estimulação de respostas imunes celulares através da 
promoção da produção de IgE. A síntese de IL-4 e IL-13 
pelos linfócitos TH2 estimula a opsonização de helmintos e 
a ativação de macrófagos na formação de granulomas, 
enquanto IL-5 ativa eosinófilos a atuarem contra os 
mesmos parasitas (figura 1). 
Essas células ainda produzem uma variedade de 
receptores que ligam-se a quimiocinas expressas nos 
sitos de infecção por helmintos, fazendo com que elas 
migrem para esses locais. 
Um outro tipo celular designado como TH17 tem 
sido descrito na literatura. Células T CD4+TH17 são 
produtoras de IL-17, por isso sua definição, TNF-α e IL-6,sendo relacionadas com a defesa à bactérias 
extracelulares, através da estimulação de neutrófilos, 
como também na regulação da resposta inflamatória 
aguda. Contudo estas células estão envolvidas em 
processos patológicos como o câncer e de autoimunidade 
na esclerose múltipla e artrite (figura 1). A presença de 
IL-23 é um sinal crítico para manutenção destas células, 
mas não para ativação. 
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Células Treg não são submetem-se a processos de 
proliferação e diferenciação induzidos por antígenos. 
Permanecem em um estado anérgico. Entretanto elas são 
importantes para inibir a atividade de outras células T 
autoreativas,e potencialmente engajadas na resposta 
imune à um patógeno. A maneira como essas células 
executam sua função supressora ainda não está bem 
determinada (figura 1). 
 
 
Figura 1. Linhagens de células T CD4+ efetoras (modificado de 
WILLIAM et al., 2008). 
 
 
11.4 Células T CD8+ efetoras 
 
As células T CD8+ efetoras são os linfócitos T 
citotóxicos. Elas possuem a capacidade de lisar e são 
importantes na eliminação de células próprias alteradas 
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(infectadas por vírus ou tumorais). Essas células são 
restritas a classe I do MHC, embora em situações atípicas 
células restritas a classe II do MHC terem demonstrado 
possuir as mesmas funções. 
Para realizar sua função lítica, as células citotóxicas 
reconhecem o antígeno sobre a célula alvo, sendo assim 
ativadas. A ativação resulta na liberação dos conteúdos 
de seus grânulos que acionam mecanismos letais na 
célula alvo. Este grânulos contêm várias proteínas que 
contribuem para a indução da apoptose, dentre elas, 
granzimas A, B e C, serinas proteases, perforinas, 
serglicina. Mecanismos de indução da apoptose incluem 
aqueles que determinados pelas proteínas caspase 3, Bcl-
2 e FasL. 
O desenvolvimento das células T citotóxicas (CTL) 
envolve um mecanismo onde três sinais consecutivos são 
necessários para produção dessas células a partir das 
CTLs precursoras (figura 2). 
 
 
Figura 2. Desenvolvimento das células T citotóxicas 
(modificado de GOLDSBY et al., 2006). 
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Esse desenvolvimento é ativado na presença de antígeno 
apresentado por uma APC. Primeiramente, ocorre um 
sinal antígeno específico transmitido pelo complexo TCR 
sob o reconhecimento de um peptídeo exposto em um 
MCH-I. Posteriormente, ocorrem sinais co-estimulatórios 
transmitidos pela interação entre CD28 e B7 na interação 
entre as células precursoras e células apresentadoras de 
antígenos. Por último, um sinal transmitido pela ligação 
da IL-2 a seu receptor resulta na proliferação e 
diferenciação das células precursoras em células 
citotóxicas maduras. 
 
11.5 Células T de memória 
 
As células T de memória são responsáveis pela 
incrível rapidez como um organismo consegue responder 
a uma infecção reincidente. Essas células persistem por 
muitos anos e são específicas para um dado antígeno. 
Durante a resposta inflamatória as células T migram 
para o sítio de infecção e após o controle desta, com a 
destruição do patógeno, as células T efetoras entram em 
um mecanismo que resultará na eliminação da maioria 
destas células. Contudo parte destas células persistem e 
sofrem processos metabólicos que as diferenciarão em 
células T de memória. Outro mecanismo de geração da 
células T de memória também é previsto. Neste, após a 
apresentação do antígeno à célula T, durante a expansão 
clonal ocorre uma divergência no desenvolvimento de 
parte das células efetoras. Esta divergência resultará em 
processos metabólicos diferentes que culminarão na 
produção das célula T de memória (figura 3). 
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As células T de memória são heterogêneas e podem 
ser derivadas tanto das células T CD4+ quanto das T 
CD8+. Elas ainda podem ser divididas em subgrupos 
designados como células T de memória central, as quais 
expressam as moléculas CCR7 e L-selectina, migram para 
os linfonodos e são capazes de se expandirem 
vigorosamente sob exposição ao antígeno; e células T de 
memória efetora, as quais não expandem muito após 
contato com o antígeno, entretanto são células efetoras 
na produção de citocinas como o INF-γ. 
 
 
Figura 3. Desenvolvimento das células T de memória 
(modificado de WILLIAM et al., 2008). 
 
 
11.6 Células Natural Killers 
 
Essas células derivam dos mesmos precursores 
linfóides de linfócitos T. Elas contêm importantes 
moléculas chamadas perforinas e granzimas, as quais são 
liberadas durante o contato célula-célula e são 
responsáveis por matar células tumorais e aquelas 
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infectadas por vírus. Células NK também podem atuar 
através da via Fas/FasL e são a principal fonte de IFN-γ 
que ativa os macrófagos para matar patógenos. Já os 
macrófagos secretam IL-12 que é essencial para a 
atividade citotóxica das células natural killers. 
Diferentemente de células T citotóxicas, células NK 
não reconhecem especificamente os antígenos, seus 
receptores não são codificados por genes que sofrem 
recombinação somática que determinam a especificidade, 
assim elas diferem das células relacionadas ao sistema 
imune adaptativo, representando um braço da resposta 
imune inata. Contudo, quando analisadas as bases de 
suas relações de linhagem, repertório de receptores e 
funções efetoras, células NK parecem ser um tipo células 
que interliga os sistemas imune inato e adaptativo. 
Através do reconhecimento dos patógenos por seus 
receptores elas respondem rapidamente ativando sua 
funções efetoras. 
 
 
Para maiores informações sobre este tipo celular, reveja o guia 
de estudo sobre sistema imune inato e utilize o livro texto. 
 
 
11.7 Conclusão 
 
A resposta imune celular efetua importantes 
mecanismos que completam a parte humoral da resposta 
imunológica na defesa contra agentes infecciosos, 
principalmente aqueles intracelulares. São os linfócitos T 
as principais células executoras da resposta celular. Eles 
são divididos em grupos designados como CD4+, CD8+, 
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Treg e T de memória. Várias citocinas estão envolvidas no 
desenvolvimento da células efetoras como também na 
resposta que essas células efetivarão, como pode-se 
observar na figura 1. O mecanismos pelos quais os 
linfócitos T desenpenham as funções efetoras são 
variados, dentre eles, respostas celulares mediadas por 
anticorpos IgE, ativação de macrófagos, estimulação da 
produção de anticorpos IgE, liberação de grânulos 
contendo substâncias ativas no combate aos agentes 
infecciosos, regulação da resposta imunológica e geração 
de células de memória. Outro tipo celular também 
derivados dos precursores das células T, as células 
Natural killers executam funções de controle dos agentes 
infecciosos. Essas células se destacam por seus 
receptores sofrerem recombinação somática e dessa 
forma pertencerem ao braço inato da resposta 
imunológica. 
 
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11.8 Bibliografia 
 
ABBAS, A. K.; LICHTMANA, A. H.; PILLAI, S. Celular and 
Molecular Immunology. Philadelphia: Saunders, 6ed. 
2007. 
DOAN, T.; MELVOLD,R.; VISELL, S.; WALTENBAUGH, C. 
Lippincott's Illustrated Reviews: Immunology. 
Washington, DC: Lippincott Williams & Wilkins, 1ed. 2007. 
GOLDSBY, R. T.; KINDT, J.; OSBORNE, B. A.; KUBY, J. 
Kuby Immunology. W. H. Freeman & Company, 6 ed. 
2006. 
KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; ASTER, J. C. 
Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease. Saunders 
Elsevier, 8ed. 2010. 
ROITT, I. M.; DELVES, P. J. Roitt’s Essential Immunology. 
Massachusetts, USA: Blackwell Science, 10ed. 2001. 
SHAMS, H. 2005. Recent developments in veterinary 
vaccinology. The Veterinary Journal. 170: 289-299p. 
WILLIAM E. P.; AKIRAV, E. M.; BENDELAC, A.; 
BERKOWER, I. J.; BERZOFSKY, J. A.; BIDÈRE, N.; 
BLEACKLEY, R. C.; BUCKLEY, R. H.; et al. Fundamental 
Immunology. Washington, DC: Lippincott Williams & 
Wilkins, 6 ed. 2008. 
 
 
 
 
	UNIDADE 11
	11.1 Introdução
	11.2 Propriedade gerais das células T efetoras
	11.3 Células T CD4+ efetoras
	11.4 Células T CD8+ efetoras
	11.5 Células T de memória
	11.6 Células Natural Killers
	11.7 Conclusão
	11.8 Bibliografia

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