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Aula 1: 1. Qual o comportamento esperado do estudante de medicina nos diversos ambientes de ensino? Art. 11. Manter absoluto respeito pela vida humana; Art. 12. Manter total respeito aos cadáveres, no todo ou em parte, em que pratica dissecação ou outro ato inerente ao seu aprendizado; e Art. 13. Exercer suas atividades com respeito às pessoas, às instituições e às normas vigentes. 2. Em relação à confidencialidade das informações fornecidas pelo paciente, qual é a postura esperada do estudante de medicina? Art. 36. O estudante de Medicina está obrigado a guardar segredo sobre fatos que tenha conhecido por ter visto, ouvido ou deduzido no exercício de sua atividade junto ao doente. Art. 37. O estudante de Medicina não revelará, como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de sua atividade. Convidado para depor, deve declarar-se preso ao segredo. Art. 38. É admissível a quebra do segredo por justa causa, por imposição da Justiça ou por autorização expressa do paciente, desde que a quebra desse sigilo não traga prejuízos ao paciente. Art. 39. O estudante de Medicina não pode facilitar o manuseio ou o conhecimento de prontuários, papeletas e demais folhas de observações médicas sujeitas ao segredo profissional, por pessoas não-obrigadas ao mesmo compromisso. 3. Até onde vai a autonomia do estudante de medicina dentro do hospital? Art. 3.º Ao estudante de Medicina cabe colaborar, dentro de suas possibilidades, nas propostas de promoção de saúde, na prevenção da doença e na reabilitação dos doentes. 4. Em que situação o estudante de medicina pode fornecer informações sobre o estado de saúde do paciente? Discussões de Caso em ambiente universitário. 5. Quais são as medidas de biossegurança que devem ser adotadas pelo estudante de medicina em seus estágios? NR 32 6. Como aplicar os conceitos medicina centrada na pessoa durante um atendimento? 1. Explorando a doença e a experiência da pessoa com a doença: - avaliando a história, exame físico, exames complementares; - avaliando a dimensão da doença: sentimentos, idéias, efeitos sobre a funcionalidade e expectativas da pessoa 2. Entendendo a pessoa como um todo, inteira: - a pessoa: sua história de vida, aspectos pessoais e de desenvolvimento; - contexto próximo: sua família, comunidade, emprego e suporte social; - contexto distante: sua comunidade, cultura, ecossistema 3. Elaborando um projeto comum de manejo: - avaliando quais os problemas e prioridades; - estabelecendo os objetivos do tratamento e do manejo; - avaliando e estabelecendo os papéis da pessoa e do profissional de saúde Stephanie Sousa - Uninove 4. Incorporando a prevenção e a promoção de saúde: - melhorias de saúde; evitando ou reduzindo riscos; - identificando precocemente os riscos ou doenças; - reduzindo complicações 5. fortalecendo a relação médico-pessoa: - exercendo a compaixão; - a relação de poder; - a cura (efeito terapêutico da relação); - o autoconhecimento; - a transferência e contratransferência 6. sendo realista: - tempo e timing, - construindo e trabalhando em equipe; - usando adequadamente os recursos disponíveis 7. Qual a importância de uma identificação detalhada na anamnese? E quais itens devem estar registrados? É a parte mais importante da clínica médica, pois envolve o núcleo da relação médico-paciente, onde se apoia a parte principal do trabalho médico. Além disso, preserva o lado humano da medicina e orienta de forma correta o plano diagnóstico e terapêutico. A anamnese compreende os seguintes tópicos, cada um apresentando uma função semiológica específica: (1) Identificação; (2) Queixa principal e duração; (3) História da Doença Atual (HDA); (4) Interrogatório Sintomatológico (ou Sistemático); (5) Antecedentes Pessoais e Familiares (Fisiológicos e Patológicos); (6)Hábitos de vida e condições socioeconômicas e culturais 8. O que é a queixa principal (QP) e como registrá-la? Registra-se a queixa principal que levou o paciente a procurar o médico, repetindo se possível as expressões por ele utilizadas. Não se deve esquecer de pôr, como informação, a duração do sinal 9. Como estruturar o registro da história da doença atual (HDA)? Determine o sintoma-guia; Explore: início do sintoma (época, modo,fator desencadeante), duração, características do sintoma na época em que teve início (caráter do sintoma; localização corporal e irradiação; intensidade; fatores desencadeantes, de piora ou de melhora; relação da queixa com funções do organismo), evolução, repercussões do problema sobre a vida do paciente, relação com outras queixas, situação do sintoma no momento atual; Use o sintoma-guia como fio condutor da história e estabeleça as relações das outras queixas com ele. Use a ordem cronológica;As perguntas formuladas devem ser simples,acessíveis e de acordo com o nível cultural de cada doente; As informações prestadas devem ser transcritas preferentemente em termos técnicos (médicos), mas, em certas ocasiões, será lícito transcrever para a HDA as palavras leigas (entre aspas), especialmente se elas referirem a um sintoma permanentemente enfatizado pelo paciente; Anote também nomes e resultados de exames laboratoriais realizados no decurso da doença;Quando possível, permita que o paciente conte sua história como deseja Stephanie Sousa - Uninove e saliente os aspectos que ele considera importante. Evite perguntas sugestivas, que fornecem as respostas para as perguntas. A história deve ser narrada pelo próprio doente, sempre que possível, ou por intermédio de um responsável, no caso de doentes impossibilitados de falar, fato esse que deverá ser anotado. 10. Quais são os sete atributos de um sintoma? Localização; qualidade; intensidade; início; duração e freqüência; situações em que aparecem, se agravam ou se atenuam e sintomas associados 11. Quais as ferramentas podem ser utilizadas para a obtenção de uma história clínica de qualidade? 12. Como deve ser a postura do estudante de medicina durante a obtenção da história clínica? Art. 20: Em atividades de aprendizagem prática e/ou teórica, é dever do acadêmico de medicina respeitar os professores e pacientes envolvidos e dedicar sua atenção inteiramente ao atendimento e/ou conteúdo ministrado, evitando distrações com aparelhos eletrônicos e conversas alheias à atividade. 13. Todos os tópicos da anamnese são realmente importantes? Sim, para entender o paciente como um todo. Aula 2: 1. O que são sinais e sintomas? Sinais:características objetivas da enfermidade,ou seja,que podem ser evidenciadas pelo médico sem ser necessário a interlocução do doente. Ex: febre, lesões tissulares, edemas,icterícia,etc. Sintomas:características subjetivas da enfermidade, de modo que só o paciente pode informar ao médico a existência e intensidade, sem que o examinador tenha como comprovar. Ex: dor, irritação,prurido,etc. 2. Quais são as características semiológicas da dor? Início (repouso, exercício, stress); localização; tipo (aperto, opressão, pontada, fisgada, queimação, lancinante); irradiações; fatores de alívio (repouso, exercício, medicamentos, posição); fatores de piora (repouso, mobilização, posição); duração; intensidade (nota; associação - escala numérica); sintomas associados 3. Qual o impacto da dor na qualidade de vida do paciente? O quanto a dor impede de realizar ações comuns Stephanie Sousa - Uninove 4. Quais são as principais escalas de dor? 5. O que você deve perguntar quando paciente tem dor? Onde é a dor, qual sua característica, sua intensidade e se ela apresenta irradiação para algum outro local. 6. Quais são as principais fácies típicas e suas doenças correspondentes? Os principais tipos de fácies são: Fácies normal: nenhuma alteração, normal. Fácies hipocrática: portadores de doenças crônicas terminais e irreversíveis; aspecto próximo a agonia: faltade gordura facial, pele de coloração escurecida, boca entreaberta, lábios afilados, olhos fundos e parados. Fácies renal: é o caso das nefropatias: rosto pálido, edemaciado, predominando o edema palpebral(edema que predomina ao redor dos olhos–típico da nefropatia edematosa). Fácies leonina: grosseira, típica de hansenianos: pele espessa, lepromas de tamanhos variáveis, sem supercílios, nariz espesso e largo, barba escassa, semelhante a um leão. Fácies adenoideana: geralmente, acontece com crianças com hipertrofia das adenoides (que deste modo,dificultam a respiração): nariz pequeno e afilado, boca entreaberta. Fácies parkinsoniana: portadores da Síndrome de Parkinson: olhar fixo, supercílios elevados, fronte enrugada, expressão de espanto, fisionomia facial semelhante a uma máscara, Fácies basedowiana ou do hipertireoidismo: rosto magro, com olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes,expressão fisionômica indicando vivacidade e espanto, presença de bócio na face anterior do pescoço. Fácies mixedematosa ou do hipotireoidismo: rosto arredondado, pele seca e com acentuação de seus sulcos, nariz e lábios grossos, pálpebras enrugadas e infiltradas. Fácies acromegálicas: típico da acromegalia: saliências das arcadas supraorbitais, proeminência das maçãs do rosto, maior desenvolvimento da mandíbula, do nariz, lábios e orelhas. Os olhos aparecem pequenos. Fácies cushingóide ou de Lua-cheia: observado nos casos de síndrome de Cushing por hiperfunção do córtex da adrenal: arredondamento do rosto, acentuação dos traços faciais, aparecimento de acne. Fácies mongoloide: típico no mongolismo, modernamente chamado trissomia do par 21 ou Síndrome de Down: prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro (hipertelorismo),braquicefalia, orelhas pontiagudas, expressão fisionômica de pouca inteligência. Fácies de depressão: pouca expressividade do rosto, cabisbaixos com olhar voltado para o chão, sulco nasolabial acentuado, tristeza e sofrimento moral aparentes. Stephanie Sousa - Uninove Fácies pseudobulbar: aparece na chamada paralisia pseudobulbar (aterosclerose cerebral): súbitas crises de choro ou de riso que levam a um aspecto espasmódico, ao tentar contê-las. Fácies da paralisia facial periférica: bastante comum: assimetria da face, impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca para o lado são, apagamento do sulco nasolabial, ausência das rugas na fronte do lado lesado. Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson: ocorre na miastenia grave: ptose palpebral bilateral (que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça Fácies de deficiente mental: traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta e com salivação, estrabismo, olhar desprovido de objetivo, olhos se movimentam sem se fixarem em nada,sorrisos sem motivação. Fácies etílica: chama atenção os olhos avermelhados e uma certa ruborização na face, hálito etílico, voz pastosa, sorriso indefinido. Fácies esclerodérmica (fácies de múmia): imobilidade facial, endurecimento da pele, repuxamento dos lábios, afinamento do nariz, imobilização das pálpebras, fisionomia parada, imutável e inexpressiva 7. Como fazer a avaliação do estado geral do paciente? Avaliação subjetiva do que aparenta o paciente, em sua totalidade: nível de consciência, fácies, fala, confusão mental, mobilidade, entre outros. O paciente pode estar em bom estado geral (BEG), regular estado geral (REG) ou mau estado geral (MEG). 8. O que é semiotécnica? Como realizá-la? É um termo das ciências da saúde para se referir aos métodos para identificar os sinais de uma doença durante um exame físico. 9. Como avaliar o estado de hidratação do paciente? Observar umidificação da mucosa oral, globo ocular e turgor da pele. O paciente pode estar hidratado ou desidratado. Caso se encontre desidratado, classificar o grau (em cruzes) Aula 3: 1. Quais são os principais sinais vitais? Frequência cardíaca = ritmo cardíaco: normal: 60 a 100 batimentos/minuto. Temperatura corporal: normal: 35,5–37ºC Frequência respiratória: normal: de 12 a 20 incursões respiratórias/minuto Pulso arterial: ciclo de expansão e relaxamento das artérias do corpo. Entre 60 a 100 bpm Pressão arterial: 120 x 80 mmHg 2. Como obter as principais medidas antropométricas? Peso ou massa: Em adultos, o peso deve ser tomado em balança zerada e aferida, colocada em solo nivelado, com o avaliado de pé, de costas para a escala da balança (no caso de aparelhos mecânicos), afastamento lateral dos pés, no centro da plataforma, com olhar reto e fixo em ponto à sua frente. Deve estar usando o mínimo de roupa possível e a medida deve ser feita preferencialmente pela manhã, em jejum, para evitar flutuações de peso decorrentes de edema. Caso isto não seja possível, fazer o controle sempre em uma mesma hora do dia. Estatura: O indivíduo deve estar descalço e em posição ortostática: de pé, ereto, com os calcanhares unidos, braços estendidos ao lado do corpo, com as superfícies Stephanie Sousa - Uninove posteriores (calcanhar, quadril, costas e cabeça) em contato com o instrumento de medida e com a cabeça voltada para frente (segundo o plano de Frankfurt), paralela ao solo. IMC: Definido pelo peso em quilogramas dividido pela potência da altura em metros (altura) 3. Como descrever as seguintes características do paciente: fala e marcha, movimentos involuntários, decúbito preferencial e postura? Fala: Disfonia ou afonia: É uma alteração do timbre da voz (rouquidão, bitonalidade, voz fanhosa). Indica um problema no órgão fonador. Dislalia: Pequenas alterações da fala, como trocas de letras. Disritmolalia: Distúrbios no ritmo da fala (gagueira, taquilalia). Disartria: Problemas na articulação da fala pelos músculos da fonação. Pode indicar incoordenação cerebral (voz arrastada, escandida), hipertonia no parkinsoniano (voz baixa, monótona e lenta), ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar) Disfasia ou Afasia: Alterações corticais na interpretação e/ou expressão da fala. Não envolve o órgão fonador e os músculos da fonação. Disgrafia: Perda da capacidade de escrever. Dislexia: Perda da capacidade de ler Atitude: Posição adotada pelo paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com o objetivo de conseguir alívio para algum sintoma. Algumas posições são voluntárias e outras são involuntárias. Atípica: Sem valor diagnóstico; Típica: Atitude voluntária ou involuntária indicativa de determinada patologia ou grupo de patologias. Atitudes Involuntárias: Atitude Passiva: Paciente permanece na posição em que é colocado no leito, sem que haja contratura muscular. Ortótono: Paciente com tronco e membros rígidos, sem se curvarem. Opistótono: Paciente com contratura da musculatura lombar. O corpo se apóia na cabeça e nos calcanhares, como um arco. Causas: Tétano e meningite. Emprostótono: Paciente com o corpo formando uma concavidade para frente (contrária ao opistótono). Causas: Tétano, meningite e raiva. Pleurotótono: Paciente curva lateralmente o corpo. Causas: Tétano, meningite e raiva. Posição em gatilho: Paciente com hiperextensão da cabeça, flexão das pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com concavidade para diante.Causas: Irritação meníngea (meningite). Movimentos Involuntários: Os movimentos involuntários devem ser analisados pelo examinador durante a realização do exame físico. Os principais movimentos involuntários são: Tremores: Movimentos alternantes regulares de pequena ou média amplitude, que afetam principalmente o segmento distal dos membros. Movimentos Coréicos (Coréia): Movimentos involuntários amplos, desordenados, inesperados, arrítmicos, multiformes e sem finalidade. Localizam -se na face, nos membros superiores e inferiores. São as manifestações principais da síndrome Stephanie Sousa - Uninove coréica, cumprindo lembrar seus dois tipos clínicos maisencontrados: coréia de Sydenham (coréia infantil), que é de etiologia infecciosa, relacionada à febre reumática; e coréia de Huntington, que apresenta caráter hereditário. Movimentos Atetósicos (Atetose): Movimentos involuntários lentos e estereotipados, lembrando um movimento reptiforme ou o movimento dos tentáculos de um polvo. Podem ser uni- ou bilaterais. Indicam lesão dos núcleos da base. Podem ser causados por impregnação cerebral por hiperbilirrubinemia do neonato (kernicterus). Hemibalismo: Movimentos abruptos, violentos, de grande amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do corpo. São muito raros e decorrentes de lesões extrapiramidais. Asterix ( Flapping): Movimentos rápidos, de amplitude variável, que ocorrem nos segmentos distais e têm certa semelhança com o bater de asas das aves. É um movimento frequente na insuficiência hepática, e no coma urêmico. Marcha: Marcha Hemiplégica (helicópode ou ceifante): Paciente mantém membro superior homolateral fletido em 90º com o cotovelo e em adução, colocado transversalmente como apoio, e mão fechada em leve pronação. Membro inferior apresenta trajeto de semicírculo sem flexão do joelho. Indica lesão do neurônio motor superior (síndrome piramidal). Marcha Espástica (em tesoura): Dois membros inferiores enrijecidos e espásticos, permanecendo semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam, uma na frente da outra a cada passo. Presente nas formas espásticas de paralisia cerebral (lesão bilateral do neurônio motor superior). Marcha Escarvante: Paciente levanta acentuadamente o membro inferior, com excessiva flexão da coxa sobre o quadril, evitando que o pé paralisado toque o solo e ele tropece. Indica paralisia do movimento de flexão dorsal do pé (músculo tibial anterior), pode ocorrer por lesão do nervo isquiático, fibular com um ou raiz de L5, e também presente como sequela de poliomielite. Marcha Anserina (de pato ou miopática): Paciente acentua a lordose lombar e inclina o tronco ora para a direita, ora para a esquerda, lembrando o andar de um pato. É encontrada em doenças musculares e traduz uma diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. O paciente utiliza-se dos quadrados lombares para movimentar o quadril. Marcha de Trendelemburg: Inclinação contralateral do tronco para abduzir o quadril do lado afetado. Indica lesão do músculo glúteo médio. Marcha Parkinsoniana: Paciente anda como um bloco enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça permanece inclinada para frente e os passos são curtos e rápidos. Ocorre nos portadores de doença de Parkinson. Marcha de Pequenos Passos: Caracterizada pelo fato de o paciente dar passos muito curtos e, ao caminhar, arrastar os pés como se estivesse dançando Marcha Claudicante: Paciente manca para um dos lados. Ocorre na insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Marcha Cerebelar (ébria ou atáxica): Paciente caminha com os pés bem separados e ziguezagueia como um bêbado. Traduz incoordenação de movimentos em decorrência de lesões cerebelares (ataxia cerebelar). Marcha Vestibular: Paciente não consegue andar em linha reta, lateralizando a trajetória. Ao solicitar que o paciente ande para frente em linha reta e volte, também em linha reta, de costas, ele descreve uma trajetória semelhante a uma estrela. Traduz lesão vestibular (ataxia vestibular). Stephanie Sousa - Uninove Marcha Tabética (talonante): Paciente mantém os olhos fixos no chão. Os membros inferiores são levantados abruptamente e explosivamente e, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo pesadamente. A marcha piora ainda mais com os olhos fechados. Traduz perda da propriocepção por lesão do cordão posterior da medula. Presente na tabes dorsalis (ataxia sensorial). 4. Quais são os principais biotipos? Longilíneo (ectomorfo): ângulo de Charpy menor que 90º, pescoço longo e delgado, membros alongados, musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido, tendência para estatura elevada. Mediolíneo (mesomorfo): ângulo de Charpy em torno de 90º, equilíbrio entre tronco e membros, desenvolvimento harmônico entre musculatura e panículo adiposo. Brevilíneo (endomorfo): ângulo de Charpy maior que 90º, pescoço curto e grosso, tórax alargado e volumoso, membros curtos com relação ao tronco,musculatura desenvolvida e panículo adiposo espesso, tendência para a baixa estatura. 5. Quais itens devem compor o exame do estado mental? Observar as reações do paciente frente aos estímulos, se sua reação é rápida ou lenta; se se mostra sonolento ou não. No caso de lucidez, percebe-se através da própria conversa com o paciente, porém, se houver alguma alteração devem-se utilizar estímulos verbais e/ou táteis. Na clínica geral usa- se também a escala de Glasgow, a qual avalia alterações no nível de consciência usando basicamente os parâmetros de: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora a estímulos. 6. Como identificar o comportamento anormal do paciente? Obnubilação/sonolência: está alterada a capacidade de pensar claramente, para perceber, responder e recordar os estímulos comuns, com a rapidez habitual. O paciente tende a cair em sono quando não estimulado. Às vezes é necessário falar alto ou tocá-lo para que compreenda uma pergunta. Confusão: caracterizada por um embotamento do sensório, dificuldade de compreensão, atordoamento e perplexidade, juntamente com desorientação, distúrbios das funções associativas e pobreza ideativa. O paciente demora a responder aos estímulos e tem diminuição do interesse no ambiente. A face de um doente confuso apresenta uma expressão ansiosa, enigmática e às vezes de surpresa. É um grau mais acentuado que a obnubilação. Estupor: estado caracterizado pela ausência ou profunda diminuição de movimentos espontâneos, mutismo. O paciente somente responde a estímulos vigorosos, após os quais retorna ao estupor. Coma: há abolição completa da consciência; o paciente não responde mesmo aos estímulos externos (dolorosos), ou internos (fome, frio, necessidades fisiológicas, outros). Hiperalerta: estado no qual o paciente encontra-se ansioso, com hiperatividade autonômica e respostas aumentadas aos estímulos. Pode ocorrer em conseqüência ao uso de drogas (anfetaminas, cocaína), abstinência (benzodiazepínicos), ou no stress pós-traumático. Stephanie Sousa - Uninove Aula 4: 1. Como descrever as seguintes características da pele do paciente: coloração e umidade, espessura, temperatura, elasticidade, integridade, turgor, lesões elementares, mobilidade. Coloração: Palidez generalizada: Traduz diminuição das hemácias circulantes nas microcirculação cutânea e subcutânea, podendo ser decorrente de mecanismos neuro hormonais de vasoconstrição generalizada, de anemias, hipovolemia, ou por insuficiência cardíaca grave. Palidez localizada ou segmentar: causada principalmente pela isquemia por obstrução ou estenose de um vaso responsável por irrigar determinada área. Sempre comparar regiões homólogas. Vermelhidão (eritrose) generalizada: Indica aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, podendo ser decorrente de uma vasodilatação ou do aumento no número de hemácias. Ocorre em pacientes febris, insolação, estados policitêmicos e em infecções generalizadas de pele. Vermelhidão localizada ou segmentar: Causada por vasodilatação local, geralmente associada a processos inflamatórios. Cianose: Coloração azulada da pele, que se manifesta quando a hemoglobina reduzida alcança valores superiores a 5 g/100 mL de sangue. Deve ser procurada ao redor do s lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e extremidades de pés e mãos. Em caso de cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo assume coloração azulada. Avalia-se quantitativamente em: leve, moderada e intensa. - Cianose generalizada: distribuída por todo o corpo. Uma cianose detectadaem todas as regiões mais sensíveis já é considerada uma cianose generalizada. - Cianose localizada: detectada apenas em determinado segmento corporal. Causada por obstrução venosa local. Icterícia: Pigmentação amarelada ou amarelo-esverdeada da pele, decorrente da deposição de bilirrubina causada por seu acúmulo sanguíneo. Para um quadro ser caracterizado como ictérico, deve-se constatar icterícia também em mucosas, pois certas drogas e o consumo excessivo de carotenos podem amarelar a pele sem, no entanto, amarelar as mucosas. Causas: hepatites; obstrução de vias biliares (tumor de cabeça de pâncreas); doenças hemolíticas (eritroblastose fetal). Albinismo: Coloração branco-leitosa decorrente de deficiência na produção de melanina. Bronzeamento: Na maioria das vezes é artificial, por exposição aos raios solares, mas pode ser natural como na doença de Addison e na hemocromatose, por distúrbios endócrinos que alteram o metabolismo da melanina. Fenômeno de Raynaud: Mudanças na coloração cutânea que evolui de uma palidez local para uma cianose e termina com uma hiperemia reativa. Causas: colagenoses (lúpus eritematoso, esclerodermia); tromboangeíte obliterante; síndrome do desfiladeiro cérvico-axilar (costela cervical). Mobilidade: Capacidade da pele mover-se sobre os tecidos subjacentes. Para a avaliação, pousa-se firmemente a palma sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, observando a capacidade da pele deslizar sobre as estruturas subjacentes. -Diminuída: Pode ser causada por processos cicatriciais; elefantíase; infiltrações neoplásicas próximas a pele (ex.: câncer de m ama); esclerodermia. -Aumentada: Síndrome de Ehlers-Danlos; idosos. Stephanie Sousa - Uninove Elasticidade: Capacidade da pele distender-se quando tracionada. Para a avaliação, pinça -se uma prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo a seguir certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Avalia-se a elasticidade da pele à tração. - Hipoelasticidade: Pode ser causada por uma desnutrição e/ou desidratação. - Hiperelasticidade: Síndrome de Ehlers-Danlos. Turgor: Capacidade da pele de reassumir sua forma e posição após ser tracionada em prega. Para a avaliação, pinça-se uma prega da pele com o tecido subcutâneo e, a seguir, larga-se a prega. Normalmente, a prega se desfaz rapidamente. Uma prega que se desfaz lentamente traduz turgor diminuído, indicando desidratação. Lesões elementares: Denominam-se lesões elementares modificações do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, por distúrbios do metabolismo ou por defeito de formação. Segue abaixo uma lista das principais lesões elementares da pele. a) Lesões elementares caracterizadas por modificações da pele, sem relevo ou espessamento: Mácula: Área de coloração distinta da região que a circunda, de diâmetro menor que 1 cm. Mancha: Área de coloração distinta da região que a circunda, de diâmetro maior que 1 cm. b) Lesões elementares sólidas: Pápula: Elevação sólida da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 cm de diâmetro), superficial, bem delimitada, com bordas bem definidas. Causas: picada de inseto; leishmaniose; blastomicose; verruga; acne; hanseníase. Nódulo: Elevação sólida de localização mais profunda que a pápula, limites imprecisos e consistência variável. Apresenta diâmetro maior que 0,5 cm. Causas: furúnculo; eritema nodoso; hanseníase; cistos; neoplasias; sífilis; cisticercose. Tubérculo: Elevação sólida circunscrita de diâmetro maior que 0,5 cm. Localizado na Stephanie Sousa - Uninove derme. Pode apresentar consistência mole ou dura. A pele circunjacente pode ter coloração normal ou pode estar eritematosa, acastanhada ou amarelada. Causas: sífilis; tuberculose; hanseníase; esporotricose; sarcoidose; neoplasias. Placa: Lesão superficial elevada com 1 cm ou mais, frequentemente formada pela coalescência de pápulas. Vergão: Área superficial, ligeiramente irregular e relativamente transitória de edema cutâneo localizado. Causas: picada de mosquito; urticária c) Lesões elementares de conteúdo líquido: Vesícula: Elevação circunscrita da pele que contém líquido seroso em seu interior. Não ultrapassa 1,0 cm de diâmetro. Causas: varicela; herpes simples; herpes zoster; queimaduras. Bolha: Elevação da pele contendo líquido seroso em seu interior. Diferencia-se da vesícula pelo tamanho, sendo maior que 1,0 cm de diâmetro. Causas: queimaduras; pênfigos; piodermites; alergias medicamentosas. Pústula: Elevação da pele que contém líquido purulento. Causas: acne; impetigo; varicela; herpes zoster; queimaduras; piodermites. Abscesso: Coleção purulenta, mais ou menos proeminente e circunscrita, de proporções variáveis, flutuantes, de localização dermo -hipodérmica ou subcutânea. Quando acompanhado de sinais inflamatórios é conhecido como abscesso quente, enquanto na ausência de sinais é conhecido como abscesso frio. Causas: furunculose; hidradenite; blastomicose; abscesso tuberculoso. d) Lesões Secundárias (decorrentes de alterações nas lesões elementares): Erosão: Perda da epiderme, sem praticamente perda da derme. A superfície é úmida, mas não sangra. Causas: ruptura de vesículas, bolhas e pústulas. Úlcera: Perda mais profunda da epiderme e derme. Pode sangrar e constituir cicatriz. Causas: úlcera de estase da insuficiência venosa; cancro sifilítico (cancro duro); cancro mole; lesões malignas de pele. Fissura: Fenda linear na superfície da pele, não determinada por qualquer instrumento cortante. Causas: pé-de-atleta. Escoriação: Abrasão ou marca de arranhadura. Pode ser linear ou arredondada, como na picada de um inseto coçada pelo paciente. Causas: traumática; secundária a picada de insetos. Atrofia: Adelgaçamento da pele com perda de seus sulcos normais, apresentando aspecto mais brilhante e transparente do que o normal. Causas: insuficiência arterial; estrias. Stephanie Sousa - Uninove Esclerose: aumento da consistência da pele, que se torna mais firme, aderente aos planos profundos e difícil de ser pregueada com os dedos. Causas: esclerodermia Escama: Fina lasca de epiderme esfoliada, que se desprende da superfície cutânea. Causas: caspa; pele seca; pitiríase versicolor; psoríase; queimaduras por raios solares. Crosta: Formação proveniente do ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista que recobre uma área cutânea previamente lesada. Causas: cicatrização; eczemas; impetigo; psoríase e) Lesões Vasculares: Eritema: Mancha de cor rósea ou vermelho-viva decorrente de vasodilatação. Desaparece com a digitopressão local. Causas: doenças exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola); escarlatina; sífilis; febre reumática; septicemias; alergias cutâneas. Telangiectasia: Dilatação da microcirculação. Desaparece com a pressão local. As telangiectasias vendo capilares estão presentes nas pernas e coxas de pessoas do sexo feminino e denominam-se varículas ou microvarizes. Podem ser vistas, também, no tórax de pessoas idosas. As aranhas vasculares são um tipo particular de telangiectasia, localizada em face, pescoço, parte superior do tronco. Petequia: Mancha hemorrágica puntiforme (de 1 a 3 mm) e de pequeno tamanho. Causas: êmbolos cutâneos; distúrbios hemorrágicos; traumatismos. Púrpura: Mancha hemorrágica de maior tamanho que as petéquias. Causas: distúrbios hemorrágicos; traumatismos. Víbice: Mancha hemorrágica que assume forma linear. Causas: distúrbios hemorrágicos; traumatismos. Equimose: Mancha hemorrágica de grande tamanho, coloração azulada, evoluindo para verde, amarelo e castanho com o tempo. Causas: distúrbios hemorrágicos; traumatismos. Hematoma: Equimose que apresenta elevação da pele por acúmulo de sangue. 2. Como avaliar um enfisema subcutâneo, edema, linfonodos, circulaçãocolateral. Enfisema subcutâneo: Quando o médico apalpa o local, percebe que o enfisema produz uma sensação de estalido incomum, algo parecido com o gás vazando pelo tecido Stephanie Sousa - Uninove Linfonodos: o exame dos gânglios linfáticos ou linfonodos se faz por meio da inspeção e da palpação, um método complementando o outro. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador e anular As posições do paciente e examinador variam de acordo com a cadeia ganglionar a ser pesquisada. Características observadas: tamanho do gânglio, consistência, ponto de flutuação, mobilidade, sensibilidade, coalescência e alterações tróficas da pele. Edema: Excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células. Avalia- se: -Localização e distribuição (localizado ou generalizado); -Intensidade (em cruzes - +, ++, +++ ou ++++); -Consistência; Elasticidade; Temperatura da pele circunjacente: é quente no edema inflamatório, é fria quando a irrigação sanguínea está comprometida, e é normal nos demais casos; -Sensibilidade da pele circunjacente; -Outras alterações da pele circunjacente (palidez, vermelhidão, cianose, textura, espessura). Circulação Colateral: Presença de circuito venoso anormal visível ao exame da pele, indicando dificuldade ou impedimento do fluxo venoso através dos troncos venosos principais (Veia Cava Inferior, Veia Cava Superior, Tronco Braquiocefálico, Veias Ilíacas Comuns). Por causa dessa dificuldade, o sangue se desvia para as colaterais de maneira compensatória.Avalia-se: -Localização; -Direção do fluxo sanguíneo; -Presença de frêmito (palpação) e/ou sopro(ausculta). Aula 5: 1. Quais são os passos para avaliação da face e do crânio? Formato e simetria das pálpebras, sobrancelhas, sulcos nasolabiais e boca Observar coloração da pele, textura, distribuição de pêlos Observar anormalidades como: edema, falta de expressão, palidez, hirsutismo, lesões de pele, acnes, variações da pigmentação 2. Quais estruturas anatômicas compõem a face? Como avaliá-las? Cabeça e face, olhos, orelhas, nariz, boca. 3. Olhos: Testar a reação das pupilas com um foco de luz (lateralmente). Reação consensual; Tamanho: Normal; Midriática (> 7 mm variações); Miótica (< 2 mm variações) Simetria: Isocóricas; Anisocóricas Reação à luz: Reflexo + ou Reflexo - 1 Pupilas normais – isocóricas 2 Pupilas midriáticas 3 Pupilas mióticas 4 Pupilas anisocóricas Stephanie Sousa - Uninove 4. Como realizar a otoscopia? Pavilhão auricular: inspecionar tamanho, forma, simetria, cor (semelhante a face), implantação e condições de higiene Palpar a região. Consistência deve ser firme, móvel e sem lesões de pele Atentar para dor, edema, hiperemia, assimetria, tonalidade azulada ou presença de nódulos Inspecionar o meato acústico quanto a corrimento e odor fétido. Atentar para saída de líquor pelo canal Palpar processo mastoide e pressionar o trago para verificar presença de dor (processo infeccioso) Inserir o espéculo – 1,0 a 1,5cm Observar corrimento, descamação, vermelhidão excessiva, lesões, corpos estranhos, excesso de cerume 5. Como realizar a oroscopia? Observar: lábios, gengivas, dentes e língua. Para examinar a garganta: peça para o paciente dizer “-Aaahhh”. Pode ser necessário o uso de um abaixador de língua – pressionando o terço médio da língua (ele não deve ser colocado mais posteriormente, pois pode provocar reflexo de vômito ou contração da língua). Note a presença de alterações de coloração, secreção e placas, que podem indicar processos infecciosos. 6. Quais são as principais cadeias linfonodais que devem ser avaliadas no exame físico geral? Submentoniana Submandibular Cervical anterior (anterior ao m. esternocleidomastoideo) Cervical posterior (posterior ao m. esternocleidomastoideo) Occipital Pré-auricular Retroauricular Supraclavicular 7. Como descrever as características dos linfonodos? Note sua consistência, seu tamanho e verifique se está aderido a planos profundos, se há fístula e confluências e se dói. 8. Como fazer o exame físico da tireóide? A tireoide pode ser examinada de 3 maneiras distintas: 1. Com o paciente de costas (abordagem posterior), fixe os polegares sobre sua nuca e rodeie a mão e os dedos sobre o pescoço. O lobo direito da tireoide é examinado com o indicador e médio da mão esquerda, e vice-e-versa. 2. Com o paciente de frente (abordagem anterior), palpe a glândula com os polegares e posicione os outros dedos sobre as fossas supra claviculares. 3. Na mesma posição da abordagem anterior, apenas com uma das mãos, palpe toda a área correspondente à glândula. Stephanie Sousa - Uninove
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