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O Exame Físico Ilustrado

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS 
Chanceler 
 D. Jacinto Bergmann 
Reitor 
 José Carlos Bachettini Júnior 
Pró-Reitora Acadêmica 
 Patricia Haertel Giusti 
Pró-Reitor Administrativo 
 Eduardo Luis Insaurriaga dos Santos 
EDUCAT - EDITORA DA UCPel 
Editor 
 Osmar Miguel Schaefer 
Editora Executiva 
 Ana Gertrudes Gonçalves Cardoso 
CONSELHO EDITORIAL 
Osmar Miguel Schaefer – Presidente 
Antonio Reges Brasil – UCPel 
Cezar Augusto Burket Bastos – FURG 
Christiane Saraiva Ogrodowski – FURG 
Eduardo Antonio Cesar da Costa – UCPel 
Erico João Hammes – PUC/RS 
Fábio Souza da Cruz – UCPel 
Hiram Larangeira de Almeida Júnior – UCPel 
Luiz Antônio Bogo Chies – UCPel 
Manoel Luis Cardoso Vasconcellos – UFPel 
Raquel Fabiana Lopes Sparemberger – UCPel 
Vilson José Leffa – UCPel 
EDUCAT 
Editora da Universidade Católica de Pelotas 
Rua Félix da Cunha, 412 
Fone (53)2128.8030 - FAX (53)2128.8229 - Pelotas - RS - Brasil 
2
 
Felipe Augusto Rozales Lopes 
Francis Tanise Casado 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
O Exame Físico Ilustrado 
EDUCAT 
Editora da Universidade Católica de Pelotas 
Pelotas - 2012 
 
3
© 2012 Felipe Augusto Rozales Lopes 
Francis Tanise Casado 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
 Direitos desta edição reservados à 
 Editora da Universidade Católica de Pelotas 
 Rua Félix da Cunha, 412 
 Fone (53)2128.8297 - Fax (53)2128.8229 
 Pelotas - RS - Brasil 
 E-mail: educat@phoenix.ucpel.tche.br 
 Loja virtual: http://educat.ucpel.tche.br 
 Editora filiada 
 
A revisão textual e de conteúdo é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) e 
do(s) organizador(es). 
PROJETO EDITORIAL 
EDUCAT 
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA 
Ana Gertrudes G. Cardoso 
Luísa Härter Remião (bolsista) 
Felipe Augusto Rozales Lopes 
Capa: Cíntia Dias Borges 
Ilustração: Cíntia Dias Borges (designer gráfico), exceto figuras 6.01, 6.02, 
6.03, 6.04 e 6.16, que foram feitas por Álvaro Crespo e figuras 8.07 e 8.08 por 
Fernando Bordin. As imagens foram fotografadas e editadas 
pelos autores do próprio capítulo. 
Revisão Ortográfica: Rogério Nascente. 
L864e Lopes, Felipe Augusto Rozales 
 O Exame Físico Ilustrado / Felipe Augusto Rozales 
Lopes, Francis Tanise Casado, Cezar Arthur Tavares 
Pinheiro. - Pelotas, EDUCAT, 2012. 
 259p. 
 ISBN 978-85-7590-145-8 
1. medicina – diagnóstico. 2. medicina – exame físico. I. 
Título. II. Casado, Francis Tanise. III. Pinheiro, Cesar 
Arthur Tavares. 
 CDD616.075 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária 
Cristiane de Freitas Chim 
CRB 10/1233 
4
 
Agradecimentos 
Este livro foi uma iniciativa dos alunos da Universidade 
Católica de Pelotas, ATM 12, que valorizam a prática do que é mais 
importante na Medicina, saber ouvir e examinar seus pacientes. 
Agradeço a estes futuros médicos o convite para participar. 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
Gostaríamos de externar nossa imensa gratidão e reconhecimento: 
Ao Dr. Cezar Pinheiro, que aceitou o convite para ser o 
professor orientador principal deste livro e sempre esteve à nossa 
disposição para auxílio e apoio. 
Aos professores que orientaram os alunos autores dos 
capítulos. 
Aos autores, acadêmicos e futuros médicos, pela dedicação. 
À Universidade Católica de Pelotas e à Educat pelo apoio, 
suporte e estrutura. Reconhecemos o quanto é trabalhoso e dispendioso 
publicar um livro, principalmente quando os autores são acadêmicos. 
À Spinesul, patrocinador, pela aposta no nosso trabalho e à 
Cíntia Dias Borges, designer gráfico, autora da capa e da maior parte 
das ilustrações. 
 Dedicamos este livro às nossas famílias, que sempre nos 
deram apoio durante nossa vida e fizeram o que esteve ao alcance, nos 
proporcionando inúmeras oportunidades e, também, um estudo de 
qualidade para que tenhamos sucesso profissionalmente e em nossas 
vidas. 
Felipe Augusto Rozales Lopes 
Francis Tanise Casado 
5
Autores 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de 
Pelotas (1978), Residência em Clínica Médica pelo Hospital 
Ernesto Dornelles de Porto Alegre e Mestrado em Saúde e 
Comportamento pela Universidade Católica de Pelotas (2002). 
Especialista em Infectologia pela Sociedade Brasileira de 
Infectologia. Médico da Universidade Federal de Pelotas, 
preceptor da Residência de Clínica Médica da UFPEL e professor 
da Universidade Católica de Pelotas. 
Felipe Augusto Rozales Lopes 
Graduando do sexto ano letivo do curso de Medicina da 
Universidade Católica de Pelotas. 
Francis Tanise Casado 
Graduanda do sexto ano letivo do curso de Medicina da 
Universidade Católica de Pelotas. 
Email para contato com os autores: felipearlopes@gmail.com 
 
6
 
Apresentação 
Durante nosso aprendizado, em nossas idas ao hospital 
para praticar as manobras do exame físico que havíamos 
aprendido nas aulas teóricas e práticas, percebemos que nos fazia 
falta um livro de volume reduzido, com um conteúdo objetivo, de 
leitura rápida e com imagens autoexplicativas do referido exame. 
Isso nos motivou a criar esta obra. 
Muitas vezes surgiam dúvidas quanto à execução das 
manobras. Levávamos livros pesados, repletos de informações, o 
que nos dificultava quanto à procura do conteúdo desejado. 
Precisávamos de um livro prático que nos orientasse durante o 
contato com o paciente. 
Resolvemos então organizar um livro objetivo, com um 
grande número de ilustrações, com fotos tiradas pelos autores e 
desenhos, quase em sua totalidade, feitos por uma designer. 
É uma obra escrita somente por alunos e professores da 
Universidade Católica de Pelotas, a nossa universidade, porém é 
dedicada a todos os alunos de semiologia médica, 
independentemente de sua universidade de origem. 
Este livro tem como objetivo ser um complemento ao 
estudo da prática semiológica. Não tem a intenção de substituir 
os tradicionais livros de ensino, que são muito mais completos e 
que nos deram embasa mento teórico para a composição deste. 
Felipe Augusto Rozales Lopes 
Francis Tanise Casado 
 
7
Sumário 
1 – Anamnese 09 ......................................................................
2 – Ectoscopia 19 .....................................................................
3 - Semiologia dermatológica 38 .............................................
4 - Cabeça e pescoço 48 ...........................................................
5 – Tórax 73 .............................................................................
6 - Sistema cardiovascular 84 ..................................................
7 - Semiologia do abdome 112 ..................................................
8 - Sistema musculoesquelético 133 ..........................................
9 - Sistema nervoso 161 .............................................................
10 - Órgãos genitais masculinos 205 .........................................
11 - Órgãos genitais femininos 211 ...........................................
12 - Semiologia da gestante 219 ................................................
13 - Semiologia do recém-nascido, da criança e do 
adolescente 235 ..........................................................................
 
8
 
1 - Anamnese 
Ângela Crissiela Melo 
Sandra Mendes 
Vanessa Louise Collete 
A anamnese é o caminho fundamental que leva ao 
diagnóstico e esse por sua vez levará a orientação terapêutica. 
Assim, é de suma importância que se faça uma boa anamnese. 
Uma anamnese abrangente inclui: dados de identificação, queixa 
principal, história da doença atual, história patológica pregressa, 
história familiar, histórias pessoal e social e revisão de sistemas 
(PORTO, 2009). 
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
Segundo Porto (2009), deve conter os seguintes dados: 
• Nome 
• Idade 
• Sexo 
• Cor 
• Estado civil 
• Profissão 
• Residência 
• Procedência 
• Naturalidade 
QUEIXA PRINCIPAL 
De acordo com Bates (2005), deve ser sempre com as 
palavras usadas pelo paciente. Colocara sua duração é opcional. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) 
Esta seção da anamnese consta de um relato completo, 
claro e cronológico dos problemas que motivaram o paciente a 
procurar atendimento. Os sintomas devem ser descritos em 
ordem cronológica e de importância. Deve, também, constar a 
data de início dos sintomas, a situação em que surgiram, suas 
manifestações e os eventuais tratamentos realizados. 
 Fazer a investigação dos sintomas quanto a localização, 
qualidade, quantidade ou gravidade, sequência cronológica 
9
(início, duração e frequência), situação em que acontecem, 
fatores que agravam ou aliviam os sintomas, e manifestações 
associadas (BATES, 2005). 
O examinador não induzir respostas. É importante 
sempre apurar a evolução, exames e tratamentos feitos. Lembrar 
sempre que a história deve ter início, meio e fim. 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA 
Doenças comuns na infância: sarampo, rubéola, catapora, 
coqueluche, caxumba. 
• Alergias: reações a medicamentos, alergia alimentar, 
rinite, asma, urticária, eczema... 
• Infecções e infestações: chagas, difteria, escarlatina, 
poliomielite, glomérulo e pielonefrite, tétano, bronquite, 
pneumonia, tuberculose, meningite, doenças venéreas, 
malária. 
• Outras doenças: diabetes, hepatite, apendicite, colite, 
hérnias (incluindo hérnias de disco), hemorroida, febre 
reumática, cardiopatias, epilepsia, encefalite, AVC. 
• Cirurgias: tipo, data, indicações, anestesia, transfusões, 
complicações, resultados. 
• Traumatismos: tipo, data, complicações e sequelas. 
ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS 
• Condições na gestação: dieta, doenças, hemorragias, 
infecções, acidentes, drogas, tabagismo, etilismo, etc. 
• Nascimento: tipo de parto, complicações, local que se 
realizou, idade gestacional. 
• Doenças neonatais. 
• Alimentação: leite materno; se artificial, avaliar 
quantitativa e qualitativamente. 
• Puberdade: menarca, telarca e pubarca. 
• Desenvolvimento psicomotor e crescimento. 
• História sexual: ciclo menstrual, libido, gestações, 
abortamentos, promiscuidade sexual. 
• Climatério: sintomas do climatério (fogachos, secura 
vaginal, menopausa, labilidade emocional). 
HISTÓRIA SOCIAL 
• Nível educacional. 
10
 
• Riscos de trabalho, nível de satisfação no trabalho, 
relacionamentos, história de acidentes de trabalho, 
atividades insalubres e uso de equipamentos de proteção 
individual. 
• Relacionamento familiar e social. 
• Alimentação atual – qualitativa e quantitativamente; 
alterações impostas pela patologia de base. 
• Hábitos: sono, álcool, fumo, drogas il ícitas, 
medicamentos, prática desportiva. 
• Habitação: tipo de casa, saneamento (fossas: séptica, 
negra ou seca), instalações sanitárias, água potável, etc. 
• Coabita com animais? Quais? Inquirir sobre o status 
vacinal dos mesmos. 
• Banhos de rio. 
• Viagens para áreas endêmicas. 
HISTÓRIA FAMILIAR 
• Ancestrais: estado de saúde, “causa mortis”, idade. Idem 
aos genitores. 
• Doenças familiares em outros membros da família: 
câncer, hipertensão arterial, tireoideopatias, diabetes, 
epilepsia, doenças alérgicas. 
• Questionar sobre doenças infectocontagiosas nos 
contatos não familiares. 
REVISÃO DE SISTEMAS 
Segundo Bates (2005), Porto (2009), Lopez Medeiros 
(2004) e Swartz (2006), a revisão de sistemas é assim dividida: 
Estado geral 
• Modificação do peso 
• Astenia: fraqueza 
• Febre, se aferida e quanto 
• Calafrios 
• Sudorese: transpiração excessiva 
• Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas e esclera 
• Cianose: coloração azul-arroxeada da pele 
Pele 
11
• Alterações na coloração 
• Lesões dermatológicas elementares (lesões, nódulos, 
feridas) 
• Alterações na textura 
• Umidade 
• Fâneros (condição geral): estruturas visíveis da pele 
como cabelos, pêlos e unhas 
Cabeça 
• Cefaleias frequentes 
• Traumas 
• Crises convulsivas 
• Síncopes ou tonturas 
Olhos e ouvidos 
• Perturbações visuais 
• Modificação na coloração da esclera 
• Displasia: anomalias/ alterações fisiológicas benignas das 
células de um tecido 
• Dor 
• Inflamações 
• Zumbido: perceber um som que não está sendo gerado no 
meio ambiente naquele momento 
• Surdez 
• Otorragia: perda de sangue pelo canal auditivo 
• Alterações na acuidade auditiva ou visual 
• Última consulta ao oftalmologista 
Nariz e seios paranasais 
• Rinorreia (secreção nasal – descrever aspecto: aquoso, 
purulento, sanguinolento) 
• Epistaxe: hemorragia nasal 
• Obstrução nasal 
• Resfriados frequentes 
• Espirros 
• Prurido 
• Dor na face (na região dos seios da face) 
• Hiposmia: diminuição do olfato 
• Cacosmia: sentir mau cheiro 
12
 
Cavidade bucal 
• Estado de conservação dos dentes 
• Sangramentos 
• Uso de próteses 
• Aftas (lesões ulceradas na mucosa oral) 
• Halitose: mau hálito 
• Alterações na voz 
• Odinofagia: dor de garganta 
• Sialorreia: aumento na produção de saliva 
• Data da última consulta ao dentista 
Pescoço 
• Dor 
• Limitações dos movimentos 
• Aumento da tireioide 
• Tumorações 
Gânglios linfáticos 
• Dor 
• Aumento de tamanho (cervicais, supraclaviculares, 
axilares, inguinais, epitrocleanos) 
Mamas 
• Desenvolvimento 
• Mastalgia: dor mamária 
• Aparecimento de nódulos 
• Secreção mamilar 
• Cirurgia 
• Prática do autoexame 
Aparelho respiratório 
• Dor torácica e sua caracterização 
• Tosse 
• Dispneia: falta de ar 
• Escarro (cor e quantidade) 
• Hemoptise: eliminação de expectoração sanguinolenta 
através da tosse 
• Chiados no peito 
• Data do último RX e resultados 
13
Aparelho cardiovascular 
• Desconforto pré-cordial 
• Palpitação 
• Bradicardia: diminuição da frequência cardíaca <60bpm 
• Taquicardia: aumento da frequência cardíaca>100bpm 
• Ortopneia: dificuldade respiratória (dispneia) que ocorre 
quando a pessoa está deitada, fazendo com que tenha que 
dormir elevada na cama 
• Dispneia paroxística noturna: dispneia que surge algum 
tempo após o adormecer, com a pessoa acordando 
bruscamente com forte sensação de sufocação tendo que 
levantar-se do leito 
• Edema: inchaço 
• Cianose: coloração azul-arroxeada da pele 
• Hipertensão arterial 
• Claudicação intermitente: sensação dolorosa, cãibra ou 
cansaço, percebido nos músculos da panturrilha, de um 
ou ambos os membros 
• Resultados de ECG anteriores ou outros exames 
cardíacos 
Aparelho digestório 
• Alterações do apetite 
• Intolerância alimentar 
• Anorexia 
• Disfagia: dificuldade para deglutir 
• Pirose: sensação de queimação retroesternal 
• Plenitude pós prandial (empachamento) 
• Eructações: expulsão de conteúdo gasoso do estômago/
arroto 
• Náuseas 
• Êmese: vômito 
• Hematêmese: vômito com sangue 
• Meteorismo: flatulência 
• Descrever o hábito intestinal quanto a periodicidade, 
forma das fezes, esforço evacuatório. Indagar se houve 
modificações neste hábito e há quanto tempo. Ritmo 
intestinal 
• Diarreia: consiste no aumento do número de evacuações 
e/ou a presença de fezes amolecidas ou até líquidas 
14
 
• Tenesmo: sensação dolorosa na bexiga ou região anal, 
com desejo contínuo, mas quase inútil, de urinar ou de 
evacuar 
• Acolia: fezes sem cor 
• Melena: fezes pastosas de cor escura e cheiro fétido, sinal 
de presença de sangue nas fezes 
• Enterorragia: evacuação de sangue vermelho pelo ânus 
• Esteatorreia: fezes volumosas, acinzentadas ou claras, 
que geralmente são malcheirosas, flutuam na água e têm 
aparência oleosa, consequência da má absorção de 
gorduras 
• Prurido anal 
• Fissuras anais 
Aparelho urinário 
• Cólica renal 
• Polaciúria: aumento no número de micções 
• Nictúria: eliminação de urina à noite 
• Poliúria: aumento do volume de urina em 24 horas maior 
que 2,5 litros 
• Oligúria: diminuição do volume urinário 
• Urgências urinárias 
• Disúria: dor durante a micção 
• Jato urinário 
• Gotejamento 
• Incontinência: perda involuntária da urina pela uretra 
• Hematúria: presença de sangue na urina 
• Piúria: presença de pus na urina 
• Edema facial 
• Instrumentação urológica prévia 
Aparelho genital 
• Data da últimamenstruação (DUM) 
• Menarca duração irregular do ciclo 
• Fluxo alterado 
• Dismenorreia: menstruação difícil ou dolorosa 
• Menorragia: fluxo menstrual abundante 
• Metrorragia: sangramento vaginal anormal 
• Oligomenorreia: ciclo maior que 35 dias 
• Polimenorreia: ciclo menor que 21 dias 
15
• Hipomenorreia: fluxo menor que dois dias 
• Hipermenorreia: fluxo maior que oito dias 
• Sangramento intermenstrual e pós-coito (sinusiorragia) 
• Leucorreias: corrimento vaginal 
• Tratamentos realizados 
• Cirurgias 
• Gestações 
• Tipos de parto 
• Abortamentos 
• Infecções 
• Uso de métodos contraceptivos 
• Menopausa 
Membros 
• Marcha 
• Nódulos 
• Varizes: são veias dilatadas, alongadas e tortuosas 
• Flebite: inflamação de vasos 
• Claudicação 
• Dor (óssea, muscular, radicular...) 
• Tremor 
• Cor 
• Parestesia 
• Micoses 
• Dor articular (artralgia) 
• Dor muscular (mialgia) 
• Edema 
• Flogose: sinais de inflamação - dor, rubor, calor, edema, 
perda de função 
• Pé plano 
• Fraturas 
• Câimbra 
• Atrofia muscular 
Dorso 
• Dor 
• Rigidez 
• Limitação de movimentos 
• Dor ciática 
16
 
Sistema hematopoiético 
• Sangramentos (questionar sobre a origem e localização) 
• Anemia 
• Tipo sanguíneo 
• Transfusões 
• Discrasias sanguíneas: alteração sanguínea - leucopenia, 
agranulocitose ou anemia aplásica 
• Exposição a substâncias tóxicas e/ou radiação 
Sistema endócrino 
• Nutrição e crescimento 
• Tolerância ao calor e ao frio 
• Alterações de pele e fâneros 
• Relação apetite e peso 
• Nervosismo 
• Tremores 
• Polidipsia: sede em demasia 
• Polifagia: fome em demasia 
• Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos na mulher 
• Caracteres sexuais secundários 
• Pigmentação: alteração da cor da pele por acúmulo de 
pigmentos 
Sistema nervoso 
• Síncope: desmaio 
• Perda da consciência: diminuição do estado mental 
• Convulsões: transtorno neurológico súbito e transitório 
• Crise de ausência: início súbito de alterações da 
consciência associada a olhar parado, interrupção abrupta 
das atividades (< 30 segundos) 
• Tontura: alucinação do movimento 
• Vertigem: sensação de movimento ou de rotação dos 
objetos ao seu redor 
• Alterações da fala 
• Estado emocional 
• Distúrbios de orientação 
• Distúrbios de memória 
• Alterações do sono 
• Tremores 
• Incoordenação de movimentos 
17
• Paralisias: perda do movimento 
• Parestesia: perda da sensibilidade 
• Dor radicular: dor devido a compressão e/ou a 
inflamação de terminações nervosas 
Psiquiátrico 
• Atos conscientes 
• Atenção: processo cognitivo pelo qual o intelecto 
focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação 
entre eles 
• Ideação: pensamentos recorrentes 
• Intelecto: função cognitiva 
• Humor: emoção mais persistente, que dá o tom da visão 
de mundo da pessoa 
• Emotividade 
• Vontade: capacidade de iniciativa 
• Realidade 
• Delírio: alucinação, loucura, visão 
• Depressão: distúrbio psiquiátrico afetivo, caracterizado 
por tristeza intensa e prolongada 
• Agitação: estado de despertar extremo, irritabilidade, 
ansiedade, estresse e tensão 
• Sono: estado ordinário de consciência 
• Vigia: estado de atenção 
• Esgotamento nervoso 
• Neuroses: reação exagerada do sistema emocional em 
relação a uma experiência vivida 
• Tratamentos psiquiátricos já usados ou em uso 
BIBLIOGRAFIA 
1. BICKLEY, L.S.; HOELKELMAN, R.A. Bates Propedêutica 
Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
2. LÓPEZ, M.; LAURENTYS-MEDEIROS, J. Semiologia 
Médica: As bases do Diagnóstico Clínico. 6 ed. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2004. 
3. PORTO C. C. Semiologia Médica. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2009. 
4. Swartz, Mark H. Tratado de Semiologia Médica. 5. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2006. 
18
 
2 - Ectoscopia 
Yuri Martins Wrague 
Juliana Fiss Pothin 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
Introdução: 
O exame físico pode ser dividido em duas etapas. A 
primeira constitui o que se costuma designar como exame físico 
geral, somatoscopia ou ectoscopia. Através dele são obtidos 
dados gerais, independentemente dos vários sistemas orgânicos 
ou segmentos corporais. É obtida, com isso, uma visão do 
paciente como um todo. A segunda etapa corresponde ao exame 
dos diferentes sistemas e aparelhos, com metodologia própria e 
que será estudada em capítulos subsequentes (PORTO, 2009). 
Sugerimos que seja obedecida a seguinte sequência no exame 
ectoscópico do paciente:	
Estado geral: 
É uma avaliação subjetiva baseada no conjunto de dados 
exibidos pelo doente e interpretados de acordo com a experiência 
de cada um. Em outras palavras: é o que apresenta o doente, visto 
em sua totalidade. 
Para descrever a impressão colhida, usa-se a seguinte 
nomenclatura: Bom Estado Geral, Regular Estado Geral, Ruim 
Estado Geral. 
A avaliação do estado geral tem utilidade prática, 
principalmente para se compreender até que ponto a doença 
atingiu o organismo visto como um todo (PORTO, 2009). 
Nível de consciência: 
Para avaliarmos o estado de consciência do paciente 
devemos observar os seguintes itens (PORTO, 2009).: 
Perceptividade: compreende a capacidade de responder a 
perguntas simples 
Reatividade: capacidade de reagir a estímulos 
inespecíficos 
Deglutição: observamos se o paciente deglute 
normalmente 
19
Reflexos: realizamos as manobras de reflexos superficiais 
e profundos 
Para caracterizarmos o estado de coma utilizamos a 
escala de Glasgow (vide capítulo de neurologia). 
Fala e linguagem: 
O observador deve estar atento à fala e à linguagem do 
paciente. Classificam-se suas alterações, como se segue (PORTO, 
2009).: 
Disfonia ou afonia: alteração do timbre da voz, causada 
por distúrbio no órgão fonador. 
Dislalia: alteração menor da fala, em que o paciente faz 
trocas de letras, por exemplo: igreja por “igleja”. 
Disartria: alteração dos músculos da fonação (ex: voz 
arrastada, voz baixa, monótona e lenta). 
Disfasia: perturbação da elaboração cortical da fala. Pode 
ser sensorial (paciente não compreende o que se diz a ele) ou 
motora (paciente entende o que se diz, mas não consegue se 
expressar), ou ainda do tipo misto.	
Estado de hidratação: 
São avaliados os seguintes parâmetros: 
• Alterações abruptas do peso 
• Alterações da pele quanto à umidade, à elasticidade e ao 
turgor (Figura 1.01) 
• Alterações das mucosas quanto à umidade 
• Fontanelas (nas crianças) 
• Alterações oculares 
• Estado geral 
Sinais e sintomas da desidratação: sede, perda abrupta de peso, 
enoftalmia, pele pouco elástica, mucosas secas, abatimento, 
fontanelas deprimidas, oligúria e estado geral comprometido. 
20
 
 
Figura. 1.01: Manobra para avaliar turgor, 
umidade e elasticidade da pele 
Estado de nutrição: 
Deve ser sistematicamente avaliado lançando-se mão dos 
seguintes parâmetros (BICKLEY, 2005):	 
• Peso 
• Musculatura 
• Panículo adiposo 
• Desenvolvimento físico 
• Estado geral 
• Pele, pelos e olhos 
Obesidade ou sobrepeso: Excesso de peso decorrente do 
acúmulo de gordura. Obs: Segundo a WHO (1995), o IMC é um 
método aplicado universalmente, barato, não invasivo, de simples 
utilização e constitui uma boa medida para avaliar o excesso de 
peso e a obesidade. Contudo, não diferencia a ampla variação na 
distribuição da gordura corporal (OMS, 2004). Resulta da razão 
entre o peso em quilogramas e o quadrado da altura em metros 
(kg/m2). A classificação para adultos, proposta pela WHO (1995) 
é a seguinte: <18,5kg/m2 – baixo peso; 18,5-24,9kg/m2 – peso 
normal; 25,0-29,9kg/m2 – pré-obesidade; 30,0-34,9kg/m2 – 
obesidade grau I; 35,0-39,9Kg/m2 – obesidade grau II; 40,0kg/
m2 – obesidade grau III (PORTO, 2009).	
Hiponutrição ou desnutrição: o peso está abaixo dos valores 
mínimos normais, a musculatura está hipotrófica e o panículo 
adiposo escasso. A pele torna-se seca e rugosa ao tato. A 
desnutrição protéica faz com que os cabelos mudem de cor e se 
21
tornem finos, secos e quebradiços. Nos olhos observa-se 
ressequidão da conjuntiva, perda do reflexo à luz, faltaou 
diminuição das lágrimas. 
Segundo critério de Gomes, classificamos a desnutrição 
em: 
Desnutrição de primeiro grau: déficit de peso superior a 10% 
Desnutrição de segundo grau: déficit de peso superior a 25% 
Desnutrição de terceiro grau: déficit de peso superior a 40% 
Desenvolvimento físico: 
Para uma determinação exata requer um estudo 
antropométrico rigoroso. Contudo, na prática, avaliamos a altura 
e a estrutura somática. 
Os achados podem ser enquadrados nas seguintes 
alternativas (BICKLEY, 2005): 
•Desenvolvimento normal 
•Hiperdesenvolvimento: é praticamente sinônimo de 
gigantismo. Existem duas formas de gigantismo. No gigantismo 
infantil apresentam as extremidades inferiores muito longas. No 
gigantismo acromegálico, além da estatura elevada, a cabeça é 
maior, as arcadas supraorbitárias, os malares e o mento são 
proeminentes. Nariz aumentado de tamanho, pele grossa, mãos 
e pés enormes completam o quadro. 
•Hipodesenvolvimento: confunde-se com nanismo, 
todavia, não são coisas absolutamente iguais, havendo entre 
umas e outras diferenças de grau e qualidade. O nanismo se 
divide em quatro classificações: anão acondroplásico, que 
apresenta cabeça e tronco com dimensões aproximadas às do 
adulto normal, enquanto as pernas são curtas e arqueadas. A 
musculatura é bem desenvolvida e os órgãos genitais são 
normais. Anãos cretinos caracterizam-se pela falta de 
desenvolvimento de todas as partes do corpo. Salienta-se o 
ventre volumoso, os lábios e pálpebras são grossos, o nariz é 
chato, e a pele é grossa e seca. Os cretinos são sempre de baixo 
nível mental. Anão hipofisário, tem cabeça e tronco 
normalmente proporcionados, mas pequenos. Possuem os 
membros desproporcionalmente longos em relação ao resto do 
22
 
corpo. Os órgãos genitais são hipodesenvolvidos. Estes 
indivíduos adquirem precocemente aspecto senil. Anão 
raquítico, depende fundamentalmente de mau desenvolvimento 
e deformidade da coluna e dos ossos longos. Observam-se 
ainda tórax cariniforme, rosário raquítico e outras 
anormalidades próprias do raquitismo. 
•Hábito grácil: constituição corporal frágil e delgada 
caracterizada por ossatura fina, musculatura pouco 
desenvolvida, juntamente com uma altura e um peso abaixo dos 
níveis normais. 
• Infantilismo: é a persistência anormal das características 
infantis na idade adulta. 
Fácies: 
Segundo Porto, 2009, as principais fácies anormais são:	
• Renal 
• Hipocrática 
• Leonina 
• Adenoidiana 
• Parkinsoniana 
• Basedowiana 
• Mixedematosa 
• Acromegálica 
• Cushingoide 
• Mongoloide 
• Depressão 
• Pseudobulbar 
• Paralisia facial 
• Miastênica 
• Deficiente mental 
• Etílica 
• Esclerodérmica 
Atitude e decúbito preferido: 
Definindo-se atitude como a posição adotada pelo 
paciente no leito ou fora dele, por comodidade, hábito ou com 
23
objetivo de conseguir alívio para algum padecimento. Muitas 
classificações têm sido propostas, sendo que a mais objetiva 
separa as atitudes em voluntárias e involuntárias (BICKLEY, 
2005). 
Atitudes voluntárias: 
Ortopnéica: permanece sentado na cama com os pés no 
chão ou numa banqueta e as mãos apoiadas no colchão para 
melhorar um pouco a respiração, que se faz com dificuldade 
(Figura 1.02). 
 
Figura 1.02: Paciente em ortopnéia 
Genupeitoral: o doente fica de joelhos com tronco fletido 
sobre as coxas, enquanto a face anterior do tórax põe-se em 
contato com o solo ou colchão (usada nos casos de derrame 
pericárdico). 
Cócoras: traz alívio da hipóxia generalizada (Figura 
1.03). 
Parkinsoniana: semiflexão da cabeça, tronco e membros 
inferiores e, ao caminhar, parece estar correndo atrás do seu 
próprio eixo de gravidade. 
24
 
 
Figura 1.03: Paciente se posicionando em cócoras 
Atitude em decúbito: 
Decúbito lateral: o paciente se deita sobre o lado da dor. 
Decúbito dorsal: com pernas fletidas sobre as coxas e 
estas sobre a bacia. 
Decúbito ventral: paciente deita-se de bruços e, às vezes, 
coloca um travesseiro debaixo do ventre. 
Atitudes involuntárias: 
Passivo: paciente fica na posição em que é colocado no 
leito. 
Ortótono: o tronco e os membros estão rígidos. 
Opstótono: o corpo passa a se apoiar na cabeça e nos 
calcanhares, emborcando-se como um arco. 
Emprostótono: o contrário do opstótono. 
Pleurostótono: o corpo se curva lateralmente. 
Posição em gatilho: hiperextensão da cabeça, flexão das 
pernas sobre as coxas e encurvamento do tronco com 
concavidade para diante. 
Torcicolo e mão pendular: na paralisia radial. 
25
Mucosas:	
As facilmente examináveis a olho nu são: as 
conjuntivais, labiobucal, lingual e gengival. Os seguintes 
parâmetros devem ser analisados (LÓPEZ, 2004; PORTO, 2009): 
Coloração: 
Normal: róseo-avermelhada. 
Hipocoradal: descoramento das mucosas. Quantifica-se 
em cruzes (de 1 cruz a 4 cruzes). Pode indicar anemia. 
Hipercoradas: a tonalidade pode passar a ser vermelho-
arroxeada e pode indicar inflamação. 
Cianose: coloração azulada das mucosas. 
Icterícia: as mucosas tornam-se amarelas ou amarelo-
esverdeadas.	
Umidade: 
Revela o estado de hidratação, as mucosas secas 
adquirem características inconfundíveis: perdem o brilho, os 
lábios e a língua ficam pardacentos, e todas estas mucosas 
adquirem aspecto ressequido (Figura 1.04). 
 
Figura 1.04: Avaliação da coloração e da umidade das mucosas 
Presença de lesões 
Pele 
Na ectoscopia dermatológica analisamos 10 itens (PORTO, 
2009):		
• Coloração 
• Umidade 
• Textura 
• Espessura 
26
 
• Temperatura 
• Turgor 
• Elasticidade 
• Mobilidade 
• Sensibilidade 
• Lesões elementares 
Vide capítulo de dermatologia para melhores explicações. 
Musculatura: 
Na ectoscopia do tecido muscular avalia-se através da 
inspeção e palpação, a tonicidade e a troficidade muscular. A 
tonicidade é o estado de semicontração própria do músculo 
normal e a troficidade corresponde à massa do próprio músculo 
(BICKLEY, 2005). 
Inspeção: observa-se o relevo das massas musculares mais 
volumosas. 
Semiotécnica da palpação: a palpação é feita com as polpas 
digitais colocadas em forma de pinça, com o polegar em 
oponência aos demais dedos da mão. Palpa-se o músculo em 
repouso e após em contração (Figura 1.05). 
Sistematização semiológica: 
1- Quanto à troficidade: 
• Musculatura normal 
• Musculatura hipotrófica 
• Musculatura hipertrófica 
2- Quanto à tonicidade: 
Tônus normal 
Hipertonicidade: nota-se um estado de contração ou 
semicontração do músculo, mesmo em repouso, evidenciado pelo 
relevo muscular e aumento da consistência à palpação. 
Hipotonicidade: o tônus está diminuído ou ausente, com 
perda do contorno da massa muscular e diminuição da 
consistência. 
27
 
 
Figura 1.05: Palpação do músculo em repouso e após em contração 
Movimentos involuntários ou hipercinesias:	
Alguns movimentos involuntários são constantes, enquanto 
outros ocorrem periodicamente ou em crises. Segundo Porto, 
2009, os principais são: 
Tremores: movimentos alternantes, rápidos e regulares, de 
pequena ou média amplitude, que afetam principalmente as 
partes distais dos membros. Para avaliação solicita-se que o 
paciente estenda as mãos com as palmas voltadas para baixo e os 
dedos separados. 
28
 
Movimentos coréicos: são movimentos involuntários, 
amplos, desordenados, de ocorrência inesperada e arrítmicos, 
multiformes e sem finalidade. Se localizam principalmente na 
face nos membros. 
Movimentos atetósicos: involuntários, ocorrem nas 
extremidades, lentos e estereotipados lembrando um movimento 
reforme ou os movimentos dos tentáculos do polvo. Podem ser 
uni ou bilaterais. 
Hemibalismo: movimentos abruptos, violentos, de grande 
amplitude, rápidos e geralmente limitados a uma metade do 
corpo. 
Mioclonias: contrações musculares breves, rítmicas ou 
arrítmicas, localizadas ou difusas que acometem um músculo ou 
um grupo muscular. 
Mioquinias: contrações fibrilares de tipo ondulatório que 
surgem em músculos íntegros, principalmente no orbicular daspálpebras, quadríceps e gêmeos. 
Asterix: movimentos rápidos de amplitude variável, nos 
segmentos distais e têm certa semelhança com o bater de asas das 
aves. Para avaliação, o paciente estende os braços e superestende 
as mãos de modo a formar um ângulo de quase 90° com o 
antebraço. O médico força para trás as mãos do paciente. 
Tiques: movimentos involuntários, aparecem em 
determinado grupo muscular repetindo-se sucessivamente. 
Convulsões: movimentos musculares incoordenados, 
involuntários e paroxísticos, que ocorrem de maneira 
generalizada ou em apenas alguns segmentos do corpo. Existem 
três tipos de convulsões fundamentais: as tônicas, as clônicas e 
as tônico-clônicas. 
Tetania: caracteriza-se por crises exclusivamente tônicas 
quase sempre localizadas nas mãos e pés, por isso denominadas 
de “espasmos carpo podais”. 
Fasciculações: contrações breves, arrítmicas e limitadas a 
um feixe muscular. 
Exame dos linfonodos:	
Semiotécnica: o exame dos linfonodos se faz mediante 
inspeção e palpação (PORTO, 2009). 
Palpação: é realizada com as polpas digitais e a face 
ventral dos dedos médio, indicador e anular (Figura 1.06). 
29
 
Figura 1.06: Palpação dos linfonodos cervicais 
Sistematização da investigação semiológica: 
• Localização 
• Tamanho ou volume 
• Consistência 
• Mobilidade 
• Sensibilidade 
• Alterações da pele circunjacente. 
Veias superficiais:		
É importante avaliar: trajeto, calibre, estado da parede, 
estado da pele circunjacente, direção do fluxo sanguíneo, 
sensibilidade, presença de frêmito e sopro. 
É importante também avaliar a presença de circulação 
colateral. A qual significa a presença de circuito venoso anormal 
visível ao exame da pele. Indica a dificuldade ou o impedimento 
do fluxo venoso através dos troncos venosos principais. 
 Aplica-se a técnica para verificação da direção do fluxo 
sanguíneo: comprime-se a veia a ser analisada com as polpas 
digitais dos dois indicadores um ao lado do outro e que vão 
afastando-se lentamente até atingir 5 - 10 cm um do outro. Após 
retira-se um dos dedos procurando-se observar o reenchimento 
daquele segmento venoso. Repete-se a manobra agora 
descomprimindo a outra extremidade e verificando se houve 
enchimento do vaso. A manobra deve ser repetida 2 ou 3 vezes 
30
 
para não deixar dúvidas e, ao terminá-la, o examinador estará em 
condições de saber em que sentido corre o sangue. 
Conhecidas a localização e a direção do fluxo, podem ser 
caracterizados quatro tipos fundamentais de circulação colateral: 
tipo braquiocefálica, tipo cava superior, tipo porta e tipo cava 
inferior (PORTO, 2009). 
Edema:		
Semiotécnica: com a polpa digital do polegar ou do indicador, 
faz-se uma compressão, firme e sustentada, de encontro a uma 
estrutura rígida subjacente à área em exame, seja a tíbia (Figura 
1.07), o sacro ou os ossos da face. E observa-se uma fóvea. 
Através dessa fóvea analisamos: 
Localização: localizado ou generalizado 
Intensidade: refere-se à profundidade da fóvea graduada em 
cruzes (de 1+ a 4+) 
Consistência: 
• Edema Mole: retenção hídrica de duração não muito 
longa; facilmente depreciável 
• Edema Duro: traduz existência de proliferação 
fibroblástica; longa duração 
Elasticidade: 
• Edema Elástico: a pele volta rápido para o lugar quando 
comprimido; típico de edema inflamatório 
• Edema Inelástico: a pele custa a voltar ao normal. 
Temperatura da pele circunjacente: 
• Normal: a mais frequente no edema 
• Quente: edema inflamatório 
• Fria: traduz comprometimento da irrigação sanguínea 
Sensibilidade da pele circunjacente: 
• Edema Doloroso: edema inflamatório 
• Edema Indolor 
Outras alterações da pele circunjacente: 
• Mudança de coloração: palidez, cianose ou vermelhidão	
• 	 Textura e espessura: lisa e brilhante que acompanha 
edema recente e intenso, espessa que aparece em edema 
31
de longa duração e enrugada quando o edema está sendo 
eliminado (PORTO, 2009). 
 
Figura 1.07: Avaliação de edema pré-tibial 
Temperatura corporal:	
A temperatura corporal é verificada por intermédio do 
termômetro clínico graduado em graus Celsius (°C). A 
temperatura corporal pode apresentar variações na dependência 
do local onde será procedida a sua mensuração. Desse modo ele 
pode ser: axilar, oral, retal, timpânico arterial pulmonar, 
esofágica, nasofaríingeana e nasovesical (PORTO, 2009). 
Semiotécnica: 
Axilar: aceita-se valores entre 35,5 - 37,0°C. Para sua 
medição é necessário a higiene da axila e do termômetro, 
evitando-se a presença de umidade no local tíbia (Figura 1.08). 
No Brasil este local é o mais utilizado. 
32
 
 
Figura 1.08: Aferição de temperatura axilar 
Oral: aceita-se valores entre 36 - 37,4°C. A mensuração é 
feita pela colocação do termômetro na região sublingual. Antes 
do procedimento é preciso certificar-se que o paciente não 
ingeriu alimentos quentes ou frios. Além disso, durante a 
verificação a respiração deve ser feita exclusivamente pelo nariz. 
Retal: Aceita-se valores entre 36 - 37,5°C. A aferição é 
feita pela colocação do termômetro na ampola retal. Neste caso, 
há uma diferença anatômica no termômetro, visto que seu bulbo 
é redondo. 
Sinal de Lenander: a temperatura retal ultrapassa a axilar em 
1°C. 
Febre: significa temperatura corporal acima da faixa da 
normalidade. 
Síndrome febril: além da elevação da temperatura, ocorrem 
vários outros sinais e sintomas, cujo aparecimento e intensidade 
variam em relação direta com a magnitude da hipertermia, 
destacando-se a astenia, a inapetência cefaleia, a taquicardia, a 
taquipneia, a taquisfigmia, a oligúria dor no corpo, calafrios, a 
sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e até 
convulsões. 
Características semiológicas da febre: Devem ser analisados: 
Início: pode ser súbito ou gradual; 
33
Intensidade: utiliza-se a seguinte classificação feita pelo 
Porto: 
 - Leve: <37,5°C; 
 - Moderada: 37,5 - 38,5°C; 
 - Alta: >38,5°C 
Duração: tem-se procurado estabelecer um conceito de 
febre prolongada. Usamo-lo quando a febre permanece por mais 
de 10 dias tendo ou não caráter continuo. 
Evolução: só se poderá saber o modo de evolução da 
febre pela análise de um quadro térmico. 
Gráfico ou quadro térmico: é o registro da temperatura em uma 
tabela, dividida no mínimo em dias. Unem-se por uma linha os 
valores da temperatura. Fica inscrita a curva térmica do paciente. 
Por classificação, descrevem-se os seguintes tipos evolutivos de 
febre: 
Contínua: aquela que permanece sempre acima do 
normal, com variações de até 1°C e sem grandes oscilações. Ex: 
febre tifoide e pneumonia. 
Irregular ou séptica: registram-se picos muitos altos 
intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. 
Não há qualquer caráter cíclico nestas variações. Mostram-se 
totalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se 
fazem as tomadas da temperatura várias vezes ao dia. Ex: típico 
da septicemia. 
Remitente: há hipertermia diária com variações de mais 
de 1°C e sem períodos de apirexia. 
Intermitente: neste tipo a hipertermia é clinicamente 
interrompida por um período de temperatura normal. Por vezes, o 
período de apirexia dura 2 dias. A primeira se denomina 
cotidiana; a segunda terçã; a última quartã. Ex: febre terçã da 
malária. 
Recorrente ou ondulante: caracteriza-se por um período 
de temperatura normal que dura dias ou semanas, até que seja 
interrompido por períodos de temperatura elevada. 
Hipotermia: diminuição da produção de calor ou aumento da sua 
perda. Corresponde à hipotermia temperatura corporal abaixo de 
35,5°C na região axilar. 
34
 
É considerada: 
- Leve 32,0 - 35°C; 
- Moderada: 30,0 - 32,0°C; 
- Grave: <30,0°C. 
O exame físico de um paciente com hipotermia fica bastante 
prejudicado. A pele encontra-se em geral, seca, fria e pálida, 
podendo ocorrer edema. Em temperaturas extremamente baixas, 
as áreas superficiais podem congelar o que ocorre principalmentenos pavilhões auriculares e nos dedos das mãos e nos pés 
(PORTO, 2009). 
Postura e atitude na posição de pé: 
Podemos classificar a postura da seguinte maneira: boa 
postura, postura sofrível, má postura (LÓPEZ, 2004). 
As afecções da coluna costumam acompanhar-se de 
alterações da posição, cabendo neste ponto referências à cifose 
(alteração da forma da coluna dorsal com concavidade anterior, 
vulgarmente designada “corcunda”.), lordose (cervical ou 
lombar, é o encurvamento da coluna vertebral, formando 
concavidade para trás) e escoliose (desvio lateral da coluna em 
qualquer segmento vertebral, sendo mais frequente na coluna 
lombar ou lombo dorsal). 
Vide capitulo de Ortopedia para melhores explicações. 
Biótipo ou tipo morfológico: 
É o conjunto de características morfológicas apresentadas 
pelo individuo. Classificam-se: 
Longilíneo: pescoço longo e delgado, tórax afilado e chato, 
membros alongados em franco predomínio sobre o tronco, 
musculatura delgada e panículo adiposo pouco desenvolvido e 
tem tendência à estatura elevada. (ângulo de charpy menor que 
90°) 
Mediolíneo: equilíbrio entre os membros e o tronco, 
desenvolvimento harmônico da musculatura e do panículo 
adiposo. (ângulo de charpy entorno de 90°) 
Brevelíneo: pescoço curto e grosso, tórax alargado e 
volumoso, membros curtos em relação ao tronco, musculatura 
desenvolvida e panículo adiposo espesso, tendência em ter baixa 
estatura. (ângulo de charpy maior que 90°) (LÓPEZ, 2004) 
35
Marcha:	
Deve ser analisado solicitando-se ao paciente que caminhe 
certa distância, descalço, de preferência com calção, com olhos 
abertos e fechados, indo e voltando sob a observação do 
examinador. Segundo Porto, 2009, os tipos de marcha anormal 
mais característicos são: 
Marcha elicópode, ceifante ou hemiplégica: ao andar, o 
paciente mantém o membro superior fletido em 90° no cotovelo e 
em adução e a mão fechada em leve pronação. O membro 
inferior do mesmo lado é espástico e o joelho não flexiona. 
Devido a isso, a perna tem que se arrastar pelo chão, descrevendo 
um semicírculo quando o paciente troca o passo. Lembra o 
movimento de uma foice em ação. 
Marcha anserina ou do pato: para caminhar, o paciente, 
acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora para a 
direita, ora para a esquerda, alternadamente, lembrando o andar 
de um pato. 
Marcha parkinsoniana: o doente anda como um bloco, 
enrijecido, sem o movimento automático dos braços. A cabeça 
permanece inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos 
dando a impressão de que vai cair para frente. 
Marcha cerebelar ou de ébrio: o doente ziguezagueia como 
um bêbado. 
Marcha tabética: o paciente mantém o olhar fixo no chão; os 
membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente e, 
ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo 
pesadamente. Com os olhos fechados a marcha piora 
acentuadamente ou se torna impossível. 
Marcha de pequenos passos: paciente dá passos muito curtos 
e, ao caminhar, arrasta os pés como se estivesse dançando. 
Marcha vestibular: apresenta lateropulsão quando anda; é 
como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em 
linha reta. 
Marcha escarvante: ao tentar caminhar toca com a ponta do 
pé no solo e tropeça. Para evitar, levanta acentuadamente o 
membro inferior, lembrando o “passo de ganso” dos soldados 
prussianos. 
Marcha claudicante: ao caminhar, o paciente manca para um 
dos lados. 
36
 
Marcha em tesoura ou espástica: os dois membros inferiores 
enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se 
arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o 
paciente tenta caminhar. 
Vide capitulo de Neurologia para melhores explicações. 
BIBLIOGRAFIA 
1. BICKLEY, L.S.; HOELKELMAN, R.A. Bates Propedêutica 
Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
2. LÓPEZ, M.; LAURENTYS-MEDEIROS, J. Semiologia 
Médica: As bases do Diagnóstico Clínico. 6 ed. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2004. 
3. PORTO C. C. Semiologia Médica. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2009. 
37
3 - Semiologia dermatológica 
Taniela Marli Bes 
Hiram Laranjeira de Almeida Júnior 
PELE 
Para uma adequada avaliação da pele é necessário 
conhecimento das técnicas semiológicas, assim como, iluminação 
adequada e desnudamento da região a ser examinada. Existem 
alguns elementos básicos que devem ser considerados no exame 
dermatológico, os quais são: coloração, integridade, umidade, 
textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, turgor, 
sensibilidade e distribuição das lesões (PORTO 2009). 
ALTERAÇÕES DA COLORAÇÃO 
A avaliação da coloração cutânea depende da cor de cada 
paciente. Em pacientes de cor branca ou pardo claros uma 
coloração rosada é o aspecto normal. Já em pacientes de 
coloração cutânea mais escura é difícil avaliar algumas variações 
da mesma. É importante sempre comparar regiões homólogas 
para reconhecer diferenças segmentares. 
1. Palidez: ocorre atenuação ou desaparecimento da coloração 
rosácea. Em indivíduos de cor negra só se consegue constatar 
palidez nas palmas e plantas. Pode ser localizada ou 
generalizada. A generalizada pode ser por vasoconstrição, de 
origem neurogênica ou hormonal, ou por redução verdadeira 
das hemácias. Já a palidez localizada tem na isquemia a causa 
principal (SAMPAIO, 2008). 
2. Eritema ou vermelhidão: coloração rósea aumentada por 
maior vascularização devido à vasodilatação (Figura 2.01). 
Pode ser generalizada ou localizada. A generalizada ocorre em 
quadros febris, policitêmicos, exposição solar crônica ou em 
pacientes com doenças que acometam a pele em sua 
totalidade, sendo nesses casos denominada eritrodermia. A 
vermelhidão localizada pode ser fugaz quando provém de um 
fenômeno vasomotor ou duradoura, como em processos 
inflamatórios (PORTO, 2009). 
38
 
 
Figura 2.01: Máculas eritematosas no dorso da mão em caso de 
erisipelóide. Essas lesões são denominadas máculas ou manchas 
eritematosas. Quando por aumento do número de vasos na pele devem 
ser classificadas como manchas angiomatosas 
3. Cianose: coloração azulada da pele que se manifesta quando a 
hemoglobina reduzida está superior a 5g/100ml. As áreas 
cianóticas são melhor visualizadas nos lábios, no ápice nasal, 
nos lóbulos da orelha, no leito ungueal e na polpa digital. 
Quanto à intensidade é classificada em leve, moderada e 
intensa. Pode ser localizada ou generalizada. A localizada 
ocorre devido à obstrução venosa (PORTO, 2009). 
4. Icterícia: coloração amarelada da pele, da mucosa e das 
escleras resultante do acúmulo de bilirrubinas no sangue 
devido a hepatopatologias e lesões obstrutivas em vias biliares 
extra-hepáticas (HARRISON, 2009). 
5. Alterações melânicas: o aumento de melanina caracteriza-se 
por máculas amarronadas, sendo descritas como manchas ou 
máculas hipercrômicas. A diminuição de melanina deve ser 
descrita como mancha hipocrômica e a ausência de melanina 
(Figura 2.02), típica do vitiligo, é uma mancha acrômica 
(AZULAY, 2011). 
39
 
Figura 2.02: Acromia secundária à lesão de lúpus, com algumas áreas 
eritematosas 
6. Púrpuras: são lesões por extravasamento de sangue na pele e 
diferenciam-se do eritema por não sumirem à digitopressão 
(PORTO, 2009). Quando puntiformes são denominadas 
petéquias (Figura 2.03). 
 
Figura 2.03: Petéquias 
40
 
UMIDADE 
Para avaliar a umidade deve-se palpar a pele com as 
polpas digitais. A pele pode estar com umidade normal, seca, 
com umidade aumentada ou sudorética (PORTO, 2009). 
ESPESSURA 
Para avaliar a espessura da pele faz-se pinçamento de 
uma dobra cutânea com os dedos indicador e polegar, sem incluir 
tecido subcutâneo na prega, podendo constatar pele de espessura 
normal, pele atrófica ou pele hipertrófica (PORTO, 2009). 
TEMPERATURA 
Para avaliar a temperatura da pele usa-se a face dorsal da 
mão e dos dedos e sempre se compara com o lado homólogo, 
pois diferenças de temperatura em regiões homólogas têm 
significado semiológico importante,podem indicar distúrbios 
circulatórios. Na avaliação pode-se encontrar temperatura 
normal, aumentada ou diminuída (PORTO, 2009). 
ELASTICIDADE E MOBILIDADE 
Ambas devem ser analisadas simultaneamente. 
Elasticidade é a propriedade que o tegumento tem de se estender 
e retornar à posição inicial quando tracionado e mobilidade é sua 
capacidade de movimentar-se sobre planos profundos. Deve-se 
pinçar uma prega cutânea com polegar e indicador e deslizá-la 
em todas as direções. Assim pode-se encontrar elasticidade 
normal, pele hipo ou hiperelástica e mobilidade normal, reduzida 
ou aumentada (PORTO, 2009). 
TURGOR 
Para avaliar turgor pinça-se com polegar e indicador uma 
prega de pele com tecido subcutâneo. Julga-se turgor normal 
quando a prega se desfaz rapidamente, o que indica pele 
hidratada (PORTO, 2009). 
SENSIBILIDADE 
Deve-se avaliar sensibilidade dolorosa, tátil e térmica. 
Semiotecnicamente se avalia sensibilidade dolorosa tocando com 
a ponta de uma agulha na área, tátil fazendo leve ficção com uma 
41
mecha de algodão e a térmica com dois tubos de ensaio, um com 
água fria e outro com água quente (PORTO, 2009). 
ALTERAÇÕES DO RELEVO OU LESÕES ELEMENTARES 
SÓLIDAS 
Pápula: é uma lesão sólida elevada com menos de 1cm de 
diâmetro (Figura 2.04). Lesões maiores devem ser descritas como 
placas papulosas (PORTO, 2009). 
 
Figura 2.04: Pápulas hipercrômicas 
Nódulo: é uma lesão sólida mais palpável que visível (Figura 
2.05). 
 
Figura 2.05: Nódulos subcutâneos 
42
 
Urtica: são formações eritêmato-edematosas, de forma 
variável e sempre fugazes. 
Queratose: modificação da espessura da pele, que a torna 
mais consistente, dura e inelástica devido ao espessamento da 
camada córnea. Ex: calo. 
Vegetação: lesões sólidas e salientes, com superfície em 
couve-flor; quando rica em queratina deve ser descrita como 
verrucosidade. 
Liquenificação: espessamento da pele com acentuação 
das linhas naturais. 
Edema: pele lisa e brilhante devido ao acúmulo de 
líquido no espaço intersticial (PORTO, 2009). 
LESÕES ELEMENTARES LÍQUIDAS 
Vesícula: lesão pequena, com conteúdo liquido, 
geralmente translúcido, medindo menos de 1 cm de diâmetro. 
Bolha: lesão elevada, com conteúdo líquido, medindo 
mais que 1 cm de diâmetro, pode ter conteúdo hialino ou 
hemorrágico (Figura 2.06). 
 
Figura 2.06: Bolha hemorrágica 
Pústula: é uma vesícula ou bolha com conteúdo 
purulento. 
Abscessos: são coleções purulentas circunscritas e 
proeminentes. São flutuantes, de localização subcutânea ou 
hipodérmica e podem ser de tamanhos variáveis. Abscessos 
43
podem ser classificados em frios e quentes, sendo este designado 
na presença de sinais flogísticos (PORTO, 2009). 
LESÕES ELEMENTARES POR PERDA TECIDUAL 
Erosão: ocorre com a perda do epitélio sem perda da 
derme (Figura 2.07). Quando traumática é chamada de 
escoriação. 
 
Figura 2.07: Erosões submamárias em caso de pênfigo vulgar 
Úlcera: perda de estruturas que compõem a epiderme e 
parte da derme adjacente. A ulceração, ao oposto da erosão, deixa 
cicatriz. 
Fissuras: são perdas teciduais lineares, superficiais ou 
profundas, sem intervenção de instrumentos cortantes. Costumam 
localizar-se em dobras cutâneas ou próximas a orifícios naturais. 
Fístulas: são pertuitos cutâneos que fazem conexão com 
focos de supuração e fazem com que o conteúdo possa fluir. 
Escamas ou descamações: são lâminas epidérmicas secas 
que se desprendem (descamação lamelar) devido ao acúmulo de 
extrato córneo. Quando têm aspecto farináceo, são denominadas 
de descamação furfurácea. 
Crosta: é formada a partir dos ressecamentos de exudatos 
líquidos que recobrem uma área cutânea previamente lesada. 
Pode ser amarelada (serosa ou melissérica), com pus (purulenta) 
ou avermelhada (sanguinolenta). 
Escara: porção de tecido cutâneo necrótico. A área se 
torna escura, insensível e é separada do tecido hígido por um 
sulco (SAMPAIO, 2008). 
44
 
ALTERAÇÕES NA TEXTURA DA PELE 
Para avaliar textura deslizam-se as polpas digitais sobre a 
superfície cutânea 
Atrofia: adelgaçamento de pele, o que a torna fina, lisa, 
translúcida e pregueada (Figura 2.08). Pode ser fisiológica 
(senil). 
 
Figura 2.08: Lesões atróficas lineares (estrias) por uso de corticoide 
tópico potente 
Cicatriz: é a reposição de tecido destruído pela 
proliferação de tecido fibroso subjacente. Podem ter tamanho, 
forma e coloração variáveis, dependendo da lesão primária e das 
características do paciente. 
Fibrose ou esclerose: aumento da consistência da pele 
(Figura 2.09), a qual pode estar aderida a planos profundos 
(PORTO, 2009). 
45
 
Figura 2.09: Placa esclerótica no dorso do pé em caso de 
esclodermia localizada 
FÂNEROS 
CABELOS e PÊLOS 
No exame dos cabelos e pêlos deve-se avaliar o tipo de 
implantação, pois varia de acordo com o sexo e as alterações 
endócrinas, a distribuição, a quantidade, a coloração, assim como 
o brilho, a espessura e a consistência. 
O aumento e a diminuição dos mesmos são descritos 
como hiper ou hipotricose (Figura 2.10). O termo alopecia 
também é utilizado para descrever sua diminuição ou ausência 
(PORTO, 2009). 
46
 
 
Figura 2.10: Hipotricose de sobrancelha e cílios em enfermidade 
genética 
UNHAS 
São placas queratinizadas, se originam na matriz, que é 
área esbranquiçada em meia-lua (lúnula) vista melhor no polegar. 
No exame semiológico das unhas deve-se avaliar configuração, 
forma de implantação, espessura, superfície, consistência, brilho 
e coloração. 
Os seguintes termos devem ser utilizados na descrição 
das alterações: paquioníquia (espessamento da lâmina ungueal); 
onicólise (descolamento da lâmina ungueal); paroníquia (edema 
periungueal); leuconíquia e melanoníquia para aspecto 
esbranquiçado e escuro respectivamente (PORTO, 2009). 
BIBLIOGRAFIA 
1. AZULAY R. D.; AZULAY D. R. Dermatologia. 5. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
2. BRAUNWALD, E.; FAUCI, A.S.; KASPER, D. L. et al. 
Harrison: Princípios de Medicina Interna. 17. ed. São Paulo: 
McGraw-Hill, 2009. 
3. PORTO C. C. Semiologia Médica. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2009. 
4. SAMPAIO, A.P.P.; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Artes Médicas, 2008. 
47
4 - Cabeça e pescoço 
José Camilo de Souza Junior 
Marco André Feracin 
Cezar Arthur Tavares Pinheiro 
A semiologia da cabeça e do pescoço é a parte essencial 
no exame clínico do paciente, visto que alterações nessa região 
podem ser fruto de doença local ou manifestação de doença 
sistêmica (PORTO, 2009). 
1 - Cabeça: 
A sequência do exame sempre começará pela inspeção, 
onde é necessária a avaliação da pele, sobre distribuições de 
pêlos, presença de simetria, cicatrizes, tumorações, ulcerações, 
pigmentações, entre outros. Deve-se ter em mente uma ordem de 
avaliação por partes, a qual está disposta adiante. 
CRÂNIO 
Na inspeção e exame físico do crânio devemos observar: 
Forma: 
Dolicocéfalo: a largura é menor que o comprimento 
Mesocéfalo: medidas semelhantes 
Braquicéfalo: a largura é maior que o comprimento 
Tamanho: 
Microcefalia: é uma condição neurológica em que o tamanho da 
cabeça é menor do que o tamanho considerado ideal para a idade 
do lactente e/ou criança. 
Macrocefalia: é uma condição neurológica em que o tamanho da 
cabeça é maior do que o tamanho típico para a idade do lactente 
e/ou criança. 
48
 
Posição: 
Torcicolo: inclinação lateral da cabeça devido ao 
enrijecimento dos músculos do pescoço, tornando o movimento 
limitado e doloroso. Pode ser congênito ou adquirido. 
Movimentos: 
Tiques: movimentos involuntários, súbitos e repetitivos, 
que envolvem um determinado grupo de músculos. 
Coréicos: movimentos involuntários e descoordenados 
dos membros dos músculos da face. 
Tremores: movimento oscilatório, ritmado, mais ou 
menos regular, produzido por contrações alternadas ou 
irregulares, porem sincrônicas, de músculos antagonistas. 
Palpação do crânio: 
Procurar por abaulamento ou retrações,pontos dolorosos, 
estado das fontanelas ou tumores do couro cabeludo ou ósseo. 
Cabelo: 
Verifique quantidade, implantação e distribuição, textura 
e padrão de perda, se houver. 
Couro cabeludo: 
Verifique se há descamações, protuberâncias, 
abaulamentos ou retrações. Também é importante delimitar as 
suturas e a presença de áreas de sensibilidade aumentadas, nervos 
ou outras lesões. 
FACE 
Conforme Bickley (2005), a inspeção da face é realizada 
a partir do momento em que o paciente entra no consultório. 
Devemos observar a cor da pele, se há ou não a presença de 
palidez, icterícia ou cianose, sinais importantes e que podem 
indicar outras patologias, a textura, a espessura e a presença de 
lesões. Queda das sobrancelhas podem estar presente na sífilis, 
na hanseníase e o hipotireoidismo. 
49
Infecções: 
Erisipela: infecção cutânea provocada geralmente por bactérias, 
causando usualmente eritema, edema e dor. 
Herpes Zoster: é uma virose de incidência rara e que provoca 
afecções na pele. 
Fácies: é a expressão facial do indivíduo e que, por suas 
características, pode lembrar determinadas doenças. 
Atípica – fácies normal, não lembra nenhuma doença 
Acromegalia – aspecto grotesco; proeminência dos ossos frontais 
e malares; há acentuado desenvolvimento da mandíbula 
(prognatismo acentuado = proeminência da mandíbula [maxilar 
inferior]), há crescimento excessivo das partes moles distais do 
corpo (onde existem condroblastos, há crescimento), 
principalmente extremidades; causado por adenoma de hipófise 
produtor de TSH. 
Mixedematosa: observa-se intumescimento difuso (infiltração 
edematosa) do rosto, pálpebras semicerradas, tornando os olhos 
pequenos; lábios grossos, boca semiaberta com macroglossia; 
pele pálida e seca, supercílios escassos; madarose (queda dos 
supercílios nos terços externos); a alteração da pele é o sinal que 
chama mais atenção - observa-se uma tumefação difusa, 
lembrando uma almofada (diferente do edema comum, não cede 
à pressão digital), principalmente na face e dorso das mãos; a 
pele do rosto é amarelada, com poucos pêlos, rosto com 
expressão sonolenta, causada pelo hipotireoidismo. 
Síndrome de Cushing: devido à hiperfunção do córtex adrenal e 
que causa face de “lua cheia”, acne, hirsutismo, obesidade 
centrípeta, gibosidade, estrias violáceas no abdome. 
Hipocrática: característica das caquexias com expressão de 
sofrimento. 
Síndrome renal: edema acentuada das pálpebras, bilateral, 
frequentemente pior pela manhã. 
Tetânica: contração involuntária da musculatura facial com 
trismo (fechamento involuntário dos dentes) formando o “sorriso 
sardônico”. 
Mongoloide: prega epicântica, ponte nasal baixa, orelhas de 
implantação baixa e micrognatismo que caracterizam a fácies da 
Síndrome de Down. 
50
 
Parkinsonismo: representada por uma fisionomia inexpressiva, 
mímica facial diminuída; olhar parado, vago e fixo; imobilidade 
palpebral e elevação dos supercílios; cabeça um pouco inclinada 
para frente; esse conjunto dá a impressão de uma figura de 
máscara: “fácies de máscara”. 
Fácies leonina ou lepromatosa: nas fases avançadas da lepra 
lepromatosa; infiltração da pele - o rosto é deformado pelos 
múltiplos tubérculos, face com rugas rígidas, principalmente ao 
nível das regiões malares, aletas nasais, fronte e mento, há 
também madarose e possivelmente ausência de parte do lábio, do 
nariz ou da orelha. 
Fácies de paralisia facial: evidente assimetria do rosto, desvio da 
comissura labial para o lado são (paralisia dos músculos 
antagônicos), aumento da fenda palpebral e desaparecimento dos 
sulcos faciais do lado paralisado; na paralisia facial periférica, o 
doente não consegue enrugar a testa do lado lesado por 
comprometimento do nervo facial superior, o que não ocorre na 
paralisia central. 
A configuração e a expressão facial podem prestar grande 
auxílio ao diagnóstico clínico. Seria interminável citar todas as 
fácies descritas. Consideramos unicamente as clássicas e as 
devidas a processos gerais e sistêmicos (BICKLEY, 2005). 
Paralisia facial: 
Avaliar a simetria da face (paralisia do VII par craniano), 
através de manobras que testam a mímica facial, solicitando ao 
paciente para fechar os olhos, enrugar a testa, expor os dentes e a 
língua. Com isso há possibilidade de diferenciar a paralisia 
periférica da paralisia central. 
Sinais da paralisia muscular: 
• Hemiface ipsilateral sem prega nasolabial (queda do canto 
da boca) 
• Sinal de Bell: a paralisia facial de Bell é uma paralisia facial 
periférica, ou seja, acomete o nervo facial depois de ele já 
ter deixado o cérebro. 
• Ausência de rugas ou pregas ao redor dos olhos 
• Canto da boca retrai para o lado oposto ao sorrir 
• Baba saliva pelo canto da boca paralisado 
• Lacerações na mucosa oral do lado paralisado 
• Olho seco com irritação corneana 
51
Paralisia Facial Periférica: 
Alterações (Figura 3.01): 
1 - O olho não se fecha, o globo ocular gira para cima 
2 - A comissura nasolabial fica retificada 
3 - A testa não enruga e a sobrancelha não se eleva 
4 - Há paralisia da porção inferior da face 
5 - O olho fecha, às vezes com discreta paresia 
6 - A comissura nasolabial fica retificada 
7 - A testa enruga e as sobrancelhas se elevam 
8 - Há paralisia da porção inferior da face 
 
Figura 3.01: Paralisia Facial Periférica e Paralisia Facial Central 
OLHO 
O exame dos olhos pode ser iniciado com a inspeção das 
pálpebras à procura de alterações como edema uni ou bilateral, 
lesões como xantelasma (placas amareladas na região medial das 
pálpebras causadas por depósitos de colesterol na 
hipercolesterolemia), ptose (queda da pálpebra superior), 
52
 
exoftalmia, ectrópio (borda da pálpebra inferior voltada para 
fora), entrópio (borda voltada para dentro), terçol ou hordéolo 
(inflamação aguda do folículo piloso e um cílio) e o chalázio 
(inflamação crônica da glândula meiboniana). Na inspeção da 
pálpebra, observara a cor, a presença de edema, a posição 
relativamente aos glóbulos oculares e a adequação do fechamento 
palpebral (BICKLEY, 2005). 
Região periocular: 
Cílios: 
Triquíase: quando se encontram virados para dentro 
Madarose: perda ou queda dos cílios 
Poliose: cílios brancos 
Globo ocular: 
Exoftalmia: é a protuberância do olho anteriormente, para fora da 
órbita 
Enoftalmia: é o afundamento do globo ocular, para dentro da 
órbita 
Nistagmo: oscilações rítmicas repetidas e involuntárias de um ou 
ambos os olhos 
Estrabismo convergente: desvio de um dos olhos para dentro 
Estrabismo divergente: desvio de um dos olhos para fora 
Sobrancelhas: inspecione as sobrancelhas, registrando 
quantidade e distribuição dos pêlos, bem como, a presença de 
qualquer descamação na pele subjacente. 
Pupilas: 
Forma: arredondada ou levemente ovalada 
Localização: central 
Tamanho: variável de acordo com claridade do ambiente: 
• Miose: pupila contraída 
• Midríase: pupila dilatada 
• Anisocoria: pupilas de tamanhos diferentes 
Reflexos: 
Fotomotor: é o reflexo que nos permitirá avaliar a contração 
pupilar. Peça ao paciente que olhe para um ponto distante e 
53
ilumine obliquamente cada uma das pupilas com uma luz forte; 
verifique: reação direta – constrição pupilar no mesmo olho e 
reação consensual – constrição pupilar no olho oposto ao 
estímulo luminoso. Se a reação à luz estiver comprometida ou for 
duvidosa, teste a reação à aproximação de objetos com uma 
iluminação ambiente normal. Teste um olho por vez, o que 
facilita a observação das reações pupilares sem a distorção 
provocada por movimentos extraoculares. Segure um lápis ou 
mantenha o seu dedo a cerca de 10 cm do olho do paciente. Peça 
ao paciente para olhar, alternadamente, para o lápis ou o seu dedo 
e para um objeto distante diretamente atrás dele. Observe a 
presença de constrição pupilar associada ao esforço de focalizar 
objetos próximos. 
Acomodação: convergência: ao aproximar um objeto luminoso 
há a contração das pupilas e convergência dos globos oculares. 
Motilidade:Paralisia orbicular: lagoftalmia (VII par) – sinal de Bell 
Paralisia do elevador da pálpebra superior: ptose (III par) 
Paralisia músculo tarsal de Müler: ptose (simpático) 
Movimentação ocular: depende da ação coordenada de seis 
músculos divididos em dois grupos, os retos e os oblíquos. 
Retos: inferior (III par), superior (III par), lateral (VI par) e 
medial (III par) 
Oblíquos: inferior (III par) e superior (IV par) 
O exame para testar a motricidade ocular e verificar a 
integridade dos III, IV e VI pares cranianos é o teste da bandeira 
inglesa. O exame é feito solicitando ao paciente que acompanhe 
o movimento da caneta ou dedo apenas com os olhos, sem mover 
a cabeça. Com a caneta a uma distância de aproximadamente 60 
cm do rosto do paciente, deve-se imitar o desenho da bandeira 
inglesa (Figuras 3.01 e 3.02). 
 
Figura 3.02: Bandeira inglesa 
54
 
 
Figura 3.03: Bandeira inglesa, execução 
Estudo da acuidade visual: a acuidade visual é testada em cada 
olho separadamente, ocluindo o olho que não está sendo 
avaliado. O método mais usado é o da carta ou quadrado de 
Snellen, que deve ficar a uma distância de 6 metros do paciente. 
Esta carta apresenta letras de diferentes tamanhos sendo possível 
determinar a melhor acuidade visual. O método para identificar a 
acuidade visual para perto é a tabela de Jaegger, a distância ideal 
para leitura desta tabela é de 33 cm (BICKLEY, 2005). 
Diminuição da acuidade visual: ambliopia 
Abolição da acuidade visual: amaurose 
Vícios de refração: ametropias (miopia, hipermetropia, 
presbiopia e astigmatismo) 
Estudo do campo visual: hemianopsias, amaurose. 
Campos visuais por confrontação: inicie com os campos 
temporais. Posicione à frente do paciente e solicite-o que olhe 
nos seus olhos e em seguida com os braços abduzidos na altura 
dos ouvidos do paciente, comece a aduzir lentamente, oriente-o a 
apontar o momento que visualizar seus dedos. Devem-se testar 
também os campos superiores e inferiores, movimentando os 
dedos acima da cabeça do paciente e abaixo desta de forma lenta 
em direção central até o paciente referir enxergá-los. É 
importante realizar este teste avaliando cada olho de forma 
independente, para isso pode-se pedir ao paciente que oclua um 
dos olhos com a mão enquanto testamos o outro olho (Figura 
3.04). 
55
 
Figura 3.04: Campos visuais por confrontação 
Aparelho lacrimal: inspecione sucintamente as regiões das 
glândulas e do saco lacrimal quanto à presença de edema. 
Investigar a presença de lacrimejamento excessivo ou 
ressecamento ocular. 
Conjuntiva e esclerótica: peça ao paciente para olhar para cima 
enquanto você comprime suas duas pálpebras inferiores com os 
polegares, expondo a esclerótica e a conjuntiva. Inspecione a 
esclerótica e a conjuntiva palpebral, verificando cor e registrando 
o padrão vascular observado sob o fundo branco da esclerótica. 
Pesquise nódulos ou edemas. Caso você precise de uma visão 
global do olho, coloque o polegar e o indicador, respectivamente, 
sob os ossos da bochecha e da sobrancelha e afaste bem as 
pálpebras. Peça ao paciente que olhe para a direita, para a 
esquerda e para baixo. Esta técnica proporciona uma boa 
visualização da esclerótica e da conjuntiva bulbar, mas não da 
conjuntiva palpebral superior. Para isso, é necessário everter a 
pálpebra (Figura 3.05). 
56
 
 
Figura 3.05: Exame da conjuntiva e da esclerótica 
Córnea e cristalino: com uma iluminação oblíqua, pesquise nas 
córneas dos dois olhos a presença de opacificação, registrando 
aquelas observadas no cristalino visualizadas através da pupila. 
Íris: inspecione as duas íris ao mesmo tempo. As marcações 
devem estar claramente definidas. 
Teste de convergência: peça para o paciente que acompanhe o 
seu dedo ou o lápis enquanto você o desloca na direção do nariz 
dele. Os olhos convergentes normalmente acompanham o objeto 
até 5 cm a 8 cm do nariz (Figura 3.06). 
 
Figura 3.06: Teste da convergência 
Exame oftalmoscópico (fundo de olho): 
Segundo Bickley (2005), o exame oftalmoscópio é de 
grande importância devido à ampla gama de doenças que afetam 
o olho, causando alterações que podem ser visualizadas através 
deste procedimento. Para uma melhor visualização do fundo de 
57
olho, escureça o recinto. Gire o disco de lente para 0 dioptria (a 
dioptria é a unidade que mede o poder de uma lente para 
convergir ou divergir luz). Nessa dioptria, a lente nem converge 
nem diverge a luz. Mantenha o dedo na margem do disco da 
lente, para que possa girar o disco e focalizar a lente para 
examinar o fundo de olho. Peça ao paciente para olhar para um 
ponto fixo. A cerca de 40 cm deste e a um ângulo de 
aproximadamente 15º lateralmente a sua linha de visão, ilumine a 
pupila com o feixe luminoso do oftalmoscópio, observe o reflexo 
vermelho e desloque o aparelho e o rosto até se aproximar bem 
da pupila (Figura 3.07). Através dela observa-se o fundo de olho 
onde devemos analisar o disco óptico ou papila, a retina, os vasos 
retinianos e a mácula (Figura 3.08). 
Etapas para o exame do disco óptico e da retina: primeiramente, 
localize o disco óptico. Procure a estrutura redonda amarelo-
alaranjada situada na parte nasal da retina. Se, de início, você não 
conseguir observá-la, siga o vaso sanguíneo no sentido central até 
conseguir. 
Inspecione o disco óptico: 
• A claridade ou nitidez do contorno do disco 
• A coloração do disco 
• O tamanho da escavação fisiológica central, se existir 
• A presença de pulsações venosas 
• A simetria comparativa dos olhos e achados do fundo de 
olho 
Inspecione a retina: inclusive artérias e veias que se dirigem para 
a periferia, cruzamentos arteriovenosos, a fóvea e a mácula. 
Diferencie artérias e veias com base nas características listadas 
abaixo: 
Cor: 
Artérias: vermelho-claro 
Veias: vermelho-escuro 
Tamanho: 
Artérias: menor 
Veias: maior 
58
 
Reflexo luminoso: 
Artérias: intenso 
Veias: irrelevante ou ausente 
 
Figura 3.07: Posição para o exame de fundo de olho 
 
Figura 3.08: Imagem de um fundo de olho e exemplo de cruzamento 
de uma artéria sobre uma veia 
Os números da Figura 3.08 correspondem a: 
1 – Artéria 
2 – Veia 
3 – Disco óptico 
4 – Escavação fisiológica 
59
Finalmente, direcione o feixe de luz lateralmente ou 
solicite ao paciente para olhar diretamente para a luz e inspecione 
a fóvea e a mácula circundante. Exceto em pessoas idosas, um 
minúsculo reflexo no centro da fóvea irá ajudá-lo a se orientar. 
Reflexos luminosos brilhantes são comuns na região macular de 
jovens. 
NARIZ: 
Conforme Porto (2009), o exame do nariz é realizado 
basicamente pela inspeção e pela rinoscopia anterior e posterior. 
À inspeção devemos analisar a forma, o tamanho, a cor, as 
movimentações das asas do nariz nas insuficiências respiratórias 
e nas pneumonias graves e o sentido do olfato. Pesquise a 
presença de assimetrias ou deformidades nasais que podem ser 
próprias ou não patológicas ou patológicas como as traumáticas, 
a acromegalia, tumores, entre outras. 
Algumas patologias apresentam alterações características no 
nariz como por exemplo: 
• Nariz em sela na sífilis 
• No LES coloração avermelhada pelo eritema escamoso nos 
malares e no nariz 
• Rinofima no alcoolismo 
• Avermelhado na acne rosácea 
• Azulado na cianose 
Inspecione a parte interna do nariz, com um otoscópio, 
usando o maior espéculo otológico disponível. Incline a cabeça 
do paciente um pouco para trás e introduza o espéculo 
delicadamente no vestíbulo de cada narina, evitando o contato 
com o septo, que é mais sensível. Deve-se inspecionar a mucosa 
nasal, o septo nasal e verificar a presença ou não de anormalidade 
como úlceras ou pólipos. 
Rinoscopia posterior: deve ser realizada por especialista 
por ser um exame de grande dificuldade técnica e que necessita 
de anestesia. 
Seios paranasais: o exame é feito palpando-se com os 
polegares diretamente sobre os seios frontais e maxilares, 
verificando a existência ou não de dor. Aperte a parte ósseadas 
sobrancelhas, de cima para baixo (cuidado com os olhos), para 
60
 
palpar os seios frontais. Em seguida, aperte os seios maxilares, de 
baixo para cima (Figura 3.09). 
 
Figura 3.09: Exame dos seios paranasais 
OUVIDO: 
Quanto à inspeção e ao exame físico do ouvido, devem-se 
observar deformidades, aumento ou diminuição de uma ou 
ambas, orelhas supranumerárias, presença de nódulos úricos, 
tumores malignos (epiteliomas), cistos sebáceos e hematomas 
(BICKLEY, 2005). 
Conduto auditivo externo: é avaliado pela otoscopia, feita 
através de um otoscópio. 
Audição: pode ser de dois tipos – por via aérea ou óssea. A via 
aérea, que analisa a audição neurossensorial dura o dobro, em 
tempo, da audição por via óssea. Existem dois tipos de surdez – 
por lesão na cóclea ou por obstrução do conduto auditivo 
externo. Para avaliação existem dois testes – de Rinne e de 
Weber. 
Canal auditivo e tímpano: para retificar o canal auditivo, segure 
firme e delicadamente o pavilhão auricular, tracione-o para cima 
e para trás, afastando-o um pouco da cabeça. Introduza o 
espéculo delicadamente no canal auditivo, direcionando um 
pouco para baixo e para frente (Figura 3.10). Inspecione o canal 
auditivo, registrando presença de secreção, corpos estranhos, 
vermelhidão da pele ou edema. Inspecione o tímpano, registrando 
sua coloração e seu contorno. Identifique o cabo do martelo, 
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observando sua posição, e inspecione o processo curto do 
martelo. 
 
Figura 3.10: otoscopia 
Acuidade auditiva: para avaliar a audição examine um ouvido 
de cada vez. Peça ao paciente que tampe um dos ouvidos com o 
dedo. Em seguida, a uma distancia de 30 a 60 cm do paciente, 
expire totalmente e cochiche suavemente na direção do ouvido 
não ocluído. Se necessário, aumente o tom de sua voz até um 
cochicho de média intensidade, um cochicho forte e, em seguida, 
um tom de voz baixo, médio e alto. Para garantir que o paciente 
não lerá os seus lábios, cubra a boca e obstrua a visão do paciente 
(LÓPEZ, 2004). 
Condução aérea e óssea: introduza uma discreta vibração no 
diapasão. 
Teste de lateralização (Weber): apoie a base do diapasão em 
suave vibração firmemente no topo da cabeça do paciente ou no 
meio da sua testa (Figura 3.11). Pergunte onde ele escuta o som: 
se em um ou nos dois lados. Normalmente, o som é escutado na 
linha média ou nos dois ouvidos. Se o paciente nada ouvir, tente 
novamente, aplicando uma compressão um pouco mais firme do 
diapasão sobre a cabeça. Na perda auditiva unilateral de 
condução, o som é percebido lateralmente ao ouvido 
comprometido. Na perda sensorineural unilateral, o som é 
percebido no ouvido íntegro. 
62
 
 
Figura 3.11: Teste de lateralização (Weber) 
Teste de Rinne: compare a condução aérea (CA) e a condução 
óssea (CO). Coloque a base do diapasão em suave vibração sobre 
o osso mastoide, por trás da orelha e no mesmo nível que o canal 
auditivo (Figura 3.12). Quando o paciente deixar de ouvir o som, 
aproxime o diapasão rapidamente do canal auditivo e verifique se 
o paciente volta a escutá-lo. Normalmente, o som é escutado 
mais tempo quando é conduzido através do ar do que através do 
osso (CA > CO). Na perda auditiva de condução, o som é 
percebido através do osso por um intervalo tão ou mais longo do 
que o som conduzido pelo ar (CO = CA ou CO > CA). Na perda 
auditiva sensorineural, o som é ouvido por mais tempo através do 
ar (CA > CO) (BICKLEY, 2005). 
 
Figura 3.12: Teste de Rinne 
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BOCA E FARINGE 
Exame físico: de acordo com Porto (2009), verificar se há 
prótese total, retirá-la para exame da mucosa subjacente. Mucosa 
edemaciada e vermelho brilhante sugerem ferida causada pela 
prótese. Podem ocorrer espessamento ou infiltrações teciduais 
sugestivas de malignidade. (3) 
Com o paciente de boca aberta e a língua colocada para fora, 
com um abaixador de língua visualizar a orofaringe. Examine os 
pilares anteriores e os posteriores, as amígdalas, a úvula e a 
faringe posterior. Com uma espátula testar o IX e o X pares 
cranianos. Procure notar sua coloração, sua simetria e ver se não 
há exsudato, edema, ulceração ou hipertrofia das amígdalas. 
Examinar os lábios: avaliar coloração, umidade, existência de 
nódulos, ulcerações ou rachaduras. 
Mucosa oral: examine a boca do paciente e, com ajuda de uma 
boa iluminação e um abaixador de língua, pesquise a coloração 
da mucosa oral e a presença de úlceras, placas esbranquiçadas e 
nódulos (Figura 3.13). 
 
Figura 3.13: Exame da cavidade oral 
Gengiva e dentes: note a coloração das gengivas, que 
geralmente é rosada. A pigmentação segmentar é comum em 
pessoas negras, porém pode também aparecer em outras pessoas. 
Inspecione a borda das gengivas e as papilas interdentárias, 
pesquisando a presença de edema ou ulcerações. Inspecione os 
dentes (BICKLEY, 2005). 
Céu da boca: inspecione a cor e a arquitetura do palato duto. 
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Língua e assoalho da boca: peça ao paciente que coloque a 
língua para fora e verifique a sua simetria. Esta manobra serve 
para testar o nervo hipoglosso (XII par). Observe a coloração e a 
textura da língua. Inspecione os lados e a superfície inferior da 
língua e do assoalho da boca, regiões onde o câncer é mais 
frequente (Figura 3.14). 
 
Figura 3.14: Exame da língua 
Faringe: peça ao paciente que abra a boca novamente, desta vez 
sem colocar a língua para fora, e solicite a ele diga “ah” ou 
boceje. Este gesto permite uma boa visualização da faringe. Se 
isso não for possível, comprima firmemente, com o abaixador de 
língua, a região média da língua arqueada. Simultaneamente, 
peça ao paciente que diga “ah” ou boceje. Observe a elevação do 
palato mole – este é um teste para o X par craniano (nervo vago). 
Examine o palato mole, os pilares anteriores e posteriores, a 
úvula, as amígdalas e a faringe posterior. Observe coloração e a 
simetria, bem como, a existência de exsudatos, edema, ulcerações 
ou hipertrofia amigdaliana. 
2 - Pescoço: 
INTRODUÇÃO 
O pescoço normalmente é cilíndrico e de contorno 
regular sem abaulamento ou retrações. Sua posição fisiológica é 
mediana e acompanha o grande eixo da coluna. A mobilidade 
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deve ser livre e indolor, e os batimentos arteriais são rítmicos, 
fortes, amplos, com movimentos de expansão e retração 
(PORTO, 2009). 
Exame físico: 
Inspecione o pescoço, verificando simetria e presença de 
massas ou cicatrizes. Pesquise aumento de glândulas e gânglios 
visíveis. Avalie forma e volume, aumento da tireoide, linfonodos, 
parótidas, tumorações (Figura 3.15). Quanto à posição pode ser 
normal/mediana, seguindo eixo da coluna. Pode haver alterações 
como torcicolo, afecções da coluna cervical (fraturas, luxações). 
Quanto à movimentação pode ser ativa e passiva, com flexão, 
extensão, rotação, lateralização. Localizar e comparar batimentos 
arteriais e venosos, os pulsos carotídeos e venosos. 
 
Figura 3.15: Exemplo de aumento da tireóide caracterizando bócio 
Palpação de linfonodos: para palpar linfonodos deve-se expor o 
pescoço por completo, o médico se posiciona à frente ou atrás do 
paciente e deve estar atento para não confundir com estruturas da 
região (parótidas e glândulas salivares). A palpação se dá através 
das polpas digitais e face ventral dos dedos médio, indicador e 
anular. Observar tamanho, formato, delimitação, consistência e 
hipersensibilidade dos gânglios (Figura 3.16). 
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Figura 3.16: Palpação de linfonodos 
Linfonodos a serem palpados (Figura 3.17): 
1. Pré-auriculares: à frente da orelha 
2. Auriculares posteriores: sobre o processo mastoide 
3. Occipitais: na base do crânio 
4. Amigdalianos: ângulo da mandíbula 
5. Submandibulares: entre o ângulo e a ponta da mandíbula 
6. Submentonianos: na linha média, um pouco atrás da ponta da 
mandíbula 
7. Cervicais superficiais: superficiais aos esternomastoideos 
8. Cervicais posteriores: borda anterior do trapézio 
9. Cervicais profundos: profundamente ao esternomastoideo 
10. Supraclaviculares: entre a clavícula e o esternomastoideo

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