Buscar

Material 1 ano saberes


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Escola Estadual José Gonçalves dos Santos – 1°
Período: 08/02 a 26/02
Ciências e Saberes do Campo
PROFESSORA: Iraciely Aguiar Vicente
ALUNO (A):____________________________________________________________
 PRINCÍPIOS DE AGROECOLOGIA: a ação do agrotóxico no ambiente 
A área de ciências e saberes do campo tem como objetivo valorizar os saberes dos locais, construídos pelos estudantes e comunidade onde estão inseridos e os conhecimentos científicos organizado e constituído no ambiente escolar, pensando nisso esta aula tem como objetivo avaliar o conhecimento prévio dos educandos sobre agroecologia, o uso de agrotóxicos e suas implicações no meio ambiente e na saúde, conhecer os conceitos básicos que envolvem a ecologia e compreender os efeitos dos agroquímicos nas cadeias alimentares e no ecossistema. Para isso propomos a leitura do texto extraído da Cartilha sobre Agroecologia de Mehl (2016):
ECOLOGIA E OS AGROTÓXICOS A utilização de agrotóxicos é a 2ª maior causa de contaminação dos rios no Brasil, a agricultura o mais de 99% dos venenos aplicados na lavoura não atingem a praga alvo. Então, pode-se dizer que mais de 99% dos agrotóxicos vão para os rios, para o solo, para o ar e para a água subterrânea. A água poluída com agrotóxicos irá prejudicar diretamente a fauna e a flora aquática. Se o veneno que chega nas águas for o herbicida, o efeito é direto e pode, por exemplo, matar as plantas aquáticas. Se o rio for contaminado por um veneno que mata animais, pode ocorrer a morte de algumas espécies de peixes menores. (ECO DEBATE 2012). Quando seres herbívoros menores morrem por ação de um agrotóxico que mata plantas, o restante da cadeia alimentar estará comprometida. Pois aprendemos que seres autótrofos, dão início a cadeia alimentar tanto na água como na terra.
Na cadeia alimentar acima percebemos que onde agrotóxicos matam a vegetação natural (“ervas daninhas”), os insetos (“pragas”) vão buscar seus alimentos em lavouras vizinhas. Quando então, mais agrotóxicos são lançados sobre as lavouras para matar esses insetos. O desmatamento também pode levar a problema semelhante. Poluentes não biodegradáveis que se acumulam ao longo da cadeia, merecem destaque o DDT e o BHC (inseticidas) muito e usados em insumos agrícolas. Nesse caso, os seres humanos, por serem consumidores terciários, têm sua saúde exposta a sérios riscos, como diversos tipos de cânceres, lesões hepáticas e pulmonares, esterilidade, danos aos sistemas nervoso e muscular, doenças de pele, distúrbios renais e outras complicações (INFOESCOLA: Magnificação Biológica). Esse tipo de impacto sobre os seres vivos, pode ser melhor entendido nos seres aquáticos. Observe que no desenho abaixo, uma pessoa poderia ter pescado e comido o peixe maior, que acumulou grande quantidade de agrotóxico através de sua alimentação.
Contextualizando as Ciências 
Agora vamos estudar alguns conceitos do Currículo Básico, abordando temas clássicos sobre ecologia como: Ecossistema, Espécie, Comunidades e populações, Fatores Bióticos e Abióticos, Cadeias Alimentares, Nicho Ecológico, entre outros temas correlatos que também podem ser encontrados no livro didático de Biologia.
 Busque estabelecer as inter-relação com os efeitos e consequências da ação dos agrotóxicos no meio ambiente, por meio de informações contidas nesta unidade.
Vejamos alguns conceitos básicos da ecologia: 
Ecologia é uma ciência que estuda o meio onde os seres vivos vivem. Entretanto, essa ciência é bastante complexa, sendo responsável por estudar também a interação dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem; 
Ecossistemas – conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona. 
Espécie pode ser definida como um conjunto de indivíduos muito semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar filhos férteis 
Populações – o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vive numa mesma área por um determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996. 
Comunidades- conjunto de populações de diferentes espécies que vivem em uma mesma região. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos.
Nicho ecológico – é o conjunto de condições e recursos que permitem a uma espécie sobreviver no ambiente. Podemos dizer que ele representa o papel ecológico de um indivíduo no ecossistema. Ex.: leão atua como predador devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes. Na reprodução existe um macho dominante que escolhem suas parceiras, algumas leoas cuidam dos filhotes, enquanto outras caçam. O leão precisa proteger o seu bando de outros grupos de leões.
Cadeia alimentar - Sequência linear na qual a energia dos alimentos é passada de um nível trófico para outro. 
Fatores bióticos - São componentes sem vida de um ecossistema, tais como água, gases, solo e umidade. 
Fatores abióticos – São componentes sem vida de um ecossistema, tais como água, gases, solo e umidade.
A (AGRO)ECOLOGIA NO DIA A DIA 
Agora que já compreendemos alguns conceitos básicos de ecologia, de como os agrotóxicos interferem na dinâmica dos ecossistemas e dos seres que o compõem, vamos conhecer um pouco mais sobre a agroecologia, uma alternativa sustentável para a produção de alimentos e conservação do meio ambiente. 
AGROECOLOGIA É UMA ALTERNATIVA PARA REDUÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS 
Alimentação saudável é um sinônimo de bem-estar, disposição e saúde. Na busca por qualidade de vida, uma das alternativas é investir no consumo diário de produtos orgânicos, cultivados através de modelos como a agroecologia. Esse modelo de produção não só garante a ingestão de alimentos livres de quaisquer aditivos químicos, assim como fertilizantes artificiais, pesticidas e herbicidas, como também, de outros tipos de produtos sintéticos que sejam nocivos à saúde e que possam causar a degradação do meio ambiente. 
Agroecologia: O que você precisa saber sobre os perigos dos agrotóxicos 
O Brasil é, desde 2008, um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Só em 2013, de acordo com o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, foram produzidas mais de 400 toneladas de agrotóxicos e inseticidas no país. Por ano, cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos através do consumo de alimentos contaminados. O consumo constante de alimentos contaminados por aditivos químicos oferece diversos riscos à saúde, promove a degradação do solo, a contaminação da água e, até mesmo, do ar. Segundo dados da “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida”, os fertilizantes artificiais e agrotóxicos ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações e só perdem para picadas de animais peçonhentos e intoxicações com produtos de limpeza. Entre os problemas ocasionados pela ingestão diária de pesticidas, herbicidas e fertilizantes artificiais, é possível identificar a infertilidade masculina, reações alérgicas e diversos distúrbios, entre eles, os respiratórios, cardíacos, pulmonares, endócrinos e do sistema imunológico, entre outros. Pensando nos riscos que o consumo desses produtos oferece à saúde e ao meio ambiente, foram desenvolvidos modelos de produção agrícola que dispensam o uso de aditivos químicos e valorizam o processo de produção orgânica, como é o caso da agroecologia. A agroecologia é um modelo de produção agrícola que se preocupa em manter a produtividade do solo a longo prazo e, para isso, utiliza de artifícios que mantenham a terra em condições férteis de produção para que ela possa ser reutilizada em novos plantios. Entre esses artifícios estão a compostagem, o uso de defensivos naturais, a rotação de culturas, a diversidade no plantio, entre outros.
Agroecologia é alternativa para cultivo agrícola mais sustentável 
Por: Raiza Tourinho e Graça Portela (Icict/Fiocruz) 
De um lado,um cenário de uso indiscriminado de agrotóxicos, intoxicações, do outro, cultivos mais sustentáveis, relações de trabalho e comercialização mais justas. É essa a solução que a agroecologia promete oferecer ao Planeta. Mas dá mesmo para sonhar com um futuro sem agrotóxicos? 
A vice-presidente executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal – Sindiveg (que representa a indústria dos agrotóxicos), Silvia Fagnani, argumenta que, considerando o modelo de produção “adotado” no Brasil, o uso de agrotóxicos “é a única forma viável de suprir a demanda por produção de alimentos e energia necessária para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050”. Fagnani não deixa dúvidas do pensamento que rege o modelo de produção agrícola hegemônico no Brasil: “O uso da tecnologia protege os cultivos, aumentando a produtividade, e poupam (sic) tempo de tarefas e, sobretudo, o enorme esforço físico dos agricultores e trabalhadores rurais. O consumo de defensivos agrícolas no Brasil é demandado, além disso, pelo fato de sua agricultura estar sob o clima tropical, o que exige emprego sistemático de tecnologias para controle de pragas e doenças. Além de contar com até três safras anuais, a produtividade no Brasil cresce de maneira muito mais acelerada do que a área plantada, aumentando a disponibilidade de alimentos preservando o meio ambiente”. 
Para a presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) e professora da Universidade Federal de Viçosa, Irene Maria Cardoso, a agroecologia é sim capaz de alimentar o mundo. “O que a agroecologia não é capaz é de alimentar o agronegócio, porque tem uma cadeia de insumos para agricultura que coloca o agricultor subserviente à indústria. Este pensamento de que o agronegócio alimenta o Brasil, não é verdade. Ele alimenta a balança comercial. Se não repensarmos o Brasil como produtor primário, vamos ficar refém do agronegócio. Então é o modelo de desenvolvimento que tem de ser repensado”, afirma. 
Esse novo modelo, segundo ela, passa por cadeias curtas de comercialização, cortando diversos intermediários, além da valorização e utilização do saber tradicional, e não apenas o técnico. “É uma outra lógica. Antes, quem sabia tudo da agricultura eram os técnicos. Só que esses agricultores desenvolveram conhecimento na compreensão ecológica e cultural dos sistemas alimentares, porque quando eles manejam tem um componente cultural, não é só técnico. Esse componente cultural, de conhecimento dos processos e interações dos sistemas alimentares, foi desenvolvido em 10 mil anos. Como é que pode pegar esse conhecimento e jogar no ralo? Sem ele, a agroecologia não vai sustentar o mundo”, afirma Irene Cardoso. 
Mas, como fazer que esse conhecimento seja identificado, valorizado e reconhecido? A pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa afirma que “é preciso dizer aos cientistas que eles não são os únicos detentores da verdade”: “Isso é derrubar um paradigma científico. Eles falam que agroecologia não pode alimentar o mundo, porque não querem perder o lugar na produção de alimentos no mundo. Uma produção de qualidade questionável, que traz resultados danosos ao meio ambiente e ao homem, comprovado em inúmeros estudos científicos. O que a agroecologia não é alimenta é este pensamento que quer se beneficiar de uma agricultura perversa, com os agricultores, com os consumidores, com a natureza”, destaca. De um lado, um cenário de uso indiscriminado de agrotóxicos, intoxicações, do outro, cultivos mais sustentáveis, relações de trabalho e comercialização mais justas. É essa a solução que a agroecologia promete oferecer ao Planeta. Mas dá mesmo para sonhar com um futuro sem agrotóxicos? 
A vice-presidente executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal – Sindiveg (que representa a indústria dos agrotóxicos), Silvia Fagnani, argumenta que, considerando o modelo de produção “adotado” no Brasil, o uso de agrotóxicos “é a única forma viável de suprir a demanda por produção de alimentos e energia necessária para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050”. 
Fagnani não deixa dúvidas do pensamento que rege o modelo de produção agrícola hegemônico no Brasil: “O uso da tecnologia protege os cultivos, aumentando a produtividade, e poupam (sic) tempo de tarefas e, sobretudo, o enorme esforço físico dos agricultores e trabalhadores rurais. O consumo de defensivos agrícolas no Brasil é demandado, além disso, pelo fato de sua agricultura estar sob o clima tropical, o que exige emprego sistemático de tecnologias para controle de pragas e doenças. Além de contar com até três safras anuais, a produtividade no Brasil cresce de maneira muito mais acelerada do que a área plantada, aumentando a disponibilidade de alimentos preservando o meio ambiente”. 
Para a presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) e professora da Universidade Federal de Viçosa, Irene Maria Cardoso, a agroecologia é sim capaz de alimentar o mundo. “O que a agroecologia não é capaz é de alimentar o agronegócio, porque tem uma cadeia de insumos para agricultura que coloca o agricultor subserviente à indústria. Este pensamento de que o agronegócio alimenta o Brasil, não é verdade. Ele alimenta a balança comercial. Se não repensarmos o Brasil como produtor primário, vamos ficar refém do agronegócio. Então é o modelo de desenvolvimento que tem de ser repensado”, afirma. 
Esse novo modelo, segundo ela, passa por cadeias curtas de comercialização, cortando diversos intermediários, além da valorização e utilização do saber tradicional, e não apenas o técnico. “É uma outra lógica. Antes, quem sabia tudo da agricultura eram os técnicos. Só que esses agricultores desenvolveram conhecimento na compreensão ecológica e cultural dos sistemas alimentares, porque quando eles manejam tem um componente cultural, não é só técnico. Esse componente cultural, de conhecimento dos processos e interações dos sistemas alimentares, foi desenvolvido em 10 mil anos. Como é que pode pegar esse conhecimento e jogar no ralo? Sem ele, a agroecologia não vai sustentar o mundo”, afirma Irene Cardoso. 
Mas, como fazer que esse conhecimento seja identificado, valorizado e reconhecido? A pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa afirma que “é preciso dizer aos cientistas que eles não são os únicos detentores da verdade”: “Isso é derrubar um paradigma científico. Eles falam que agroecologia não pode alimentar o mundo, porque não querem perder o lugar na produção de alimentos no mundo. Uma produção de qualidade questionável, que traz resultados danosos ao meio ambiente e ao homem, comprovado em inúmeros estudos científicos. O que a agroecologia não é alimenta é este pensamento que quer se beneficiar de uma agricultura perversa, com os agricultores, com os consumidores, com a natureza”, destaca "Contaminação ambiental por agrotóxicos".
Projeto de Lei sobre agrotóxicos, o 'PL do veneno' põe o lucro acima da saúde das pessoas
Em 1962, a bióloga Rachel Carson decidiu tornar públicos seus estudos, feitos durante quatro anos e meio, sobre as sérias consequências na saúde humana do DDT, inseticida até então muito usado. Sua tese, chamada "Primavera Silenciosa", é até hoje considerada um marco para os ambientalistas: começou ali a verdadeira revolução em defesa do meio ambiente. E da humanidade, por extensão. Carson mexeu num vespeiro, quando deixou no ar, pela primeira vez, a pergunta: o que vale mais? O lucro que se obtém com plantações sem pragas e cheias de substâncias tóxicas, ou a saúde das pessoas que serão impregnadas por elas? 
A bióloga já não estava viva quando, dez anos depois do lançamento de sua obra, o presidente Kennedy mandou suspender o uso do DDT. Morreu cedo, vítima de um ataque cardíaco, deixando várias mensagens importantes em seu livro, apontando nomes de vários produtos, além do DDT, usados largamente e que não resistem a uma investigação laboratorial sobre seu efeito nocivo nas pessoas: 
"O ser humano é a única, entre todas as formas de vida, que consegue criarsubstâncias causadores de câncer – as quais, na terminologia médica, são chamadas de carcinógenas... Os dois maiores grupos de inseticidas, os hidrocarbonetos clorados e os fosfatos orgânicos, afetam diretamente o sistema nervoso... Há evidências, e não há razão para que não sirvam como um alerta de que não é mais sensato assumir o risco calculado de saturar o nosso meio ambiente com pesticidas", escreveu a Dra. Carson. 
A repercussão de seu trabalho, como não podia deixar de ser, foi grande. Os países industrializados, aqueles que haviam adotado o uso de pesticidas como um modo "seguro" de preservar as lavouras sem prejuízo para os trabalhadores e consumidores, começaram a fazer suas próprias pesquisas e a banir algumas substâncias. Aqui no Brasil, com a Constituinte de 1988, o assunto começou também a ser pesquisado e a incomodar. 
A Lei 7.802, de julho de 89, rege o uso e a comercialização dos agrotóxicos. Mas, de lá para cá, foi recebendo tantos anexos que hoje está bem distante do que já foi. Até que o Senador Blairo Maggi, hoje ministro da Agricultura, decidiu, em 2002, criar um pacote para revogar a lei e flexibilizar mais o uso de agrotóxicos no país. Aqui, é preciso abrir um parêntesis para dizer que o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos no mundo. Além disso, várias dessas substâncias que são proibidas em outros países, porque fazem mal à saúde humana, aqui são bem-vindas. 
Feito o comentário, vamos aos fatos: o tal pacote que Maggi criou e que foi apresentado pelo relator Luiz Nishimori (PR-PR), recebeu um apelido pouco simpático, mas condizente com o que se propõe: Pacote do Veneno. Com o objetivo claro de facilitar a vida apenas da indústria de alimentos, que lucrariam muito mais com a aquisição de produtos para matar pragas nas suas imensas redes de monoculturas, o conjunto de medidas contribui para botar o país na contramão do mundo, já que há uma mobilização global forte contra o uso de agrotóxicos. Uma das providências que o PL toma é trocar o nome: de agrotóxicos ou defensivos agrícolas para fitosanitários. E a justificativa para fazer esta e outras mudanças na lei é que o país burocratiza demais a compra de tais produtos, o que emperra o "desenvolvimento da produção agrícola". 
Conversei com Paula Johns, diretora geral da ACT Promoção de Saúde – organização engajada na prevenção de fatores de risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis – e ela foi contundente na crítica a vários pontos do PL, especialmente este: "Se o Brasil está com problemas de burocracia, tem que resolver mesmo, mas com mecanismos que lidam com a burocracia, e não abrindo mão do rigor científico. O caminho que foi adotado com a proposta do PL consegue a proeza de unir tudo o que há de pior, tanto para o interesse da agricultura quanto da saúde, do meio ambiente, do país como um todo. O que se precisa é chegar num modelo agrícola de menos dependência de agrotóxicos, e o caminho do PL é no sentido oposto, de cada vez se tornar mais dependente dos agrotóxicos. Isto é insustentável no longo prazo", disse-me ela, por telefone. 
Há uma grande mobilização contrária, não só da sociedade civil como de vários órgãos institucionais. Nesta segunda-feira (28) mesmo, a Abrasco e a Associação Brasileira e Agroecologia – Aba, com o apoio da Fiocruz, entregaram ao deputado federal Alessandro Molon (RJ) o "Dossiê Científico e Técnico contra o Projeto da Lei do Veneno (PL 6299/2002) e a favor do Projeto de Lei que instituiu a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos". Trata-se de uma compilação de 15 notas técnicas já lançadas contra a PL 6299/2002, e busca dar embasamento científico para as discussões sobre o tema. Conversei também com Adriana Ramos, coordenadora do Programa de Política e Direito Socioambiental do do Instituto Socioambiental, e ela me atualizou com relação a como está o processo no terreno da política: 
"A mobilização da sociedade civil gerou um impasse que ajudou a atrasar a aprovação, e isso é muito bacana. O que está acontecendo agora é que, como este ano é curto na agenda legislativa (tem Copa do Mundo, eleições, recesso), há uma tentativa de se aprovar várias propostas que estão vindos de uma forma muito truculenta. Especialmente a bancada do agronegócio. Mas o que há nas conversas de bastidores é que tem uma certa insustentabilidade para fazer o projeto avançar por causa da pressão", disse-me ela. E quem faz pressão contra o uso abusivo dessas substâncias tóxicas, sabe muito bem o que está fazendo. Não foi à toa que abri este texto com a memória de Rachel Carson, considerada a precursora do movimento ambientalista, e que conseguiu provar, tão precocemente, os efeitos que tais produtos causam. O melhor da história é saber que sim, é possível obter uma boa produção agrícola sem precisar envenenar terra e plantas. O pior é saber que, para isso, é preciso enfrentar quem se alia e é beneficiado pela grande indústria de alimentos. "Existem tecnologias mais sustentáveis que dão conta para o produtor fazer o manejo das pragas de forma sustentável. O que acontece é que tem gargalos no sistema agrícola que impedem o pequeno produtor de ter acesso a créditos para poder se ferramentar devidamente", disse-me Paula Johns. 
Em resumo, o que Paula diz é o seguinte: se o produtor não optar pela monocultura, ele não tem acesso a crédito. E a monocultura, como se sabe, é um campo fértil para pragas. Já a diversidade de plantações torna o solo mais saudável, portanto menos suscetível. Mas dá mais trabalho e não consegue fazer jus à necessidade de venda em largas escalas. A boa notícia, segundo me afirma Adriana Ramos, é que a mobilização está atuando para que o PL não seja aprovado. Vale assinar petições online e vale também mandar mensagens para deputados pedindo que não votem o projeto. 
"A lógica é, sem dúvida, uma lógica de constrangimento para impedir que passe uma lei totalmente pautada para o interesse privado e anti interesse público", diz ela. De quebra, se passar, essa lei vai ajudar a retroceder ainda mais o país, sobretudo no cenário internacional. Há democracias mais ou menos fortes no mundo que agem no sentido de proteger as pessoas e o meio ambiente, sem deixar o lucro em primeiro lugar. No fim das contas, como lembra Paula Johns, é preciso, sim, reavaliar as políticas agrícolas, mas "poderíamos estar discutindo com maturidade política, buscando soluções para atender a melhoria da nossa produção agrícola, da nossa produtividade, com técnicas que não vão nos deixar ainda mais dependentes do agrotóxico". 
1. Registre em seu caderno o que aprendeu dos conceitos mencionados (Ecossistema, Espécie, Comunidades, Populações, Fatores Bióticos e Abióticos, Cadeias Alimentares, Nicho Ecológico). ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 
2. Através das informações que você aprendeu nesta unidade, faça uma redação de 20 a 30 linhas, buscando realizar uma inter-relação com os efeitos e consequências da ação dos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde humana. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
 3. As questões abaixo têm o objetivo de avaliar seu conhecimento prévio sobre os assuntos que serão tratados na Unidade. 
a) O que são agrotóxicos? 
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) Na sua opinião, os agrotóxicos podem causar danos (fazer mal) ao Meio Ambiente? Justifique a sua resposta: 
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 
c) Os agrotóxicos podem fazer mal para os Seres Humanos? 
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 
d) Responda com suas palavras, o que significa Agroecologia? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
e) Você já ouviu falar em Revolução Verde? Se sim, o que significa: 
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 
f) A partir da sua vivência, explique o que você conhece sobre Adubação Verde. 
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
g) Você já ouviu falar em compostagem? Descreva o que você conhece sobre esse assunto. 
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
h) Em sua opinião é possível praticar agricultura e ter boa produção sem utilizar agrotóxicos? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Você já ouviu falar na “PL do veneno”, Projeto de Lei Projeto de Lei 6299/02 que visa atualizar a lei dos agrotóxicos, e mudar o termo “agrotóxico” para “defensivo fitossanitário”? Os defensores do projeto visam aumentar a produtividade no campo, já que as regras dessa lei vão facilitar a regulação e distribuição das substâncias, que, indiscutivelmente são tóxicas. Com base no que você aprendeu, registre em seu caderno argumentos que demonstrem se você é contra ou a favor deste projeto. De acordo com posição escolhida, escreva um texto argumentativo apontando as vantagens ou desvantagens do uso do agrotóxico, levando em consideração as questões ambientais, de saúde e econômica. Os argumentos escritos por você servirão posteriormente para um debate no retorno às aulas. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
5- O que rege a Lei 7.802, de julho de 1989?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6- No que se baseavam os estudos de Rachel Carson? Qual era a questão que norteava seus estudos? Justifique.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Continue navegando