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Resenha Crítica - Avaliação de Impactos Ambientais

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Referência: HOLT, Diane; LITTLEWOOD, David ; Identificação, mapeamento e monitoramento do impacto e morganizações híbridas - California Management Review vol. 57, Nº 03, Primavera 2015.
Identificação, mapeamento e monitoramento do impacto em organizações híbridas
Existe uma urgente necessidade de se compreender melhor os impactos das organizações, em virtude de seu crescimento rápido e da proliferação global na última década, pois as mudanças no mercado mundial estão ocorrendo cada vez de forma mais rápida e constante e as organizações são obrigadas a buscar inovações e desenvolver projetos cada vez mais ousados em busca de um diferencial competitivo, e utilizando-se de ferramentas certas de gerenciamento de negócio, monitoranto os riscos e as oportunidades, pode-se uma organização manter-se no mercado com foco nos seus objetivos e podendo alcançar os resultados almejados.
As organizações híbridas existem em todos os negócios e estão em vários os países tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, e podem visar lucro ou não, envolvendo pequenas, média e grandes empresas. Uma de suas características de mais relevância é adoção de uma ética de negócio que tem a missão priorizada no objetivo social e/ou ambiental ao invés do retorno econômico, e tendo em vista esse objetivo, elas “sacrificam” os retornos financeiros tangíveis ou reinvestem seus lucros (totalmente ou grande parte deles), a fim de maximizar a criação do valor social ou ambiental menos tangível. Tais organizações movem-se além da atividade tradicional da responsabilidade social corporativa, conforme (Holt & Littlewood, 2015).
Segundo o artigo, o mapeamento de impactos de organizações híbridas é bem mais difícil que o comum, porque se deve mapear onde e como esse impacto acontece e monitorar de forma qualitativa para se analisar o enfrentamento dos diversos desafios sociais, ambientais e econômicos em diferentes aspectos de suas atividades, sendo crucial compreender e poder demonstrar o impacto, identificando-o e medindo-o para se poder gerenciá-lo. Sendo assim, foi realizado um mapeamento da natureza da hibridação, baseadas em Moçambique, Quênia, Zâmbia e Africa do Sul. 
A proliferação de tipos diferentes de organizações híbridas que lidam com diversos desafios sociais e ambientais são difíceis de serem barradas devido a região da Africa Subsaariana ter um contexto bastante diferenciado e recursos limitados. A falta de instituições de estado fortes, o não acesso à educação, pobreza extrema, sistema de saúde precário, saneamento deficiente, corrupção e falta de infraestrutura, levam à criação de mercados que procuram ocupar os vazios institucionais, afim de enfrentar esses desafios não controláveis em relação ao desenvolvimento sustentável.
Cada vez mais as empresas sem fins lucrativos estão interagindo com as organizações híbridas. Isso está acontecendo com mais constância porque as multinacionais almejam incorporar sua responsabilidade no desenvolvimento sustentável o que agrega valor à sua imagem. Essa inclusão melhora a compreensão do mapeamento de impacto, transformando em um mapeamento de impacto híbrido. Tais organizações movem-se além da atividade tradicional da responsabilidade social corporativa (CSR), com duas características atuando como pilares básicos no modelo de negócio que elas criam e no tipo de impacto que almejam.
O processo de Mapeamento de Impacto Hibrido (Hy-Map) reflete ideias para as organizações mais tradicionais que procuram ajuntar elementos da atividade híbrida e criação de valor misturado associado em suas operações, para explorar seus impactos potenciais nas comunidades dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A partir da identificação de interações, usando o processo Hy-Map, eles podem desenvolver os indicadores específicos do contexto relevantes para eles e suas partes interessadas, afim de rastrear seu impacto em relação ao tempo, tal como a Fundação Book Bus desenvolveu seus próprios indicadores de impacto para medir o impacto em escolas parceiras. Para serem eficazes, os modelos operacionais precisam refletir, ser adaptados e expressar as oportunidades criadas por condições ambientais loca is específicas, especialmente nos países em desenvolvimento.
Os negócios, ao projetar ou modificar modelos de negócio, produtos e serviços novos ou já existentes, estão reconhecendo oportunidades para se obter lucro e criação de um valor compartilhado, para enfrentar desafios de desenvolvimento sustentável. O surgimento de uma agenda de desenvolvimento “trade not aid”, ou seja, comprar produtos dos países em desenvolvimento, ao invés de apenas enviar doações tem ocorrido constantemente em países em desenvolvimento, reconhecendo a necessidade da “co-criação” do valor com os mais pobres, incorporando a participação ativa deles. Assim, as organizações híbridas são atores importantes.
O termo “organização híbrida” ganhou recentemente a atenção internacional como um termo abrangente do que designações, tal como “empresa social,” refletindo a heterogeneidade de formas legais, missões e contextos que as tornam modelos de empresa social “lucrativa”, mas que particularmente na África, levou a discussões que sugerem que nenhuma empresa social deve obter lucros, apenas operar puramente sem fins lucrativos.
A definição do termo “hibridação”, é aquele que reconhece que algumas organizações podem obter certo lucro e ainda adotar missões sociais/ambientais sem fins lucrativos e possuem algumas definições como centralidade de uma missão social e/ou ambiental, focado na criação de valor econômico; na geração de renda em virtude de negócios relacionados com a missão ou não (diferente de caridade); nas estruturas de governança participativa com envolvimento ativo das partes interessadas e relacionamentos das partes interessadas baseados em resultados mútuos de benefício e de sustentabilidade; na distribuição de lucro limitada com lucros ou superávits reinvestidos em causas sociais e nas soluções inovadoras ligadas à criação de um modelo de negócio ou uma atividade comercial.
O entendimento sobre as organizações hibridas será embrionário enquanto forem retratadas de forma “inequivocamente positivas”, com seus fundadores considerados como heróis que “estão mudando o mundo”. Identificar, mapear e avaliar os impactos positivos e negativos das organizações híbridas são, portanto, os principais componentes para entender o valor que elas de fato criam ou desgastam.
O nosso trabalho de campo durou 24 semanas, incluindo visitas a essas empresas e debates ou observações. Os paíse escolhidos para o trabalho de campo foram de contexto nacional e níveis de renda distintos: Moçambique (após o conflito), Zâmbia (baixa renda, sem litoral), Quênia (renda média a baixa) e África do Sul (o mais desenvolvido institucional e economicamente no continente africano). Os 20 possuem idade, tamanhos diferentes, têm missões sociais e/ou ambientais diversas, fundações econômicas distintas e possuem uma mistura de distribuições lucrativas ou investimentos sem fins lucrativos.
A partir dos depoimentos observados no estudo de caso, pode-se afirmar que hove sim uma melhora nas comunidades alcançadas pelas organizações hibridas. Os casos estudados mostraram que as organizações híbridas operam frequentemente em tais parcerias multissetoriais complexas e em todos os casos o impacto econômico em seus principais grupos específicos de partes interessadas foi significativo, mas raramente limitado apenas àqueles que “trabalharam” para a organização. Algumas híbridas focam em desafios na comunidade e em desenvolvimento sustentável nacional.
Compreender o impacto gerado pelas organizações híbridas é de grande importância para o foco nas diversas áreas de atividades e sua esferas sociais, ambientais e econômicas e na própria mudança do cenário corporativo, trazendo o entendimento dos pontos positivos e negativos na criação de valor, no desenvolvimento sustentável e fatos ambientais de grande relevância para próprio cenário internacional, sem contar que
grandes investimentos hoje, geram um enriquecimento da imagem da organização, uma valoração de grandes proporções, principalmente em projetos que geram impactos no desenvolvimento sustentável, na preservação do meio ambiente, no combate da desigualdade social.
A principal ideia retradada nesse artigo, com relação as organizações híbridas, é que elas devem ser um modelo a ser copiado e compartilhado pela demais organizações, pois não se pode mais manter uma visão unilateral de modelo de negócio, onde se almeje apenas o lucro a qualquer custo, mas sim à modelos de negócio que trazem uma política de desenvolvimento sustentável, na preservação do meio ambiente, na geração de valores, no desenvolvimento da comunidade, a partir do combate à desigualdades sociais.

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