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0 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2 2 CICLOS DE VIDA E ÉTICA DO ENVELHECIMENTO ....................... 3 3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ........................................... 5 3.1 Alterações Antropométricas ................................................................. 6 3.2 Sistema Osteomioarticular ................................................................... 9 3.3 Sistema Nervoso Central .................................................................... 11 3.4 Sistema nervoso autônomo ................................................................ 15 4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS DO ADULTO E DO IDOSO 18 4.1 Transição Demográfica e Transição Epidemiológica ......................... 19 4.2 Transição Nutricional .......................................................................... 21 5 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ADULTO E DO IDOSO ........... 23 5.1 Alterações visuais .............................................................................. 23 5.2 Alterações do sistema vestibular ........................................................ 24 5.3 Alterações musculoesqueléticas e ósseas ......................................... 25 5.4 Alterações cardiovasculares ............................................................... 28 5.5 Alterações neurológicas ..................................................................... 30 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 33 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 CICLOS DE VIDA E ÉTICA DO ENVELHECIMENTO Fonte: idosos.com.br A vida é um ciclo de nascimento, crescimento, maturidade, envelhecimento e morte individuais. A adaptação em todas as fases é um grande desafio para o ser humano, pois geralmente significa perder autonomia no final da vida e mudar a situa- ção humana. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), nos últimos 20 anos, a taxa de crescimento da população idosa no Brasil teve aumento gradual. Como motivo do aumento do número de idosos, pode-se destacar a melhoria na qualidade de vida, mesmo que tenham novas prioridades, como a própria indepen- dência. Além disso, o aumento da população idosa está relacionado à menor taxa de crescimento populacional e menor taxa de fecundidade. Segundo Kalache (2007), “Os países desenvolvidos ficam ricos primeiro e de- pois envelhecem. Países como o Brasil já envelhecem antes de enriquecerem. Nesse contexto, é necessário analisar que essa mudança está ocorrendo em um país com alta vulnerabilidade e desigualdade social, extrema pobreza e instituições fragilizadas. Negri (2004) acredita que as condições eternas e a compreensão da existência coletiva e da consciência irão transcender a própria morte. Isso está relacionado à ideia de morte pessoal, pois a eternidade do comportamento humano ainda existe, ou 4 seja, ela pode ser "lembrada" mesmo após a morte, portanto a morte só ocorre fisica- mente. Mercadante (1997, p. 2) destacou a importância de se compreender a velhice como um fato natural e cultural: “É natural, então se for entendida como fenômeno biológico, mas porque a abrange. Também se tornou imediatamente um fato cultural de conteúdo simbólico, mostrando diferentes formas de comportamento e expressão." Com base nisso, para tratar a saúde do idoso, mesmo que haja certos proble- mas de saúde no organismo, deve-se considerar que esta é a última e mais abundante etapa da vida. Na revitalização de vida, temos vivido algumas experiências, como o crescimento e o envelhecimento, as fases da criança e do adolescente, nomeada- mente o brincar, o estudo e o crescimento. O estágio intermediário, a vida, o envelhe- cimento na vida, o trabalho, a construção e a produção familiar. Escolha sempre suas prioridades para que possa aproveitar a vida e ousar viver após a aposentadoria. Com o desenvolvimento de experiências e sentimentos, o processo do idoso se amplia e se integra ao aprendizado que está se estabelecendo, de forma a compreender os interesses da população idosa e resguardar seus direitos E fazer um plano aberto à maioria das pessoas é um comportamento social importante. No entanto, a vida sexual dos idosos nem sempre é natural. Um idoso que ex- pressa seu desejo sexual espontaneamente é considerado um desvio, como se esti- vesse violando a "lei do bom senso". Isso também é verdade dentro da família, porque os filhos dificilmente reconhecem as necessidades sexuais de seus pais quando eles admitem, eles veem de uma forma depreciativa (RIBEIRO, 2007). Schirrmacher (2005) apontou que, pela primeira vez na história da humanidade, o número de idosos ultrapassará crianças e jovens, e o número de idosos superará crianças e jovens pela primeira vez. O envelhecimento será um processo coletivo, pois as gerações compartilham o envelhecimento ao mesmo tempo histórico. O idoso é uma unidade social, independentemente da idade, trará transforma- ções individuais e coletivas para a sociedade. A questão do envelhecimento ainda é polêmica, pois desde o nascimento, infância, adolescência e idade adulta, todos os processos de vitalidade humana foram rejeitados. Ao se eleger e comparar com os padrões de beleza adotados pelos jovens, não percebe que envelhecer significa mais do que doença, solidão, privação, dependência, tristeza e depressão. Considerando 5 que o movimento de transição de uma fase do ciclo vital para outra é natural e seguro. Na verdade, é natural mudar a cultura desde a infância. É preciso desenvolver uma nova estratégia para levar a vida ao limite da hu- manidade. O relógio biológico humano atingiu entre 90 e 95 anos. Esses valores foram aceitos por alguns pesquisadores. Nas próximas décadas, o relógio biológico deverá se expandir ainda mais. Portanto, é urgente criar um novo tipo de envelhecimento positivo. As características de vida, emoção social, inteligência e tempo de produção social, superando assim o estigma da discriminação. Segundo Debert (2003, p. 51), a velhice não é uma categoria natural, mas, como qualquer outra categoria de idade, é uma construção histórica e social. A cons- trução de categorias sociais depende de um ritual que elabora e define simbolica- mente o espaço, necessidades, comportamentos, direitos e obrigações. Portanto, essa composição de identidade é complexa e diversa para todos. 3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Fonte: www.esteticistacomovoce.com.br 6 3.1 Alterações Antropométricas Fonte: brasiltelemedicina.com.br As alterações antropométricas referem-se a alterações no ser humano que al- teram o seu estado normal e têm impacto negativo nas capacidades funcionais e nas atividades diárias, além de serem alterações nas dimensões físicas, como peso, alturae composição corporal (MATSUDO, 2000) O processo de envelhecimento ocorre devido ao envelhecimento e leva ao de- clínio das funções do sistema orgânico, fazendo com que o corpo humano não consiga realizar as atividades diárias da mesma forma. É importante notar que este processo não acontecerá completamente aos 60 anos, ele é proveniente do decorrer da exis- tência do ser humano (SOUSA, 2015) Com o envelhecimento, há uma tendência de redução das capacidades e fun- ções físicas. Em termos de capacidade física, alterações sensoriais, déficits cognitivos e diminuição dos reflexos e níveis de concentração (ARAUJO, 2015). A perda da capacidade cognitiva não só levará ao declínio da memória, aten- ção, orientação e concentração, mas também agravará ainda mais a vida dos idosos. Dificuldade de percepção em um contexto social. Com isso, sua autonomia funcional irá diminuir, sendo necessário acompanhar sempre seus familiares de acordo com o grau de lesão e o declínio de suas habilidades físicas, sensoriais e cognitivas (ARA- UJO, 2015). 7 Para medir e realizar a avaliação antropométrica, existem várias formas de ve- rificar peso, altura, diâmetro e comprimento ósseo, circunferência Espessura corporal, espessura de dobras cutâneas (DOC), índice de massa corporal (IMC) ou Quetelet, índice de afilamento e índice de relação cintura/quadril (MONTEIRO, 2002) Por meio dos resultados da avaliação, é possível descobrir o risco de certas doenças para os indivíduos, o que pode prevenir essas doenças e levar ao envelhe- cimento com maior qualidade de vida (MONTEIRO, 2002). Por meio da antropometria, é possível verificar as mudanças que ocorrem du- rante o envelhecimento por meio de mudanças no peso, altura e composição corporal, pois a anatomia é diferente de quando você era jovem. Alguns dos fatores que causam essas mudanças são dieta, exercício físico, fatores psicossociais e doenças (MAT- SUDO, 2000). As alterações antropométricas relacionadas à idade afetarão os ossos, as arti- culações e os músculos dos idosos, portanto, um valor antropométrico superior ao normal pode levar ao aparecimento da doença (ROACH, 2001). A queda de altura é causada pela compressão das vértebras, pois a perda de água faz com que os discos intervertebrais se estreitem, tornando-os secos e finos. O encurtamento da coluna vertebral leva à deformidade e corcunda, que é chamada de cifose. As articulações dos pulsos, tornozelos, ombros, cotovelos, quadris e joelhos são cavidades preenchidas com fluido viscoso que atua como um lubrificante, ou seja, fluido sinovial. Essa perda de líquido leva à redução da amplitude de movimento, ou seja, a amplitude de movimento fica mais curta e a flexibilidade diminui (MATSUDO, 2000). Devido à perda de peso, as pessoas sentem alterações musculares, que tor- nam os músculos mais frouxos e finos, principalmente na região dos braços, pernas e pescoço, tornam os músculos do quadril e joelho mais rígidos e interferem no índice de massa corporal. O IMC é calculado dividindo a massa corporal (kg) pela estatura ao quadrado (m²). Nos idosos, quando o valor é superior ao normal (entre 26 e 27), há evidências de prevalência de doenças cardiovasculares e diabetes; quando o valor é inferior a esses valores, além da obesidade, há também câncer, respiratório e Risco de morte por doenças infecciosas. 8 Com a perda de peso que ocorre gradualmente com a idade, ocorre a perda de carne magra, aumento de gordura e diminuição da massa óssea. A população feminina tende a ter excesso de peso, pois o pico do IMC das mulheres está em torno de 60 a 70 anos, enquanto o pico do IMC dos homens está entre 45 e 49 anos, posteriormente apresentando declínio (MATSUDO, 2000). A prática de exercícios físicos rotineiros do idoso afetará a melhora da capaci- dade funcional e o retorno do processo de envelhecimento: em muitos casos, a ten- dência dos idosos que não praticam exercícios por não praticarem é o aumento do percentual de gordura e a diminuição da massa muscular (DANTAS, 2009). O exercício físico ajuda a prevenir defeitos relacionados à idade, especialmente se realizado ao longo da vida; o exercício de resistência promove o aumento da massa muscular de homens e mulheres, reduzindo assim a incidência e deterioração da os- teoporose, diabetes tipo 2, arteriosclerose e hipertensão (FECHINE, 2012). Deve-se enfatizar que o exercício físico deve ser corretamente orientado e re- alizado, exercícios resistidos ou aeróbicos, como dança e hidroginástica, e está em- penhada em melhorar o corpo como um todo eles desempenham um papel importante na prevenção de doenças e defeitos funcionais, as alterações antropométricas são minimizadas, o que promove o aumento da composição corporal, o retardo das dores articulares, o aumento da densidade óssea e os aspectos fisiológicos, como o au- mento do Vo2 máximo, a circulação periférica e a redução do peso corporal (SOUSA, 2015). 9 3.2 Sistema Osteomioarticular Fonte: www.fisiomedsaj.com.br O processo de envelhecimento leva ao declínio gradual das funções fisiológicas gerais do indivíduo; esta seção discute as principais mudanças relacionadas aos os- sos, músculos e sistema articular. Os processos patológicos que afetam o sistema osteomioarticular podem ter diferentes causas, que são exacerbadas ou aceleradas pelo processo de envelheci- mento. As principais causas são divididas nas seguintes categorias: a) hereditárias: ocronose, hemoglobinopatias, doença de Gaucher, hemocro- matose, doença de Wilson, hemofilia, displasias osteoarticulares, hiperelasticidade e síndrome de Ehler-Danlos; b) endócrinas e adquiridas: fratura articular, meniscectomia, osteonecrose, neuroartropatia, enregelamento, obesidade, doença de Paget, acromegalia, hipotire- oidismo e hiperparatiroidismo; c) causas inflamatórias: artrite séptica, artrite reumatoide, gota, condrocalci- nose e artrite reativa. Alterações ósseas no processo de envelhecimento 10 Os adultos apresentam uma taxa de formação óssea estável desde os 35 anos. Além disso, há uma série de fatores que afetam o sistema esquelético, entre os quais diminui a taxa de absorção de ferro, cálcio e vitaminas. Com o passar dos anos, a atividade de absorção torna-se mais intensa e está relacionada a fatores como a deficiência de vitamina D, que é um dos fatores que causam a mineralização óssea e redução da hidroxilase. O rim é responsável pela formação do colocalciferol, e o colocalciferol é responsável pela absorção intestinal de cálcio. As consequências desse "desequilíbrio" afetam diretamente a matriz óssea, tornando-a dismineralizada, ou seja, porosa. A osteoporose é o exemplo mais comum de doença óssea que afeta os idosos. É caracterizada por uma doença óssea sistê- mica, seguida por uma diminuição da massa óssea, o que torna os ossos frágeis e sujeitos a fraturas. Alterações musculares no processo de envelhecimento É possível detectar as alterações anatômicas e fisiológicas causadas pelo pro- cesso de envelhecimento relacionadas ao sistema muscular, importantes para as con- dições funcionais, como o declínio da força muscular e da flexibilidade. A complicação dessas mudanças fisiológicas na estrutura corporal é a sarco- penia, que é uma redução na altura da massa corporal magra e leva a uma diminuição da força muscular em idosos. Esta diminuição na capacidade do músculo de produzir força leva à presença de encurtamentos musculotendíneos, e o resultado é a elasticidade da pele também pode ser um fator na ocorrência de quedas (OGATA, 1977). Alterações articulares no processo de envelhecimento A artropatia afeta principalmente as articulações periféricas, afetando 16,2% da população brasileira, principalmente idosos; 75% das pessoas com mais de 65 anos e 10% das pessoas com mais de 60 anos têm limitações físicas (BRANDT, 1998e KAYSER, 2014). O desequilíbrio da cartilagem hialina é considerado um conceito de doença de- generativa, que propõe manifestações clínicas com diferentes graus de comprometi- mento funcional (BRANDT, 1998). 11 Referente ao quadro clínico, recebe a designação de artrose, osteoartrose ou osteoartrite (esta atualmente preterida). Processo de degradação a cartilagem articu- lar pode ser primária ou secundária, com diferentes causas, como doenças genéticas, endócrinas, articulares e inflamatórias que causam dores articulares (BRANDT, 1998). A artropatia pode causar a degeneração da cápsula articular, levando a limites e mudanças na vida diária dos idosos dos ligamentos, tendões e líquido sinovial afe- tam seriamente as atividades funcionais da população idosa (OGATA, 1977). Percebe-se que mudanças importantes ocorreram na estrutura corporal dos idosos. A dor crônica é considerada um alerta precoce de doença, afetando cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, e está relacionada às articulações e ao sistema musculoesquelético. A dor deve estar relacionada ao sistema musculoesquelético, e os critérios sin- tomáticos devem ser considerados preditores de disfunção e utilizados como pré-di- agnóstico para o controle da incapacidade e prevenção de doenças crônicas osteoar- ticulares. Com isso, os idosos ficam mais vulneráveis, o que costuma limitar o funciona- mento em suas atividades instrumentais da vida diária (AVDIs) ou até mesmo nas atividades da vida diária (AVDs) (MENESES, 2013). 3.3 Sistema Nervoso Central Mesmo que não haja doença séria, o processo de envelhecimento afetará dire- tamente o sistema nervoso central e, gradativamente, causará declínio cognitivo. O sistema nervoso central é basicamente composto por dois tipos principais de células: neurônios, que são responsáveis pelas funções básicas de recepção, proces- sar e enviar informações e células gliais (MACHADO, 2018) O envelhecimento neurológico é caracterizado por alterações na morfologia, histologia e fisiologia neural. Essas mudanças podem ocorrer nos níveis macroscópico e microscópico (CANÇADO, 2002). Alterações Macroscópicas do SNC 12 A cada dez anos após os 25 anos, o tamanho do cérebro diminuirá em cerca de 1,4% a 1,7%; áreas como o córtex dos lobos frontal e temporal sofrem reduções mais acentuadas quando comparadas às do lobo occipital (Figura abaixo). Mudanças em sulcos e curvas também podem ser óbvias, largos/profundos e estreitando respectivamente. O cérebro pode ser dividido de acordo com a concentra- ção de corpos celulares nos neurônios. Por um lado, no córtex e nos músculos está a massa cinzenta do sistema nervoso central. Por outro lado, a área dentro do córtex possui um grande número de áreas de extensão de neurônios, principalmente axô- nios, chamadas de substância branca. A partir dos 65 anos estes sofrem uma redução nas fibras inter-hemisféricas frontais e temporais (Figura abaixo) Além dos neurônios e das células gliais, o cérebro também é formado pelo es- paço por onde circula o líquido cefalorraquidiano, que é criado na estrutura chamados de ventrículos; com o processo de envelhecimento e as consequentes alterações já mencionadas, os ventrículos se alargam e aumentam volume (figura abaixo). 13 Em resumo, de acordo com os principais autores citados no quadro abaixo, resume-se as alterações macroscópicas sofridas pelo envelhecimento ao nível do sis- tema nervoso central, principalmente relacionadas à diminuição do volume cerebral, o que explica algumas alterações importantes na percepção dos idosos. 14 Alterações microscópicas do SNC No que diz respeito às alterações microscópicas do sistema nervoso central, estas obviamente estão relacionadas com alterações nos processos fisiológicos, cau- sadas por perda gradual de células nervosas e reações químicas (ANDRADE, 1987). As principais alterações microscópicas são: hipotrofia neural, redução de neu- rotransmissores, acúmulo de lipofuscina e degeneração grânulo-vacuolar. - Hipotrofia Neural A morte celular e a distrofia neuronal são caracterizadas pela perda de subs- tância branca no cérebro, que se acredita ser a principal causa das alterações no sistema nervoso em nível microscópio durante o envelhecimento. Este processo envolve algumas mudanças no mecanismo de estado estacio- nário. À medida que envelhecem, os indivíduos tendem a apresentar defeitos na sín- tese proteica e no controle genético de fatores neurotróficos (24). No cérebro de ido- sos, devido a alterações na estabilidade das moléculas de RNAm, a síntese de RNA é significativamente reduzida, portanto, a síntese de proteínas é reduzida, principal- mente nos giros pré-centrais, temporais e hipocampal, células piramidais do hipo- campo e cerebelo (PITTELA, 1996). A hipotrofia neural fará com que o corpo celular do neurônio se retraia, resul- tando em um declínio da capacidade funcional, pois sua estrutura celular muda (cito- estrutura), o que reduz a capacidade de transmitir sinais. - Neurotransmissores Como mencionado anteriormente, a síntese de proteínas com o processo de envelhecimento, portanto, o papel dos neurotransmissores é prejudicado, pois depen- dem de enzimas e segundos mensageiros, e também diminuem devido à diminuição da síntese proteica. As alterações relacionadas aos principais neurotransmissores são divididas em dopaminérgicos, colinérgicos, noradrenérgicos e serotoninérgicos: a) dopaminérgicos: essa redução de neurotransmissores afeta várias regiões do encéfalo, mas, principalmente, o tronco encefálico; tal fato pode ser comprovado, pois é a região onde se encontra a maior concentração de neurônios noradrenérgicos 15 e dopaminérgicos, que são os mais afetados, sendo os responsáveis pelas alterações motoras presentes em idades avançadas; (CANÇADO, 2002) b) colinérgicos: outras alterações também estão presentes no processo de en- velhecimento, como a redução dos níveis de catecolamina, acetilcolina, receptores colinérgicos e ácido gama-aminobutírico (GABA). A consequência da redução da fun- ção colinérgica são as deficiências cognitivas que podem aparecer no idoso, como a redução da atenção e da concentração; c) noradrenérgicos: no que diz respeito à concentração de hormônios noradre- négicos, não há um consenso na literatura, alguns autores afirmam haver redução dessa substância no cérebro de idosos, outros, entretanto, relatam haver redução apenas na substância negra cerebral. O fato é que essa redução pode ser responsável por parte dos déficts cognitivos e motores; d) serotoninérgicos: não há um consenso em relação aos níveis de hormônios serotoninérgicos, alguns autores afirmam que há redução nos níveis de serotonina, enquanto outros, em seus estudos, não comprovam tal fato, afirmando não haver re- dução significativa (BERNARROCH, 1993). - Lipofuscina O resultado do acúmulo de lipofuscina não é claro, mas é considerado um dos sinais do envelhecimento das células neuronais em idosos, causado pela perioxidação de lipídios poli-insaturados membranas biológicas. Degeneração grânulo-vacuolar A degeneração grânulo-vacuolar é causada pelo processo de autofagia da pro- teína Tau nos lisossomas e é caracterizada pela presença de vacúolos múltiplos ou isolados no pericárdio das células neural. 3.4 Sistema nervoso autônomo O sistema nervoso autônomo pode ser subdividido em sistema nervoso simpá- tico, parassimpático e entérico. Sua principal função é manter o equilíbrio entre o am- biente interno e o externo (denominado homeostase), ou seja, quando os sinais de estímulos internos indicam a necessidade de algum ajuste quando o SNC ativa o sis- tema autônomo, o sistema executa ações compensatórias, como controle da pressão 16 arterial. Portanto, este é o sistema motor dos órgãos internos, tecido muscularliso, como vasos sanguíneos e glândulas exócrinas. O sistema nervoso parassimpático é responsável por manter o equilíbrio do estado de repouso, enquanto o sistema nervoso simpático é responsável pela res- posta ao estresse, e o sistema intestinal é responsável pela função intestinal (HAR- TIKAINEN, 1988) O sistema cardiorrespiratório, o trato gastrointestinal e o sistema genito-urinário são regulados pelo sistema nervoso autônomo e atuam de forma coordenada para manter a homeostase no corpo do indivíduo, sendo este o principal sistema afetado pelo desequilíbrio autonômico. - Alterações cardiovasculares O sistema nervoso autônomo regula significativamente as atividades cardíacas, como frequência cardíaca, pressão arterial e ritmo cardíaco (MOTTA, 2004). O pro- cesso de envelhecimento fisiológico do sistema cardiovascular pode levar a mudanças funcionais e estruturais. Em relação às mudanças na estrutura do coração, essas mu- danças estão relacionadas a como amiloides, lipídios, cálcio e fibrose miocárdica (MOTTA, 2004). Em relação às alterações estruturais das artérias, à medida que envelhecem, perdem a elasticidade devido à calcificação excessiva e tornam-se rígidas. Este pro- cesso é denominado arterioloesclerose (KATIRCIBASI, 2005). Os reflexos dos barorreceptores e quimiorreceptores também estão presentes no processo de envelhecimento e podem ser o resultado de alterações vasculares como a excitação do nervo simpático (KATIRCIBASI, 2005). Em relação às alterações funcionais, o processo de envelhecimento também afetará o controle autônomo da função cardiovascular, ou seja, a frequência cardíaca interna e as alterações simpáticas e parassimpáticas do coração, resultando em:O tônus vagal, atenuação dos mecanismos regulatórios autonômicos e aumento do tônus simpático (ALENCAR, 2002). 17 - Alterações gastrointestinais O sistema gastrointestinal também sofre com o processo de envelhecimento fisiológico. Como no sistema cardiovascular, podem ocorrer alterações nos níveis fun- cional e estrutural. Da boca ao ânus, o acometimento ocorre em todo o sistema. Dependendo da localização do trato gastrointestinal, as seguintes são as principais mudanças: Boca: na cavidade oral, a atrofia da mucosa pode causar uma diminuição do paladar, tornando-a mais suscetível a doenças (FERRIOLLI, 2002). A produção de saliva também é reduzida, de modo que a produção de ptialina é prejudicada, dificul- tando os estágios iniciais do processo de digestão dos carboidratos; Esôfago: Reduz a inervação interna do esôfago com o avançar do envelheci- mento, as contrações peristálticas tornam-se assíncronas, causando disfagia e refluxo gastroesofágico em idosos (FERRIOLLI, 2006); Estômago: O processo de envelhecimento leva a alterações nas principais se- creções gástricas, como a produção de pepsina e fatores intrínsecos. Essas altera- ções levam a um efeito protetor enfraquecido na mucosa gástrica, tornando-a mais suscetível a lesões e alterações epiteliais; Fígado: Na forma e na função, o envelhecimento prejudica a função hepática. Do ponto de vista morfológico, o tamanho do órgão é reduzido, mas em termos de função, sua atividade de excreção é reduzida e o metabolismo de substâncias, como certos medicamentos, também é reduzido (ALENCAR, 2002); Vesícula biliar: O seu esvaziamento é retardado pelos seguintes motivos a sen- sibilidade da Colecistocinina diminui, o que aumenta a incidência de cálculos biliares (SOUZA, 2002); Pâncreas: Em relação às alterações funcionais, os idosos têm desacelerado a secreção de insulina e lipase lentificadas (ALVES, 2010); Intestino delgado: As principais alterações que afetam o intestino delgado estão relacionadas à redução da absorção nutrientes, como vitamina D e B1, ácido fólico e lipídios, são o resultado de vilosidades intestinais reduzidas e superfícies mucosas (ERMIDA, 1995 E SOUZA, 2005); 18 Intestino grosso: Em termos de forma e função, o processo de envelhecimento afetará o intestino grosso, as principais alterações estão relacionadas à fraqueza mus- cular e alterações da mucosa, que tornam o idoso sujeito a divertículos, tumores e constipação intestinal (ERMIDA, 1995 E SOUZA, 2005); Reto e ânus: As principais mudanças no processo de envelhecimento está re- lacionado às alterações musculares do esfíncter externo, alterações do colágeno e diminuição da força muscular, o que reduz a capacidade de retenção de fezes e leva à incontinência fecal em idosos. - Alterações genitourinárias O processo de envelhecimento leva a uma diminuição gradativa da função re- nal, que é causada por processos fisiológicos, mas com a presença de fatores pato- lógicos como hipertensão arterial e diabetes mellitus, também se deteriora, o que tam- bém afeta o sistema renal (ALVES, 2010). Em relação ao envolvimento da bexiga, alterações morfológicas, como atrofia da uretra, músculos pélvicos enfraquecidos e perda da elasticidade uretral e do colo da bexiga, podem causar incontinência urinária e urgência miccional. 4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS DO ADULTO E DO IDOSO Fonte: up.sigvaris.com.br 19 4.1 Transição Demográfica e Transição Epidemiológica O envelhecimento populacional está intimamente relacionado ao processo de transformação demográfica e epidemiológica. Com as mudanças no comportamento demográfico, aliadas às mudanças na migração e nos níveis de natalidade e mortali- dade, a população mudou o grau de participação das três faixas etárias, envelhecendo cada vez mais. Devido à melhoria das condições sociais e econômicas, à queda acen- tuada da fecundidade e ao aumento gradativo da população idosa, bem como ao au- mento da expectativa de vida, a situação atual no Brasil é de diminuição da população infantil. De acordo com o estudo de Castiglioni (2006), a transição populacional inclui a transição de um estado de lento crescimento populacional com altas taxas de natali- dade e mortalidade para outro estágio caracterizado pelo crescimento ou crescimento constante ou negativo, em que a taxa de natalidade e mortalidade são baixas. A Transição Demográfica contribui para o Envelhecimento Populacional e es- tes dois processos são associados à Transição Epidemiológica, que consiste na mudança do perfil de mortalidade, que passa de uma situação onde as principais causas de mortes são as doenças infecciosas e parasitá- rias, características de locais com baixos níveis de desenvolvimento eco- nômico e social, para uma nova fase, em que as doenças típicas da velhice começam a ocupar uma posição cada vez mais intensa entre as enfer- midades mais comuns (OLIVEIRA, 2015, p. 45) Oliveira (2015) também destacou que a transição demográfica pode ser vista como pano de fundo de grandes mudanças e processos relacionados à população, incluindo o envelhecimento populacional. As mudanças observadas no comportamento da população ao longo do tempo, menores níveis de fecundidade e menores taxas de natalidade resultaram em novas distribuições em três grupos de idade (0 a 14 anos, 15 a 59 anos e mais de 60 anos). O declínio na fertilidade (a capacidade reprodutiva efetiva da mulher) é acompanhado por um declínio na mortalidade, e o declínio na mortalidade é primeiro concentrado na tenra idade, o que fez com que mais pessoas chegassem aos idosos. Com isso, a participação das pessoas com mais de 60 anos aumentou e o peso dos grupos infantis diminuiu, o que levou ao envelhecimento da população. Oliveira (2015) acredita que o crescimento populacional se estabilizou devido à queda no número de nascimentos, e a participação dos idosos no total da população está aumentando de forma relativa e contínua. Os jovens (0 a 14 anos) perderam 20 importância relativa, enquanto os idosos (60 anos ou mais) ganharam peso na popu- lação em geral e envelheceram. Como envelhecimento da população, esta é a principal doença que atinge a população e leva à morte. Saímos de uma situação em que as doenças infecciosas e parasitárias dominam. Esta situação atinge principalmente os mais jovens. As doen- ças crônicas e degenerativas exigem mudanças radicais na rede de atenção à saúde. Essa é uma realidade nova, e são doenças que exigem medidas preventivas e moni- toramento constante. A rede de saúde do Brasil ainda é amplamente orientada pelo tratamento e deve se adaptar para atender mais pessoas idosas que não conseguem resolver suas doenças por meio de vacinação ou medicamentos. Na maioria das mortes observadas no Brasil, as doenças típicas do envelheci- mento se tornaram a principal causa e se desenvolveram ao longo do tempo. De acordo com a pesquisa de Castiglioni (2012), o grupo de doenças relacionadas ao envelhecimento causou 68,4% das mortes no Brasil em 2010, entre as quais as do- enças do aparelho circulatório são as que mais causam mortes no país. A rede de saúde do Brasil ainda é muito focada no atendimento às crianças, que representam grande parte da população há décadas. Os idosos apresentam ne- cessidades de saúde e sociais completamente diferentes das de outros grupos e têm aumentado a sua participação a um ritmo muito forte. Houve um aumento o peso da população idosa em um período de tempo relativamente curto. Nos países desenvol- vidos, primeiro as condições de vida melhoram e depois a população envelhece. No Brasil, o envelhecimento ocorre quando o país não apresenta avanços significativos nas áreas de saúde e social. Portanto, os desafios que surgem com o desenvolvi- mento da população idosa são enormes, e esses desafios precisam ser enfrentados de forma a cooperar para a manutenção da felicidade de 60 anos ou mais. Em relação à qualidade de vida das pessoas de meia-idade e idosos nos pró- ximos anos, Camarano destaca: No futuro, os idosos terão melhores níveis de escolaridade e participação ativa na vida social e cultural. Tais características podem afetar positiva- mente as condições de saúde e bem-estar dos idosos, apontando para um cenário positivo, que dependerá, no entanto, de políticas públicas centradas na promoção da saúde desde as primeiras idades (CAMARANO, 2004, p. 86) É preciso tornar a rede de saúde brasileira mais eficiente para que a coopera- ção seja feita reduzindo a demanda por serviços e a redução de custos. 21 Prata (1992) definiu o período de mudança na introdução das causas de morte como a transição da alta mortalidade causada principalmente por doenças infecciosas para a baixa mortalidade, período em que as doenças causadas por processos de degradação biológica e causas externas passaram a dominar e a causa da morte ficou em primeiro lugar. Nas últimas décadas, a expectativa de vida no Brasil vem aumentando signifi- cativamente, mas ainda podemos ver que a maioria das mortes concentra-se em ido- sos, e essas mortes podem ser evitadas com a formulação de políticas de prevenção ao longo da vida. Por exemplo, incentivar um estilo de vida saudável pode cooperar para reduzir uma série de doenças que afetam os idosos. De acordo com a pesquisa de Camarano (2002), há evidências de envelheci- mento populacional em escala global, o que significa que em comparação com outras faixas etárias, a população idosa cresce mais rapidamente. Para Moreira (2001), o envelhecimento populacional é entendido como o crescimento da população idosa, e a forma de continuar seu crescimento é ampliando sua participação relativa na popu- lação total. Segundo o estudo de Carvalho e Garcia (2003), o envelhecimento populacional é uma mudança na estrutura etária, em que o peso relativo das pessoas com 60 anos ou mais aumentou. 4.2 Transição Nutricional Refere-se a mudanças de longo prazo nos padrões de nutrição devido a mu- danças na economia, sociedade, população e saúde, devido a mudanças na ingestão de alimentos (OPAS, 2000). Inversão da ocupação do espaço físico quando nos tornamos um estado ur- bano básico; a melhoria na saúde é em parte devido à introdução de tecnologia mé- dica e melhoria das condições de saneamento básico, a participação dos trabalhado- res na indústria terciária da economia é um exemplo da transformação que afeta dire- tamente a geração de renda, estilo de vida e, principalmente, o estado nutricional da população. (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003) Escoda (2002) abordou a situação do estado nutricional do Brasil nas últimas três décadas e relatou que até dez anos, até a década de 1970, o estado nutricional 22 era caracterizado pela prevalência da fome, geográfica e socialmente Prevalência de formas graves e graves de desnutrição energética protéica (DEP). Ao contrário da década de 1970, o estado nutricional da década de 1980 passou a apresentar carac- terísticas nas deficiências nutricionais globais. Na década de 1990, além de manter sério problema relacionado a DEP, principalmente no Nordeste e no Norte, onde au- mentam a obesidade, o diabetes e a dislipidemia (SAWAYA, 1997; ESCODA, 2002). Escoda (2002) reconheceu a importância de reduzir a incidência de todas as formas de desnutrição nas últimas três décadas e apontou parte da queda se deve às peculiaridades do indicador utilizado para avaliar o estado nutricional da população infantil, que prioriza os casos graves para prejudicar a forma mais prolongada de des- nutrição. É importante relatar que embora alguns estudos tenham sido realizados para monitorar o estado nutricional em diferentes regiões, estados e municípios, o acom- panhamento nutricional representativo do país e de suas diferentes macrorregiões só foi realizado no Brasil em 1975. Em nível nacional, vários autores utilizaram três estu- dos para descrever a evolução da transição nutricional (BARRETO; CARMO, 1995; ESCODA, 2002; BATISTA FILHO; RISSIN, 2003). 23 5 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ADULTO E DO IDOSO Fonte: www.residencecare.com.br 5.1 Alterações visuais As alterações morfológicas e fisiológicas sofridas pela estrutura ocular durante o envelhecimento acabam por interferir na visão do idoso. Normalmente, entre o quarto e o quinto ano de vida, essas alterações irão produzir os sintomas oftalmológi- cos iniciais, sendo o mais comum um declínio na capacidade de acomodar ou focar em objetos próximos (presbiopia). Com o passar dos anos, a visão periférica, a sensibilidade ao contraste, a dis- criminação de cores, a capacidade de recuperação após a exposição à luz, a adapta- ção à escuridão e a percepção de profundidade diminuíram. À medida que a córnea se torna menos sensível, seus danos podem não ser notados pelo envelhecimento fisiológico. Mas a atrofia do epitélio pigmentar da retina e a degeneração da porção central da sua mácula, a fóvea, são as causas mais graves de perda visual em idosos. Além disso, o tamanho da pupila diminui e a resposta à luz escura ou brilhante torna-se lenta. Devido ao agrupamento dos componentes proteicos da lente, a lente é esbranquiçada, pouco flexível e ligeiramente opaca. Cataratas relacionadas à idade 24 são a causa da cegueira global, envolvendo Impacto genético e ambiental. Nela, mo- dificações pós-translacionais e acúmulo de cromóforos fluorescentes ocorrem, au- mentando assim a susceptibilidade ao dano oxidativo, apesar disso o processo co- meça com a quarta década de vida. À medida que a área opaca aumenta, a visão torna-se cada vez mais comprometida (MICHEL, 2011). Anatomicamente falando, a perda de gordura ao redor do olho o afundará na órbita, e a diminuição da força dos músculos extraoculares torna difícil para o olho girar e se mover nos planos vertical e horizontal. Vários estudos têm demonstrado que a deficiência visual causada pelo envelhecimento físico reduz a estabilidade postural e aumenta significativamente o risco de quedas e fraturas em idosos (MACEDO et al,2008). 5.2 Alterações do sistema vestibular A partir da quarta década de vida, as alterações anatômicas e fisiológicas do sistema vestibular passaram a ser mais pronunciadas com o passar do tempo. São processos degenerativos que levam a uma diminuição gradual da densidade de re- ceptores e do número de células receptoras em certas estruturas do sistema. As prin- cipais consequências do envelhecimento natural o sistema vestibular é uma degrada- ção da reflexo vestíbulo-ocular, sendo uma manifestação clássica da falência e o de- sequilíbrio devido a rotação do corpo, que tem com consequência o desvio da marcha (JAHN et al, 2010). Além de tonturas e vertigem, devido à ocorrência frequente de eventos de desequilíbrio da população idosa: as quedas. Com o avanças da idade (acima de 80 anos), associada a outras doenças crônicas (como diabetes) e devido ainda a polifármacia, esse risco aumentará muito. As lesões vestibulopatias em idosos geralmente estão relacionadas a outros sistemas responsáveis pelo controle postural, como a visão e a propriocepção. Esses sinais são caracterizados por receptores sen- soriais nos músculos, tendões e articulações que enviam sinais para o sistema ner- voso central, medindo o movimento e a estabilidade do corpo. Portanto, geralmente o método de tratamento centrado no exercício de reabilitação vestibular é muito abran- gente (HORAK, 2006). 25 5.3 Alterações musculoesqueléticas e ósseas Em humanos, o sistema muscular atinge totalmente a maturação entre os 20 e os 30 anos. Forma-se diferentes tipos de músculos por meio de diferentes grupos de fibras musculares, seu diâmetro aumenta gradativamente durante o crescimento fisi- ológico, que pode variar entre 10 E 100 μm (DAVIS, 2001). Nos 30 anos de vida, a densidade muscular diminui e as fibras ósseas são perdidas de forma gradual e sele- tiva, o que leva ao aumento do tecido adiposo e do colágeno. Após os 35 anos de idade, a cartilagem articular sofre alterações naturais, independentemente de ter alte- rações biomecânicas, ela causará várias degenerações ao longo da vida, o que levará ao declínio da função motora e da flexibilidade, aumentando assim o risco de lesões. Na verdade, mudanças na estrutura do colágeno são observadas, como uma diminui- ção no comprimento das cadeias de condroitina na cartilagem articular. No entanto, é importante observar que essa alteração não significa que a pessoa tem doença arti- cular degenerativa ou que essa doença irá ocorrer, mas a cartilagem articular tem maior probabilidade de ser lesada por obesidade, trauma, doença metabólica e vários fatores Herança e desgaste da vida (FREEMONT, 2008). Com a idade, a perda mus- cular é gradual, mas não apresenta um comportamento linear que muda com o tempo. O desempenho feminino é mais pronunciado do que o masculino e estima-se que aos 50 anos perca cerca de 5% a cada dez anos, a partir daí 10% a cada dez anos até os 80 anos (DAVIES, 2001). Em idosos, a proporção de fibras musculares anaeróbicas de contração rápida é significativamente reduzida em comparação com as fibras ae- róbias de contração lenta. Devido à fraqueza muscular progressiva e danos, os idosos tendem a ter posturas malignas irregular e compensatória, mas provocará a deterio- ração da estrutura do sistema motor, resultando em marcha mais lenta e perda de equilíbrio, são essas as tendências que levam a quedas e fraturas. A sarcopenia, a perda de massa e força do músculo esquelético associada ao envelhecimento, pode causar morbidade e mortalidade significativas. A força muscu- lar não depende apenas do peso corporal, portanto, na avaliação do idoso, ambas as avaliações são essenciais. A partir dos 75 anos, o grau de sarcopenia é um dos indi- cadores da chance de sobrevivência de um indivíduo (LARSSON, 2000). As causas da sarcopenia são múltiplas, principalmente disfunção mitocondrial, alterações endócrinas, distúrbios nutricionais, imobilidade, sedentarismo e doenças neurodegenerativas. Quanto aos mecanismos hormonais associados à sarcopenia, 26 podemos citar a ativação do sistema renina-angiotensina e o consequente aumento dos níveis de angiotensina II, implicados na atrofia muscular por levarem ao aumento dos níveis da E3 ligase atrogina e, assim, à proteólise (SUKHANOV, 2011). Se a prevalência de hipertensão em idosos for considerada, este pode ser um mecanismo elevado que contribui para a sarcopenia. Hormônios que causam anabo- lismo muscular, como a insulina, o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF- 1), o hormônio tireoidiano e a testosterona podem promover o acúmulo de proteínas e hipertrofia muscular, diminuindo com a idade, o que ajuda a reduzir a massa mus- cular (SUKHANOV, 2011). A resistência à insulina, que aumenta com o envelhecimento, é mais um dos fatores de propensão à sarcopenia, sendo esta diretamente proporcional ao conteúdo de gordura intracelular. A resistência à insulina aumenta com a idade, razão pela qual as pessoas estão mais inclinadas sarcopenia, que está diretamente ligada à quanti- dade de gordura na célula (YKI-JÄRVINEN, 2005) As mitocôndrias são a “usina de força” dos músculos. À medida que envelhe- cem, seu número e sua capacidade funcional diminuem (Lanza, 2000). O possível mecanismo para a perda progressiva dessas organelas é o dano do DNA mitocondrial e a falta de células nas mitocôndrias danificadas. O DNA mitocondrial é mais suscetí- vel a danos do que o DNA nuclear. Isso ocorre porque o DNA mitocondrial está pró- ximo das espécies reativas de oxigênio produzidas na mitocôndria, porque é um DNA não enrolado como o DNA nuclear (e, portanto, mais vulnerável a danos químicos), porque os mecanismos de reparo do DNA zitocondrial não são tão eficazes quanto os do DNA nuclear (HIPKISS, 2010). Para lidar com mitocôndrias disfuncionais, é auto- fagia, processo de degradação na célula, diminui com a idade. Além da função mito- condrial anormal, outro as características do envelhecimento são proteínas alteradas (Katayama, 2004). Para lidar com mitocôndrias disfuncionais, consiste em autofagia, processo de degradação na célula, que diminui com a idade. Além da função mitocon- drial anormal, outra característica do envelhecimento é o acúmulo de proteínas alte- radas (KATAYAMA, 2004). O acúmulo e a morte celular dessas proteínas induzidas pelo estresse no retículo endoplasmático estão relacionados ao diabetes tipo 2 e à morte de células pancreáticas e dos neurônios (FARTOUX, 2005). 27 Novamente, o processo de autofagia que degrada os depósitos de proteínas intracelulares, exceto as mitocôndrias com funções anormais, é essencial para retar- dar o envelhecimento, prevenir o estresse do retículo endoplasmático e estimular a apoptose celular e a liberação excessiva de espécies reativas de oxigênio derivado de mitocôndrias disfuncionais. Além disso, a autofagia pode degradar as gotículas de lipídios intracelulares, que é um dos primeiros sinais de perda muscular causada pela resistência à insulina e envelhecimento (SINGH, 2009 / CUERVO, 2008). A restrição calórica sem desnutrição provou até agora ser o único mecanismo que pode retardar o envelhecimento de várias espécies (não apenas humanos), é o indutor da autofagia e torna as células mais capazes de se livrar dos "resíduos". ". As calorias limitam a estimulação da autofagia A degradação das proteínas pelo proteas- soma deve enfatizar o possível mecanismo de sua ação. Além disso, o exercício ae- róbio reduz os danos mitocondriais associados ao envelhecimento, o que confirma que os efeitos antienvelhecimento da restrição calórica e do exercício físico passam pelo “bem-estar” das mitocôndrias (QI, 2011 / CARVALHO-FILHO, 2002). Com a contínua remodelação do tecido muscular e cartilaginoso (formação de osteoblastos e reabsorção de osteoclastos), o tecido ósseo sofre modificações consi- deráveis ao longo do processo de envelhecimento,levando à osteopenia fisiológica (CARVALHO-FILHO, 2002). O esqueleto tem três funções importantes: apoiar o sistema musculoesquelé- tico; proteger órgãos internos importantes e reservatórios reservatório metabólico para a hematopoiese e a homeostase do cálcio. Na segunda década e pico da vida o al- cance é de 90% da massa óssea isso ocorre por volta dos 35 anos de idade. Dentre as mudanças estão principalmente as relacionadas à redução da densidade mineral e perda óssea começam por volta da quarta década de vida, atrofia óssea, desnivela- mento causado pelo envelhecimento. A atrofia óssea causada pelo envelhecimento não é homogênea, pois, até os 50 anos de idade, perde-se sobretudo osso trabecular, gerando uma osteopenia reversível. Após essa idade, perde-se, principalmente, osso cortical e a perda óssea é irreversível (MATSUDO, 2000) Tanto os osteoclastos quanto os osteoblastos possuem receptores de estrogê- nio e, devido à redução do estrogênio durante a menopausa, a osteoporose em mu- lheres é mais acelerada e perceptível, o que está relacionado ao aumento da atividade dos osteoclastos. No caso de perda óssea relacionada à idade, o processo é mais 28 lento e é causado por atividade insuficiente dos osteoblastos. Não há dúvida de que a osteopenia é um fator de risco para fraturas em idosos, mas não é um fator patogê- nico para a osteoporose (MATSUDO, 2000). Nos homens, o osso trabecular ficará gradualmente mais fino com a idade, mas após a menopausa nas mulheres, o contato entre as várias partes do osso trabecular não será perdido (MATSUDO, 2000 e MAR- TIN, 2008). No que diz respeito à microarquitetura óssea, uma característica do envelheci- mento é a diminuição na estatura, com perda média aproximada de 2 cm por década, a partir dos 60 anos, independentemente do gênero. Tal alteração se manifesta de forma mais acentuada na coluna vertebral do que nos membros, e decorre principal- mente de modificações dos elementos do tecido conjuntivo dos discos intervertebrais, que perdem a capacidade de absorver água, tornando os ligamentos de elastina me- nos distensíveis e propensos a sofrer fragmentações sucessivas. A estabilidade da parte móvel e o suporte da coluna também apresentam alterações no idoso, pois com a idade, a função dos ligamentos anterior e posterior da coluna diminui. Isso afeta diretamente a capacidade de realizar a tensão de "repouso" sobre a coluna vertebral e a ausência da força de tensão dos ligamentos, que contribuem para a adoção da postura flexionada para frente comum nos idosos. As doenças articulares degenerati- vas subsequentes em idosos podem levar a alterações ósseas e da superfície articu- lar, como osteófitos causados por osteoartrite, radiculopatia causada por compressão nervosa e diminuição da atividade da fibra muscular miosina adenosino-trifosfase (ATPase), o que leva à fraqueza muscular e desequilíbrio, levando a um aumento na incidência de quedas (NAIR, 2005). 5.4 Alterações cardiovasculares O coração de pessoas saudáveis e idosas sofre uma série de alterações fisio- lógicas, sobretudo de estrutura e função, essenciais para uma melhor adaptação às necessidades inerentes ao processo de envelhecimento. O coração é composto por células musculares, cardiomiócitos, moléculas de matriz extracelular (especialmente colágeno e células mesenquimais cardíacas, como fibroblastos e células endoteliais). Por se tratar de células terminalmente diferenciadas, a recente identificação de célu- las-tronco presentes no coração indica que os cardiomiócitos foram substituídos, mas 29 não restaurados na proporção ideal para restaurar as alterações funcionais causadas pela eventual perda (BERGMANN, 2009). Com a idade, a espessura da parede ventricular costuma aumentar, o que se caracteriza pela diminuição do número de cardiomiócitos, essas células tornam-se hi- pertrofiadas, e além disso, aumentando o conteúdo de colágeno. Metabolismo de substâncias reativas mitocondriais de oxigênio, levando a mudanças maiores secre- ção de colágeno e indução de apoptose células musculares lisas na parede arterial isso leva ao aumento da rigidez aórtica (ZHOU, 2012). Alterações na elasticidade aórtica levam à hipertrofia ventricular esquerda, dis- função diastólica e insuficiência cardíaca congestiva. O maior peso do ventrículo es- querdo faz com que o peso do coração aumente de 1 grama para 1,5 grama por ano (OLIVETTI, 1991). Embora existam alterações conhecidas na função diastólica que geralmente acompanham o envelhecimento, ainda existem controvérsias sobre a função sistólica. A maioria dos estudos conduzidos em indivíduos saudáveis indica que a função sis- tólica é mantida e que a disfunção diastólica está intimamente relacionada à idade avançada (CHAUDHARY, 2011). As células intersticiais do coração também mudam com o envelhecimento, desempenhando um papel importante na patogênese das do- enças cardiovasculares (como a aterosclerose). As espécies reativas de oxigênio da mitocôndria ajudam a manter uma pequena quantidade de inflamação crônica no leito vascular e ativam as vias de sinalização redox. Estudos recentes têm apontado o im- portante papel das espécies reativas de oxigênio na indução de apoptose das células endoteliais e no desenvolvimento do fenótipo de senescência dessas células, o que pode levar ao comprometimento da integridade vascular e angiogênese (DAI, 2012). Durante o envelhecimento, a capacidade de alterar a frequência cardíaca de forma adequada em resposta a condições estressantes geralmente é reduzida, o que pode ser devido à menor resposta dos receptores beta-adrenérgicos (DE MEERS- MAN, 1993). A resposta do nervo autônomo ao estresse também é reduzida, incluindo uma redução no barorreflexo, alterando habitualmente a pressão arterial através da mu- dança de postura, contribuindo para a alta incidência de quedas de idosos. As propri- edades eletrofisiológicas do coração também mudam com o envelhecimento, levando a uma maior incidência de arritmia e à prevalência após os 60 anos de idade (tanto 30 de taqui como de bradiarritmias). Nessa população, disfunção sinusal e bloqueio atri- oventricular são comuns, o que aumenta a incidência de implante de marca-passo (LEE, 2011). Portanto, as alterações cardiovasculares que acompanham o envelhecimento são frequentes, vários medicamentos são geralmente usados, como diuréticos, anti- hipertensivos e antiarrítmicos e vasodilatadores. Paradoxalmente, o tratamento atra- vés de medicamentos tem grande probabilidade de causar quedas em idosos, por- tanto, não é incomum parar de usá-los. Por exemplo, embora os anticoagulantes se- jam recomendados para idosos com fibrilação atrial, o risco de quedas nessa popula- ção limita seu uso (WETZEL, 2009). Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, cerca de metade dos idosos usam anti-hipertensivos e diuréticos sofre uma ou mais quedas no prazo de um ano (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008) 5.5 Alterações neurológicas Várias mudanças fisiológicas e estruturais ocorrem no cérebro por toda a vida. São alterações multifatoriais, muitas das quais levam à diminuição da força e ao de- sequilíbrio em idosos, e são exacerbadas quando associadas a processos patológi- cos. Desde o nascimento, todos os neurônios necessários ao funcionamento do orga- nismo estão presentes. Aos dois anos, o cérebro atinge 80% de seu tamanho adulto. A maturação do cérebro é causada pela reprodução das células gliais, o que aumenta a deposição de mielina nas fibras nervosas e cria novas conexões. O volume e o peso do cérebro diminuirão com a idade, cerca de 5% a cada dez anos após os 40 anos, e um declínio acentuado a partir da sétima década de vida (MRAK, 1997). O córtex cerebral é uma área complexa formada por bilhões de células nervo- sas relacionadas a funções complexas, como habilidades motoras, sensibilidade e mecanismos cognitivos. Portanto,o córtex é uma das áreas mais importantes do sis- tema nervoso central. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) também desempenha uma importante função sensório-motora no sistema de manutenção do equilíbrio, impulsi- onando os nervos periféricos, especialmente os músculos esqueléticos. A histologia, anatomia e composição morfológica e funcional do sistema nervoso central e SNPs são muito diferentes. No entanto, essas estruturas compartilham um processo fisioló- gico comum: o envelhecimento neuronal (SHANKAR, 2010). 31 A regulação da homeostase do cálcio e o mecanismo de proteção antioxidante são duas causas importantes de degeneração neuronal no envelhecimento normal e neurodegeneração. Na verdade, qualquer mudança na forma como o cálcio é trans- portado ou armazenado, independentemente de seu grau, terá um impacto significa- tivo no envelhecimento. O aumento excessivo pode causar lipólise, proteólise, altera- ções na fosforilação de proteínas, perda da integridade do citoesqueleto e morte ce- lular (GLEICHMANN, 2011). Em doenças neurodegenerativas progressivas (como a doença de Parkinson (DP) e a doença de Alzheimer (DA)), o dano neuronal pode ser devido a pequenas alterações na homeostase do cálcio mantidas por um longo tempo. Há alguns anos, a "hipótese do cálcio" parecia explicar a evolução do envelhecimento cerebral, indi- cando que os mecanismos celulares responsáveis pela manutenção dos níveis de cálcio citoplasmático desempenham um papel fundamental no envelhecimento. Além disso, mudança contínua da homeostase do cálcio pode fornecer um caminho univer- sal para alterações patológicas vistas em doenças neurodegenerativas (CALÌ, 2012). Além das alterações na homeostase do cálcio, a disfunção mitocondrial tam- bém está intimamente relacionada à morte neuronal. As mitocôndrias são extrema- mente importantes na produção de adenosina-5’-trifosfato (ATP), isolando o cálcio ci- toplasmático excessivo e desintoxicação de neurônios causada por espécies reativas de oxigênio (NICHOLLS, 2008). Como todos sabemos, os fatores genéticos controlam o cálcio e a sensibilidade ao desequilíbrio do cálcio. O estresse oxidativo e a falha desses mecanismos podem causar morte neuronal. As mutações genéticas causam alterações nas proteínas e enzimas, que devem isolar os (superóxido dismutase, glutato peroxidase) e regular a homeostase do cálcio (calmodulina). Da via dependente lisossomal para a via depen- dente do cálcio, a degradação final da proteína intracelular parece ocorrer de várias maneiras. Além disso, cada via "processa" proteínas de maneira diferente com base em sua sequência de aminoácidos (SONNTAG, 2010). No entanto, a disfunção mito- condrial dependente de cálcio ainda pode causar defeitos na morfologia neuronal e no tráfego, o que é essencial para a degeneração neuronal em DP, DA e doença de Huntington (KUMAR, 2009). Em suma, podemos apontar que as alterações fisiopatológicas de certas doen- ças neurodegenerativas (exemplo a DP) também são responsáveis pelo declínio da 32 população idosa. Esses pacientes costumam ter distúrbios de movimento, como tre- mor e rigidez, resultando em dificuldade de equilíbrio. Ao contrário da DP, que consiste em doenças (especialmente exercícios), a DA tem características anormais em fatores cognitivos inerentes à atrofia cerebral e à formação de placas amilóides e emaranha- dos neurofibrilares. Nos estágios mais avançados da doença, alterações na resposta do equilíbrio e até mesmo quedas são comuns, embora não tão comuns quanto em pacientes com doença de Parkinson (DOHERTY, 2011). 33 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR YMG, Curiati JAE. Envelhecimento do aparelho digestivo. In: Papaléo Neto M, Carvalho Filho ET. Geriatria: Fundamentos, Clínica e Terapêutica. 2a ed. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 311-30. ALVES LC, Leite IC, Machado CJ. 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