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aula 3Bases economicas

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Disciplina: Bases Econômicas
Aula 3: Sistema de mercado, controle de preços e
elasticidades
Apresentação
Nas modernas sociedades ocorrem milhões de trocas ou transações. No Brasil, por exemplo, funciona um universo de
mercados, onde cada um deles, seja de bens e/ou de serviços, é orientado pelas forças da oferta, de um lado, e da demanda
de outro.
Citando o caso do setor de automóveis, a produção é dirigida para o mercado e os produtores e comerciantes (isto é, os
agentes da oferta) pretendem otimizar seus resultados pela tendência de vender o seu produto �nal. O consumo também é
realizado no mercado e os consumidores ou compradores de modo geral (agentes da demanda), também pretendem
otimizar seus resultados em termos da tendência de comprar para obter um dado bem-estar.
São geradas trocas econômicas no mercado de automóveis de tal forma que todos os preços estarão inter-relacionados e
seu conjunto constitui o sistema de preços, onde, em dado momento tenderá a ocorrer o que de�nimos como sendo o preço
de equilíbrio de mercado.
Nesse mercado há diversos tipos de consumidores, alguns serão mais e outros menos sensíveis em relação à mudança de
preços, e tal sensibilidade é estudada no contexto da elasticidade. Além disso, muitas vezes, em determinados setores, o
governo tenta controlar os preços de mercado e isso acaba gerando consequências signi�cativas para os consumidores.
Discussões essas que se darão ao longo desta aula.
Objetivos
Reconhecer o sistema de mercado por meio das trocas re�etidas nas curvas de demanda e de oferta;
Analisar como se dá o equilíbrio de mercado, referenciando o controle de preços;
Identi�car os tipos de elasticidades.
Sistema de Mercado: demanda, oferta e equilíbrio de mercado
 Fechamento de venda de carro. | Fonte: BlueSkyImage / Shuttestock
A Lei da Demanda
Em dado mercado, as trocas são realizadas por meio das forças de demanda e de oferta por mercadorias (ou produtos, isto é,
bens e/ou serviços). Como os recursos são escassos, os compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os
preços dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transações das quantidades desses produtos por uma quantidade de
dinheiro (ou moeda).
Pela visão microeconômica, a demanda (ou procura) de determinada pessoa (ou grupo de pessoas) por certo produto X indica o
quanto essa pessoa (ou grupo de pessoas) deseja consumir, a dado preço desse produto, por período de tempo.
Exemplo
Suponhamos as informações a seguir de preços (Px) e quantidades demandadas (QDx). Tais informações foram obtidas e
tabeladas decorrentes de uma pesquisa (hipotética) em um bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, cuja função demanda,
adquirida para o produto X, é formada por Qx = 400 - 40Px, coeteris paribus.
Assim, para os diversos valores de Px na função demanda são apresentadas diferentes estimativas para as quantidades segundo
a tabela:
Escala da Quantidade Demandada do bem X
Px (R$) QDx(unidades)
3,00 280
4,00 240
5,00 200
6,00 160
7,00 120
Fonte: Do autor.
Veja que esse bairro se constitui em um mercado pelo produto X, de acordo com a sua função demanda. Dada a escala acima (e
o grá�co a seguir) observamos que quanto maior o preço (Px⬆), menores tenderão a ser os níveis das quantidades demandadas
(QDx↓). Contudo, se o preço está em um nível mais baixo (Px↓), as quantidades demandadas, pelo produto X, tenderão a ser
maiores (QDx⬆).
Os pontos ao longo da curva de demanda de X representam alternativas de consumo que se apresentam aos compradores
daquele bairro em determinados momentos de tempo, dados os diferentes valores dos preços.
Conforme podemos observar, a relação é inversa entre a quantidade demandada e o preço,
re�etindo assim na inclinação negativa da curva de demanda.
Curva de Demanda
 Gráfico Demanda X. Fonte: Do autor.
Comentário
Existem duas exceções à lei da demanda. A primeira delas diz respeito aos bens de Veblen, estes são bens de consumo de
altíssimo luxo que têm função de ostentação como no caso de iates, obras de arte etc. E os bens de Giffen que são aqueles de
pequeno valor, porém, com uma participação relativamente alta no orçamento do consumidor, como, por exemplo a batata, o pão
etc. Se houve um aumento dos preços desses bens, os consumidores irão paradoxalmente adquirir mais quantidade desses bens
pois, sobrará menos renda para adquirir os demais bens. Assim, tanto os bens de Giffen quanto os de Veblen possuem curvas de
demanda com inclinação positiva, ao contrário da lei geral da demanda que está sendo exposta nesta nossa aula.
Efetivamente a quantidade Qx do produto no mercado não é somente in�uenciada pelo preço Px. Existe uma série de outras
variáveis (ou fatores) que também afetam a demanda desse produto.
Segundo Vasconcellos (2014), temos que, mais tradicionalmente em termos quantitativos, os fatores mais signi�cativos que
acabam afetando também a demanda dos consumidores na sua maioria dos mercados são:1
Qx = f (Px, Ps, Pc, R)/t
Onde:
Qx = quantidade procurada (demandada) do produto X
Px = preço do produto X
Ps = preço do produto substituto
Pc = preço do produto complementar 
R = renda do consumidor
/t = signi�ca num dado período de tempo (dias, meses etc.)
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Podemos de�nir hipoteticamente essa função como sendo a função geral da demanda.
A partir daí, faremos algumas análises importantes para melhor entendê-la. Em primeiro lugar, observe o quadro a seguir que
se refere à quantidade (de determinado tipo) de carne a ser consumida em média por famílias de uma região, considerando-se as
suas faixas de rendas anuais.
Clique nos botões para ver as informações.
Renda, Quantidades de Carne e Tipo do Produto
Tempo Renda (R$) Quantidades (Kg/ano) Tipo do Produto
t1 12.000,00 100 superior
t2 16.000,00 200 superior
t3 20.000,00 300 normal
t4 24.000,00 350 normal
t5 28.000,00 380 normal
t6 32.000,00 390 normal
t7 36.000,00 350 inferior
t8 40.000,00 250 inferior
Fonte: Do autor.
De acordo com o quadro, percebemos que a níveis baixos de renda (R$12.000,00 e R$ 16.000,00) tais famílias,
presumivelmente, consomem carne mais barata e que esse tipo de carne, no exemplo, é caro para o seu poder de compra. O
tipo de carne é de�nido como sendo de consumo superior, coeteris paribus.
À medida que há certo crescimento da renda dessas famílias, ao longo do tempo nos valores de R$20.000,00 a R$32.000,00,
o tipo de carne em questão passa a ser de consumo normal. A demanda pelo produto aumenta, conforme a renda também
aumenta.
Mas, a níveis de R$36.000,00 e R$40.000,00, isto é, para alta renda, começa a se observar uma redução da demanda, ou seja,
maior a renda, menor a demanda pelo produto. A carne em questão passa a ser um produto de consumo inferior, pois maior
a renda, menor tende a ser o consumo pelo produto, tendendo a demanda destas famílias para carnes “mais nobres”.
Análise 1: Renda, Quantidades de Carne e Tipo do Produto 
Tempo t Tempo t
Mercadorias
Preço
(R$/unidade)
Quantidade
(unidades/mês)
Preço
(R$/unidade)
Quantidade
(unidades/mês)
Café (X) 3.00 50 3,50 30
Chocolate (Y) 3.00 40 3,00 50
Açúcar (Z) 5.00 50 5,00 40
Fonte: Do autor.
Ainda no que diz respeito à função (geral) da demanda e relacionando-a com o quadro anterior, coeteris paribus, observamos
que o aumento do preço do bem X in�uenciará o crescimento da demanda do produto Y.
Análise 2: Relação entre Demanda de X e os Preços dos Produtos Y e Z 
1 2
Atenção
É importante salientar que toda vez que ocorrer:
alteração de Px, haverá uma modi�cação de Qx e a esta modi�cação de�ne-se como sendo uma mudança na quantidade
demandada (toda a mudança será feita ao longo da própria curva de demanda);
alteração de R, Py, Pz, ocorrerá uma modi�cação de Qx e a esta modi�cação chama-se uma mudança na demanda (toda
esta mudança gerará um deslocamento da curva de demanda, seja para a direita, seja para a esquerda).
A Lei da Oferta
No que diz respeito à oferta, ela é a quantidade de um produto
(X) queum produtor ou conjunto de produtores está(ão)
disposto(s) a vender, a determinados níveis de preços, em um
período de tempo.
Dada a escala abaixo, e sabendo que no mercado do produto X
há certa quantidade de produtores operando neste mercado, a
função oferta de mercado é dada (por hipótese) sendo Q x = -
50 + 50Px e são apresentados os seguintes valores:
o
Escala da Quantidade Ofertada do Bem X
Px (R$) QOx (unidades)
3,00 100
4,00 150
5,00 200
6,00 250
7,00 300
Fonte: Do autor.
Pelo grá�co, nota-se o comportamento das quantidades ofertadas do produto X (Qox). Com o nível de preço elevado (Px⬆), os
produtores tendem a ofertar uma quantidade maior do produto (QOx⬆). Mas, se o nível de preços cair (Px↓), muitos produtores
deixarão de ofertar a mercadoria, e a estes preços teremos uma queda na quantidade ofertada (Qox↓).
Curva de Oferta do Bem X
 Fonte: Do autor.
Pela �gura acima há uma relação direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preço.
Mas por que isso tende a acontecer?
A resposta a esta questão, coeteris paribus, re�ete a um procedimento no qual um aumento de Px no mercado irá instigar o
aumento das produções das empresas. Devido a isso, novas empresas poderão ser atraídas para a produção desse produto,
aumentando, portanto, a quantidade ofertada do produto X.
Além do preço do produto X, outros fatores irão in�uenciar no nível da oferta desse produto no mercado, dentre eles destacam-se:
1
Custos com os fatores de produção.2
2
Alterações no nível de tecnologia.
3
Aumento da quantidade de empresas no mercado etc.
Sendo que qualquer modi�cação do Px gera o que chamamos por
mudanças na quantidade ofertada, isto é, mudanças do nível da
oferta ao longo da própria curva; e toda e qualquer variação nos
custos dos fatores e no nível tecnológico, por exemplo, coeteris
paribus, acabam acarretando um deslocamento da curva de oferta
(ou modi�cações na oferta de mercado).
Atenção
É importante destacar como exemplo de mudança tecnológica, que gerou aumento da oferta do comércio, dos serviços e até
mesmo da indústria, as maiores possibilidades de ofertar produtos por meio de plataformas e aplicativos que selecionam tais
produtos e entregam nas residências dos consumidores.
Equilíbrio de Mercado
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GO0028/aula3.html
Em função das apresentações geométricas das curvas de demanda e de oferta
já estudadas e, de acordo com os valores da escala e da apresentação do grá�co
expostos a seguir, se �zermos o cruzamento dessas curvas podemos determinar
o que se chama por equilíbrio de mercado, formando o preço (PxE = R$5,00) e a
quantidade (QxE = 200) de equilíbrio.
Informações a Respeito do Mercado do Produto X
Preço do Produto Quantidade Ofertada Quantidade Demandada Condições do Mercado
R$ 3,00 100 280 Excesso de Demanda
R$ 4,00 150 240 Excesso de Demanda
R$ 5,00 200 200 Equilíbrio de Mercado
R$ 6,00 250 160 Excesso de Oferta
R$ 7,00 300 120 Excesso de Oferta
Fonte: Do autor.
Nesta situação há uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente, nesse ponto E (5,00; 200), o nível de preço não está
nem muito alto nem muito baixo, satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores. Mas, segundo a escala e o grá�co
preliminares, podemos constatar que:
 Fonte: VASCONCELLOS & GARCIA, 2013 (adaptado pelo autor)
EXCESSO DE DEMANDA
Se tiver algum preço abaixo do preço de equilíbrio, haverá
aí um excesso de demanda.
EXCESSO DE OFERTA
Ocorrendo um preço acima do preço de equilíbrio, surgirá
um excesso de oferta.
É importante observar condição do equilíbrio de mercado quando podemos melhor
desenvolver pela lógica matemática. Isto é, no equilíbrio, a demanda é igual à oferta, neste
caso, podemos igualar as duas funções da seguinte maneira: 400 – 40Px = - 50 + 50Px. A
partir daí, ao desenvolvermos todo o processo matemático encontraremos o preço de
equilíbrio sendo R$5,00 e a quantidade de equilíbrio com o valor de 200 unidades.
Havendo uma modi�cação da renda dos consumidores e dos custos dos fatores de produção, isto acarretará mudança no ponto
de equilíbrio de mercado. Como pode ser visto a seguir, um aumento da renda (média) dos consumidores faz a curva de demanda
do mercado se mover de D1 para D2 e o aumento dos custos dos fatores de produção ocasiona um deslocamento da curva de
oferta de mercado de O1 para O2.
3
Percebe-se que apesar da quantidade de equilíbrio permanecer no mesmo valor (Q1 =
Q2), o preço de equilíbrio teve um aumento, ou seja, passando de P1 para P2, o que fez
com que ocorresse uma alteração no ponto de equilíbrio do mercado (de E1 para E2).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GO0028/aula3.html
 Fonte: Do autor.
“Controle” de Preços e Elasticidade
“Controle” (ou regulação) de preços
De uma maneira geral, percebe-se que o livre mecanismo de preços pode ocorrer em todo e qualquer mercado especí�co, pois os
preços tendem a se ajustar livremente a �m de equilibrar a oferta e a demanda, alcançando o preço e a quantidade de equilíbrio.
Em determinados momentos, o governo pode intervir �xando/regulando ou controlando, em alguns casos, preços máximos
(preços legais mais altos pelos quais podem ser vendidos os produtos) e, em outros, preços mínimos (preços legais mais baixos
pelos quais podem ser vendidos os produtos).
Em ambos os contextos, o importante é perceber que o governo tenta manter os preços de certos produtos em níveis que não
são o de equilíbrio, como ocorreu com as regulações dos preços da energia elétrica no Brasil ao longo dos anos de 2010. Neste
caso, vem a pergunta: quais foram as consequências?
 Produtos para venda | Fonte: Evdoha_spb / Shuttestock
Vamos voltar a apreciar o sistema de mercado, onde o instrumental analisado diz respeito às curvas de demanda e oferta.
Observe a �gura geométrica a seguir, supondo o mercado de energia elétrica. Vamos supor que P2 seja o preço �xado abaixo do
preço P1 que é o preço de equilíbrio de mercado. A partir daí, observamos que surge um excesso de demanda.
 Fonte: Do autor.
Ao preço P2 ocorrerá uma demanda insatisfeita, visto que nem toda a quantidade desejada
de energia elétrica pelos consumidores (Qd) poderá ser obtida, já que os ofertantes só
desejam vender a quantidade Qo.

Se não houvesse o controle de preços, surgiriam “pressões”
normais para os preços aumentarem até o equilíbrio (P1),
desaparecendo o excesso de demanda.

Havendo o controle, os preços não podem subir, neste caso,
serão necessários mecanismos para melhor distribuir a
quantidade a ser ofertada/racionada (Qo) entre os
consumidores.
Elasticidade: de�nição e tipos
De�nição
Elasticidade é como se calcula a medida de resposta de uma variável em função da mudança de outra variável qualquer.
Tipos
Elasticidade-Preço da Demanda (EPD)
Classi�cações, Explicações, Análise e Exemplos do Resultado da Elasticidade-Preço da Demanda (EPD).
Elasticidade-Renda da Demanda (ERD)
Elasticidade-(Preço) Cruzada da Demanda (ECD)
Elasticidade-Preço da Demanda (EPD)
EPD é o cálculo relacionado à maneira pela qual são medidas as reações que os consumidores possam ter às mudanças nos
preços de determinadas mercadorias por meio da razão entre dois percentuais, isto é, a variação percentual na quantidade
demandada (∆%Qx) dividida pela mudança (ou variação) percentual no preço do produto (∆%Px):
EPD = (∆%Qx)/(∆%Px)
Discriminando adequadamente as condições dessa fórmula da elasticidade-preço da demanda, temos:
∆%Qx = [(Qf – Qi)/Qi]*100 
Qf = quantidade demandada �nal 
Qi = quantidade demandada inicial
∆%Px = [(Pf – Pi)/Pi]*100 
Pf = preço �nal do produto 
Pi = preço inicial do produto
Conforme Pindyck & Rubinfeld (2013), o resultado da EPD é sempre negativo em função da lei da demanda. Ao mesmo tempo, é
importante fazer a classi�cação da demanda dos produtos de acordo com este resultado da EPD. Neste sentido, ao que se
refere à reação/sensibilidade do consumidor, discorrem-se as explicações a seguir.
O peso do bem no orçamento do consumidor: caso obem represente uma parcela signi�cativa do orçamento, sua EPD tende a
ser mais elástica.
4
Classi�cações, Explicações, Análise e Exemplos do Resultado da Elasticidade-
Preço da Demanda (EPD)
Classificações Explicações Análise Exemplos
Elástica
A demanda por um produto é elástica quando a
elasticidade-preço da demanda (EPD) tem um resultado
cujo valor é maior que 1,0. Isso significa que, em módulo,
(∆%Qx)>(∆%Px).
A demanda do consumidor é
bastante sensível a variações
do preço
Refeições em
restaurantes,
veículos
automotores,
viagens aéreas.
Inelástica
A demanda por um produto é inelástica quando a
elasticidade-preço da demanda (EPD) tem um resultado
cujo valor é menor que 1,0. Isso significa que, em módulo,
(∆%Qx)<(∆%Px).
A demanda do consumidor é
menos sensível (ou
relativamente insensível) a
variações do preço.
Insulina, sal,
gasolina, água,
ovos, leite etc.
Elasticidade
Unitária
Se a elasticidade-preço da demanda por um produto for
igual a 1,0 diz-se que a sua demanda é de elasticidade
unitária (ou neutra). Melhor dizendo, em módulo,
(∆%Qx)=(∆%Px).
O consumidor tem
sensibilidade relativa em
função das variações do
preço.
Habitação.
Fonte: Do autor.
Elasticidade-Renda da Demanda (ERD)
A ERD mede o impacto das variações da renda sobre a demanda dos consumidores por determinado produto. Conforme a
expressão matemática, temos:
ERD = (∆%Dx)/(∆%R)
Discriminando adequadamente as condições desta fórmula da elasticidade-renda da demanda, temos:
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GO0028/aula3.html
∆%Dx = [(Df – Di)/Di]*100 
Df = nível de demanda �nal 
Rf = renda �nal do consumidor
∆%R = [(Rf – Ri)/Ri]*100 
Di = nível de demanda inicial 
Ri = renda inicial do consumidor
Vejamos como calcular a ERD para três bens por meio dos dados do quadro a seguir.
Produtos
Níveis de Renda (R$)
Comportamento da ERD
1.000,00 1.500,00
Demanda de X 80 72 ERD < 0
Demanda de Y 80 112 0 ≤ ERD ≤ 1
Demanda de Z 80 160 ERD > 1
Fonte: Do autor.
Neste exemplo, o aumento da renda (media) do consumidor em 50% (ou seja, R$1.000,00 para R$1.500,00) provocou distintos
efeitos sobre as demandas dos bens X, Y e Z.
No caso do bem X, um aumento de 50% na renda provou uma redução de 10% na demanda do bem X. Por este fato, quando a
elevação da renda provoca uma redução no nível de demanda de um produto, dizemos que esse produto é de consumo inferior;
de outra forma, podemos dizer que se a ERD for negativa (ERD < 0), o bem é de consumo inferior.
Um aumento da renda (média) do consumidor provocou uma elevação de 40% na demanda do produto Y. Neste caso, quando a
elevação da renda provoca menos que proporcional ou proporcional na demanda de um produto, dizemos que esse produto é de
consumo normal. De outra forma, sempre que 0 ≤ ERD ≤ 1, temos um bem de consumo normal.
Por �m, no que diz respeito ao caso do bem Z, a elevação de 50% da renda (média) do consumidor provocou uma elevação de
100% na demanda de Z. Melhor dizendo, quando a elevação da renda provoca uma elevação mais que proporcional na demanda
por um dado produto, temos um produto de�nido como um bem de consumo superior. De outra maneira, sempre que a ERD > 1,
tem-se um bem de consumo superior.
Elasticidade-(Preço) Cruzada da Demanda (ECD)
Por último, a ECD mede o impacto (ou sensibilidade) da variação do preço de um dado produto (Px) sobre a demanda de outro
produto qualquer (Y), de acordo com a fórmula abaixo.
 ECD = (∆%Dy)/(∆%Px)
Discriminando adequadamente as condições desta fórmula da elasticidade-renda da demanda, temos:
∆%Dy = [(Df – Di)/Di]*100
Df = nível de demanda �nal de Y
Pf = preço �nal de X
∆%Px = [(Pf – Pi)/Pi]*100 
Di = nível de demanda inicial de Y
Pi = preço inicial de X
O resultado da ECD pode ser positivo (ECD>0) ou negativo (ECD< 0). Quando positivo, Y e X são considerados produtos
substitutos (ou concorrentes) um do outro. Mas se ECD tiver um resultado negativo, dizemos caro aluno, que os produtos são
complementares (ou consumidos conjuntamente).
Assim, avaliando o comportamento do resultado da ECD, podemos compreender o que são bens substitutos e bens
complementares conforme discriminados no quadro: Tipos de Bens, Análise e Exemplos .
Toda esta abordagem sobre elasticidade-preço da demanda, elasticidade-renda da demanda e elasticidade-cruzada da demanda,
também poder ser utilizada no lado da oferta, ou melhor, sobre a elasticidade-preço da oferta (EPO).
Este tipo de elasticidade mede o quanto a quantidade ofertada responde percentualmente em função de mudança percentual no
preço do produto. A oferta de um bem é chamada de elástica se a quantidade ofertada responde bem a mudanças no preço.
Quando essa resposta na quantidade ofertada é pequena às mudanças de preço, dizemos que a oferta é inelástica, e se a
variação percentual da quantidade ofertada é igual à variação percentual do preço, a oferta do produto é unitária.
A EPO depende da �exibilidade que os vendedores/produtores têm para mudar a quantidade do bem que comercializam. Chama-
se a atenção sobre o fato de que, ao contrário da elasticidade-preço da demanda, a EPO tem um resultado positivo. Isso ocorre,
porque as variações de preço e quantidade se dão no mesmo sentido.
5
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Atividade
Leia atentamente as considerações a seguir e assinale a a�rmativa incorreta no que diz respeito aos mecanismos de mercado.
a) Se houver um aumento dos preços dos fatores de produção, a curva de oferta se desloca para a esquerda.
b) Um aumento da concorrência, a curva de oferta se desloca para a direita.
c) Um aumento do preço do produto complementar desloca a curva de demanda para a esquerda.
d) Uma queda do preço do produto substituto desloca a curva de demanda para a direita.
e) Um aumento da renda do consumidor, desloca a curva de demanda do produto de consumo normal para a direita.
2) Suponha a demanda do produto X sendo elástica, logo, em módulo:
a) ∆%Qx > ∆%Px, assim: EPD > 1
b) ∆%Qx > ∆%Px, logo: EPD < 1
c) ∆%Qx > ∆%Px, neste sentido: EPD < 0
d) ∆%Qx < ∆%Px, assim: EPD = 0
e) ∆%Qx = ∆%Px, neste sentido: EPD > 1
3. Um produto X é de consumo inferior, quando:
a) Ao aumentar a renda do consumidor, a demanda por X também aumenta.
b) A elasticidade-renda da demanda (ERD) é maior que 1.
c) A elasticidade-renda da demanda (ERD) é igual a 1.
d) Ao reduzir a renda do consumidor, a demanda por X aumenta.
e) Ao elevar o preço do produto substituto, a demanda por X diminui.
Notas
demanda dos consumidores 1
Os hábitos e as preferências dos consumidores em um mercado também in�uenciam a demanda por um produto nesse
mercado, assim também como a publicidade e a propaganda.
Fatores 2
Custos com os pagamentos de salários, preços das matérias-primas etc.
D2 3
Quando observamos o comportamento por trás das curvas de demanda, devemos perceber que está relacionado com o resultado
das decisões que os consumidores tendem a tomar sobre as suas necessidades, ao valor que eles dão aos produtos que
pretendem comprar, e à alocação do seu dinheiro e tempo que são escassos.
Resultado da EPD 4
A EPD de um produto é in�uenciada por uma ampla série de fatores, podemos considerar como os mais importantes:
a. A quantidade de bens substitutos que o bem possua: quanto maior o número de substitutos de um bem, mais a demanda
por esse bem tende a ser elástica.
b. O grau de essencialidade do produto: bens mais essenciais, sua demanda é pouco sensível às alterações nos preços, como
no caso dos remédios. Assim, a EPD por esses bens tende a ser inelástica.
Quadro: Tipos de Bens, Análise e Exemplos 5
Bens Análise Exemplos
Substitutos
O aumento do preço de um produto não interfere na satisfação do
consumidor, que imediatamente tem a possibilidade de substituí-
lo por outro produto.
Manteiga e margarina; carne de
frango e carne de vaca.
Complementares
Se ocorre um aumento no preço de um dado produto, isto tende a
ocasionar uma redução na demanda do outro produto
Camisa social e gravata; feijão e
arroz.
Referências
PINDYCK,R. S. & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2013.
VASCONCELLOS, M. A. S. & GARCIA. H. Fundamentos de economia. São Paulo: Atlas, 2014.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2014.
Próxima aula
Como os consumidores se comportam para a realização da demanda por meio da teoria do consumidor.
Explore mais
Para aprimorar seus conhecimentos faça a leitura das seguintes referências:
PINDYCK, R. S. & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2013, cap. 2.
PINDYCK, R. S. & RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2013, cap. 2.
VASCONCELLOS, M. A. S. & GARCIA. H. Fundamentos de economia. São Paulo: Atlas, 2014, cap. 5.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2014, caps. 2, 3 e 4.

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