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Logística de Serviços Diferença entre bens e serviços Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Jean Carlos Cavaleiro Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 • Introdução • Comentários Finais • Fatores determinantes na escolha dos serviços Diferença entre bens e serviços Já tratamos dos conceitos de serviços, das características e de sua evolução, e para boa gestão, nesta Unidade vamos nos aprofundar nesses conceitos, tratando das diferenças entre bens e serviços, apontando as decisões que se pode tomar na gestão de serviços para torná-los mais competitivos. Trataremos, ainda, dos 8 Ps do marketing e dos fatores determinantes na escolha dos serviços. • Leia atentamente o conteúdo da disciplina. • Alguns conceitos exigirão que o aluno pesquise sobre o tema para entender em profundidade os custos. • Não deixe de participar do fórum de discussão e de todas as atividades propostas. • Veja os vídeos ilustrativos indicados na contextualização. A sua participação ativa nessas atividades fará com que seu aprendizado se potencialize. Organize-se e aproveite! 6 Unidade: Diferença entre bens e serviços Contextualização Ampliar a carteira de clientes é um dos objetivos almejados pelas organizações, seja qual for o ramo, porte ou segmento, mas não traz efeito se os conceitos de marketing não forem aplicados de forma estratégica e se não entender as distinções e as ações operacionais necessárias para fazer dos serviços um diferencial competitivo. A forma de organizar as ações no ambiente de serviços está atrelada às operações logísticas, desde a escolha do local, dos recursos, das pessoas, das tecnologias utilizadas, o que vai dar maior fluidez na prestação de serviços. A boa operação em serviços deve ser ampliada com as estratégias de marketing, que já é muito bem aplicada em vendas de produtos, mas como não se separam, em sua integralidade, produtos de serviços, os mesmos conceitos podem e devem ser aplicados a serviços, seja exclusivo ou agregado aos produtos. De fato, produtos possuem características que os serviços não têm. Então, a gestão dos serviços exige que se conheça como os clientes se relacionam ou pensam na aquisição dos serviços. Esse pensamento deve ser no sentido de fidelizar o cliente e fazer com que ele continue comprando e divulgando nossos serviços. A segmentação em serviços exige saber quem é o cliente, onde mora, o que faz, por que faz e se está ou não disposto a comprar. Essas informações são cruciais para planejar as ações e as definições dos serviços a serem vendidos. O gestor de serviços deve saber se um cliente está e quanto está disposto a se locomover para ter acesso ao serviço; deve saber a situação e a quantidade de vezes que procura tal serviço. Assim, pode identificar seus mercados potenciais, o mercado disponível, o mercado alvo e mercado penetrado. Uma vez identificado o mercado, a pergunta que fica é: por que um cliente vai tomar café na Starbucks ou no Café Donuts? Por que vai ao McDonald’s e não ao Bob’s? As respostas a essas perguntas auxiliam a fidelização. O uso de ferramentas como CRM – (Customer Relationship Management) possibilita conhecer a fundo quem é o cliente e, assim, criar promoções específicas para cliente ou grupos de clientes. Deve-se conhecer o uso da Lei de Pareto, que ensina que poucos clientes podem representar grande parcela do faturamento e que um volume grande deles pode representar pouco retorno. A lei fala de 20-80, ou seja, de uma carteira de 100 clientes, é possível que 20 deles sejam responsáveis por 80% da receita da empresa. Então, como identificar esse cliente e, identificado, o que fazer para fidelizá-lo? Veja o que ocorre nos bancos, por exemplo. Possuem serviços que atendem de maneira diferenciada clientes diferentes. Por exemplo, o Bradesco possui as agências Prime, o Itaú, o personalité, o Santander, o Van Gogh etc. 7 Alguns possuem agências separadas. A estratégia é criar espaços específicos para esses clientes diferenciados, com maior conforto, rapidez no atendimento etc. Para ampliar os estudos, leiam os livros na biblioteca virtual: HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A. Estratégia de Marketing e posicionamento competitivo. Pearson. http://unicid.bv3.digitalpages.com.br/ users/publications/9788576050131/pages/-12. LOVELOCK, Christopher; WIRTZ, Jochen. Marketing de services. Pearson. http://unicid.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050575/pages/_1. 8 Unidade: Diferença entre bens e serviços Introdução Já tratamos dos conceitos de serviços, das características e sua evolução. Agora, para uma boa gestão, vamos nos aprofundar nesses conceitos. Iremos agora associar e elencar algumas diferenças básicas entre produtos e serviços nas empresas. As principais estão abaixo: · Fator tempo relevante Inúmeros serviços são oferecidos em tempo real como, por exemplo, restaurantes, companhias aéreas, hospitais. Não adianta ter uma boa Pizza se o tempo de espera, seja em loja ou delivery, não for o considerado aceitável. Isso se aplica a hospitais, restaurantes e outros. A definição sobre como as operações irão funcionar é essencial para ser competitivo neste quesito. Vejamos algumas definições de operação que determinam a qualidade dos serviços prestados: Pizzaria ou restaurante podem ter garçons divididos por área de atendimento, ou geral, onde todos atendem em todos os lugares. Pergunto qual o modelo ideal? Não há uma resposta, depende do espaço físico, do volume de clientes etc., exemplo: 9 Como distribuir os garçons pelas diferentes plantas? A divisão seria a mesma para as duas? Quais seriam os impactos se, na planta 1, todos os garçons atuassem em todas as praças? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Essa é só a parte das definições, ainda se faz necessário decidir se vão usar: Ou Fonte: Thinkstock/Getty Images. 10 Unidade: Diferença entre bens e serviços Essa escolha vai interferir diretamente na mobilidade no espaço físico, na agilidade de atendimento, na troca de informação e na redução de erros. Com a visão de Lovelock (2005, p.20): “Os clientes de hoje são cada vez mais sensíveis ao tempo, e a velocidade muitas vezes é um elemento fundamental para o bom serviço”. Assim, podemos entender que existe uma limitação de tempo que os clientes estão dispostos a aceitar para a busca da sua satisfação. Então pergunto, que decisão você tomaria? Quais os resultados esperados? O que os clientes vão comprar: os alimentos feitos ou a forma de atendimento? Observação O fator tempo é muito relevante para a escolha da compra. Os clientes aceitam pagar mais caro em empresa que transmita a sensação de organização, eficiência e confiabilidade. Concorda? Esse pensamento se aplicaria a outros serviços? Reflita. · Dificuldade de os clientes avaliarem Uma diferença significativa na gestão de bens ou serviços é a forma de avaliação sob a ótica dos clientes, vejamos: Bens físicos: os clientes avaliam por meio de atributos de procura elevados e as principais características de avaliação são: preço, forma, cor, estilo, resistência, cheiro, entre outros. Em serviços alguns atributos avaliados são: experiências percebidas durante o consumo, como facilidade de uso, gosto, tratamento pessoal nos contatos, portabilidade ou facilidade de transportar, confiança etc. Veja que são coisas subjetivas, que tornam mais complexa a avaliação dos atributos por parte dos consumidores mesmo depois de consumirem. Serviço então é mais uma questão de sensação, de percepçãopor parte de quem o utiliza. · Os clientes não obtêm propriedade sobre os serviços Outra diferença é a não posse daquilo que foi adquirido. Lovelock (2005, p.17) aponta que a distinção fundamental entre bens e serviços reside no fato de que os clientes normalmente extraem valor dos serviços, sem obter propriedade permanente de qualquer elemento tangível. Isso ocorre no caso, por exemplo, do aluguel de um objeto físico, como uma máquina, equipamento, carro, entre outros. Nessa situação, apesar de o interesse primordial do cliente estar no produto final, a forma como este é tratado durante a entrega tem patamar relevante para a sua satisfação. 11 A aquisição de um curso não torna o aluno dono do curso, ele não tem sequer a garantia de obtenção do diploma, pois dependerá de ações do aluno, como estudar e tirar nota nas provas. O aluno comprou, pagou as mensalidades e não tem a garantia de aprendizagem, nem que todos que se matricularam vão concluir o curso. Diferente de quem compra um Big Mac, ou um quilo de batata, que leva exatamente aquilo que solicitou, poderá dizer que o produto é seu e, assim, pode fazer o que quiser com o produto. Se comprou um pacote PFC de futebol, por exemplo, só poderá ver os jogos nas horas estipuladas pelas emissoras, se comprou um curso, terá de frequentar as aulas nos horários estipulados e em locais estipulados, mesmo após ter adquirido e pago pelos serviços. · Ausência de estoque Não ser estocado é mais uma diferença entre bem e serviço. Devido ao fato de o serviço ser considerado uma ação ou atitude, ele tem como característica a perecibilidade e, consequentemente, não pode ser estocado como se fosse um artigo tangível. Existem casos em que as instalações, equipamentos e mão de obra são pontos necessários para representar a capacidade produtiva e não o próprio serviço. Mesmo não sendo estocável, deve ser organizado de forma a garantir que a demanda seja atendida sem sobrecarregar ou descaracterizar o serviço. · Inúmeros canais de distribuição O Canal de distribuição é um conjunto de ações que tem como objetivo disponibilizar o produto para o cliente, ou o meio em que o cliente tem acesso aos produtos. Por exemplo: lojas de varejo, atacadista, fabricante etc. Em serviços, esses meios de acesso são maiores e, em alguns casos, independe de local ou região. As empresas de serviços podem trabalhar com diversidade de canais eletrônicos, sites etc., como meio eletrônico, ou ainda podem concentrar a produção do serviço, a loja e o ponto de consumo em um único local, é uma decisão a ser tomada. Isso depende muito de como o cliente espera ter acesso ao serviço. Exemplo: O Magazine Luiza possui lojas virtuais, lojas físicas e lojas mistas e com isso amplia o raio de atuação, levando seus serviços para regiões em que não esteja fisicamente, levando variedade de produtos em lojas com espaço físico pequeno e vendendo produtos a pronta entrega para quem assim o desejar. As Casas Bahia, somente em 2009, iniciou sua atuação no e-commerce. Antes atuava somente com lojas físicas e para ampliar seu raio de atendimento era obrigada a ter um número maior de lojas físicas. Canais distintos, com objetivos iguais; é esse o papel do canal de distribuição, fazer com que o cliente tenha o produto certo no local certo, na hora certa, na quantidade certa. Cada empresa faz isso de forma diferente. 12 Unidade: Diferença entre bens e serviços A boa gestão desses canais é afirmada por Lovelock (2005, p.20), que diz que as empresas de serviços precisam administrar o comportamento dos clientes na produção do serviço para garantir que as operações sejam realizadas de maneira uniforme. Dessa forma, são evitadas situações desagradáveis nas quais o comportamento de uma pessoa irrite ou desagrade outros consumidores que estão presentes no mesmo momento. Para Pensar Percebeu as principais diferenças entre bens e serviços? Reflita sobre isso. EXEMPLO DE SERVIÇOS Saúde Psicanálise, consulta clínica, cirurgia miopia, laboratório, aconselhamento TV. Financeiro Private banking; pessoa jurídica e pessoas físicas; “especiais” ATM/Internet banking. Transporte Limousine, avião 1ª classe e avião classe econômica, ônibus urbano, metrô etc. Hospitalidade Villa em Como L’Hotel Sofitel Novotel e IBIS/F1, acomodação universitária etc. Alimentação Trois Gros, Famiglia Mancini, America Burguer, McDonalds, Sopão, Dog do Alemão. Ampliando a discussão na qual tratamos das diferenças entre bens e serviços, vamos conhecer alguns exemplos de serviços. Sempre tratamos das semelhanças de gestão na comercialização de produtos e serviços, mas há diferenças. As estratégias de comercialização de produtos consideram geralmente quatro fatores primordiais: produto, preço, praça e promoção, os já consagrados conceitos dos 4 Ps. Já as estratégias de serviços necessitam de inúmeros fatores, conhecidos como os 8Ps do marketing de serviços que são: • Product elements (elementos do produto): existem produtos na prestação de serviços? O que os clientes compram: o serviço ou o produto? Por exemplo, em um hotel, compramos os serviços, mas a alimentação é fator de qualidade, a mobília do hotel também, mas compramos o serviço. Já em um restaurante, compramos a refeição; uma boa feijoada é fator de escolha na compra, mas se o atendimento (serviço) não for a altura da boa feijoada, o cliente não volta. Então, a característica do produto é essência para uma boa percepção dos serviços. Em resumo, elementos do produto é a totalidade dos componentes do desempenho do serviço, que geram valor percebido para os clientes; 13 • Place and time (lugar e tempo): a comercialização do serviço tem forte influência de dois aspectos: lugar, o que para venda de produtos é chamado de praça. Os serviços que possam estar em todos os lugares ao mesmo tempo possuem certo diferencial. O tempo ou frequência em que se presta o serviço, que deve atender às necessidades e ou à demanda existente. Como exemplo, temos o serviço de corretagem de seguros, que tem maior ou menor procura conforme a localização física, de muito ou pouco movimento, de fácil ou difícil acesso etc. Hoje, empresas como http://www.bidu.com.br/ oferecem cotação de seguro online; estão a todo lugar, ao mesmo tempo. Com esse mesmo exemplo, a cotação de um seguro automotivo em uma corretora fixa requer contato, passar dados, o corretor fazer a cotação e, em algumas horas, retornar com as opções. Na corretagem online, o resultado sai na hora. Sobre essa visão, Lovelock (2005, p.22) afirma que: A entrega de elementos do produto para os clientes envolve decisões sobre o lugar e o tempo da entrega e pode envolver canais de distribuição física ou eletrônica, ou ambos, dependendo da natureza do serviço que está sendo fornecido. • Process (processo): A maneira como o serviço é prestado é fundamental para satisfazer ou não os clientes.Nesse sentido, entender a necessidade do público alvo é o que vai auxiliar a definição de um processo. Assim, podemos apontar alguns exemplos: Bancos: a maneira de abrir conta, de solicitar serviços como extratos, de fazer pagamentos, transferências é decisiva na escolha do banco; nem sempre se leva em conta os valores das tarifas, mas sim, as facilidades. A definição do processo é o grande diferencial na percepção da qualidade dos serviços, é o que garante que todos saibam o que fazer, como fazer e quando fazer. Vejamos dois exemplos. Universidade A Serviço para Pós Graduação O aluno vai pessoalmente até a instituição com a documentação necessária, dirige-se à secretaria de pós-graduação, no 4° andar, fica em filas, dependendo do período, faz o processo, pega boleto, desce e efetua pagamento no térreo, leva o comprovante de pagamento na secretaria novamente e finaliza o processo de matrícula; depois, desce e solicitadispensa de disciplinas cursadas, caso tenha, novamente no térreo. Universidade B O aluno acesso site, escolhe o curso, preenche os dados necessários, faz a inscrição, gera o boleto, paga e o leva na secretaria de pós-graduação, com os documentos necessários e o processo finalizado. Quais as principais diferenças? O tempo perdido para o mesmo fim. 14 Unidade: Diferença entre bens e serviços Então, pode-se afirmar que quando os processos se tornam mal desenvolvidos e, consequentemente, deficientes, ocorre a insatisfação do cliente, tornando, por exemplo, a entrega burocrática, ineficiente, ineficaz e lenta. Dessa forma, todo o trabalho do pessoal da linha de frente é comprometido, por meio de uma diminuição na produtividade e aumento nas falhas dos serviços; • Productivity and quality (produtividade e qualidade): uma pizza pode ser a melhor do bairro, mas se o tempo de espera não for o aceitável, terá problemas de aceitação. Um fator muito importante na escolha é o tempo de atendimento, e esse tempo de atendimento está associado à produtividade. A ampliação da produtividade ou da quantidade realizada em determinado tempo não pode interferir na qualidade. Atender mais pacientes com menor rigor, mais alunos com menor aprendizagem, mais clientes com menor atenção a cada um deles não é caminho considerado ideal. Assim, esses dois elementos devem ser visualizados pela organização de forma conjunta, pois a produtividade é primordial para diminuir os custos, e a qualidade do serviço é relevante para diferenciar o produto e, consequentemente, fidelizar o cliente. Nessa linha, Lovelock (2005, p.22) diz que investir na melhoria da qualidade sem entender o balanço entre custos e incrementos na receita pode colocar em risco a rentabilidade da organização. Podemos entender que a produtividade e a qualidade devem andar juntas para o bom desempenho organizacional; • People (pessoas): inúmeros serviços precisam da interação direta entre cliente X colaborador, cujo objetivo é a percepção da qualidade dos serviços pelo consumidor. A qualificação das pessoas é um fator relevante na prestação de serviços. Vimos que um serviço sofre interferência direta da interação cliente empresa. Então, não sabemos como será o comportamento do cliente, mas devemos garantir a atuação dos colaboradores, focar na inteligência emocional e na postura de atuar para solucionar sempre problemas é o grande desejo das empresas de serviços. Veja exemplo no vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=Y1QELc8JLHA Fora essa situação, podemos apontar coisas mais simples, como um atendente de lanchonete que esteja varrendo o chão e vai fazer o lanche do cliente sem lavar as mãos, ou coloca a luva para preparar o lanche, durante o processo recebe dinheiro de outro cliente e dá o troco sem retirar as luvas. Ou ainda, coloca os pratos na mesa do restaurante colocando os dedos dentro dos pratos, dos copos, coloca os talheres diretamente sobre as mesas, fora pegar com as mãos nas folhas dos garfos e colheres. Ribeiro (2006, p.68) afirma que os clientes geralmente julgarão a qualidade do serviço que recebem em grande parte pela avaliação das pessoas que estão fornecendo o serviço. Para Pensar Você é assim? Reflita! Se a situação é verdadeira, o que deve fazer um gestor para garantir qualidade? 15 A indicação é buscar trabalhar eficientemente o recrutamento, treinamento e motivação dos colaboradores, primordialmente aqueles da linha de frente, ou seja, os profissionais de contato direto do cliente; • Promotion and education (promoção e educação): ampliando essa visão, Lovelock (2005, p.23) afirma que nenhum programa de marketing pode ter sucesso sem um programa de comunicação eficaz que proporcione promoção e educação. Podemos considerar esse fator responsável por algumas ações, tais como: • Mostrar os objetivos de determinado produto para o futuro consumidor; • Fornecer informações e dicas importantes; • Motivar os clientes. Toda comunicação pode ser realizada pelos profissionais de vendas, treinadores ou por mídia, tais como jornal, revista, TV, sites, outdoor, busdoor, entre outros; • Physical evidence (evidência física): assim como produtos, em serviços, o cliente se preocupa muito com a estética do que está comprando, a percepção do serviço prestado ou os produtos existentes na prestação de serviços,que devem respeitar ou atender a evidência física, ou seja, devem estar em um ambiente no qual a estrutura seja correspondente ao serviço prestado. É a situação na qual o cliente procura coisas concretas para contato, para ser atendido e/ou acompanhado. Na escolha de uma Universidade, além da qualidade de ensino, que o aluno não enxerga na hora da matrícula, o prédio, a praça de alimentação, o espaço físico interno, a biblioteca e os laboratórios são decisivos na hora da escolha. Em uma clínica médica, ocorre o mesmo; não se pede o currículo do médico para escolha da consulta, mas sim, olhamos a fachada da clínica, o local onde esteja instalada, a recepção etc. Um gestor deve observar que as organizações de serviços devem, prioritariamente, gerar a evidência física, pois esse fator exerce impacto brutal sobre a percepção do consumidor. Temos como exemplo de evidência física os equipamentos, placas, material informativo impresso, jardins, aparência dos edifícios, veículos, mobília, entre outros; • Price and other costs of service (preço e outros custos do serviço): O último P está associado ao preço e/ou custo dos serviços prestados. Não necessariamente o preço será um fator decisivo na escolha pelo cliente, mas para ampliar a competição, ele é bem relevante, pois, com a ampliação da concorrência, a importância do fator preço passa a ser maior. Tal fato pode ser percebido nas Universidades, nas quais, em 2000, com salário mínimo de R$ 151,00 um curso de Administração girava em torno de R$ 400,00 a R$ 500,00. Em 2014, com salário mínimo de R$ 724,00, uma instituição que cobrava R$ 435,00 em 2000 cobra, hoje, R$ 580,00. Ou seja, em 2000, a mensalidade era quase 3 salários mínimos; hoje, é menos de um salário. 16 Unidade: Diferença entre bens e serviços Para Pensar E tudo isso sem abrir mão de qualidade. Mas devemos pensar: por que isso ocorreu? Aumento de demanda? De concorrência? Redução dos impostos? Redução de custos? O que houve? De acordo com Lovelock (2005, p.23): “O preço e outros custos do componente de serviço remetem a administração aos vários custos incorridos pelos clientes para obterem benefícios do produto do serviço”. Podemos entender que o preço e os outros custos se referem às despesas em espécie, tempo e esforço despendido pelos clientes na compra e no consumo dos serviços. Fatores determinantes na escolha dos serviços Um serviço, assim como um produto, possui fatores que são determinantes na escolha de um cliente e cada um vai escolher o serviço por um desses motivos. Então, é importante que saibamos o que é relevante para cada grupo de clientes, para cada serviço oferecido. Os aspectos são: • Confiabilidade: pode-se dizer que foi e é o grande diferencial McDonalds, por exemplo. Você nunca vai chegar a uma loja da rede em qualquer lugar do mundo e ouvir de um atendente falar que não tem hambúrguer. Isso é confiabilidade e, mais que isso, em qualquer lugar do país terá o mesmo lanche, do mesmo jeito. Isso é confiança. Outro exemplo são os produtos Nestlé. Você os encontrará em qualquer lugar do país. Isso é confiança. Quanto aos serviços de internet banking, o grande medo era ter a conta invadida. Hoje, você cadastra seu celular no banco e em cada transação você recebe via SMS um código para finalizar a operação, fora a chave de segurança com dezenas de códigos diferentes. Isso é confiabilidade!; • Capacidade: o grande medo na escolha de um serviço é a dificuldade de avaliar a capacidade de atendimentoda empresa contratada. Como exemplo, veja a aquisição de um plano de saúde. Compra-se um barato e a grande confusão começa na hora de agendar consultas ou exames; pelo preço, atrai muitos clientes e, assim, não consegue atender a todos no prazos imposto como regra pelo segmento. A mensuração da capacidade de produção de uma empresa de serviços nem sempre é feita corretamente; não se mede a capacidade, com exatidão, de atendimento de um médico, da pintura de uma casa, entre outros; • Segurança: os acontecimentos citados em bancos são o que garantem segurança para a operação, o que aumenta a confiabilidade e a satisfação do cliente. O fator segurança está associado ao não prejuízo causado aos clientes de determinados serviços; 17 • Empatia: como serviços estão associado às pessoas, a empatia é algo de grande valia e tem a função de criar identificação do cliente com a empresa, com as pessoas envolvidas e com o serviço ofertado; • Itens tangíveis: serviços é percebido mais pela sensação que proporciona do que pelo que realmente é, pois é cercado de ações, sensações e percepções, tudo intangível, mas que dá aparência e característica a um serviço qualquer. Comentários Finais Nessa Unidade, discutimos os conceitos de serviços, as características específicas de serviços e como tratar cada uma delas, como gestor de uma atividade de serviços. Competir já é uma atividade complexa para a comercialização de bens; quando se trata de serviços, a percepção do cliente é ainda mais determinante para a gestão e controle de qualidade. Conhecer as técnicas de atuação prepara o gestor para olhar para produtos e adaptar as técnicas aplicadas em produtos na comercialização de serviços, traçando estratégia, por exemplo, dos 8 Ps de marketing. 18 Unidade: Diferença entre bens e serviços Material Complementar É muito importante que você amplie seu conhecimento sobre os temos propostos. Por isso sugerimos uma forma diferente de ver o mesmo assunto. Contando com o seu compromisso em buscar aprofundamento por outros meios de estudo, indicamos aqui alguns itens: Explore https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13989/mod_resource/content/1/14781.pdf http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/276/363 http://www.scielo.br/pdf/rae/v39n1/v39n1a05.pdf 19 Referências CORRÊA, H.L.; CAON, M. Gestão de serviços. São Paulo: Atlas 2004. GADREY, J. Emprego, produtividade e avaliação de desempenho de serviços. São Paulo. SNAC 2001. SPILLER E. S. et al. Gestão de serviços e marketing interno. São Paulo: FGV 2004. Sites Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML) - www.abml.org.br Associação Brasileira de Logística (ASLOG) - www.aslog.org.br 20 Unidade: Diferença entre bens e serviços Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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