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BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14292 Desafios para o desenvolvimento do complexo agroindustrial do eucalipto para agroenergia na região norte do Brasil Development challenges for the agroenergy agroindustry complex in the northern region of Brazil DOI:10.34117/bjdv5n9-045 Recebimento dos originais:19/08/2019 Aceitação para publicação: 09/09/2019 Antônio Maria Gomes de Castro Instituição de atuação atual: Inova Consultoria Prospectiva & Estratégia Ltda. Endereço completo (pessoal): CLN 202,Bloco B, Sala106, Brasília, DF, CEP 70722-520 Email; antonio.gomesdecastro@gmail.com Flávia Lucila Tonani Instituição de atuação atual: Universidade Federal do Tocantins- UFT Endereço completo (pessoal): 906 Sul, Alameda 20, nº 29, Palmas- TO, CEP: 77023-407 Email; flaviatonani@uft.edu.br Suzana Maria Valle Lima Instituição de atuação atual: Inova Consultoria Prospectiva & Estratégia Ltda. Endereço completo (pessoal): SHIN QL 7, Conjunto 3, Casa 2 71515-035, DF Email; suzana.vallelima@gmail.com RESUMO Introdução: O entendimento dos aspectos relacionados a um Complexo Agroindustrial permite compreender as reações do mercado e auxiliar os agentes envolvidos na tomada de decisão. O objetivo deste trabalho foi estudar o Complexo Agroindustrial da Silvicultura Energética, na última fronteira agrícola brasileira, com o objetivo de orientar políticas e investimentos futuros na região. Para tanto, utilizou-se a coleta de informações sobre os elos que compõem a cadeia produtiva do eucalipto por meio de consultas a documentos governamentais, artigos científicos, revistas, jornais e entrevistas. Considerando todas as informações coletadas, concluiu-se que o estado do Tocantins apresenta condições favoráveis de solo e clima para o cultivo, terras baratas e extensas áreas disponíveis para cultivo, incentivos governamentais e custos de produção competitivos. No entanto, o mercado consumidor apresenta uma tendência de redução gradual no uso de carvão como fonte de energia e os polos de consumo estão muito distantes do local de produção, o que pode aumentar o custo do produto final, a ponto de comprometer de forma significativa a exploração dessa atividade no Estado. Palavras-chave: Desenvolvimento regional; Agroenergia do eucalipto; Complexo agroindustrial mailto:antonio.gomesdecastro@gmail.com mailto:flaviatonani@uft.edu.br mailto:suzana.vallelima@gmail.com BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14293 ABSTRACT The understanding of the aspects related to an Agroindustrial Complex allows to understand the reactions of the market and to assist the agents involved in the decision making. The objective of this work was to study the Agroindustrial Complex of energy forestry in the last Brazilian frontier aiming to guide policies and future investments in the region. For this purpose, it was used to collect information about the links that make up the chain of energy forestry through consultations with government documents, scientific articles, magazines, newspapers and interviews. Considering all the information collected, it was concluded that the State of Tocantins presents favorable soil and climatic conditions for cultivation, cheap lands and extensive areas suitable for cultivation, governmental incentives and competitive production costs. However, the consumer market presents a gradual reduction trend in the use of charcoal as an energy source and the consumer poles are very far from the place of production, which may increase the final product costs, to the point of compromising significantly the exploitation of this activity in the state. Key words: Regional Development; Eucalipto Agroenergy; Agry industry Complex. 1 INTRODUÇÃO A Silvicultura é a prática de cultivar florestas naturais ou plantadas para obtenção de produtos variados, como celulose, energia e outros. As florestas realizam vários serviços ambientais: por exemplo, reduzem a pressão sobre as florestas naturais e promovem o sequestro de carbono. Nesse contexto, o Brasil estabeleceu metas de redução de emissões de GEE de 37% em 2025 em relação à 2005 e de 43% em 2030. Este compromisso foi firmado em 2015, contemplando as Contribuições Pretendidas Determinadas (iNDC), que o Brasil apresentou no Acordo de Paris. As florestas também são grandes aliadas na conservação dos recursos naturais, agindo como um tapete de proteção ao solo que impede processos erosivos evitando a perda de solo, perda de biodiversidade e assoreamento dos rios. O Estado do Tocantins tem avançado rapidamente na ocupação de áreas com plantios de eucalipto. Entretanto, seria de todo recomendável que a expansão futura fosse orientada por um zoneamento de aptidão da cultura ao largo do estado. Além do zoneamento, são necessários sistemas de produção adaptados às diversas condições do Tocantins, incluindo: a) material de cultivo adequado, desenvolvidos para a diversidade das condições de cultivo do Tocantins; b) tecnologias de estabelecimento do cultivo e manejo das florestas adaptadas para buscar a maximização dos retornos biológicos dos plantios nas diversas regiões de produção do estado; e, BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14294 c) estudos dos custos e retornos da produção, de forma a manter controle sobre a viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos de cultivo do eucalipto. Essas questões serão tratadas com mais detalhes nas seções seguintes. De acordo com diagnóstico do agronegócio do Tocantins elaborado pela FAPTO (2016), a madeira oriunda dos plantios de eucalipto destina-se ao mercado regional, sendo utilizada para geração de energia, principalmente na secagem de grãos, produção de carvão para a siderurgia e madeira tratada, para moirões de cercas. 2 O COMPLEXO AGROINDUSTRIAL (CAI) DO EUCALIPTO PARA AGROENERGIA NO TOCANTINS A atividade silvícola, em suas diversas modalidades, tem sido geradora de riquezas e empregos, com o Brasil ocupando o 7º lugar entre os produtores mundiais (em 2017), com produção de 15,5 milhões de m³ de madeira, sendo o eucalipto a principal espécie madeireira explorada. Da destinação final da madeira, a maior fração tem sido absorvida pelas indústrias de papel e celulose e 14% para fins energéticos. De acordo com informações do Sistema Nacional de Informações Florestais - SNIF (s.d.), o Setor Florestal, no seu conjunto representava, em 2007, cerca de 3,5% do PIB brasileiro, equivalentes a US$ 37,3 bilhões. Era ainda responsável por 7,3% das exportações (cerca de US$ 10,3 bilhões), predominantemente geradas pelos setores de celulose (US$ 4 bilhões), madeira serrada e processada, incluindo móveis, e outros produtos de maior valor agregado (US$ 3,95 bilhões) e ferro gusa a carvão vegetal (US$ 1,65 bilhão). Gerava ainda cerca de 7 milhões de empregos. A importância econômica da silvicultura é representada na Figura 1, na qual apresenta- se a evolução da participação percentual do extrativismo vegetal e da silvicultura, no período de 1996 a 2015, em termos de valor do produto total obtido pela exploração florestal extrativa e silvícola. A exploração extrativista representava, em 1996, cerca de 60% do valor total da exploração florestal, e a exploração silvícola aproximadamente 40% do valor do produto total. Este panorama passou a mudar a partir de 2010, com o fortalecimento da produção silvícola. Em 2015, o valor da produção da silvicultura passa a representar mais de 70% do valor total, enquanto o valor da atividade florestal extrativista fica abaixo de 30% ao longo de todo o período.BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14295 Figura 1. Participação percentual do extrativismo vegetal e da silvicultura no valor da produção primária florestal - Brasil - 1996-2015. Silvicultura Extrativismo Fonte: IBGE, 2015 Dentre todas as alternativas de exploração de espécies madeireiras no Brasil, eucalipto e pinus são as principais espécies cultivadas. Em 2015, havia um total de 7,2 milhões de hectares de espécies florestais, com 5,6 milhões de hectares de eucalipto e 1,6 milhão de hectares de pinus. As demais espécies (acácia, araucária e teca) ocupavam adicionais 600 mil hectares (IBÁ, 2015). Pelas inúmeras cadeias produtivas que gera, a produção do eucalipto pode ser conceitualizada como um complexo agroindustrial, o CAI do eucalipto. Neste, destacam-se as cadeias produtivas da celulose, do carvão vegetal, dos briquets e pellets, sendo estes três últimos produtos agro- energéticos. Uma representação resumida do CAI do eucalipto é apresentada na Figura 2. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14296 Figura 2. Complexo Agroindustrial do Eucalipto, com Destaque para as cadeias produtivas de agroenergia. Fonte: Castro et al., 2017. Este trabalho focalizará o CAI da madeira de eucalipto para bioenergia, no qual a produção de madeira tem como produto final a geração de energia. Da produção total de madeira no Brasil, estima-se que cerca de 54% foi destinada a bioenergia em 2017. O uso de energias renováveis no Brasil e no mundo tem crescido e em 2016 a matriz energética brasileira já era composta por 46,5% de energias renováveis, enquanto que a matriz energética mundial contemplava apenas 14% de fontes renováveis. O pico de produção de carvão vegetal, nos últimos dez anos, foi registrado em 2014, movido pelo desempenho das siderúrgicas e pelo valor pago a este produto. Neste período, as siderúrgicas cresceram 6,6% e em 2014 o valor pago por tonelada de carvão vegetal de eucalipto alcançou R$ 1098,01 (IBGE e PEVS, 2015). Logo após este período, ocorreu uma desaceleração no mercado siderúrgico. De acordo com o Instituto Aço Brasil (IAB, 2015), a capacidade total instalada dessas usinas é de 50,4 milhões t/ano de aço bruto, um valor bem superior ao que foi efetivamente produzido no ano de 2016, o que VIANA (2017) atribuiu à situação econômica vivida pelo país a partir de 2014. Segundo o autor, não só houve uma redução na produção das siderúrgicas brasileiras, mas as exportações dos produtos siderúrgicos também caíram de 15,2% entre 2007 e 2016. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14297 As regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste do Brasil possuem as maiores extensões em áreas plantadas com eucalipto e outras espécies madeireiras, perfazendo uma área total de 9.935.353 ha. Ao final de 2015 os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo somavam 5.771.590 ha plantados (IBGE, 2017). A tendência das concentrações de áreas produtoras na região Sudeste se dá pela facilidade em escoar o produto, pois nos estados de Minas Gerais concentram-se a maioria das empresas extratoras de minério de ferro e em São Paulo os portos de escoamento. Em 10 anos (2006 – 2016), a produção de produtos madeireiros cresceu 5,3%, com leve queda nos anos de 2008 e 2009. O Estado do Tocantins apresentou um aumento de área plantada de 9,35 vezes, no período de 2006 a 2015, o que proporcionou um aumento significativo na oferta deste produto. Porém, houve uma queda acentuada na produção a partir deste período e atualmente são atingidos valores pouco expressivos (IBGE, 2017). De acordo com estudo feito por Castro et al 2017, o estado do Tocantins apresenta terras disponíveis e baratas, sendo que destas, aproximadamente 42,3% da área total apresenta aptidão para o plantio de eucalipto. Estas condições favoráveis estimularam vários produtores a investirem na atividade. A cultura mais se expandiu nos municípios de Brejinho de Nazaré e São Bento do Tocantins, onde se concentravam em 2015 a maior parte dos 134.352 ha de área plantada em todo estado. Todavia, a evolução da atividade no estado seguiu a tendência nacional, com redução dos plantios a partir de 2014. Ainda há entre os empresários da região expectativas quanto a exploração de espécies madeireiras para produção de carvão. A formulação de incentivos para o desenvolvimento da atividade agropecuária na meso-região denominada de MATOPIBA pode favorecer os investimentos na silvicultura do Tocantins. Recorde-se que a região MATOPIBA foi definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2015, pela Portaria N°244, sendo formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, abrangendo 377 municípios, totalizando uma extensão de 73 milhões de hectares (BRASIL, 2015). A maior proporção desta área está localizada no estado do Tocantins. A criação da região do MATOPIBA gera um grande potencial para a exploração agrícola e para muitos, para a atividade da silvicultura. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14298 O plantio de eucalipto no Estado do Tocantins cresceu rapidamente na última década, em resposta à expectativa de crescimento da demanda de matéria-prima pela indústria da celulose, papel e de carvão pela indústria siderúrgica, no Brasil e no exterior. Essa expectativa, no entanto, foi parcialmente frustrada por uma série de eventos de natureza macroeconômica internos ao país, mudanças na demanda nacional e internacional dos produtos siderúrgicos e por questões inerentes ao desenvolvimento do próprio Estado do Tocantins. Como exemplo do impacto desses eventos, os produtores do eucalipto instalados em regiões mais distantes dos polos de demanda, como municípios ao sul do Estado do Tocantins, passaram a enfrentar grande dificuldade para obter preços condizentes com seus custos de produção, seja junto à indústria de celulose, seja junto às empresas siderúrgicas. No entanto, um outro conjunto de produtos derivados do eucalipto, notadamente lenha, carvão, cavacos, pellets e briquetes, vem se destacando pela demanda crescente como fontes para geração de energia renovável em várias partes do Brasil e mesmo no plano internacional. Tais limitantes e oportunidades necessitam exame mais apurado, para gerar diretrizes para o desenvolvimento deste complexo agroindustrial no Estado do Tocantins. Estas questões foram as referências para o presente trabalho. 3 OBJETIVOS Este trabalho foi realizado em função das recentes incertezas sobre o futuro do CAI da madeira para bioenergia no Estado do Tocantins, tendo como propósitos: Identificar, na perspectiva das cadeias produtivas componentes do CAI do eucalipto do Estado do Tocantins, considerando suas diversas regiões e condições de produção, o potencial de contribuição do eucalipto para a produção de bioenergia, específico às condições do Tocantins. Analisar o CAI da madeira para bioenergia no estado do Tocantins para elucidar os fatores que condicionaram o atual comportamento do mercado de carvão e orientar políticas para o desenvolvimento deste segmento em uma região bastante promissora para o desenvolvimento agroindustrial deste CAI. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14299 4 MARCO CONCEITUAL Foram aplicados os conceitos sistêmicos de complexo agroindustrial (CAI) e cadeias produtivas, como referência metodológica e analítica, na condução do estudo.O negócio agrícola é definido não apenas em relação ao que ocorre dentro dos limites das propriedades rurais, mas a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos produtos da agricultura aos seus consumidores. Este sistema mais abrangente é denominado de negócio agrícola, complexo agroindustrial ou agribusiness (Davis & Golberg, 1957; Zylbersztajn, 1994) e é composto por muitas cadeias produtivas, ou subsistemas do negócio agrícola. As cadeias produtivas possuem entre os seus componentes ou subsistemas os sistemas produtivos, nos quais ocorre a produção dos produtos agropecuários (Castro et al., 1995). Um complexo agroindustrial (CAI) pode ser composto por muitas cadeias produtivas que fornecem matéria-prima para um mesmo produto final ofertado pelo complexo (por exemplo, o Complexo Agroindustrial do Biodiesel), ou por uma única cadeia de matéria- prima (como a cadeia da soja em grão) que oferte muitos produtos finais, pela transformação da matéria-prima agropecuária produzida por esta cadeia. Examinando-se este modelo, identificam-se alguns elementos que são característicos de sistemas, como os componentes interconectados, neste caso organizações dedicadas a alguma função produtiva direta ou a processo conexo à produção, como a comercialização; os fluxos de materiais, de capital ou de informação. Os componentes que determinam a especificidade da cadeia produtiva para a agricultura são a propriedade agrícola e a agroindústria. Nestes, os produtos que serão comercializados e consumidos são especificados (por exemplo, soja em grãos, café em pó, carne enlatada, carvão de eucalipto) (Castro, 2000). Todos estes elementos são comuns ao enfoque sistêmico. Reforçam a ideia central da teoria geral de sistemas, de que os fenômenos sociais, econômicos, físicos, biológicos são sistêmicos e que o enfoque sistêmico é uma das boas ferramentas disponíveis no método científico, para aumentar a compreensão isolada e interativa desses fenômenos. Quando se analisam cadeias produtivas para elaborar visões futuras de seus desempenhos, tais como a competitividade, por exemplo, a dificuldade encontrada pelo analista é a de identificar as variáveis de maior interesse, que representem o desempenho analisado, o padrão de comportamento destas variáveis e as relações entre elas. O enfoque BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14300 sistêmico pode agregar as ferramentas necessárias para solucionar esta dificuldade metodológica. Desempenho de cadeias produtivas: competitividade, eficiência, qualidade, equidade e sustentabilidade. A análise de cadeias produtivas busca avaliar o desempenho destes sistemas, com a finalidade de identificar fatores que o afetam de forma positiva ou negativa. Para isto, é necessário inicialmente que se tenha uma formulação precisa de objetivos de desempenho que uma cadeia produtiva busca alcançar. De uma forma geral, os principais objetivos de desempenho que podem ser perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente, são a eficiência, qualidade, competitividade, sustentabilidade e a equidade (Castro et al, 2001; Lima et al., 2001). A metodologia de análise das cadeias produtivas deve responder quais desses objetivos são mais apropriados para a situação em análise, quais os padrões a atingir e respectivos instrumentos e mecanismos de mensuração. Fatores críticos de desempenho O desempenho de uma cadeia produtiva pode ser influenciado por fatores críticos de desempenho. Um fator crítico é definido como “qualquer variável (ou grupo de variáveis, ou estrutura) que afeta de forma relevante o desempenho de um sistema, de um modo positivo ou negativo”. 5 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA A estratégia metodológica adotada é baseada em aplicação estruturada de técnicas de análise sistêmica do desempenho passado e presente das cadeias estudadas. Estas técnicas de análise de sistemas e de modelagem foram empregadas durante a análise de muitos estudos de cadeias produtivas conduzidos pelos autores, como por exemplo, na análise das cadeias produtivas do biodiesel (Castro et al., 2010), componentes do PNPB (Programa Nacional de Produção do Biodiesel). Neste trabalho, a fase diagnóstica (2005-2009) tem como produto fatores críticos de desempenho das cadeias analisadas (girassol, canola, mamona, dendê e soja) e demandas a elas relacionadas, que foram utilizadas para a formulação das agendas de P&D e das propostas de estratégias de competitividade. A metodologia aplicada no presente estudo foi a de análise diagnóstica de cadeias produtivas, desenvolvida por Castro et al. (1995) e ampliada posteriormente em Castro et al. (2000). A análise foi desenvolvida em etapas, às quais são associados os conceitos, métodos BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14301 e técnicas. São também oferecidos alguns instrumentos de análise e de síntese, como auxílio para a coleta de informações, na maioria das etapas. A análise foi iniciada pela caracterização dos consumidores e mercados da cadeia produtiva do carvão vegetal e pela definição das necessidades e aspirações desse mercado consumidor em relação aos potenciais produtos das cadeias do CAI, como os pellets e os briquets. A posição relativa da cadeia produtiva no complexo agroindustrial (CAI) de agroenergia do eucalipto foi examinada, considerando o modelo elaborado para o CAI. Foram estabelecidos limites para os sistemas e definidas suas relações com o ambiente externo das cadeias. A partir do modelo geral, os componentes da cadeia produtiva do carvão foram qualificados e quantificados, bem como as suas relações, sob a forma de transações. As cadeias produtivas têm seu desempenho orientado por um conjunto de objetivos. Definiram-se como critérios de mensuração de desempenho das cadeias produtivas os de eficiência produtiva, qualidade de produto e competitividade. O desempenho da cadeia produtiva do carvão foi estudado examinando-se os processos produtivos de cada componente. Neste exame, identificaram-se as variáveis limitantes ao desempenho estudado e dentre estas, as variáveis críticas, denominadas fatores críticos de desempenho, aquelas de maior impacto sobre os critérios de desempenho eleitos, e que explicam o funcionamento atual e passado da cadeia. Neste ponto, a análise de complexos agroindustriais e de cadeias produtivas deve ser combinada com metodologias de planejamento estratégico. A partir da análise dos componentes de complexos agroindustriais e de cadeias produtivas foram identificadas as fortalezas e debilidades destes sistemas. Por outro lado, a análise dos ambientes organizacional e institucional do CAI permitiram a identificação de limitantes e impulsores que poderiam impactar seu desempenho. Fortalezas e debilidades do ambiente interno e oportunidades e ameaças do ambiente externo foram em seguida analisadas, visando identificar entre estas variáveis as que são críticas ao desempenho dos complexos agroindustriais e às cadeias produtivas foco do trabalho. Estas variáveis são consideradas como fatores críticos, pois apresentam grande impacto, positivo ou negativo, sobre o desempenho do CAI. A obtenção dos fatores críticos de desempenho permitiu a preparação de uma série de produtos do estudo, para a gestão da competitividade da produção de bioenergia do eucalipto BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14302 no estado do Tocantins. Entre estes, a comparação entre os fatores críticos de desempenho e vantagens das diversas cadeias estudadas produziram: A definição de vantagens comparativas das diversas formas de apresentaçãode produtos bioenergéticos do eucalipto, a partir de indicadores econômicos e sociais; A avaliação da competição entre produção de carvão e outros produtos do eucalipto. Com este conjunto de indicadores, produziram-se proposições de estratégias de gestão e de políticas públicas para a competitividade das cadeias produtivas de bioenergia de eucalipto no estado do Tocantins. Técnicas de pesquisa empregadas Para facilitar a coleta de dados sobre desempenho das cadeias e sistemas produtivos, foram desenvolvidos alguns instrumentos auxiliares para a busca de informação. A Tabela 1 apresenta o conjunto de técnicas empregadas como parte da estratégia metodológica adotada neste trabalho. Tabela 1: Resumo das principais técnicas de pesquisa aplicadas na análise do CAI de bioenergia do eucalipto no estado do Tocantins. Metodolo gia/ Técnica Especificação da metodologia/ técnica Capacitação/ Trabalho em equipe Reuniões de equipe interdisciplinar, apoiadas por informação secundária e primária, para capacitação em análise e síntese nas diversas etapas do estudo. “Brainwritin g e brainstorming” Aplicação de técnicas de participação, geração de idéias e de criatividade em reuniões técnicas, para elaboração de modelos de variáveis e suas relações e impactos sobre o desempenho das cadeias produtivas. Levantamen to de dados secundários (bibliográficos e Internet) Coleta e interpretação de informação escrita e eletrônica sobre o ambiente das cadeias produtivas de bioenergia do eucalipto e sobre aspectos de desempenho do próprio sistema. Diagnóstico Técnica de levantamento de dados em campo utilizando BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14303 rural rápido (DRR). instrumentos de coleta semiestruturados e entrevistas com especialistas nos temas pertinentes aos elos das cadeias produtivas analisadas. Coleta de informação primária/ Entrevistas Coleta de informação primária sobre as cadeias produtivas e seu desempenho, e sobre o efeito das mudanças no ambiente externo no sistema. Aplicação de questionário semiestruturado. Os locais visitados, especialistas entrevistados e instrumentos utilizados foram os centros de produção de eucalipto nas regiões norte e sul do Tocantins. Análise de conteúdo. Recuperação e síntese de informação em enunciados oriundos de questões abertas em entrevistas a especialistas e transformação da informação em variáveis para análise dos sistemas estudados. Painéis Reuniões técnicas com especialistas locais (Secretaria de Agricultura, EMBRAPA, UNITINS, Universidade Federal do Tocantins), para discussão de temas técnicos específicos ou para validação de conceitos e instrumentos desenvolvidos no trabalho. Seminários técnicos Reuniões técnicas com especialistas para apresentação e avaliação de parcial e final dos resultados do trabalho. O relatório final foi realizado em auditório da Secretaria de Agricultura do Tocantins. Modelagem Construção de modelos conceituais e de estruturas do CAI da agroenergia do eucalipto e das cadeias produtivas componentes, com indicação das relações entre variáveis. Oficinas de análise e síntese Reuniões técnicas de equipes interdisciplinares, para elaboração de modelos, estratégias de pesquisa, instrumentos e resultados, aplicando metodologias de criatividade e de negociação de conflitos. Finalmente, a informação secundária e primária coletadas foi processada em tabelas e gráficos para elaboração de inferências sobre o desempenho passado do CAI e determinação de limitantes, oportunidades para a continuidade da exploração de cadeias produtivas de agroenergia de eucalipto no Estado do Tocantins. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14304 O processo de análise incluiu os componentes das cadeias (fornecedores de insumos, produtores agropecuários de matérias primas, agroindústrias, comercialização) e os seus ambientes organizacional e institucional, compostos pelos seguintes elementos: • Pesquisa e Desenvolvimento (P&D, estruturas de inovação tecnológica); • Assistência técnica e extensão rural; • Crédito (financiamento da produção); • Logística; • Marco legal e normativo; • Meio Ambiente (solos, clima, problemas ambientais); • Mão-de-obra; • Comunicações. Foi também analisado o mercado nacional e local das cadeias produtivas. Esta análise buscava determinar oportunidades e ameaças, principal insumo para a construção de visões de futuro da agroenergia do eucalipto no Estado e para a formulação de estratégias de desenvolvimento do CAI no Tocantins, usando-se para tal a Matriz SWOT. A determinação de oportunidades e ameaças, fortalezas e debilidades foi realizada de acordo com o proposto na Figura 2. As oportunidades e ameaças foram principalmente originadas nos ambientes organizacional (organizações de inovação tecnológica, P&D, ATER, crédito, seguro rural, logística, meio ambiente entre outras) e institucional (leis, normas, regulamentos e outros). A infraestrutura disponível, bem como os mercados consumidores de produtos da agroenergia do eucalipto também constituem fontes de variáveis desta natureza. As fortalezas e debilidades foram determinadas pelo comportamento e desempenho dos elos (e segmentos de elos) das cadeias produtivas selecionadas. Questões socioeconômicas, tecnológicas, gerenciais, ambientais que afetam o desempenho das cadeias, principalmente no que tange aos elos produtores de matérias-primas e de produtos agroindustriais, foram os possíveis alvos para o processo de análise nesta etapa. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14305 Figura 2: Modelo de determinação de oportunidades, ameaças, fortalezas e debilidades do CAI de agroenergia do eucalipto no Tocantins. Fonte: Castro et al. (2017). 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO A discussão sobre o CAI da agroenergia do eucalipto no Estado do Tocantins inicia com a compreensão dos agentes e fatores que participam deste complexo. Os produtos da silvicultura de energia são basicamente o carvão vegetal, pelletes e briquetes destinados à produção de carvão, que por fim resultarão em energia. A indústria siderúrgica é o maior consumidor deste produto (carvão vegetal) - que é utilizado na produção do aço - e tem boa parte exportada. A China, os Estados Unidos, Países Baixos, Itália e Turquia garantem a exportação de 60% dos produtos da silvicultura brasileira. A indústria siderúrgica nacional ou aqueles mercados que consomem produtos destas indústrias também condicionam o comportamento desta cadeia produtiva. Em 2016 os maiores compradores de produtos siderúrgicos brasileiros foram os Estados Unidos, Turquia e Argentina, garantindo uma receita de US$ 1.172.509,52 ao país. A produção de aço tem diminuído no Brasil, nos últimos anos, pois a demanda dos países consumidores também caiu. Os concorrentes do Estado do Tocantins concentram-se na nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste, onde despontam as maiores áreas com silvicultura, predominantemente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Sul e Sudeste são responsáveis por aproximadamente 75% da produção e por cerca de 70% da área plantada com eucalipto em todo o país. Vários BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14306 fatores favorecem a atividade nestas regiões, tal como a proximidade com as industriais siderúrgicas, portos para exportação e impostos reduzidos. No Estado do Tocantins, a exploração de eucalipto foi iniciada na décadade 90, motivada pelo mercado favorável da indústria siderúrgica em alta e apoiada por linhas de créditos para promover a recomposição florestal. Outras características da região - como baixo custo da terra, disponibilidade de recursos hídricos e condições edáficas e climáticas - também favorecem a atividade no estado. Em 2004 e 2005, novas áreas foram formadas, visando atender uma possível fábrica de papel e celulose que viria se estabelecer no Estado, mas que acabou não se concretizando. Para estimular a expansão da cultura a Secretaria de Agricultura do Estado-SEAGRO, adotou o Programa Campo Futuro da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) que apresentava como meta uma área plantada de 794.074 hectares até 2017, que não foi atingida (CNA, 2017). O eucalipto é uma cultura que apresenta boa adaptabilidade às condições climáticas e edáficas do Estado. A espécie Eucalyptos urophila e Eucalyptos urugrandis são as mais cultivadas no estado pois toleram déficits hídricos de até 1800 mm, sendo estas características relevantes para as condições meteorológicas do Estado, que apresenta períodos de estiagem de até seis meses no ano. Na Tabela 2 se apresentam as principais espécies de eucaliptos e suas exigências térmicas e hídricas. Tabela 2. Exigência de temperatura (ºC), precipitação (mm/ano) e tolerância a déficit hídrico (mm/ano) para diversas espécies de eucalipto Espécie Tempe ratura (oC) Precipit ação (mm/ano) Deficit Hídrico (mm/ano) Eucalyptu s urophylla 19 a 26 30 a 210 900 a 1800 Eucalyptu s camaldulensis 11 a 35 700 a 1800 0 a 400 Eucalyptu s Grandis 17 a 23 550 a 1800 0 a 120 Eucalyptu s citriodora 20 a 24 350 a 1800 30 a 90 BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14307 Eucalyptu s urograndis 18 a 25 720 a 1800 15 a 170 Eucalyptu s saligna 12 a 25 1100 a 1800 0 a 90 Fonte: Castro et al., 2017. A maioria das espécies de eucalipto são mais sensíveis a déficit hídrico e deve ser considerada a possibilidade de irrigação da cultura para garantir bons resultados em longos períodos de estiagens, como usualmente ocorre no Tocantins. Na Figura 3 é apresentado o zoneamento agroclimático para a produção de eucalipto no Tocantins e pode-se verificar a grande extensão as áreas aptas ao cultivo no Estado. Figura 3. Zoneamento Edafoclimático para a cultura do eucalipto no Tocantins. Fonte: Collichio e Souza, 2018. O cultivo do eucalipto ocorre em várias regiões do Estado, merecendo destaque os munícipios de Brejinho de Nazaré, São Bento do Tocantins e Araguaína que juntos são responsáveis por 31,3% do total produzido em Tocantins. A maior concentração de produção nessas regiões deve-se principalmente aos Fundos Florestais Itaquari e EcoBrasil, que possuem grandes áreas plantadas, e a fábrica de celulose Suzano, que é BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14308 responsável por grandes plantações da cultura, além de atrair produtores para a região norte do Estado (FIETO, 2018). A área plantada de eucalipto cresceu regularmente até o ano de 2014, quando ocorreu a primeira redução, conforme mostra a Figura 4. Coincidentemente, naquele ano ocorreu a primeira redução de preços da lenha de eucalipto e de outras espécies. Os preços pagos aos produtos em 2014 começam a cair seguindo uma tendência nacional e mundial. Figura 4. Evolução histórica de área plantada com eucalipto no estado do Tocantins (a) e preços pagos ao produtor até 2015 (b). Fonte: CASTRO et al.,2017. Os preços da lenha no Brasil mantiveram uma tendência de alta durante uma década, com pico em 2014, quando alcançou R$43,94\m³. Em 2016 o preço da lenha oscilou em torno de R$ 42,07/m³. Quanto ao preço do carvão, em 2016 São Paulo apresentou o maior preço, de R$1.105,15 por tonelada, em função da sua maior demanda, já que este estado comporta sete indústrias siderúrgicas e tem baixa produção para supri-las. Em Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo o preço médio foi muito mais baixo, oscilando em torno de R$ 475,00 por tonelada. Como o Estado de Minas Gerais era o mercado-alvo da produção de carvão vegetal do Tocantins, o estado não registrou, em 2016, produção de carvão vegetal (INSTITUTO AÇO BRASIL 2017). A redução de preços do carvão vegetal afetou fortemente o CAI da agroenergia de eucalipto do Tocantins. Os produtores da região sul do estado, que tinham como mercado-alvo as siderúrgicas de Minas Gerais, praticamente ficaram sem um mercado para colocar a sua produção. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14309 Os fatores que causaram dificuldades para o CAI do eucalipto no Tocantins foram relacionados ao lento crescimento das indústrias siderúrgicas, impactadas pela crise econômica mundial de 2009 e a pela crise nacional em 2014. Também no período de 2007 a 2016, o uso de carvão pelos setores industriais, reduziu-se de 27% para 16,6%, sendo comparativamente a fonte de energia que apresentou a queda mais acentuada de consumo para essa indústria, como pode ser visto na Figura 5 e na Tabela 3. Figura 5. Consumo de carvão vegetal na indústria siderúrgica mineira, no período de 2004 a 2015, em milhares de m3. Tabela 3. Fontes de energia consumidas nas indústrias, no período de 2007 a 2016. Fonte: EPE (2017). No mundo todo há uma grande movimentação e definição de acordos entre países para se aumentar o uso de energias renováveis em suas matrizes energéticas, porém o BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14310 carvão vegetal começa a ser preterido entre as fontes renováveis. A China, um grande mercado consumidor, declarou em 2015 que prevê o uso de 50% de energias renováveis em 2030, com o aumento no uso de fontes de energias eólicas e solares e redução no uso do carvão vegetal. Esta é uma tendência mundial já sinalizada por outros países e que impacta diretamente o mercado brasileiro do CAI do eucalipto para agroenergia. Em relação à eficiência produtiva do CAI do Tocantins, a Federação da Indústria do Estado, comparou os custos de produção do eucalipto nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Espirito Santo com os de Tocantins; este Estado apresentou o segundo menor custo de produção, de R$ 4.886/ha. O Estado de Minas Gerais apresentou o maior valor (R$ 8.501/ha em seis anos de ciclo até o 1º corte) e o menor custo foi observado para o Estado do Espirito Santo (R$ 2.639/ha em sete anos). Neste Estado, o modelo adotado no Programa Produtor Florestal promove a absorção de parte dos custos de produção pela indústria compradora. Os Estados de São Paulo e Bahia apresentaram custos de produção, ao longo do ciclo de sete anos, de R$ 7.287/ha e R$ 7.253/ha, respectivamente. O baixo custo de produção do eucalipto no Tocantins poderia ser uma vantagem competitiva para o CAI do eucalipto, mas a distância dos polos consumidores gera gastos elevados com fretes, reduzindo drasticamente a margem de lucro. A redução da demanda por carvão das siderúrgicas, especialmente as de Minas Gerais, é outro fator altamente limitante a expansão da atividade na região sul do estado. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado do Tocantins-SEAGRO, a produção de madeira no Estado do Tocantins está dividida em dois polos: polo da região sul, representada principalmente por Brejinho de Nazaré, com aproximadamente 18.500 hectares plantados e o polo da região norte (Bico do Papagaio), representado por São Bento do Tocantins e Araguaína, com cerca de 16.500 e 9.200 hectares, respectivamente(SEAGRO, 2014). Hoje alguns produtores da região sul têm como única opção de comercialização a venda de madeira em tora, para pequenas empresas agrícolas, para secagem de grãos. Porém, há expectativas de que, a médio prazo, os produtos do eucalipto da região sul do Tocantins se tornem competitivos na produção de madeira para energia, atendendo o mercado do oeste da Bahia, principalmente a região de Luís Eduardo Magalhães, o maior polo agrícola do estado (Silva (2015)). BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14311 Em 2016, o Estado do Tocantins exportou uma quantia significativa de madeira serrada, somando US$ 294.749,00, tendo como único destino a Índia. O escoamento da produção foi feito através do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, Pará. A produção no polo da região norte se encontra mais consolidada e em processo de ampliação. Neste polo, existe a produção vinculada às empresas Eco Brasil e Suzano, voltada para atender à demanda por celulose da própria Suzano, situada na cidade de Imperatriz, Maranhão. Ainda na região do Bico do Papagaio, há produção de madeira para carvão vegetal, visando atender à demanda da SINOBRAS, empresa siderúrgica localizada na cidade de Marabá, Pará. Para analisar a tecnologia de produção empregada pelos produtores de eucalipto das regiões Norte e Sul, com destinação para a produção de celulose e carvão, foram entrevistados produtores destas regiões sobre os processos produtivos e tecnologia de produção adotada em seus empreendimentos. As respostas obtidas nessas entrevistas são apresentadas na Tabela 4. Embora a amostra não seja estatisticamente representativa, os resultados obtidos são bastante aderentes às recomendações técnicas da literatura (ver SANTOS et Al. 2016; JESUS, 2014 e SEPLAN, 2000). Foram ainda processadas algumas observações de consenso dos entrevistados em relação ao desempenho do CAI da bioenergia de eucalipto no estado. As maiorias dessas observações referem-se a limitações ao desempenho do complexo no Estado: Os viveiros da região não têm material genético adaptado às condições de cultivo do eucalipto no Tocantins, principalmente tolerantes ao déficit hídrico; Há pouca disponibilidade e baixa qualificação de mão-de-obra para operar os processos produtivos do eucalipto. A mão-de-obra qualificada é muito escassa. O custo do frete, em geral, é considerado alto. Os principais compradores da região são a Suzano e a SINOBRAS. Frigoríficos, Granol e Bunge foram citadas como compradores de lenha e cavaco, para energia. A região tem poucos compradores. A falta de competição de compradores desvaloriza o produto. O preço do transporte é mais limitante para os produtores do Sul, já que tanto os eventuais compradores - seja para produção de celulose, seja para produção de carvão - BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14312 estão localizados no Norte do estado e não farão a colheita e o transporte do material produzido no Sul, por sua própria conta, conforme é a prática com os fornecedores da região norte. A percepção dos produtores do sul é de que o frete para levar a madeira da sua região para destinos no Norte do Estado pode ser oneroso a ponto de inviabilizar essas transações. Tabela 4. Resumo das informações obtidas por meio de entrevistas com produtores de eucalipto de diferentes regiões com diferentes destinações. Região/ Produto Norte/Celulose Sul/Celulose Norte/Carvão Operações de plantio e manejo Tecnologia adotada pelo tipo de fazenda na região Tecnologia adotada pelo tipo de fazenda na região Tecnologia adotada pelo tipo de fazenda na região Variedade das mudas plantadas Produtivas e resistentes. Super clone I144. Mesclado com outras. Mudas em tubetes. Mudas clonais “aclimatadas ao Tocantins”, de diferentes materiais genéticos de SP, PR, MG. Mudas clonais. Preparo do terreno Subsolagem (50 cm). Com a pastagem, usa-se herbicida e subsolagem. Sem a pastagem, usa-se calcário, gradagem e subsolagem. Cultivo mínimo. Fazem calagem, alguns revolvem a terra. Espaçamento 3 x 3 3 x 3,5 3 X 3,5. Não é mais adequado por conta das condições locais (solo, clima). Plantio definiti vo Adubaçã o Feita com 4, 12, 24 meses (adubação de 1º período). Adubação de fósforo (15 a 20 Conforme análise de solo, na linha de plantio. Formulações convencionais; em teste, adubos de disponibilização lenta (capsulados). BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14313 cm. 30 dias, coveta lateral NPK+micro. Análise de solo. Calagem Análise de solo Pré-plantio em área total (1500 kg/ha) (custo maior com o frete). Padrão, calcário dolomítico. Variedad e plantada Clones Material aclimatado ao Tocantins. Mudas clonais 2361, 2019 (protegida da Suzano), I144, VN01, 2025 (protegida da Suzano). Tratos culturai s Controle fitossa- nitário, pragas Acompanhamento, intervenção quando necessário Formiga, lagarta, psilídeo-de-concha. Monitoramento, tratamento de mudas. Usa-se carvão adesivo amarelo para o monitoramento da população de vespa da galha no clone 2361. Controle fitossa- nitário, doenças Acompanhamento, intervenção quando necessário Cancro, bacteriose e ferrugem (não é necessário tratamento) Realizado na fase de muda com equipamento (agrofog). Controle fitossa- nitário, invasoras Sem informação. É realizado. Convencional, roçada mecanizada e controle químico (herbicida). Adubaçã o Aos 4, 12 e 24 meses. Mecanizada (fileto contínuo na superfície). Adubação foliar com potássio, boro e micronutrientes (resistência ao período de seca). Colheita É responsabilidade Mecanizada Uso de equipamentos BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14314 do comprador. mecanizados de ponta com módulo completo. Benefici a-mento É responsabilidade do comprador. Indústria termoelétrica ou de celulose. Parte é por derrubada, arraste e traçamento de toda a madeira. Fonte: Castro et al., 2017. Foi considerada a possível instalação de uma planta de celulose da Braxcel na região sul do Estado do Tocantins, que não se concretizou e deixou os produtores da região com poucas alternativas de mercado. No estudo de Castro et al., (2017), foi verificado que a região sul do Tocantins está muito distante dos polos de produção de celulose e de produção de produtos siderúrgicos, que poderiam ser considerados possíveis clientes para a comercialização de carvão. A indústria siderúrgica está passando por um período de grande dificuldade, segundo Castro et al., 2017. A localização das áreas de plantio de eucalipto no Tocantins está igualmente distante das fábricas de celulose (situadas principalmente no Sudeste e Sul do Brasil), dos polos siderúrgicos consumidores de carvão (situados em Minas Gerais e Espirito Santo) e das fábricas de produtos sólidos de madeira (MDF/HDF, MDP e HB) situados principalmente nas regiões Sudeste e Sul. Em relação ao ambiente organizacional do CAI, foi incluído no levantamento de informações com os especialistas das cadeias produtivas eucalipto do Tocantins, questões sobre o desempenho do sistema de inovação tecnológica no estado, notadamente a assistência técnica (ATER) e a pesquisa (P&D). Verificou-se a atuação predominante de ATER de empresas privadas. Essas empresas são principalmente de revendas de insumos como defensivos agrícolas, sementes e fertilizantes (fabricadospor multinacionais como a Monsanto, Bunge, Basf, Dow Agrosciences, entre outras). Essas empresas utilizam seus técnicos, conhecidos como consultores técnico-comerciais, que funcionam como agentes de comercialização de produtos dessas indústrias. No Estado existe um número elevado dessas empresas revendedoras de insumos. Somente na Associação de Revendedores de Insumos Agropecuários de Porto Nacional e Região (AREIA) existem 30 empresas ligadas ao agronegócio no setor de distribuição de insumos e defensivos agrícolas na região centro-sul do Estado do Tocantins (NORTE AGROPECUÁRIO, 2016). BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14315 O RURALTINS é o órgão de assistência técnica e extensão rural pública do Estado, responsável pela prestação desses serviços ao público da agricultura familiar e pelo apoio ao desenvolvimento do setor agropecuário. Está presente em 139 municípios do Tocantins, desenvolvendo ações para o fortalecimento da agricultura familiar. A instituição atua em diversas áreas; os técnicos oferecem assistência e orientação para as seguintes atividades: plantio e condução de lavouras para produção de grãos, cereais, frutas e hortaliças; criação de bovinos de corte e leite e pequenos animais (ovinos e caprinos); apicultura; piscicultura; projetos de irrigação; projetos de crédito rural das atividades agropecuária financiadas pelos bancos, principalmente o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil (ASBRAER, 2016). Nas regiões produtoras de eucalipto, identificou-se a presença de unidades do RURALTINS. Entretanto, em depoimento de entrevistado, foi afirmado que o RURALTINS é voltado preferencialmente para a agricultura familiar, não sendo atendidas as cadeias com potencial para agroenergia pela instituição. As principais organizações de pesquisa no Estado são atualmente, a Embrapa Pesca e Aquicultura, a Universidade Federal do Tocantins e a Unitins (Universidade Estadual do Tocantins). A informação sobre a pesquisa no estado foi obtida nestas instituições. A Embrapa Pesca e Aquicultura focaliza seus esforços de pesquisa para a aquicultura, a pesca artesanal e a agroindustrialização de produtos. Na Unidade em Tocantins há três pesquisadores dedicados à pesquisa com culturas que servem de insumo à produção de biocombustível, sendo um deles dedicado a pesquisa com eucalipto. A Universidade Federal do Tocantins (UFT) criou em 2007 o Programa de Mestrado em Agronergia. Entre suas linhas de pesquisa, destacam-se: Sistemas de produção e melhoramento de culturas visando à produção de biocombustíveis; Aspectos socioeconômicos de sistemas de agroenergia; Processos de obtenção de biocombustíveis, avaliação e aproveitamento de resíduos – este programa objetiva desenvolver os processos de obtenção de carvão e de biocombustíveis. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14316 O Mestrado em Agroenergia conta com 19 pesquisadores doutores, atuando em atividades didáticas e pesquisa acadêmica e tecnológica em diversas cadeias produtivas de agroenergia no estado. Uma limitante registrada foi o financiamento do custeio das pesquisas propostas pelas equipes de pesquisadores, principalmente na Universidade, o que limita a execução dos projetos. Com recursos disponíveis, a atual estrutura de P&D poderá responder as demandas de inovação tecnológica do CAI do eucalipto. 7 PERSPECTIVAS FUTURAS DO CAI DA AGROENERGIA DE EUCALIPTO As perspectivas para o desenvolvimento do CAI do eucalipto podem ser favoráveis, uma vez que algumas estratégias sejam postas em prática, para remover limitações que reduziram a expansão da atividade no estado. Cabe destacar alguns aspectos que merecem atenção por parte dos componentes co CAI e do seu entorno organizacional e institucional. Existem 12 milhões de hectares de terras aptas, o que representa uma enorme extensão para acomodar, no curto e longo prazo, as futuras expansões dos plantios de eucalipto no Tocantins. Recorde-se que estas terras possuem preços comparativamente mais baixos em relação a outros estados vizinhos. As condições climáticas e edáficas são favoráveis nestas regiões para o cultivo do eucalipto. O Governo do Estado e as organizações representativas tem mostrado interesse político e executado ações para promover o desenvolvimento desta atividade no estado. Atualmente, os mercados consumidores são restritos e a maioria está distante do local de produção, dificultando a logística de escoamento e encarecendo o produto final. No entanto, a região oferece alternativas de demanda que merecem ser consideradas e estudadas. Essas oportunidades estão relacionadas com as necessidades energéticas associadas, no curto e médio prazos, à necessidade de energia para operação de frigoríficos, para a secagem e beneficiamento de grãos, para a produção de biodiesel e ao consumo de energia nas atividades urbanas, como atividades comerciais e industriais, ou mesmo o uso de lenha ou carvão em restaurantes, entre outras. Esses mercados podem ser desenvolvidos tanto no Tocantins, como nas regiões limítrofes dos Estados vizinhos, como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. E, em maior prazo, pode ser considerada a possibilidade de entrar no negócio de geração e fornecimento de energia elétrica aos consumidores urbanos e rurais da região. BrazilianJournalofDevelopment Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 14317 No entanto, para racionalizar os custos e as operações pode ser vantajoso introduzir inovações tecnológicas na apresentação dos produtos energéticos, de forma a racionalizar o manuseio, a apresentação, o transporte e o próprio uso. Carvão, cavacos, pellets e briquetes são produtos que permitem uniformizar embalagem, padronizar qualidade e quantidade dos produtos, bem como racionalizar a estocagem e a movimentação de materiais. Além disso, esses produtos permitem atribuir marca e desenvolver estratégias de marketing em suporte à sua comercialização. Estes aspectos devem ser considerados por todos os agentes envolvidos no CAI do eucalipto para agroenergia, como guia de formulação de estratégias a ser implementadas e criar um ambiente de negócios onde investimentos frustrados sejam evitados. REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria no. 244, de 12 de novembro de 2015. Diário Oficial da União. 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