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BrazilianJournalofDevelopment 
 
 Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 
 
14292 
Desafios para o desenvolvimento do complexo agroindustrial do eucalipto 
para agroenergia na região norte do Brasil 
 
Development challenges for the agroenergy agroindustry complex in the 
northern region of Brazil 
 
DOI:10.34117/bjdv5n9-045 
 
Recebimento dos originais:19/08/2019 
Aceitação para publicação: 09/09/2019 
 
 Antônio Maria Gomes de Castro 
Instituição de atuação atual: Inova Consultoria Prospectiva & Estratégia Ltda. 
Endereço completo (pessoal): CLN 202,Bloco B, Sala106, Brasília, DF, CEP 70722-520 
Email; antonio.gomesdecastro@gmail.com 
 
Flávia Lucila Tonani 
Instituição de atuação atual: Universidade Federal do Tocantins- UFT 
Endereço completo (pessoal): 906 Sul, Alameda 20, nº 29, Palmas- TO, CEP: 77023-407 
Email; flaviatonani@uft.edu.br 
 
Suzana Maria Valle Lima 
Instituição de atuação atual: Inova Consultoria Prospectiva & Estratégia Ltda. 
Endereço completo (pessoal): SHIN QL 7, Conjunto 3, Casa 2 71515-035, DF 
Email; suzana.vallelima@gmail.com 
 
 
RESUMO 
 
Introdução: O entendimento dos aspectos relacionados a um Complexo Agroindustrial 
permite compreender as reações do mercado e auxiliar os agentes envolvidos na tomada de 
decisão. O objetivo deste trabalho foi estudar o Complexo Agroindustrial da Silvicultura 
Energética, na última fronteira agrícola brasileira, com o objetivo de orientar políticas e 
investimentos futuros na região. Para tanto, utilizou-se a coleta de informações sobre os elos 
que compõem a cadeia produtiva do eucalipto por meio de consultas a documentos 
governamentais, artigos científicos, revistas, jornais e entrevistas. Considerando todas as 
informações coletadas, concluiu-se que o estado do Tocantins apresenta condições 
favoráveis de solo e clima para o cultivo, terras baratas e extensas áreas disponíveis para 
cultivo, incentivos governamentais e custos de produção competitivos. No entanto, o 
mercado consumidor apresenta uma tendência de redução gradual no uso de carvão como 
fonte de energia e os polos de consumo estão muito distantes do local de produção, o que 
pode aumentar o custo do produto final, a ponto de comprometer de forma significativa a 
exploração dessa atividade no Estado. 
 
Palavras-chave: Desenvolvimento regional; Agroenergia do eucalipto; Complexo 
agroindustrial 
 
 
mailto:antonio.gomesdecastro@gmail.com
mailto:flaviatonani@uft.edu.br
mailto:suzana.vallelima@gmail.com
BrazilianJournalofDevelopment 
 
 Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 9 p. 14292-14320 sep. 2019 ISSN 2525-8761 
 
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ABSTRACT 
 
The understanding of the aspects related to an Agroindustrial Complex allows to understand 
the reactions of the market and to assist the agents involved in the decision making. The 
objective of this work was to study the Agroindustrial Complex of energy forestry in the last 
Brazilian frontier aiming to guide policies and future investments in the region. For this 
purpose, it was used to collect information about the links that make up the chain of energy 
forestry through consultations with government documents, scientific articles, magazines, 
newspapers and interviews. Considering all the information collected, it was concluded that 
the State of Tocantins presents favorable soil and climatic conditions for cultivation, cheap 
lands and extensive areas suitable for cultivation, governmental incentives and competitive 
production costs. However, the consumer market presents a gradual reduction trend in the 
use of charcoal as an energy source and the consumer poles are very far from the place of 
production, which may increase the final product costs, to the point of compromising 
significantly the exploitation of this activity in the state. 
 
Key words: Regional Development; Eucalipto Agroenergy; Agry industry Complex. 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Silvicultura é a prática de cultivar florestas naturais ou plantadas para obtenção de 
produtos variados, como celulose, energia e outros. As florestas realizam vários serviços 
ambientais: por exemplo, reduzem a pressão sobre as florestas naturais e promovem o 
sequestro de carbono. Nesse contexto, o Brasil estabeleceu metas de redução de emissões de 
GEE de 37% em 2025 em relação à 2005 e de 43% em 2030. 
Este compromisso foi firmado em 2015, contemplando as Contribuições Pretendidas 
Determinadas (iNDC), que o Brasil apresentou no Acordo de Paris. As florestas também são 
grandes aliadas na conservação dos recursos naturais, agindo como um tapete de proteção ao 
solo que impede processos erosivos evitando a perda de solo, perda de biodiversidade e 
assoreamento dos rios. 
O Estado do Tocantins tem avançado rapidamente na ocupação de áreas com plantios 
de eucalipto. Entretanto, seria de todo recomendável que a expansão futura fosse orientada 
por um zoneamento de aptidão da cultura ao largo do estado. Além do zoneamento, são 
necessários sistemas de produção adaptados às diversas condições do Tocantins, incluindo: 
a) material de cultivo adequado, desenvolvidos para a diversidade das condições de 
cultivo do Tocantins; 
b) tecnologias de estabelecimento do cultivo e manejo das florestas adaptadas para 
buscar a maximização dos retornos biológicos dos plantios nas diversas regiões de produção 
do estado; e, 
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c) estudos dos custos e retornos da produção, de forma a manter controle sobre a 
viabilidade econômico-financeira dos empreendimentos de cultivo do eucalipto. Essas 
questões serão tratadas com mais detalhes nas seções seguintes. 
De acordo com diagnóstico do agronegócio do Tocantins elaborado pela FAPTO 
(2016), a madeira oriunda dos plantios de eucalipto destina-se ao mercado regional, sendo 
utilizada para geração de energia, principalmente na secagem de grãos, produção de carvão 
para a siderurgia e madeira tratada, para moirões de cercas. 
 
2 O COMPLEXO AGROINDUSTRIAL (CAI) DO EUCALIPTO PARA 
AGROENERGIA NO TOCANTINS 
A atividade silvícola, em suas diversas modalidades, tem sido geradora de riquezas e 
empregos, com o Brasil ocupando o 7º lugar entre os produtores mundiais (em 2017), 
com produção de 15,5 milhões de m³ de madeira, sendo o eucalipto a principal espécie 
madeireira explorada. Da destinação final da madeira, a maior fração tem sido absorvida 
pelas indústrias de papel e celulose e 14% para fins energéticos. 
De acordo com informações do Sistema Nacional de Informações Florestais - SNIF 
(s.d.), o Setor Florestal, no seu conjunto representava, em 2007, cerca de 3,5% do PIB 
brasileiro, equivalentes a US$ 37,3 bilhões. Era ainda responsável por 7,3% das exportações 
(cerca de US$ 10,3 bilhões), predominantemente geradas pelos setores de celulose (US$ 4 
bilhões), madeira serrada e processada, incluindo móveis, e outros produtos de maior valor 
agregado (US$ 3,95 bilhões) e ferro gusa a carvão vegetal (US$ 1,65 bilhão). Gerava ainda 
cerca de 7 milhões de empregos. 
A importância econômica da silvicultura é representada na Figura 1, na qual apresenta-
se a evolução da participação percentual do extrativismo vegetal e da silvicultura, no período 
de 1996 a 2015, em termos de valor do produto total obtido pela exploração florestal 
extrativa e silvícola. 
A exploração extrativista representava, em 1996, cerca de 60% do valor total da 
exploração florestal, e a exploração silvícola aproximadamente 40% do valor do produto 
total. Este panorama passou a mudar a partir de 2010, com o fortalecimento da produção 
silvícola. Em 2015, o valor da produção da silvicultura passa a representar mais de 70% do 
valor total, enquanto o valor da atividade florestal extrativista fica abaixo de 30% ao longo 
de todo o período.BrazilianJournalofDevelopment 
 
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Figura 1. Participação percentual do extrativismo vegetal e da silvicultura no valor da produção primária 
florestal - Brasil - 1996-2015. 
Silvicultura 
Extrativismo 
 
Fonte: IBGE, 2015 
Dentre todas as alternativas de exploração de espécies madeireiras no Brasil, 
eucalipto e pinus são as principais espécies cultivadas. Em 2015, havia um total de 7,2 
milhões de hectares de espécies florestais, com 5,6 milhões de hectares de eucalipto e 1,6 
milhão de hectares de pinus. As demais espécies (acácia, araucária e teca) ocupavam 
adicionais 600 mil hectares (IBÁ, 2015). 
Pelas inúmeras cadeias produtivas que gera, a produção do eucalipto pode ser 
conceitualizada como um complexo agroindustrial, o CAI do eucalipto. Neste, destacam-se 
as cadeias produtivas da celulose, do carvão vegetal, dos briquets e pellets, sendo estes três 
últimos produtos agro- energéticos. Uma representação resumida do CAI do eucalipto é 
apresentada na Figura 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2. Complexo Agroindustrial do Eucalipto, com Destaque para as cadeias produtivas de agroenergia. 
Fonte: Castro et al., 2017. 
 
 
 
Este trabalho focalizará o CAI da madeira de eucalipto para bioenergia, no qual a 
produção de madeira tem como produto final a geração de energia. Da produção total de 
madeira no Brasil, estima-se que cerca de 54% foi destinada a bioenergia em 2017. 
O uso de energias renováveis no Brasil e no mundo tem crescido e em 2016 a 
matriz energética brasileira já era composta por 46,5% de energias renováveis, enquanto 
que a matriz energética mundial contemplava apenas 14% de fontes renováveis. 
O pico de produção de carvão vegetal, nos últimos dez anos, foi registrado em 
2014, movido pelo desempenho das siderúrgicas e pelo valor pago a este produto. Neste 
período, as siderúrgicas cresceram 6,6% e em 2014 o valor pago por tonelada de carvão 
vegetal de eucalipto alcançou R$ 1098,01 (IBGE e PEVS, 2015). Logo após este 
período, ocorreu uma desaceleração no mercado siderúrgico. 
De acordo com o Instituto Aço Brasil (IAB, 2015), a capacidade total instalada 
dessas usinas é de 50,4 milhões t/ano de aço bruto, um valor bem superior ao que foi 
efetivamente produzido no ano de 2016, o que VIANA (2017) atribuiu à situação 
econômica vivida pelo país a partir de 2014. Segundo o autor, não só houve uma 
redução na produção das siderúrgicas brasileiras, mas as exportações dos produtos 
siderúrgicos também caíram de 15,2% entre 2007 e 2016. 
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As regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste do Brasil possuem as maiores extensões 
em áreas plantadas com eucalipto e outras espécies madeireiras, perfazendo uma área 
total de 9.935.353 ha. Ao final de 2015 os estados de Minas Gerais, Paraná, Santa 
Catarina e São Paulo somavam 5.771.590 ha plantados (IBGE, 2017). 
A tendência das concentrações de áreas produtoras na região Sudeste se dá pela 
facilidade em escoar o produto, pois nos estados de Minas Gerais concentram-se a 
maioria das empresas extratoras de minério de ferro e em São Paulo os portos de 
escoamento. 
Em 10 anos (2006 – 2016), a produção de produtos madeireiros cresceu 5,3%, com 
leve queda nos anos de 2008 e 2009. O Estado do Tocantins apresentou um aumento de 
área plantada de 9,35 vezes, no período de 2006 a 2015, o que proporcionou um 
aumento significativo na oferta deste produto. Porém, houve uma queda acentuada na 
produção a partir deste período e atualmente são atingidos valores pouco expressivos 
(IBGE, 2017). 
De acordo com estudo feito por Castro et al 2017, o estado do Tocantins apresenta 
terras disponíveis e baratas, sendo que destas, aproximadamente 42,3% da área total 
apresenta aptidão para o plantio de eucalipto. Estas condições favoráveis estimularam 
vários produtores a investirem na atividade. 
A cultura mais se expandiu nos municípios de Brejinho de Nazaré e São Bento do 
Tocantins, onde se concentravam em 2015 a maior parte dos 134.352 ha de área 
plantada em todo estado. Todavia, a evolução da atividade no estado seguiu a tendência 
nacional, com redução dos plantios a partir de 2014. Ainda há entre os empresários da 
região expectativas quanto a exploração de espécies madeireiras para produção de 
carvão. 
A formulação de incentivos para o desenvolvimento da atividade agropecuária na 
meso-região denominada de MATOPIBA pode favorecer os investimentos na 
silvicultura do Tocantins. Recorde-se que a região MATOPIBA foi definida pelo 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2015, pela Portaria N°244, 
sendo formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, abrangendo 377 
municípios, totalizando uma extensão de 73 milhões de hectares (BRASIL, 2015). A 
maior proporção desta área está localizada no estado do Tocantins. A criação da região 
do MATOPIBA gera um grande potencial para a exploração agrícola e para muitos, para 
a atividade da silvicultura. 
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O plantio de eucalipto no Estado do Tocantins cresceu rapidamente na última 
década, em resposta à expectativa de crescimento da demanda de matéria-prima pela 
indústria da celulose, papel e de carvão pela indústria siderúrgica, no Brasil e no 
exterior. Essa expectativa, no entanto, foi parcialmente frustrada por uma série de 
eventos de natureza macroeconômica internos ao país, mudanças na demanda nacional e 
internacional dos produtos siderúrgicos e por questões inerentes ao desenvolvimento do 
próprio Estado do Tocantins. 
Como exemplo do impacto desses eventos, os produtores do eucalipto instalados 
em regiões mais distantes dos polos de demanda, como municípios ao sul do Estado do 
Tocantins, passaram a enfrentar grande dificuldade para obter preços condizentes com 
seus custos de produção, seja junto à indústria de celulose, seja junto às empresas 
siderúrgicas. 
No entanto, um outro conjunto de produtos derivados do eucalipto, notadamente 
lenha, carvão, cavacos, pellets e briquetes, vem se destacando pela demanda crescente 
como fontes para geração de energia renovável em várias partes do Brasil e mesmo no 
plano internacional. 
Tais limitantes e oportunidades necessitam exame mais apurado, para gerar 
diretrizes para o desenvolvimento deste complexo agroindustrial no Estado do 
Tocantins. Estas questões foram as referências para o presente trabalho. 
 
3 OBJETIVOS 
Este trabalho foi realizado em função das recentes incertezas sobre o futuro do 
CAI da madeira para bioenergia no Estado do Tocantins, tendo como propósitos: 
 Identificar, na perspectiva das cadeias produtivas componentes do CAI do 
eucalipto do Estado do Tocantins, considerando suas diversas regiões e condições de 
produção, o potencial de contribuição do eucalipto para a produção de bioenergia, 
específico às condições do Tocantins. 
 Analisar o CAI da madeira para bioenergia no estado do Tocantins para elucidar 
os fatores que condicionaram o atual comportamento do mercado de carvão e orientar 
políticas para o desenvolvimento deste segmento em uma região bastante promissora 
para o desenvolvimento agroindustrial deste CAI. 
 
 
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4 MARCO CONCEITUAL 
Foram aplicados os conceitos sistêmicos de complexo agroindustrial (CAI) e cadeias 
produtivas, como referência metodológica e analítica, na condução do estudo.O negócio agrícola é definido não apenas em relação ao que ocorre dentro dos limites 
das propriedades rurais, mas a todos os processos interligados que propiciam a oferta dos 
produtos da agricultura aos seus consumidores. Este sistema mais abrangente é denominado 
de negócio agrícola, complexo agroindustrial ou agribusiness (Davis & Golberg, 1957; 
Zylbersztajn, 1994) e é composto por muitas cadeias produtivas, ou subsistemas do negócio 
agrícola. As cadeias produtivas possuem entre os seus componentes ou subsistemas os 
sistemas produtivos, nos quais ocorre a produção dos produtos agropecuários (Castro et al., 
1995). 
Um complexo agroindustrial (CAI) pode ser composto por muitas cadeias produtivas 
que fornecem matéria-prima para um mesmo produto final ofertado pelo complexo (por 
exemplo, o Complexo Agroindustrial do Biodiesel), ou por uma única cadeia de matéria-
prima (como a cadeia da soja em grão) que oferte muitos produtos finais, pela transformação 
da matéria-prima agropecuária produzida por esta cadeia. 
Examinando-se este modelo, identificam-se alguns elementos que são característicos 
de sistemas, como os componentes interconectados, neste caso organizações dedicadas a 
alguma função produtiva direta ou a processo conexo à produção, como a comercialização; 
os fluxos de materiais, de capital ou de informação. Os componentes que determinam a 
especificidade da cadeia produtiva para a agricultura são a propriedade agrícola e a 
agroindústria. Nestes, os produtos que serão comercializados e consumidos são especificados 
(por exemplo, soja em grãos, café em pó, carne enlatada, carvão de eucalipto) (Castro, 
2000). 
Todos estes elementos são comuns ao enfoque sistêmico. Reforçam a ideia central da 
teoria geral de sistemas, de que os fenômenos sociais, econômicos, físicos, biológicos são 
sistêmicos e que o enfoque sistêmico é uma das boas ferramentas disponíveis no método 
científico, para aumentar a compreensão isolada e interativa desses fenômenos. 
Quando se analisam cadeias produtivas para elaborar visões futuras de seus 
desempenhos, tais como a competitividade, por exemplo, a dificuldade encontrada pelo 
analista é a de identificar as variáveis de maior interesse, que representem o desempenho 
analisado, o padrão de comportamento destas variáveis e as relações entre elas. O enfoque 
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sistêmico pode agregar as ferramentas necessárias para solucionar esta dificuldade 
metodológica. 
 Desempenho de cadeias produtivas: competitividade, eficiência, qualidade, 
equidade e sustentabilidade. 
A análise de cadeias produtivas busca avaliar o desempenho destes sistemas, com a 
finalidade de identificar fatores que o afetam de forma positiva ou negativa. Para isto, é 
necessário inicialmente que se tenha uma formulação precisa de objetivos de desempenho 
que uma cadeia produtiva busca alcançar. 
De uma forma geral, os principais objetivos de desempenho que podem ser 
perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente, são a 
eficiência, qualidade, competitividade, sustentabilidade e a equidade (Castro et al, 2001; 
Lima et al., 2001). A metodologia de análise das cadeias produtivas deve responder quais 
desses objetivos são mais apropriados para a situação em análise, quais os padrões a atingir e 
respectivos instrumentos e mecanismos de mensuração. 
 Fatores críticos de desempenho 
O desempenho de uma cadeia produtiva pode ser influenciado por fatores críticos de 
desempenho. Um fator crítico é definido como “qualquer variável (ou grupo de variáveis, 
ou estrutura) que afeta de forma relevante o desempenho de um sistema, de um modo 
positivo ou negativo”. 
 
5 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA 
A estratégia metodológica adotada é baseada em aplicação estruturada de técnicas de 
análise sistêmica do desempenho passado e presente das cadeias estudadas. Estas técnicas 
de análise de sistemas e de modelagem foram empregadas durante a análise de muitos 
estudos de cadeias produtivas conduzidos pelos autores, como por exemplo, na análise das 
cadeias produtivas do biodiesel (Castro et al., 2010), componentes do PNPB (Programa 
Nacional de Produção do Biodiesel). Neste trabalho, a fase diagnóstica (2005-2009) tem 
como produto fatores críticos de desempenho das cadeias analisadas (girassol, canola, 
mamona, dendê e soja) e demandas a elas relacionadas, que foram utilizadas para a 
formulação das agendas de P&D e das propostas de estratégias de competitividade. 
A metodologia aplicada no presente estudo foi a de análise diagnóstica de cadeias 
produtivas, desenvolvida por Castro et al. (1995) e ampliada posteriormente em Castro et al. 
(2000). A análise foi desenvolvida em etapas, às quais são associados os conceitos, métodos 
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e técnicas. São também oferecidos alguns instrumentos de análise e de síntese, como auxílio 
para a coleta de informações, na maioria das etapas. 
A análise foi iniciada pela caracterização dos consumidores e mercados da cadeia 
produtiva do carvão vegetal e pela definição das necessidades e aspirações desse mercado 
consumidor em relação aos potenciais produtos das cadeias do CAI, como os pellets e os 
briquets. A posição relativa da cadeia produtiva no complexo agroindustrial (CAI) de 
agroenergia do eucalipto foi examinada, considerando o modelo elaborado para o CAI. 
Foram estabelecidos limites para os sistemas e definidas suas relações com o ambiente 
externo das cadeias. 
A partir do modelo geral, os componentes da cadeia produtiva do carvão foram 
qualificados e quantificados, bem como as suas relações, sob a forma de transações. 
As cadeias produtivas têm seu desempenho orientado por um conjunto de objetivos. 
Definiram-se como critérios de mensuração de desempenho das cadeias produtivas os de 
eficiência produtiva, qualidade de produto e competitividade. O desempenho da cadeia 
produtiva do carvão foi estudado examinando-se os processos produtivos de cada 
componente. Neste exame, identificaram-se as variáveis limitantes ao desempenho estudado 
e dentre estas, as variáveis críticas, denominadas fatores críticos de desempenho, aquelas de 
maior impacto sobre os critérios de desempenho eleitos, e que explicam o funcionamento 
atual e passado da cadeia. 
Neste ponto, a análise de complexos agroindustriais e de cadeias produtivas deve ser 
combinada com metodologias de planejamento estratégico. A partir da análise dos 
componentes de complexos agroindustriais e de cadeias produtivas foram identificadas as 
fortalezas e debilidades destes sistemas. 
Por outro lado, a análise dos ambientes organizacional e institucional do CAI 
permitiram a identificação de limitantes e impulsores que poderiam impactar seu 
desempenho. Fortalezas e debilidades do ambiente interno e oportunidades e ameaças do 
ambiente externo foram em seguida analisadas, visando identificar entre estas variáveis as 
que são críticas ao desempenho dos complexos agroindustriais e às cadeias produtivas foco 
do trabalho. Estas variáveis são consideradas como fatores críticos, pois apresentam grande 
impacto, positivo ou negativo, sobre o desempenho do CAI. 
A obtenção dos fatores críticos de desempenho permitiu a preparação de uma série de 
produtos do estudo, para a gestão da competitividade da produção de bioenergia do eucalipto 
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no estado do Tocantins. Entre estes, a comparação entre os fatores críticos de desempenho e 
vantagens das diversas cadeias estudadas produziram: 
 A definição de vantagens comparativas das diversas formas de apresentaçãode produtos bioenergéticos do eucalipto, a partir de indicadores econômicos e sociais; 
 A avaliação da competição entre produção de carvão e outros produtos do 
eucalipto. 
Com este conjunto de indicadores, produziram-se proposições de estratégias de gestão 
e de políticas públicas para a competitividade das cadeias produtivas de bioenergia de 
eucalipto no estado do Tocantins. 
 Técnicas de pesquisa empregadas 
Para facilitar a coleta de dados sobre desempenho das cadeias e sistemas produtivos, 
foram desenvolvidos alguns instrumentos auxiliares para a busca de informação. A Tabela 1 
apresenta o conjunto de técnicas empregadas como parte da estratégia metodológica adotada 
neste trabalho. 
Tabela 1: Resumo das principais técnicas de pesquisa aplicadas na análise do CAI de 
bioenergia do eucalipto no estado do Tocantins. 
Metodolo
gia/ Técnica 
Especificação da metodologia/ técnica 
Capacitação/ 
Trabalho em 
equipe 
Reuniões de equipe interdisciplinar, apoiadas por informação 
secundária e primária, para capacitação em análise e síntese nas 
diversas etapas do estudo. 
“Brainwritin
g e 
brainstorming” 
Aplicação de técnicas de participação, geração de idéias e de 
criatividade em reuniões técnicas, para elaboração de modelos de 
variáveis e suas relações e impactos sobre o desempenho das cadeias 
produtivas. 
Levantamen
to de dados 
secundários 
(bibliográficos e 
Internet) 
Coleta e interpretação de informação escrita e eletrônica sobre o 
ambiente das cadeias produtivas de bioenergia do eucalipto e sobre 
aspectos de desempenho do próprio sistema. 
Diagnóstico Técnica de levantamento de dados em campo utilizando 
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rural rápido 
(DRR). 
instrumentos de coleta semiestruturados e entrevistas com 
especialistas nos temas pertinentes aos elos das cadeias produtivas 
analisadas. 
Coleta de 
informação 
primária/ 
Entrevistas 
Coleta de informação primária sobre as cadeias produtivas e seu 
desempenho, e sobre o efeito das mudanças no ambiente externo no 
sistema. Aplicação de questionário semiestruturado. Os locais 
visitados, especialistas entrevistados e instrumentos utilizados foram 
os centros de produção de eucalipto nas regiões norte e sul do 
Tocantins. 
Análise de 
conteúdo. 
Recuperação e síntese de informação em enunciados oriundos 
de questões abertas em entrevistas a especialistas e transformação da 
informação em variáveis para análise dos sistemas estudados. 
Painéis Reuniões técnicas com especialistas locais (Secretaria de 
Agricultura, EMBRAPA, UNITINS, Universidade Federal do 
Tocantins), para discussão de temas técnicos específicos ou para 
validação de conceitos e instrumentos desenvolvidos no trabalho. 
Seminários 
técnicos 
Reuniões técnicas com especialistas para apresentação e 
avaliação de parcial e final dos resultados do trabalho. O relatório 
final foi realizado em auditório da Secretaria de Agricultura do 
Tocantins. 
Modelagem Construção de modelos conceituais e de estruturas do CAI da 
agroenergia do eucalipto e das cadeias produtivas componentes, com 
indicação das relações entre variáveis. 
Oficinas de 
análise e síntese 
Reuniões técnicas de equipes interdisciplinares, para elaboração 
de modelos, estratégias de pesquisa, instrumentos e resultados, 
aplicando metodologias de criatividade e de negociação de conflitos. 
 
Finalmente, a informação secundária e primária coletadas foi processada em tabelas e 
gráficos para elaboração de inferências sobre o desempenho passado do CAI e determinação 
de limitantes, oportunidades para a continuidade da exploração de cadeias produtivas de 
agroenergia de eucalipto no Estado do Tocantins. 
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O processo de análise incluiu os componentes das cadeias (fornecedores de insumos, 
produtores agropecuários de matérias primas, agroindústrias, comercialização) e os seus 
ambientes organizacional e institucional, compostos pelos seguintes elementos: 
• Pesquisa e Desenvolvimento (P&D, estruturas de inovação tecnológica); 
• Assistência técnica e extensão rural; 
• Crédito (financiamento da produção); 
• Logística; 
• Marco legal e normativo; 
• Meio Ambiente (solos, clima, problemas ambientais); 
• Mão-de-obra; 
• Comunicações. 
Foi também analisado o mercado nacional e local das cadeias produtivas. Esta análise 
buscava determinar oportunidades e ameaças, principal insumo para a construção de visões 
de futuro da agroenergia do eucalipto no Estado e para a formulação de estratégias de 
desenvolvimento do CAI no Tocantins, usando-se para tal a Matriz SWOT. 
A determinação de oportunidades e ameaças, fortalezas e debilidades foi realizada de 
acordo com o proposto na Figura 2. 
As oportunidades e ameaças foram principalmente originadas nos ambientes 
organizacional (organizações de inovação tecnológica, P&D, ATER, crédito, seguro rural, 
logística, meio ambiente entre outras) e institucional (leis, normas, regulamentos e outros). A 
infraestrutura disponível, bem como os mercados consumidores de produtos da agroenergia 
do eucalipto também constituem fontes de variáveis desta natureza. 
As fortalezas e debilidades foram determinadas pelo comportamento e desempenho 
dos elos (e segmentos de elos) das cadeias produtivas selecionadas. Questões 
socioeconômicas, tecnológicas, gerenciais, ambientais que afetam o desempenho das 
cadeias, principalmente no que tange aos elos produtores de matérias-primas e de produtos 
agroindustriais, foram os possíveis alvos para o processo de análise nesta etapa. 
 
 
 
 
 
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Figura 2: Modelo de determinação de oportunidades, ameaças, fortalezas e debilidades do CAI de 
agroenergia do eucalipto no Tocantins. 
 
Fonte: Castro et al. (2017). 
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A discussão sobre o CAI da agroenergia do eucalipto no Estado do Tocantins 
inicia com a compreensão dos agentes e fatores que participam deste complexo. Os 
produtos da silvicultura de energia são basicamente o carvão vegetal, pelletes e 
briquetes destinados à produção de carvão, que por fim resultarão em energia. 
A indústria siderúrgica é o maior consumidor deste produto (carvão vegetal) - que 
é utilizado na produção do aço - e tem boa parte exportada. A China, os Estados Unidos, 
Países Baixos, Itália e Turquia garantem a exportação de 60% dos produtos da 
silvicultura brasileira. A indústria siderúrgica nacional ou aqueles mercados que 
consomem produtos destas indústrias também condicionam o comportamento desta 
cadeia produtiva. 
Em 2016 os maiores compradores de produtos siderúrgicos brasileiros foram os 
Estados Unidos, Turquia e Argentina, garantindo uma receita de US$ 1.172.509,52 ao 
país. A produção de aço tem diminuído no Brasil, nos últimos anos, pois a demanda dos 
países consumidores também caiu. 
Os concorrentes do Estado do Tocantins concentram-se na nas regiões Sudeste, 
Sul e Centro Oeste, onde despontam as maiores áreas com silvicultura, 
predominantemente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e 
Mato Grosso do Sul. Sul e Sudeste são responsáveis por aproximadamente 75% da 
produção e por cerca de 70% da área plantada com eucalipto em todo o país. Vários 
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fatores favorecem a atividade nestas regiões, tal como a proximidade com as industriais 
siderúrgicas, portos para exportação e impostos reduzidos. 
No Estado do Tocantins, a exploração de eucalipto foi iniciada na décadade 90, 
motivada pelo mercado favorável da indústria siderúrgica em alta e apoiada por linhas 
de créditos para promover a recomposição florestal. 
Outras características da região - como baixo custo da terra, disponibilidade de 
recursos hídricos e condições edáficas e climáticas - também favorecem a atividade no 
estado. Em 2004 e 2005, novas áreas foram formadas, visando atender uma possível 
fábrica de papel e celulose que viria se estabelecer no Estado, mas que acabou não se 
concretizando. Para estimular a expansão da cultura a Secretaria de Agricultura do 
Estado-SEAGRO, adotou o Programa Campo Futuro da Confederação Nacional da 
Agricultura (CNA) que apresentava como meta uma área plantada de 794.074 hectares 
até 2017, que não foi atingida (CNA, 2017). 
O eucalipto é uma cultura que apresenta boa adaptabilidade às condições 
climáticas e edáficas do Estado. A espécie Eucalyptos urophila e Eucalyptos urugrandis 
são as mais cultivadas no estado pois toleram déficits hídricos de até 1800 mm, sendo 
estas características relevantes para as condições meteorológicas do Estado, que 
apresenta períodos de estiagem de até seis meses no ano. Na Tabela 2 se apresentam as 
principais espécies de eucaliptos e suas exigências térmicas e hídricas. 
Tabela 2. Exigência de temperatura (ºC), precipitação (mm/ano) e tolerância a déficit hídrico 
(mm/ano) para diversas espécies de eucalipto 
Espécie Tempe
ratura (oC) 
Precipit
ação 
(mm/ano) 
Deficit 
Hídrico 
(mm/ano) 
Eucalyptu
s urophylla 
19 a 26 30 a 
210 
900 a 
1800 
Eucalyptu
s camaldulensis 
11 a 35 700 a 
1800 
0 a 400 
Eucalyptu
s 
 Grandis 
17 a 23 550 a 
1800 
0 a 120 
Eucalyptu
s citriodora 
20 a 24 350 a 
1800 
30 a 90 
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Eucalyptu
s urograndis 
18 a 25 720 a 
1800 
15 a 
170 
Eucalyptu
s saligna 
12 a 25 1100 a 
1800 
0 a 90 
Fonte: Castro et al., 2017. 
A maioria das espécies de eucalipto são mais sensíveis a déficit hídrico e deve ser 
considerada a possibilidade de irrigação da cultura para garantir bons resultados em 
longos períodos de estiagens, como usualmente ocorre no Tocantins. Na Figura 3 é 
apresentado o zoneamento agroclimático para a produção de eucalipto no Tocantins e 
pode-se verificar a grande extensão as áreas aptas ao cultivo no Estado. 
Figura 3. Zoneamento Edafoclimático para a cultura do eucalipto no Tocantins. 
Fonte: Collichio e Souza, 2018. 
 
O cultivo do eucalipto ocorre em várias regiões do Estado, merecendo destaque os 
munícipios de Brejinho de Nazaré, São Bento do Tocantins e Araguaína que juntos são 
responsáveis por 31,3% do total produzido em Tocantins. A maior concentração de 
produção nessas regiões deve-se principalmente aos Fundos Florestais Itaquari e 
EcoBrasil, que possuem grandes áreas plantadas, e a fábrica de celulose Suzano, que é 
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responsável por grandes plantações da cultura, além de atrair produtores para a região norte 
do Estado (FIETO, 2018). 
A área plantada de eucalipto cresceu regularmente até o ano de 2014, quando 
ocorreu a primeira redução, conforme mostra a Figura 4. Coincidentemente, naquele ano 
ocorreu a primeira redução de preços da lenha de eucalipto e de outras espécies. Os 
preços pagos aos produtos em 2014 começam a cair seguindo uma tendência nacional e 
mundial. 
Figura 4. Evolução histórica de área plantada com eucalipto no estado do Tocantins (a) e preços 
pagos ao produtor até 2015 (b). 
 
 
Fonte: CASTRO et al.,2017. 
 
 
Os preços da lenha no Brasil mantiveram uma tendência de alta durante uma 
década, com pico em 2014, quando alcançou R$43,94\m³. Em 2016 o preço da lenha 
oscilou em torno de R$ 42,07/m³. Quanto ao preço do carvão, em 2016 São Paulo 
apresentou o maior preço, de R$1.105,15 por tonelada, em função da sua maior 
demanda, já que este estado comporta sete indústrias siderúrgicas e tem baixa produção 
para supri-las. Em Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo o preço médio foi muito mais 
baixo, oscilando em torno de R$ 475,00 por tonelada. Como o Estado de Minas Gerais 
era o mercado-alvo da produção de carvão vegetal do Tocantins, o estado não registrou, 
em 2016, produção de carvão vegetal (INSTITUTO AÇO BRASIL 2017). 
A redução de preços do carvão vegetal afetou fortemente o CAI da agroenergia de 
eucalipto do Tocantins. Os produtores da região sul do estado, que tinham como 
mercado-alvo as siderúrgicas de Minas Gerais, praticamente ficaram sem um mercado 
para colocar a sua produção. 
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Os fatores que causaram dificuldades para o CAI do eucalipto no Tocantins foram 
relacionados ao lento crescimento das indústrias siderúrgicas, impactadas pela crise 
econômica mundial de 2009 e a pela crise nacional em 2014. Também no período de 
2007 a 2016, o uso de carvão pelos setores industriais, reduziu-se de 27% para 16,6%, 
sendo comparativamente a fonte de energia que apresentou a queda mais acentuada de 
consumo para essa indústria, como pode ser visto na Figura 5 e na Tabela 3. 
Figura 5. Consumo de carvão vegetal na indústria siderúrgica mineira, 
no período de 2004 a 2015, em milhares de m3. 
 
Tabela 3. Fontes de energia consumidas nas indústrias, no período de 2007 a 2016. 
Fonte: EPE (2017). 
No mundo todo há uma grande movimentação e definição de acordos entre países 
para se aumentar o uso de energias renováveis em suas matrizes energéticas, porém o 
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carvão vegetal começa a ser preterido entre as fontes renováveis. A China, um grande 
mercado consumidor, declarou em 2015 que prevê o uso de 50% de energias renováveis 
em 2030, com o aumento no uso de fontes de energias eólicas e solares e redução no uso 
do carvão vegetal. Esta é uma tendência mundial já sinalizada por outros países e que 
impacta diretamente o mercado brasileiro do CAI do eucalipto para agroenergia. 
Em relação à eficiência produtiva do CAI do Tocantins, a Federação da Indústria 
do Estado, comparou os custos de produção do eucalipto nos Estados de São Paulo, 
Minas Gerais, Bahia e Espirito Santo com os de Tocantins; este Estado apresentou o 
segundo menor custo de produção, de R$ 4.886/ha. O Estado de Minas Gerais 
apresentou o maior valor (R$ 8.501/ha em seis anos de ciclo até o 1º corte) e o menor 
custo foi observado para o Estado do Espirito Santo (R$ 2.639/ha em sete anos). Neste 
Estado, o modelo adotado no Programa Produtor Florestal promove a absorção de parte 
dos custos de produção pela indústria compradora. Os Estados de São Paulo e Bahia 
apresentaram custos de produção, ao longo do ciclo de sete anos, de R$ 7.287/ha e R$ 
7.253/ha, respectivamente. 
O baixo custo de produção do eucalipto no Tocantins poderia ser uma vantagem 
competitiva para o CAI do eucalipto, mas a distância dos polos consumidores gera 
gastos elevados com fretes, reduzindo drasticamente a margem de lucro. A redução da 
demanda por carvão das siderúrgicas, especialmente as de Minas Gerais, é outro fator 
altamente limitante a expansão da atividade na região sul do estado. 
Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado do Tocantins-SEAGRO, a 
produção de madeira no Estado do Tocantins está dividida em dois polos: polo da região 
sul, representada principalmente por Brejinho de Nazaré, com aproximadamente 18.500 
hectares plantados e o polo da região norte (Bico do Papagaio), representado por São 
Bento do Tocantins e Araguaína, com cerca de 16.500 e 9.200 hectares, respectivamente(SEAGRO, 2014). 
Hoje alguns produtores da região sul têm como única opção de comercialização a 
venda de madeira em tora, para pequenas empresas agrícolas, para secagem de grãos. 
Porém, há expectativas de que, a médio prazo, os produtos do eucalipto da região sul do 
Tocantins se tornem competitivos na produção de madeira para energia, atendendo o 
mercado do oeste da Bahia, principalmente a região de Luís Eduardo Magalhães, o 
maior polo agrícola do estado (Silva (2015)). 
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Em 2016, o Estado do Tocantins exportou uma quantia significativa de madeira 
serrada, somando US$ 294.749,00, tendo como único destino a Índia. O escoamento da 
produção foi feito através do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, Pará. 
A produção no polo da região norte se encontra mais consolidada e em processo de 
ampliação. Neste polo, existe a produção vinculada às empresas Eco Brasil e Suzano, 
voltada para atender à demanda por celulose da própria Suzano, situada na cidade de 
Imperatriz, Maranhão. Ainda na região do Bico do Papagaio, há produção de madeira 
para carvão vegetal, visando atender à demanda da SINOBRAS, empresa siderúrgica 
localizada na cidade de Marabá, Pará. 
Para analisar a tecnologia de produção empregada pelos produtores de eucalipto 
das regiões Norte e Sul, com destinação para a produção de celulose e carvão, foram 
entrevistados produtores destas regiões sobre os processos produtivos e tecnologia de 
produção adotada em seus empreendimentos. As respostas obtidas nessas entrevistas são 
apresentadas na Tabela 4. 
Embora a amostra não seja estatisticamente representativa, os resultados obtidos 
são bastante aderentes às recomendações técnicas da literatura (ver SANTOS et Al. 
2016; JESUS, 2014 e SEPLAN, 2000). 
Foram ainda processadas algumas observações de consenso dos entrevistados em 
relação ao desempenho do CAI da bioenergia de eucalipto no estado. As maiorias dessas 
observações referem-se a limitações ao desempenho do complexo no Estado: 
 Os viveiros da região não têm material genético adaptado às condições de 
cultivo do eucalipto no Tocantins, principalmente tolerantes ao déficit hídrico; 
 Há pouca disponibilidade e baixa qualificação de mão-de-obra para operar 
os processos produtivos do eucalipto. A mão-de-obra qualificada é muito 
escassa. 
 O custo do frete, em geral, é considerado alto. 
 Os principais compradores da região são a Suzano e a SINOBRAS. 
Frigoríficos, Granol e Bunge foram citadas como compradores de lenha e cavaco, 
para energia. 
 A região tem poucos compradores. A falta de competição de compradores 
desvaloriza o produto. 
O preço do transporte é mais limitante para os produtores do Sul, já que tanto os 
eventuais compradores - seja para produção de celulose, seja para produção de carvão - 
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estão localizados no Norte do estado e não farão a colheita e o transporte do material 
produzido no Sul, por sua própria conta, conforme é a prática com os fornecedores da 
região norte. A percepção dos produtores do sul é de que o frete para levar a madeira da 
sua região para destinos no Norte do Estado pode ser oneroso a ponto de inviabilizar 
essas transações. 
Tabela 4. Resumo das informações obtidas por meio de entrevistas com produtores de eucalipto de 
diferentes regiões com diferentes destinações. 
Região/ Produto Norte/Celulose Sul/Celulose Norte/Carvão 
Operações de 
plantio e manejo 
Tecnologia 
adotada pelo tipo 
de fazenda na 
região 
Tecnologia adotada 
pelo tipo de fazenda 
na região 
Tecnologia adotada 
pelo tipo de fazenda 
na região 
Variedade das 
mudas plantadas 
Produtivas e 
resistentes. Super 
clone I144. 
Mesclado com 
outras. 
Mudas em tubetes. 
Mudas clonais 
“aclimatadas ao 
Tocantins”, de 
diferentes materiais 
genéticos de SP, PR, 
MG. 
Mudas clonais. 
Preparo do terreno Subsolagem (50 
cm). 
Com a pastagem, usa-se 
herbicida e subsolagem. 
Sem a pastagem, usa-se 
calcário, gradagem e 
subsolagem. 
Cultivo mínimo. Fazem 
calagem, alguns 
revolvem a terra. 
Espaçamento 3 x 3 3 x 3,5 3 X 3,5. Não é mais 
adequado por conta das 
condições locais (solo, 
clima). 
Plantio 
definiti
vo 
Adubaçã
o 
Feita com 4, 12, 24 
meses (adubação 
de 1º período). 
Adubação de 
fósforo (15 a 20 
Conforme análise de 
solo, na linha de 
plantio. 
Formulações 
convencionais; em 
teste, adubos de 
disponibilização lenta 
(capsulados). 
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cm. 30 dias, coveta 
lateral NPK+micro. 
Análise de solo. 
Calagem Análise de solo Pré-plantio em área 
total (1500 kg/ha) 
(custo maior com o 
frete). 
Padrão, calcário 
dolomítico. 
Variedad
e 
plantada 
Clones Material aclimatado ao 
Tocantins. 
Mudas clonais 2361, 
2019 (protegida da 
Suzano), I144, VN01, 
2025 (protegida da 
Suzano). 
Tratos 
culturai
s 
Controle 
fitossa-
nitário, 
pragas 
Acompanhamento, 
intervenção quando 
necessário 
Formiga, lagarta, 
psilídeo-de-concha. 
Monitoramento, 
tratamento de mudas. 
Usa-se carvão adesivo 
amarelo para o 
monitoramento da 
população de vespa da 
galha no clone 2361. 
Controle 
fitossa-
nitário, 
doenças 
Acompanhamento, 
intervenção quando 
necessário 
Cancro, bacteriose e 
ferrugem (não é 
necessário tratamento) 
Realizado na fase de 
muda com equipamento 
(agrofog). 
Controle 
fitossa-
nitário, 
invasoras 
Sem informação. É realizado. Convencional, roçada 
mecanizada e controle 
químico (herbicida). 
Adubaçã
o 
Aos 4, 12 e 24 
meses. 
Mecanizada (fileto 
contínuo na superfície). 
Adubação foliar com 
potássio, boro e 
micronutrientes 
(resistência ao período 
de seca). 
Colheita É responsabilidade Mecanizada Uso de equipamentos 
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do comprador. mecanizados de ponta 
com módulo completo. 
Benefici
a-mento 
É responsabilidade 
do comprador. 
Indústria termoelétrica 
ou de celulose. 
Parte é por derrubada, 
arraste e traçamento de 
toda a madeira. 
Fonte: Castro et al., 2017. 
 
Foi considerada a possível instalação de uma planta de celulose da Braxcel na 
região sul do Estado do Tocantins, que não se concretizou e deixou os produtores da 
região com poucas alternativas de mercado. No estudo de Castro et al., (2017), foi 
verificado que a região sul do Tocantins está muito distante dos polos de produção de 
celulose e de produção de produtos siderúrgicos, que poderiam ser considerados 
possíveis clientes para a comercialização de carvão. A indústria siderúrgica está 
passando por um período de grande dificuldade, segundo Castro et al., 2017. 
A localização das áreas de plantio de eucalipto no Tocantins está igualmente 
distante das fábricas de celulose (situadas principalmente no Sudeste e Sul do Brasil), 
dos polos siderúrgicos consumidores de carvão (situados em Minas Gerais e Espirito 
Santo) e das fábricas de produtos sólidos de madeira (MDF/HDF, MDP e HB) situados 
principalmente nas regiões Sudeste e Sul. 
Em relação ao ambiente organizacional do CAI, foi incluído no levantamento de 
informações com os especialistas das cadeias produtivas eucalipto do Tocantins, 
questões sobre o desempenho do sistema de inovação tecnológica no estado, 
notadamente a assistência técnica (ATER) e a pesquisa (P&D). Verificou-se a atuação 
predominante de ATER de empresas privadas. Essas empresas são principalmente de 
revendas de insumos como defensivos agrícolas, sementes e fertilizantes (fabricadospor 
multinacionais como a Monsanto, Bunge, Basf, Dow Agrosciences, entre outras). Essas 
empresas utilizam seus técnicos, conhecidos como consultores técnico-comerciais, que 
funcionam como agentes de comercialização de produtos dessas indústrias. 
No Estado existe um número elevado dessas empresas revendedoras de insumos. 
Somente na Associação de Revendedores de Insumos Agropecuários de Porto Nacional 
e Região (AREIA) existem 30 empresas ligadas ao agronegócio no setor de distribuição 
de insumos e defensivos agrícolas na região centro-sul do Estado do Tocantins (NORTE 
AGROPECUÁRIO, 2016). 
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O RURALTINS é o órgão de assistência técnica e extensão rural pública do 
Estado, responsável pela prestação desses serviços ao público da agricultura familiar e 
pelo apoio ao desenvolvimento do setor agropecuário. Está presente em 139 municípios 
do Tocantins, desenvolvendo ações para o fortalecimento da agricultura familiar. A 
instituição atua em diversas áreas; os técnicos oferecem assistência e orientação para as 
seguintes atividades: plantio e condução de lavouras para produção de grãos, cereais, 
frutas e hortaliças; criação de bovinos de corte e leite e pequenos animais (ovinos e 
caprinos); apicultura; piscicultura; projetos de irrigação; projetos de crédito rural das 
atividades agropecuária financiadas pelos bancos, principalmente o Banco da Amazônia 
e o Banco do Brasil (ASBRAER, 2016). 
Nas regiões produtoras de eucalipto, identificou-se a presença de unidades do 
RURALTINS. Entretanto, em depoimento de entrevistado, foi afirmado que o 
RURALTINS é voltado preferencialmente para a agricultura familiar, não sendo atendidas as 
cadeias com potencial para agroenergia pela instituição. 
As principais organizações de pesquisa no Estado são atualmente, a Embrapa Pesca e 
Aquicultura, a Universidade Federal do Tocantins e a Unitins (Universidade Estadual do 
Tocantins). A informação sobre a pesquisa no estado foi obtida nestas instituições. 
A Embrapa Pesca e Aquicultura focaliza seus esforços de pesquisa para a aquicultura, 
a pesca artesanal e a agroindustrialização de produtos. Na Unidade em Tocantins há três 
pesquisadores dedicados à pesquisa com culturas que servem de insumo à produção de 
biocombustível, sendo um deles dedicado a pesquisa com eucalipto. 
A Universidade Federal do Tocantins (UFT) criou em 2007 o Programa de Mestrado 
em Agronergia. 
Entre suas linhas de pesquisa, destacam-se: 
 Sistemas de produção e melhoramento de culturas visando à produção de 
biocombustíveis; 
 Aspectos socioeconômicos de sistemas de agroenergia; 
 Processos de obtenção de biocombustíveis, avaliação e aproveitamento de 
resíduos – este programa objetiva desenvolver os processos de obtenção de carvão e 
de biocombustíveis. 
 
 
 
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14316 
O Mestrado em Agroenergia conta com 19 pesquisadores doutores, atuando em 
atividades didáticas e pesquisa acadêmica e tecnológica em diversas cadeias produtivas 
de agroenergia no estado. Uma limitante registrada foi o financiamento do custeio das 
pesquisas propostas pelas equipes de pesquisadores, principalmente na Universidade, o 
que limita a execução dos projetos. Com recursos disponíveis, a atual estrutura de P&D 
poderá responder as demandas de inovação tecnológica do CAI do eucalipto. 
 
7 PERSPECTIVAS FUTURAS DO CAI DA AGROENERGIA DE 
EUCALIPTO 
As perspectivas para o desenvolvimento do CAI do eucalipto podem ser 
favoráveis, uma vez que algumas estratégias sejam postas em prática, para remover 
limitações que reduziram a expansão da atividade no estado. Cabe destacar alguns 
aspectos que merecem atenção por parte dos componentes co CAI e do seu entorno 
organizacional e institucional. 
Existem 12 milhões de hectares de terras aptas, o que representa uma enorme 
extensão para acomodar, no curto e longo prazo, as futuras expansões dos plantios de 
eucalipto no Tocantins. Recorde-se que estas terras possuem preços comparativamente 
mais baixos em relação a outros estados vizinhos. As condições climáticas e edáficas 
são favoráveis nestas regiões para o cultivo do eucalipto. 
O Governo do Estado e as organizações representativas tem mostrado interesse 
político e executado ações para promover o desenvolvimento desta atividade no estado. 
Atualmente, os mercados consumidores são restritos e a maioria está distante do 
local de produção, dificultando a logística de escoamento e encarecendo o produto final. 
No entanto, a região oferece alternativas de demanda que merecem ser consideradas e 
estudadas. Essas oportunidades estão relacionadas com as necessidades energéticas 
associadas, no curto e médio prazos, à necessidade de energia para operação de 
frigoríficos, para a secagem e beneficiamento de grãos, para a produção de biodiesel e 
ao consumo de energia nas atividades urbanas, como atividades comerciais e industriais, 
ou mesmo o uso de lenha ou carvão em restaurantes, entre outras. 
Esses mercados podem ser desenvolvidos tanto no Tocantins, como nas regiões 
limítrofes dos Estados vizinhos, como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. E, em 
maior prazo, pode ser considerada a possibilidade de entrar no negócio de geração e 
fornecimento de energia elétrica aos consumidores urbanos e rurais da região. 
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No entanto, para racionalizar os custos e as operações pode ser vantajoso 
introduzir inovações tecnológicas na apresentação dos produtos energéticos, de forma a 
racionalizar o manuseio, a apresentação, o transporte e o próprio uso. Carvão, cavacos, 
pellets e briquetes são produtos que permitem uniformizar embalagem, padronizar 
qualidade e quantidade dos produtos, bem como racionalizar a estocagem e a 
movimentação de materiais. Além disso, esses produtos permitem atribuir marca e 
desenvolver estratégias de marketing em suporte à sua comercialização. 
Estes aspectos devem ser considerados por todos os agentes envolvidos no CAI do 
eucalipto para agroenergia, como guia de formulação de estratégias a ser implementadas 
e criar um ambiente de negócios onde investimentos frustrados sejam evitados. 
 
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