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Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA 
PAULA SOUZA 
FACULDADE DE TECNOLOGIA GIULIANO CECCHETTINI – FATEC 
DE FRANCO DA ROCHA 
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Energia e Eficiência 
Energética 
 
Felipe Bergmann 
Mário Ribeiro da Silva 
 
 
 
 
BIOMASSA: Resíduos da Plantação de Soja 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCO DA ROCHA 
2022 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
 
 
Felipe Bergmann 
Mário Ribeiro da Silva 
 
 
 
BIOMASSA: Resíduos da Plantação de Soja 
 
 
 
 
Relatório Técnico apresentado ao 
Curso Superior de Tecnologia em 
Gestão de Energia e Eficiência 
Energética da Fatec Franco da Rocha, 
orientado pelo Prof. Júlio Cezar 
Ferreira Macedo, como requisito para 
a disciplina Projeto Biomassa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCO DA ROCHA 
2022 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
RESUMO 
Esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica dos autores da área de conhecimento 
e visa discorrer sobre o potencial de aproveitamento de resíduos vegetais 
provenientes das culturas de cultivo de soja, no Brasil. Tais resíduos possuem grande 
interesse no aproveitamento para geração de energia através da biomassa, dada a 
grande disponibilidade desse material nas áreas de cultivo. Este trabalho verifica as 
questões mais pertinentes relacionadas ao ciclo de processamento, tratamento e 
emprego dessa biomassa e faz uma análise geral da viabilidade econômica, social e 
ambiental acerca do assunto, para fornecer os elementos básicos sobre o assunto e 
suas particularidades. 
 
Palavras-chave: Biomassa. Soja. Resíduos. Potencial. 
 
 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1- 12 Princípios da Química Verde....................................................15 
Figura 2- A importância da biomassa............................................................18 
 
 
 
 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Análise Elementar.................................................................................12 
Tabela 2 – Rotas Tecnológicas para a produção de Biocombustíveis...................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
BEN – Balanço Energético Nacional 
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento 
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias 
EUA – Estados Unidos da América 
PCI – Poder calorifico inferior 
tep – tonelada equivalente de petróleo 
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro 
USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos 
TWh – Tera Watts hora 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
kg - Quilograma 
MJ/kg - Mega Joules por Quilograma 
Kg/ha - Quilograma por hectare 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza 
Faculdade de Tecnologia de Franco da Rocha 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 Introdução teórica ................................................................................................ 9 
1.1 Objetivos ...................................................................................................... 10 
1.2 Justificativa ................................................................................................... 10 
1.3 Metodologia de Pesquisa ............................................................................. 11 
2 Características gerais físico-químicas da biomassa de soja .............................. 12 
2.1 Rotas de produção de biocombustíveis e principais produtos derivados da 
biomassa ............................................................................................................... 13 
2.2 Área de cultivo da biomassa ........................................................................ 18 
2.2.1 Capacidade produtiva no Brasil ............................................................. 19 
2.2.2 Produção de soja no mundo .................................................................. 20 
3 conclusão ........................................................................................................... 21 
 
9 
 
1 Introdução teórica 
A matriz energética mundial baseia-se fortemente na dependência de 
combustíveis fosseis (Petróleo, gás e carvão mineral). No ano de 2017, cerca de 
79,7% do consumo mundial de energia, foi proveniente dessas fontes e cerca de 2,2% 
de origem nuclear, consumo este que representa um aumento anual de 2% na média 
dos últimos 20 anos. EUA, China e Índia somados correspondem por cerca de 70% 
do consumo médio mundial de energia (REN21, 2019). 
Esse cenário de dependência dessa matriz, requer mudanças para meio 
alternativos de geração e combustíveis provenientes de diferentes fontes, pelo fato da 
diminuição das reservas de combustíveis fósseis, pela questão ambiental e a questão 
geopolítica. 
Um ponto muito importante nessa conjectura é a flutuação dos preços dos 
combustíveis fosseis no mercado internacional, marcado por disputas territoriais 
regionais, por fatores políticos e instabilidade social e econômica nos países 
produtores, o que gera incertezas e instabilidades tanto de preço quanto de oferta nos 
mercados consumidores, como visto no ano de 2022 com a disputa entre Rússia e 
Ucrânia. Países como EUA, Índia, China e Japão sofrem grandes abalos em 
decorrência desse processo, o que reflete na economia mundial, provocando extasses 
e aumento dos preções de combustíveis e consequentemente todos os produtos em 
cadeia. 
Fatores esses que provocam mais instabilidades sociais e políticas e agravam 
a pobreza e a fome no mundo mais especificamente em países em desenvolvimento 
como no caso o Brasil, que entra em um processo de inflação, e afetando a economia 
como um todo. 
As matrizes energéticas renováveis apresentam diversas vantagens sobre 
essa problemática acerca dos combustíveis fosseis, pois apresentam caracterizas 
peculiares e regionalizadas com o fogo na geração descentralizada, na questão 
ambiental e a flexibilização dos sistemas de produção e distribuição de modo mais 
otimizado e racional. 
As energias renováveis sobretudo a Biomassa, possui ainda uma pequena 
participação na matriz energética mundial, em 2017 representavam cerca de 18,1% 
do total (REN21,2019), correspondendo apenas 10% efetivamente de energias 
renováveis – sustentável, (50% biomassa moderna, 35% hidráulica e 15% eólica, solar 
10 
 
e oceânica, sendo os 8% restantes provenientes de biomassa tradicional, vinda de 
desmatamentos de florestas em países em desenvolvimento, não sendo sustentável. 
No Brasil as energias renováveis possuem um percentual maior de participação 
que a média mundial, de acordo com o BEN de 2017, cerca de 12% da oferta interna 
foi oriunda da matriz hidráulica e aproximadamente 25% de biomassa (cana de açúcar 
– gerando etanol e eletricidade por meio do bagaço de cana entre outros) e 5,9% das 
demais renováveis chegando a um total de 43% de renováveis na matriz nacional. 
A bioenergia na matriz nacional assume um importante papel, econômico, 
estratégico e ambiental. A bioenergia é definida como a energia proveniente da 
biomassa, sendo a biomassa toda a matéria de origem vegetal encontrada ou gerada 
pelo homem e ou animais, (resíduos urbanos, rurais, florestais, agroindustriais). 
Em muitos países a biomassa destaca-se por ser um agente de acesso à 
energiae descentralizador da matriz, principalmente em países em desenvolvimento 
ou em países com pouca reserva ou estrutura de recursos para geração de energia e 
distribuição em redes. 
1.1 Objetivos 
Geral: 
O objetivo deste trabalho é fazer uma breve análise dos conceitos que norteiam 
o aproveitamento dos resíduos do cultivo de soja como biomassa para geração de 
energia. 
Específicos: 
▪ Conceituar o que é biomassa; 
▪ Demonstrar alguns pontos que justificam o emprego da biomassa; 
▪ Desenvolver uma argumentação técnica demonstrando a viabilidade do 
emprego desse recurso, no que tange aspectos estratégicos e ambientais. 
1.2 Justificativa 
Em decorrência dos aumentos dos combustíveis no mercado internacional em 
2022 e da crise hídrica no cenário nacional de 2021, se faz necessário o emprego da 
diversificação da matriz energética, que além da questão estratégica também precisa 
oferecer no que tange a sustentabilidade para ser competitivo no mercado. 
Frente a essa problemática, tem-se como solução, a busca por fontes e 
recursos alternativos de energia, para compor uma matriz energética descentralizada 
11 
 
e ajustada a necessidades regionais ou mesmo particulares a um determinado meio 
fabril, com o objetivo de diminuir a dependência da matriz central e das flutuações dos 
preços do mercado de energia. 
Diante do exposto, este trabalho se justifica como um fator contribuinte para a 
compreensão da biomassa que com o correto emprego pode fornecer um meio 
gerador de energia renovável e estratégico. O Brasil como maior produtor de soja do 
mundo possui os meios para o emprego dessa matéria prima, além de servir para dar 
destinação ecológica a essa matéria orgânica que sobra da colheita da soja 
1.3 Metodologia de Pesquisa 
O levantamento se estendeu às informações sobre o tema em artigos 
periódicos, teses, dissertações, em sites de pesquisa como o Scielo e Google 
Acadêmico, portanto é uma pesquisa bibliográfica. Tal pesquisa baseia-se em análise 
bibliográfica e utiliza-se de conceitos dos autores e pesquisadores da área. 
 Observou-se uma série de documentos acerca do tema, onde houve uma 
seleção e leitura de diversos artigos e outras publicações disponíveis, fazendo uma 
análise meticulosa sobre o assunto em questão. Foram utilizadas também, citações 
em artigos semelhantes para compor a análise de forma sistemática, com o objetivo 
de compor o teor técnico deste trabalho. 
 
12 
 
2 Características gerais físico-químicas da biomassa de soja 
Na análise elementar são determinados os teores de carbono (C), hidrogênio 
(H), oxigênio (O), nitrogênio (N), enxofre (S) e cinzas dos materiais, dos quais os 
elementos de maior contribuição para o poder calorífico são o carbono e o 
hidrogênio (DIONIZIO, 2017). 
Os valores das características físico-química apresentados, são do farelo de 
soja, pela dificuldade de encontrar informações especificas sobre os resíduos 
produzidos na cultura da leguminosa. 
 Tabela 1 – Análise Elementar 
 Carbono (%) Hidrogênio (%) Oxigênio (%) PCI (MJ/Kg) 
Farelo Soja 45,6 5,67 42,21 18,51 
 Fonte (PEREIRA, 2014). 
A principal finalidade dos grãos de soja é para a destinação de ração/farelo 
animal e para produção de óleo de soja. Na fabricação de ração/farelo, não há 
praticamente nenhum resíduo do grão, contudo para o óleo de soja por ter os grãos 
triturados e esmagados gera-se a massa de soja que também pode ser destinada a 
fabricação de ração animal. Os resíduos da cultura de soja estão apenas na forma de 
palha proveniente da colheita. 
Os resíduos associados à produção da soja ocorrem durante o processo de 
colheita, pois os grãos são extraídos junto com a palha, composta de folha, caule, 
talos e cascas, sendo esta palha descartada na própria lavoura de soja. Um ponto 
importante a destacar é que a palha é um resíduo importante ao replantio de soja, pois 
o mesmo serve como proteção ao solo. 
O potencial calorifico da palha de soja é de 3487 kcal / kg (Cardoso, 2012). o 
auto apresenta uma análise sobre a safra de 2009/2010 sendo 68,7 milhões de 
toneladas, o Brasil poderia ter gerado 278,61 TWh o equivalente a 23,96 milhões de 
tep, no quadro de 40% de aproveitamento e 15% de umidade o que reflete proporção 
de 2,5 toneladas de casca/palha para cada tonelada de grão de soja. 
Com os dados da safra 2020 sendo uma produção de 135,409 milhões de 
toneladas dados do CONAB tem-se uma ideia do potencial de exploração dessa fonte, 
mantendo as condições seria cerca de 47,22 tep. 
 
13 
 
2.1 Rotas de produção de biocombustíveis e principais produtos derivados da 
biomassa 
Diversas rotas tecnológicas de produção de biocombustíveis a partir de 
materiais lignocelulósicos, nome dado para um conjunto de macromoléculas 
orgânicas complexas constituídas muitas vezes de pectinas, ligninas, hemicelulose e 
celuloses as quais podem estar ligadas ou não entre si (DICIONÀRIO INFORMAL, 
2022), se baseiam em processos bioquímicos, ou seja, processos de conversão que 
utilizam microrganismos ou enzimas como catalisadores (EPE, 2019). 
 
Tabela 2 – Rotas Tecnológicas para a produção de Biocombustíveis 
Matéria Prima Nome da Rota Produtos 
Vegetais não lenhosos, 
Resíduos Orgânicos. 
Fermentação Etanol. 
Vegetais Lenhosos. 
Gaseificação, Pirólise, 
Processo mecânico, 
Combustão direta, Liquefação, 
Fermentação. 
Etanol, Metanol, Lenha, 
Carvão, Gás combustível. 
Resíduos orgânicos. 
Biodigestão, Gaseificação, 
Combustão direta, Liquefação, 
Fermentação, Pirólise. 
Biogás, Gás combustível, 
Metanol, Carvão, Calor, 
Comb. liquida, Etanol. 
Biofluídos. Craqueamento, Esterificação Biodiesel. 
Fonte: (Autores, 2022). 
Conforme discutido no aprendizado nas aulas da disciplina de biomassa, Professor 
Ms. Júlio Cezar Ferreira Macedo, as rotas para produção de biocombustíveis são: 
✔ Fermentação – é uma via anaeróbica (não requer oxigênio) para a quebra da 
glicose, nesse processo o amido da biomassa fragmentada, através da ação 
da hidrólise ácida ou enzimática forma os açúcares, que com o processo de 
levedura é convertido em etanol. 
 
✔ Gaseificação - O processo começa no gaseificador onde o combustível 
(biomassa e outros) é colocado em contato com o oxigênio e vapor iniciando 
o processo de gaseificação, produzindo, dessa forma, o gás de síntese que 
pode ser queimado diretamente ou usado como um combustível para motores 
a gás e turbinas a gás. O produto gerado também pode ser utilizado como 
matéria-prima na produção de produtos químicos como o metanol. 
 
14 
 
✔ Pirólise - A pirólise é definida como um processo de decomposição térmica 
(aproximadamente 500ºC) da biomassa na presença controlada de oxigênio e 
que tem como produtos compostos o bio-óleo, briquetes e biogás. 
 
✔ Processo mecânico - A extração mecânica foi o primeiro processo 
desenvolvido para extrair óleo de uma semente oleaginosa, este método é o 
processo mais comum, e mais utilizado em grande parte do mundo. Nesse 
processo a produção do óleo, gera resíduo sólido que é utilizado para 
alimentação de animais. 
 
✔ Combustão direta - O processo de combustão consiste na transformação da 
energia química existente na biomassa em calor. Apesar da praticidade, o 
processo de combustão direta tende a ser bastante ineficiente. 
 
✔ Liquefação - A transformação da biomassa, em produtos majoritariamente 
líquidos recebe o nome de liquefação. A liquefação pode ser direta ou 
indireta. Esta última consiste em produzir gás de síntese, CO + H2, por 
gaseificação e, com catalisador, transformá-lo em metanol ou hidrocarboneto. 
Já o processo direto se dá em atmosfera redutora de hidrogênio ou mistura de 
hidrogênio e monóxido de carbono, sendo, portanto, uma forma de pirólise. 
 
✔ Biodigestão - É o processo de decomposição da matéria orgânica através da 
ausência de oxigênio. As vantagens da Biodigestão é o reaproveitamento do 
resíduo orgânico,a produção de fertilizantes e biogás. 
 
✔ Craqueamento – É o processo que consiste na quebra das moléculas do óleo 
e gordura, levando à formação de uma mistura de compostos químicos com 
propriedades muito semelhantes às do diesel de petróleo, mistura essa que 
pode ser usada diretamente em motores convencionais do ciclo diesel. 
 
✔ Esterificação - As reações de esterificação ocorrem entre um ácido carboxílico 
e um álcool, formando um éster e água. Uma finalidade muito importante do 
uso das reações com ácidos carboxílicos é na produção de biodiesel, esse 
combustível limpo foi desenvolvido para substituir o nocivo óleo diesel, 
proveniente do petróleo ou então para formar uma mistura com este 
combustível fóssil a fim de amenizar os impactos ambientais causados pelas 
substâncias residuais dos combustíveis poluentes. 
Conforme a Professora Dra. Queli Almeida do departamento de química da 
UFRJ, o avanço tecnológico em (P&D) pesquisa e desenvolvimento na área de 
química, busca cada vez mais, encontrar soluções para a produção dos 
15 
 
biocombustíveis utilizando o conceito de química verde para desenvolver novas rotas 
menos agressivas ambientalmente no processo de transformação da biomassa em 
produtos como o biodiesel e outros biocombustíveis. 
A química verde é a criação, desenvolvimento e aplicação de produtos e 
processos químicos a fim de reduzir e eliminar o uso e a geração de substâncias 
nocivas (LENARDÃO et al, 2003). 
Com a utilização da metodologia com as novas rotas baseadas na química 
verde, esperam-se vantagens sobre as metodologias tradicionais, porém devem 
atingir os mesmos níveis de eficácia gerando menor quantidade de resíduos químicos 
para posterior tratamento, (ALMEIDA, 2021). 
 Figura 1- 12 Princípios da Química Verde 
 
 Fonte: (ALMEIDA, 2021 – Feito por Anastas e Warner em 1998). 
✔ Prevenção: Evitar a produção de resíduo é melhor do que tratá-lo ou 
“limpá-lo” após sua geração. 
 
✔ Economia de Átomos: Deve-se procurar desenhar metodologias 
sintéticas que possam maximizar a incorporação de todos os materiais 
de partida no produto. 
 
✔ Síntese de Produtos Menos Perigosos: Sempre que praticável, a 
síntese de um produto químico deve utilizar e gerar substâncias que 
possuam pouca ou nenhuma toxicidade à saúde humana e ao 
ambiente. 
16 
 
 
✔ Desenho de Produtos Seguros: Os produtos químicos devem ser 
desenhados de tal modo que realizem a função desejada e ao mesmo 
tempo não sejam tóxicos. 
 
✔ Solventes e Auxiliares mais Seguros: A utilização de substâncias 
auxiliares como os solventes, os secantes e os agentes de purificação 
precisam ser evitados ao máximo; quando inevitável a sua utilização, 
estas substâncias devem ser inócuas ou facilmente reutilizadas. 
 
✔ Busca pela Eficiência de Energia: Os impactos ambientais e 
econômicos causados pela geração de energia utilizada em um 
processo químico precisam ser considerados. É necessário o 
desenvolvimento de processos que ocorram à temperatura e pressão 
ambientes. 
 
✔ Uso de Fontes Renováveis de Matéria-Prima: O uso de biomassa 
como matéria-prima deve ser priorizado no desenvolvimento de novas 
tecnologias e processos. 
 
✔ Evitar a Formação de Derivados: Processos que envolvem 
intermediários com grupos bloqueadores, proteção/desproteção, ou 
qualquer modificação temporária na molécula por processos físicos 
e/ou químicos devem ser evitados. 
 
✔ Catálise: O uso de catalisadores deve ser escolhido em substituição 
aos reagentes estequiométricos. 
 
✔ Produtos Degradáveis: Os produtos químicos precisam ser 
projetados para a biocompatibilidade. Após sua utilização não deve 
permanecer no ambiente, degradando-se em produtos inóculos. 
 
17 
 
✔ Análise em Tempo Real para a Prevenção da Poluição: O 
monitoramento e controle em tempo real, dentro do processo, deverão 
ser viabilizados. A possibilidade de formação de substâncias tóxicas 
deverá ser detectada antes de sua geração. 
 
✔ Química Intrinsecamente Segura para a Prevenção de Acidentes: 
A escolha de substâncias, bem como sua utilização em um processo 
químico, deve procurar a minimização do risco de acidentes, como 
vazamentos, incêndios e explosões (ALMEIDA, 2021). 
 
Segundo (ALMEIDA, 2021), quando se trabalha na produção do biodiesel 
utiliza-se o princípio da química verde relacionado ao uso de fontes renováveis de 
matéria prima e esse princípio diz que: Sempre que for economicamente viável, a 
utilização de matérias primas renovável deve ser escolhida em detrimento de fontes 
não renováveis. 
Segundo (ALMEIDA, 2021), hoje a biomassa é a maior contribuinte para a 
energia renovável. A biomassa é rica em açucares, fenóis, pectina, colágeno, 
celulose, substâncias fundamentais para a produção do biodiesel, combustível sólido, 
bioadesivos que são produtos de maior valor, gerados através dos resíduos de matéria 
prima com a soja e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 Figura 2- A importância da biomassa 
 
 Fonte: (ALMEIDA, 2021). 
 
2.2 Área de cultivo da biomassa 
A soja cultivada sofre influência do meio ambiente, é uma planta herbácea 
(oleaginosa) incluída na classe Magnoliopsida (Dicotiledônea), ordem Fabales, família 
Fabaceae, subfamília Faboideae, gênero Glycinel (COLEN et al, 2019). 
O aproveitamento do resíduo da soja para fins energéticos ou bioprodutos, novos 
produtos industriais proporcionam ao país benefícios tecnológicos, econômicos e 
ambientais e pode ser uma forma de reduzir a pressão sobre os recursos naturais 
intensamente explorados, se tornando uma matéria-prima na produção de novos 
materiais de alto desempenho e uma aplicação comercial/industrial promissora. 
O Mato grosso é líder nacional na produção do grão, a safra 2020/21 proporcionou 
a produção de 35,947 milhões de toneladas numa área de plantio igual a 10,294 
milhões de hectares, seguido do Rio Grande do Sul com 20,164 milhões de toneladas 
de produção, Paraná com 19,872 milhões de toneladas produzidas, e Goiás que 
produziu 13,720 milhões de toneladas (EMBRAPA, 2022). 
Na região de Matopiba formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e 
Bahia, a soja produzida representa 11% da produção nacional (EMBRAPA, 2018). 
19 
 
2.2.1 Capacidade produtiva no Brasil 
A capacidade produtiva total do Brasil depende de vários fatores regionais, 
sazonais e econômicos nacionais e internacionais, em função disto somente é 
possível verificar de modo objetivo a produção média e anual divulga sobre estudos 
de produtividade, abaixo podemos encontrar alguns dados importantes acerca dessa 
produção nacional: 
Soja no Brasil (maior produtor mundial do grão) 
Produção: 135,409 milhões de toneladas 
Área plantada: 38,502 milhões de hectares 
Produtividade: 3.517 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) 
Mato Grosso (maior produtor brasileiro de soja) 
Produção: 35,947 milhões de toneladas 
Área plantada: 10,294 milhões de hectares 
Produtividade: 3.492 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) 
Paraná 
Produção: 19,872 milhões de toneladas 
Área plantada: 5,618 milhões de hectares 
Produtividade: 3.537 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) 
Rio Grande do Sul 
Produção: 20,164 milhões de toneladas 
Área plantada: 6,055 milhões de hectares 
Produtividade: 3.330 kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) 
Goiás 
Produção: 13,720 milhões de toneladas 
Área plantada: 3,694 milhões de hectares 
Produtividade: 3.714 Kg/ha 
Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) 
20 
 
2.2.2 Produção de soja no mundo 
Abaixo temos uma estimativa da produção mundial de soja e com destaque ao 
segundo maior produtor mundial: 
Soja no mundo 
Produção: 362,947 milhões de toneladas 
Área plantada: 127,842 milhões de hectares 
Fonte: USDA (08/06/2021) 
Soja nos EUA (segundo produtor mundial do grão) 
Produção:112,549 milhões de toneladas 
Área plantada: 33,313 milhões de hectares 
Produtividade: 3.379 kg/ha 
Fonte: USDA (08/06/2021) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3 Conclusão 
Com base no exposto o potencial energético da biomassa tem possibilidade de 
amplo crescimento podendo aumentar a sua participação na matriz nacional e 
mundial, com os devidos investimentos e avanços tecnológicos no setor tornar-se-á 
uma fonte alternativa a matriz fóssil hoje em fase de declínio devido a não descoberta 
de novas reservas e em contexto a questão ambiental. 
A palha de soja objeto direto da pesquisa possui um grande potencial no cenário 
nacional justamente pelo fato do Brasil ser o maior produtor mundial e dispor de 
condições favoráveis para ampliar a produção, gerando como ainda mais resíduos 
para geração de biomassa derivada dessa cultura. 
Questões logísticas e tecnológicas precisam ser amplamente avaliadas a fim de 
aumentar a viabilidade do emprego desses resíduos e melhoria na eficiência para 
gerar a destinação correta dos resíduos e controle das emissões e agentes poluentes 
provenientes da cultura da soja e dos impactos ambientas provocados pelos resíduos 
da colheita. 
A exploração da biomassa desempenha um importante papel descentralizador na 
matriz energética e fomenta a destinação racionalizada de recursos que poderiam se 
perder ou mesmo provocar degradação ambiental devido à decomposição excessiva 
de material orgânico no ambiente. 
A biomassa no cenário nacional desempenha uma importante participação, porém 
centrada na sua maioria em empresas privadas que fazem esse aproveitamento 
energético. 
Investimentos e incentivos governamentais poderiam ampliar o acesso a essa 
forma de geração e por consequência tornar a biomassa mais participativa na geração 
de energia elétrica e combustível, até mesmo barateando o valor, porque pode 
contribuir para a diminuição da dependência das fontes energéticas fósseis e dos 
reservatórios hídricos. 
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