Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Livro Eletrônico Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas Décio Terror Filho 84695954079 - Marco Antonio 1 Aula 5: Concordância nominal e verbal. Vozes do verbo. SUMÁRIO PÁGINA 1. Tipos de sujeito 2 2. Concordância do verbo de ligação “ser” 22 3. Concordância com o pronome relativo 23 4. Concordância com o sujeito oracional 28 5. Concordância utilizando o pronome apassivador 32 6. Concordância nominal 47 7. O que devo tomar nota como mais importante? 54 8. Lista de questões apresentadas 54 9. Gabarito 70 Olá, pessoal! Como estão os estudos? Como já estamos fazendo nas aulas anteriores, a cada parte da teoria, resolveremos uma ou outra questão para ilustrarmos a cobrança em prova, porém são questões de várias bancas, mas terão um efeito didático importante no ponto específico da aula. O tema desta aula é muito importante e cai muito em prova. Para entendermos a concordância verbal e nominal, devemos nos atentar aos termos básicos da oração. Portanto, vamos aprofundar no reconhecimento do sujeito: Sujeito: É o termo da oração do qual se declara alguma coisa. Ele possui um núcleo (palavra de valor substantivo) e geralmente algumas palavras de valor adjetivo que servem para caracterizá-lo. Veja a oração abaixo. As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. O verbo de ligação “foram” e o predicativo “excelentes” flexionaram-se no plural porque o substantivo “viagens” está no plural. Esse substantivo, por ser a palavra principal dentro do sujeito e não ser antecedido de preposição, possui a função sintática de núcleo do sujeito. Ele leva o verbo “foram” a concordar com ele (concordância verbal) e o predicativo também (concordância nominal). Além disso, dentro do sujeito, há palavras que servem para caracterizá-lo: “As”, “primeiras” e “de Joaquim”. Essas palavras têm o nome de adjunto adnominal, cujo papel é caracterizar o núcleo e se flexionar sujeito Predicado nominal Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 2 de acordo com ele (concordância nominal). Note que, dentro do sujeito, apenas a expressão “de Joaquim” não sofreu flexão, isso porque é uma locução; então a preposição (de) e o sentido impedem essa flexão. Veja as funções sintáticas. As primeiras viagens de Joaquim foram excelentes. Primeiramente, veremos a concordância verbal. Para isso, é importante sabermos diferenciar os tipos de sujeito, o qual pode ser determinado, indeterminado e há ainda as orações formadas sem sujeito (sujeito inexistente). Como nossa intenção não é decorar os tipos de sujeito, mas saber a flexão do verbo a partir deles, o assunto concordância será visto dentro dos tipos de sujeito, para que sejamos bem didáticos e não tenhamos dúvida para a prova. Vamos a eles: 1. Determinado: É o sujeito que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal ou do contexto. Pode dividir-se em: 1.1. Simples: constituído de apenas um núcleo (palavra de valor substantivo). Uma boa Constituição é desejada por todos. Adj Adn Adj Adn núcleo sujeito simples predicado Alguns políticos se corrompem. Adj Adn núcleo sujeito simples predicado No primeiro exemplo, a locução verbal “é desejada” concorda com o núcleo “Constituição”, que é um substantivo no singular. No segundo exemplo, o verbo “corrompem” concorda com o núcleo “políticos”, que é um substantivo no plural. Tome cuidado quando o sujeito for extenso, pois o verbo fica distante do núcleo do sujeito e algumas vezes pode haver confusão na flexão do verbo: O valor das mensalidades dos cursos preparatórios para a carreira jurídica subiu muito no último semestre. Perceba que o verbo “subiu” se flexionou corretamente no singular, por concordar com o núcleo do sujeito “valor”, que é um substantivo no singular. Assim, é importantíssimo verificar qual é o núcleo do sujeito, para saber a flexão do verbo. Se o núcleo do sujeito estiver no singular, o verbo se sujeito Predicado nominal Adj Adn Adj Adn Adj Adn núcleo verbo de ligação predicativo Concordância nominal Concordância nominal Concordância verbal Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 3 flexionará no singular; se estiver no plural, verbo no plural. Mas não se pode dizer que será sempre assim. Pode haver concordâncias diferentes, dependendo da intenção do autor, do valor semântico ou até da ênfase. Dessa forma, é necessário aprendermos a concordância verbal com base no sujeito simples. A concordância verbal com o sujeito simples: a) O verbo concorda com o sujeito simples em pessoa e número. Os brasileiros necessitam de bons políticos. De paz necessitam as pessoas. b) As expressões partitivas a maior parte, grande parte, a maioria, grande número, acompanhadas de adjunto adnominal no plural, fazem o verbo concordar com o núcleo do sujeito ou com o especificador (adjunto adnominal). Veja a construção abaixo: A maior parte dos constituintes se retirou. Essa é a concordância literal, pois o substantivo “parte” é o núcleo do sujeito. Porém, percebemos que esse vocábulo não possui a carga semântica (sentido) principal dentro do sujeito, pois o vocábulo “constituintes” denota mais clareza sobre o ser de quem se está falando. Por essa possibilidade de interpretação, vários autores começaram a concordar com o adjunto adnominal, para enfatizá-lo. Veja: A maior parte dos constituintes se retiraram. Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. Veja outros exemplos: Grande parte dos torcedores aplaudiu a jogada. Grande parte dos torcedores aplaudiram a jogada. A maioria dos constituintes votou. A maioria dos constituintes votaram. c) O mesmo ocorre com o substantivo coletivo com especificador no plural (adjunto adnominal). Isso pode levar o verbo ao singular ou ao plural. Veja: Um bando de ladrões invadiu a festa. Um bando de ladrões invadiram a festa. d) Com a expressão mais de + numeral, o verbo concorda com o numeral Mais de um candidato prometeu melhorar o país. Mais de duas pessoas vieram à festa. Porém, se o verbo contiver pronome de reciprocidade, concordará no plural: Mais de um sócio se insultaram. (um ao outro) Adj Adn Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 4 Também ocorrerá concordância no plural se houver repetição desta expressão: Mais de um candidato, mais de um representante faltaram à reunião. e) Expressões que denotam quantidade aproximada perto de, cerca de, menos de, somadas a núcleo do sujeito no plural, levam o verbo ao plural: Perto de quinhentos presos fugiram. Cerca de trezentas pessoas ganharam o prêmio. Menos de duas pessoas fizeram isto. f) Substantivos só usados no plural fazem com que a concordância dependa da presença ou não de artigo. Sem artigo - verbo no singular Férias faz bem. Estados Unidos cresceu 0,8 % economicamente neste ano. Minas Gerais produz muito leite. Precedidos de artigo plural - verbo no plural As férias fazem bem. Os Estados Unidos cresceram 0,8 % economicamente neste ano. As Minas Gerais produzem muito leite. No tocante a nome de lugar, isso tem uma razão semântica. Quando se insere o artigo nessa situação, quer-se enfatizar a origem do nome, por exemplo, “Estados Unidos” (apenas uma nação), “Minas Gerais” (apenas um estado); mas “Os Estados Unidos” (os vários estados, unidos por uma só Constituição); “As Minas Gerais” (as várias minas de extração existentes na região). Por extensão, encaixam-se nesta regra os nomesplurais de obras literárias. A obra literária de nome plural com artigo necessita de concordância no plural. Note que quem inseriu o artigo foi o próprio autor. Com isso, ele quis enfatizar este substantivo, fazendo com que o verbo concorde no plural, justamente para preservar o sentido original: Os lusíadas contam um pouco da história das Grandes Navegações. Os Sertões relatam o sofrimento do sertanejo nordestino. Agora, veja a concordância com nome de obra no plural, mas que o autor preferiu não utilizar o artigo, para generalizar. Naturalmente o verbo concorda no singular: Memórias Póstumas de Brás Cubas narra a história de um personagem defunto. Entretanto, se queremos enfatizá-lo, poderemos inserir o artigo. Dessa forma, a concordância passa a ser também no plural: Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 5 As Memórias Póstumas de Brás Cubas narram a história de um personagem defunto. Quando há o verbo “ser” nestas construções, tudo vai depender do termo que vier depois – o predicativo. Estando no plural, esse verbo flexionar-se-á no plural; no singular, verbo no singular. Veja: Os Lusíadas é uma obra da Literatura Portuguesa. Os Lusíadas são belas interpretações da história portuguesa Essas são as concordâncias literais, mas admite-se também a concordância ideológica (silepse) com a palavra “obra” implícita na frase ("Os Lusíadas" exalta a grandeza do povo português). Em concurso, essa silepse deve ser evitada, por isso o ideal é forma: "Os Lusíadas" exaltam a grandeza do povo português. g) quando o sujeito é número percentual, deve-se observar a posição do número percentual em relação ao verbo: Obs.: Os termos sublinhados apenas mostram didaticamente com quem o verbo concorda. Não significa que serão sempre o núcleo do sujeito. Verbo concorda com termo posposto ao número: 80% da população tinha mais de 18 anos. Um por cento dos sócios saíram da empresa. É rara a construção, mas é aceita a concordância também com o numeral: 80% da população tinham mais de 18 anos. Um por cento dos sócios saiu da empresa. Verbo concorda com o número quando estiver anteposto a ele: Perderam-se 40% da lavoura. Verbo no plural, se o número vier determinado por artigo ou pronome no plural: Os 87% da produção perderam-se. Aqueles 30% do lucro obtido desapareceram. Verbo concorda com o número quando esse estiver sem o termo posposto: 1% chegou mais tarde. 2% fizeram a margem consignável. h) Quando o sujeito for número fracionário, o verbo concorda com o numerador: 1/4 da turma faltou ontem. 3/5 dos candidatos foram reprovados. i) A expressão “Cada um de” enfatiza a parte separada de um todo, por isso, na função de sujeito, leva o verbo ao singular: Cada um dos candidatos poderá requerer recurso apenas uma vez. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 6 j) Concordância com pronomes indefinidos, interrogativos e de tratamento: Tome cuidado na concordância verbal com o sujeito formado por pronome indefinido (alguns, nenhuns, vários, muitos) ou pronome interrogativo (quais, quantos), seguido das expressões de nós ou de vós: I - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no singular, o verbo obrigatoriamente concordará com ele (no singular): Algum de nós recusou-se a colaborar. Qual de vós assumirá a autoria do crime? II - Se os pronomes indefinido ou interrogativo se encontrarem no plural, o verbo poderá concordar com o núcleo ou com a expressão periférica (de nós, de vós) a depender da ênfase e muitas vezes do sentido: Alguns de nós são omissos. Alguns de nós somos omissos. Quais de vós foram insultados? Quais de vós fostes insultados? III - Quando os pronomes de tratamento se encontram na função de sujeito, o verbo e pronomes adjetivos flexionam-se na terceira pessoa do singular e os adjetivos podem concordar literalmente (com a palavra feminina Excelência, Alteza, etc) ou por silepse (concordância com a pessoa do sexo masculino ou feminino): Vossa Excelência está cansado, deputado! Vossa Senhoria remeteu seu documento ao endereço errado. Questão 1: SEFIN-RO 2018 Contador (banca FGV) Fragmento do texto: A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto. Apesar de bem escrito, o primeiro parágrafo do texto apresenta uma incorreção, segundo a norma padrão. Assinale a opção que a apresenta. a) O segmento “Para a maioria dela” deveria ser substituído por “Para a maioria delas”. b) O segmento “têm sentido diferente” deveria ser substituído por “têm sentidos diferentes”. c) O segmento “a falta desses direitos” deveria ser substituído por “a falta desse direito”. O autor se exclui do grupo. O autor se inclui no grupo. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 7 d) O segmento “É possível existir” deveria ser substituído por “É possível existirem”. e) O segmento “devem-se essas prerrogativas” deveria ser substituído por “deve-se essas prerrogativas”. Comentário: A incorreção no parágrafo encontra-se na falta de flexão do verbo “existir” em relação ao seu sujeito plural “redes sociais”. Assim, a alternativa (D) é a que deve ser marcada. Gabarito: D Questão 2: TJ SC 2015 Analista Judiciário (banca FGV) Na frase “Todos queremos viver em liberdade”, o exemplo de concordância verbal em “Todos queremos” se repete na seguinte frase: (A) Não são criativos todos os brasileiros; (B) Os candidatos estamos preocupados com a prova; (C) V. Exa. parece entristecido; (D) Todos nós desejamos a liberdade; (E) A gente não deseja mais viver. Comentário: Primeiramente, vamos falar um pouquinho da concordância intencional, chamada de siléptica. Existem três tipos, a saber: De número: quando se espera singular, mas o verbo se flexiona no plural (ou vice-versa): Andradas é calma nos feriados. [(O substantivo “Andradas” é plural, mas se refere a uma cidade (singular)]. Assim, a concordância verbal é intencional, não é literal. De pessoa: quando se espera a primeira, ou segunda ou terceira pessoa, mas o verbo se flexiona de forma diferente: Muitos somos omissos. (O pronome “Muitos” se encontra na terceira pessoa do plural, mas o verbo se encontra na primeira do plural). Assim, a concordância é intencional, não é literal. De gênero: quando se espera o gênero masculino, mas o adjetivo se flexiona no feminino e vice-versa: São Paulo é calma nos feriados. [(O substantivo “São Paulo” é masculino, mas se refere a uma cidade (feminino)]. Assim, a concordância do adjetivo é intencional, não é literal. Voltando ao pedido da questão, veja que o verbo “queremos” encontra- se na primeira pessoa do plural, mas o seu sujeito encontra-se na terceira pessoa do plural. Assim, ocorre a concordância intencional, a chamada silepse de pessoa. Dessa forma, a concordância não é literal com o sujeito “Todos”, mas com a ideia de que o autor também se inclui neste grupo, fazendo-se subentender o pronome “nós”. Temos, então, que encontrar, dentre as alternativas, uma concordância siléptica de pessoa: Na alternativa (A), ocorre concordância literal, pois o predicado nominal se flexionade acordo com o sujeito “todos os brasileiros”. A alternativa (B) é a correta, pois ocorre a silepse de pessoa, conforme o Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 8 pedido da questão, haja vista que o sujeito possui o termo “Os candidatos” (eles=terceira pessoa do plural), mas o verbo se encontra na primeira pessoa do plural (“estamos”). Na alternativa (C), ocorre a silepse de gênero, pois o sujeito possui núcleo feminino “Exa”, mas o adjetivo “entristecido” encontra-se no masculino. Na alternativa (D), a concordância é literal, pois o pronome “nós” é de primeira pessoa do plural, da mesma forma que o verbo “desejamos”. Na alternativa (E), a concordância é literal, pois o substantivo “gente” é de terceira pessoa do singular, da mesma forma que o verbo “deseja”. Gabarito: B Questão 3: INEA 2013 – Administrador (banca FGV) “Particularmente, após o desastre da Região Serrana (RJ) em 2011, uma série de iniciativas importantes ocorreu”. Nesse período, a forma verbal “ocorreu” concorda com o núcleo do sujeito “série”. Assinale a alternativa em que há dupla possibilidade de concordância verbal. (A) “Entre 1990 e 2010, mais de 96 milhões de pessoas foram afetadas por desastres no Brasil”. (B) “Destas, mais de 6 milhões tiveram de deixar suas moradias...” (C) “...quase 3,5 mil morreram imediatamente após os mesmos”. (D) “A redução de riscos de desastres deve hoje constituir o cerne da política brasileira para os desastres”. (E) “Dados do IBGE revelam que apenas 1,2% dos municípios possuíam plano municipal de redução de riscos”. Comentário: Note que os sujeitos expressos nas alternativas (A), (B), (C) são plurais: “mais de 96 milhões de pessoas”, “mais de 6 milhões” e “3,5 mil”. Assim, os verbos devem ser flexionados somente no plural. A alternativa (D) apresenta sujeito, cujo núcleo é o substantivo singular “redução”. Assim, o verbo só pode se flexionar no singular. Já a alternativa (E) possui o sujeito com numeral singular “1,2”, seguido do símbolo de porcentagem: ”%”. Então, como vimos na teoria anteriormente, o verbo pode concordar com o termo preposicionado ou com o numeral da porcentagem. Veja as duas possibilidades: ... 1,2% dos municípios possuíam plano municipal de redução de riscos ou ... 1,2% dos municípios possuía plano municipal de redução de riscos Gabarito: E Questão 4: INEA 2013 – Administrador (banca FGV) “Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e o Data Popular revela que 54% das pessoas entrevistadas disseram conhecer uma mulher que já foi agredida por um parceiro, enquanto 56% afirmaram que conhecem um homem que já agrediu uma companheira”. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 9 Nas expressões de porcentagem, a concordância do verbo tanto se realiza com o número (54) quanto com o termo partitivo (das pessoas entrevistadas). Assinale a alternativa em que a forma verbal só pode aparecer no plural. (A) 32% do povo brasileiro não creem nos políticos. (B) 1,6% dos cariocas pertencem à classe dos milionários. (C) 3% do nosso grupo apoiaram o projeto. (D) 2,5% de nós condenaram a aprovação da lei. (E) 56% da biblioteca foram queimados. Comentário: A própria questão já nos transmitiu a regra. Assim, basta analisarmos com calma o sujeito com expressão de porcentagem e termo partitivo. Para que o verbo fique no plural, ambas as expressões devem ser plurais. Veja que a alternativa (D) é a que apresentará as duas possibilidades de flexão no plural, pois o numeral de porcentagem é plural (“2,5%”), levando o verbo para a terceira pessoa do plural “condenaram” e o termo partitivo “de nós” possibilita a flexão do verbo na primeira pessoa do plural: “condenamos”. Veja: 2,5% de nós condenaram a aprovação da lei. ou 2,5% de nós condenamos a aprovação da lei. Nas demais alternativas, os verbos poderão concordar tanto com a porcentagem, quanto com o termo partitivo, porém se deve perceber que sempre um deles é singular. Veja: 32% do povo brasileiro não creem nos políticos. ou 32% do povo brasileiro não crê nos políticos. 1,6% dos cariocas pertence à classe dos milionários. ou 1,6% dos cariocas pertencem à classe dos milionários. 3% do nosso grupo apoiaram o projeto. ou 3% do nosso grupo apoiou o projeto. 56% da biblioteca foram queimados. ou 56% da biblioteca foi queimada. Gabarito: D Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 10 Questão 5: MP-MS 2012 – Analista (banca FGV) “66% dos presos eram réus primários”. A concordância verbal, nesse caso, pode ser feita com o número (66%) ou com o partitivo (presos). Assinale a alternativa que apresenta erro de concordância. (A) 92% da população carcerária é de baixa renda. (B) 30% do tráfico escapam da política de repressão. (C) 1,2% da população apoiam a nova lei de repressão ao tráfico. (D) 0,5% dos cariocas desejam que os traficantes sejam presos. (E) 55% dos jovens são vítimas do apelo do tráfico. Comentário: Novamente, a própria questão já nos transmitiu a regra. Assim, basta analisarmos com calma o sujeito com expressão de porcentagem e termo partitivo. Veja que a alternativa (C) é a que apresenta erro, pois ambas as expressões (“1,2%” e “da população”) encontram-se no singular, e o verbo não pode se flexionar no plural. Veja a correção: 1,2% da população apoia a nova lei de repressão ao tráfico. Nas demais alternativas, os verbos poderão concordar tanto com a porcentagem, quanto com o termo partitivo. Veja: 92% da população carcerária é de baixa renda. ou 92% da população carcerária são de baixa renda. 30% do tráfico escapam da política de repressão. ou 30% do tráfico escapa da política de repressão. 0,5% dos cariocas desejam que os traficantes sejam presos. ou 0,5% dos cariocas deseja que os traficantes sejam presos. 55% dos jovens são vítimas do apelo do tráfico. Gabarito: C Questão 6: ALBA – Auditor 2014 (banca FGV) “Entre 80% e 90% da nossa energia vêm de fontes renováveis”. Nessa frase a concordância verbal é feita no plural, por fazer concordar o verbo (vêm) com o número da porcentagem. Assinale a opção que indica a frase em que a concordância está incorreta. (A) 1% dos brasileiros não acredita no governo. (B) 5% da população tem medo do apagão. (C) 12% dos cariocas apreciam futebol. (D) 1,7% do povo aceitam a Copa do Mundo no Brasil. (E) 32% do consumo se dirige a supérfluos. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 11 Comentário: A alternativa (D) é a que apresenta erro, pois ambas as expressões (“1,7%” e “do povo”) encontram-se no singular, e o verbo não pode se flexionar no plural. Veja a correção: 1,7% do povo aceita a Copa do Mundo no Brasil. Nas demais alternativas, os verbos poderão concordar tanto com a porcentagem, quanto com o termo partitivo. Veja: 1% dos brasileiros não acredita no governo. ou 1% dos brasileiros não acreditam no governo. 5% da população tem medo do apagão. ou 5% da população têm medo do apagão. 12% dos cariocas apreciam futebol. 32% do consumo se dirige a supérfluos. ou 32% do consumo se dirigem a supérfluos. Gabarito: D 1.2. Sujeito determinado composto: formado por mais de um núcleo: Manuel e Cristina pretendem casar-se. núcleo conj. aditiva núcleo predicado Deve-se notar que normalmente o verbo concorda no plural, tendo em vista haver dois ou mais núcleos, mas nem sempre ocorrerá assim, por isso é importante listar a seguir a concordância verbal com base no sujeito composto. A concordância verbal como sujeito composto: a) Quando o sujeito composto estiver posposto ao verbo, este poderá concordar com todos os núcleos (concordância literal) ou com o mais próximo (concordância atrativa): Discutiram muito o chefe e o funcionário. Discutiu muito o chefe e o funcionário. Se houver ideia de reciprocidade, o verbo vai para o plural: Estimam-se o chefe e o funcionário. Quando o verbo “ser” está acompanhado de substantivo no plural, o verbo também se pluraliza: Foram vencedores Pedro e Paulo. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 12 b) Quando o sujeito composto for constituído por núcleos sinônimos, o verbo flexiona-se no singular ou plural. Então a concordância dependerá bastante da ênfase: O rancor e o ódio cegou o amante. O desalento e a tristeza abalaram-me. Cabe aqui observar que não é simplesmente dizer que a concordância no singular ou plural é facultativa. Ela depende da intenção do autor. Com isso se observa que o autor normalmente flexiona o verbo no singular para enfatizar a proximidade de sentido dos substantivos que formam o sujeito composto. c) Com núcleos em gradação, o verbo pode concordar com a totalidade (plural) ou com o último substantivo, enfatizando-o: Um minuto, uma hora, um dia passam rápido. Um minuto, uma hora, um dia passa rápido. Observação: a gradação é um recurso estilístico em que há uma enumeração de ideias de forma crescente ou decrescente. Note que neste exemplo há uma enumeração crescente. d) Quando o sujeito composto estiver ligado por nem, verbo no plural (adição de duas negações): Nem o conforto, nem a glória lhe trouxeram a felicidade. e) Quando o sujeito composto estiver ligado por ou, faz-se a concordância em função da ideia transmitida pelo ou. Com valor de exclusão, verbo no singular: José ou Pedro será eleito para o cargo. Perceba que só um dos dois será eleito, porque há apenas um cargo, com isso o verbo fica no singular. Porém, se houvesse a troca de “o cargo” para “os cargos”, o verbo flexionar-se-ia no plural (“serão”), porque os dois ocupariam os cargos e naturalmente a conjunção “ou” passaria de exclusão para inclusão. Com valor de inclusão ou oposição, verbo no plural: Matemática ou Física exigem raciocínio lógico. Riso ou lágrimas fazem parte da vida. No primeiro exemplo, note que as duas disciplinas exigem raciocínio lógico, não é só uma delas. No segundo exemplo, tanto o riso quanto as lágrimas fazem parte da vida, não é apenas um deles. f) Concordância com pronomes: I – Com a expressão um e outro, o verbo poderá se flexionar no singular, admitindo-se também o plural: Um e outro falava a verdade. Um e outro falavam a verdade. Mas, se houver reciprocidade, o verbo ficará no plural: Um e outro se agrediram. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 13 II – Com a expressão um ou outro, a concordância dependerá do valor de exclusão ou de inclusão da conjunção alternativa ou: Um ou outro candidato chegará à cadeira da presidência. (exclusão: apenas um) Um ou outro país pobre sairão da condição de miséria. (inclusão: pode ser mais de um) Na segunda frase, pode-se observar também a possibilidade de verbo no singular, quando não se precisa avivar a ideia de adição, inclusão, pois é tomado de valor geral: Um ou outro país pobre sairá da condição de miséria. (de maneira geral) III – Com a expressão nem um nem outro, o verbo fica no singular: Nem um nem outro comentou o fato. IV - Quando houver sujeito composto de pronomes pessoais do caso reto de diferentes pessoas gramaticais, a primeira pessoa do plural prevalece sobre as outras, por subentender o pronome “nós”: Eu, tu e ele faremos a prova. (=nós) Geralmente, a segunda pessoa prevalece sobre a terceira, por se subentender “vós”. Como o brasileiro prefere o pronome “vocês” ao pronome “vós”, é fácil encontrar a concordância em terceira pessoa do plural: Tu e ele fareis a prova. (=vós) Tu e ele farão a prova. (=vocês) Como vimos anteriormente na concordância com o sujeito composto, se o sujeito estiver posposto, também vale a concordância atrativa: Por que faltastes tu e teus amigos às provas? (=vós) Por que faltaram tu e teus amigos às provas? (=vocês) Por que faltaste tu e teus amigos às provas? (atrativa: tu) g) Quando o sujeito composto estiver ligado por como, assim como, bem como (formas correlativas de adição), deve-se preferir o plural, sendo mais raro o singular: Rio de Janeiro como Florianópolis são belas cidades. Tanto uma como a outra suplicava-lhe o perdão. h) Quando o sujeito composto estiver ligado por com, deve-se observar presença ou não de vírgulas: Sem vírgulas: Eu com outros amigos limpamos o quintal. O verbo concorda com os dois núcleos do sujeito composto “eu” e “amigos”, por isso se flexiona no plural: Com vírgulas: O presidente, com os ministros, desembarcou em Brasília. As vírgulas mostram que o sujeito não é composto, pois elas destacam um novo termo entre o sujeito simples e o verbo. Este termo intercalado é o Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 14 adjunto adverbial de companhia. Assim, o verbo concorda com núcleo do sujeito simples “presidente”. Como este se encontra no singular, o verbo também se flexiona no singular. i) Quando o sujeito composto é resumido por um pronome-síntese (aposto recapitulativo), o verbo concorda apenas com este pronome: Risos, gracejos, piadas, nada a alegrava. Questão 7: TJ AL 2018 Técnico Judiciário (banca FGV) “Um jornal ou revista é processado se publicar sem autorização do autor um texto qualquer”. Se reescrita no plural, a melhor forma dessa frase será: a) Jornais e revistas são processados se publicar sem autorização do autor um texto qualquer; b) Jornais e revistas são processados se publicarem sem autorização dos autores uns textos quaisquer; c) Jornais e revistas são processados se publicar sem autorizações dos autores um texto qualquer; d) Jornais e revistas são processados se publicarem sem autorizações dos autores uns textos quaisquer; e) Jornais e revistas são processados se publicarem sem autorização do autor um texto qualquer. Comentário: Nas alternativas, a conjunção “ou” foi substituída por “e”, a qual é aditiva (“Jornais e revistas”) e força o verbo ao plural (“são processados”). Como o verbo “publicar” faz referência ao sujeito composto, deve também ser flexionado no plural (“publicarem”). O adjunto adverbial “sem autorização do autor” não se flexiona. Além disso, o substantivo “texto” está generalizado pelo emprego do pronome indefinido “qualquer”. Assim, não há necessidade de flexão no plural. Por tudo isso, a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E Questão 8: IBGE 2016 Técnico (banca FGV) A concordância verbal que mostra um caso idêntico a “Água e luz avançam” é: a) “As piores médias estão no Norte (21,2%), no Nordeste (41,1%) e no Centro-Oeste (46,5%)”; b) “De um ano para o outro, 1,2 milhão de casas passaram a contar com esgoto”; c) “Norte e Nordeste registraram o menor tempo médio na escola”; d) “o número de residências com computador teve a primeira leve queda em 2014, de 49,5% para 49,2%”; e) “o número de crianças em situação de trabalho infantil era quase o triplo do número atual”. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 15 Comentário: Na oração “Água e luz avançam”, ocorre o sujeito composto “Água e luz”. Assim, a alternativa (C) é a correta, pois ela também apresenta sujeito composto: “Norte e Nordeste”. As demais alternativasapresentam o sujeito determinado simples. Veja: “As piores médias estão no Norte (21,2%), no Nordeste (41,1%) e no Centro- Oeste (46,5%)”; “De um ano para o outro, 1,2 milhão de casas passaram a contar com esgoto”; “o número de residências com computador teve a primeira leve queda em 2014, de 49,5% para 49,2%”; “o número de crianças em situação de trabalho infantil era quase o triplo do número atual”. Gabarito: C Questão 9: TJ RJ 2015 Técnico Judiciário (banca FGV) Na frase, o verbo está no plural por concordar com o sujeito composto “escovar os dentes ou se barbear”; a frase abaixo em que a forma verbal deveria estar no singular é: (A) deixar a torneira aberta ou fechá-la fazem muita diferença na conta mensal de água; (B) lavar o carro com mangueira ou tomar banhos prolongados aumentam a despesa doméstica; (C) os adultos ou as crianças podem colaborar na economia doméstica; (D) o desperdício de água ou o desmatamento mostram descuido com o futuro do planeta; (E) cuidar dos encanamentos ou preocupar-se com vazamentos demonstram consciência cidadã. Comentário: Basicamente, esta questão trabalha a concordância com o sujeito composto, em que os núcleos são ligados pela conjunção alternativa “ou”. Ela quer que achemos tal conjunção que possua valor de exclusão, isto é, se couber um núcleo, o outro será excluído. Isso força o verbo ao singular. No pedido da questão, o sujeito composto “Escovar os dentes ou se barbear” apresenta a conjunção “ou” com valor de inclusão, haja vista que uma ação não elimina a outra. Por isso o verbo está corretamente flexionado no plural. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 16 A alternativa (A) é a errada, pois o sujeito composto apresenta dois núcleos que se excluem, pois, no momento em que deixamos a torneira aberta, excluímos a possibilidade de ela estar fechada. Assim, o verbo deve se flexionar no singular. A intenção comunicativa é afirmar que o que faz diferença é deixar a torneira aberta quando precisar, e fechá-la quando não a estiver utilizando. Na alternativa (B), as ações “lavar o carro com mangueira” e “tomar banhos prolongados” não se excluem. As duas ações aumentam a despesa doméstica. Na alternativa (C), “os adultos” e “as crianças” não se excluem. Tanto os adultos quanto as crianças podem colaborar na economia doméstica. Na alternativa (D), “o desperdício de água” e “o desmatamento” não se excluem. As duas ações mostram descuido com o futuro do planeta. Na alternativa (E), as ações “cuidar dos encanamentos” e “to preocupar- se com vazamentos” não se excluem. As duas ações demonstram consciência cidadã. Gabarito: A Questão 10: Compesa – Administrador 2014 (banca FGV) “Eu e o computador jamais seríamos íntimos.” Assinale a opção que indica a frase que não segue as regras de concordância verbal da norma culta. (A) Tu e ele jamais serão íntimos. (B) Tu e ele jamais sereis íntimos. (C) Você e eu jamais seremos íntimos. (D) Vocês e ele jamais sereis íntimos. (E) Ela e ele jamais serão íntimos. Comentário: A questão se refere à concordância com sujeito composto, constituído de pronomes pessoais. As alternativas (A) e (B) estão corretas, pois a soma de “tu” e “ele” resulta em “vocês...serão” (forma mais usada) ou “vós...sereis” (forma menos usada). A alternativa (C) está correta, pois, ao juntarmos qualquer pessoa do discurso com a primeira, o resultado será sempre “nós”. A alternativa (D) é a errada, pois, ao juntarmos a terceira pessoa do plural “vocês” com a terceira pessoa do singular “ele”, o resultado será “vocês”. Veja a correção: Vocês e ele jamais serão íntimos. A alternativa (E) está correta, pois a soma de “Ela” e “ele” resulta em “eles...serão”. Gabarito: D Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 17 1.3. Sujeito determinado oculto ou desinencial: é o que ocorre quando a terminação verbal (primeiras e segundas pessoas e a terceira do imperativo) dispensa o uso do pronome pessoal correspondente: Estou muito feliz. (eu) Estás muito feliz. (tu) Para o teu carro. (tu no imperativo) Pare o seu carro. (você no imperativo) Voltaremos logo! (nós) Voltastes logo! (vós) 1.4. Sujeito determinado elíptico: aquele que mantém o verbo na 3ª pessoa do discurso e obrigatoriamente necessita do contexto para permitir saber de quem se trata. Os alunos ficaram descontentes com a atitude do professor. Deixaram de ir à aula no dia seguinte. Percebe-se que o sujeito do verbo “ficaram” está determinado explicitamente no texto pelo substantivo “alunos”; porém o sujeito da locução verbal “deixaram de ir” está implícito no contexto, por omissão, para que não haja repetição da palavra “alunos”. Por esse motivo, temos o sujeito elíptico, que significa omissão. Ele depende exclusivamente do contexto, sem ele não há sujeito elíptico, mas sim, sujeito indeterminado. Algumas gramáticas admitem a elipse fazendo parte do sujeito oculto. Para essas gramáticas, o sujeito oculto (ou desinencial) é mais amplo, não necessita possuir verbo na primeira ou segunda pessoas, mas também admite a terceira. Basta que não haja literalmente a palavra no texto, mas esteja facilmente subentendida. Questão 11: TJPI 2015 – Analista Judiciário (banca FGV) “Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso comportamento como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas, pais, enfim, como cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como dos demais”. O comentário correto sobre os componentes desse segmento do texto 2 é: (A) a forma verbal “deveríamos” tem como sujeito todos os motoristas; (B) a forma verbal “tem” deveria ter acento circunflexo pois seu sujeito está no plural; (C) a forma “sobre” deveria ser substituída pela forma “sob”; (D) a forma “enfim” deveria ser grafada em duas palavras “em fim”; (E) a forma “dos demais” deveria ser substituída por “das demais”, por referir-se ao feminino “ações”. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo “Deveríamos” possui sujeito oculto, o qual se refere ao pronome “nós”. Pelo contexto, não só os motoristas devem aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso comportamento, mas todos os cidadãos, grupo em que o próprio autor também se enquadra. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 18 A alternativa (B) é a correta, pois o verbo “tem” deve se flexionar no plural, haja vista que o sujeito é o termo “cujas ações”, o qual se encontra no plural (cujas ações têm reflexo na nossa segurança). A alternativa (C) está errada, pois a preposição “sobre” tem valor semântico de assunto. Assim, não pode ser substituída pela preposição “sob”, a qual tem valor semântico de posicionamento abaixo. A alternativa (D) está errada, pois a grafia correta do conectivo é realmente “enfim”. A alternativa (E) está errada, pois “dos demais” refere-se “aos cidadãos”, por isso houve a concordância no masculino plural. Gabarito: B 2. Sujeito Indeterminado Quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o predicado da oração se refere. Há dois casos: a) Com o verbo na terceira pessoa do plural sem o sujeito escrito no texto: Falaram bem de você. Colocaram o anúncio. Alugaram o apartamento. Observe que não há referência a outra palavra como o verbo do sujeito elíptico faz. b) Com o índice de indeterminação do sujeito se e verbo no singular: Precisa -se de ajudantes. VTI IIS objeto indireto Os verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, quando acrescidos da partícula “se”, terão sujeito indeterminado edevem ficar sempre no singular: Trata-se de casos delicadíssimos. (verbo transitivo indireto) Vive-se melhor fora das cidades grandes. (verbo intransitivo) É-se muito pretensioso na adolescência. (verbo de ligação) 3. Oração sem sujeito (sujeito inexistente): Ocorre quando a oração tem apenas o predicado, isto é, o verbo é impessoal. É importante saber quando uma oração não possui sujeito, tendo em vista que o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular. Os casos mais importantes ocorrem com: I - Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Venta muito naquela cidade. Amanhã não choverá. Nevava bastante. Trovejou pouco no último mês. No entanto, quando esses verbos estão empregados de forma figurada, naturalmente recebem sujeito determinado; assim, o verbo concorda com ele: Choveram recursos contra a última questão da prova. (“recursos” é sujeito) Ventaram opiniões na reunião. (“opiniões” é sujeito) Trovejaram palavrões contra o deputado. (“palavrões” é sujeito) Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 19 II - Verbo haver significando existir, ocorrer: Havia muitas pessoas na sala. Há vários problemas na empresa. Deve-se ter cuidado quando esse verbo é o principal numa locução verbal. Seu verbo auxiliar não pode se flexionar. Veja: Deve haver vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Tem havido vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Está havendo vários problemas na empresa. (“vários problemas” é apenas um complemento do verbo) Mas, quando se substitui o verbo “haver” por seus sinônimos “existir” ou “ocorrer”, passa-se a sujeito determinado simples. Veja: Existem vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Devem existir vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Têm ocorrido vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) Estão ocorrendo vários problemas na empresa.(“vários problemas” passa a sujeito determinado simples) III - Verbos haver e fazer indicando tempo decorrido ou fenômeno natural: Já faz meses que não viajo com ele. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Há três anos não vejo minha família. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Há quatro dias que não a vejo. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Faz muito frio na Europa. IV- Verbos ser, estar e ir (este, quando seguido de para) na indicação de tempo. São três horas. Hoje são dez de setembro. Hoje está muito frio. Já vai para 4 anos que não leio esse jornal. (É apenas a oração sublinhada que não possui sujeito) Observação: Perceba que o verbo “ser” tem uma concordância peculiar: mesmo não possuindo sujeito, ele se flexiona de acordo com o numeral. Questão 12: Prefeitura de Salvador 2017 Auxiliar (banca FGV) Se colocarmos a frase “havia um menino” no plural, a forma correta será a) “haviam uns meninos”. b) “haviam meninos”. c) “haviam os meninos”. d) “havia os meninos”. e) “havia uns meninos”. Comentário: O verbo “haver”, no sentido de existir, não se flexiona por não ter sujeito. O termo não preposicionado é apenas o objeto direto e não interfere na concordância. Assim, eliminamos as alternativas (A), (B) e (C). Como o singular apresenta o artigo indefinido no singular “um”, devemos manter este artigo, porém no plural: “uns”. Assim, a alternativa (E) é a correta. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 1 20 Questão 13: ALERJ 2017 – Especialista Legislativo (banca FGV) Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a seguinte frase: a) Têm havido dúvidas sobre a possibilidade de recuperação econômica do país em curto prazo; b) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema do INSS continuar funcionando a contento; c) Não se impute aos governos recentes a exclusiva responsabilidade pelas dificuldades econômicas do país; d) Que dúvidas têm divulgado os jornalistas sobre a atuação da polícia nas passeatas? e) Caso deixasse de haver as grandes bibliotecas públicas, os estudantes mais pobres sofreriam grande prejuízo. Comentário: A alternativa (A) é a que deve ser corrigida, pois a locução verbal “Têm havido” apresenta o verbo principal “havido”, no sentido de existir. Assim, é impessoal e o verbo auxiliar “Têm” não pode se flexionar no plural. Veja a correção: Tem havido dúvidas sobre a possibilidade de recuperação econômica do país em curto prazo. A alternativa (B) está correta, pois a locução verbal “Têm sido levantadas” concorda com sujeito paciente “dúvidas”. Veja a correção: Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema do INSS continuar funcionando a contento. A alternativa (C) está correta, pois o verbo “impute” concorda com o seu sujeito “a exclusiva responsabilidade pelas dificuldades econômicas do país”. Note que “aos governos recentes” é o objeto indireto. Não se impute aos governos recentes a exclusiva responsabilidade pelas dificuldades econômicas do país. A alternativa (D) está correta, pois a locução verbal “têm divulgado” concorda com o seu sujeito plural “os jornalistas”. Note que “Que dúvidas” é o objeto direto. Que dúvidas têm divulgado os jornalistas sobre a atuação da polícia nas passeatas? A alternativa (E) está correta, pois a locução verbal “deixasse de haver” apresenta o verbo principal “haver”, o qual se encontra no sentido de existir. Assim, não tem sujeito e o verbo auxiliar se flexiona no singular. Caso deixasse de haver as grandes bibliotecas públicas, os estudantes mais pobres sofreriam grande prejuízo. Gabarito: A Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 0 21 Questão 14: IBGE 2016 Técnico (banca FGV) TEXTO 5 - Diploma superior é privilégio de apenas 13% Quando se avalia o nível de instrução da totalidade de brasileiros acima de 25 anos, mais de metade da população (57,5%) tem no máximo o ensino médio completo, sendo que 32% não completaram o ensino fundamental. Uma graduação universitária é privilégio de apenas 13,1% das pessoas (contra 12,6% em 2013). Os números também chamam atenção para a necessidade de se aprimorar o ensino nas escolas públicas, que são frequentadas por 76,9% dos alunos brasileiros (contra 75,7% em 2013). Mas a frequência escolar como um todo vêm aumentando, e tem seu maior patamar entre crianças de 6 a 14 anos: 98,5% nesta faixa etária estão na escola. Quando se contempla a população como um todo, o número médio de anos de estudo escolar é de 7,7. Aqui também há disparidades regionais: o Sudeste apresenta a maior média, de 8,4 anos, enquanto Norte e Nordeste registraram o menor tempo médio na escola, 7,2 e 6,6 anos, respectivamente. Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab Uma falha de digitação ocasionou um erro de concordância no seguinte trecho: a) “mais de metade da população (57,5%) tem no máximo o ensino médio completo”; b) “32% não completaram o ensino fundamental”; c) “Mas a frequência escolar como um todo vêm aumentando”; d) “98,5% nesta faixa etária estão na escola” e) “Aqui também há disparidades regionais”. Comentário: A alternativa (A) está correta, pois “tem” concorda com o núcleo do sujeito “metade”. A alternativa (B) está correta, pois “completaram” concorda com o sujeito “32%”. A alternativa (C) é a errada, pois o sujeito singular “a frequência escolar como um todo” força a locução verbal também ao singular: “vem aumentando”. A alternativa(D) está correta, pois “estão” concorda com o sujeito “98,5%”. A alternativa (E) está correta, pois o verbo “há”, no sentido de existir, não tem sujeito e não pode se flexionar no plural. A expressão não preposicionada “disparidades regionais” é apenas o objeto direto. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio b 22 Questão 15: Câmara Municipal de Recife 2014 – Analista (banca FGV) A frase do texto “Sempre existiram jovens e velhos” pode ser reescrita de forma adequada e mantendo-se o sentido original do seguinte modo: (A) houveram sempre jovens e velhos; (B) não só jovens, mas também velhos sempre houveram; (C) jovens, assim como velhos, sempre houve; (D) nunca deixaram de haver jovens e velhos; (E) nunca deixou de existir jovens e velhos. Comentário: No pedido da questão, o verbo “existiram” é intransitivo e tem como sujeito composto e plural “jovens e velhos”. A alternativa (A) está errada, pois o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é transitivo direto e impessoal, isto é, não tem sujeito e não pode se flexionar. O termo “jovens e velhos” é o objeto direto neste contexto. Veja a construção correta: houve sempre jovens e velhos A alternativa (B) está errada, pois o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é transitivo direto e impessoal, isto é, não tem sujeito e não pode se flexionar. O termo “não só jovens, mas também velhos” é o objeto direto neste contexto. Veja a construção correta: não só jovens, mas também velhos sempre houve A alternativa (C) é a correta, justamente porque o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é transitivo direto e impessoal, isto é, não tem sujeito e não pode se flexionar. A alternativa (D) está errada, pois o verbo “haver”, no sentido de “existir”, é transitivo direto e impessoal, isto é, não tem sujeito e não pode se flexionar. Como há uma locução verbal, o verbo auxiliar também não se flexiona. O termo “jovens e velhos” é o objeto direto neste contexto. Veja a construção correta: nunca deixou de haver jovens e velhos A alternativa (E) está errada, pois o verbo “existir” é intransitivo, possui sujeito e com ele deve concordar. Como há uma locução verbal, é o verbo auxiliar que se flexiona. O termo “jovens e velhos” é o sujeito neste contexto. Veja a construção correta: nunca deixaram de existir jovens e velhos Gabarito: C Questão 16: SEGEP MA 2014– Auditor (banca FGV) “...na qual não haveria, entre outros atrasos, violência e religião”. Assinale a forma verbal que substitui erradamente a forma verbal sublinhada. (A) deveria haver (B) deveria existir (C) poderiam haver Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 0 23 (D) poderiam existir (E) poderia haver Comentário: No pedido da questão, o verbo “haveria” encontra-se no sentido de existir, por isso é impessoal e não pode se flexionar no plural. O termo “violência e religião” é apenas o objeto direto. A questão insere alternativas com locuções verbais. Basta verificarmos quem é o verbo principal. Se for o verbo “haver”, o verbo auxiliar tem que se flexionar no singular, pois não há sujeito, apenas objeto direto. Se for o verbo “existir”, o verbo auxiliar deve se flexionar de acordo com o sujeito. Assim, a alternativa errada é a (C), haja vista que o termo “violência e religião” é apenas o objeto direto. Note que o verbo principal é “haver”, por isso o verbo auxiliar deve flexionar-se no singular. Veja a correção: na qual não poderia haver, entre outros atrasos, violência e religião Gabarito: C Questão 17: Pol Civil MA 2012 – Auxiliar de Perícia Médica Legal (banca FGV) “ ...porque há uma arma de fogo envolvida”. Assinale a alternativa que indica a forma plural adequada dessa última frase do texto. (A) porque hão armas de fogo envolvidas. (B) porque há armas de fogo envolvidas. (C) porque há armas de fogos envolvidas. (D) porque hão armas de fogos envolvidas. (E) porque há armas de fogo envolvida. Comentário: No pedido da questão, o verbo “haveria” encontra-se no sentido de existir, por isso é impessoal e não pode se flexionar no plural. O termo “uma arma de fogo envolvida” é apenas o objeto direto. Assim, mesmo que haja flexão do objeto direto ao plural, o verbo deve permanecer no singular. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (D). A alternativa (C) está errada, porque o substantivo “fogos” não deve se flexionar, tendo em vista fazer parte de uma locução adjetiva. A alternativa (E) está errada, porque o adjetivo “envolvida” deve concordar com “armas”. Assim, sobra a alternativa (B) como a correta, haja vista que o verbo “há” encontra-se no singular e que o adjetivo “envolvidas” concorda com o substantivo “armas”. Gabarito: B Vimos os tipos de sujeito e a concordância verbal voltada a eles. Agora, vamos tratar de algumas concordâncias peculiares, as quais se dirigem a um sujeito simples. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 8 24 Concordância do verbo de ligação “ser” com predicativo de valor substantivo a) Se estiver entre dois núcleos das classes a seguir, em ordem, concordará, preferencialmente, com a classe que tiver prioridade, independente de função sintática: Pronome pessoal > substantivo próprio de pessoa > substantivo concreto > substantivo abstrato > pronome indefinido, demonstrativo ou interrogativo Tu és Maria. Maria és tu. Tu és minhas alegrias. Minhas alegrias és tu. Maria é minhas alegrias. Minhas alegrias é Maria. As terras são a riqueza. A riqueza são as terras. Emoções são tudo. Tudo são emoções. Às vezes, pode-se subverter a regra por motivo de ênfase: "Tudo é flores no presente" (Gonçalves Dias) b) Se o sujeito indica peso, medida, quantidade, seguido de é pouco, é muito, é bastante, é suficiente, é tanto, o verbo ser fica no singular: Três mil reais é pouco pelo serviço. Dez quilômetros já é bastante para um dia. Concordância com o pronome relativo “que” Você viu em aulas anteriores que o pronome relativo inicia uma oração subordinada adjetiva e serve para retomar um substantivo anterior. Ele pode cumprir várias funções sintáticas e a que nos interessa nesta aula é a de sujeito: Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. A oração grifada possui o verbo “cuida”, o qual é transitivo indireto. Seu objeto indireto é “de crianças carentes”. Assim o termo que falta é o sujeito. Perceba que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “instituição”. Assim, quando lemos “que”, entendemos “instituição” e então teremos: “a instituição cuida de crianças carentes”. Veja: Conversei com o fundador da instituição que cuida de crianças carentes. Conversei com o fundador da instituição. A instituição cuida de crianças carentes. Um ponto muitas vezes duvidoso na hora da concordância é com o pronome relativo na função de sujeito antecipado da expressão “um dos”. Isso porque depende contextualmente de identificar que palavra será retomada por esse pronome. Veja: VTI sujeito objeto indireto VTI sujeito objeto indireto Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio a 25 Pelé foi um dos homenageados que levou o Brasil ao tricampeonato. Pela concordância do verbo, percebemos que o sujeito “que” retomou o vocábulo “um” dentre vários homenageados. Temos, assim, a ênfase a um dos homenageados. Mas, se não se quisesse dar essa relevância, o pronome relativo poderia retomar “homenageados” e assim o verbo se flexionaria no plural. Veja: Pelé foi um dos homenageados que levaram o Brasil ao tricampeonato.Não podemos, assim, decorar que a concordância pode ser no singular ou plural, na realidade depende da intenção comunicativa do texto. Perceba o exemplo abaixo, que exige a interpretação de retomada de apenas um dos termos: Este é um dos países candidatos que sediará a copa do mundo. Especial atenção deve ser dada à estrutura “o que”, em que “o” é pronome demonstrativo reduzido (=aquilo, aquele, isso) e “que” é pronome relativo e seu valor de coesão é retomá-lo. Sendo o pronome relativo sujeito, o verbo flexionará no singular. Veja: Nas análises feitas pela Petrobras, os técnicos encontraram novas fontes, o que possibilita um ganho no campo da energia. O pronome relativo “que” está na função de sujeito, o qual retoma o pronome demonstrativo “o” (singular), por isso o verbo “possibilita” está no singular. Concordância com o pronome relativo “o qual” e suas variações Este pronome também inicia uma oração subordinada adjetiva. Algumas leis que estão em vigor no país deverão ser revistas. Algumas leis as quais estão em vigor no país deverão ser revistas. Note que “Algumas leis” é o sujeito da locução verbal “deverão ser revistas” e o pronome relativo “que” (ou “as quais”) é o sujeito do verbo “estão”. Quando se lê “que” ou “os quais”, devemos entender o substantivo “leis”: leis estão em vigor no país. Concordância com o pronome relativo “quem”. Há uma particularidade deste pronome relativo na função de sujeito. Como ele também pode ser pronome indefinido e pronome interrogativo (em determinados contextos), ele sugere uma indefinição da pessoa de quem se Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 26 fala, por isso possui força para levar o verbo para a terceira pessoa do singular, mesmo se o substantivo retomado tiver flexão diferente: Fui eu quem falou. Fui eu quem falei. Fomos nós quem falou. Fomos nós quem falamos. Compare com o pronome relativo “que”: não há essa dupla possibilidade de concordância: Fui eu que falei. Fomos nós que falamos. Questão 18: Prefeitura de Paulínia–SP 2016 Engenheiro (banca FGV) “Em geral os arquitetos temos de nos ater às plantas que nos apresentam os proprietários. Nisso nos parecemos com os médicos. Há quem os chame para que diagnostiquem a enfermidade que deseja ter, e lhe receite o regime que deseja seguir.” (Jacinto Benavente) Nesse pensamento há um erro de forma verbal, no que diz respeito à concordância. Assinale a opção em que esse erro é adequadamente corrigido. a) temos/têm. b) apresentam/apresenta. c) chame/chamem. d) diagnostiquem/diagnostique. e) receite/receitem. Comentário: A questão nos mostra que há um erro de concordância num dos verbos do texto e nós temos que encontrar este erro e verificar a proposta de correção. Na alternativa (A), a concordância está correta, pois houve a concordância siléptica de pessoa. Note que o verbo “temos”, em primeira pessoa do plural, mostra a inclusão do autor no grupo de arquitetos. Mas a concordância também cabe na terceira pessoa do plural. Na alternativa (B), a concordância original está correta e não cabe troca de flexão verbal. Note que o sujeito do verbo “apresentam” é “os proprietários”. Na alternativa (C), a concordância original está correta e não cabe troca de flexão verbal. Note que o sujeito do verbo “chame” é “quem”. Na alternativa (D), a concordância original está correta e não cabe troca de flexão verbal. Note que o verbo “diagnostiquem” concorda contextualmente com “médicos”. A alternativa (E) é a que apresenta erro gramatical no texto original, pois o verbo “receite” deve se flexionar no plural para concordar com o seu referente “médicos”. Assim, a proposta de substituição está correta. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 27 Questão 19: TJ BA 2015 Analista Judiciário (banca FGV) “A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais) que, usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes os matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, e enormes prejuízos para os clientes”. Julgue a afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “viciam” deveria vir no singular. Comentário: O verbo “viciam” tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma a expressão plural “os únicos produtos (legais)”. Assim, tal verbo deve permanecer no plural e a afirmativa está errada. Gabarito: E Questão 20: TJ BA 2015 Técnico de Atividade Judiciária (banca FGV) “Sua vantagem é tanta que a prefeitura da Cidade do México lançou um programa de conservação hídrica que substituiu 350 mil vasos por modelos mais econômicos. As substituições reduziram de tal forma o consumo que seria possível abastecer 250 mil pessoas a mais. No entanto, muitas casas no Brasil têm descargas embutidas na parede, que costuma ter um altíssimo nível de consumo. O ideal é substituí-las por outros modelos.” Nesse segmento do texto, a forma verbal sublinhada que apresenta erro em relação à concordância é: (A) lançou; (B) substituiu; (C) abastecer; (D) têm; (E) costuma. Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “lançou” concorda com o seu sujeito determinado simples e singular “a prefeitura da Cidade do México”. A alternativa (B) está correta, pois o verbo “substituiu” concorda com o pronome relativo “que”, o qual é o seu sujeito e retoma a expressão singular “um programa de conservação hídrica”. A alternativa (C) está correta, pois o infinitivo “abastecer” é impessoal, isto é, ele não faz referência a um sujeito, a alguém que vá realizar a ação. Ele se detém especificamente a mostrar que esta ação deve ser realizada. Assim, não se flexiona. A alternativa (D) está correta, pois o verbo “têm” concorda com o seu sujeito determinado simples e plural “muitas casas”. A alternativa (E) é a errada, pois o verbo “costuma” tem como sujeito o pronome relativo “que”. Tal pronome não retoma a palavra “parede”, pois não é ela que costuma ter um altíssimo nível de consumo, mas sim a expressão plural “descargas embutidas”. Assim, o verbo realmente deve se flexionar no plural. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 28 Questão 21: TJ SC 2015 Assistente Social (banca FGV) A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à concordância verbal recomendada pela norma culta é: (A) A lista de assinantes da revista, uma vez autenticada pela direção, mostram profissões as mais estranhas possíveis. (B) Nenhum dos terroristas que vinham atacando alvos na Europa nos últimos meses apresentaram-se à Polícia. (C) Segundo a TAM, o voo teve seu atraso justificado, mas quem voaria para outros países foi transferido para outras companhias. (D) Os cães aprendem a andar com as próteses, equipamento que os ajuda a se deslocar de um lugar para outro. (E) Mas foram nos jogos da Copa do Mundo que a maioria dos jogadores conquistaram a fama que hoje justifica seus altos salários. Comentário: A alternativa (A) está errada, porque o verbo “mostram” deve se flexionar de acordo com o núcleo do sujeito singular “lista”. Veja a correção: A lista de assinantes da revista, uma vez autenticada pela direção, mostra profissões as mais estranhas possíveis. A alternativa (B) está errada, porque o verbo “apresentaram-se” deve se flexionar de acordo com o núcleo do sujeito singular “nenhum”. Note que a locução verbal “vinham atacando” tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma a expressão plural “terroristas”. Veja a correção: Nenhum dosterroristas que vinham atacando alvos na Europa nos últimos meses apresentou-se à Polícia. A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “teve” concorda com o sujeito singular “o voo”, e os verbos “voaria” e “foi transferido” concordam com seu referente singular “quem”. Segundo a TAM, o voo teve seu atraso justificado, mas quem voaria para outros países foi transferido para outras companhias. A alternativa (D) está errada, porque o verbo “deslocar” se refere a “cães”. Assim, deve se flexionar no plural. Além disso, o aposto explicativo “equipamento” retoma um termo plural, por isso deve também se flexionar no plural. Veja a correção: Os cães aprendem a andar com as próteses, equipamentos que os ajudam a se deslocarem de um lugar para outro. A alternativa (E) está errada, porque o verbo “foram” está concordando equivocadamente com o adjunto adverbial “nos jogos da Copa do Mundo”. Na realidade, temos aí a expressão expletiva (isto é, enfática) “é que”, a qual não se flexiona. Tal expressão é de fácil identificação, porque podemos excluí-la da estrutura sintática. Compare as formas abaixo. Inseri a forma sem a expressão enfática e depois com ela: Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 29 Mas nos jogos da Copa do Mundo a maioria dos jogadores conquistaram a fama que hoje justifica seus altos salários. Mas foi nos jogos da Copa do Mundo que a maioria dos jogadores conquistaram a fama que hoje justifica seus altos salários. Vale lembrar que o verbo “conquistaram” poderia se flexionar também no singular, haja vista que seu sujeito possui a expressão partitiva “a maioria dos”. Gabarito: C Questão 22: Pref Osasco 2014– Analista (banca FGV) I - Há 64 anos, segundo estatísticas do IBGE, havia 4,9 milhões de alunos matriculados (...). Há 64 anos, segundo estatísticas do IBGE, haviam 4,9 milhões de alunos matriculados (...). II - Em 1950, 51% da população adulta não sabiam ler e escrever. Em 1950, 51% da população adulta não sabia ler e escrever. III - Um dos fatores que mais contribuíram para isso foi o perfil dos professores. Um dos fatores que mais contribuiu para isso foi o perfil dos professores. Há casos em que alguns gramáticos normativos tradicionais aceitam como correta a dupla concordância verbal (verbo no singular ou no plural). Observe os segmentos presentes em I, II e III acima destacados e assinale aquele em que está presente uma concordância que todos os gramáticos consideram errada: (A) I; (B) II; (C) III; (D) II e III; (E) I e III. Comentário: A frase I apresenta a segunda concordância incorreta, pois o verbo “Haviam” encontra-se no sentido de existir, por isso não deve se flexionar, da mesma forma que a primeira frase. A frase II apresenta ambas as construções corretas, haja vista que o sujeito com expressão de porcentagem admite a concordância com o núcleo numérico (“51%”) ou com o adjunto adnominal (“da população”). A frase III apresenta duas concordâncias corretas, haja vista que o pronome relativo “que” é o sujeito e pode retomar tanto o termo plural “fatores”, quanto o termo singular “um”. Como a questão pediu a frase com concordância errada, devemos marcar a alternativa (A). Gabarito: A Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 30 Concordância verbal com o sujeito oracional: Quando o sujeito recebe um verbo, passa a ser uma oração. Essa oração força o verbo para o singular. Veja a frase abaixo, com sujeito determinado simples: É fundamental o estudo organizado. VL + predicativo (sujeito simples) Período simples Chamamos de período simples o enunciado que possua apenas uma oração (um verbo). Neste caso, o verbo “É” (de ligação) serve para ligar o predicativo ao sujeito determinado simples “o estudo organizado”, por isso se flexiona no singular. Note agora que este sujeito pode receber um verbo, passando a ser considerado um sujeito oracional. Veja: É fundamental que você estude organizadamente. VL + predicativo Suj + VI + adjunto adverbial de modo oração principal oração subordinada substantiva subjetiva período composto Agora passamos a ter duas orações (dois verbos: “É” e “estude”), por isso temos um período composto. Veja que antes tínhamos o sujeito “o estudo organizado”, agora temos o sujeito oracional “que você estude organizadamente”. Note na estrutura acima que este sujeito oracional possui um verbo intransitivo. Este verbo tem seu sujeito (“você”) e um adjunto adverbial de modo (“organizadamente”). Assim, note que, sempre que tivermos um verbo, é natural que haja um tipo de sujeito relacionado a ele e também um complemento verbal, quando possível. Neste sujeito oracional, perceba a conjunção integrante “que”, ela faz com que o verbo nesta oração seja conjugado em tempo e modo verbal (“estude”: presente do subjuntivo). Agora veja o período abaixo. Retiramos a conjunção integrante “que”. Naturalmente reduzimos o número de palavras da oração, por isso a chamamos de oração reduzida. Isso faz com que o verbo deixe de ser conjugado em modo e tempo verbal (“estude”) e passe para a forma nominal infinitiva: “estudar”. Veja: É fundamental você estudar organizadamente. VL + predicativo Suj + VI + adjunto adverbial de modo oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo) período composto Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 31 O sujeito oracional é chamado de oração subordinada substantiva subjetiva. Tudo isso foi visto com a única e exclusiva intenção de você perceber que toda vez que tivermos um verbo referindo-se ao sujeito oracional, obrigatoriamente deverá permanecer na terceira pessoa do singular. Para ficar bem claro, quando tivermos um sujeito oracional, troquemos pela palavra ISSO. Como este vocábulo está no singular, o verbo também estará. Vamos fazer um teste: Veja alguns exemplos com orações desenvolvidas: É preciso que se adotem providências eficazes. VL + predicativo + sujeito oracional Parece estar comprovado que soluções mágicas não funcionam. Locução verbal de ligação + predicativo + sujeito oracional Convém que você fique. VI + sujeito oracional Veja alguns exemplos com orações reduzidas: É preciso adotarem-se providências eficazes. VL + predicativo + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo) Parece estar comprovado não funcionarem soluções mágicas. Locução verbal de ligação + predicativo + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo) Parece ser ela a pessoa indicada. VI + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo) Coube-nos sustentar aquela informação. VTI + OI + sujeito oracional (oração reduzida de infinitivo) A concordância com verbo no infinitivo O verbo no infinitivo pode ser considerado impessoal ou pessoal. Logicamente sabemos que um infinitivo de uma locução verbal não se flexiona: Começamos a caminhar, devo trabalhar, voltou a comemorar. Isso é preciso. Isso parece estar comprovado. Isso convém. Isso é preciso. Isso parece estar comprovado. Isso parece. Isso nos coube. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 32 Este não gera dúvida, por isso, nossa ênfase aqui recai ao infinitivo dentro de uma oração reduzida. As regras que você verá abaixo não podem ser entendidas de maneira categórica,elas nos apontam as possibilidades de flexão. Na prova, o que vai fazer com que você acerte a questão é o contexto e o bom senso. 1) O infinitivo impessoal é aquele que não se flexiona, por não ter um sujeito, ou, mesmo o tendo, não se quer realçá-lo na oração, por não estar explícito. Isso ocorre por alguns motivos e vamos citar os mais importantes para nossa prova. Veja: a) quando o verbo assume valor substantivo: Estudar é importante! (estudo é importante). Pensar é um princípio do ser humano. (o pensamento é um princípio do ser humano) b) quando possui valor geral, isto é, não se refere explicitamente a um termo do período: Em 2001, os Estados Unidos e o mundo viveram situações difíceis de esquecer. Os viajantes foram obrigados a ficar à espera de outro avião. Acusaram-nos de praticar atos suspeitos. Todos estão dispostos a colaborar. c) quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa um verbo auxiliar causativo deixar, mandar, fazer) ou sensitivo (ver, sentir, ouvir, perceber) e tem como sujeito um pronome oblíquo: Faça-os ficar. Não os vi entrar. Deixaram-nos sair. 2) O infinitivo pessoal é aquele que necessita enfatizar o agente da ação por motivo de clareza ou para evitar ambiguidade. Assim o encontramos em orações com sujeito explícito ou diferente do sujeito da oração anterior: Com sujeito explícito: Suponho serem eles os responsáveis. Note que o verbo “suponho” é a oração principal e “serem eles os responsáveis” é uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo, cujo sujeito (“eles”) está em destaque. Por isso, a concordância do infinitivo no plural é obrigatória. Com sujeito implícito: Esqueci-me da solicitação de entregares a carta, quando chegares ao escritório. Perceba que o infinitivo “chegares” possui sujeito diferente do da oração anterior (eu me esqueci). Isso ocorre por motivo de ênfase ao agente da ação e evitar a ambiguidade. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 33 Veja outros casos: É hora de vocês estudarem. (“É hora” não tem sujeito/ “estudarem” possui sujeito “vocês”) Ouvi chamarem Lúcia. (eu ouvi / “chamarem” possui sujeito indeterminado) Questão 23: Fundação Pró-Sangue 2013 – Auditor (banca FGV) Assinale a alternativa em que o verbo sublinhado poderia ser flexionado em outro número (singular ou plural). (A) “A dependência do tabaco e de outras substâncias envolve um conjunto particular de áreas cerebrais”. (B) “Os pesquisadores questionaram se um treino destinado a influir na dependência poderia ajudar os fumantes a reduzir o consumo de tabaco”. (C) “Os estudos sobre tabagismo normalmente recrutam quem deseja diminuir ou livrarǦse do hábito de fumar”. (D) “Entre os voluntários havia 27 fumantes, com uma idade média de 21 anos, e que fumavam uma média de dez cigarros por dia”. (E) “Muitos dos participantes só se deram conta que tinham reduzido o consumo de cigarros”. Comentário: Esta é uma questão simples, mas que demanda atenção na análise. Foi pedido para que você perceba qual sujeito, dentre as alternativas, permite que o verbo se flexione no plural ou singular. Assim, devemos atentar aos sujeitos e às variações de concordância. Na alternativa (A), o sujeito “A dependência do tabaco e de outras substâncias” é determinado simples, pois só possui um núcleo do sujeito “dependência”. O que se encontra composto é o complemento nominal “do tabaco e de outras substâncias”. Assim, o verbo “envolve” só pode se flexionar no singular. Na alternativa (C), o verbo “recrutam” concorda com o sujeito plural “Os estudos sobre tabagismo”. O verbo “deseja” se encontra no singular, por concordar com o pronome “quem”. Na alternativa (D), o verbo “havia” encontra-se no sentido de existir, por isso é impessoal e fica no singular. O verbo “fumavam” tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma o termo plural “27 fumantes”. Na alternativa (E), os verbos “deram” e “tinham reduzido” concordam com o sujeito plural “Muitos dos participantes”. Na segunda oração, esse sujeito é elíptico. Assim, sabemos que é a alternativa (B) que possibilita a flexão no singular ou plural. Isso ocorre porque o verbo “ajudar” enquadra-se dentre os verbos causativos, mostrados na teoria acima. Ele é transitivo direto e indireto, o objeto direto é “os fumantes” e a oração “a reduzir o consumo de tabaco” é subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo. Neste caso, entende-se que o verbo “reduzir” é um infinitivo impessoal, o qual está sendo empregado com ênfase na ação, não importando quem é o sujeito. Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 34 Por outro lado, o infinitivo “reduzir” pode se flexionar no plural para concordar com o sujeito implícito plural “os fumantes”. Note que tal termo é explicitamente o objeto direto do verbo causativo “ajudar”, mas também pode ser subentendido como sujeito implícito do, agora, infinitivo pessoal “reduzirem”: ...um treino (...) poderia ajudar os fumantes a reduzirem o consumo de tabaco... Assim, a alternativa com dupla possibilidade de concordância é a (B). Gabarito: B A concordância utilizando o pronome apassivador “se”: Vimos que o pronome “se”, com o verbo transitivo indireto (VTI), intransitivo (VI) e de ligação (VL), tem o nome de índice de indeterminação do sujeito (IIS). Com isso o verbo fica flexionado obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Agora, veremos o pronome “se” com o verbo transitivo direto (VTD) ou com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI). Esse “se” é chamado de pronome apassivador. Isso força a seguinte estrutura: VTD + se + sujeito paciente É natural você fazer a seguinte pergunta: se o verbo é transitivo direto, onde está o objeto direto? Bom, como dissemos que esse pronome “se” é o apassivador (P Ap), então temos voz passiva sintética. Na voz passiva, não existe objeto direto. O termo que seria o objeto direto passou a ser o sujeito paciente. Isso será visto adiante na transposição de voz verbal. Por enquanto, tenha em mente a estrutura anterior. Isso ocorre em muitas questões de concordância verbal. Veja como: Aluga-se casa. Alugam-se casas. VTD +PAp+ sujeito paciente VTD + PAp + sujeito paciente Veja que “aluga” é verbo transitivo direto. Assim, o pronome “se” é apassivador e o termo posterior “casa” é o sujeito paciente. Toda vez que tivermos esta estrutura passiva sintética, troque-a pela analítica (casa é alugada), para ter certeza de que realmente há voz passiva. Veja no segundo exemplo que o sujeito ficou no plural (“casas”), por isso o verbo também se flexionou no plural: “Alugam”. Transpondo para a analítica (casas são alugadas), confirmamos que temos voz passiva. O pronome apassivador não ocorre só com o verbo transitivo direto (VTD). Ele também ocorre com o verbo transitivo direto e indireto (VTDI): Décio Terror Filho Aula 05 Português p/ Polícia Civil-RJ (Inspetor) Com videoaulas www.estrategiaconcursos.com.br 84695954079 - Marco Antonio 35 VTDI + se + OI + sujeito paciente Veja a aplicação: Enviaram-se ao gerente pedidos de aumento. VTDI + PAp + OI + sujeito paciente Para se ter certeza de que há pronome apassivador, basta transformarmos para a voz passiva analítica: Pedidos de aumento foram enviados ao gerente. Essas construções podem ser estruturadas também com locução verbal. Para isso, basta observar a transitividade do verbo principal (sempre o último). Veja: Deve-se alugar casa. Devem-se alugar casas. P Ap + VTD + sujeito paciente P Ap + VTD + sujeito paciente
Compartilhar