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Os Pengadoiés Siuurl Mill llcnlham A natureza colocou o gênero humano sob o domínio dc dois se nhores soberanos; a dor e o pra zer. Somente a eles compete apon tar o que devemos fazer, íx'm co mo determinar o que na realidade faremos Ao trono desses dois se nhores est<5 vinculada, por uma parte, a norma que distingue o que é reto do que <: errado, c, por ouira, a cadeia das causas c dos efeitos.1' jEREMY BENTHAM: Uma Introdu ção aos Princípios cAj Moral o da Legislação "A regularidade geral da natu reza é um tecido dc regularidade* parciais chamadas leis," IOHN STUART MILL: Sistema de Lú^tc.i Dedutiva i' fndütha "Ninguém que tente eslabeíe- cer proposições para a direção da humanidade, por mais perfeitas que sejam suas aquisições cientifi cas, pode renunciar a um conheci mento prático dos modos reais pe los quais os assuntos do mundo são c onduzidos, o uma extensa ex periência pessoal das idéias, senti mentos e tendêru ias intelee tuais e morais reais de seu próprio país c de sua própria época. O verdadei ro homem prático de Estado é aquele que combina essa experiên cia com um profundo conhecimen- toda filosofia política abstrata." IOHN STUART MILL: Da Defini ção de Economia Política Os Pensadoiés CIPBrasrl. raul ĵiiiçáO-íia-Puhfiçaçâvi Câmara ürasiJübl do Liam. .St* B4IW: 3;ed Benlhnm. Jércmy, 174-S-1M̂ 2. Lfmu itiuodiíção aos princípios da mural e da kgisl^âu Jmtny HcnCliam , tradução dtr Lm/. JoaO Himiújni Sislvrrui dc líipíca tí-cdLitis. ,i c in dutiva í outros John Siuurt MltJ . traduçiw'. tk- J-oâíi Marços Coe lho, Fuhln RnNJji Man»nnJ.i — 3 cü Sao FnuJ» Abril CYiliurnl. I0S4 (Os pvnwidoiVsS Inclui vida e obra de Jeafinv âençharti i John Siuart Mifl. Bihlio/infu 1. BcmJtam. krcniy. I74H-1832 2 ('iínrta Metodologia .V Couhevi- niriito Iwria 4. (Times C criminosos 5 1-ietL-a o J ilóMJÍiíi iligksn 7 Liígi cn x. Mill, John Satiüit. 1fi06“Uí73 9, Utilíurlsm» 1, Mill, John Shmrt IIJÜfi-1873. d TÍUiJn Lídia iimudirç.ío aí)S pnCCÍpiíK da mor.il e 4a legisla ção 111, Mui* Sbicina ik tópica dedutiva e indutiva c nutro» tcuas, IV, Série. 8>I273 COO-14)2 '121 ■144 tl -lf.0 -tílJ 364 503 ,H iiidicos p.na eaidlogo sistcmãtiíXL 1 tniné1; c LTÍui[nt>-.i.“i Í&4 2 Liiea Filosofia 170 L Filosofia inglesa 192 4. Filosofe ingleses ■ 3ingmfm r obra 11>2 5 LÕiO,'.i : Filiwflil IflO f>. Mi'íricki[,jgia . Ciência 501.S 7- Teoria Uo cuiiUcçírnento ; Filosofia 171 X, Urilitansmo : Filusoíb 144.o JEREMY BENTHAM UMA INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA MORAL E DA LEGISLAÇÃO Tradução de I.ui/. Joáo Baratina JOHN STUART MILL SISTEMA DE LÓGICA DEDUTIVA E INDUTIVA E OUTROS TEXTOS Traduções de João Marcos Coelho e l*abk> Huhi-n Maricondu 1984 E D IT O R : V IC T O K C 1 V IT A T ituiiK originai: 1‘cxfu dc Jerçmy Itvniliiun: The Pr/m \p't' t>f Mhw! cuut Le^etitm 1l'xil»:v lÍi- .Mitai Sí«iari Mill: ijiíifin ttj Lp$/c AnüxunrHunitm v fS ir Witbnm ffmatU/n'a PhfàisoftfiY Oit TF»- Ihfijtirénn </) Poliiictti F.ivtwmy and t*n tlrr Mttimd nt Sn\.tuifptinç Prvptr fi r ir 1 Ci>|jy4ii*hl Ahril S A. {.“uliurjl. Sliíi Faulo, |s>?4 - í.Jcdiçw líl7*í 3/ tídiçâii 1©S4 Usrviwifi CJtduMVOí Siilm: "1 Hentlnm - VíJjs I t a c "Üliwrl Mill Viil.i l" ( ihr:i". Abri; S.A Cixluir.tl, SAu P-twlu. | íirvn. .s exdusivns sobre ir» irjrtuçMN ík.~l; AWnlS.A Culiurul. S5ci Paulo J. BENTHAM VIDA E OBRA Consuliíiriu: J«s£ Am érico Moita Pwsuahã S egundei o historiador v filósofo inglês William Richtic Sorlcy (1855-1935), ak* a segunda melado do século XVIII, a reflexão filosófica na Inglaterra t ar.ic íeri/.a-w.* pela ausOnt ia do escolas, no son- lido mais completo dessa expressão. Em outros termos, os maiores pensadores ingleses exerceram influência sobre o curso das idéias sem transmitir um corpo definido de teoria? a um grupo definido de conrinuadorçs. Erancis Bacon (156M626) provocou uma revolução filosófica, mas procurou em vão assistentes o colaboradores; Thoma'> Hobbes (1588-1679) formulou um sistema denso, mas não contou com discípulos: lohn Lockc (1632-1704) abriu um povo caminho se guido por muito*, mas esses seguidores chegaram, frequentemente a condutòes opostas ,1s suas, Gcor^o Borkqlcy (lfc»85-l 753) foi quase uma vo/ solitária clamando no deserto. Em suma, para Rirhtie sor- ley, as obras desses o outros pensadores não levaram i defesa c elud dação dc um credo filosófico c não conduziram fi formação de uma escola que pudesse ser comparada .1 peripatérica, ã cstóica ou ã opf- curisra, <l.i Antiguidade1 grega, r com os eso^os r artesiana «- kantía- na do Idade Moderna. Fssp panorama mnrfifirou-sp com 0 aparecimento dos utilitarKtas ou radicais, como também foram rhamados os membros, de um gru po que, nos fins do século XVIII e começo do XIX, elaboraram um conjunto de teorias defendidas em comum e aplicadas i vários cam pos de indagação filosófica e Científica. O grupo dos utilitaristas traba lhava em vista do mesmo fim e seus componentes uniam-se na reve rência a seu mestre leremy Bentham Vida e obra de um radical jeremy Benth.un nasceu .1 15 de fevereiro de 1748, no bairro londrino de Hondstich. Criança prodígio aos trés ou quatro anos ríc idade já sabia ler em grego e latim; quando contava cinco anos, era chamado ‘leremy o filósofo ", Setó primeiros ewudos foram feiros na escola de Westminster, on de adquiriu grande reputação por ent rever verso? em grego e latim. Em 1760, ingressou no Queen's College, Oxford e bacharelou-se em 1765, tornando-sc, no dizer de um de seus biógrafos, ,Ju mais jovem graduado que as universidades inglesas jamais tinham visto' No mes- VIII BLN í HAM mü uno de 1763, Benthom ingressou em Lmcoln s Inn í\ fim de estu dar Direito, profissão de seu pai: quatro anm depois, era adm ilido no Fórum. Apesar dr o direito ser sua maior preocupação teórica, Benthum jamais praticou a profissão. Motivado por profunda insatisfa ção, não sn com u que observara como estudante n,is cortes de justi ça, mas também com as justificações teóricas de comentadores ingle ses como sír Willíam Bfackstone í 172.i-17801, riutor dos Comentários sobre as Leis da Inglaterra. Bentham dedieou-se a elaborar um siste ma de jurisprudência e a codificar e reformar tanto o direito civíf co mo o penal. Lm 1776, apareceu seu primeiro livro, Um Fragmento sobfü o Governo, no qual analkou criticamente os eornentartos de William Blackstonc cujo erro supremo e fundamental’ , em sua opinião, te rra srdo ã 'antipatia a reformas1’’. Um fragmento sobre o Governo, es crito em psiiio claro v conciso, difenenu* de suas obras posteriores, è gemlrnente considerado como o inicio da escola militarista inglesa Ao lado dessa importância maior, o livro valeu-lhe cambem um convi te de lorde Shelbtimt (posteriormente, primeiro marquês de I aneb- dmvncj paia que íosse trabalhar em seu escritório de Direito cm Lin coln s Inn. fcsse lato ocorreu uni 1781, quando Bentham ve preocupa va com ouira obra sua, 7corra dos Castigos o dos Recompensas publr- cada em francês, em 1811. Somente muito depois ur.su obra Viriu á luc em edições inglesas com títulos diferentes: í2 f undamento K.k rr> na! du Recompensa (182 11 e O Fundamento Racional do Castigo (1830). I*m 1785. BentKnm viajou para j Rússia, passando pela liãtia e pur Curstantinopla, a lim dc visitar seu irmão. Samuel Bentbam en genheiro naval que estava a serviço d.i Rússia. Nesse iwís escreveu Defesa cb Usura, publicado em 1787, l* seu primeiro trabalho sobre txoiiomià. Disposto como uma Mlne de cartas escritas da Rússia, D c- /esj 0j Usura revelu fíenlham t omo um discípulo cie Adam Smith 117Ü.Í-I790), mas um discípulo q w fnsisli.i na aplkaçào lógica estre ma dos princípios elaborados pelo fundador da economia política, lienham argumentava que cada homem era o melhor iucc de seus próprios lu< rns. que era desejável do ponto de visia público obter os ses lucros sem nenhum empecilho e que não havia m o tivo pjr.i liim- t.n a aplicação desvt doutrina ao problemade emprestar dinheiro a ru- ros. Sftus trabalhos posteriores seguiam o principio do "iaiascz-faím, labvor passod', orientação Kisitd da escola liberal, ü liberalismo eco nômico defendia uma posição de nãoinlervunçãu no andamento da economia, considerando que o mercado deveria ser regido exc iosiva- m en te pelo Il*e cie oferta v procura. VolLando á Inglaterra cm (78n. Bentham pretendia seguir uns.i carreira política, mas desapontou*se t om suas pequenas possibilida des nesse Campo Dedicou-se então ao estuefu da legislação, preten dendo descobrir seus princípios, Em 1789, publicou sua maior obra teórica, d/na Introdução aos Prin< ipios da Mora! e da LegisiaçJv, alem de inúmeros panfletos, nos qu.iis criticava a lei de difamação, o segrado dos jurados, o juramento, ,js cxtorsOes de declarações legais, a Igreja estabelecrda. Por outro Jarlo defendia com grande ardor t; empíésnmo de dinheiro a juros, a reforma ba educação e um novo es quema par.i o sistema penitenciário. VIDA fc OBSA IX Em 17P2 , cm virtude do grande sucesso alcançado pc-ios Princí pios, Bentham foi contemplado com a cidadania francesa c. em 1817. tornou-se um dos principais membros do corpo de advogados de LincoIrVs tnn. Suas idéias passaram a ser respeitadas na maior par le dos países da Europa e da América. Em 1823. com uni grupo de amigos, lundou o periódico IVcktrtvn<rrer fíeweiv, a fim de poder con- lar com uma eficiente tribuna para a defesa do radicalismo. Ao mes mo tempo, dedicou-se ao trabalho de uma nova codificação dc leis, seu ideai desde a juventude. Além disso, batalhou pela reforma cons titucional na Inglaterra, que acabou sc realizando no aro dc >uu mui- te Bentham faleceu a 6 de junho de 1832. em Q ueens Squ.ire, aos 84 anos tli* idade, cercado pelos amigos e discípulos que continua riam a desenvolver o utilítarlsmo. Utiliiarismo: o calculo dos prazeres O ponto de partida do uUlilurismo de Bcntham cnçorrtra-sc nos seus estudos sobre a ciência do direito, especial mente a teoria do di reito natural Essa teoria supõe a rxistrncin dc um contento original e a |irIir disso, sustenta que, Se um príncipe nau cumpre Suãs obriga ções par.i com os súditos, ainda assim estes lhe devem obediência. Para Bentham. a doutrina do direito natural é insatisfatória por duas ratões: primeiro, porque nuo e possível provar historicamente a exiv téni ui dc tal i nnlralii; segundo, |K»rc|w, mesmo provunilo->t.‘ a reuli- dade do contrato, subsiste a pergunta sobre por que os homens estão obrigados a cumprir compromissos em geral. Em ua opinião, a únk.i resposta possível reside nas vantagens que o contrato proporciona ã sociedade O cidadão, segundo Bontham, deveria obedecer ao I 4 v do na medida em que u obediência contribui nuns para u felicidade geral do que a dcvjbcdiém ia A felicidade geral ou o interesse tia co munidade em geral, deve ser entendida como o resultado de um cál culo hedonlstico, isto C\ a soma dos pra/.givs c dores dos indivíduos. Assim. Bentham substitui a teoria do direito natural ivla teoria dia utili* datk-, afirmando que o princip.il significado dessa transformação está na passagem de um mundo dc noções para um mundo dc fatos. So mente a exix^riênaa, afirma bentham. pode provar se uma ação ou instituição é útil ou não. Conscqüentcmentc, o direito de livro d i seus sào e critica das ações e Instituições constitui-se em necessidade da maior importância. Para sustentar seu princípio utilitarisU, Bentham levo que lutar d vida toda, criticando sevuramentr as instituições tradic ionais e, parti- cularmonre, a caótica legislação de- seu pais. Bentham menciona Bec caria 0738- |794l como seu mais importante predecessor. Bcccaria lambem Sustentava o principio da maior felicidade possível para o maior número possível de pessoas como o objetivo último de toda le gislação. Orientado por esse princípio, Bccçanu criticou a legislação penal então existente. Bentham deu àquele princípio uma aplicação ainda mais ampla e por essa razão colocou-se em antagonismo aos conservadores. Mas Bentham. por outro lado. opós-se também aos re volucionários franceses, quando estes apelavam para o direito natural e afirmavam os direitos universais do homem. Para lienlham o indivi- X WtNTHAM duo somente possui diidtos na medida em que condia suas açòes pa ra o bem da sociedade como um lodo, e a proclamação dos direitos humanos, saí como se pneonLra nos revolut lonãrias írancoses, veria demasiado individualista e levaria ao egoísmo. Este, segundo Bentham, já é muito forte na naturei humana; assim, o que re a f men te deve ser procurado õ a reconciliação entre o indivíduo p a socieda de, mesmo que seja necessário o sacrifício dos supostos direitos hu manos. Nos Princípios (h Morai v cid Legislação, sua principal obra do ponto de visU» propriamente filosófico. Bentham estuda pormenonza ciamente a aplicação rio princípio de utilidade como fundamento da conduta individual e social. Intoãlmonte, Bentham indaga que senti mentos devem ser preíeridftt a outros, salientandu que sc deve levar em consideração iodas as circunstâncias dn prazer: sua intensidade, sua durarão, sua proximidade. su.i cerlrsM,, fecurulidadc c puru/a Buntbdm Indaga, cm seguida, quais os castigos e recompensas que poderíam induzir <> homem a realizar açrirs. criadoras de felicidade e quais os motivos determinantes das açóes humanas, tom seus rcs[Kjc- tlvos va fores mor.iis A respeito dessas questões r de particular importância a análise cie Bentham cios motivos que levam o homem a agir de ccrUi rorrna e rsãu dp oulfã. fcsses motivos devem ser chamados bons na medida em que possam conduzir harmonia eníre os interesses individuais e os Interesses dns outros. enquanto que “maus" serram tudos aqueles motivos que contrariassem esse objetivo de equilíbrio entre os ho mens f ntre os motive» bons, u que mnh cnrtarnenk* conduz, segun do Bentbam. a promoção dn princípio de utilidade é u benevolência ou boa vontade. Em seguida, viríam a necessidade de estima dos ou tros, o desejo de receber amor. a religião e os instintos Jc jutopreser- vaçào, de pra/i-r. do privilegio ode poder A pratica do utitilarbrno Benlham não ficou apenas na anali se rebota dessas idéias sobre o homem t puir» >er moral o social, Procurou suas frossívee. aplica ■ óes [jr.itií.is, dedicando-se, sobretudo, á reforma ria legislação do acordo com princípios humanos, a codiliração das leis o fim de que pudessem ser compreendidas |>or qualquer pessoa, ao aperfeiçoamen to rio sisioma peiHferuiaiu - c ut> desenvolvimento do regime democrá tico através da introdução do sufrágio universal. Em suas lulas refor mistas, o princípio de utilidade deserrq renha o principal papol teóri co. Na opinião do historiador Har.rld Hòftding Hontham sempre deu por certo e seguro esve principio, transformando-o em um principio dogmático, válido par,3 todo o sempre. l’or essa razão, jamais sentiu necessidade de investígá-lu mais profunda mente e não percebeu que se poderíj levantar objeção à sua idéia de maneira semelhante ao que ele ícz rnm relação aos defensores do direito natural. Assim co mo leremy Rendiam indagou por que os homens devem Lumpnr ume prom ssns assim também se podería perguntar por que os homens de vem conduzir-se em função da iefií idade rie todos. .Não é evidente .1 verd ad e desse prmcíprrt. VIDA E OBRA XI Mas apesar da fragilidade do pensamento de B.enthamr do ponto dc vista estriumente filosófioo, sua influência na Inglaterra da época rot muiro guinde, embora vivesse isuiadu e só se comunicasse com os homens públicos através de st:us escritos. Niu lim de sua vida, Re olham expressou suas idéias reformistas através do LVesírirrosfer Kt- vicu bsso periódico colocou-se em posrç.in rfiarnerralrnenip amagôni- < a ao pensamento conservador do Qvortcrl) Rcvbw e do Edfaburgh Rvvicu Nessa tarefa Bcníham coniou com di culaburdÇiiu cie vários seguidores do utilitarismo, formando uma escala de renovação de idéias.Entre spus cog ui dores, CslOV-ãm o íilósófo lames Míll f1773-1036) e seu filho, iohn Sluarl Mill. C ru n o lo g ia 174ft —* Naere /rre/m- fic^lbam om Londres, a rs r/r fpv&teiro Pubiira-sa* O Esfhrittt (/.rs l_ei\ de Montesquicu 1751 Morrç Bçrkvkv 1760 Benthdiw ingressa no Quvt'r1Js CuHeffe, wn ( )\mrd. 1761 — ( irarluj^p (• ò admflícfo ru Uncoln\ frm Vntiairr* publica o Trjt j tb sabre ,t Inir.Viint. i,i 1770 Nasce Hegel 1772 — Nasce David Ricardol 177b - Püttlii a-w um Fragmento sobre o Governo, do Benitmm. A 4 de > ri lho. is Congresso americano aprova a Declaração rlY inrHpçndêiv ia. redlgr- da por Thomas Jcífcrvon. 1776 Morre RoUssvau, 1765 — ftcnfhrim viaid ; mtu d Ki/vsi.r 1767 PllbliCil-se Í1 segunda cdiÇ/ip d.i Cr/ltca da faf/av Pura, rir* Kaivt 1768 Bt*nlham jrfo m í,} tngLrterrj 1766 PuWicj Uma Introdução ,io> Principies da Moral e d.t legi>l<içjo, sai iti/itor oór.i tCvike H de fulhu ot Iode 4 Revolução Francesa 1791 lAitjlic.im-se d pinnerra v a segunda p.irie dus Uveito.s do Hontcm, de tom Paine 1796 Morro Thoma* Reíd, filcivofo mgtês, crxpopiiie da chamada escola dn senw i i xínuim1' 1797 Pulilit uçilc) rias hmctarn?nto> da Metâfitica dos ( Qitumfr, de K.iril, Ôcnthjm p íib lK J d Delesa d.i Usura IÍ3U4 — Morre Kant, 1606 Niiw imcntn dr jnhn Stu.irl Míll. 1811 ín eon e DuOtOnl v i f f l j .r Tihiií.i cios ( .sstigos r éas Recompensas de [Jcnilh rrrj. IH12 -— tnioa-se a publicação da C/èncra da Lówcã, de Hegel. 1821 Bentham funda o Westmimtor tfeview. 1825 Puhhcd O I undamento Racional da Recompensa, ibjo Publica O Fundamento Rat-iarul do Castiga. 1812 — Morre a o do junho, Bibliografia M cjnro, D. H .: fir rií^fiJir iri fncw /npcrfw (tf PhNosppity. The Mac mill.in forn- panv & Tho Free Press, Nova York, 1967, HauVv, £.-, ir< Formador) du Radu alî mv Ph/bsophique. 1 vob Paus, 1CJ04. xu BENTHAM Vv^mjM, | : in ie rp u id ito n .in d A nd lysis rn RefaUon rn Ht*nth.im's Thenry n f D t - fin itiu v . Londres, 1 ^ j I 0- .i; v í, K : BoftthjfíTi Theory nf Ficltans, Litnrlrcv, 1932. ÜAUMtĵ iint, L> : }ii?nth^m ànd rht.- Elhic\ nf Todiiy, Prineetfin. 1952. EviKtTT C W Thr Fxiiicatíün ot /erctnv BrnLham, Nova York, 19.il. Matií, M. \ \ : fcrvm y Penthant: An O dlsstn o i Ideas, InncfrEK. 1962- 1963, Sviui:. W R.: Historia dc lê Fibsôtfo ingtes.). Editorial loíad.j, Buenos Aires. 1951. HíHfLiiNt , lí.. A Hidvry oi Modern PhifoMfjby. 2 volv, Uovcr Puhlrcationg, Nova Vforfs, 7M53_ I E R C M Y B E N T H A M UMA IN T R O D U Ç Ã O AOS PRINCÍP IOS DA MORAL E DA LEG ISLA Ç Ã O I I < .I ÜLK.-.I' 1 sit/. Jiuiti NLuriiúiiu C a p ít u lo I O princípio da utiEidadc A natureza colocou o gênero humano sob o domínio de dois senhores sobe ranos: a dor c o prazer, Somente a eles compete apontar o que devemos lazer, bem como determinar o quê na realidade faremos. Ao trono desses dois senhores está vinculada, por uma parle, a norma que disiineue o que è reto do que cerrado, c. por outra, n cadeia das causas e dos efeitos. Os dois senhores de que falamos nos governam em tudo o que fazemos, em tudo n que dizemos, em tudo o que pensamos, sendo que qualquer tentativa que façamos paru sacudir este senhorio nutra coisa não far senão demonstro !o c confirmado. Através das &ua$ pplavr&s, o homem pode preLendcr abjurar ?al klomínio, porém na realidade permanecerá sujeito a d e cm todos os momentos da sua vida, O principio da lutitdadc' reconhece esta sujeição e a coloca como funda mento desse sistema, cujo objetivo consiste um construir o edifício da felicidade através da razão e da lei. Os sisuímas que lenirtrn quüsíiomir este princípio são mera'- palavras e não u m a atitude razoável, capricho a rtâo razão, obscuridade c não luz. Entretanto, basta dc metáforas c dedamaçâo. uma vez que não ê desta forma que a ciência moral pode ser aperfeiçoada. IJ, () principio da utilidade eonsiiun o fundamento da presente obra. Conueqüân temente. serã coimmürsco. ds início, definii cvpliciiamciHê a sua significação. 1 rsi;. i Kcre.svvKikM nlliin.iinrillc Mihsiiiuiiul, ,iU- primcu» co.|.<i..a;j: n mttltwfâttriiiirtlr, ou o prino.pw' '.In />Uéhn Jrkeiiituk: ím■- por amoi .1 breviJutti an mhvíts <|<; evpiv-sar mu ir.«.im liw|*ainrnt«: ■ .1 |KÍncif>líf |ik cnc.Iv Icwv 1 •• um jVlk ulíiUv dw mtli'■ n| li.*L- . k-u|,i 1' . .11-'.-l- .1.1 w-m jn:"'. <.vm»' ‘‘Ctldo ;i .u:iu u jiilcqimdii luul ui.uk «In «wii'’ humww. * Mé u liaka lítulikLidc juMu.ptlwji W.I11 ••11 -.wri .11 •••.!-nii- lW j.ivd; db 4çje tuimuna. dijux i»cn qualigutr -.LcuaeÃt» nu ítsi:lüi> do wuia. yvhrcluUu 1H1 dc um fimeíii - i.i.. .-ii ■: ipo Uí rUnefoiKHHíis que exercem ns, rmicres dt ipm-rrio A pahv'.i ■tnlljdiHJe n*io ra&atw idéia1, de }>fn=L'r c i íw Llirnl Utlty çUr ‘£H u 'ri.' 1 l.vmn Mfí|teidll(lí“ fftappiíWÍX, jtíítV ty}; MpCHIfin O k’rrr,i níis Iüv.í 4 codíiliJviur v timurrn (lis iniereae. nfçkLiliis miitwi-a esw l)üí cun.-.cilu: j circmixtiuijui quccwlli • hui n.i -i.iior ptijiwtrçãú pfcíii l nr mar .1 nv m;; jiii qu.r<E.M> 4 nonm tk> > * <■ >• ti" cnwA'. 4 única i-|ul- podi capíicU jr-níu. u juIya« üa. iciidào J,- ciwiluu huiiuna. cm qualquer situação qac soja., 1:-.m lattu 4* unq çuiic xàti «likicnletncnlc ciará cilWt irs kíA ik & Nitid/aíe l prturr, poi mna pune. .* n idéiis de iriiNthnk, por iSUCím r.wi consumido nuns lii1 1111111 isv, parj] certas, pes^uir- cmilbfifir pitdi: eciíisLlLar - ur> ttb.luiJyÍL'1 para a acehaçnx do príitdpm acima. acemiçiU' que. ilc outra brma. pwíivpImcnM rliti lâfia eflcnmradn íeiiítíncis. .;N. do A. em jullio dc 1B22.) 4 BRN TH AM For principio de utilidade emende se aquele principio que aprova ou desa prova qualquer ação. segundo a tendência que tem a aumentar ou a diminuir a felicidade da pessoa cujo intcres.se está em jogo. ou. o que Ê a mesma coisa em ou fros termos, segundo a Lendèncü» a promover ou a comprometer a referida felici dade. Digo qualquer ação. com o que tenciono dizer que isto vale não somente para qualquer ação de trm indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida dc governo. !II. O termo utilidade designa aquela propriedade existente em qualquer coisa, propriedade cm virtude da qual o objeto tonde a produzir ou proporcionar benefício, vantagem, prazer, bem ou felicidade (tudo isto. nu caso presente, .se reduz ü mesma coisa), ou (o que novamente equivale it mesma coisa) a impedir que aconteça o dano. a dor. o mal. cm a infelicidade paru a parte cujo interesse esta em pauta; se esta parle for a comunidade cm geral, tratar se-á da felicidade da comunidade, ao passo que. em se tratando Je um indivíduo particular, estará em jogo a Felicidade do mencionado indivíduo. IV . - () imeres.se da comunidade, eis tuna das expressões mais comuns que pode ocorrer na terminologia c na fraseologia moral. Mm consequência, nüo é dc estranhar que muitas vezes se perca dc vista o seu significado exato. Se a palavra tiver um sentido, será o HCguirite. A comunidade constitui um corpo fictício, com posto de pessoas individuais que m- consideram como constituindo os seus fmcfm hros. Qual é. neste caso. o ínieresse da comunidade? \ somji dos interesses dos diversos membros que integram a referida comunidade. V. 1 inútil falar do interesse da comunidade, sc não se compreender qual è o interesse do indi\ íduo * Diz se que tuna coisa promove o interesse dc um iixli víduo. ou favorece rio interesse de um indivíduo.quando tende a aumentar .1 soma mrnl dos se ms prazeres, uu então, õ que vale afirmar o mesmo, quando tertdc a diminuir a soma total das suas dores. VI. For conseguinte, afirmar se á que uma determinada uçüü eslá em conformidade com o principio Je utilidade, ou. para ser mais breve, a Utilidade, quando a tendência que da tem u aumentar a felicidade for maior do que qual quer tendência que tenha a diminui-la, VII. Pode-se afirmar que uma medida de governo (n qual constitui ape nas uniu espécie particular de ação. praticada por uma pessoa particular ou por pessoas particulares) esiãem conformidade com 0 princípio dc utilidade uu é ditada por ele quando, analogamente, a tendência que tem a aumentar a feüd dade da comunidade for m aio r do que qualquer tendência que lenha a dim inuí Ia. VHI. - Quando uma pessoa supõe que uma íição Ou, em pariicidnr. uma medida Je g o vern o , está cm conformidade eorn o princípio de utilidade, pode ser conveniente, para as finalidades do discurso, imaginar unia espécie de lei ou ditu do, denominado uma lei ou ditado de utilidade; consequentemente, poderá ser Conveniente dizer que □ ação em paula está em conformidade som Lal lei ou ditado, Irtitraiusf c unu ilcvaj-, pnlüVTqs UtlC. p*»r nfi.i ler u.a fèficvo AipeUOr. ||BU pude ^r dclirlidíl nr.r ■. b untirtána. iN.iId A.) PRINCÍPIOS DA MORAL E DA LEGISLAÇÃO 5 IX . - Pode-se afirmar que uma pessoa c partidária do principio de uiilí dade quando a aprovação ou a desaprovação que dá a alguma ação. ou a alguma medida, for deter mi nada peln tendência que. no seu entender, ml ação ou medida tem a aumenpir ou ̂ diminuir a felicidade da comunidade; ou. em outras pala vras. pela sua conformidade ou n£U> conformidade com as leis ou os ditames da utilidade. X. — llrti se tratando de uma ação que é conforme ao princípio dn utilidade, podemos sem pre afirmar ou que da deve ser praticada, ou. no mínimo, que não é proibido pratica ia. Pode-se dizer. igual mente. que ê relu pruticú Ia ou, pclu menos, que não c errado praticá-la; ou então, que é unia ação reta — ou. pek> menos, que não ê uma ação errada. Se assim forem interpretadas, Lcrn sentido as palavras deveria, rvlo, errado, o mesmo valendo de outros termos aruiJogOíc De outra forma, os mencionados termos carecem lotítlffiCtiie de sirnificadu. X I. — Porventura a justeza do referido princípio Toi alguma vez formal mente contatada? í^arcce que sim. por parte daqueles que nno cabiam o que diziam. Será este principio suscctivcl de algu m a demonstração direta? Parece que não. Com efeito, o principio que se utiliza para demonstrar todas as outras coisas nào pode cie mesmo ser demonstrado; uma cadeia de demonstrações deve ter o seu início cm algum pnnso, Cem sequem temente, fornecer ucr.a tal demonstração e tão mipossivcl q u a n to supérfluo, X II . Não que não haja ou não tenha havido alguma criatura, por mais im becil ou perversa que seja. que nào lenha cedido a csic principio cm muitas ocasiões da sua vida, ou mesmo na miou riu dos casos. Fm virtude da própria constituição natural da estruturo humana, na maioria das ocasiões da sua vida os homens genilmcme abraçam esLc princípio sem pensar explícitamente nele: se rtão pura tirienlar ti sua própria conduta, pelo menos para ju lg a r as suas próprias ações, bom como ,is dos otterns. \o mesmo tempo, tem havido poucoí. mesmo entre os mais dotados tíc inteligência, que se mostraram dispostos a abraçar o princípio purn e simplesmente, sem reservas. P o u co s são. igitalm erite. os qu e tino aproveitaram alguma ocasião Pítrn coniesia lo. ou porque nem sempre comprcctt deram a maneira de aplica k» em concreto, ou em ruzão de algum prtconeeíio ou motivo que têm recaio de analisar cm p rofu nd id ad e, ou porque não conseguem tiediiir iodos as suas eonscqíaeaeuis. Com efeito, essa é a mmêria de que ê fdto n homem: cru principio e na prfili ca. na seruia reta ou na errada, a qualidade humana mais rara c a coerência c a eonstãrteíu no modo de agir e pensar. X III. Quando uma pessoa tema impugnar o principio da utilidade, fâ lo estrlbado em razões iiauridas desse mtírm» principio.3 ainda que nãn íGJíhá enns ' Ouvi tvni ol>Jv\;'io. '<} principM» tlii uUliil.iite -■ um principio paÍ£iv»': -'in Oi-Híii i . ■ pcri|aisi> LSIllSLill.l -‘1,1 CrJIlSutf J I n U ' ift|UÍvilJi! ' J l« i ni»i r ÇHTidjyftKi; ;i MiiliiladC í i HUIUJw .1 uHliill ■ 1 * (M. ■'.» A.l * Não lofinmi*', mtu vcisàu port»üi«jai um.- evprcísa ssr rlclmenie u ]Kã»a<ncflEU 0«■ uuiur l ml» ihvmijo u-ttp.v '.li « . o j 11111 iti- ii.iluvr.i'-. mm ip m é c rto Iras&ido inylv* c w o qu:il o amor «rnieílii íi Ahjeçiri iicirmi cilada: 7'ftfo is ví mncfi tis (0 «v. livrar* Tfral if o mr OMJ.vrmm irt uittfíy,' eunvih tiíiiity: irr iAuri, /.'leu n j.v iii>r t\}rtxuliifífc íf, hJ s-rtrtviiJj if. i N il-i> T.] B EN TH A M ciência do fato. Os seus argumentos, .-ve algo demonstram- não provam que o prin dpio é errôneo. mas apenas que. segundo a aplicação que a pessoa em questão acredita, dever fazer dele, o princípio e mal aplicado. I possível a um homem mover a terra? Sim. porém para isto é necessário antes encontrar unia outra terra que sirva como ponln de apoio. X IV , — Refutar a justeza do princípio da utilidade com argumentos consti tui tarefa impossível. Entretanto, em virtude das razões acima mencionadas, ou por motivo de uma visão confusa e limitada que se tem do princípio, é possível que uma pessoa não o aprecie. Se ta! for o caso. e se tal p e ss o a acreditar que vale a pena discutir sobre as suas opiniões acerca do assunto, façamos com que ela execute os seguintes passos. í: possivd que, a longo prazo, n pessoa sç reconcilie com o nosso principio. C1) façamos com que a pessoa reflita dentro de si mesma se deseja descartar toíalmcnte este princípio. Sc d .i optar por esta alternativa, peçamos lhe que con sidere u que sc iedu/em todos os seus argumentos, sobretudo cm matéria dc política, (2) Sc a pessoa estiver disposta n isto, fuçam o Ia discutir consigo mesma sobre estas perguntas: estaria d a disposta a julgar e agir sem basear se em ne nhum princípio? Existiría algum outro princípio sohrc o qual estaria disposta a basear o seu julgamento c a sua ação? <$>Sc n pessoa optou por um outro princípio. Inverno la a examinar siiíi.sfa tori amente diante de si mesma sc o principio que acredita haver encontrado cons titui na realidade um princípio inteligível diferente, ou se lulve/ não seria apenas um psfíudoprírtcípio nu mero jogo dc palavras, unia espécie de frase efitereoti pada. que JlmdarneiiUilmünie nno expressa nem mais nom menos do que um mero reconhecimento das suas próprias opiniões infundadas em outros termos, o que a refcríchi pessoa denominaria um capricho, sc se tratasse dc outra pessoa. (4) Sc \ pessoa estiver inclinada a crer que u própria aprovação ou desapro vação que dá á idéia dc um ato, sem qualquer consideração pelas suas consequên cias. constitui para ela um fundamento suficiente para julgar c agir. façamo fa refletir consigo mesma sobre a seguinte questão: o seu modo de pensar deve ser comsidei ado como norma do reto e do errado para todos os outros homens? Ou será que a convicção de cada um tem o mesmo privilégio de constituir uma norma padrão? (5) Se responder uIlrniativamenTe á primeira questão, façamo-la perguntar-se a si mesma sc o .seu princípio não c despótico c hostil \ todos os outros, homens. (6) Se responder afirmai ivamente à segunda questuo. perguntemos se tal princípio não leva ao anarquismo, e se, enso assim for. não havería tantas normas do reto e do errado quantos são os homens, Perguntemos-lhe também s*.. nesta hipótese, não se deveria concluir que. m .-smo em se tratando de uma e mesma pessoa, o que é hoje reto amanhã podería ser errado, sem que haja a mínima alte ração na própria coisa. Inquiramos também _sc. nesta hipótese, não aconteceria inevitavelmente que uma c mesma coisa seria ao mesmo tempo reta c errada, no mesmo lugar, fim ambos os casos, perguntemos se toda a argumentação não che- PRINCÍPIOS DA MORAL E DA LEGISLAÇÃO 7 gnu ao fim. Perguntemos lambem se, depois de duas pessoas Ji/erem “ Eu posto disto”, e "Eu não gostlo disto“_ poderão ainda, baseada tm tal princípio, ter algo mais ; l dizer, I 7) Caso a referida pessoa dqm "Não", alegando que o principio que propõe corno norma de pensar e de agir deve fundar-se na reflexão, perguntemos-lhe a que pontos particulares deve voltar se a reflexão. Se a reílexào tiver por objeto pontos particulares relacionados com a utilidade do ato. perguntemos-lhesc isto não significa abandonar o seu próprio princípio c recorrer àquele mesmo princí pio contrn n qual CStã combatendo. Se a pessoa responder que a reflexão n ser feita não tem por objeto pontos particulares referentes à utilidade, mas outros, perguntemos lhe quais svtiíliti esses outros punto.s pn ti i eu lares. (8) Sc tt pessoa optar por um compromisso, adotando em parte o seu próprio principie c em parte o princípio da utilidade, façamos eom que pergunte n ú mesma ate que ponto adota este ultimo. (9) Quando a pessoa tiver determinado para si nicMtia o ponto até o qual decidia a dotar o princípio da utilidade, façamos com que pergunte a si mesma como justifica o fato de lê-lo adotado ate cs Lu pomo e por que na o o adota na sua totalidade. (1(1) Admitindo-se que. além do princípio du utilidade, exista algum outro principio válido que estabeleça o que c reto c o que é errado, u que o homem possa seguir: admitindo se o que não corresponde â verdade que 0 termo reto possa ter sentido sem referência à utilidade, perguntemos a mencionada pca soa se pode existir o que se denomina motivo, que uma pessoa pode ior para se guir os ditames <Jo principio: se a pessoa responder que existe tal motivo, pergun lemos lhe qual é. e dc que maneira se pode dmingui Io daqueles que nos levam a seguir os ditames dn principio da utilidade. Se o motivo aduzido não í'or cortvin cante, perguntemos finalmcEitc ii pessou: para que serve esse outro princípio? C a p it u lo lí Princípios contrários ao da utilidade Se o pnncipio da utilidade for um princípio correto de governo, c ísto em todos os casos, conclui-se, a partir do que já expusemos, que qualquer principio diferente dele será necessariamente c eui todos os casos errôneo.. Por conseguinte, para demonstrar que qualquer outro princípio c errôneo, e suficiente mostrar que ele c o que í . ou seja. um princípio cujos ditames silo, cm um ou outro ponto, diversos dos ditames do principio iia utilidade, Basta demonstrar isto pura refutá-lo, 11. Um princípio pode diferir do princípio da utilidade de duas maneiras: ( 0 pdi> fato de ser llie cúnstantemente contrário; tal c 0 ctisO do principio que pode ser denominado principio do tíSCdismn:A (2) pelo favo dc às vezes ser lhe contrario c ás vezes não. conforme o caso; tal acontece com o que podemos destgnar como principio da Simpatia e da antipatia* III. Por princípio do asccticistrio designo aquele princípio que. como o da utilidade, aprova ou desaprova qualquer uçcto dc acordo com a tendência que lem a aumentar ou a diminuir y, felicidade da parte cujo interesse está cm jogo: isto. contudo, dc maneira inversa ao que ocorre no principio da utilidade, pois o do uHCciicismo aprovo u.s ações na medida em que estas tendem a diminuir n IcEiei díidc da parte em questão, desaprovando as na medida em que tendem \i íiumantâ-hc * Av.'L’lÍMIlM I il.l ,1'.. t>C Iti 1111 ■ lin '■ I I I - 1111 |Mf VW/tS I’| li I (,>li Cl H li1 "1111 líIUItfV' I.IM1I1 píjliH I .1 i>f*Ua friWí^iO t|Ue ‘.ijÍfíÍlíC-1 a.u‘» trtfj’rl \S prátííVe» C.i,’lÍS (M 31.' i r l i .1 i-.lint-mi* -v rfii» uu ifi*.- tnniwn% ■■ i|i*rhia)irt|tvit>v Ui» ürUs cwrçiiciiv: UxUs coriu liam cm unia üèrie Je In» uoçiies pet clescriadas l'.irn niínCCiísF-sc. LVir Í-.I" [temavam -i-r a ̂ lOnci.i ií.i l)jv;:uf,nk, V oia cTm1'\ u ia .iiii: “ A l‘Jivin*l:ntc e uni áei dc intlniui IvivviJrru n u .... m Scr unuuh- <hr inmcvcilcucia mais imiiiuiii lem pram o» ver qiK uwtms wmim 1 i-« M i^i »|uantu seu p»ssivrl: fiur CíimiCyuíntC, 11111 ciiminlm fuiu armCiv n | avm jydc rnr i .it cai i.irn .1 |ji> Cnu inlel|/v> t|ii:ir:i-.i stfjn piw îvej". Sc alrisvn lhes perçuno.viC que íuativn mulVi -ain cntiinir ir para ínUn ■ e*\:ii pi .iUcic.. rusfMhyliiuii ih.xiçs Kjr ni»i . “Miu neveis 11 naecnrn que csKaaauiB puniiuU» - m .....mor. p»»i n.ni; ivin saUcmos o nm >. nv- m vKlu IJCVU-s síiIjc! t|uC rnr ean' l ■ 1. » » .hir .111 c* hjhm-Ih ui ..... . a. Ui.n . Uivinrs vvm r. V' i, prazei 1: que fJcir- cumpria ,ni ver .1 , mt- niu.cia.nui, nu prçsc1*'V. p»iis I Ic ui. ,.tin rn-, li--, i-a, Iudnvia. l 'Viln .jp.nini; pam wmw nos. jmiii o -i cíiiuo 11»is camporia • i|ii- -»'nn-tii»'in«nrc ná.. i**I»:j i ,i u k ' mil Ui/cr .1 cxpciiciiCKi, Ora. i,.i --111 lsl':n i 1 qua I Je • rm vw **«•■ mil íb/iíuius l,ih iiUclUo. quíMIO fHrssainiie ' 1 vida jucsíniu- rcrinas unia íL-iim m - .i.» ............ ^iHílíiçju que HJc l«;i 011 Vit-Tirts lin» leltlfs quanlu I ll4 rins ílOVÓI Inzaír »rm WWiíi vída víntl.... •;|".VS-ihr A j PRINCÍPIOS DA MORAI F DA LEGISLAÇÃO i} I X . — O princípio do asceiiuismo Foi ideado. ao que parece, por certos espe culadores aprcHsnrlos que. tendo percebido ou imaginado — que eerto> praze res, quando colhidos ou desfrutados cm cerrai circunstâncias, trazem como consequência, a longo prazo, dores maiores do que u prazer desfrutado. uLilíza- ram este pretexto para impugnar tudo aquilo que se apresenta sob o mime de pra zer. Depois de chegarem até este ponto, c esquecendo o ponto do qual haviam partido, Lais especuladores avançaram mais, chegando no ponto de considerar meritório enamorar se da dor. Como se pode ver. mesmo esta colocação não è mitra coisa senão uma aplicação errônea do princípio da utilidade. X. O princípio da utilidade pode scr seguido com firmeza e constante mente; seria tautulugiu afirm ar qai.com quanto maior constância de Air seguido, tanto melhor será paru o gênero humano. Ao contrário, o principio do ascefi- cismo jamais foi seguido com constância nem jamais poderá se Io — por qualquer criatura vivente. Sc apenas a décima parte dos habitantes da terra o pra tícasse com seriedade e constância, em um dia o planeta seria transformado em um inferno, X L Entre os princípios ennLrários ao da utilidade, e que nos tempos 01tinis, parece exercer a maior influência em matéria de governo, figura o que podemos denominar principio da simpatia e da antipatia. Por esta expressão entendo o princípio que aprova ou desaprova certas nçòcs. nâo na medido cm que estas lendem ti aumentar ou a diminuir a felicidade da parte interessada, mas simplesmente pelo falo de que alguém >e sèiHe Uisposio a aprovai ia-- ou reprova Ias. Os partidários desde principio mantêm que a aprovação ou a reprovação constituem unia razão suficiente cm si mesma, negando u necessidade dc procu rar qualquer fundamento exirinseco, Isto, no setor genérico du moral; nu área especifica da política, tais autores avaliam o grau da punição de acordo com o grau de desaprovação. X II. K manifesto que estamos aqui diante dc um princípio mais verbal du que real; não é um princípio positivo, mas antes um termo utilizado pára signifl atr a negação dc qualquer princípio. O que se espera Je um princípio è que de aponte algum critério externo, o qual permite garantir e oriemar as convicções internas de aprovação e desaprovação. Ora. lul expectativa não se cumpre em uma proposição que não faz nada mais nem nada menos do que considerar cada uma dessas con vicções, como fundamento e norma em si mesma. X I I I . Ao examinar o catálogo das ações humanas no inaiito de estabe lecer quais delas merecem o sclu du desaprovação assim sc exprimem os dufensuures dn referido princípio é :<ufi ciente- conuulturcnOJi in nossos próprio?; sentimentos: tudo aquilo que eu me sentir propenso a condenar, por esta simples razão é errado. Da mesma forma se argumenta no que concerne à punição: não imporia saber nu que ponto a punição contraria ô utilidade, ou se o critério da utilidade entra sequer em linha de consideração. Para a punição usa-se também a mesma proporção. se odiares muito uma determinada ação, pune-a com muita severidade; se a odiares pouco, pune-a com pouca severidade; deves punir ma mesma medida em que odiares. Se nào odiares cm absoluto uma determinada 10 RHNTHAM ação. não a punas cm absoluto: os sentimentos nobres da alma não devem ser dominados c tiranizados pcíos rígidos e implacáveis ditames da utilidade política, X IV . —Os diversos sisíemas inventados no tocante á norma-padrão do reto e do errado podem reduzír-se todos ao princípio da simpatia e antipatia. Todos eles têm um denominador comum que os caracteriza. Todos etes recorrem à mui d duo do artifícios inventados edm o propósito de fugir a necessidade de ir em busca de uma norma externa e de fazer o leitor acatar a convicção ou a opinião do autor como uma razão válida por sí mesma. As expressões são diversas, porétit o principio c idêntico. X V . — É evidente que os ditames desse principio coincidirão frequente mente com os do principio da utilidade, embnra talvez isto não seja intencionado. Pode-se afirmar uié que. provavelmente, os casos de coincidência dos ditames são mais [requentes do que os casos de discordância: daí que a justiça penal se encon tre. nos dius aluais, nas. condições em que estamos habituados a vc-la. Com elei to. não pode haver nenhum fundamento mais natural c mais geral para odiar uma prática do que a malícia interna desta prática. Todos os homens estão dispostos a odiar aquilo que constitui ;t razão do seu sofrimento. Todavia, isto está longe de constituir uma razão constante, pois o fato de nlgaêm sofrer ainda não significa que saiba poi que motivo esta sofrendo. Pode ocorrer, por exemplo, que unui püS soa snfrn muito por um novo imposto. sem que seja capuz, de identificar a razão dos seus wfrimeruos com respeito n Injustiça de um vizinho que sonegou um imposto antigo. X V I. O principio da simpatia c antipatia tende ao máximo a pecar por severidade excessiva. Tende cie a aplicar castigo em muitos casos cm que é injus to fnzè Io. e. em casos em que se justifica uma punição, i aplicar severidade maior do que n merecida. Não eniste ato algum imaginável, por mais trivial e por menos censurável que .seja, que o principio d:i simpatia e antipatia não encontre algum motivo para punir, Quer se trate de diferenças dç gosto, que; se trate de diferenças de opinião, sempre se encontra motivo para punir. Não existe nenhum desacordo, por mais trivial que seja, que u perseverança não consiga transformar cm urn Incidente sério. Cada qual <e torna, aos olhos do seu semelhante, um ini migo e. se a lei í> permitir, um criminoso, liste e um dos aspectos sob os quuis a espécie humana sc distingue para seu desabono dos animais. X V II. Possivelmente alguém estranhará que ate o momento itào se tenha feito numçào do princípio teológico, que professa dever-se recorrer ,1 vontade dc Deus como norma pura discernir o rçto do errado. A verdade c que não estamos aqui diante dc mn principio distinto. Na reali dade. õ princípio teológico não é nada mais nem nada menos do que um ou outro dos três princípios já mencionados, embora apresentado dc forma diversa. A vontade de Deus, aqui subentendida. não pode ser a sun vontade revelada, tal como está consignada nas Sagradas Escrituras, visto constituírem es ms um sistema uo qual ninguém hoje em dta pensa em recorrer, no que concerne aos detalhes da administração poiitica: e. mesmo no que tange aos detalhes da condu ta particular dos indivíduos, antes dc aplicar as Sagradas Escriturais cumpre eon PRINCÍPIOS DA MORAL. F DA LF.C.ÍSI.AÇÀO 11 siderar que elas se prcstair às mais amplas inicrpreLaçoes. segundo reconhecem os mais eminentes teólogos de todas as denominações. Para que servem, se não para isto. as obras desses teólogos? Afins, pnra orientar essas interpretações, é necessário recorrer a alguma outra norma. ÇonscqücnicmcíKc. a vontade dc Deus. dc que se fala neste contex to. é a que podemos denominar vontade presumira, ou seja. aquela que se preso me ser a vontade divina, cm razão da conformidade dos seus ditames com os de algum outro princípio. QuaJ poderá ser. no caso. este outro principio? Deverá ser um dos tres acima mencionadas, uma vez que. como vímos, nenhum outro potfc existir. fc manifesto» pcriamo. que, eliminando se u rcveluçàü ua solução do problema, qualquer Cõísa que so diga acerca da questão “ 0 que è íi vontade de Deus?' n e n h u m a contribuição poderá trazer paru aclarar o problema da norma que dis tingue o reto do errado. Com cFemv podemos Ler perfeita certeza de que tudo a q u ilo que è reto concorda corrí a vontade de Deus. Todavia, seria um círculo vicioso afirmar que é necessário antes saber sv Lima cjoíüh é retíi. a fim dc veriíi car. a partir disto, se a coisji ú conforme ã vontade de Deus. X I X , 1 In duas Coisas que sc confundem com muita facilidade, e que psir tanto importa distinguir fleuradínnente: o motivo ou causa que. influenciando a imeiigèiida de u.m indivíduo, produz uma ação, c t» fundamento ou razão que leva um legislador ou outro observador a aprovar esta ação» Quando, nó exemplo específico em questão, acontece que a ação produz efeitos que aprovamos - muito mais ainda, se por acaso observarmos que o mesmo motivo pode com frequência produzir, em outros casos, efeitos idêntico» — estamos propensos a transferir a nossa aprovação ao proprío motivo, e n con siderar como fundamento justo para a aprovação que damos A ação o falo de ela ter a sua origem no referido motivo, l por esta via que o sentimento de antipatia muitas vc/es é considerado como um motivo justo da ação, A antipatia, por txemplo. neste ou naquele caso. constitui a causa de uma açíio que sc espera cau sadora de efeitos bons. porem isto não fnz com que a amípalia seja um funda mento rçto da ação. nem nerae caso nem cm qualquer outro. Avancemos mais um passo. Não só os efeitos são bons» senão que o a geme prevê de antemão que serão tais, Isio pode fazer com que unui ação seja perfeitamente reta. porém nào faz com que a antipatia seja um fundamento moralmenie bom para a ação, Com efe: '■ O priiiL-ípiis .1,, ts '1'ií'i.i fbftrfe laíe «b prwiw tfe liei*.. r.AJuvui, quu i 4 prarsr Jc Ê èij<3 Ditei Je forma alpumi IKK 1'iila -'II nos .-'ÁTv’i' JU0r:| ( 'omo haveremos cnl.nt rfc \.ilw: r II I-II pdi/(r? Obic/Víllldp 0 ifiiL- l.' o MtWr> prazer c amlruind.i ■ ,i IVim, I m CHUiMíMÜCítcl#. n que ?,e Líunoimn.i i> prazer ile t>eu’. c c ilcrc nccewniiiiiiicwm sa dcwuuiiJo i p j Hl .i rt ̂d;u,;ii> mrin mau riem -viins Jn i|u< .■ pruAi itu Pusmm. tinem Quer |i*í soja. tiuc utirmA o que acrcüitia ou pusuucJc ser « prazei Je Deus, Corno que Dçus tem pcfW i■ ; que nos absLinísamriií deste nu iinquelc ,ir<r fiinui a supor iem** ''porque-quem ciimcu tal nii» seríri imap.ÍTiii íu .•.oeiv.j. ern vsif-.iiiimiT, .. , li ;-i. .,-i u :mrri ,m " iLssim ilu o paiudáriti <to principio ijii uLitidaíe- "IVwqiiv i lísiinissão dc-j-sç uur traz cíwimp«i uma xatbftçáA p.in-.-̂ iru • iivmuul. ou I», li- «..•iu?s uma aaiisfaçjh • n o ,il c pasHil4SeiTa“. tli? " p.iriidàtíu Uu principio riu ascetismo, -'Porque deiCMo p-̂ o->»ir nisto: tampouco imnmi dizer por que. rtein dever ia sei L-nmvkljMla a dbè Io’* afirm* qucin ic guia puío principio tía aoiipima, I• K.la pessoa que proícssn uimnr oim.i rtoi ma ■ winrndc tk Deus fiecíMariarm-nlv teri ■-1 uc dnr .<ni:: ilt*ji‘.:i> i-iKpcisuu: (coKiCãndo <i parte a tcvcíarriei 1, íN . dti ;Y i to. o mjfesrtio sentimento de antipatia pode produzir. e muitas vezes produz na rea lidade precisa mente os piores efeitos. Consequentemente, a antipatia jamais pode ser um fundamento reto da açào. Tampouco pode sê-lo a ressentimento, que nào passa de uma variante da antipatia, como abaixo veremos. (J único fundamento correio díi ação é. em última análise, a consideração da utilidade, a qual, se for um princípio correto da ação c da aprovação em um determinado caso. se 3 o á em rodos. Muitos o u tr o s princípios — ou seja. outros motivos — podem constituir a razão que explica por que esta ou aquela ação fo i praticada, porém a utilidade constitui a única ra/ão que explica por que a men cionada ação pode imoralmente)ou deve scr praticada, A antipatia ou pressenti mento sempre necessitam scr regulados, para evitar que façam o mal. Ser regula dos por quem ou por quê? Sempre pelo princípio da utilidade. Entretanto,o princípio da utilidade não necessita nem admite outra norma reguladora além de si mesmo. C a p it u ia * I I I A s quatro sanções, ou fontes úa dor e du prazer Mostramos ncirmi que a felicidade dos indivíduos de que ve compõe uma comunidade isLo é. os seus prazeres c a sua segurança constitui o objetivo, o iin[co objetivo que o legislador deve Eer em vistg. a única norma em conformi dade com ii Ljual lodo indivíduo deveria, na medida cm que depende do legislador, ser obrigado a pautar o seu comportamento. Entretanto. quer seja isu>. quer seja aquilo que tia realidade deve serftilu . não e x is te nada cm virtude do qual um homem possa em última análise ser moral mente abrigado a fii/è-lo, senão em virtude de um destes dois fatores: ou a dor ou o prazer. fendo já feito uma análise geral desses dois grandes etememos (isto é. o pra zer e, o que equivale ã mesma coisa, a imunidade da dor) sub o aspecto du causas finais, será agora necessário examinar o prazer e a dor sob o prisma d a causãli dade çfleietue nu de meus, II. Existem quatro fontes d istin ta s, das quais costu m am derivar o prazei e a d o n con sid erad as em a p u r a d o , pudem os d o u g n á -lâ s c o m o foBSejÉFfeSi fo iu s potftiest. fonte moral e fo m e religiosa. N a m edida cm que os prazeres ii as dores pertencentes a ca d a um a delas são capuzes de emprestar a qualquer lei ou regra de co n d u ta uma fo rça o b riga tó ria , tod as d a s podem -cr d en o m in ad as sanções.c 111. - Se <i prazer ou a dor lôm lugar ou se ettperam na vida presente e no curso ordinário da miturc^a. não propositada mente modificado peln interposiçacs da vontade de algum ser humano nem por alguma micr posição extraordinária de algum sçr invisível superior, pudemos dizer que Uti prazer ou laí dor derivam da ou têm relação com a sançãofuica^ IV . — Se o prazer ou a dor têm lugar ou se esperam de pessoa particular ou de um grupo de pessoas na comunidade, as quais, sob nomes correspondentes no d £ juiz, são escolhidas para o objetivo específico de administrar, de acordo com a vontade do poder soberano ou .supremo de governo existente no Estado, pode mos dizer que o prazer e a dor dimanam da sançãopvlüica. Siw rinf, um ..a|in. L*ru usadii |U|i:i ^'inlicsu ij ain J r tn;ur l\ |m ik- iimn cnmsíçã-ii .•rniiiniicnl (flmum, rttifa a qitt e*Ziv |J<rrcr Ifarr u m p m w — ifti5 r liis.i Ia :■ nhitórvánçiii tlíSie .mi <dki)uefc fflíXJo ái catiüialLi. i . .) Pnrranus. uma sanção é uma tbniedc podere* .ohrfgpwiTirK cm motivos, isiu ê, dc ènrex cprarm^s. o> quais confuftnc cm.verem rdaidimidos ccirt csies uu aqueles mtHkKk líc akuhjta. aluam óanui wuífi m. sctulo iva upfcfekfô i*; linien* Ctxsss s|po (Wjím « « « çenwi i i k . Vrr n capitiil» d&rmcv. f M. ,C» A.J. BfcNTHAMu V. Sc o prazer e a dor estiverem nas mãos de pessoas que pvr acaso ocu pam um lugar de destaque na comunidade, segunda n disposição espontânea de cada pessoa, e não cie acordo cnm alguma regra estabelecida ou iteordílda, pode mos dizer que o prazer u a dor derivam da sanção moral ou popular. VI. — Se dependerem da mão imediata de um ser superior invisível, quer na presente vida. quer em uma vida futurou pode-se di/.er que derivam da satlçãv religiosa. VII. - - Os prazeres c as dores que podemos esperar das sanções Jísicu. poli tica, ou moral, devemos esperar experieticiá-los todos, se algum dia, então na pre sume vida; aü contrário, os que se aguardam da sanção religiosa. podem ser expcrienciados tanto na vida presente cnmo em uma futura VIÍ1 — Os prazeres e as dores que podemos, experiertdar na vida presente não podem ser outro*, o b vi emente. senão aqueles que a natureza humana com porta no decurso da vida aLual; pra. de cada li rua das quatros fontes podem hro- tar todos os prazeres nu dores dos quais e suscetível a natureza humana tio decur so da vida presume. No que respeita, portanto, aos prazeres e às dores da vida presente — umu vez que só deles nos ocupamos aqui podemos afirmar o seguinte: aqueles que pertencem a qualquer uma des,saí sanções, em última análise, não diferem especi fica mente daqueles que pcricncem a qualquer uma das outras três: a única difc rençn cxívienic entre cies reside nas circunstâncias que acompanham a sua produ ção. Assim, por exemplo, um sofrimento que atinge uma pessoa no decurso natural v espontâneo dos acontecimentos c das coisas denominar-se ú uma cuia midaàc; neste caso. se supostamente a calamidade se deve a uniu imprudência da pessoa, falamos de um castigo derivante da sanção física. Ao contrário, se este mesmo sofrimento for imposto em virtude de umu lei. teremos o que $e denomina comumeote uma punição; .se o sofrimento for decorrente de algumy recusa dv ajuda amigável - recusa causada pd» má conduta (real ou presumida como tal) da pessoa atingida — . estaremos diante de uma punição derivante da sanção M oral; sc o sofrimento acontecer pela ímerposiçào direta de uma providência particular, temos um? punição derivante de sanção religiosa. IX. — Suponhamos quu os hens de uma pessoa, ou a própria pessoa, são consumidos pelo fogo. Sc Isu» lhe ocorreu acldontalmcme. foi uma calamidade; sc foi devido à sua própria imprudência {por exemplo. pc!o fato de haver descuidado de apagar a vela), podemos chamar a ocorrência de castigo ou punição da sanção física; sc o fato ocorreu cm consequência dc uma decisão do magistrado político, temos uma punição derivante da sanção política ou seja. o que costumara mente se denomina uma punição: se ü ocorrência se deve ao fato de que o seu próximo lhe negou uma ajuda por desaprovar o seu caráter moral, estamos em fuce du uma punição que dímanu da sanção moral; se o fato se deve a um ato mie diato dít desaprovação de Deus, manifestada em razão de algum pecado cometido pela pessoa, teremos uma punição proveniente da sanção religiosa. X . — No que concerne aos prazeres e dores pertinentes à sanção religiosa cm relação a uma vida futura, nàu podemos saber de que espéciu sejam, pois não PRINCÍPIOS DA M O RA L E DA LEGISLAÇÃO 15 estão ao alcance da nossa observação. Durante a vida presente, tais prazeres e dores constituem apenas objeto da esperança. Quer esla esperança derive da reli gião natural ou da revelada, nao podemos ter idéia alguma sobre a natureza de tais prazeres e dores, nem tampouco podemos saber se divergem dos prazeres e dores acessíveis à nossa observação. As melhores idéias que possamos obter acer ca de tais dores e prazeres sào iodas elas vagas e aleatórias. Sob que outros aspectos as nossas idéias sobre eles podem sei precisas é uma questão que será considerada alhures. XL. Das quatro sanções de que tratamos até aqui, podemos observar que a física é o fundamento da política c do moral, o mesmo acontecendo em relação à religiosa, na medida em que esta se relaciona com a vida presente. A sanção fí sica está incluída em vudu uinu das outras três. Pode ela operar em qualquer caso (ou seja. qualquer dor ou prazer pertencente à sua esfera pode operar) indepcn dentemente das outras três. porém nenhuma dessas últimas pode operar senão por meio dela. Em uma palavra, as forças da natureza podem operar por si mesmas. Todavia, nem o magistrado, nem o homem em geral, podefíí operar nem mesmo st supõe que o próprio Deus opere — senão através tias forças da natureza. X II. ParCdCu útil encontrar um nome comum para essas quatro realida des. que na suo natureza encerram tantos elementos comuns. Pareceu útil, cm pri meiro Itienr. peln conveniência que há em atribuir um nome a certos prazeres e n certas dores, para os quais dificilmente se poderia de outra forma encontrar um nome igualmente característico. Km segundo lugnr. pareceu útil fazê-lo a fim de defender e reforçar a eficácia de certas forças morais, cuja influencia por vezes não é sufi ciem emente considerada. Exercerá a sanção política alguma influência sobre a conduta da humanidade? A snnçào moral c u religiosa também a exercem.A cada passo cia sua carreira, o agir do magistrado político é suscetível de ser secundado ou obstaculado por essas tinas forças estranhas, uma das quais (ou as duas juntas) c crí «mente será rival ou uliatiu tio magistrado político. Acontece talvez que este lenda a esquece Ias nos seus cálculos? Sc assim for. poderá ele estar praticnmcnte certo de enganar se nos resultados. Acerca de tudo isso encontraremos abundantes provas nn sequência desta obra. Em razão disso, convêm que o magistrado político tenha constamemente diante dos olhos essas torças, c isto sub um nome tal. que exprima as relações que as mesmas tem com os seus ohjetivns c desígnios. C a p it u l o IV Método pura medir um a som a de prazer ou de dor Segundo explanamos, propiciar prazeres c evitar dores constituem os objeti vos que o legislador icm em vista. razão pela qual c de conveniência que com preenda n seu valor. Os prazeres e as dores constituem os instrumentos com os quais o legislador dc-vc trabalhar. Por esLe motivo convêm que compreenda a Torça dos mesmos, ou seja, cm outros termos, o seu valor, H Para uma pessoa considerada em si mesma, o valor de um prazer ou de uma dur. considerado em si mesmo, será maior ou menor, segundo as quatro circunstâncias que seguem:7 i l ) A sua intensidade. (2) A sua duraÇijO* (3) A sua certeza ou incerteza. (4) A sua proximidade no tempo ou n sua lonçinqijidade. NE. I.ssas são as ci rcuns Lancia s que devem Hcsr consideradas na avaliação de um prazer eus de uma dor, cada qual considerado em si mesmo. Entretanto, quando o valor dc um prazei ou de uma dor for considerado com o escopo de avaliar a tendência de qualquer ato pelo qual o prazer ou a dor s io produzidos, 3 necessário tomar cm consideração ouirits duns circunstancias. Sao cias: (5) A sua fecundidaáe, vale dizer, ü probabilidade que 0 prazer nu a dor têm dc serem stguidns por sensações d;t mesma espécie, isto é, de prazer, quando kc tratar de um prazer, ede dor,cm w tratando dc uma dor. (f>) A sua pureza, nu seja. a probabilidade que o prazer c a dor tem dc tiàu serem seguidos por scnsaçSes do tipo contrário, isto é. de dores no caso de um prazer, e de prazeras, cm tratando dc uma dor. r -.c u - cirtuftsuin* ias rem siUiMleii+>inínfldi - eârmvrfm.. dbm-Ji#7nrj .-V v>ibt cm mu sr.i/ci tw um li Jur. Nji muno tempo apõ« li rsihíicuíüo «fa primciríi edição, lofimilei «w wmm .i mjjuu, ann a llmfedutlc Uc írnprimir cara muis rfteàds p*n Mttitâriíi tsüte* prwrtení, nos quiftírs rípyüuwi. jiur ftjwtíín íltzer. lõdo n edilíeíf>tln rriorni e d:i iupq«lm;íuu inurnxi*. Itinii. eertuín. K ftw fy . ffn ftfu J. j.w p Svich musl,-. mi p tre s u w mid in paiity enduu* Slil-Fi pjira-su fl» H-íck, 1T pr'n'<rtv be thy eiul: / Jfn hc imbiic. wide fçt ilumi runuf. j pàtm .-ivmj. wiâçíúvcr ±k thy ■Sc* ■ tf pains must cume. Iri ihém vxímó m fçw.* fN dl A.} tmeMMKh. diifadoitmií, ív/Ww. f iw u k m , purns t ii ■ -j.i . Ju\ prazeres e lii*» duivv Procura mi . nriMfüsi sc forcai pftvediís. acjai» o icu íiim / .Si- |brem ptitoítetif, Jtaí edm que se estendam umjulu mínif'. / Tuis dares <viu, igualquci quv *cja a lua visàu: /Se» 4nrts forem inevii.ivcíx. qw não rçjgf» miniM i x iw w r .i IN. J u 1 ,) PRINCÍPIOS DA MORAL E DA LHOlSLAÇÂO 17 Importa notar, todavia, que as duas últimas circunstâncias dificilmente podem ser consideradas propriedades do prazer ou da dor em si mesmos, razão pela qna! não devem ser tomadas em consideração no sen lido cstriio do termo, quando se trata de apreciar o valor do respectivo prazer ou da respectiva dor. Falando se a rigor, cumpre considera Ias mais propriamente propriedades do ato OU de outro evento pelo qual o respectivo prazer ou a respectiva dor foram produ Tidos. Corrcspondetitemeiite. só devem ser consideradas na avaliação da tendên cia do respectivo ato ou do respectivo evento. IV. Para um número de pessoas, com referência a cada umu d a s quais o valor de um prazer ou de uma dor é considerado, este será maior ou menor, cor forme as sete circunstâncias, isto c. as seis acima alegadas, a saber: 11) A sua intensidade» <2} A siJa duração. (3) A sua certeza ou incerteza. <4 ) A sua proximidade no tempo ou kmginqüidade. (5) A suafecnndidadc. (6) A sua pureza. L uma outra, u saber: (7) À sua extensão, quer dizer, o número de pessoas ás quais v< estende o respectivo prazer ou a respectiva dor: cm outros lermos, o número de pessoas afe tadas pelo prazer ou |>cln doi em questão. V Se, por conseguinte, quiseres fazer uma avaliação esata da tendência geral de qualquer ato que afeta os interesses de uma coletividade, procede dn seguinte maneira. Começa por qualquer uma das pessoas cujos interesses parecem ser mais imodiiitôrnenle afetados pelo ato cm questão, c procura lazer uma apreciação dos seguintes elementos: ( l i o valor de cada prazer distinto que se manifesta como produzido polo ato na primeira instância: (2) o valor de cada d or distinta que se manifesta como produzida pelo alo na primeira instância: (3) 0 valor de cada prazer que se manifesta como produzido pelo ato apôs o primeiro prazer, Isto constitui AÍecund idade do primeiro prazer c a impureza da primeira der; (4| o valor de cada dor que se manifesta como produzida pelo ato após a primeira. Jsn> constitui n fecundidade da primeira dvr i* a impureza do primeiro prazer. (5) Soma todos os valores de todos os prazeres de um lado. e Iodos os valo res de todas as dores do outro, balanço, se for favorável ao prazer, indicará a tendência hoa do ato em seu conjunto, com respeito aos interesses desta pessoa individual; st o balanço for favorável à Jor. indicará a tendência mà do ato em seu conjunto. (b) Faze uma avaliação do número das pessoas cujos interesses aparecem cm jogo c repete o processo acima descrito em relação a cada lima tidas. Soma BEN TÍ1 AM depois os números que exprimem os graus da tendência boa inerente no ato. com respeito a cada um dos indivíduos em relação ao qual a tendência do ato é boa em seu conjunto. Ao depois* faze o mesmo com respeito a cada indivíduo cm rela çào 80 qual a tendência do aLo c má cm seu conjunto. Feito ÍStO, procede ao balanço. Hste. se for favorável ao prazer, assinalará a tendência boa geral do alo, em relação ao número total ou à comunidade dos indivíduos em quústào, Sc o balanço pesar para o [ado da dor. teremos o lendéti- aia má geral, com respeito ii mesma comunidade. Ví. — Não sc pode esperar que o referido método possa ser seguido a rigor antes de qualquer julgamento moral, ou antes de qualquer ação legislativa ou judicial. Todas ia, o método como tal pode ser sempre mantido diante dos olhos; e_ na medida cm que o processo atualmente seguido nessas ocasiões se aproximar dele. na mesma medida tal processo se aproximará da exatidão. V il. Analogamente podc-.se aplicar o mesmo processo ao praxer e á dor. qualquer que seja a forma sob n qual n pareçam c qualquer que sçju a denomina çuo com a qual se identifiquem. O processo pode ser aplicado ao pra/.cr, quer este se denomine um bem (o qual consiiiui propriamente a causa ou 0 enstnimento do pra/.cr), quer sv chame proveito (o qual constituí um prazer distante, ou u causa ou instrumento de um prazer distante), ou Cüitvenienciú. ou vantagem, beneficio, recompensa, felicidade c assim por diante. Pode o método lambértt ser aplicado à dor. quer esto xc denomine um mui (o qual equivale no oposto do bem), quer se chame prejuízo, ou inconveniência, ou desvantagem, ou perda, ou infelicidade, c assim por diarile. V Ilí . Não estamos aqui diante de uma teoria nova e pouco segura, ou imiiil Tom efeito, tudo quanto ucahumuK de expor representa um dado com o qual concorda plena e perfeiríimenic a experiência do gênero humano, onde quer que os homens poxMium uma visão dara acerca dos xetrs próprios interesses. Tom em o* um exemplo. Qual è u razão que fu/, coru que lenha valor iiitsíi propriedade, ou um terreno’ Q critério de avaliação é eon.stin.tido pelos pra/oresde iodas as espécies que n referida propriedade capacita um homem a produzir.. o que significa a mesma coisa as dores do todas as espécies que ela capa cita o homem a afastar. Ora, o valor de uma tal propriedade, segundo a avaliação geral, num cata ou deeresce conforme for maior ou menor o período de temp<i que uma pessoa tem nele: a certeza ou .1 incerteza do fato de adquirir a sua posse, e a proximidade ou a longinqü idade do momento cm que chegará a possuí-la, caso tal aconteça. No que concerne á intensidade dos pru/.cres que uma pessoa pode haurir da propriedade, nunca se pensa nisto, visto depender ela do 11*0 que cada pessoa particular pode vir a fazer dc-fa; ora, ixu? não pode ser estimado antes quê n pessoa tenha diante de si os prazeres específicos quv poderá haurir tida. Ou as dores concretas que poderá afastar através dda. A mesma ra/ão faz com que a pessoa não pense wz fecutuiidade ou na pureza desses prazeres, 11 11 O» e-ipitutus qutrio e scMn imiini.u rrarain rcjipeeuvaminic. ilus “Pnmcrts C Dores. Sr;i\ Fspécicv ç “DiKCirennsiüiicia' il- lufluw .oinn j Saisibltidade" iN.itn Kl 3fi C apíTi i i .O V II Ás ações humanas em geral I. A missão tios governantes consiste em promover a felicidade da socic (iáde. punindocrecompensando, A parle da missão dc governo que consiste em pnnir constitui mais pnrtiuu larmcntc o objeto da lei penai, A obrigatoriedade ou necessidade de punir unia ação é proporcional à medida em tjue tal açào tende a perturbar ;t felicidade c :i medida em que a tendência do referido alo é perniciosa, Qrn. m Felicidade consisie naquilo que já vimos. ou seja. em desfrutar prazeres e estar isento ide dores,. II. — A tendenein geral de um ato è mais perniciosa ou menos perniciosa, de acordo com a soma iaiu.3 Uus atui» tíon*cqi:ürieius. isto c. conforme a diferença entre a soma das consequências bonse a soma das consequências Funestas, III. — Cumpre observar que aqui. bem como a seguir, toda ve/ que falar mos em consequências, entendemos ocupar nos das masvriais- Cóm efeito, u mtil Li dão c a variedade das cnnsçqüéneias de qualquer ato são necessariamente infini uís, porem só as materiais são credoras de consideração, Ora. para alguém que encara as consequências quaisquer que sejam de um ato nu qualidade c com n capacidade do um legislador, só podem ser consideradas como materiais as que consistem rio prazer ou na dor, ou a* quL- exercem uina influência iui produ ção da dor ou do pra/cr. IV. Impõe se observar também que ao rol das consequências de um uto pertencem não somente as qtte poder iam ter derivado dele. mesmo independeu temente da intenção, senão também as que dependem da conexão que pode existir entre as consequências acima mencionadas c a intenção. \ conexão que existe entre a intenção e certas cotiscqüêrtdãs constitui, como veremos abaixo, um meio de produzir Outras consequências. Nisto reside a diferença cMrc o agir racional e o agir irracional, V. Ora. a Intenção, no que concerne às consequências de um am. depcn dera de dois fatores; ( l ) o estado da vontade ou da intenção, com respeito ao próprio ato; (3) o estudo du inteligência, ou das faculdades de percepção, cm relação ãs Circunstâncias que acompanham, ou parecem acompanhar a intenção. Ora, no que range a estas circunstâncias, a faculdade de percepção é susce tivei dc irês estados: consciência, inconsciência e falsa consciência. Temo? estado de consciência quando a parte cm questão acredita existirem precisam ente nque Ins circunstâncias que de fato existem, e não outras. Hâ estado de inconsciência quando :i pessoa deixa Je perceber a existência de certas circunstancias que na realidade existem. Teremos falsa consciência quando alguém acredita ou imagina existirem certas dreunqãnctái que na verdade nào são reais. VI. Em cada açu o. porLunto. que examinarmos com vistas à punição, ha quatro elementos a serem levados em consideração: ( 1) o próprio ato que c praticado: (2) as circunstâncias uns quais o ato c praticado. (3) a intenção que pode ter acompanhado o ato: (4) u consciência, inconsciência ou falsa consciência, que pode ler acompa nliadu o ato. O presente capítulo tratará do alo e das circunstâncias, ao passo que os dois subsequentes abordarão a intenção e a consciência. V IL Existem ainda dois outros fatores dos quais depende a Icitdçnciu geral de um rito e. por viu de consequência. a exigência dc puni-lo Tais fatores são ; ( 1 ) o mouco particular, ou os motivos, que deram origem no ato; (2 ) a disposição geral que o ato denota. Os dois fatores que acabamos de assinalar constituirão objeto de dois outros capítulos. ( . . . ) X X L A lo aqui [ratamos dos atos considerados em si mesmos. Abordaremos agora as circunstâncias que podem ler acompanhado os atos. Estas devem necessariamente ser levadas em consideração, ç isto antes de poder mO£ determinar qualquer coisa acerca das consequências. Com efeito, de outra forma nunca poderemos ter certeza sobre quais possam ser as consequências dc nm alo em seu conjunto. Em outros lermos; dc outra forma nunca poderemos saber se o alo c benéfico, ou indiferente, ou prejudicial. Em certns circunstâncias até o matar unia pessoa pode constituir um ato benéfico, uo passo que em outras pode constituir fato pernicioso o simples oferecei alimento a uma pessoa. X X II . Que são as circunstâncias dc um ato? Quaisquer coisas que sejam. Tomemos qualquer :ito c veremos que nada existe na natureza das coisas que im peçn quulquér coisa imaginável de ser urna circunstância do ato. Qualquer coisa pode constituir uma circunstância de qualquer outra. X X I I I . Já tivemos ocasião de fazer menção purfuirtóríü das conse quências de um ato. a.s quais, como salientamos, se distinguem em materiais e Ímateriíiix. De maneira análoga, tmnbêm as circunstâncias de um aio podem ser assim distinguidas. Ora, materialidade é um termo relativo; com efeito, aplicado às consequências de um ato. está relacionado com a dor e o prazer; aplicado .is circunstâncias, está relacionado com ;i.s consequências. Pode-se dizer que uma circunstância é material, quando do ponto dc vista da causalidade apresenta um.i relação visível com as consequências. Teremos, em contrapartida, uma circuns tância i material. quando não apresenta relação visível com as consequências, X X IV . ,As consequências de um ato sào evcrlos. Ora. uma circunstância pode ter relação com tur. evento, du pomo dc vista tf a causalidade, de quatro modos: PRINCÍPIOS DA MORAL t DA LEGISLAÇÃO 2! (1) por via de causalidade produtora: ( 2) por via de derivação: {3} por via de conexão colateral; (.4) por via de influencia conjunta. Pode-se afirmar que uma circunstância está relacionada com o evento por via de causalidade produtora quando a mesma pertence ao número das circuns tâncias que contribuem para que se produza tal evento. A circunstância estará em relação com o evento por via de derivação quando pertencer ao número daqueles eventos pura cuja produção a circunstância cm questão contribuiu. Por via de conexão colateral, quando a circunstância em pauta, bem como o evento respec tivo, sem que um tenha sido instrumento na produção do outro, se relacionam, cada um deles (a circunstàncin c o evento), a alguma coisa comum, a qual esteve implicada na produção de ambos. Finalmente, a circunstância estará relacionada com o evento por via de influência conjunta quando, relacionados entre si de qualquer outra forma ou não. contribuírem ambos conjunLunente para u produ ção de alguma consequência que lhes é comum. X X V . Pode ser útil apresentar um exemplo concreto. No ano dc I62S. Villiers. duque dc Buckingham. favorito c ministro de Car los I da Inglaterra, recebeu um ferimento e faleceu. A pessoa que o feriu foi um tal Fdton. o qual, irritado com a má administração de que se acusava o referido ministro, viajou dc Londres a Portsmouth. onde o duque se encontrava dc passa gcm. Felton entrou na rmteeâmar:i do duque ç, encontrandoo vivamenlc ocupado cm conversação com uma série dc pessoas que o rodeavam, aproximou-se dele. sacou um punhal e o assassinou. Devido ao esforço feito, o chapéu do assassino caiu ao elido, sendo encontrado logo depois, juntamente com o punhal ensan guentado. Na coroa interna do chapéu encontraram se pedaços de papel, nos quais estavam escritas frases que exprimiam u objetivo da vinda dc Felton. No citado exemplo, suponhamos que o evento em questão seja o ferimento recebido pilo duque de BuCkingham. O fato de Felton sacar o punhal, a sua entrada na antccámara do ministro, a mj:i viagem a Portsmouth, o fato dc haver sc irritado cm relação ã mã administração dc Buckingham. a má administração cm si mesma, o falo dc o rei Carlos nomear ta! ministro, e assim por diante sem fim. eis outras tantas circunstâncias, relacionadas com o fato de Villiers ser feri do, por via dc causalidade produtora: o fato de o punhal estar ensanguentado, cis uma circunstância relacionada com o acontecimento por via dc derivação; como circunstâncias relacionadas ao evento por via de conexão colaterai temos: o fato Je sc haver encontrado o chapéu no chào, o fato dc sc haver encontrado as frases dentro do chapéu, o lato dc terem sido escritas; finalmente, a situação e a comer sação das pessoas ao redor do duque dc Buckingham foram circunstâncias rela cionadas com as circunstâncias do fato dc Felton ter aberto caminho pura a sala. ter viajado a Portsmouth. etc., r*^ via de influência conjunta, na medida em que contribuiram cm comum para o evento do ferimento de Villiers. impedindu o dc põr-sc de sobreaviso no momento cm que o intruso apareceu. Primeiramcnte. c manifesto que Lodo acontecimento deve ler uma ou outra circunstância. ou melhor, uma multidão indefinida de circunstâncias, rclacio nadas com de por viu de causalidade produtora; eviden temente, lera uma multi dao ainda maior de circunstâncias relacionadas com d c por via de conexão cuia Ural. Entretanto, não parece necessário que todo evento tenha circunstâncias relacionadas com dc par via do derivação, e por conseguinte tampouco d certo que tenha quaisquer circunstâncias relacionadas coin cie por via de influencia conjunta. Üulro elemento a notar é o seguinte. Das circunstâncias de todos os tipos que eletivo mente acompanham um acontecimento, apenas um número muito reduzido pode ser descoberto, mesmo exercitarldu-se ao máximo as faculdades da percepção humana: o número Jus circunstâncias que atraem a nossa atenção 0 .vinda mais reduzido. Conforme a ocasião, um número maior nu menor delas será descoberto por uma pessoa em proporção da perspicácia das suas faculdades intelectuais ou da sua inclinação. Tom a se evidente, portanto, que a multidão e a descrição das circunstâncias que pertencem a um ato. enquanto essas circunstâncias aparecem como mate riais, serão determinadas por duas considerações; í t) pela natureza das próprias coisas; (21 pela força ou fraqueza das faculdades daqueles que evem utilmente lhes dispensam a sua consideração. (. } XXVI. K$jí;ik várias relações não inerem iodas ao evento com a mesma Lcrte/.a. C apítu lo V III A iníenuunalidade bra isto o que tínhamos a dizer acerca dos dois primeiros fatores dos quais pode depender a tendência má de uma determinada ação, bu» è. o próprio alo e o conjunto geral das circunstâncias que o podem ter acompanhado. Consideraremos agora as maneiras como a circunstância particular da intenção podo afetar o ato. II. Primeiramente. a intenção ou a vontade pode referir se a um dos dois fatores seguintes: ( 1 ) o próprio ato; ou ( 2) as consequências do ato. Desses dois fatores, aquele que for afetado pela intenção pode ser denomi nado fator intencional. Se u intenção afetar o ato. este pode ser qualificado como intencional; sc afetar as consequências, também estas serão denominadas inten eionais. Se u intenção afetar un iu o ato como us consequências, ioda a ação pude xcr denominada intencional. Evidenlomcnie. aquele dos dois fatores mencionados que nào for objeto da intenção será denominado não intencional. III. Muito facilmente pode acontecer que o ato Nejtt intencional, sem que o sejam ns consequências. sendo este caso muito frequente. Assim, por exemplo, pode alguém ter a intenção de locar uma pessoa, sem tencionar feri Ia; e. no entanto, conforme lor o andamento das consequências, pode acontecer que sc tira a pessoa. IV. Pode igualmente acontecer que as consequências de um alo sejam intencionais, sem que o próprio ato seja total mente intencional, isto é. sem que o seja em todas as etapas da sua concretização. Todavia, este caso não é tão firc* quente com o o anterior. Suponhamos que ulguém tencione ferir uma pessoa cor rendo contra ela c derrubando a por terra e. com este intuito, corra em direção a ela: pode acontecer, porém, que uma terceira pessoa sobrevenha repentinamente entre as duas. Acontecerá então que a primeira pessoa (a que tencionava ferir a segunda), antes de poder parar na sua corrida, bata contra a terceira (ao invés de colidir contra a segunda, como tencionava nríginariamenie), e esta derrube h segunda. V. - Kniretanto. as consequências de um ato não podem ser intencionais a não ser quando o próprio ato for intencional, pelo menos na sua primeira etapa. Se o ato nào for intencional na primeira etapa, nào será um ato da pessoa, e por BHNTI1AM cunseqüênciii lógica nâo existe na. referida pessoa intenção alguma de produzir as consequências, isto é. «i$ consequências individuais. A única coisa que pode haver da parte da pessoa, ttesti* caso. é urna intenção remota de produzir outras conse quências da mesma natureza, através de algum ato dela. cm um tempo futuro: ou então, sem qualquer intenção, um mero deseja de que utf acomccimento tenha lugar. Suponhamos voltando tio caso acima - que a terceira pessoa curra por sua próprra conta contra n segunda c a derrube. A primeira tinha a intenção de fazer uma coisa da mesma natureza - ou seja, correr ela mesma contra a segun da e derrubá-la ao chão porém na realidade nada tez concretamentL- para por em prática taf intenção. Consequentemente, não sc pude afirmar que as confie qúéncins individuais do alo — que a terceira pessoa praticou pura derrubar a segunda - - sejam intencionais por parte dít primeira pessoa. ( . . ) X II, — Importa observar ainda que um ato pode *cr nau intencional cm qualquer etapa ou quaisquer etapas, embora seja intencional na etapa anterior uu nas etapas anteriores; ou. por outra parte, pode um ato ser intencional em qual quer etapa nu quaisquçi etapas, sendo porém não intencional nas etapas subsc quentes Todavia, c irrelevante, no que tange ás consequências, saber sc o ato foi intencional ou não cm qualquer etapa .interior, desde que não seja intencional na última. O único ponto com respeito ao qual é material, é n prova. Quanto inciis numerosas tiverem sido ss etapas não imencionais do utc. tanto mais provável será que também a última etapa não renha sido intencional, Se unia pessoa, tencionando ferir ce na bochecha, te bate no olho e le lira ó globo ocular, prova vclmente lhe será difícil demonstrar que não era sua intenção baler-Le no olho. Scrã provavelmente mais fácil, sc a sua intenção foi rcalincmc não bater-te. ou mesmo n;ío batçr cm absoluto. X III. Ouve-se com frequência as pessoas ralarem de uma boa intenção, uma mu jmenção, da qualidade boa ou mú da intenção de umn pessoa, sendo esta uma circunstância à qual se dá uma grande ênfase. Nu wrdade. isío é de grande importância quando correiamente compreen tildo. porém o significado dessas afirmações è sumumeme arubiguo e obscuro, balando se ;i rigor, nada pude di/vr fie bom ou mau. :i n.ío ser tísdusivamtuHe se Ibr considerado em si mesmo o que acontece lào somente com a dor ou o pra zer ou então, em razão dos seus efeitos o que acontece cjidusivameníç no caso de coisas que produzem ou afastam a dor l- o prazer. Todavia, cm sentido figurado ç com menor propriedade
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