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NEURÔNIO - Características gerais: ✓ Célula permanente → não passa por processos de mitoses (é terminalmente diferenciada) → os neurônios do corpo correspondem àqueles que sobreviveram durante as fases embrionária, fetal e após o nascimento (mais da metade é perdida); ✓ Possui alto grau de especialização, por isso não é necessário passar por mitoses → metabolismo do neurônio é diferente de outros tipos celulares, embora possuam as mesmas organelas; ✓ A idade biológica de uma pessoa corresponde à idade de seus neurônios, porém, em algumas áreas do cérebro, no epitélio olfatório, existem nascimentos de neurônios provenientes de células-tronco. Ou seja, o tecido nervoso possui células- tronco que, se forem estimuladas, diferenciam-se e originam novos neurônios. ✓ OBS: hipocampo possui muitos neurônios, mas pode produzir ainda mais para melhorar a capacidade de memória quando há um aumento considerável do número de informações → janela de aprendizado. - Estrutura: - Função básica do neurônio → transmitir impulso nervoso. Para isso, o neurônio recebe o impulso nervoso, codifica e decodifica-o e dá a resposta, relacionada ao potencial de ação. ✓ Neurônio: recebe impulso nervoso → há formação ou não de potencial de ação (código binário) → produção de moléculas e sua morfologia. DENDRITOS: - São os prolongamentos que saem do corpo celular. - Podem apresentar ramificações dendríticas, que aumentam a área superficial de contato entre os neurônios → permite que o neurônio cumpra melhor sua função. - No citoplasma dos dendritos há organelas como: ribossomos livres, mitocôndrias, retículo endoplasmático rugoso. - OBS: no citoplasma do dendrito não há complexo de Golgi. - A função do dendrito é receber o impulso nervoso. Quando ele recebe esse impulso, sua membrana plasmática modifica-se e ocorre uma evaginação da MP, (dilatações) denominada gêmula ou espinha dendrítica, indicando o local físico da sinapse, ou seja, é a região de processamento inicial da informação e demonstra a plasticidade inicial do neurônio pelas modificações bioquímicas na membrana que são traduzidas como aprendizado, memória e adaptação. - Nessa área, o citoesqueleto também se modifica e forma uma rede de moléculas que sustentam a sinapse. - Cada sinapse recebida pelo dendrito é uma informação. - A membrana dendrítica (ou pós sináptica) eleva- se, formando a evaginação e indicando a sinapse. - Há gasto de energia para a formação das espinhas dendríticas. - O cérebro mantém apenas as sinapses que são importantes. As informações que não são relevantes são descartadas por meio da eliminação da evaginação da MP. - As informações são mantidas porque o cérebro espessa as gêmulas dendríticas, aumentando o número de moléculas na membrana dessa espinha e a rede fibrilar. Uma informação fica retida no cérebro por aproximadamente 6 horas → esse tempo aumenta conforme essa mesma informação é relembrada e estudada. - Dendritos apresentam neuroplasticidade (plasticidade neuronal ou plasticidade cerebral) → refere-se à capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências. - Abaixo das membrana pós-sináptica encontramos uma rede de fibrilas relacionadas à manutenção da integridade das sinapses CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS CONFORME OS DENDRITOS: - NEURÔNIOS SENSORIAIS: 1 dendrito → uma ramificação que sai do pericárdio (corpo celular); - NEURÔNIOS MOTORES: muitos dendritos curtos e ramificados que saem do pericárdio; CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS NEURÔNIOS: - BIPOLAR: um dendrito, um corpo celular e um axônio. ✓ Impulso nervoso unidirecional; ✓ Presente na retina; ✓ Epitélio olfatório; ✓ Ouvido interno. - PSEUDOUNIPOLAR: Possui um único segmento saindo do corpo celular que se ramifica em dois prolongamentos (ramos). ✓ É um neurônio único; ✓ Neurônios sensitivos da região dorsal da medula espinhal (única região em que é possível encontrá-los). ✓ Na fase embrionária era um neurônio bipolar → dendrito do neurônio bipolar sofre um giro de 180° e cola no axônio. ✓ Um ramo cresce para a periferia do corpo celular (vai para pele, por exemplo) e funciona como dendrito e outro ramo cresce para a medula espinhal e funciona como um axônio. ✓ Durante a transmissão do impulso nervoso, não ocorre passagem deste pelo corpo celular. - MULTIPOLAR: um axônio, um corpo celular e muitos dendritos. ✓ Corresponde à maioria dos neurônios do corpo. ✓ Células de Purkinje (camada do cerebelo); ✓ Neurônios piramidais das camadas III e V do córtex cerebral; ✓ Células granulares; ✓ Neurônios motores. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS NEURÔNIOS: - AFERENTE OU SENSITIVO: Levam potenciais de ação da periferia e órgãos internos do corpo em direção à medula espinhal e encéfalo - EFERENTE OU MOTORES: Levam potenciais de ação do SNC para os órgãos do corpo. - INTERNEURÔNIOS OU NEURÔNIO DE ASSOCIAÇÃO: Estão entre os eferentes e aferentes, conectando esses neurônios entre si, possibilitando uma maior gama de caminhos para informação. CORPO CELULAR OU PERICÁRIO: - É o local do neurônio onde se concentram a maior parte das organelas, o citoplasma e o núcleo. Faz o metabolismo necessário na manutenção das funções neuronais, produzindo diversos tipos de molécula, degradando outras e sinalizando vias metabólicas. - Recebe tanto impulsos excitatórios quanto inibitórios, integrando estes impulsos para uma região do corpo celular chamado de cone de implantação (onde nasce o axônio). - Núcleo contém cromatina fina (desespiralizada → enzimas da transcrição tem acesso mais fácil aos genes → elevada taxa de formação de RNAm, que vai para o citoplasma da célula combinar com os ribossomos e produzir proteínas) → elevada atividade do citoplasma. - Nucléolo proeminente → nucléolo corresponde a moléculas de RNAr, que vai para o citoplasma produzir os ribossomos, organelas responsáveis pela síntese proteica. - Retículo endoplasmático: ✓ RER + ribossomos livres → Corpúsculos de Nissl (esses corpúsculos são grandes em neurônios motores e finos em neurônios sensoriais e diminuem em quantidade quando o neurônio é lesado). ✓ REL → cisternas hipolemais que acumulam cálcio → ajuste do controle de cálcio intracelular. Além disso, o REL também é responsável pela desintoxicação celular e síntese de lipídeos. - As proteínas produzidas pelo RER são encaminhadas para o Complexo de Golgi, que envolve com membranas e forma vesículas de secreção (lisossomos). - Neurônio produz enzimas responsáveis por produzir neurotransmissores. Essas enzimas são empacotadas no Complexo de Golgi e transportadas do corpo celular para o terminal axônico (onde são produzidos os neurotransmissores). - O Complexo de Golgi também empacota enzimas do processo de digestão intracelular → essa vesícula é chamada de lisossomo. - No neurônio, há intensa atividade dos lisossomos, uma vez que o neurônio não passa por mitoses. Portanto, o lisossomo realiza uma renovação celular → à medida que uma organela envelhece, ela é envolvida por uma membrana que se fusiona ao lisossomo e este faz a digestão da organela velha. Por isso o neurônio é capaz de manter suas atividades, justamente devido ao intenso índice de renovação celular. - Presença de muitas mitocôndrias, pois há alto gasto de energia nas atividades dos neurônios (cerca de 25% da energia corporal). ✓ Respiração aeróbia → quebra glicose para produção de ATP utilizando oxigênio → há produção de ROS (radicais livres) → esses radicais livres induzem processos de apoptose. ✓ No neurônio, há uma enzima denominada superóxido dismutase tipo I, que quebra osuperóxido (produto do metabolismo do oxigênio) para impedir o envelhecimento precoce do neurônio. ✓ Além disso, frutas e verduras são ricas em vitaminas A, C e E → antioxidantes. Assim, o consumo de frutas e verduras também impedem o envelhecimento dos neurônios. ✓ Estresse oxidativo → ocorre quando a mitocôndria trabalha excessivamente → neurônio altera seu funcionamento → esse estresse é comum em doenças neurodegenerativas, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (há deficiência da enzima superóxido dismutase tipo I, permitindo o acúmulo de radicais livres, que levam à produção de proteínas anômalas que se acumulam na zona de disparo do axônio, dificultando o desenvolvimento do potencial de ação). - Cone de implantação → local com poucas organelas, de onde nasce o axônio. - Inclusões → quando o lisossomo está em atividade, membranas velhas da célula são destruídas por autofagia → destruição dos ácidos graxos da bicamada lipídica da membrana. Com o passar do tempo, alguns lipídeos não são quebrados de maneira correta e acumulam-se no citoplasma do neurônio, formando uma estrutura ovalada denominada inclusão. ✓ Exemplo de inclusão: grânulos de lipofuscina (correspondem ao acúmulo do metabolismo de lipídeos que ocorre nos lisossomos) ✓ Com o passar da idade, a quantidade de grânulos de lipofuscina aumenta → processo normal. ✓ Nos casos de doenças neurodegenerativas, a quantidade desses grânulos acumulados é maior que o normal. AXÔNIO: - Axônio nasce de uma área do corpo celular denominada cone de implantação. - Segmento inicial do axônio (zona de disparo) não possui organelas e nem bainha de mielina. Além disso, a MP dessa região é rica em canais de sódio voltagem dependentes. - Quando o neurônio recebe uma sinapse, ele soma os potenciais na zona de disparo. Se der +15 mV na zona de disparo, o potencial de ação é disparado. - O potencial de repouso da membrana do neurônio é -70 mV e o potencial limiar do neurônio é -55 mV (limiar de excitação → diferença de +15 mV → disparo do potencial). - Como o axônio é uma área especializada na transmissão do impulso, ele recebe nomes específicos: ✓ Axolema: membrana plasmática do axônio → passa por despolarização; ✓ Axoplasma: citoplasma, que contém vesículas que são transportadas nesse citoplasma. Também possui mitocôndrias e REL - Existem vesículas contendo enzimas que são transportadas do corpo celular para o terminal axônico, onde elas produzem neurotransmissores. Também existem mitocôndrias recém produzidas que são transportadas até o terminal axônico. - No terminal axônico, quando as organelas envelhecem, elas são devolvidas ao corpo celular para que sejam digeridas pelos lisossomos. - Esses transportes ocorrem via citoesqueleto, que contém microtúbulos que possuem proteínas motoras que se ligam às vesículas que estão sendo transportadas. ✓ Transporte anterógrado → do corpo celular para o terminal axônico → proteína motora: cinesina. o Leva proteínas a serem empregadas no terminal axonico assim como vesículas ricas em enzimas empregadas para a produção de neurotransmissores. ✓ Transporte retrógrado → do terminal axônico para o corpo celular → proteína motora: dineína. o Transporta moléculas que foram utilizadas no terminal axônico que serão degradadas no pericárdio. - Muitos parasitas podem chegar à medula espinhal e encéfalo utilizando esse transporte, como é o caso da herpes zóster (utiliza o transporte anterógrado). - OBS: existem neurônios cujo axônio possui 1,5m de comprimento → transporte de vesículas tem que ser especializado. - O terminal axônico é cheio de ramificações com dilatações → telodendro - Por fora do axônio, pode haver ou não a bainha de mielina. BAINHA DE MIELINA: - Formada por dobras da membrana plasmática de células da Glia que atuam como isolante elétrico. - O espaço da bainha de mielina é denominado nodo. Entre um nodo e outro, há o Nó de Ranvier. - O Nó de Ranvier é desprovido de bainha de mielina, mas o axolema é repleto de canais iônicos voltagem dependentes, que colaboram para a propagação do impulso nervoso. - O potencial de ação se inicia na zona de disparo e se propaga de forma saltatória até o próximo nó de Ranvier e assim sucessivamente → aumenta a velocidade da propagação do impulso. - A destruição da bainha de mielina vai promover o vazamento de íons ao longo do axônio o que acarreta em uma menor velocidade de propagação do impulso. - Célula da glia responsável pela formação da bainha de mielina: SNC – oligodendrócito / SNP – Células de Schwann. - Cada pacote é uma celula de Schawann e a sua membrana plasmática é composta por 65% de lipideos e 35% de proteínas, ai a membrana plasmatica dobra em torno do axonio para formar a bainha. - Primeira dobra: mesaxônio interno. Última dobra: mesaxônio externo -> dobras de membrana plasmática de células da glia. O número de dobras variam com a expessura do axônio. ✓ Fibras do tipo A são grossas, mielinizadas e conduzem o impulso nervoso em alta velocidades, além de possuirem subtipos em ordem decrescente de espessura. ✓ Fibras do tipo B são fibras eferentes do sistema nervoso autonomo. ✓ Fibras do tipo C são amielinicas com baixa velocidade de condução. - Incisuras de Schmidt Langerhean: um pouco de citoplasma que dobrou junto com a membrana plasmática de células da glia (como se fosse uma falha). ALTERAÇÕES NA BAINHA DE MIELINA: - Adrenoleucodistrofia → doença genética neurodegenerativa relacionada ao cromossomo X em que há defeito em enzimas relacionada à clivagem de ácidos graxos de cadeia longa ou em genes que codificam proteínas (como a ALDP) que fazem o transporte desses ácidos graxos de cadeia longa até os peroxissomos, onde seriam clivados. Na ALD, a bainha de mielina perde seus ácidos graxos, diminuindo a velocidade de transmissão do impulso nervoso. - Esclerose Múltipla → doença neurodegenerativa que afeta a bainha de mielina. Na EM, as células da glia (microgliócitos) entendem que uma proteína básica da MP da própria célula da glia é um antígeno (corpo estranho) e ativa o sistema de defesa, caracterizando uma doença autoimune → causa uma neuroinflamação que leva à destruição da bainha de mielina → diminui a velocidade de transmissão do impulso nervoso. A bainha de mielina destruída é substituída por astrócitos. Dependendo da área do cérebro que é atingida, pode causar alterações em diferentes locais do corpo. ✓ É uma doença neurodegenerativa autoimune em que células de defesa atacam e destroem a bainha de mielina do SNC. Os sintomas são variados como fadiga, depressão, diplopia, voz trêmula e arrastada, perda de equilíbrio, tremores, ataxia, perda de memória e execução de tarefas. O ataque pelas células de defesa à bainha de mielina gera um processo inflamatório, e a perda da mielina leva a diminuição na velocidade de condução do impulso nervoso e morte do neurônio. A região do SNC degenerado é preenchida por células gliais formando uma cicatriz endurecida no local e esbranquiçada (por isso, esclerose). Ocorre também a destruição fibrilar dos oligodendrócitos. É frequente lesões da substancia branca presente na região periventricular do cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinal. Macrófagos, linfócitos T, plasmócitos, linfócitos B atravessam a barreira hematoencefálica e atacam a mielina provocando desmielinização e lesão axonal. A lesão axonal está associada às mitocôndrias. Os macrófagos aumentam os níveis de óxido nítrico, o que diminui a função mitocondrial, junto à exotoxicidade do glutamato que também diminui a função mitocondrial. TERMINAL SINÁPTICO: - Presença de canais de cálcio voltagem dependentes, vesículas de reservas,vesículas aderidas e muitas mitocôndrias (gasta muita energia). - Quando o potencial de ação chega na membrana pré-sináptica, ele abre os canais de cálcio voltagem dependente, liberando o influxo de cálcio que combina com componentes do citoesqueleto (moléculas de sinapsina do tipo I e II que se acoplam a vesículas de reserva que estão cheia de neurotransmissores). - Essas vesículas são encaminhadas para membrana pré-sináptica onde ficam aderidas. - Na membrana pré-sináptica encontramos regiões chamadas de sítios ativos ricas em canais iônicos de cálcio voltagem dependentes. • Sítios de ativação: quando o potencial de ação passa pela membrana pré-sináptica, ela ativa os sítios de ativação, abre os canais de cálcio voltagem dependentes e promove a exocitose de neurotransmissores. (↑cálcio / ↑exocitose) - Os neurotransmissores agem na fenda sináptica, promovendo efeitos na membrana pós-sináptica, pois haverá receptores nesse local. O efeito do neurotransmissor é dependente do tipo de receptor. - Portanto, o mesmo neurotransmissor pode ser excitatório (ocorre uma despolarização) ou inibitório (se abrir canal de cloro, ocorre uma hiperpolarização, pois fica mais negativa ainda) em dois neurônios diferentes, dependendo dos receptores (proteína transmembrana) daquela membrana pós sináptica. • Receptor ionotrópico: permite ou não a entrada de íons. o Ex: acetilcolina • Receptor metabotrópico: acoplado a proteína G, que ativa sua porção alfa, que aumenta ou diminui fosfolipases, abrindo ou fechando canais. SINAPSES: - Axodendriticas: axônio – dendrito. • Composto pela dilatação do terminal axônico (telodendro), uma fenda sináptica e espinha dendrítica. • A maioria é excitatória. - Axosomáticas: axônio – corpo celular. • Maioria é inibitória. o Ex: abre canais de cloro (hiperpolarização). - Axoaxônicas proximal: axônio – axônio • Sinapses justamente na zona de disparo (no início do axônio). • Geralmente é inibitória. - Axoaxônicas terminal: no telodendro. • Sinapse modulatória (vai modular o potencial de ação que está chegando no telodendro), pode aumentar ainda mais os sítios ativos que vão ficar estimulados ou pode também inibir. • Ela pode ser: o Facilitatória (já está acontecendo, aumenta ainda mais os canais de cálcio voltagem dependentes). o Inibitória (por completo) – não deixa abrir nenhum canal de cálcio voltagem dependente, logo, não vai haver a liberação do neurotransmissor para o próximo neurônio. - Sinapses químicas: receptores. - Sinapses elétricas: feitas por junções comunicantes – neurônios da retina, bulbo. • A membrana do axônio cola na membrana do dendrito, não vai ter fenda sináptica. Terá a presença das junções comunicantes e por esses canais irão passar íons, sódio, potássio, cloro, mediadores, segundos mensageiros, é o modo pelo qual a sinapse elétrica trabalha. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR: - Terminal axônico desprovido de bainha de mielina. Potencial de ação abre os canais de cálcio voltagem dependentes, liberando neurotransmissores na fenda. O neurotransmissor enche a fenda e encosta no receptor do sarcolema da fibra muscular. (Receptores ionotrópicos de sódio). Os canais de sódio abrem, ocorre um influxo de sódio, despolariza a membrana até promover a liberação de cálcio que irá promover a contração do sarcômero. TECIDO NERVOSO - O sistema nervoso apresenta o neurônio como célula principal, porém, em torno dele, há um grupo de células que o ajuda a cumprir sua função, determinando a formação de do tecido nervoso → células da glia ou neuróglia. - Há também as membranas que protegem o sistema nervoso e o líquido que circula nos espaços desse sistema. CÉLULAS DA GLIA OU NEURÓGLIA: - Essas células auxiliam o neurônio no cumprimento de suas funções. - Para cada neurônio, existem cerca de 10 células da glia. OLIGODENDRÓCITOS: ✓ Células com poucas ramificações quando comparada ao astrócito, além de serem menores. ✓ Produzem a bainha de mielina no SNC e estão presentes na substância branca (em maior parte) e cinzenta (sustentação). ✓ Também existem oligodendrócitos de sustentação, que ficam ao redor do corpo celular do axônio. ✓ Ausência de filamentos intermediários e de lâmina basal. ✓ Ajudam no controle do pH extracelular. ✓ Originados de glioblastos da parede do tubo neural. ✓ Uma única célula produz várias bainhas de mielina em vários axônios. MICROGLIÓCITOS OU MICRÓGLIA: ✓ Possui aparência semelhante à do macrófago. ✓ Faz parte do sistema mononuclear fagocitário → é uma APC (célula apresentadora de antígeno). ✓ Quando não estão trabalhando, sua morfologia apresenta numerosas e pequenas ramificações. ✓ Função de defesa. ✓ Realiza o processamento e apresentação de antígenos (Ag). ✓ Em atividade, retraem os prolongamentos. ✓ Fagocita restos celulares → defesa e limpeza. ✓ Produzem citocinas que levam à neuroinflamação. ✓ Provenientes do mesênquima. ✓ Possui ligação com a esclerose múltipla → a micróglia entende que a bainha de mielina é um corpo estranho e então ativa o mecanismo de defesa, levando à neuroinflamação. ASTRÓCITOS: ✓ Possuem muitas ramificações. ✓ Cumpre muitas funções no tecido nervoso. ✓ Astrócitos Protoplasmáticos → presentes na substância cinzenta. Possuem mais citoplasmas e prolongamentos mais curtos e espessos. ✓ Astrócitos Fibrosos → presentes na substância branca. Possuem prolongamentos mais longos e ligam-se a neurônios e vasos sanguíneos. ✓ Pés vasculares → prolongamentos dos astrócitos são lançados ao redor do vaso sanguíneo, retiram nutrientes desse vaso e passam para o neurônio. Sustentam o neurônio no espaço, nutre e possui reservas de glicogênio que podem ser quebradas e passadas para o neurônio em caso de necessidade. ✓ Função de sustentação e nutrição. ✓ Recaptação de neurotransmissores da fenda sináptica → um pouco dos neurotransmissores extravasa para o meio extracelular, um pouco encaixa nos receptores, outra porção é recaptada pelo axônio e outra quantidade é captada pelo astrócito para evitar o excesso de neurotransmissores na fenda sináptica. ✓ Controle de íons potássio extracelular → facilitar a disseminação do potencial de ação, ajuda no processo reabsorvendo potássio do meio extracelular para mantê- lo em concentração menor do que no meio intracelular. ✓ Cicatrização → produz o que se chama de esclerose do tecido nervoso. Preenche (passando por mitoses) os espaços vazios que ficam após a morte de neurônios. Assim, esse local fica cicatrizado, com uma coloração esbranquiçada (esclerose). ✓ Originados de células da parede do tubo neural (glioblastos). ✓ Participa da barreira hematoencefálica (coberta pelos pés vasculares dos astrócitos). BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA: - Barreira entre o sangue e o neurônio. - Capilares contínuos, que são cobertos pelos pés vasculares do astrócito nas regiões da medula e do cérebro → nutrientes do vaso sanguíneo passam pelo astrócito para chegar no neurônio. - Isso gera um isolamento das células do tecido nervoso em relação às substâncias que podem chegar pelo sangue, constituindo um importante fator protetivo contra infecções e substâncias que podem ser nocivas. - Muitas moléculas não conseguem atravessar a BHE, o que pode ser um transtorno para tratamento, como ocorre no Mal de Parkinson (morte de neurônios dopaminérgicos → tratamento por aplicação de dopamina). - LDOPA e tratamento do Mal de Parkinson: ✓ O mecanismo de ação da LDOPA (precursor da dopamina) está concentrado na capacidade de ser convertida em dopamina dentro do cérebro e corrigir os níveis baixos de dopamina apresentados. ✓ A dopamina poderia ser injetada diretamenteno corpo para ajustar a deficiência nas pessoas com Mal de Parkinson, mas não produz muitos resultados devido à barreira hematoencefálica, que impede a dopamina de chegar até o cérebro. ✓ Porém, se for administrado por via oral um precursor da dopamina, ele consegue atravessar a BHE e é descarboxilado pela enzima dopa-descarboxilase, sendo convertido em dopamina. CORTE TRANSVERSAL DO CÉREBRO: EPENDIMÓCITOS: - Ventrículos encefálicos e o canal central da medula espinhal são revestidos pelas células ependimárias (ependimócitos) → células epiteliais colunares ciliadas. - São provenientes do neuroectoderma do tubo neural. - Algumas regiões sofrem invaginações e originam os plexos coroides, que produzem o líquido cerebroespinhal ou líquido cefalorraquidiano, que enche os ventrículos encefálicos. - Os ventrículos laterais (direito e esquerdo) originam da luz do telencéfalo. O III (terceiro) ventrículo origina da luz do diencéfalo. Os ventrículos laterais (I e II) comunicam com o III através do forame interventricular. - O aqueduto cerebral de Sylvius se origina da luz estreitada do mesencéfalo, o qual comunica o III com IV ventrículo. - O IV (quarto) ventrículo se origina da luz do rombencéfalo e possui três aberturas: uma medial, denominada Forame de Magendie, e duas laterais, denominadas Forame de Luschka. Este é continuado pelo canal central da medula e se comunica com o espaço subaracnóideo. - No 4º ventrículo, os forames permitem que esse líquido cerebroespinhal saia e adentre o espaço subacnoideo do encéfalo e medula espinhal. - O líquido cerebroespinal circula no espaço subaracnóideo, e tem funções de amortecer, protegendo as estruturas cerebrais e medulares, fornecer nutrientes essenciais para o cérebro, remover resíduos provenientes da atividade cerebral e auxiliar no equilíbrio da pressão intracraniana. - Algumas regiões da aracnoide possuem evaginações para a dura-máter que drenam esse líquido cerebroespinhal → seios da dura-máter (vasos do tipo veias dilatados) recebem as vilosidades da aracnoide → líquido cerebroespinal é drenado por essas vilosidades. ESPAÇOS PERIVASCULARES: - O espaço entre as células é preenchido pela matriz extracelular do tecido nervoso, que possui substâncias hidrófilas. - No tecido nervoso não há vasos linfáticos. O excesso de líquido dessa matriz é drenado pelos espaços perivasculares (espaços entre a parede do capilar e o pé vascular do astrócito), para que não se acumulem. - Esse líquido acumulado no espaço perivascular desemboca no espaço subaracnoideo, onde já está circulando o líquido cerebroespinal. - OBS: obstruções nas vilosidades da dura-máter, prejudicando a drenagem, causam acúmulo de líquido nas cavidades cerebrais, levando a um aumento de pressão que pode, durante o desenvolvimento embrionário, levar a casos de hidrocefalia → também pode decorrer de obstrução dos forames de Magendie e Luschka. CÉLULAS DE SCHWANN: - Provenientes das cristas neurais. - Produzem a bainha de mielina no Sistema Nervoso Periférico. - Possuem várias dobras da membrana plasmática em torno de um segmento do axônio do neurônio, necessitando de várias células de Schwann para formar a bainha de mielina de um axônio. CÉLULAS SATÉLITES: - Presentes nos gânglios nervosos. - Suporte metabólico e sustentação paraos corpos celulares dos neurônios do Sistema Nervoso Periférico. SUBSTÂNCIAS BRANCA E CINZENTA : Região dorsal: sensitiva Região ventral: motora OBS: Em questões de localização, no encéfalo a substância cinzenta está mais por fora e a branca mais por dentro, já na medula é ao contrário. SUBSTÂNCIA BRANCA: - Possui como principais componentes: prolongamentos de axônios cobertos pelas suas bainhas de mielina e células da glia, como oligodendrócitos, microgliócitos e astrócitos fibrosos. - Seu aspecto esbranquiçado se deve à riqueza de mielina. SUBSTÂNCIA CINZENTA: - Formada por corpos celulares de neurônios, dendritos, a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia, como astrócitos protoplasmáticos, oligodendrócitos de sustentação e microgliócitos. - A coloração acinzentada é devido à maior proporção de citoplasma e organelas. OBS: núcleos são corpos celulares da substância cinzenta imersos em substância branca. NERVOS E GÂNGLIOS: - NERVOS → prolongamentos de neurônios cobertos por bainha de mielina (produzida pelas Células de Schwann, que são provenientes da crista neural). - Os nervos e as fibras nervosas são revestidos por tecido conjuntivo formando várias camadas. São elas: epineuro, perineuro e endoneuro. - Dentre as túnicas de tecido conjuntivo: ✓ EPINEURO: é a camada mais externa, envolvendo todo o nervo. Constituído de tecido conjuntivo denso modelado, rico em vasos sanguíneos e composto por colágeno tipo I e fibroblastos. ✓ PERINEURO: reveste cada fascículo nervoso e é derivado de invaginações do epineuro. É revestido por células mesenquimais, que possuem zônulas de oclusão que formam a bainha perineural. ▪ Essa bainha perineural impede que os axônios tenham contato com estruturas externas do tecido conjuntivo do perineuro e do epineuro. ✓ ENDONEURO: envolve cada fibra nervosa (um aglomerado de axônios com bainhas de mielina). É constituído por tecido conjuntivo frouxo produzido pelas Células de Schwann, composto por colágeno reticular (tipo III) e poucos fibroblastos. Também possui capilares contínuos em seu interior, os quais são revestidos por endotélio não fenestrado, unido por zônulas de oclusão, constituindo uma barreira denominada barreira hematoneural. ▪ Essa barreira hematoneural não permite que haja contato entre o axônio e o vaso sanguíneo. - GÂNGLIOS: estão presentes os corpos celulares envolvidos por uma cápsula fibrosa de tecido conjuntivo denso não modelado que emite septos incompletos para o interior dos gânglios. - CÉLULAS SATÉLITES: ajudam o corpo celular em sua nutrição e sustentação. São provenientes da crista neural. MENINGES: - Membranas compostas por tecido conjuntivo que protegem o Sistema Nervoso Central. - De dentro para fora, as meninges são: 1. Pia-máter; 2. Aracnoide; ▪ Área trabeculada ▪ Porção contínua 3. Dura-máter. - Espaço subaracnóideo: circula o líquido cerebroespinhal. DURA-MÁTER: ✓ Tecido conjuntivo denso modelado (alta resistência) – apresenta muita fibra colágena do tipo I; ✓ Coberta internamente por uma camada de células epiteliais achatadas – células meningoteliais. ✓ É um tecido vascularizado. ARACNOIDE: ✓ Tecido conjuntivo denso não modelado; ✓ Coberta por uma camada de células epiteliais achatadas – células meningoteliais. ✓ Não é vascularizada (não possui vasos sanguíneos que a nutrem, apenas passam vasos por ela). ✓ Possui um espaço denominado subaracnoide que contém as trabéculas da aracnoide. ✓ Nesse espaço circula o líquido cerebroespinhal drenado pelas vilosidades da aracnoide, que terminam em seios venosos na dura-máter. PIA-MÁTER: ✓ Tecido conjuntivo frouxo coberto por uma camada de células epiteliais achatadas – células meningoteliais. ✓ Estão em contato direto com o tecido nervoso e participam da barreira hematoencefálica, pois o vaso sanguíneo que entra no tecido nervoso é coberto pela pia-máter até as arteríolas e vênulas e, posteriormente, os pés vasculares dos astrócitos recobrem esse vaso.
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