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TÓPICOS ESPECIAIS Material adaptado do Caderno de Estudos de: TÓPICOS ESPECIAIS Prof. Kleber Renan de Souza Santos Profª. Ana Clarisse Alencar Barbosa Prof. Arildo João de Souza Prof. Fábio Roberto Tavares Profª. Francieli Stano Torres Profª. Graciela Márcia Fochi Profª. Grazielle Jenske Profª. Greisse Moser Profª. Luciane da Luz Prof. Lírio Ribeiro Profª. Maquiel Duarte Vidal Profª. Meike Schubert Profª. Vânia Konell Profª. Vera Lúcia Hoff mann Pieritz Copyright © UNIASSELVI 2018 Adaptado por: Prof. Flávio Brustoloni Pólo AUPEX – Joinville 2018 UNIDADE 2 POLÍTICA, TECNOLOGIA E GLOBALIZAÇÃO: OS IMPACTOS SOBRE A SOCIEDADE OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Compreender os fundamentos e concepções sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade; Ampliar a percepção acerca das relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade; Conceber as tecnologias da informação e comunicação como fator determinante no advento da sociedade da informação; Contribuir para o debate sobre a sociedade da informação; Compreender as práticas de inovação, as comunidades virtuais e seus impactos e conhecer novidades tecnológicas existentes; Compreender o processo político, social e histórico contemporâneo; Refletir sobre relações de trabalho. CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE TÓPICO 1 01 / 54 A ciência apresenta características que a fazem singular; é cumulativa, ou seja, não se costuma descartar informações ou dados obtidos; é computável, permite o devido registro de tais informações ou dados, e, além disso, é irrevogável. Segundo Abbagnano (2000), além de utilizar sua própria linguagem, é baseada em métodos e fundamentos epistemológicos, o que faz com que seja clara e objetiva. 02 / 54 2 CIÊNCIA Tópico 1Unid 292 Diversos são os métodos utilizados para explicar o cotidiano através da ciência. Severino (2007, p. 102) nos diz que um método científico pode ser “um conjunto de procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às relações causais constantes entre os fenômenos”. Já para Omnés (1996, p. 272), é “um conjunto de regras práticas que permitem garantir a qualidade da correspondência entre a representação científica e a realidade”. Nessa mesma perspectiva, Omnés (1996) também propõe que o método deve cumprir ainda algumas etapas que visam diminuir a distância entre a cientificidade do conhecimento e a proposta de explicação do mesmo, que seriam: 03 / 54 2 CIÊNCIA Tópico 1Unid 292 04 / 54Tópico 1Unid 292 Agora, partimos para a análise do último item sobre tecnologia, esse pode ser traduzido como tecnocracia, ou seja, o uso do conhecimento científico nos demais meios, porém, com a divulgação exclusiva a partir do que a ciência e a técnica propõem como resultado. Nesse último, tal ação elimina as demais análises feitas a partir da concepção política, ideológica e social, o que, por sua vez, pode causar o determinismo tecnológico. Não se esqueça, tais ações terão reflexo direto nas questões relacionadas à sobreposição das ciências humanas e às ciências da natureza. 05 / 54 3 TECNOLOGIA Tópico 1Unid 294 Ao entender a importância de discutir a sociedade como parte integrante de todo o processo relacionado à tecnologia, se abre precedentes para muitas indagações. Seja no âmbito político, econômico, social, cultural, ambiental, faz-se necessário apurar o contexto em que ocorrem, a fim de compreender seu impacto. Lembrando que a ciência humana apresenta grande diversidade de pressupostos metodológicos e epistemológicos, e estes serão abordados, através de alguns autores e suas perspectivas, a seguir na Figura 14 – Página 95. 06 / 54 4 SOCIEDADE Tópico 1Unid 295 Conforme pudemos observar, a tecnocracia, ou seja, a decisão de manter apenas uma vertente entre ciência, tecnologia e sociedade não é neutra, pois age sobre interesses políticos. O movimento ciência e tecnologia, ainda nos anos 1960 e 1970, foi duramente criticado por promover, além do já exposto, problemas ambientais, além da aplicação da tecnologia bélica, por exemplo, nas guerras mundiais. 07 / 54 5 SOCIEDADE ENTRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Tópico 1Unid 297 Sob a nova ótica de formação, agora com o criticismo social, ciência e tecnologia passam a ter uma conotação diferente e menos isolada. O ensino de Ciências com enfoque ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (CTSA) a partir de questões sociocientíficas (QSC), “tem por objetivo a emancipação dos sujeitos ao fazer com que eles problematizem a ciência e participem de seu questionamento público, engajando-se na construção de novas formas de vida e de relacionamento coletivo” (MARTINEZ, 2012, p. 55). 08 / 54 6 CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA) – INTERPRETAÇÕES SOBRE A NOVA FORMAÇÃO Tópico 1Unid 298 Wiebe Bijker (1951- ) é um construtivista social que trabalhou visando estabelecer novas bases teóricas e metodológicas entre a CTS. O elo para esta nova parceria seria a sociedade e, no momento em que assume este ponto de vista, começa a trabalhar com o também construtivista social Trevor Pinch. Ambos envolvidos na divulgação de documentos que debatem o relacionamento entre ciência e tecnologia, e destacando a importância da essência social (BENAKOUCHE, 2005). 09 / 54 6 CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA) – INTERPRETAÇÕES SOBRE A NOVA FORMAÇÃO 6.1 CTS SOB NOVAS ÓTICAS Tópico 1Unid 298 Milton Santos traz à luz a discussão do meio ambiente e sua relação com CTS, portanto, na visão desse pesquisador já poderíamos usar o conceito CTSA. Ele aborda questões como o espaço e a sucessão de relacionamento entre o homem e a natureza, bem como a da organização humana. Dessa forma, faz uma interessante análise sobre a divisão do espaço geográfico. 10 / 54 6 CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA) – INTERPRETAÇÕES SOBRE A NOVA FORMAÇÃO 6.2 CTS SOB A ÓTICA DE MILTON SANTOS Tópico 1Unid 298 Um dos principais incentivadores do movimento construtivista social foi Wiebe Bijker. Para entendermos melhor suas ideias e ideais, compartilharemos um pequeno trecho do artigo “Tecnologia é Sociedade: contra a noção de impacto tecnológico”, de Benakouche (1999, p. 11-13), que aborda os principais vieses deste pesquisador (Vide página 101). 11 / 54 6 CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA) – INTERPRETAÇÕES SOBRE A NOVA FORMAÇÃO 6.3 CTSA SOB A ÓTICA DE WIEBE BIJKER Tópico 1Unid 2101 O que vem a ser a modernidade? Para muitos, o conceito de modernidade refere-se a ideias bastante controversas, compreendendo desde pequenas práticas a formas de perceber, conceber e viver o mundo. Para melhor situá-lo, relembramos três grandes eventos: Revolução Industrial, Revolução Francesa e Revolução Científica. A pós-modernidade ainda é complexa e a ideia não é amplamente aceita por todos os cientistas e pensadores. As dúvidas e diferenças surgiram por volta de 1970 e 1990, mas ainda assim pode-se verificar duas linhas de discursos, quando o termo é pós-modernidade: a da continuidade e a do rompimento. 12 / 54 7 CARACTERIZANDO O MUNDO ATUAL Tópico 1Unid 2103 13 / 54Tópico 1Unid 2103 Agora, quando o assunto é globalização, o termo é mais conhecido, tendo em vista que é assunto atual e amplamente divulgado e trabalhado na mídia. Como todo conceito, esse também apresenta seus prós e contras, pois está fortemente ligado à maneira como foi apreendido pela sociedade. O marco inicial da globalização é fracamente indicado, como no período da Revolução Tecnocientífica, porém, viu-se nesse uma importante ferramenta de longo alcance, com ligações para diferentes partes do mundo. 14 / 54 7 CARACTERIZANDO O MUNDO ATUAL Tópico 1Unid 2104 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) TÓPICO 2 15 / 54 Com o crescente aumento do uso das Tecnologias da Informação e de Comunicação nos diversos setores da atividade humana, bem como a sua integração às facilidades das telecomunicações, tornou-se evidente a possibilidade de ampliar cada vez mais, tanto o acesso à informação, quanto o desenvolvimentode novos meios que proporcionem de forma rápida sua distribuição no campo das pesquisas científicas. As atividades tradicionais, como a leitura, a escrita, o correio, o comércio, a publicidade ou o ensino, em atividades realizadas em ambientes virtuais, passam agora a ser capturadas por esses novos dispositivos tecnológicos de informática, cada vez mais avançados. 16 / 54 2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) COMO FATOR DETERMINANTE NO ADVENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Tópico 2110 Unid 2 Na época atual, as chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) constituem ferramentas indispensáveis no processo de fortalecimento e integração das nações na nova cadeia global. Segundo Castells (2001), esse processo foi de extrema importância, pois seu papel conferiu uma dinâmica e formação de redes das diversas esferas da atividade humana. Esta nova lógica preponderante de redes, sobre a qual a nova sociedade se assenta, transformou todos os domínios de vida social e econômica. 17 / 54 2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) COMO FATOR DETERMINANTE NO ADVENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Tópico 2110 Unid 2 O Dicionário de Sociologia, de Alan Johnson (1997), indica a palavra “tecnologia” como o repositório acumulado de conhecimento cultural sobre ambientes físicos e seus recursos materiais, com vistas a satisfazer desejos e vontades. Contudo, segundo afirma Johnson (1997), tecnologia não pode ser confundida com a ciência, na medida em que ela consiste de conhecimentos práticos sobre como usar recursos materiais, ao passo que a ciência consiste de conhecimento abstrato e teorias sobre como o processo do conhecimento se constrói. 18 / 54 3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC Tópico 2112 Unid 2 Assim, para Castells (2001), o que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralização do conhecimento e da aplicação, senão o uso da informação para a gestão de todo o processamento da informação e gerenciamento, num processo de retroalimentação eterno, promovendo a passagem de três estágios das novas tecnologias de telecomunicações nas últimas décadas, quais sejam: a automação das tarefas, as experiências de usos e a reconfiguração das aplicações. “Nos dois primeiros estágios, os avanços tecnológicos se caracterizam pelo learn by using, isto é, pelo aprender usando. No último, são os usuários que aprenderam a tecnologia fazendo, o que acabou resultando na configuração das redes e na descoberta de novas aplicações” (CASTELLS, 2001, p. 51). 19 / 54 3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO – TIC Tópico 2115 Unid 2 AVANÇOSTECNOLÓGICOS TÓPICO 3 20 / 54 Muitas pessoas não conseguem trabalhar sem seu laptop ou smartphone. Além disso, para muitos é impossível imaginar o dia sem o Google ou, para outros, mensagens de texto, WhatsApp ou Facebook para ficar em contato com uma grande rede de colegas. Em apenas uma década a tecnologia mudou muito a forma como trabalhamos e nos comunicamos. E na próxima década, com o aumento da velocidade das conexões da internet, haverá mudanças mais profundas para o trabalho do que qualquer coisa vista até o momento. Todas as informações serão mais fáceis de visualizar e analisar. 21 / 54 2 TENDÊNCIAS ORGANIZACIONAIS DO SÉCULO XXI Tópico 3119 Unid 2 As comunidades virtuais são redes virtuais de comunicação interativa, organizadas em interesses compartilhados. Ao analisarmos o passado, na origem das primeiras civilizações, o ser humano era nômade, vivia da caça, pesca e coleta de produtos na natureza. Com o passar dos anos o ser humano aprendeu a se organizar em grupos, assim nascendo as primeiras comunidades, as quais deram origem às civilizações. Esses grupos humanos definiram formas de expressar valor moral e cultural, de acordo com cada época. 22 / 54 3 COMUNIDADES VIRTUAIS Tópico 3121 Unid 2 Uma comunidade virtual é uma inteligência coletiva em potencial. Um grupo humano se interessa em constituir-se como comunidade virtual para aproximar- se do ideal do coletivo inteligente, mais imaginativo, mais capaz de aprender e inventar. A virtualização ou desterritorialização das comunidades no ciberespaço são condições para haver inteligência coletiva em grande escala. A inteligência coletiva é o terceiro princípio da cibercultura. O ciberespaço é a ferramenta de organização de comunidades de todos os tipos, o melhor uso do ciberespaço pode ser alcançado ao se colocar em sinergia os saberes, as imaginações e as energias espirituais daqueles que estão conectados a ele. 23 / 54 3 COMUNIDADES VIRTUAIS Tópico 3122 Unid 2 As comunidades virtuais podem ter diversidade de pessoas, como de assuntos. Para educação, uma comunidade virtual cria uma relação de professor aluno que dialogam e estabelecem regras juntos. O professor, nesta situação, é o mediador, orientador, instigador do processo. Palloff e Pratt (2004) apresentam técnicas instrucionais centradas no aluno para que o professor tenha sucesso nas interações das comunidades: 24 / 54 3 COMUNIDADES VIRTUAIS Tópico 3123 Unid 2 • Acesso e habilidade; • Abertura; • Comunicação; • Comprometimento; • Colaboração; • Reflexão; • Flexibilidade. 25 / 54 3 COMUNIDADES VIRTUAIS Tópico 3123 Unid 2 As redes sociais podem ser vistas como uma tecnologia com menos seguidores para a sua utilização como uma ferramenta de trabalho, mas não deve ser, devido ao número de assinantes dessa tecnologia. Esses sites permitem que o usuário faça várias atividades, tais como: postar um perfil, fotos, vídeos, chat, blog, e se conectar com seus pares através de boletins individuais, grupos privados e fóruns. 26 / 54 3 COMUNIDADES VIRTUAIS 3.1 REDES SOCIAIS Tópico 3124 Unid 2 GLOBALIZAÇÃO E POLÍTICA INTERNACIONAL TÓPICO 4 27 / 54 Trata-se de um fenômeno de organização e circulação política, econômica, comercial e cultural, que foi praticado pelas mais diversas sociedades e desde os mais antigos mercadores (fenícios) da antiguidade, que se organizavam em caravanas por terra e expedições de navegadores por mares e oceanos. 28 / 54 2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA Tópico 4129 Unid 2 A globalização, que se apresenta ao nosso momento histórico, ganhou ênfase no final dos anos de 1980, quando foi reconhecido o fim do cenário da Guerra Fria, com as experiências da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) e foi desfeito o muro de Berlim, que separava a Alemanha Oriental (comunista/ socialista) da Alemanha Ocidental (capitalista). 29 / 54 2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA Tópico 4131 Unid 2 Ocorreu também a formação da OMC: Organização Mundial do Comércio (que conta com a adesão de mais de 150 países) e os blocos econômicos da UNIÃO EUROPEIA, NAFTA, MERCOSUL, APEC, ASEAN, entre outros. Na América Latina estruturou-se a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), órgão para pensar o desenvolvimento econômico, social e sustentável. Esta articulação de países indica um forte movimento de regionalização das relações econômicas e políticas, assim como das relações sociais e culturais entre os mesmos, e por sua vez, dos conceitos de fronteira, espaço, nação, Estado, entre outros. 30 / 54 2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA Tópico 4131 Unid 2 O terceiro setor ganhou espaço de constituição e atuação a partir dos anos de 1990. E instalou-se como alternativa em meio ao setor público/estatal (primeiro setor) e o setor privado/industrial/mercado (segundo setor), no sentido de intermediar, gerenciar e prestar serviços de interesse público em situações e contextos que os dois outros setores não atingem/alcançam. 31 / 54 2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA 2.1 O TERCEIRO SETOR Tópico 4132 Unid 2 O terceiro setor constitui uma espécie de sociedade civil de caráter jurídico. Os órgãos que compõem o terceiro setor podem ser sociedades, associações, fundações, institutos, ONGs (Organismos Não Governamentais), OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de InteressePúblico). As ONGs que compõem uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou econômicos, encontram-se pautadas nas normas e legislações da Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Federal. 32 / 54 2 GLOBALIZAÇÃO: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA 2.1 O TERCEIRO SETOR Tópico 4132 Unid 2 A partir das formulações de produção, trabalho e economia postuladas pelos teóricos do século XIX, gerou-se uma espécie de novo modelo antropológico de homem, o Homo economicus, que tem como centro e modo de vida os princípios da economia, que se revela pelos aspectos de um comportamento de individualismo exacerbado, competição desenfreada e o consumismo sem sentido, numa espécie de busca pelo ter e ter cada vez mais, e obtido a qualquer custo. 33 / 54 3 GLOBALIZAÇÃO: UM BALANÇO Tópico 4133 Unid 2 A política ganhou um caráter internacional a partir do século XVIII, quando do surgimento do Estado Moderno, em que o sistema capitalista irá se instalar a fim de obter condições e favorecimentos para expandir seus alcances em termos de matérias-primas, frentes de investimento e mercado consumidor. Ela pode ser identificada ainda quando da vigência do regime de Colonialismo, que vigorou na era das grandes navegações, quando Espanha e Portugal estabeleciam e organizavam politicamente suas colônias de exploração nos continentes americano e africano. 34 / 54 4 A POLÍTICA INTERNACIONAL Tópico 4134 Unid 2 O Estado moderno possuía como principal intento reestruturar os governos de forma laica/secular, de forma a estabelecer regulação política, jurídica e institucional das relações entre religião e política, Igreja e Estado, ou seja, conferir emancipação do Estado e do ensino público dos poderes eclesiásticos e de toda referência e legitimação religiosa. Nesse contexto, caberia ao Estado garantir a neutralidade em matéria religiosa (ou a concessão de tratamento estatal isonômico às diferentes agremiações religiosas), a tolerância religiosa e as liberdades de consciência, de religião (incluindo a de escolher não ter religião) e de culto (CASANOVA, 1994). 35 / 54 5 O ESTADO MODERNO E O LIBERALISMO Tópico 4134 Unid 2 O neoliberalismo forjou-se a partir dos elementos já existentes no interior do liberalismo clássico do século XVIII, porém, agora privilegiou os ideais econômicos, em especial os princípios de liberdade de empreendimento, de propriedade e de lucro, em detrimento das demandas/necessidades políticas e sociais (legitimidade, direitos e serviços) dos indivíduos. Dentre as críticas que são feitas ao neoliberalismo tem-se as políticas que promovem a redução da interferência/regulação do Estado nas atividades econômicas/financeiras, permitindo o livre funcionamento do mercado, inclusive na distribuição da riqueza; assim como na promoção de bem- estar, em prol da privatização por grupos privados na oferta de serviços de saúde, educação, cultura, pensões, entre outros. 36 / 54 6 O NEOLIBERALISMO E A TERCEIRA VIA Tópico 4135 Unid 2 A ‘terceira via’ foi apresentada como alternativa frente às crises que emergiam das políticas neoliberais, que propõe uma espécie de humanização do capitalismo, nos aspectos do malefício do Estado neoliberal e da sociedade de livre mercado. Na qual estariam engajados tanto dirigentes políticos de países ricos e representantes de empresas transnacionais, que em meio às crises econômicas se dedicariam a amenizar os impactos sociais, as injustiças, revoluções e caos, no sentido de manter a paz e coesão social. 37 / 54 6 O NEOLIBERALISMO E A TERCEIRA VIA Tópico 4135 Unid 2 O estudioso Ladislau Dowbor procura fazer uma síntese da trajetória e do perfil do conceito de governo, levando em consideração o caráter que este apresentou em termos de princípios na responsabilidade pela administração, na relação com os cidadãos e no atributo que norteia os espaços, os processos e as instâncias que compõem um governo. Observe com atenção o quadro a seguir, que faz as devidas distinções e estabelece comparações e reflexões. 38 / 54 7 TENDÊNCIAS AOS GOVERNOS E À POLÍTICA INTERNACIONAL Tópico 4136 Unid 2 39 / 54Tópico 4136 Unid 2 Nesse contexto de mudanças de modelos de Estado/governo, cada vez mais o Estado é chamado a ampliar os investimentos em recursos humanos e infraestrutura local, sendo de responsabilidade do Estado proteger os grupos vulneráveis e o meio ambiente, aproximar o Estado da população, criar meios e políticas que favoreçam a inclusão e participação efetiva dos cidadãos, reduzir as oportunidades de corrupção, garantir estabilidade macroeconômica, favorecer parcerias entre o setor público e o privado, gerir os processos de privatização, fortalecer redes industriais em nível nacional, regional e internacional; apoiar as exportações, entre outros. 40 / 54 7 TENDÊNCIAS AOS GOVERNOS E À POLÍTICA INTERNACIONAL Tópico 4137 Unid 2 CULTURA E ARTE TÓPICO 5 41 / 54 A expressão trabalho, tal como é escrita e utilizada na língua portuguesa, deriva da expressão latina tripalium, que ao longo da Idade Média era o nome dado a um instrumento de tortura que apresentava três paus reunidos, utilizado pelos camponeses e servos para bater o trigo, as espigas de milho, e para desfiar e esfiapar o linho; certa vez foi adaptado e utilizado como instrumento de tortura (ALBORNOZ, 2008). 42 / 54 2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO Tópico 5142 Unid 2 O missionário católico Raimundo Lélio (1232-1315), que atuou entre os povos catalães no século XIII, foi o responsável por reabilitar a expressão e concepção ‘trabalho’, que foi amplamente difundida na sociedade moderna industrial e capitalista (GANDILLAC, 1995). A concepção de trabalho também é identificada na denominação de tripalium, que foi extraída do latim e designava um instrumento de tortura reservado aos escravos. Lélio a substituiu pela expressão treballan, que é oriunda do idioma catalão, que designa a habilidade em elaborar a matéria bruta, transformando-a em obra, realização e propriedade humana, e dignificadora do próprio homem. 43 / 54 2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO Tópico 5142 Unid 2 As concepções foram alteradas, inclusive as mais antigas, quando reunidas nos livros da Bíblia Sagrada, em que o trabalho não é mais visto como um indício da maldição de Deus a Adão e Eva, com a expulsão do paraíso, sendo que teriam que ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Os gregos distinguiam entre esforço do trabalho na terra, a fabricação do artesão que servia ao usuário, e a atividade livre do cidadão que discutia os problemas da cidade. De modo muito semelhante na Idade Média, trabalhar com as mãos era sinônimo de ser escravo ou servo, um indício de que o indivíduo pertencia aos grupos inferiores da sociedade. 44 / 54 2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO Tópico 5142 Unid 2 O sociólogo Max Weber (1864-1920) defendeu, em seus estudos, que os valores religiosos do protestantismo favoreceram e coincidiam com o espírito do capitalismo, no sentido de que superavam a moral católica de renúncia ao mundo material, do acúmulo de bens financeiros e ao lucro, na vida religiosa de devoção contemplativa e de renúncia ao mundo material. 45 / 54 2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO Tópico 5143 Unid 2 A nova concepção que foi atribuída ao trabalho combina com os valores das mudanças no interior da fabricação de produtos. O homem, reconhecendo que o trabalho não era mais motivo de sofrimento e castigo, mas sim uma atividade que o tornaria socialmente reconhecido, sentiu-se motivado e disposto a se dedicar e doar a fim de preencher as oportunidades e a demanda da manufatura e indústria nascente, bem como o campo das invenções de máquinas e técnicas e o próprio sistema capitalista, que estavam exigindo. 46 / 54 2 ORIGEM/SIGNIFICADO DA PALAVRA TRABALHO Tópico 5144 Unid 2 As mulheres participaram da produção de utensílios, alimentos e mercadorias desde os tempos mais remotos, que envolviam desde as atividades nointerior da casa, família e comunidade. A alimentação, o artesanato e a educação das crianças foram inseridos no interior dos espaços de trabalho com fortes projetos a partir da Revolução Industrial. Os maiores problemas surgem quando as mulheres passam a ser empregadas no interior das indústrias modernas, em meio a longas jornadas de trabalho, com a presença de maquinários, em que os salários pagos às mulheres eram inferiores. 47 / 54 3 AS MULHERES NO CONTEXTO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Tópico 5146 Unid 2 O homem contemporâneo possui uma relação com o trabalho, que foi instaurada ainda no século XIX e que ganhou desenvolvimento e aprofundamento ao longo do século XX. Trata-se da produção industrial, tecnológica e a prestação de serviços no interior de grandes cidades. O espaço primordial de realização dos indivíduos torna-se o espaço no interior das cidades, os espaços das indústrias e o âmbito público das relações. 48 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS Tópico 5147 Unid 2 A tecnologia da informação, a descoberta e desenvolvimento de novos materiais, as mudanças e oscilações nas estruturas de mercado e a capacidade de competitividade e as relações intra e interpessoais parecem ser os elementos que mais permeiam as relações de trabalho. No interior dessas novas tendências identifica-se a busca dos indivíduos em vivenciar experiências que aliem trabalho, moradia, realização de projetos pessoais, formação continuada, vivências familiares, sociais e de lazer. 49 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS Tópico 5148 Unid 2 O trabalho informal é o que ocorre nas experiências de trabalho artesanal e prestação de serviços, em que envolve intensa dedicação de mão de obra, de caráter temporário, geralmente apresenta pouco montante de capital envolvido e acaba apresentando acordos à parte das legislações trabalhistas; o que por sua vez acaba não concorrendo como linhas de financiamentos, seja de bancos ou governos; como exemplo, pode-se relacionar as práticas de trabalho no ramo do vestuário e alimentação. 50 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS 4.1 AS POSSIBILIDADES DO TRABALHO INFORMAL Tópico 5148 Unid 2 Os envolvidos nas atividades de economia solidária exercem forte controle e gerenciamento das atividades e dos resultados. Realizam atividades econômicas de produção de bens, de prestação de serviços, de fundos de crédito (cooperativas de crédito e os fundos rotativos populares), de comercialização (compra, venda e troca de insumos, produtos e serviços) e de consumo solidário. As atividades econômicas devem ser permanentes ou principais, ou seja, a razão de ser da organização. 51 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS 4.1 AS POSSIBILIDADES DO TRABALHO INFORMAL Tópico 5148 Unid 2 A política trabalhista brasileira se consolida, de fato, após a Revolução de 30, quando Getúlio Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. A Constituição de 1934 foi a primeira a tratar de Justiça do Trabalho e Direito do Trabalho, assegurando a liberdade sindical, salário-mínimo, jornada de oito horas, repouso semanal, férias anuais remuneradas, proteção do trabalho feminino e infantil e igualdade salarial. 52 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS 4.2 RELAÇÕES DE TRABALHO E OS PROCESSOS LEGAIS NO BRASIL Tópico 5149 Unid 2 No Brasil de 1964, com o golpe militar e a instalação da ditadura, ocorreram fortes medidas de repressão à classe trabalhadora, com o Decreto nº 4.330, as intervenções atingiram sindicatos em todo o Brasil. Este decreto é conhecido como a lei antigreve, que impôs tantas regras para realizar uma greve que, na prática, elas ficaram proibidas. 53 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS 4.2 RELAÇÕES DE TRABALHO E OS PROCESSOS LEGAIS NO BRASIL Tópico 5149 Unid 2 Após o fim da ditadura militar, em 1985, e em meio às mudanças no cenário econômico, com a promulgação da Constituição de 1988, as conquistas dos trabalhadores foram restabelecidas; por exemplo, a Lei nº 7.783/89, que restabelecia o direito de greve e a livre associação sindical e profissional, a aposentadoria rural; Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); Benefício de Prestação Continuada (BPC); Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); bolsa escola e, ulteriormente, bolsa família, entre outros. 54 / 54 4 O TRABALHO NOS TEMPOS CONTEMPORÂNEOS 4.2 RELAÇÕES DE TRABALHO E OS PROCESSOS LEGAIS NO BRASIL Tópico 5150 Unid 2
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