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Resenha crítica - A grande mentira do planejamento estratégico

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM GESTÃO DE INVESTIMENTOS 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Nome do aluno (a) 
 
 
 
Trabalho da disciplina Visão Estratégica 
 Tutor: Prof. Eduardo de Moura 
 
 
 
 
Sorocaba 
2021
 
 
 
A GRANDE MENTIRA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
 
Referência: MARTIN, Roger L. A grande mentira do planejamento estratégico. 
Harvard Business Review. Janeiro – fevereiro de 2014. 
 
O artigo “A grande mentira do planejamento estratégico” serviu de base para a 
elaboração desta resenha crítica e teve por objetivo enfatizar a importância do 
planejamento estratégico bem elaborado, fugindo das opções seguras, que podem 
virar armadilhas para a estratégia da empresa, bem como os problemas encontrados 
durante a elaboração do planejamento estratégico. 
O autor deixa claro que uma estratégia só é boa quando causa medo do 
desconhecido, causa incerteza e faz com que o gestor ou equipe saia da zona de 
conforto. Reutilizar métodos que deram certo e se basear em projeções futuras 
causam sensação de conforto e de que tudo dará certo, mas isso não é estratégia, de 
acordo com o autor a verdadeira estratégia consiste em fazer apostas, fazer escolhas 
difíceis, estar desconfortável e apreensivo, não anular o risco, e sim aumentar as 
chances de sucesso. Cada gestor deve analisar os fatores que impactam sua 
organização, cada empresa deve construir seu próprio processo de formação de 
estratégias: 
A forma como as estratégias surgem e se implementam não é um 
processo idêntico em todas as organizações, resultando antes de uma 
conjugação de factores externos (características e condições do meio 
envolvente) e de condições internas (dimensão, capacidades 
materiais e humanas, organizacionais), que configuram cada situação 
particular. (Nicolau, 2001, p. 8). 
 
A visão que o autor nos passa sobre estratégia, passa longe de um estudo 
cuidadosamente elaborado, quase que perfeito, ele define a estratégia como um 
processo simples: o que é preciso para alcançar as metas e se é viável e realístico 
tentar, dessa forma é possível que as estratégias pensadas fiquem fora da zona de 
conforto. “O objetivo não é eliminar o risco, mas aumentar as chances de sucesso”. 
 
 
Aqueles que trabalham desenvolvendo estratégias e se mantém na zona de 
conforto correm o risco de cair em armadilhas, que segundo o autor são três: 
1) “Planejamento estratégico “: diferencia-se da estratégia pelo fato de o 
planejamento não ser explícito sobre o que e nem o porquê fazer, não questiona 
suposições, consiste-se em iniciativas ajustáveis aos recursos da organização, 
tendo como lógica dominante a viabilidade. Os planejamentos estabelecem metas 
a curto prazo, o que pode impedir que os gestores saiam da zona de conforto, já 
as estratégias são metas estabelecidas a longo prazo. 
2) “Pensamento baseado em custo”: este é um dos erros mais comuns cometidos 
pelas organizações, já que muitos planejam seus custos da mesma maneira que 
planejam as receitas. A empresa controla os custos, mas não consegue controlar 
as receitas, já que elas são totalmente dependentes dos clientes, ou seja, são 
determinadas pelo comportamento dos consumidores. O responsável pela 
estratégia tem como maior desafio manter o cliente, e por consequência, a receita. 
3) “Estruturas de estratégia auto-referenciais”: até mesmo gestores experientes 
podem cair nessa armadilha, considerada traiçoeira, caso se apoiem apenas nas 
evidências que podem ser controladas pela organização, pois essa visão restrita 
deixa a empresa vulnerável e propensa a cometer erros. Esses gestores são 
propensos a tomar decisões apenas quando o futuro parece suficientemente claro, 
porém essa atitude induz ao erro, já que tanto os clientes quanto o mercado são 
imprevisíveis. 
O autor oferece caminhos para evitar cair nessas armadilhas, o primeiro deles 
é manter a declaração de estratégia simples, isso se dará com a empresa focando 
suas estratégias nos tomadores de decisão das receitas, ou seja, em seus clientes. 
Para isso devem focar em dois pontos decisórios: onde agir (clientes que almeja 
alcançar) e como vencer (como criar uma ideia de valor que convença o cliente). 
Dessa forma a estratégia fica mais simples e dinâmica, evitando planos muito longos 
e que possam cair na zona de conforto. 
O segundo caminho é reconhecer que a estratégia não se trata de perfeição. 
Muitos gestores veem a estratégia como precisa e quase perfeita, porém, como visto 
 
 
anteriormente, isso não existe. A verdadeira estratégia é feita pensando nas principais 
chances de sucesso, sem, entretanto, anular as chances de fracasso. 
O terceiro caminho é tornar uma lógica explícita, para isso é necessário testar 
a lógica das escolhas estratégicas para melhorar suas taxas de sucesso. Isso se dará 
ao se fazer perguntas das mais óbvias às mais elaboradas e verificar se tudo faz 
sentido para a organização. Assim, os gestores podem analisar as respostas e 
relacioná-las aos passos seguintes da estratégia, dessa forma terão uma melhor 
percepção de se a estratégia está ou não dando os resultados almejados, podendo 
fazer ajustes caso necessário. 
O artigo nos mostra a importância de um planejamento estratégico realizado 
fora da zona de conforto, com desafios e enfrentando medo do desconhecido para 
elaborar estratégias efetivas que colaborem com o crescimento da organização. 
Vimos também que implementar uma estratégia é muito importante, como corrobora 
Alday (2000, p. 14) “Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são 
incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do 
estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia 
organizacional”. Ao melhorar sua estratégia, a organização constrói uma visão muito 
mais nítida do mercado, passa a ser mais competitiva, atendendo as necessidades de 
seus clientes e mantendo sua lucratividade. 
 
Referências Bibliográficas 
 
ALDAY, Hernan E. Contreras. O Planejamento Estratégico dentro do Conceito de 
Administração Estratégica. Rev. FAE, Curitiba, v.3, n.2, p.9-16, maio a agosto de 
2000. Disponível em: https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/505. Acesso 
em: 16 de março de 2021. 
 
NICOLAU, Isabel. O conceito de estratégia. Instituto para o Desenvolvimento da 
Gestão Empresarial. Lisboa, setembro de 2001. Disponível em: 
http://arquivos.eadadm.ufsc.br/somente-
leitura/EaDADM/UAB_2011_1/Modulo_9/Direcao_Estrategica/material_didatico/mate
rial_complementar/conceito_20estrategia%20(1).pdf. Acesso em 15 de março de 
2021.

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