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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Aluna: Juliana Cristina Ribeiro Matrícula: 17113110247 AD 1 – 2019/1 Direito Administrativo Coordenador da Disciplina: Prof. Dr. Marcus Wagner 1 - A empresa ao qual trabalho é uma sociedade de economia mista e está mudando seu plano de cargos e salários, ao qual numa dessas mudanças, sugere a mudança de cargos sem a necessidade prévia de concurso para a nova posição. Fiz concurso para técnico administrativo dessa entidade; posso “trocar” de cargo para um técnico de almoxarifado dessa mesma entidade sem fazer novo concurso para a nova função? Segundo Olivo (2010), Administração Pública é o conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa. Esta função administrativa é instrumento de realização direta e imediata dos direitos fundamentais, por meio do qual a Administração Pública executa as leis para prestar serviços à população ou para gerenciar a máquina administrativa. A função administrativa é realizada principalmente pelos órgãos do Poder Executivo, porém também há “secretarias” ou “mesas” encarregadas da função administrativa nos Poderes Legislativo e Judiciário. Esses órgãos integrantes dos Poderes e responsáveis pela função administrativa fazem parte da Administração direta ou centralizada, pois estão subordinados diretamente às pessoas jurídicas políticas (União, estados, municípios e Distrito Federal). Esses órgãos não possuem personalidade jurídica própria, o que significa que eles não têm um número de CNPJ (cadastro nacional de pessoas jurídicas). Os servidores públicos lotados na Administração direta são selecionados por meio de concurso público e possuem vínculo estatutário junto ao Estado, o que significa que não são contratados sob as regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), e sim de acordo com estatuto próprio, ou seja, ocupam cargos públicos criados por lei. Contudo, devemos saber que a função administrativa não é realizada somente de forma centralizada. As entidades políticas podem criar entes descentralizados, as chamadas entidades administrativas que objetivam desempenhar papéis nos mais variados setores da sociedade e a prestação de serviços à população. Essas entidades possuem personalidade jurídica própria (CNPJ), e, muitas vezes, recursos próprios, provenientes de atividades que geram receitas, e formam a Administração indireta ou descentralizada. No Brasil, os entes administrativos são as autarquias e fundações, em regra, os cargos públicos são ocupados por servidores estatutários, assim como na Administração direta, ressalvadas algumas exceções. Esses servidores também deverão se submeter a concurso público, como previsto na Constituição Federal. Ainda na administração indireta, temos as empresas públicas e sociedades de economia mista, que só podem ser criadas após autorização em lei. Uma sociedade de economia mista é uma empresa que resulta da união entre o Estado e entes privados, sendo configuradas como sociedades anônimas e tendo seus funcionários regidos normalmente pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). No Brasil, são exemplos de sociedades de economia mista a Petrobras, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste e a Eletrobrás. A partir da Constituição de 1988, através de seu Art. 37. II, baniu qualquer forma de provimento de cargo público, isolado ou de carreira, que não seja através de concurso público de provas ou de provas e títulos. Para o cargo isolado, o concurso público é exigido em qualquer hipótese, para o de carreira, o certame impõe-se para a classe inicial do cargo, enquanto que, para os níveis subsequentes em que ela se escalona, a investidura se dará por “promoção”. Inexistem, portanto, pós Constituição de 88, formas de investidura em cargo público antes admitidas – como a ascensão e a transferência, por exemplo, que possibilitavam o ingresso do servidor em carreiras diversas daquela para a qual havia prestado concurso. A inexigibilidade de concurso público para acesso ficou restrita, segundo a Constituição, aos cargos comissionados declarados de livre nomeação e exoneração. Neste contexto, faz-se a transcrição literal do artigo 37, inciso II da CF/88: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. O concurso é o meio técnico posto à disposição da Administração Pública para obter-se a moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço público, e, ao mesmo tempo, propiciar igual oportunidade a todos os interessados que atendam aos requisitos da lei, sendo assim, todos aqueles contratados sem a observância de tal regra devem ser considerados irregulares caso não estejam submetidos às hipóteses constitucionais de dispensa de concurso público. Portanto, analisando tal situação, podemos concluir que o servidor em questão não poderá trocar de cargo mesmo sendo dentro da mesma entidade. Pois sabemos que numa sociedade de economia mista seria inconstitucional a investidura num cargo público que não fosse por meio de concurso público, conforme artigo 37, inciso II da CF/88. REFERÊNCIAS ______. Constituição (1988). Disponível em: <http://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_12.07.2016/art_37_.asp>. Acesso em: 28 fev. 2019 MIRANDA, Arianne Castro de Araújo. Desobediência ao Artigo 37, inciso II da Constituição Federal. Portal JUS. 04 ago. 2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/30661/desobediencia-ao-artigo-37-inciso-ii-da-constituicao- federal>. Acesso em: 28 fev. 2019. OLIVO, Luiz Carlos Cancelier de. Direito administrativo. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010.
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