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TEMA 1 - A COMUNICAÇÃO E A A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Tema 1 
 
A Comunicação e a Importância da Língua Portuguesa
 
 OBJETIVO: 
· Refletir sobre a importância da comunicação.
· Criar estratégias de comunicação oral e escrita.
· Ler e interpretar textos.
· Reconhecer as várias possibilidades de leitura nos variados suportes de textos.
Tema 1: A Comunicação e a Importância da Língua Portuguesa
Como uma metáfora da condição humana, Leonardo Boff utiliza a águia e a galinha como figuras representativas da vida do ser humano. A galinha representa o ser arraigado, limitado; a águia é apresentada como a transcendência, o ilimitado. 
Com isso, Boff sugere a união entre esses dois elementos como meio ideal para a condição humana. A respeito desses símbolos, o referido autor salienta:
“Recusamo-nos a ser somente galinhas. Queremos ser também águias que ganham altura e que projetam visões para além ...”. 
Tomado pelo espirito de águia, proponho sairmos do chão para utilizar nossa capacidade ilimitada de conhecer, de descobrir novos horizontes. Agora é o momento de mais uma vez levantarmos voo e descobrirmos os elementos básicos da Comunicação e a Importância da Língua Portuguesa para o nosso sucesso pessoal e profissional.
Então, não percamos tempo. Vamos bater asas e decolar!
O que é Comunicação?
Comunicação é a área do conhecimento que cuida das interações entre os seres humanos por meio do compartilhamento de informações. A palavra é uma derivação do latim communicare, cujo significado é participar de algo, partilhar, tornar comum. É por meio da comunicação que é possível haver a compreensão entre os homens, sendo o ato de comunicar essencial para que exista vida em sociedade. Como o ser humano é um ser social, a comunicação é essencial para a vida humana.
De maneira geral, a comunicação existe desde o início dos tempos. Foi ela quem permitiu que se formassem os grupos, que eventualmente se integraram em forma de famílias e criaram sociedades. A comunicação é uma ferramenta responsável por transmitir conhecimento e desencadear desenvolvimento.
De certa forma, a comunicação é um artifício que permite ao homem evitar que os mesmos erros sejam cometidos repetidas vezes, que lhe dá a chance de reconstruir a história, registrar o presente e projetar um futuro melhor a partir das interações feitas no passado e no agora. A comunicação é capaz de humanizar o homem, de torná-lo “mais comunicativo” e, consequentemente, mais receptivo e compreensivo.
Tamanha é a importância da comunicação para o desenvolvimento humano que ainda na Antiguidade, o homem das cavernas encontrou meios de deixar mensagens através das hoje conhecidas pinturas rupestres. Na pré-história, essas figuras retratavam o cotidiano e guardaram informações importantes que ajudaram os contemporâneos a compreender um pouco do que caracterizava aquela sociedade. 
 
O ser humano é um sujeito psicossocial. Como sujeito psicossocial ele tem noção de que possui a propriedade de elaborar seu discurso, escolher suas palavras, mas também tem consciência de que está inserido em uma sociedade. Uma importante característica do sujeito é que ele só se configura na interação com o outro. No ato comunicativo, emissor e receptor têm um importante papel: o de interagirem e se constituírem como sujeitos nessa interação.
O sentido vai ser produzido nesse processo e serão levados em consideração fatores cognitivos e extralinguísticos. A língua, nesse sentido, passa a ser o lugar de interação, de produção de sentidos. O texto aqui não mais é tido como um produto acabado, e sim como parte desse processo interativo. Assim, um texto é sempre uma realidade INCOMPLETA. 
Quando nós conversamos ou lemos algum texto, entramos em um processo de construção de sentido. Nós nos propomos, nesse momento, a participar do “jogo da linguagem” e a interagir com um receptor. Nesse processo, mobilizamos bem mais do que o nosso conhecimento linguístico e o nosso conhecimento a respeito do momento da interlocução. Fazemos valer o nosso conhecimento prévio, o nosso conhecimento do mundo, mobilizamos conhecimentos acerca da sociedade, acerca da história. 
No entanto, para que possa haver boa interação comunicativa e os sentidos possam “brotar” durante esse “jogo”, é necessário que o nosso conhecimento de mundo seja semelhante ao do receptor de nossa mensagem. 
“COMO SE CONSEGUE INTERAGIR SOCIALMENTE ATRAVÉS DA LINGUAGEM?”
É necessário observar os seguintes fatores no ato comunicativo: 
S → SITUAÇÃO- Qual é a situação comunicativa?
P → PARTICIPANTES Quem são os participantes? 
E → FINS, PROPÓSITOS Qual é o propósito comunicativo?
A → SEQUÊNCIA DE ATOS Qual é a sequência de atos?
K → CÓDIGO Qual é o código? 
I → INSTRUMENTAIS Quais são os instrumentais?
N → NORMAS Quais as normas discursivas?
G → GÊNEROS Em que gênero textual?
Assim, a linguagem é marcada pela INTERATIVIDADE, bem como por uma característica de atividade SOCIAL. Se a linguagem é utilizada em um ambiente social, constituindo-se na relação entre interlocutores, é natural entendermos que a usamos com uma determinada finalidade. Nós nos munimos da linguagem com uma intenção. É justamente por isso que a linguagem ganha uma outra característica: a INTENCIONALIDADE.
Toda a preocupação, então, é no sentido de pensarmos em fazer o melhor uso da linguagem. Isto é, de buscarmos adequar os nossos enunciados aos nossos interlocutores, ao contexto em que se dá a situação comunicativa, ao gênero textual que utilizamos e às intenções que temos com aquele texto; lembrando que um texto sempre está vinculado a um sistema cultural e ideológico.
ATIVIDADE EM SALA DE AULA:
1- A partir das reflexões sobre o ato comunicativo, comente criticamente cada uma das ideias contidas nos textos abaixo:
A)
https://wordsofleisure.files.wordpress.com/2012/11/544702_446146368766739_1536824744_n.jpg
B)
C) 
Quando aceitamos que um texto tem uma intenção, um objetivo a atingir, atribuímos a ele uma característica de argumentação. Tal característica está ligada à intencionalidade. O Principio Cooperativo entre os interlocutores nos leva a enxergar a comunicação como um evento interativo. A existência da comunicação como um processo dinâmico implica que os participantes de tal evento aceitem fazer parte do “jogo da linguagem”, aceitem interagir, produzir sentidos, entrar em combate dialógico. E preciso se inserir, aceitar participar desse “jogo” para que o texto seja constituído durante o ato comunicativo.
D)
“ O enunciado está repleto dos ecos e lembranças de outros enunciados, aos quais está vinculado no interior de uma esfera comum da comunicação verbal (...) e deve ser considerado acima de tudo como uma resposta a enunciados anteriores dentro de uma dada esfera (...): refuta-os, confirma-os, completa-os, baseia-se neles, supõe-nos conhecidos e, de um modo ou de outro, conta com eles.”
 
E)
 O discurso, como efeito de sentido, só adquire existência entre interlocutores, numa determinada situação e num contexto social e histórico. Isso significa dizer, conforme Pêcheux (1997), que o texto, oral ou escrito, recebe seu sentido da formação discursiva na qual é produzido e que os indivíduos envolvidos na realização desse texto são interpelados em sujeitos de seu discurso pelas formações discursivas que representam, nesse texto, as formações ideológicas que lhes são correspondentes. Pêcheux (1997) ainda esclarece que as palavras, expressões, proposições, etc., mudam de sentido conforme as posições sustentadas por aqueles que as empregam.
F)
A linguagem é a maior criação da inteligência humana, pois é uma forma de acessar o mundo e o pensamento, tornando possível compreender e apreender as características dos fatos e objetos da realidade. Nós, seres humanos, somos, ao mesmo tempo, falantes e linguagem, considerando a linguagem uma criação humana, uma instituição sociocultural, que nos faz seres sociais e culturais. E, tendo a linguagem uma função social, ela é, antes de tudo, comunicação, expressão e compreensão. Essa função comunicativa está estreitamente combinada com o pensamento. A comunicação é uma espécie de função básica, porque permite a interação social e, ao mesmo tempo, organiza o pensamento, aguça a inteligência, aprimora a forma e o modo de viver no mundo.
G)
Dominar a modalidade escrita da língua, em seu padrão culto, é, sem dúvida, requisito fundamental para o sucesso da vida acadêmica e profissional, por isso tem sido essa atividade cada vez mais valorizada em diferentes áreas de atuação, representando meio de integração e ascensão social. É necessário planejar o texto e identificar “para que escrever”, “para quem escrever”, “o que escrever” e “de que modo escrever”.
2- Analise a situação comunicativa expressa na letra da música “ Sinal Fechado”, de Paulinho da Viola. Quem são os participantes da interlocução? Observe o nível de linguagem utilizado pelos interlocutores e faça um levantamento das marcas discursivas de oralidade. Teça alguns comentários sobre a comunicação nos tempos modernos. 
Sinal Fechado
Paulinho da Viola
Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu procuro você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...
A comunicação e seus elementos
Comunicar é mais do que falar e ouvir. É usar as palavras dentro de um contexto para que sejam compreendidas na exata proporção da intenção da mensagem; contudo, podem sofrer distorções provocadas por pensamentos que direcionam essa mensagem para um objetivo diferente do desejado pelo emissor.
Como envolve comportamento humano e interação social, nem sempre as mensagens comunicadas são percebidas da forma pretendida. Assim, os modelos comportamentais de comunicação concentram-se nos significados da comunicação e nas formas como esses significados são interpretados. Daí advém toda a complexidade do processo comunicacional: diferentes receptores dão valores diferentes aos signos linguísticos, de acordo com sua história de vida. Observe os gráficos:
Para analisar um modelo básico de Comunicação, é preciso considerar alguns fatores:
a)  Quem está comunicando e a quem – toda comunicação humana tem alguma fonte, uma pessoa ou um grupo de pessoas com um objetivo, uma razão para empenhar-se em codificar uma mensagem para comunicar-se, e um receptor que recebe, decodifica e compreende a mensagem. O processo de comunicação é dinâmico e bidirecional, fonte e receptor trocam de papéis durante o ato comunicativo.
b) A mensagem, o conteúdo da informação, informações relevantes ou irrelevantes, ideias, sentimentos, julgamentos. É a unidade básica da comunicação porque gera reações e comportamentos.
c) O código, a linguagem empregada, seja verbal ou não verbal.
d) O canal ou meio empregado para transmitir a mensagem, como a voz humana, uma mídia eletrônica ou impressa etc.
e) As características interpessoais do emissor e as relações interpessoais entre o emissor e o receptor (confiança, influência) - esses fatores psicossociais, externos à atividade física da comunicação, desempenham papel importante e podem funcionar como interferência na decodificação da mensagem.
f) Os ruídos são fatores que distorcem a qualidade da comunicação, reduzindo ou anulando sua efetividade. Podem ser físicos, psicológicos, sociais etc.
g) O contexto em que a comunicação ocorre, a situação comunicativa em que se organiza a mensagem. 
A comunicação humana é contingencial, submetida ao padrão de referência de cada pessoa, que funciona como um filtro constituído pelo sistema cognitivo (as diferentes formas pelas quais as pessoas aprendem) e pelo sistema emocional. Cada pessoa tem suas características próprias de personalidade que funcionam como padrão pessoal de referência para tudo que ocorre no ambiente e dentro do próprio indivíduo.
 
SISTEMATIZAÇÃO DE APRENDIZAGEM:
“Para que a mensagem possa afetar o destinatário, é necessário coerência entre a mensagem e o comportamento do destinador, credibilidade quanto ao valor das fontes e dos meios e compreensibilidade. ”
Crie um esquema gráfico que explique o processo comunicativo e suas complexidades.
Linguagem Verbal e (Não)Verbal 
	
	O ser humano utiliza diferentes tipos de linguagem, como a da música, da dança, da mímica, da pintura, da fotografia, da escultura etc. As várias linguagens podem ser classificadas em dois tipos: a linguagem verbal, modelo de todas as outras, e as linguagens não verbais.
	Quando utilizamos palavras para nos comunicar, seja através da fala ou da escrita, estamos fazendo uso da linguagem verbal. Esse tipo de linguagem está presente no nosso dia-a-dia, pois mediante a palavra falada ou a escrita, podemos transmitir as nossas ideias, nossos pensamentos.
	A linguagem verbal é fundamental na nossa vida. Mas é importante lembrar que ela não é a única linguagem de que dispomos. Nós, humanos, somos seres de muitas linguagens. Utilizamos os sons e produzimos músicas (linguagem musical); usamos os traços e as cores e produzimos imagens (linguagem visual); movimentamos nosso corpo e produzimos gestos, expressões faciais (linguagem corporal). Usamos essas linguagens, combinadas ou não, tanto em situações práticas do cotidiano, quanto em atividades artísticas.
Essas formas de linguagens são exemplos de linguagem não verbal porque não utilizam palavras para transmitir o que querem dizer. Usam-se outros tipos de códigos como: expressões fisionômicas, figuras, sons, gestos, desenhos e muitos outros. 
Observaremos nos exemplos abaixo:
(Permitido estacionar) (proibido fumar)
 
 (Semáforo: Atenção no trânsito) 
 (expressão de alegria)
Os símbolos acima nos mostram que conseguimos entender o que cada um quer dizer, sem precisar usar palavras. Apesar disso, temos uma linguagem, conseguimos compreender as mensagens a partir de imagens. 
Na semiótica, ciência que estuda os signos em geral, há uma classificação para os tipos de linguagem baseada no tipo de signo. Assim temos: ícone, índice e símbolo (linguagem não verbal) e signo linguístico (linguagem verbal). 
O ícone apresenta uma relação de semelhança entre o significado e o significante, caracteriza-se por ser não arbitrário. São exemplos: fotografias, estátuas, caricaturas, maquetes e etc.
O índice é um sinal natural, não convencional, e apresenta relação de proximidade entre o significado e o significante, como por exemplo, (fumaça) sinal que está pegando fogo em algum lugar, (nuvens escuras) sinal que vem chuva.
Símbolo é a relação convencional entre significado e significante, é semiarbitrário, ou seja, representa certos conceitos, ideias abstratas, a partir de objetos concretos que são estabelecidos por uma cultura, uma tradição e pela sociedade. Veja alguns exemplos: (a cruz) representa o cristianismo, (bandeira) a pátria, (balança) a justiça.
O signo linguístico, totalmente arbitrário, é a própria palavra. Para Saussure (1969) é união de um sentido, de um conceito mental (significado) e uma imagem
acústica (significante).
Na interação pessoal, tanto os elementos verbais como os não verbais são utilizados para um processo de comunicação competente. 
A linguagem mista é a mistura entre palavras e imagens, ou seja, entre a linguagem verbal e a não verbal. Este tipo de linguagem é muito frequente em histórias em quadrinhos, na TV, no cinema.
Aspectos semânticos
	Semântica é o estudo do significado das palavras. Ela pode ser:
· descritiva – estuda a significação dos termos linguísticos num momento dado de sua história;
· histórica – estuda a significação de uma palavra de geração em geração, através do tempo, e as mudanças que sofre nesse transcurso em todos os níveis.
Denotação e Conotação
Denotação a representação de objeto ou pensamento por meio de um sinal concreto. É o sentido real das palavras.
Conotação é o emprego das palavras em sentido figurado ou conotativo, que extrapola o significado puramente referencial, embora conservando, de forma implícita, algumas relações de sentido.
Exemplos:
	DENOTAÇÃO
	CONOTAÇÃO
	Já coloquei a bagagem no carro.
Crianças gostam de doces.
Senti o coração acelerado.
	Ele demonstrou possuir vasta bagagem cultural
Maria tem um sorriso doce.
Hoje penetraremos no coração da selva.
Na linguagem figurada, a palavra carrega forte carga emocional, daí a diversidade de significações. Os novos significados que lhe são atribuídos apresentam natureza afetiva, isto é, subjetiva.
Se fosse solicitada a várias pessoas uma lista de palavras que lhes parecessem ásperas, suaves, fúnebres ou vermelhas, certamente não se obteria concordância. Contudo, há consenso geral a respeito de algumas palavras consideradas solenes (face), neutras (rosto), vulgares (cara), assim como as que são dotadas de sentido mais geral ou mais especifico, como, por exemplo, doutor e médico, ave e pássaro, casa e lar.
Há palavras que carregam sentido pejorativo, como sogra, madrasta, rapariga, coitado e outras.
Às vezes, a simples colocação das palavras na frase acarreta alteração de sentido como, por exemplo, pobre menina e menina pobre, velho amigo e amigo velho, relógio certo e certo relógio.
O emprego da linguagem figurada é um dos recursos que concorrem para a valorização do texto, conferindo-lhe harmonia, beleza e originalidade.
Embora o nível coloquial faça amplo uso da linguagem figurada, é na literatura que ela aparece como marca de estilo, fruto de sensibilidade e da imaginação do autor.
Elementos de semântica
Sinônimo é todo termo que equivale à ideia de outro. Dificilmente teremos sinônimos perfeitos (ninguém falaria, por exemplo: “O óbito do gato se deu por atropelamento”, pois óbito é sinônimo de morte em linguagem mais técnica, referindo-se sempre a seres humanos). Poderíamos também falar em sinônimos “circunstanciais”, que são adequados em determinado contexto (por exemplo: “Fernando Henrique Cardoso desembarcou hoje em Brasília. No Palácio do Planalto, o presidente deu entrevista coletiva” - no contexto, há sinonímia)
Antônimo é todo termo com significado oposto a outro. Da mesma forma que o sinônimo, é difícil termos um antônimo perfeito.
Hiperônimo é termo que abarca o significado de vários outros; trata-se de termo genérico em relação aos seus hipônimos (termos específicos). A palavra “veículo”, por exemplo, é hiperônimo de seus hipônimos “carro”, “charrete”, “trem”, “moto” etc..
Homônimos são termos de mesma sequência sonora, com significados diferentes. Subdividem-se em:
· homófonos/ heterográficos - censo/senso, cinto/sinto, coser/cozer;
· heterófonos/homógrafos - colher (verbo)/colher (substantivo).
· homófonos/homógrafos - ou seja, uma mesma sequência de sons e letras dá margem a mais de um significado (fenômeno conhecido como polissemia) - manga (fruta, parte da roupa), pena (da ave, dó, punição)
Parônimos são palavras de grafia próxima, com significados diferentes, como tráfico (comércio ilegal)/tráfego (trânsito).
Nível de Linguagem
Vamos refletir sobre os níveis de linguagem?
Para isso, leia o texto abaixo:
TEXTO
A História de Chapeuzinho Vermelho contada pelos meios de comunicação
 
Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse verdade, como ela seria contada na imprensa no Brasil? Vejamos uma brincadeira feita com  as diferentes maneiras de contar a mesma história.
Jornal Nacional
(William Bonner): "Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem..."
(Fátima Bernardes): "...mas a atuação de um caçador evitou a tragédia."
Programa da Hebe
"...que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"
Cidade Alerta
(Datena): "...onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!"
Superpop
(Luciana Gimenez): "Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos há mais de um ano. Abafa o caso"
Globo Repórter
(Chamada do programa): "Tara? Fetiche? Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente? O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta. E uma revelação: casos semelhantes acontecem dentro dos próprios lares das vítimas, que silenciam por medo. Hoje, no Globo Repórter."
Discovery Channel
Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.
Revista Veja
Lula sabia das intenções do Lobo.
Revista Cláudia
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
Revista Isto É
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
Revista Playboy
(Ensaio fotográfico do mês seguinte): "Veja o que só o lobo viu".
Revista Caras
(Ensaio fotográfico com a Chapeuzinho na semana seguinte): Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor pra muitas coisas na vida. Hoje, sou outra pessoa."
Revista Superinteressante
Lobo Mau: mito ou verdade?
Revista Tititi
Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico em jantar no Rio.
Folha de São Paulo
Legenda da foto: "Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador". Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.
O Estado de São Paulo
Lobo que devorou menina seria filiado ao PT.
O Globo
Petrobrás apoia ONG do lenhador ligado ao PT, que matou um lobo para salvar menor de idade carente.
Extra
Promoção do mês: junte 20 selos mais 19,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!
O Povo
Sangue e tragédia na casa da vovó.
Sinceramente não sei dizer quem escreveu essa brincadeira com as formas de se transmitir uma mesma notícia, porém devemos ver o fundo de verdade por trás da paródia, esse sim é sério e pode trazer consequências inimagináveis no consciente coletivo. 
Podemos considerar o sensacionalismo como sendo a forma mais antiga de aumentar as vendas e os lucros nos veículos de comunicação. Ele implica diretamente na linha editorial aplicada pelo meio e irá aumentar a audiência ou a venda dos periódicos e revistas. 
Portanto cada emissora de TV, revistas, jornais e até mesmo nas rádios, uma notícia nunca será transmitida da mesma forma. Em alguns veículos  será superdimensionada, em outros nos fará lembrar de episódios parecidos, mas isenção de opinião ela nunca terá. Digo isso porque um dos critérios do jornalismo "deveria" ser o de isenção ao transmitir os fatos. Coloquei a palavra entre aspas, porque é impossível se transmitir um fato sem que nossa opinião esteja implícita, imparcialidade é um dos muitos mitos que já caíram em desuso no jornalismo. 
As pessoas já se conscientizaram que todos os meios de comunicação são empresas comerciais que precisam gerar
lucros para se manter no mercado. Agora, a maneira como farão para a obtenção de capital é que esbarrará no problema com a ética profissional. As pessoas recorrem aos veículos em busca de todo tipo de informações, além de entretenimento. A ética dentro de qualquer profissão é muito importante e na comunicação além de tudo é um desafio e  uma responsabilidade social de todo jornalista e o veículo que ele trabalha  para com a sociedade. 
Podemos e devemos avaliar a qualidade da comunicação, pois a informação pode ser deturpada, omitida ou realmente exercer sua função de informar, seu objetivo principal. No contexto do capitalismo, que dita às regras de nossa economia, tudo passa a ter valor mercadológico, incluindo as notícias. 
Porém para tudo existe um limite aceitável, vale ressaltar o cuidado com que devam ser tratadas as informações e os leitores, dentro de uma conduta de ética profissional, oferecendo a eles boa qualidade de informação e não apenas satisfazendo sua necessidade de consumo.
(Márcia Canêdo)
Atividade em Grupo: 
Faça um filme registrando diferentes situações comunicativas. Analise as situações comunicativas filmadas, comentado criticamente a adequação ou não do nível de linguagem escolhido para cada situação. Apresente o trabalho em sala de aula. 
A importância da Língua no mundo social e cultural
A vida das pessoas está intimamente associada ao processo de comunicação e aprimoramento da capacidade comunicativa que acompanha a própria evolução humana. À medida que amplia seu relacionamento com o mundo, o ser humano aperfeiçoa e multiplica a sua capacidade de comunicação, envolvendo palavras, sons e imagens. Textos verbais e não verbais interagem e contribuem para a representação oral e escrita das sociedades.
A língua é um código desenvolvido para a transmissão de pensamentos, ideias e interação entre os indivíduos. Dessa forma, a língua pertence a todos os membros de uma comunidade e a nenhum deles isoladamente. Assim, como a língua é um código aceito, convencionalmente, por toda uma comunidade, um único indivíduo não é capaz de criá-la ou modificá-la. Em razão dos costumes, das gerações, de processos políticos, dos avanços sociais e tecnológicos, uma língua evolui, transformando-se historicamente. Por exemplo, algumas palavras perdem ou ganham fonemas, outras deixam de ser utilizadas, novas palavras surgem, de acordo com as necessidades, sem contar os “empréstimos” de outras línguas com as quais uma dada comunidade mantém contato.
Então, a língua constitui, pois, um código mutável que integra as relações humanas e que, ao mesmo tempo em que sofre modificações, participa das mudanças nas sociedades. Esse patrimônio social é responsável pela possibilidade de se preservar o conhecimento e de transmiti-lo a outras gerações no correr do tempo. É por meio da linguagem que as sociedades perpetuam suas histórias escritas. Sem a linguagem o mundo seria um imenso vazio.
Observa-se, também, uma estreita relação entre linguagem e cultura. Uma é expressão da outra. Essas duas entidades possuem uma relação tão ampla e complexa, que abrange desde a consideração de que as estruturas linguísticas possam se edificar, a partir de uma situação cultural, até a afirmação, em sentido contrário, de que os costumes linguísticos, de determinados grupos, tenham moldado, fundamentalmente, a cultura desses povos. Ou seja, a linguagem modifica a cultura e esta modifica aquela.
No entanto, sendo o ser humano portador da linguagem, ele não é dela possuidor, apenas usuário. E, no uso, modifica a língua, mas não a detém para si como algo seu. Isso acontece porque a língua é um sistema social e não um sistema individual. Ela preexiste às pessoas. Não se pode, em qualquer sentido simples, ser autor. Falar uma língua não significa apenas expressar os pensamentos mais interiores e originais, significa, também, ativar a imensa gama de significados que já estão embutidos no sistema cultural de dada comunidade, sociedade.
Essa relação intrínseca entre língua, cultura, sociedade, constitui arranjo fundamental nas atividades cotidianas de nossas vidas. Dessa forma, as mudanças ocorrem, tanto na cultura quanto na língua, seja por eliminação, acréscimo ou modificação de elementos. Não é uma coisa voluntária, acontece sem que se perceba, de forma ininterrupta. Assim, as pessoas reestruturam aspectos linguísticos e valores morais, por exemplo, muitas vezes, sem perceber. Mas, para tristeza de muitos, ninguém, isoladamente, modifica uma língua. Ela pertence ao conjunto de falantes e responde por seus comportamentos sociais, culturais, morais, éticos.
Compreende-se, então, que a linguagem é constituída de três formas: a) representação, “espelho” do mundo e do pensamento; b) instrumento “ferramenta” de comunicação; c) forma “lugar” de ação ou interação entre falantes. Ou seja, a principal concepção do ser humano (ser falante) representa para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar/refletir seu pensamento e seu conhecimento de mundo.
Finalmente, naquilo que diz respeito à sua essência, línguas são fenômenos inerentes ao ser humano e semelhantes a ele próprio: sistemáticos, porém complexos, arbitrários, irregulares, mostrando um acentuado grau de tolerância a variações, repletos de ambiguidades, em constante evolução aleatória e incontrolável. Por isso a linguagem é espelho fidedigno das pessoas. É como diz Fernão de Oliveira (1536), “cada um fala como quem é”.
Atividade:
Pesquise os “estrangeirismos” da nossa língua. O Estrangeirismo consiste no uso “emprestado” de uma palavra, expressão ou construção frasal estrangeira, em substituição de um termo na língua nativa. Reflita sobre o uso exagerado (ou não) do estrangeirismo pelos usuários e sobre as suas motivações. 
Vamos Refletir sobre o valor das palavras?
Leia os textos abaixo com atenção:
TEXTO 1
Marcamos nossa presença, nossas ideias, nossos sentimentos e emoções com as palavras que expressamos. São as palavras ditas e as não ditas. A qualidade da nossa comunicação está na maneira como essas palavras saem não da nossa boca, mas do coração. Essa é a fundamental diferença que presenciamos na condução de um relacionamento.
Preste atenção nas pessoas com quem você se relaciona. Veja que algumas, ao se expressar, olham nos seus olhos, perceba o que eles estão dizendo com essa ação. Muitos de nós temos essa capacidade de falar através apenas do olhar. As frases são mais fortes e consistentes. Autênticas.
É como andar de bicicleta, no início muitos tombos e arranhões, mas com a prática, treino e perseverança vamos aprendendo. Podemos ir a lugares fantásticos, realizar manobras mais arriscadas e com o domínio das técnicas, ao pressentirmos um tombo, saber como e onde cair.
Então para que você saiba que nem tudo é preciso dizer veja o que você pode usar para que sua palavra seja mais do que um amontoado de sons:
- Use o poder do olhar. Olhe diretamente nos olhos da outra pessoa. Afinal os olhos são o espelho da alma.
- Use a postura adequada à situação. Corpo ereto e cabeça erguida transmitem confiança. Corpo curvado olhar para o chão podem transmitir insegurança e problemas.
- Reforce com gestos da sua mão. Tome cuidado ao realizar gestos que não são coerentes com as palavras expressadas.
- Se for possível e adequado toque na outra pessoa. Cuidado: veja bem onde tocar. Permita que ela toque você. Um aperto de mão, um abraço podem ser o melhor referencial para sua expressão e muitas vezes podem substituir a sua fala.
- Explore sua voz. Use as nuances que ela pode trazer. Fale mais alto e mais baixo. Evite aquela voz monocórdia, “de travesseiro”. Dê ênfase na silabas de acordo com a emoção e sentimento que deseja expressar. Dê vida a sua voz.
 
PALAVRAS SÃO PALAVRAS
Depois de tudo isso você vai verificar, com o devido tempo e aprendizado, que PALAVRAS SÃO PALAVRAS... MUITO MAIS QUE PALAVRAS.
TEXTO 2
A PALAVRA
A palavra é muito mais
Que um som articulado
Que um meio de comunicação
Que uma dicção
Um conjunto de letras
e fonemas
... Um termo vocábulo...
A palavra é acima de tudo
Um veículo que transporta
Toneladas de expressões
Uma infinidade de linguagem
Milhares de significados intrínsecos...
Porque é através da palavra
Que manifestamos ideias
Revelamos emoções
Damos vazão à fúria
... Asas às fantasias
Declaramos o amor
Esvaímos o ódio...
A palavra...
Tem o poder fulminante de um raio
Porque destrói corações
Assola objetivos
Interrompe sonhos
Desvia pensamentos
A palavra...
Convence multidões;
Abre caminhos;
Fecha portas;
Acalenta a alma;
Suaviza o espírito;
Silencia vozes...
A palavra...
Poder ser bonita;
Muito feia;
De baixo calão;
De amor;
De carinho;
De aversão;
Grande, pequena...
Dura ou alegre
Pode arrancar sorrisos;
Proporcionar contentamento;
Despertar a raiva;
Derramar lágrimas...
A palavra...
É a conexão com o coração
Porque revela sentimentos,
Dá vazão à dor...
Uma linha direta com a mente
Porque expressa opiniões,
Idéias brilhantes,
... Projetos luminosos...
A palavra desperta a fúria;
A revolta;
Os impulsos primitivos...
Mas apensar de tanto poder
A palavra não supera o silêncio
Que fala mais do que um milhão de palavras.
Nildo Lage
TEXTO 3
RECEITA PARA LAVAR PALAVRA SUJA
Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.
Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas
soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura, que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras. 
Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie
pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra LIMPA é uma palavra possível.
Viviane Mosé
 Atividades:
1- Reflita sobre a importância das palavras e sobre o uso que fazemos delas. 
2- Escolha uma palavra importante para você e lave essa palavra. Lave-a da seguinte forma: Pesquise a formação dessa palavra, o seu significado conforme o dicionário e as mudanças que sofreu ao longo dos tempos, investigue os diversos usos dessa palavra, nas diversas situações comunicativas e contextos em que aparece.
3- Palavras são uma forma de investimento. Faça um “cofre de palavras”. Escolha uma palavra nova por semana e guarde em seu cofre. Ao final de um mês, você terá ampliado bastante o seu vocabulário.
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