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Alimento geneticamente modificado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Samara Silva
Mamão geneticamente modificado para resistir ao vírus Potyvirus.
Alimentos geneticamente modificados, alimentos transgênicos (português brasileiro) ou alimentos transgénicos (português europeu) (AGM) são alimentos produzidos com base em organismos que, através das técnicas da engenharia genética, sofreram alterações específicas no DNA. Essa técnica tem permitido a introdução de culturas agrícolas de traços diferenciados, assim como um controle sobre a estrutura genética bastante superior em relação ao que proporciona a mutação artificial e a seleção artificial.[1]
Os AGM surgiram como uma promessa de resolver o desafio da fome no mundo, de baratear os custos de produção, de reduzir o uso de agrotóxicos e de oferecer produtos de qualidade superior, ao mesmo tempo potencialmente mais nutritivos e mais resistentes a pragas. No entanto, as alegadas vantagens, se em alguns casos se mostraram reais, em outros não atenderam às expectativas ou trouxeram resultados negativos imprevistos. Ao mesmo tempo, uma série de estudos independentes tem alertado que a facilidade com que as instâncias governamentais de alguns países como o Brasil e os Estados Unidos, dois dos maiores cultivadores mundiais de AGM, têm liberado esses produtos para consumo, é fruto do lobby político e econômico e não condiz com os critérios científicos de biossegurança. Outros estudos têm apontado uma série de problemas para o ser humano e para o meio ambiente que podem derivar do cultivo e consumo dos AGM, como reações alérgicas, intoxicações, formação de tumores, declínio da biodiversidade, contaminação genética e vários outros.
Essa tecnologia é muito recente, o conhecimento científico sobre seus riscos ainda é fragmentário e insuficiente, e os estudos que negam efeitos daninhos em geral são produzidos pelas próprias companhias de biotecnologia num contexto de conflito de interesses, ou são de curto prazo, produzindo resultados pouco confiáveis ou de valor bastante limitado. Vários organismos nacionais e internacionais apresentam os AGM como portadores de um risco à saúde não significativamente diferente dos cultivos tradicionais, mas eles têm sido contestados amplamente, outros organismos equivalentes recomendaram mais cautela e mais pesquisas ou impuseram restrições, a polêmica em torno do assunto permanece grande e ainda restam muitas dúvidas não respondidas.
Em 1946, os cientistas descobriram pela primeira vez que o DNA pode ser transferido entre organismos.[2] No princípio da década de 1990, a quimosina recombinante foi aprovada para uso em diversos países, substituindo o coalho na fabricação de queijo.[3] Em 1994, o tomate transgênico Flavr Savr foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) para comercialização nos EUA. A modificação proporcionou um retardo na maturação do tomate após o seu colhimento.[4] A venda dos alimentos geneticamente modificados começou em 1994, quando a empresa Calgene (hoje posse da Monsanto) comercializou pela primeira vez seu Flavr Savr.[4] Nos Estados Unidos, durante o ano de 1995, as seguintes culturas transgênicas receberam aprovação para serem comercializadas: canola com a composição do óleo modificada (Calgene), Bacillus thuringiensis (Bt), milho (Ciba-Geigy), algodão resistente ao herbicida Bromoxynil (Calgene), algodão Bt (Monsanto), batata Bt (Monsanto), soja resistente ao herbicida glifosato (Monsanto), abóbora resistente a vírus (Monsanto-Asgrow).[4]
Em 2000, com a criação do Arroz-dourado, os cientistas, pela primeira vez, obtiveram êxito em modificar geneticamente um alimento com a finalidade aumentar seu valor nutritivo. Em 2011, os EUA lideraram uma lista, com diversos países, na produção de culturas geneticamente modificadas, e 25 culturas geneticamente modificadas receberam aprovação para cultivação comercial.[5] Em 2013, cerca de 85% do milho, 91% da soja e 88% do algodão produzidos nos Estados Unidos eram geneticamente modificados.[6] Até hoje, a maioria das modificações genéticas nos alimentos tem priorizado as culturas mais lucrativas e que estão em alta demanda por parte dos agriculturas, tais como soja, milho, canola e óleo de algodão. Essas culturas tem sido projetadas para resistirem a agente patogénicos e herbicida e para apresentar melhores perfis nutricionais. Modificações genéticas aplicadas à pecuária também tem sido desenvolvida, embora, até novembro de 2013, nenhum produto estivesse disponível no mercado.[7]
Métodos
Há várias maneiras de realizar a manipulação genética. A biolística insere diretamente genes escolhidos em uma célula através de uma "pistola de DNA", que projeta microesferas de metais cobertas por frações de DNA, o qual vai ser incorporado ao material genético da célula-alvo.[8] A eletroporação aplica um campo eléctrico nas células, de modo a aumentar a permeabilidade da membrana celular, permitindo que produtos químicos, medicamentos ou DNA possam ser introduzidos.[9] A microinjeção insere genes nas células através de uma agulha.[10] As agrobactérias são parasitas de plantas que possuem a capacidade de transferir naturalmente seus genes para as plantas parasitadas, num processo conhecido como transferência horizontal de genes; elas são modificadas para receber genes escolhidos, e os transferem para as células-alvo.[11] O sistema CRISPR/Cas usa fragmentos de RNA com capacidade de editar a sequência do DNA e introduzir alterações.[12] Já o sistema TALEN usa proteínas que possuem capacidade de reconhecer nucleotídeos específicos e permitem a alteração específica de praticamente qualquer gene em uma ampla variedade de tipos de células e organismos.
Outras objeções
Tem sido reconhecido que o uso de transgênicos possibilitou uma revolução agrícola, e sem dúvida movimentam um mercado multibilionário, mas se os alegados benefícios superam os riscos e desvantagens que têm sido apontados ainda é incerto. De acordo com um relatório do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, as técnicas de transgenia têm progredido muito mais rápido do que a capacidade dos cientistas entenderem "suas próprias estruturas, meandros de funcionamento e implicações. O mesmo se diz em relação às condições de se identificar, prever e avaliar seus potenciais impactos".[76] Também apontou as ameaças à segurança e à soberania alimentar representadas pelo controle dos cultivos por empresas estrangeiras.[84] Têm crescido o número de estudos que apontam variados e concretos efeitos negativos dos alimentos modificados e seus métodos produtivos sobre a saúde ou o meio ambiente, e a controvérsia tem sido grande. Os opositores dos AGM citam questões de segurança, preocupações ambientais, aumento de intoxicações, reações alérgicas e outras doenças nos consumidores, como câncer e esterilidade, aumento na resistência a antibióticos, danos à biodiversidade, necessidade de maior uso de agrotóxicos, risco de surgimento de superpragas resistentes a todos os pesticidas, prejuízo aos pequenos produtores, e problemas econômicos, sociais e culturais.[86] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[87] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[88] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[80] Os verdadeiros efeitos de tais alimentos sobre a saúde dos consumidores provavelmente só serão conhecidos daqui a muitos anos,[89] e segundo Costa et al., "o maior problema na análise de risco de OGM é que seus efeitos não podem ser previstos na sua totalidade".[
Efeitossobre a saúde e o ambiente
Ameixa transgênica.
Ao contrário do que diz a propaganda das empresas de biotecnologia, estudos recentes apontam que os custos de produção não são menores, que o uso de agrotóxicos não é menor, muitas vezes sendo maior, e que na maioria dos casos a produtividade não é maior do que no uso de sementes tradicionais, podendo ser até menor. Também foi apontado que algumas substâncias tóxicas penetram na corrente sanguínea dos consumidores, ao contrário da alegação das empresas de que elas são destruídas no estômago. Quase todos os países da Europa, bem como o Japão, têm imposto restrições aos produtos transgênicos.[91] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[92] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[93] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[94] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[80] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[76] A FAO ultimamente tem recomendado cautela na liberação de alimentos geneticamente modificados, e não recomenda sua liberação sem estudos de impacto ambiental. José Tubino, representante da organização no Brasil, salientou que o problema da fome no mundo não se deve à escassez de alimentos, pois eles existem em quantidade suficiente, e sim à sua má distribuição, o que está ligado diretamente às desigualdades sociais.[95]
No Brasil, um dos países que mais cultivam transgênicos, eles foram um dos principais responsáveis por colocarem o país no primeiro lugar do ranking mundial de uso de agrotóxicos, que são causa comprovada de múltiplos problemas humanos e ambientais.[96] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[97] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[98] Já foram relatados muitos casos de desenvolvimento de resistência em pragas que deviam ser eliminadas pelas plantas transgênicas. Como resultado, o produtor fica obrigado a aumentar as doses de venenos.[99] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[80] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[100] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[101] Como o uso de poucos tipos de sementes modificadas elimina a variedade genética dos cultivos tradicionais, as plantações transgênicas ficam mais vulneráveis a superpragas.[102] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[103]
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional alertou para o surgimento de doenças ligadas ao consumo de AGM, entre elas aumento de alergias e da resistência a antibióticos.[104] Testes em animais realizados na Itália, França, Canadá e Estados Unidos têm apontado que as cobaias desenvolveram tumores, alergias, esterilidade, malformações fetais e alterações no sistema imunológico, além de terem uma taxa de mortalidade mais elevada, entre outros problemas.[91] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[105] Estudos de longo prazo sobre a saúde e o ambiente e sobre efeitos crônicos são poucos, os testes de toxicidade em geral não são obrigatórios, e estudos de grande escala sobre os potenciais efeitos na população (estudos epidemiológicos) são virtualmente inexistentes. Muitos autores consideram essencial a realização de mais estudos para que se possa comprovar os danos relatados ou refutá-los definitivamente, ou para averiguar se os danos, mesmo se reais, são ou não significativos em termos estatísticos.[53] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[50] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[21] HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado" HYPERLINK "https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento_geneticamente_modificado"[106]

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