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Aula 28 - Arrependimento Posterior II

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Arrependimento Posterior II
DIREITO PENAL
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ARREPENDIMENTO POSTERIOR II
Outros casos de reparação
Peculato culposo (art. 312, §3º): Neste caso, a reparação do dano ou 
restituição da coisa até a sentença transitado em julgado, é causa de extin-
ção da punibilidade do fato e após o trânsito, haverá redução de pena pela 
metade.
Juizados especiais criminais: Prevê o artigo 74, parágrafo único da Lei 
n. 9.099/1995 que a composição civil de danos entre a vítima e o infrator, nos 
crimes de ação penal privada e pública condicionada à representação, é causa 
de extinção da punibilidade do fato.
Apropriação indébita previdenciária, art. 168-A, § 2º: É extinta a punibili-
dade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento 
das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da 
ação fiscal.
Código penal – Art. 168-A, § 3º: É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena 
ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, 
desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida 
a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 4º. A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de 
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior 
àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuiza-
mento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)
Cheque sem fundos: a emissão de cheque sem fundos, ou a frustração de 
pagamento de cheque anteriormente emitido, configura crime de estelionato.
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Súmula 554-STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, 
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR AO CRIME DE 
MOEDA FALSA
Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda 
falsa. No crime de moeda falsa – cuja consumação se dá com a falsificação 
da moeda, sendo irrelevante eventual dano patrimonial imposto a terceiros –, a 
vítima é a coletividade como um todo, e o bem jurídico tutelado é a fé pública, 
que não é passível de reparação. Desse modo, os crimes contra a fé pública, 
semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, são incompatíveis 
com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de 
haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. REsp 
1.242.294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. 
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/11/2014, DJe 3/2/2015.
EXERCÍCIOS
Direto do concurso
1. (2016/CESPE/TCE-PR/Auditor) Assinale a opção correta a respeito dos 
institutos da desistência voluntária, do arrependimento eficaz e do 
arrependimento posterior.
a. A voluntariedade e a espontaneidade da interrupção da execução do crime 
são requisitos caracterizadores fundamentais das hipóteses de desistên-
cia voluntária.
b. Conforme previsto no CP, a consequência penal do arrependimento eficaz 
é a mesma do arrependimento posterior.
c. Caso a restituição da coisa ou a reparação do dano se dê até o recebimen-
to da denúncia, configurar-se-á o arrependimento posterior. Caso se dê 
após o recebimento da denúncia e até a sentença, a restituição ou repara-
ção será considerada circunstância atenuante. 
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d. No arrependimento posterior, o agente pratica todos os atos executórios,
e, arrependido, assume nova conduta, visando impedir que o resultado
inicialmente almejado se concretize.
e. De acordo com o artigo pertinente do CP, a restituição da coisa, quando
cabível e desde que feita até o recebimento da denúncia, é condição indis-
pensável para a redução da pena em razão do arrependimento posterior,
mas a recusa do ofendido em receber a coisa de volta inviabilizará a refe-
rida causa de diminuição da pena.
Comentário
• A vítima aceitando ou não receber a coisa de volta, existirá o arrependimento 
posterior.
2. (2017/CESPE/DPE-AC/Defensor Público) Com referência ao arrependimento 
posterior, assinale a opção correta.
a. O arrependimento posterior é causa obrigatória de diminuição de pena, 
admitindo-se a reparação do dano ou a restituição da coisa até o trânsito 
em julgado da ação penal.
b. O autor da infração, ao arrepender-se, deverá, para que sua pena seja 
reduzida, reparar voluntariamente danos ou restituir a coisa subtraída, até
o recebimento da queixa ou da denúncia.
c. O arrependimento posterior incide exclusivamente nos crimes contra o pa-
trimônio e impõe a restituição espontânea e integral da coisa até o recebi-
mento da denúncia ou da queixa.
d. Intervenção de terceiros na reparação do dano ou na restituição da coisa, 
desde que ocorra antes do julgamento, não afastará o reconhecimento de 
arrependimento posterior.
e. Para que sua pena seja reduzida, o agente deverá, espontaneamente, 
logo após a consumação do crime, minorar as consequências dele e, até 
a data do julgamento, reparar danos. 
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Comentário
• Deve-se pensar como ocorreu a intervenção de terceiros na reparação
do dano ou na restituição da coisa: se o agente não fez essa reparação
voluntariamente, não há arrependimento.
3. (2015/CESPE/TCE-RN/Assessor Técnico Jurídico – Cargo 2) Acerca da 
aplicação da lei penal, dos princípios de direito penal e do arrependimento 
posterior, julgue o item a seguir:
Situação hipotética: André, que tinha praticado crime de roubo e subtraído, 
na ocasião, R$ 1.000 de Bruno, restituiu voluntariamente o referido valor a 
este antes do recebimento da denúncia. Assertiva: Nessa situação, a restitui-
ção do dinheiro subtraído configura arrependimento posterior, o que incorre 
no reconhecimento de causa de diminuição de pena.
Comentário
• No crime de roubo, há violência e grave ameaça. 
4. (2015/CESPE/AGU/Advogado da União) João, empregado de uma empresa 
terceirizada que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública 
direta, subtraiu aparelho celular de propriedade de José, servidor público que
 trabalha nesse órgão.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte:
Se devolver voluntariamente o celular antes do recebimento de eventual de-
núncia pelo crime, João poderá ser beneficiado com redução de pena justifi-
cada por arrependimento posterior.
Comentário
• A questão poderá ser analisada verificando se há nela o conceito ou os 
requisitos do arrependimento posterior. 
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GABARITO
1. c
2. b
3. E
4. C
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França.
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