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1 Prof. MSc. Manuel Fernando Santos CONCRETO I 2 1 - Características do Aço CA -24 Tipos CA - 50 → fabricado à quente CA – 60 → fabricado por trefilarão CP – 190 RB Deve-se ter conhecimento, que aço e ferro são coisas distintas. A principal diferença entre eles é o teor de carbono, em que o aço possui um teor inferior a 2,04% e o ferro, entre 2,04% e 6,7%. Como as barras e fios destinados a armaduras para concreto armado possuem , teor de carbono entre 0,08% e 0,50%, a denominação técnica correta é aço, embora usualmente se utilize o termo ferro. ( NBR 7480/2007. A resistência característica de escoamento do aço à tração de denominada de fyk , 3 A resistência característica de escoamento do aço à tração de denominada de fyk , é a máxima tensão que a barra ou o fio devem suportar, pois a partir dela. o aço passa a sofrer deformações permanentes, ou seja, até este valor de tensão, ao se interromper o ensaio de tração de uma amostra; esta voltará a seu tamanho inicial, não apresentando nenhum tipo- de deformação permanente; este é o caso dos aços que apresentam patamar de escoamento definido (CA25 e CASO). O aço CA60 não tem patamar definido, e o valor de fyk , é o da tensão correspondente a uma deformação específica permanente de 0,002 (0,2% ou 2%o). 4 É a força máxima suportada pelo material, e com a qual ele se rompe, ou seja, é o ponto máximo de resistência da barra, sendo seu valor obtido pela leitura direta na máquina de tração. 1.1 - Limite de resistência ( fstk ) A tensão máxima é determinada pela relação entre a força de ruptura e a área da seção transversal inicial da amostra. É o aumento do comprimento do corpo de prova correspondente à ruptura, expresso em porcentagem por: 1.2 - Alongamento na ruptura ( ) 𝜀 = 𝑙1 − 𝑙0 𝑙0 . 100 Onde l0 e l1 são os comprimentos inicial e final de um trecho, normalmente central do corpo de provas. 5 Nos aços com patamar de escoamento definido ( CA 24 e CA 50), a deformação específica de calculo ( yd), que é a correspondente ao inicio do patamar, é obtida pela expressão: 𝜺𝒚𝒅 = 𝒇𝒚𝒅 𝑬𝒔 Onde: Es → Modulo de elasticidade do aço, admitido como 210.000 MPa ( 2,1.10 6 kgf/ cm2); fyd → Tensão ( resistência) de escoamento de calculo do aço ( fyd = fyk / 1,15) ; fyk → Tensão característica do aço a tração. Para o aço CA 60, que não apresenta patamar de escoamento, o item 8.3.6 da ABNTNBR 6118/2014 permite, assim como para os aços com patamar, utilizar, os cálcu1os nos estados-limites de serviço e último, o diagrama simplificado da figura a seguir: 6 7 NBR 6118 /2014, pg. 47 fyd = fyk / 1,15 8 No Concreto ...já visto! Onde : 𝒇𝒄𝒅 = 𝒇𝒄𝒌 𝜸𝒄 c → é o coeficiente de minoração da resistência do concreto, tendo para os casos normais valor 1,4 definido pela NBR6118:2014. 9 O Quadro abaixo contém algumas propriedades dos aços, prescritas na NBR 7480 . Figura 1 - Propriedades Mecânica dos aços. 𝒇𝒚𝒅 = 𝒇𝒚𝒌 𝜸𝒔 , 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝜸𝒔 = 𝟏, 𝟏𝟓 Tabelas dos tipos de aço e suas tensões 10 1.3 - Bitolas Padronizadas para a Construção civil 11 1.4 – Seção de Armadura por metro linear 12 2 - Critérios de Projeto 2.1- Requisito Básico Qualquer estrutura, seja parte dela ou em sua totalidade, deve resistir com margem de segurança a todos as solicitações provenientes de carregamentos aplicados, além de não apresentar deformações excessivas ou fissuração indesejável que possa comprometer sua utilização e durabilidade. A segurança das estruturas envolve a verificação da capacidade de carga, da estabilidade e da capacidade de utilização e durabilidade durante a vida útil prevista. 13 2.1.2 - Agressividade do Ambiente Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve ser classificada de acordo com o apresentado na Tabela 1 e pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes. 14 2.1.3 Critérios de Projeto que Visam a Durabilidade Segundo a NBR 6118/2014 2.1.3.1 Simbologia específica desta seção Os símbolos mais utilizados, encontram-se abaixo definidos ➢ cmin - cobrimento mínimo; ➢ cnom - cobrimento nominal (cob. mínimo acrescido da tolerância de execução); ➢ UR - umidade relativa do ar; ➢ Δc - Tolerância de execução para o cobrimento; 2.1.3.2 Qualidade do concreto de cobrimento da armadura A durabilidade das estruturas é altamente dependente de características, como espessura e qualidade do concreto e cobrimento da armadura; Na falta de ensaios, permite-se adotar os requisitos mínimos expressos na Tabela 2, mostrada a seguir. 15 Para edificações, deverão ser seguidas recomendações para a escolha da espessura da camada de cobrimento da armadura de acordo com a Tabela 3 a serem exigidos para diferentes tipos de elementos estruturais, visando a garantir um grau adequado de durabilidade para a estrutura 16Deve se evitado o uso de aditivos contendo cloreto na sua composição em estruturas de concreto armado ou protendido. 17 3 – Estados Limites O estado limite é definido como aquele em que a estrutura se apresenta em condições inadequadas para seu uso. Os estados limites se apresentam em dois grupos: ➢ Estados Limites Últimos; ➢ Estados Limites de Utilização 3.1 - Estados Limites Últimos (ELU) Estados Limites Últimos são aqueles relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura. Como a ocorrência de um estado limite último, pode envolver perda de vidas humanas, portanto, sua probabilidade de ocorrência deve ser muito baixa. A segurança das estruturas de concreto deve sempre ser verificada em relação aos seguintes estados limites últimos: 18 ➢ Resistência: quando a resistência de uma ou mais regiões da estrutura é atingida, resultando no colapso parcial ou total; ➢ Perda de Equilíbrio: estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido (esse estado limite não depende das resistências dos materiais e corresponde ao início da movimentação das estruturas, ou parte dela , como corpo rígido); ➢ Formação de um mecanismo: ocorre quando a estrutura se transforma num mecanismo devido à formação de rótulas plásticas em número suficiente de regiões, tornando a estrutura instável; ➢ Flambagem: flambagem local ou parcial da estrutura causada por deformações ; ➢ Fadiga: ocorre em estruturas sujeitas a tensões cíclicas. Embora ocorra em situações de cargas de serviço, a fadiga é considerada como estado limite último porque ela causa a ruptura do material; ➢ Outros estados limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais. 19 3.2. Estados Limites de Utilização (Serviço - ELS) Estados Limites de Serviço (ELS) são aqueles relacionados à durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e da boa utilização funcional da mesma, seja em relação aos usuários, seja as máquinas e aos equipamentos utilizados A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns dos seguintes estados limites de serviço: ➢ Estado de deformação excessiva: estado em que as deformações ultrapassa os limites aceitáveis para a utilização da estrutura. Estas deformações podem causar danos inaceitáveis em elementos não estruturais ou uma aparência indesejável à estrutura; ➢ Estado de fissuração inaceitável: estado em que as fissuras se apresentam com abertura prejudicial ao uso ou a durabilidade da estrutura; ➢ Vibrações excessivas: ocorre quando as vibrações atingem intensidade inaceitável, podendo causar desconforto ou perda da utilidade daestrutura 20 3.3 - Ações As ações (F) são qualquer causa capaz de provocar esforços ou deformações nas estruturas. As ações podem ser : ➢ Diretas: constituída por forças; ➢ Indiretas: oriundas de deformações impostas. Segundo a variabilidade no tempo, as ações são classificam de acordo com a NBR 8681 em permanentes, variáveis e excepcionais. 3.3.1 Ações Permanentes Ações permanentes sãoaquelas que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida útil da construção. Também são consideradas como permanentes as ações que crescem no tempo, tendendo a um valor limite constante. As ações permanentes devem ser consideradas com seus valores representativos mais desfavoráveis para a segurança 21 3.3.2.1 Ações Permanentes Diretas ( Fg) As ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio dos elementos construtivos permanentes, peso próprio da estrutura, equipamentos fixos, empuxos devido ao peso próprio de terras e hidrostático em casos particulares. 3.3.1.2 Ações permanentes indiretas (Fε) As ações permanentes indiretas são constituídas pelas deformações impostas por retração e fluência do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas e protensão. 3.3.2 Ações Variáveis (Fq) São as ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção, tais como: ➢ Cargas acidentais (pessoas, mobiliário, veículos, etc.); ➢ Forças de frenagem, de impacto e centrífuga; ➢ Variações de temperatura; ➢ Atrito nos aparelhos de apoio; ➢ Pressão do vento; ➢ Pressões hidrostáticas e aerodinâmicas (em geral). 22 Em função de sua probabilidade de ocorrência se classificam em: ➢ Ações variáveis normais: probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de estruturas. ➢ Ações variáveis especiais: ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou intensidade especiais. 3.3.3 Ações Excepcionais As ações decorrem de causas tais como: ➢ Explosões; ➢ Choque de veículos; ➢ Incêndios; ➢ Enchentes ou sismos excepcionais 23 3.4 Solicitações (NBR 6118) Os esforços que provocam solicitações na estrutura são: momentos fletores, forças cortantes, forças normais, momentos torçores. Onde: ➢ Sg são provocadas por Fg (ações permanentes diretas) ➢ Sq são provocadas por Fq (ações variáveis) ➢ S são provocadas por F (ações permanentes diretas) 24 3.5 Valores Característicos e de Cálculo (NBR 6118) 3.5.1 Valores Característicos Os valores característicos das resistências dos materiais ( Rk ), das ações ( Fk ) e das solicitações ( Sk ) são valores que apresentam uma probabilidade prefixada de não serem ultrapassados. ➢ Rk é um valor que tem 95% de probabilidade de ser ultrapassado no sentido favorável (i.e., existe uma probabilidade de 95% dos resultados individuais obtidos nos ensaios de corpos de prova serem superiores a Rk ). ➢ Fk é um valor que apresenta 5% de probabilidade de ser ultrapassado durante a vida útil da estrutura. Os valores nominais fixados para as ações a serem considerados no cálculo estão indicados nas normas de edifícios, rodoviárias, ferroviária e ação do vento. Logo, Sk é efeito de Fk . 25 3.5.2 Valores de Cálculo Os valores de cálculo das ações, solicitações e da resistência dos materiais são os valores a serem adotados no cálculo nos Estados Limites. 3.5.2.1 Valores de Cálculo das Ações e Solicitações Os valores são calculados pelas equações: Fd = f Fk Sd = f Sk onde: f = coeficiente de segurança que leva em consideração: ➢ variações desfavoráveis das ações e solicitações; ➢ aproximações inevitáveis das hipóteses de cálculo; ➢ imprecisões geométricas da construção. 26 27 3.5.2.2 - Valores de f da NBR-6118 (11.7.1) No cálculo de edifícios, pode ser considerado apenas a primeira destas expressões. 28 3.5.2.3 Cálculo nos Estados Limites de Utilização 29 3.5.2.4 - Valores de Cálculo das Resistências dos Materiais 30 3.6 - Cálculo Segundo a NBR 6118 A condição de segurança no estado limite último é dada pela expressão 31 3.7 Etapas do Dimensionamento Estrutural As etapas do dimensionamento estrutural compreendem: ➢ Definição das necessidades e prioridades do cliente; ➢ Elaboração do esquema estrutural (lançamento da estrutura), fixando a disposição geral, condições de apoio, dimensões, etc. ; ➢ Estabelecimento das hipóteses de carga: combinações das ações que atuam na estrutura de modo a obterem-se as situações mais desfavoráveis; ➢ Determinação dos esforços solicitantes; ➢ Cálculo das seções (via de regra, apenas as seções críticas); ➢ Verificação dos estados limites de utilização. 32 FIM Veja..... 33
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