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Tipagem sanguínea → Primeira etapa: amostras de sangue do paciente são misturadas a diversos anti-soros, de modo a identificar o ABO e Rh. → Segunda etapa: o soro do paciente é misturado com hemácias de diferentes tipos ABO, para identificar a presença de isoaglutininas. Screening de aloanticorpos: visa identificar a presença de aloanticorpos contra outros grupos sanguíneos. Prova cruzada: uma alíquota do sangue doado é retirada e misturada diretamente com o sangue do receptor. Se não ocorrer aglutinação, confirma a compatibilidade ABO e Rh. Amostra de sangue coletada → Centrifugação lenta → Concentrado de hemácias + plasma rico em plaquetas. Plasma rico em plaquetas → Centrifugação rápida → Concentrado de plaquetas + plasma fresco (que é congelado em até 8 horas) → Concentrado de plaquetas (plaquetas randômicas) + Plasma fresco congelado (possui todos os fatores da coagulação). Plasma rico em plaquetas → Centrifugação rápida → Crioprecipitado (Fibrinogênio, fator VIII e FvW). Plaquetas por aférese ou concentrado de plaquetas de doador único → As plaquetas são coletadas por aférese, ou seja, apenas as plaquetas são separadas do sangue. Leucodepletado → O concentrado de hemácias passa por um filtro de leucócitos. → Os leucócitos são liberadores de citocinas pró inflamatórias, podendo ocorrer reações febris não hemolíticas, efeito imunomodulador e aumentar o risco de infecções no paciente que o recebe. Lavado → É feita para remover o plasma em pacientes com história de reação transfusional alérgica. Irradiado → Tem como objetivo inativar os leucócitos remanescentes na bolsa após a leucodepleção. → É importante em pacientes imunodeprimidos e quando o doador e receptor são parentes de 1º grau. 180-200 ml Hemácias, leucócitos e plasma 1CH aumenta Hb em 1g/dl e o Ht em 3%. 50-70 ml Plaquetas ↑ das plaquetas em 5.000 – 10.000/mcl após 25h 200-400 ml 200-250 ml Todas as proteínas plasmáticas ↑ 2% na atividade de todos os fatores da coagulação. 10-15 ml Fibrinogênio, fator VIII e fvW, fator XIII e fibronectina Fornece as proteínas citadas em seu conteúdo. É a mais comum. Mecanismo: é a presença de anticorpos anti-HLA no soro do receptor que atacam os leucócitos do doador, levando à liberação de citocinas pirogênicas. É um diagnóstico de exclusão, estabelecido quando outras causas de febre são afastadas em pacientes com calafrio + aumento da temperatura corporal ≥ 1ºC durante a transfusão. Conduta: interrupção da transfusão + antitérmicos. .É a principal causa de morte na hemotransfusão. Mecanismo: presença de anticorpos HLA no soro do doador que atacam os leucócitos do receptor, promovendo sua agregação e degranulação no interior do leito vascular pulmonar, o que aumenta a permeabilidade dos capilares alveolares causando edema agudo de pulmão não cardiogênico. Inicia-se durante ou até 6h após a transfusão, evoluindo com dispneia progressiva, hipoxemia e infiltrado bilateral no RX de tórax. Tratamento: medidas de suporte conforme a necessidade. Diagnóstico: anticorpos anti-HLA no sangue doado. Fatores de risco: sangue doado por mulher multípara, tabagismo, etilismo, transplante hepático, transfusão em pcte em choque circulatório, paciente em ventilação mecânica e balanço hídrico postivo. Mecanismo: presença de aloanticorpos pré formados no soro do receptor que “atacam” as hemácias transfundidas, promovendo hemólise intravascular. Quadro clínico: inicia minutos após o início da transfusão, com desconforto na região do acesso venoso, febre com calafrios, dor no peito, nos flancos e urina escura. Laboratório: marcadores de hemólise (aumento do LDH e BD, diminuição da haptoglobina, hemoglobina e presença de hemoglobinúria), marcadores de CIVD (TAP e TTPa altos, queda das plaquetas e do fibrinogênio, aumento do D-dímero). Em casos mais graves é IRA pela deposição de imunocomplexos e ou Necrose Tubular Aguda pela hemoglobinúria. Conduta: interromper a hemotransfusão + hidratação + furosemida/manitol. Diagnóstico: laboratório de hemólise + teste de Coombs Direto. Mecanismo: aloanticorpos no soro de um receptor previamente alimunizado, contudo, presentes em baixos títulos, sequer sendo detectados nas testagens pré- transfusionais. Apenas 1-2 semanas após a transfusão, a síntese desses aloanticorpos aumenta, levando a degradação das hemácias de forma gradual e progressiva. Quadro clínico: queda dos níveis hematiméricos. Laboratório: sinais de hemólise + teste de Coombs direto positivo. O screening de aloanticorpos só fica positivo após 1- 2 semanas. Mecanismo: é mediada por proteínas plasmáticas do doador contra as quais o receptor foi previamente sensibilizado. Formas brandas: reações cutâneas urticariformes. Conduta das formas brandas: interromper a hemotransfusão + anti-histamínicos. Retornar quando os sinais e sintomas se resolverem por completo. Formas graves: anafilaxia (urticária, edema de glote, broncoespasmo, hipotensão arterial). Conduta da forma grave: suspensão imediata da hemotransfusão + administração subcutânea de adrenalina + anti-histamínicos + glicocorticoide IV. Mecanismo: formação, pelo sistema imune do receptor, de anticorpos direcionados contra antígenos das plaquetas exógenas (do doador), que acabam exercendo sua atividade nas plaquetas do receptor. → PTI induzida por transfusão. Quadro clínico: trombocitopenia progressiva 7-10 dias após uma transfusão de plaquetas. Tratamento: imunoglobulina humana intravenosa (bloqueio à destruição das plaquetas opsonizadas)+ plasmaferese nos casos mais graves. É o principal diagnóstico diferencial da TRALI, sendo que na TACO existe aumento nas pressões de enchimento do coração esquerdo (edema agudo de pulmão cardiogênico). Quadro clínico: dispneia, hipoxemia, infiltrados bilaterais no RX de tórax e hipertensão arterial. A prevenção é feita por meio da administração IV lenta. Tratamento: suspensão temporária da transfusão + diureticoterapia + medidas de suporte necessárias. Hipercalemia: com o passar do tempo, o potássio extravasa das células armazenadas na bolsa de sangue. Com isso, as bolsas mais velhas, quando transfundidas, podem gerar hipercalemia, principalmente em neonatos e portadores de DRC. Conduta: lavagem das hemácias, que elimina o excesso de potássio no interior da bolsa e hemotransfusão de hemácias “frescas”, principalmente nesses pacientes com maior risco. Hipocalcemia aguda e alcalose metabólica: o citrato (quelante de cálcio) é comumente empregado no concentrado de hemácias para fazer a conservação. Na transfusão maciça (↑ de citrato, que é convertido em bicarbonato e consequentemente ↓ de cálcio). Uma infusão IV “às pressas”, principalmente em grande quantidade, pode reduzir a temperatura central do corpo de forma súbita, afetando o funcionamento do nódulo sinoatrial (pode gerar arritmia). Prevenção: uso de sistemas de aquecimento acoplados ao equipo de transfusão. Mecanismo: na transfusão maciça, pode surgir trombocitopenia, visto que o concentrado de hemácia não possui plaqueta e o grande volume de transfusão “dilui” as plaquetas que estão circulantes no intravascular do pcte. Só se indica transfusão de plaquetas se houver sangramento + plaquetometria < 50.000. A coagulopatia se dá, pois na transfusão maciça há “diluição” dos fatores circulantes, reduzindo a capacidade de formar coágulos. Mecanismo: em hipertransfusões (>100 CHA), pode haver acúmulo de > 20g de ferro corporal total, acarretando sobrecarga tecidual de ferro. Conduta (prevenção): transfundir somente quando necessário e utilizando estratégias antianêmicas alternativas (eritropoietina recombinante). Conduta (após ocorrido): quelantes de ferro (Deferoxamina ou Deferasirox → aumentam a eliminação de ferro na urina. Mecanismo: o receptor é usuário de inibidores da ECA, possui o risco de hipotensão arterial induzida pela hemotransfusão, devido ao acúmulo de bradicinina no interior da bolsa. A ECA, além de converter angiotensina I em angiotensina II, degrada bradicinina (reduz a RVP e a PA), causando hipotensão. Mecanismo: liberação de citocinas imunomodulatórias pelos leucócitos presentes no hemoderivado. Pacientes politransfundidos têm risco aumentado de infecções e no caso dos receptores de transplante de órgãos sólidos há diminuição da chance de rejeição ao enxerto. Conduta: leucodepleção. Principais germes no concentrado de hemácias e no plasma fresco congelado (1-6ºC): gram negativos (Yersina), pseudomonas, Acinetobacter e Escherichia coli. Principais germes no concentrado de plaquetas (temperatura ambiente): gram positivos são incluídos. Quadro clínico: sepse grave/choque séptico fulminante. Tratamento: interrupção imediata da transfusão + medidas de suporte + antibioticoterapia de amplo espectro (se necessário). Diagnóstico: cultura do remanescente da bolsa e da hemocultura do paciente. Troca de volemia por concentrado de hemácias (>8-10 bolsas em 24h). O paciente pode apresentar TACO, hipotermia, diátese hemorrágica, trombocitopenia e coagulopatia dilucionais, hipercalemia, hipocalcemia e alcalose metabólica. O sangue do próprio paciente pode ser empregado em situações bastante restrita coleta e reinfusão de sangue extravasado no sítio cirúrgico ou obtido numa drenagem pós-operatória estéril. Hemorragia Aguda Perda volêmica > 30% (> 1500 ml em um adulto de 70 kg); Na vigência de instabilidade hemodinâmica, anemia preexistente, hemorragia ininterrupta ou doença cardiorrespiratória/cerebrovascular crônica → perda volêmica > 15% (> 750 ml em adultos de 70 kg). Pré- Operatória Se Hb < 8 g/dl ou Ht < 24% nas seguintes situações: a. Perda sanguínea prevista ≥ 250 ml/h ou ≥ 1L; b. Distúrbio da hemostasia. Se Hb < 10 g/dl ou Ht < 30% na seguinte condição: a. Perda sanguínea prevista ≥ 250 ml/h ou ≥ 1L em pacientes com comorbidades. Em todos os outros casos, recomenda-se transfundir apenas se Hb < 7 g/dl ou Ht < 21%. Anemia Quando o paciente desenvolve as seguintes manifestações por conta da anemia: a. Insuficiência cardíaca congestiva; b. Angina; c. Alteração do sensório. De um modo geral, isso será necessário com Hb < 7 g/dl ou Ht < 21% num paciente previamente hígido, e com Hb < 9 g/dl ou Ht < 27%, para os portadores de comorbidades crônicas. Terapêutica Presença de sangramento ativo + pelo menos um dos critérios abaixo: a. Plaquetometria < 50.000/mm3. b. Disfunção plaquetária provável (tempo de sangramento >12min, uso de antiplaquetários). Pós-operatório de cirurgia cardíaca com CEC + plaquetometria < 150.000/mm3. Profilática Ausência de sangramento ativo + pelo menos um dos critérios abaixo: a. Procedimento invasivo com plaquetometria < 50.000/mm3. b. Neurocirurgia ou cirurgia oftalmológica com plaquetometria < 100.000/mm3. c. Plaquetometria < 10.000/mm3 em pacientes pós-quimioterapia ou com leucemia/anemia aplásica, sem febre ou pequenos sinais hemorrágicos. Plaquetometria < 20.000/mm3 em pacientes pós-quimioterapia ou com leucemia/anemia aplásica, com febre ou pequenos sinais hemorrágicos. Indicações: intoxicação por cumarínico, insuficiência hepática, CIVD, PTT e coagulopatias hereditárias (exceto hemofilia A). Na presença dos distúrbios acima, o PFC só estará indicado se: (1) houver sangramento por coagulopatia; ou (2) se o paciente for submetido a procedimento invasivo e tiver um coagulograma com INR > 1,5, atividade de protrombina < 50% ou PTTa > 55s (relação > 1,5). Na CIVD (principal indicação), a dose é de 1-2 bolsas para cada 10 kg de peso (1 bolsa para cada 5 kg), o que faz o fibrinogênio sérico aumentar em média 70-100 mg/dl num adulto com peso em torno de 70 kg. Outras indicações do crioprecipitado são a reposição de fibrinogênio na afibrinogenemia/ hipofibrinogenemia congênita. Sua grande vantagem sobre o PFC é o menor volume infundido, já que os seus constituintes estão bastante concentrados. Eventualmente, o crioprecipitado é usado no tratamento da doença de von Willebrand.
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