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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E TÉCNOLOGIA - ICET ENGENHARIA CIVIL RODRIGO DE SOUZA SANTOS RODRIGO LEITE GONÇALVES ANALISE DO CUSTO BENEFICIO DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONTAINER Estudo de caso para implantação de uma drogaria SÃO PAULO / SP 2020 RODRIGO DE SOUZA SANTOS RODRIGO LEITE GONÇALVES ANALISE DO CUSTO BENEFICIO DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONTAINER Estudo de caso para implantação de uma drogaria Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Engenharia Civil apresentado a Universidade Paulista – UNIP. Orientadores: Prof. Especialista Robson Ribeiro da Costa e Prof. Especialista Chan Kong Fong. SÃO PAULO / SP 2020 RODRIGO DE SOUZA SANTOS RODRIGO LEITE GONÇALVES ANALISE DE CUSTO BENEFICIO DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONTAINER Estudo de caso para implantação de uma drogaria Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Engenharia Civil apresentado a Universidade Paulista – UNIP. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _________________________________ 23 / 11 / 2020. Prof. Especialista Robson Ribeiro da Costa _________________________________ 23 / 11 / 2020. Prof. Especialista Chan Kong Fong DEDICATÓRIA Em memória de Denis Veríssimo Daré dos Santos, universitário e amigo querido. “Erros são valiosos, mas nós não somos remunerados pelos erros que poderíamos ter evitado.” (Gustavo P. Cerbasi) RESUMO Diariamente, centenas de novos empreendimentos são iniciados em todo o território nacional. Muitos desses empreendimentos têm por objetivo a construção de comércios ou residências de pequeno/médio porte, que na grande maioria das vezes é executado utilizando de métodos ditos “convencionais”. É sabido a muitos anos que esses métodos “convencionais” não são benéficos ao meio ambiente, utilizando algo entre 40 e 70% de recursos naturais em todo o mundo, segundo Mendes (2017) e gerando quase 50% da massa de resíduos sólidos urbanos, segundo Santos, Cândida e Ferreira (2010). Em decorrência disso, entra no debate o chamado container. Devido a grande quantidade de containers que são descartados todos os anos nos portos brasileiros somado ao fato de o mesmo ser executado em aço corten, material extremamente resistente e longevo, cada vez mais o seu uso tem crescido dentro da indústria da construção civil. Dentro deste contexto, este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos positivos e negativos de uma edificação executada em container, observando principalmente o seu custo- benefício e desempenho com relação a outros métodos construtivos, apontando por fim se o mesmo é de fato uma alternativa viável. Palavras-chave: Sustentabilidade. Container. Construção civil. ABSTRACT Every day, hundreds of new real estate developments are started all over the national territory. Many of these projects are aimed at building small or medium-sized businesses or homes, which in most cases are carried out using so-called “conventional” methods. It has been known for many years that these “conventional” methods are not beneficial to the environment, using somewhere between 40 and 70% of natural resources worldwide, according to Mendes (2017) and generating almost 50% of the mass of solid urban waste, according to Santos, Cândida and Ferreira (2010). As a result, the so-called container comes into the debate. Because of the large quantity of containers that are discarded every year in Brazilian ports, in addition to the fact that it is made of corten steel, an extremely resistant and long-lived material, its use has increasingly grown within the construction industry. Within this context, this work aims to analyze the positive and negative aspects of a building carried out in a container, mainly observing its cost-benefit and performance in relation to other construction methods, pointing out finally whether it is in fact a viable alternative. Keywords: Sustainability. Container. Construction. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 2. REFERENCIAL TEORICO ..................................................................................... 11 2.1 Container: Definição, história e finalidade .............................................................. 11 2.2 Reciclagem: Introdução ao container na construção civil ...................................... 12 2.3 Brasil: O uso do container na construção civil dentro do país ............................... 13 2.4 Matéria prima: O container utilizado na construção civil ...................................... 15 2.5 Obra: Execução de uma edificação em container .................................................... 16 2.5.1 Adaptações ao container ............................................................................................... 17 2.5.2 Fundação e preparação do terreno ................................................................................ 18 2.5.3 Transporte e instalação ................................................................................................. 19 2.5.4 Compartimentação e acabamento ................................................................................. 21 2.5.5 Observações sobre o método construtivo ..................................................................... 23 3. ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 25 3.1 Apresentação ............................................................................................................... 25 3.2 Localização e permissão de uso ................................................................................. 25 3.3 Premissas básicas de projeto e parâmetros urbanísticos ........................................ 27 3.4 Projeto e execução da edificação em alvenaria ........................................................ 32 3.5 Projeto e execução da edificação em container ........................................................ 34 3.6 Custo-benefício: Comparativo de orçamento .......................................................... 38 4. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 40 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................... 41 10 1. INTRODUÇÃO No Brasil, é comum o uso de concreto armado na estruturação de suas edificações, sejam elas comerciais ou residenciais, sendo um método construtivo bem tradicional em nossa cultura, onde esse processo está relacionado diretamente a sensação de abrigo, segurança e durabilidade. Este método construtivo, embora relativamente simples, é quase sempre a primeira opção na hora de construir, sendo muitas vezes para alguns profissionais, a única viável. Nas últimas décadas, após diversos acontecimentos que vieram a afetar o mundo de forma geral, houve um crescimento significativo relacionado aos cuidados com o meio ambiente e a criação de novas tecnologias que pudessem reduzir os impactos causados pela construção civil ou minimizar a geração de resíduos. É fato, que o Brasil ainda engatinha nesse quesito, muito talvez pela abundância de recursos naturais que o país dispõe, tornando assim os construtores e até mesmo a população de forma geral despreocupada com o assunto, uma vez que não existe sequerprevisão para o seu esgotamento. O drywall por exemplo, que é um material utilizado em quase todas as construções em outros países há várias décadas, sendo uma alternativa bastante relevante a alvenaria cerâmica, passou a ser utilizado e aceito no Brasil somente nos últimos anos. Mesmo que esse assunto não esteja entre as prioridades no país, se faz necessário desde já o pensamento em alternativas ao concreto armado e alvenaria, tornando mais aceito o uso de métodos construtivos mais limpos e menos agressivos ao meio ambiente. Dentre muitas tecnologias que vem surgindo ou sendo importadas de outras partes do mundo, surge com bons resultados o container. Claro que esse método construtivo vem sendo utilizado em outros países desde a década de 90, porém, somente agora começaram a ser mais difundidas dentro do país. Estruturas prontas executadas em material extremamente resistente e duradouro, modulados na criação de edificações com um conceito mais moderno, tem ganhado certo espaço e relevância no mercado, principalmente devido a promessa de uma obra mais rápida e com um custo muito menor. 11 2. REFERENCIAL TEORICO 2.1 Container: Definição, história e finalidade De acordo com o Artigo 4° do Decreto n° 80.145 de 15 de agosto de 1977, o contêiner é “um recipiente construído de material resistente destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo de segurança aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil”. Essa pode ser uma definição relativamente atual do que conhecemos como um container, porém, originalmente, não era exatamente desta forma. De acordo com Levison (2003) o container foi criado em meados de 1937 pelo empresário Malcom Purcell McLean (1914 – 2001), visando melhorar o sistema de transporte de fardos de algodão no porto de Nova York. Com o passar do tempo, em 1953, McLean, até então dono de uma empresa de transportes chamada de McLean Trucking, começou a desenvolver planos de transportar os caminhões da sua empresa dentro dos navios, porém, devido ao grande espaço que seria desperdiçado de cargas potenciais, essa ideia foi dada como ineficiente. Foi então que McLean modificou o conceito original de sua ideia, pensando agora não em transportar o caminhão em si, mas apenas o contentor com a carga. Em 1955, tendo em vista que a legislação dos Estados Unidos da América não permitia que uma empresa de transporte terrestre possuísse uma empresa de transporte marítimo, McLean vendeu sua companhia e adquiriu a Pan-Atlantic Steamship Company e a Gulf Florida Terminal Company, com a ideia de usar navios para o transporte exclusivo de containers, até que em 1957, surgiu o primeiro navio porta-container da história, conhecido como Gateway City. Desde então, esses recipientes que já eram comumente utilizados em transportes ferroviários, passaram a ser utilizados também dentro do transporte marítimo, crescendo cada vez mais a cada ano. A invenção do container foi uma revolução do carregamento de acordo com Kronenburg (2008), tendo em vista que possibilitava o transporte de cargas de um caminhão para um navio por meio de um guindaste em muito menos tempo. Em 1972, a sua configuração foi regulamentada pela Organização Inter-governamental Marítima Consultiva (Inter-governmental Maritime Consultative Organization), garantindo o seu transporte e seguro manuseio, regimentados segundo a CSC-Plate (International 12 Convention for Safe Containeres – Convenção Internacional para a Segurança dos Contêineres) (Occhi e Almeida, 2016). Estima-se que atualmente, 90% do movimento de mercadorias mundo afora é feita por meio de containers, de acordo com Almeida (2016), porém dados da World Shipping Council (2014) afirmam que atualmente existem mais de dezoito milhões de containers ISO circulando pelo mundo. Nota-se que o volume de transporte tem crescido com o passar dos anos, o que consequentemente aumentou o número de containers, porém, todo material ou equipamento tem uma vida útil, e com o container não haveria de ser diferente. Milhares de containers são descartados anualmente nas regiões portuárias mundo a fora, acumulando-se em extensos depósitos não operacionais. 2.2 Reciclagem: Introdução ao container na construção civil Os containers transportam todo o tipo de carga de diversas procedências por um prazo de aproximadamente 10 anos, segundo Milaneze (2012), e posteriormente são descartados. Existem algumas divergências sobre o prazo máximo que um container pode ser utilizado para o transporte marítimo, variando de 10 a 15 anos, mas fato é que, mesmo posterior ao seu descarte, um container pode manter a sua estrutura por pelo menos mais 100 anos devido a enorme resistência dos materiais utilizados na sua fabricação. Aos poucos, principalmente posterior a segunda grande guerra, o mundo começou a se preocupar cada vez mais com o bem estar do planeta, buscando soluções e alternativas para processos necessários, porém, extremamente poluentes, tal como era praticado pela indústria da construção civil, que segundo Mendes (2017), até hoje é uma das atividades que mais consomem, utilizando algo entre 40 e 70% dos recursos naturais existentes. O ano de 1972 foi marcado pela primeira grande atitude mundial que visava melhorar o relacionamento entre o homem e o meio ambiente, onde foi feita a conferência de Estocolmo, que no âmbito da construção civil, atribuiu-se aos containers, até então utilizados exclusivamente para o transporte de cargas, outras funções, tal qual, edificações residenciais, comércios, escritórios, museus, dentre outros usos (Occhi, 2016; Passos, 2009). Desde então alguns países europeus começavam suas empreitadas em busca desta reutilização, mesmo que pequenas, o que só ganharia espaço de fato a partir da década de 90. Países como Holanda, Inglaterra e Japão foram os primeiros a incorporar containers na construção civil, a priori em hotéis, escritórios e habitações estudantis, posteriormente sendo 13 disseminada e adaptada como residenciais unifamiliares. Estes países, posterior a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Humano, que ocorreu em 1992, no Rio de Janeiro, foram os pioneiros nesse quesito, buscando atender a chamada agenda 21, que buscava a redução de resíduos poluentes, extração de matéria prima e o consumo racional da água e energia de uma maneira geral, segundo Wines (2000). Não podemos esquecer que mesmo durante a segunda grande guerra, containers já eram utilizados como abrigos temporários, porém, o mesmo somente se desenvolveu como método construtivo de fato posterior a esses eventos. Embora a ideia de utilizar esses recipientes tenha crescido ao redor do mundo com o passar dos anos, sua utilização ainda é relativamente baixa, pouco conhecida e aceita pelo mercado, principalmente quando falamos sobre o Brasil, um dos países que menos utiliza métodos alternativos de construção, onde a grande maioria das obras tem a sua estrutura executada em concreto armado e sua vedação feita com alvenaria cerâmica. Nos Estados Unidos, onde o transporte marítimo é mais industrializado e onde há maior atenção aos assuntos de cunho ambiental, pode-se encontrar estas construções em maior quantidade e já mais antigas. No Brasil, ainda é uma idéia relativamente nova que se possa habitar com qualidade antigos recipientes de carga, entretanto, a ideia vem se difundindo devido a qualidade de projetos baseados neste material (Occhi e Romanini, 2014). 2.3 Brasil: O uso do container na construção civil dentro do país Como foi dito, contêineres eram descartados e inutilizados após seu tempo de vida útil. Como a construção civil, grande consumidora de recursos naturais,procurava atenuar esse problema, começou assim a ideia de se pensar em utilizar contêineres na construção de habitações (Occhi e Romanini, 2014). Segundo o Instituto de Logística e Supply Chain- ILOS (2013), o setor de transporte marítimo tende a crescer 7,4% ao ano na próxima década, o que possibilitará que o volume de containers no Brasil atinja o equivalente a 14,7 milhões de TEU (Twenty Foot Equivalent Unit), que é uma unidade de capacidade de carga equivalente a vinte pés, utilizada para descrever a capacidade dos containers ISO (International Organization for Standardization), ao qual vamos nos aprofundar mais à frente. O país se destaca por possuir um setor portuário composto por trinta e sete portos públicos distribuídos ao longo de uma costa de 8,5 mil quilômetros, onde desse total, os portos ao sul do Brasil se destacam em movimentação de carga, podendo atingir na próxima década o 14 equivalente a 3,2 milhões de TEU. Neste contexto, pode-se prever um aumento do número de contêineres descartados no país, gerando condições propícias para o desenvolvimento deste modo de construção, que pela grande oferta de produtos tende a baixar o seu custo (Carbonari e Barth, 2015). Veja abaixo a distribuição dos portos públicos pelo país. Figura 1 - Distribuição dos portos públicos pela costa brasileira. Fonte: Secretária de Portos, 2012. Dessa forma, o Brasil acabou por se tornar um ambiente extremamente conveniente para a construção de edificações utilizando como matéria prima containers descartados, resolvendo assim dois problemas de uma só vez, o excesso de containers abandonados nos portos e a utilização de métodos construtivos menos agressivos ao meio ambiente. Além disso, diversos autores, como Schonarth (2013) e Corbas (2011), afirmam que comparando este método construtivo com outros métodos tidos como “convencionais” no Brasil, a economia pode chegar a algo entre 30 e 35%, considerando o mesmo padrão de acabamento, além de uma execução muito mais rápida, levando entre 60 e 90 dias para conclusão. Aparentemente, este método tem tudo para ganhar espaço no mercado e se tornar uma nova tendência, porém, até o momento foram ditas apenas as vantagens deste método 15 construtivo, sem mencionar suas peculiaridades. Pensando em sustentabilidade, este método é perfeito, porém, o mesmo não é viável economicamente em 100% dos casos. 2.4 Matéria prima: O container utilizado na construção civil Mesmo que existam milhares de containers descartados pelos portos na costa brasileira, não são todos que podem ser reaproveitados para construção. Vale lembrar que esses recipientes mesmo que muito bem aproveitados em edificações não tem neste meio a sua principal finalidade, que é o transporte de cargas. Como diz Figuerola (2013), containers para serem utilizados na construção civil devem primeiramente passar por uma inspeção técnica, ao qual deverá avaliar o risco de contaminação (devido a carga anteriormente transportada). Além disso, Castilho (2012), complementa afirmando que também devem ser avaliados o estado de conservação do piso, a perda de alinhamento, o amassamento em seu invólucro e principalmente a integridade da sua estrutura. Existem diversos modelos de containers disponíveis na indústria, os quais variam em relação a forma, tamanho e resistência. Os principais utilizados na arquitetura são os da categoria Dry de 20 e 40 pés, ambos com portas nas duas laterais. As dimensões externas do container Dry Standard de 20 pés são: 2,438 metros de largura, 6,06 metros de comprimento e 2,59 metros de altura, e suporta até 22,10 toneladas. O container de 40 pés possui as mesmas dimensões de largura e altura, diferenciando-se na medida de comprimento, tendo 12,92 metros e suportando a carga de até 27,30 toneladas. Os modelos Dry High Cube de 40 pés, também muito utilizados, possuem as medidas de 2,44 metros de largura, 2,79 metros de altura e 12 metros de comprimento (Occhi e Romanini, 2014). Figura 2 - Dimensões dos containers Dry Standard (20' e 40') e Dry High Cube (40'). Fonte: Adaptado de Lotus Container (2020). Segundo informado pela Residential Shipping Container Primer (2014), essas tipologias de container são as mais utilizadas em construções devido à grande versatilidade do seu uso, sendo que quando existe a necessidade de um pé-direito um pouco maior, usa-se o Dry High Cube de 40 pés, que possui dimensões extremamente semelhantes com o Dry Standard, porém, com uma altura superior. 16 De acordo com Carbonari e Barth (2015), a estrutura do contêiner ISO é composta por quatro vigas inferiores e quatro superiores que se conectam por meio de pilares posicionados nos cantos, formando uma armação intertravada e rígida. Esses quatro montantes são providos de cantoneiras que auxiliam no apoio, manuseio e travamento do conjunto, enquanto a envoltória do contêiner é formada pelo piso, que possui um trilho de conexão intermediário soldado às vigas inferiores e que serve de sustentação para as placas de compensado, conforme podemos ver na Figura 3. Figura 3 - Componentes de um container ISO Fonte: Adaptado de Carbonari (2015) Observando estes modelos, podemos afirmar que existem muitas restrições com relação ao projeto, não podendo fugir muito das dimensões dos módulos, podendo apenas “encaixa- los” entre si, uma vez que não é nada recomendável executar grandes cortes na estrutura do container, o que se feito sem os devidos cuidados com certeza vai fragiliza-lo, podendo levar a edificação a ruína. Embora, não seja recomendado, alguns projetos exigem ajustes, e são feitos cortes na estrutura do container. Quando for este o caso, deve-se adicionar reforços de aço a estrutura, para que a mesma se mantenha estável, sem impacto ao seu desempenho. 2.5 Obra: Execução de uma edificação em container Em 1989, Philip C. Clark patenteou um manual conhecido como “Método para transformar um ou mais contêineres de aço em uma construção habitável em um canteiro de 17 obras e sua produção”, ao qual especifica como deveria ser feita a execução de uma obra em container (Sawyers, 2011). Para Clark, a ordem lógica de uma construção em containers era: fundações, adaptações conforme projeto, transporte até o local da obra, instalação dos módulos nos seus devidos lugares e acabamento. Essa cronologia se provou verdadeira até os dias de hoje, porém, creio que podemos nos aprofundar um pouco mais no assunto. Cada uma dessas etapas descritas acima envolve muitos outros processos dentro delas, fazendo com que a adaptação de um container seja um pouco mais complexa do que o título de sua obra faz parecer. Antes de pensar em etapas de construção, devemos ainda, logo após a seleção dos containers que serão utilizados na construção, jatear o aço com um abrasivo, e posteriormente, repinta-los com tinta não toxica, visando a não contaminação dos futuros habitantes daquele espaço (Metallica, 2012). Ainda anteriormente ao início dos processos de construção, deve-se planejar muito bem a sua obra e elaborar muito bem o seu projeto executivo. Obras executadas por métodos mais comuns dão uma boa margem para adaptações e correções durante a execução. Quando falamos de construção com containers, não existe margem para tal. O projeto deve estar impecável, tendo em vista que todas as etapas subsequentes serão pensadas e executadas com base neste projeto, bem como o planejamento das etapas construtivas. Um único erro pode acarretar um grande prejuízo para o executor além de afetar diretamente a qualidade do produto. 2.5.1 Adaptações ao container De fato, não é recomendável realizar cortes na estrutura de um container, porém, para adequação ao projeto, são feitos recortes, principalmente nas laterais para a criação de portas e janelas, além de possibilitar a junção de mais de um módulo. Todoesse processo deve ser feito por uma empresa ou profissional especializado seguindo um projeto detalhado. De acordo com Bernardo (2011), o processo de adaptação é feito retirando-se inicialmente as portas originais e o piso compensado, onde posteriormente são feitas as aberturas de acordo com o projeto arquitetônico. Dependendo da complexidade da estrutura e de como o recipiente tenha sido cortado, pode ser necessário adicionar reforços em aço. Os contêineres normalmente chegam à obra parcialmente adaptados, com aberturas recortadas, molduras soldadas, que substituem os contramarcos, e instalações técnicas embutidas, pois a maioria das empresas que vendem os contêineres têm os equipamentos necessários para fazer essas modificações (Carbonari e Barth, 2015). 18 Toda a tubulação elétrica e hidráulica chega até o local da obra completa entre as chapas de aço, conforme podemos ver na Figura 4. Figura 4 - Instalações elétricas em container. Fonte: Guia Casa Container (2020) Para edificações térreas, pode-se manter o piso de compensado naval, além de acrescentar outros revestimentos para dar acabamento, porém, segundo o catálogo da empresa Hapag-Lloyd (2015), os pisos dos containers não são construídos para suportar pesos elevados em área concentrada. Se a carga é curta ou ocupa um pequeno comprimento do piso, a carga de piso permitida será reduzida. Para contêineres de 20 pés, a carga máxima é de 4,5 toneladas por metro linear e de 3 toneladas por metro linear para os contêineres de 40 pés. Vale ressaltar que é recomendável que toda a compartimentação dos ambientes e revestimentos internos sejam executados posteriormente a fixação, estabilização e nivelamento dos containers. 2.5.2 Fundação e preparação do terreno Assim como em toda e qualquer obra de engenharia, a escolha do tipo de fundação a ser utilizado e o seu dimensionamento depende da carga gerada pela edificação e do tipo de solo predominante no terreno. Ainda, segundo Velloso (1998), informações como topografia da área a ser construída, dados geológicos-geotécnicos, dados estruturais da edificação e dados das construções vizinhas são fundamentais para o desenvolvimento de um projeto de fundações. 19 Tendo em vista que a estrutura de um container é extremamente leve, em projetos menores podemos utilizar com segurança fundações rasas, tal como radiers, vigas baldrame ou sapadas isoladas. De toda forma, é importante que, nas edificações executadas em containers de 20 pés, todas as quatro cantoneiras devem ser apoiadas, enquanto nos empreendimentos executadas em containers de 40 pés, além das quatro cantoneiras, é necessário também um apoio central, conforme mostra a Figura 5 com um esquema de sapatas. Figura 5 - Esquema de fundação. Fonte: Adaptado de Itajaí Containers (2020). Vale ressaltar que este exemplo é apenas uma ilustração de onde devem ser apoiados os containers quando sua locação for iniciada, podendo ser utilizado qualquer outro tipo de fundação, não exclusivamente sapatas isoladas. Como dito por Madeira (2013), para execução da fundação de uma edificação executada em container, deve ser levado o tamanho e o porte da construção em consideração. Além da fundação, antes da chegada do container, devemos ter toda a infraestrutura da edificação executada, tal como instalações de esgoto, abastecimento de água e energia e, se for o caso, previsão para abastecimento de gás. A partir do momento que o container chega na obra, toda essa instalação já deve ter sido executada. 2.5.3 Transporte e instalação Quando é iniciado o projeto e o planejamento de uma obra em container, um dos principais fatores que influenciam e podem até fazer com que o projeto se torne inviável é a 20 logística. Na utilização de containers para a construção civil, deve-se considerar o tipo de transporte e o equipamento disponível para sua manipulação, já que de acordo com Slawik (2010), os custos com o deslocamento do porto para a fábrica e da fábrica para a obra, pode além de encarecer a construção atrasar a montagem. Exemplificando, imagine que existem dois projetos extremamente semelhantes, de mesmo porte e padrão de acabamento, porém, um na cidade de São Paulo e o outro na cidade de Goiânia. Os valores gastos com transporte serão muito menores para o projeto a ser executado na capital paulista, tendo em vista que o município se situa extremamente próxima a região portuária, enquanto o outro situa-se ao centro do país, distante de toda costa brasileira. De toda forma, independente da distância entre o porto, o local de adequação do container e a obra em si, o transporte dos containers tende a ser feito por meio de caminhões comuns, carregados e descarregados com o auxílio de guindastes, ou por meio de caminhões Munck. Figura 6 - Caminhão Munck. Fonte: Omegatrans (2020). Transportados os containers para o local da obra, devemos fazer a sua ligação com a fundação. Seja qual for o tipo de fundação utilizado, em seu topo, nos locais indicados em projeto para fixação, deverá existir uma chapa de aço. Essa chapa, com parafusos de ancoragem fixados a fundação, será soldada ao container, impedindo assim a sua movimentação. 21 Este processo é extremamente semelhante ao utilizado para fazer a ligação de pilares metálicos a sapatas isoladas ou outros tipos de fundação, conforme Figura 7. Figura 7 - Esquema de ligação entre estrutura metálica e fundação em concreto. Fonte: Interfaces aço-concreto (2006). Containers fixados a fundação, nivelados e estabilizados, pode-se então iniciar a divisão dos ambientes e toda a parte de acabamentos, tanto internos quanto externos. 2.5.4 Compartimentação e acabamento Durante a fase de adaptação do container, é previsto também a estrutura metálica que servirá como guia para a instalação das paredes internas e seus revestimentos. Esses revestimentos podem ser feitos de muitos materiais, tais como: paredes de drywall, que são feitas de placas de lâminas metálicas e de gesso com alta resistência, onde sua principal vantagem é a rápida instalação, tendo como produto final, paredes lisas e sem emendas; OSB (Oriented Strend Board), que é uma placa composta por tiras de madeiras e tem como principal vantagem ser um material de baixo custo e de pouco impacto negativo na natureza, já que provém de madeiras de reflorestamento; PVC, que é fabricada com derivados do plástico, tendo como vantagem o fato de ser um acabamento pronto, ou seja, não precisa de finalização com pinturas; entre outros materiais (Rocha, Jeronimo e Camargo, 2018). Porém, antes de compartimentar os ambientes, devemos pensar em uma das questões mais delicadas em se tratando deste método construtivo. Isolamento termoacústico. Segundo Corbas (2011), o aço corten, material predominante na estrutura geral do container, é um excelente condutor de calor e um péssimo absorvente acústico, portanto, é 22 fundamental que seja despendida muita atenção ao assunto na fase de projeto, visando proporcionar ao consumidor final do produto o devido conforto. Existem duas formas básicas de isolamento: a interna e a externa. O isolamento interno é mais econômico, porém, menos eficiente já que a perda de calor é rápida, devido à limitação de espaço interno e da espessura do material que se mostra em torno de 10cm. Apesar disso, é possível manter as folhas metálicas externas aparentes. Quando utilizado o isolamento externo, há uma menor perda de calor, pois se pode utilizar um material isolante de 10 a 30cm de espessura. Entretanto, há necessidade de vedação mais resistente pelo fato de estar mais exposta ao meio externo, encarecendo relativamente o seu custo (Occhi e Almeida, 2016). Ainda, para isolamentos externos, sua instalação deverá ser feita a pelo menos 20cm do solo, visando evitar a umidade negativa. De acordocom Mussnich (2015), outras sugestões de materiais isolantes para a dissipação de calor são a fibra de vidro, a lã de rocha, o EPS (poliestireno expandido) e a espuma de poliuretano. Caso o interesse do projeto seja manter um conceito sustentável, pode-se utilizar a lã de pet, ao qual não é agressiva ao meio ambiente e é feita de materiais reciclados. Vale ressaltar que além do isolamento das paredes deve ser feito o isolamento do teto da estrutura, podendo utilizar-se isopor aparente ou revestido. Figura 8 - Detalhe do isolamento termoacústico de parede. Fonte: Adaptado de Container House (2016). Figura 9 - Detalhe do isolamento termoacústico de teto. Fonte: Adaptado de Container House (2016). 23 2.5.5 Observações sobre o método construtivo Concluída a parte de acabamentos, incluindo revestimento internos e externos, a edificação estará pronta para ser habitada, porém, vale ressaltar que, antes mesmo do início da concepção do projeto, deverá ser feito um Estudo de Viabilidade Técnica e Legal, buscando informações referente ao local pretendido para instalação do empreendimento. Questões relacionadas aos índices urbanísticos, permissão de uso por zona e restrições relacionadas ao Código de Obras, tal como dimensões mínimas dos compartimentos, pé-direito mínimo, aberturas para iluminação e ventilação, devem ser expostas neste documento. De acordo com a empresa Delta Containers (2014), para a utilização de containers na construção de edifícios, é necessário conhecer a legislação vigente no local, bem como as suas restrições, além de toda a documentação necessária para a emissão dos alvarás de aprovação e execução de obras junto a prefeitura local. Na grande maioria dos municípios, a construção de edificações com containers é enquadrada como construção em estrutura metálica, ou seja, utiliza das mesmas normas de segurança e desempenho. Segundo Bernardo (2011), todos os cálculos relacionados a estrutura devem ser feitos e verificados de acordo com a norma vigente para projetos de estrutura de aço ou mistas de aço e concreto (NBR 8800/2008), além da NBR 6122/2019, para a execução das fundações. Figura 10 - Ligação entre uma sapata e a base de um container Fonte: Adaptado de Container House (2016). Certamente, não seria viável construir arranha-céus utilizando deste método construtivo, porém, não necessariamente devemos pensar em edificações executadas em container exclusivamente como térreas. É fato que podemos construir edifícios container com mais de 24 dois pavimentos, porém, não podemos afirmar seguramente quantos pavimentos essa tecnologia aguenta com ou sem o auxílio de demais estruturas. De acordo com Sotello (2012) podemos empilhar até 12 unidades (quando vazias), tendo em vista que se trata de um material rígido, porém, relativamente leve. Já segundo a Residential Shipping Container Primer (2014), a rigidez da estrutura de um container possibilita o seu empilhamento em até oito unidades, sem que a sua integridade seja comprometida. A empresa Delta Container (2014) garante que é possível empilhar até nove containers com uma carga máxima de 25 toneladas por pavimento. Mesmo ainda não sendo clara qual a capacidade máxima de carga de uma edificação em container, tendo em vista que cada autor se baseou nas suas experiências com o material, podemos afirmar seguramente que é possível a construção de um edifício com pelo menos oito pavimentos, dadas as características do projeto e as condições para instalação. A estrutura dos contêineres, reforçada em aço, é capaz de suportar aproximadamente dez vezes o próprio peso, o que possibilita que formem agrupamentos estáticos com oito unidades de altura no sentido transversal e com três unidades no sentido longitudinal. Isto é possível porque as cargas horizontais são suportadas e transmitidas das vigas para os pilares e são direcionadas para os pontos de apoio da estrutura. No entanto, é necessário assegurar que as cantoneiras estejam posicionadas uma acima da outra, garantindo assim a transmissão das cargas e a eficiência do conjunto (Carbonari e Barth, 2015). Embora exista essa possibilidade, é extremamente raro ver edificações executadas em container com mais de quatro pavimentos. A grande maioria das construções executadas no brasil são residências com até dois pavimentos, porém, existe um crescimento deste método dentre grandes varejistas, principalmente no setor de restaurantes da modalidade fast-food. De acordo com Fossoux et Chevriot (2013), a maior dificuldade do reaproveitamento dos containers tem sido a sua ligação. A pintura de oxidação, que irá evitar que a estrutura seja corroída só pode ser feita posterior a soldagem estar completa e resfriada, além de que posteriormente, todos os espaços vagos entre as chapas devem ser preenchidos com espuma de poliuretano, visando evitar infiltrações. Vale ressaltar também que, segundo Carbonari e Barth (2015), os requadros das aberturas devem ser realizados com o mesmo material do contêiner, tendo em vista que ligas metálicas diferentes podem levar a corrosão de um dos metais utilizados. 25 3. ESTUDO DE CASO 3.1 Apresentação O imóvel escolhido para estudo de implantação de uma drogaria, ao qual segundo o Anexo Único do Decreto 57.387, de 13 de outubro de 2016, classifica-se como, nR1-3 – comercio diversificado de âmbito local, situa-se a Rua Passo da Pátria, nº 1.101, no bairro da Vila Leopoldina dentro do município de São Paulo. Dentro do município existem diversos imóveis, tal qual o preferido, com grande potencial comercial, porém, com alto custo de implantação, o que faz com que o investimento na aquisição ou locação do terreno não seja interessante. Tendo isso em mente e com a crescente utilização de containers para construção de estabelecimentos comerciais, caso a implantação por meio deste método construtivo se mostre interessante com relação aos demais métodos convencionais, tais terrenos poderão ser melhor aproveitados e servir a população ao seu entorno. Para que seja feito um comparativo justo, será necessário a priori elaborar o projeto de uma drogaria, obedecendo todas as premissas estabelecidas dentro da legislação vigente, bem como o padrão de acabamento adotado pelas principais redes deste segmento dentro da capital paulista para posteriormente adaptar este projeto para execução em containers, com a finalidade de apresentar como deve ser feita a adaptação de um módulo e quais premissas devem ser obedecidas. 3.2 Localização e permissão de uso De acordo com a Lei nº 16.402, de 22 de março de 2.016, ao qual disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo e a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2.014, que tange o seu Plano Diretor estratégico, o imóvel está situado a uma MUC (Macroárea de Urbanização Consolidada), que tem como principal objetivo otimizar as condições urbanísticas e o aproveitamento de terrenos urbanos com boa oferta de equipamentos, serviços e infraestrutura urbana, além de também ser parte integrante de uma ZC (Zona de Centralidade) ao qual são parcelas de toda extensão situada alheia aos eixos de estruturação da transformação urbana destinadas a promover atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, em que a intenção é proporcionar preferencialmente os usos 26 não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias e permitir a qualificação paisagística e dos demais espaços públicos. Figura 11 – Mapa de zoneamento da cidade de São Paulo Fonte: Geosampa (2020) Dessa forma, conforme Quadro 4 – Usos permitidos por zona, parte do anexo integrante da Lei de Uso e Ocupação de Solo, a atividade de drogaria é permitida dentro do zoneamento em questão, tendo em vista que o grau de impacto do empreendimento é compatível com o quefoi planejado para a região. No mais, vale ressaltar também que o imóvel se encontra também em um área de tombamento ambiental, segundo consulta feita junto a CIT (Cadastro de Imóveis Tombados), regido pela Resolução nº 21 / CONPRESP / 2015, que resolve tombar os imóveis das áreas adjacentes ao perímetros tombado da City Lapa, pela resolução nº 03 / CONPRESP / 2009. Definida a localização do imóvel dentro do território urbano, é necessário aferir o que cada uma das leis ou resoluções acima citadas dizem com relação aos parâmetros construtivos, sendo de suma importância que seja utilizado sempre o critério mais restritivo para elaboração do projeto, tendo em vista que o mesmo deverá atender a todas as legislações, valendo destacar que não necessariamente uma única lei te dará todas as diretrizes mais restritivas, se fazendo necessária uma análise completa de todos os parâmetros apresentados e comparando-os com os demais presentes nas demais legislações. 27 3.3 Premissas básicas de projeto e parâmetros urbanísticos Segundo os Artigos 5º e 6º da Resolução – RDC nº 44 / 2009 ANVISA, toda farmácia ou drogaria deverá ser projetada de maneira a ser compossível com os serviços a serem desenvolvidos, dispondo de ao menos, ambientes para atividades administrativas, carga e descarga de produtos, dispensa de medicamentos, depósito para materiais de limpeza (DML) e sanitário, além da presença de local especifico e de máxima segurança para a armazenagem de produtos controlados. Ainda, todas as áreas devem permanecer em excelente estado de conservação, tanto físico quanto estrutural, de modo a conceder a higiene e a não ofertar risco ao usuário e aos funcionários. Quanto ao espaço destinado aos serviços farmacêuticos, de acordo com o Artigo 15º da Resolução – RDC nº 44 / 2009 ANVISA, deverão garantir atendimento individualizado, privacidade e conforto aos usuários, contando com dimensões, mobília e infraestrutura alinhadas com as atividades a serem ofertadas, e ainda deverá possuir lavatório contendo água corrente, não podendo o acesso ao sanitário ser feito por intermédio deste ambiente. Com essas informações, é possível elaborar um projeto básico pensando nos ambientes que uma drogaria deve possuir, porém, é necessário prever qual será o porte dessa edificação e qual o publico alvo da mesma, o que baseando-se nas unidades das Drogarias São Paulo e Pacheco, redes integrantes do Grupo DPSP, uma loja média deve contar com aproximadamente 250,00m² de área bruta para atender a todo o fluxo de trabalho com excelência, respeitando inclusive os espaçamentos solicitados pelas normas de acessibilidade. Posterior ao levantamento das informações básicas especificadas para implantação de tal empreendimento, é necessário verificar se uma edificação, ainda sem seus ambientes dimensionados, somente com essa projeção de 250,00m², pode ser instalado do terreno objeto deste estudo, respeitando toda a legislação vigente. De acordo com o Quadro 3 – Parâmetros de ocupação, parte do anexo integrante a Lei nº 16.402 de 22 de março de 2016, dentro de uma Zona de Centralidade, todas as edificações novas a serem construídas deverão possuir um Coeficiente de Aproveitamento mínimo de 0.3, básico de 1.0 e máximo de 2.0. Isso quer dizer que, essa edificação poderá possuir, somando todas as suas áreas uteis, tendo em vista o terreno em análise com 635,00m², uma área mínima de 190,50m² e máxima, sem o pagamento de outorga onerosa, de 635,00m², além de respeitar uma Taxa de Ocupação de até 70%, ou seja, poderá possuir uma projeção máxima de 444,50m². Para elucidar melhor essa questão, observe as imagens abaixo. 28 Figura 12 – Ilustração do conceito de Coeficiente de Aproveitamento e Taxa de Ocupação Fonte: Zoneamento Ilustrado, Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016 Ainda segundo o Quadro 3 supracitado, essa edificação deverá respeitar obrigatoriamente um recuo frontal de 5,00m, e se a mesma possuir mais de 10,00m de altura, medidos do passeio até a parte mais alta da construção, também deverão ser atendidos recuos laterais e de fundos de ao menos 3,00m. Quanto as questões de permeabilidade, em consulta ao Mapa 3 – Perímetros e Qualificação Ambiental, parte integrante da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, o imóvel está situado em um P5, ou seja, perímetro de qualificação ambiental 5, o que significa que além de atender a uma área de permeabilidade maior do que os demais perímetros, também deverá ser atendida uma Quota Ambiental, ao qual segundo o Quadro 3A da mesma Lei, deverá ser de no mínimo 0,29, além de uma Taxa de Permeabilidade de pelo menos 25%. Essa quota poderá ser atendida por meio de uma maior área de solo natural no terreno, indo além do mínimo estabelecido, e também mediante o plantio de árvores, onde cada espécie e porte irá contribuir com uma pontuação diferente. Em cálculo feito por meio de um simulador disponibilizado pela Prefeitura Municipal de São Paulo, se for executada uma área de solo natural equivalente a 190,00m² e plantadas 9 árvores de médio porte (ou 4 de grande porte), a pontuação atingida será a necessária para implantação do empreendimento, além da necessidade de implantação de um reservatório para controle de escoamento superficial com capacidade mínima de 4.000,50 litros. 29 Figura 13 – Ilustração do conceito de recuos mínimos e Taxa de Permeabilidade Fonte: Zoneamento Ilustrado, Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016 Outra informação importante relacionada ao plantio de árvores, é que segundo a Resolução nº 21 / CONPRESP / 2015, para toda edificação a ser construída ou regularizada, será exigida ao menos uma árvore a cada 7,00m ou fração no passeio fronteiriço a testada do imóvel. Com base nessas informações, conclui-se que uma edificação com cerca de 250,00m² atende ao Coeficiente de Aproveitamento e a Taxa de Ocupação mínimos exigidos pela legislação, desde que atendidos os recuos solicitados e respeitada a área mínima de solo natural. Vale ressaltar que, além do atendimento destes itens existem também as especificações especificas para implantação de uma atividade classificada como nR1-3. Segundo o Quadro 4A – Condições de Instalação por subcategoria de uso, grupos de atividade e usos específicos, parte integrante da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, é necessário para atividade de comercio de produtos farmacêuticos um mínimo de uma vaga de automóvel para cada 75,00m² de área construída e uma vaga de bicicleta para cada 250,00m², não se aplicando a necessidade de vestiários na edificação. 30 Ainda de acordo com o mesmo quadro, é necessária a presença de ao menos uma vaga para veículo utilitário, além das vagas especiais previstas em legislação especifica, como a reserva de ao menos vaga destinada a idosos, com dimensão mínima de 2,50m x 5,00m e uma vaga destinada a pessoas portadoras de deficiência, com dimensão mínima de 3,70m x 5,00m, sendo dos 3,70m, 1,20m de faixa de segurança e 2,50m para a vaga em si, valendo ressaltar que não se aplica vaga para carga e descarga. Quanto ao acesso as vagas, seguindo as premissas do Decreto 57.776, de 07 de julho de 2017, que regulamenta a Lei nº 16.642, de 09 de maio de 2017, que aprovou o Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo, deverão ser previstas, área de manobra, visando que para o estacionamento do veículo não seja utilizado o espaço do logradouro público, além de individualizar a entrada de pedestres a edificação da entrada de automóveis, ao qual deverá ser feito por intermédio de uma guia rebaixa com dimensão máxima equivalente a 50% da testada do imóvel. Ainda de acordo com o decreto, o pé direito para área de trabalho, reunião, circulação, cozinha ou copa deverá ser de no mínimo 2,50m, enquanto sanitários e vestiários poderão contar com um pé direito de 2,30m, além da necessidade de atender osparâmetros de iluminação e ventilação, seja de forma natural ou artificialmente por meio de sistemas de exaustão e afins. Por fim, a edificação deverá dispor de uma quantidade de sanitários calculada em função das atividades a serem exercidas no local, sendo o mínimo estabelecido de uma bacia e um lavatório para cada sexo segundo o COE, e ainda ao menos um sanitário para pessoas portadoras de necessidades com dimensões conforme especificado na ABNT NBR 9050/2020 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 31 Figura 14 – Dimensões de um sanitário para pessoas portadoras de necessidades especiais Fonte: Adaptado de ABNT NBR 9050/2020 Em consulta feita junto a Secretária de Municipal de Desenvolvimento Urbano foi atestado pelos mesmos que podemos, para uma edificação com as dimensões pretendidas de 250,00m², é passível de aprovação a apresentação de somente um sanitário PNE para uso geral, sem a necessidade da implantação de mais dois sanitários comuns divididos por sexo. Dessa forma, podemos afirmar que essa drogaria deverá possuir: Salão de vendas, sanitário PNE para uso comum, sala para serviços farmacêuticos, sala da gerência com espaço para instalação de cofre, copa e vestiário para uso exclusivo dos funcionários, depósito de materiais de limpeza, área de medicamentos, estoque geral de medicamentos e estoque de medicamentos controlados, sendo interessante incluir também uma laje técnica para instalação das caixas d’água. Ainda, se faz necessário o plantio de 6 árvores de pequeno porte, seis árvores de médio porte e o atendimento de ao menos 200,00m² de área de solo natural, além do plantio de mais 3 árvores no passeio frente ao imóvel. Na área externa, seguindo as premissas estabelecidas pela legislação, serão previstas quatro vagas de uso comum, uma vaga destinada a idosos, uma vaga destinada a portadores de necessidades especiais, uma vaga de carga e descarga e duas vagas para bicicletas. Para que o comparativo dos métodos construtivos seja feito de maneira transparente quanto aos resultados, é interessante apresentar o conceito de uma edificação, com as características citadas acima, projetada para ser construída em alvenaria. Dessa forma, adaptando o projeto original para que seja executado em container, será possível entender de fato se essa é uma alternativa viável para este ramo de atividade. 32 3.4 Projeto e execução da edificação em alvenaria De acordo com projeto elaborado pelo Grupo DPSP, para atendimento pleno de todos os compartimentos pertinentes e respeitando todos os parâmetros urbanísticos relacionados no item anterior, chegou-se a uma drogaria com 228,30m² de área construída, 145,82m² de área de estacionamento e 187,25m² de área permeável em solo natural, apresentando uma Taxa de Ocupação de 35,95%, Coeficiente de Aproveitamento de 0,36 e Taxa de Permeabilidade de 29,49%, conforme implantação abaixo. Figura 15 – Planta de cobertura e implantação em alvenaria Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL07-REV01 Internamente, essa área foi dividida entre: Salão de vendas (115,98m²), sanitário PNE (3,27m²), sala de serviços farmacêuticos (9,74m²), copa (6,40m²), sala da gerência (2,39m²), deposito de materiais de limpeza (2,13m²), vestiário masculino com WC (4,46m²), vestiário feminino com WC (4,89m²), estoque de medicamentos (9,00m²), estoque de medicamentos controlados (5,05m²) e área de medicamentos (27,60m²), todos dimensionados de maneira a atender os espaçamentos mínimos para circulação de pessoas portadoras de deficiência e de acordo com o que pede a legislação vigente. O layout formado por estes ambientes foi elaborado pensando principalmente no conforto dos usuários e dos funcionários, conforme pode-se observar na sequência. 33 Figura 16 – Planta de layout e compartimentação em alvenaria Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL04-REV01 Todas as paredes externas e as paredes imediatamente abaixo da laje técnica, que abriga a caixa d’água, foram projetadas para execução em alvenaria, enquanto as demais deverão ser executadas em drywall comum ou drywall resistente a umidade, a depender do ambiente. Quanto ao pé direito dos ambientes, foi adotado o mínimo de 2,60m para os WCs, estoque e salas da retaguarda e 3,20m para as áreas de circulação do público. Figura 17 – Corte transversal Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL08-REV01 34 Ainda segundo projeto elaborado pelo Grupo DPSP, foram previstos pilares metálicos para estrutura da edificação, fixados sobre blocos de fundação rasa. Dessa forma, existe uma economia com relação aos pilares e vigas a serem executados em concreto armado, o que além de aumentar o tempo de obra, também gera um custo maior com materiais. Figura 18 – Malha de pilares da edificação em alvenaria Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL03-REV01 Segundo a equipe de engenharia do grupo DPSP, uma obra dentro dessas dimensões e especificações demora cerca de 120 dias para ser executada, da fundação até o acabamento, sendo de 15 a 20 dias destinados a execução da fundação, mais 15 a 25 dias destinadas a execução de toda estrutura metálica (incluindo cobertura), 30 a 40 dias para levante de alvenaria, 30 a 40 dias para instalações (elétrica, T.I., CFTV e hidráulica) e 30 dias para acabamentos. Vale ressaltar que não necessariamente cada serviço é iniciado ao término do outro, podendo alguns deles serem executados concomitantemente ou ao menos antes do seu término. 3.5 Projeto e execução da edificação em container Com base nos projetos executivos elaborados pelo grupo DPSP, a ideia inicial para adaptação deste projeto para execução em container era que as dimensões são distassem tanto do proposto originalmente. Para tal, foram escolhidos 5 containers Dry High Cube 40’, dispostos de maneira a deixar um vão entre eles a ser preenchido por meio de uma cobertura 35 metálica, resolvendo assim a questão termoacústica da parte superior da lata, conforme croqui abaixo: Figura 19 – Planta da estrutura do telhado Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL07-REV01 No mais, a edificação adaptada ficou com 233,28m² de área construída, 145,82m² de área de estacionamento e acesso e 184,99m² de área permeável em solo natural, apresentando então uma Taxa de Ocupação de 36,74%, Coeficiente de Aproveitamento de 0,37 e Taxa de Permeabilidade de 29,13%, respeitando ainda as premissas estabelecidas pelo PDMSP. Figura 20 – Planta de implantação em container Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL07-REV01 Todos os ambientes possuem áreas extremamente semelhantes as previstas no projeto elaborado em alvenaria, possuindo assim: Salão de vendas (112,91m²), sanitário PNE (3,44m²), sala de serviços farmacêuticos (9,74m²), copa (6,48m²), sala da gerência (5,02m²), deposito de 36 materiais de limpeza (2,80m²), vestiário masculino com WC (5,85m²), vestiário feminino com WC (5,60m²), estoque de medicamentos (7,43m²), estoque de medicamentos controlados (4,94m²), área de medicamentos (28,81m²) e por fim sobrou espaço para uma área de recreação/descanso (4,81m²), mantendo ainda o espaçamento mínimo previsto nas normas de acessibilidade para circulação de pessoas portadoras de necessidades especiais e atendendo ao que pede a legislação vigente. Ainda que os ambientes todos tenham ficado com áreas extremamente semelhantes as projetadas em alvenaria, alguns deles tiverem de ser remanejados para uma outra posição dentro da edificação devido as limitações quanto as dimensões dos módulos, além de ter havido uma redução significativa dos móveis para exposição dos produtos dentro do salão de vendas, fator que se agrava quando existe a necessidade da colocação de reforços na estrutura dos containers nas partesonde os painéis laterais tiveram de ser suprimidos para criar os vãos dos ambientes. Outra forte alteração foi com relação ao pé direito dos ambientes, ao qual tiveram de ser reduzidos drasticamente, porém, ainda atendendo ao mínimo estabelecido pela municipalidade. Figura 21 – Planta de layout e compartimentação em container Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL04-REV01 De acordo com Socrates (2012), todas as peças integrantes de um container formam uma espécie de conjunto estrutural, que o faz autoportante, resistente e destinado a sustentar cargas que reivindicam mais empenho que uma resistência comum, porém, como na situação 37 presente, quando recebem muitas adequações, como aberturas, pode-se fazer necessária a instalação de reforços, visando manter o desempenho da estrutura. Figura 22 – Planta de estrutura (container + reforços) Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL02-REV01 Interessante deixar claro também que os blocos de fundação não serão posicionados imediatamente abaixo dos trechos com reforço estrutural, mas sim de acordo com a figura 5, apoiando as extremidades dos containers e o seu meio no trecho de maior vão. Figura 23 – Planta de fundação Fonte: Adaptado de DSP-PASSO DA PÁTRIA-ARQ-EXE-FL02-REV01 38 Toda a edificação receberá acabamento externo em revestimento termoacústico, além da instalação dos pontos de ar condicionado, instalados próximos as estruturas do container ou dos reforços estruturais propostos com as condensadoras do lado de fora, nas laterais da edificação. Foram previstas 4 máquinas de 36 mil BTUs (Unidade Térmica Britânica) no salão de vendas, uma máquina de 24mil BTUs na área de medicamentos e máquinas de 9 mil BTUs nas salas de serviços farmacêuticos, gerência, estoque de medicamentos e estoque de medicamentos controlados, conforme especificação do caderno da DPSP. Tendo em vista também que o projeto original foi proposto para que a edificação possuísse quase 7,00m de altura, serão utilizados na fachada e nos primeiros 5,00m das laterais da edificação elementos em ACM, visando faze-la parecer maior, uma vez que o container adotado possui altura externa de 2,79m. 3.6 Custo-benefício: Comparativo de orçamento Embora a construção de edificações utilizando containers como matéria prima tenha partido da ideia de sustentabilidade e redução do impacto ambiental, o aspecto que mais se destaca dentre todos os outros é o custo total do empreendimento. Mesmo que seja necessário mão de obra especializada para adequação do recipiente e o material não seja adequado quando o assunto é conforto termoacústico, problemas que para serem solucionados tendem a aumentar o custo da obra, ainda assim, conseguem bater o custo de outros métodos construtivos. De acordo com Sotello (2012), uma residência executada nos arredores da cidade de Santos / SP, com dois containers de 40’, o que chega a quase 60m², possuindo dois dormitórios, dois banheiros, sala de jantar / estar e cozinha, pode ser montada em cerca de sete dias com um valor aproximado por metro quadrado de R$ 950,00 com o acabamento, totalizando um custo de R$ 57.000,00 para o empreendimento. Uma construção no mesmo padrão, executada em alvenaria, além de levar mais tempo para ficar pronta devido aos tempos de cura do concreto, custaria algo próximo dos R$82.000,00 no total, cerca de 50% mais caro. Em contado com o setor de obras do Grupo DPSP, para essa obra ser executada em alvenaria, com fundação rasa e estrutura metálica, o valor total da obra seria de aproximadamente R$1.200.000,00 sendo estimado: R$250.000,00 para mobiliário, R$190.000,00 para instalações de TI e CFTV, R$170.000,00 para as demais instalações elétricas, R$60.000,00 para instalações hidráulicas e R$530.000,00 para fundação e movimentação de terra, civil e acabamentos. 39 De acordo com o simulador da empresa UP Container, considerando uma edificação com cerca de 240,00m² de área construída, um padrão de acabamento alto e instalações elétricas e hidráulicas já embutidas, chegamos a um valor R$600.000,00. Levando em consideração também a parte de TI e CFTV, mobiliário e telhado completo para suprir o vão entre os containers, deve-se acrescer a este valor respectivamente R$170.000,00, R$250.000,00 e R$60.000,00, totalizando assim um valor final de R$1.080.000,00. Quando são analisados somente os números, os valores parecem ser bem próximos um do outro, representando uma economia de apenas 10%, porém, quando entra nessa relação o fator tempo de obra o container leva alguma vantagem. De acordo com o Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo, se um processo para emissão de Alvará de Execução de obras não for analisado ou indeferido num prazo de 120 dias corridos, as obras poderão ser iniciadas. Em contato com o setor de aprovações do Grupo DPSP, essa é uma pratica bem comum da companhia e quase todas as suas obras dentro da cidade são feitas dessa forma. Tendo em vista este cenário, uma obra em alvenaria somente poderá ser iniciada posterior a este prazo de decurso, e tende a levar mais 120 dias para ser concluída, totalizando assim 240 dias desde o início da aprovação até a inauguração da farmácia. Em se tratando de uma edificação em container, este período de 120 dias até o início das obras poderá ser aproveitado planejando o transporte dos módulos no terreno e realizando todas as adequações necessárias em sua respectiva fabrica. Dessa forma, ao término dos 120 dias, com mais 30 dias para preparação do terreno e instalação dos módulos já adequados, pendente apenas a sua fixação entre si, é possível que essa drogaria em container seja inaugurada num prazo de 150 dias corridos a contar do início da aprovação. Dentro do varejo existe um termo conhecido como “dia operacional”, que se refere a quantos dias de operação um empreendimento consegue antecipar para maximizar seus lucros e ter o mais brevemente possível um retorno sobre o investimento. Considerando um ganho de 90 dias operacionais e uma estimativa de lucro do negócio de cerca de R$600.000,00 por mês em fase de maturação, é previsto um ganho real de R$1.800.000,00. 40 4. CONCLUSÃO Podemos definir este método construtivo como sustentável e econômico, porém, é fato que não existe a possibilidade deste vir a substituir métodos convencionais. Realmente, nas condições ideais, a construção com container é muito mais vantajosa do que uma construção em alvenaria por exemplo, porém, existem muitas restrições com relação ao projeto e a estrutura da edificação. Como foi explicado, são comumente utilizados containers de 20 ou 40 pés nas obras, o que limita muito as possibilidades de montagem, sendo um desafio criar algo diferente do seu formato original. Não é qualquer projeto que pode ser executado neste método. Uma construção em container preferencialmente deve ser pensada desde o início como tal, já ciente das limitações e adaptando o que for possível. Pegar um projeto que originalmente seria executado em alvenaria e tentar construí-lo em container será extremamente complexo e difícil de atender a todas as premissas estabelecidas, porém, é possível. Outro aspecto que faz refletir sobre a viabilidade deste método construtivo em detrimento dos demais é a logística. Como foi dito, nas condições ideias, a construção em container é mais vantajosa, porém, se sairmos um pouco da região litorânea, o custo com o transporte dos módulos começa a ficar bastante elevado, o que acaba por derrubar o projeto. Outra situação complicada é quando os terrenos não possuem fácil acesso de caminhões ou do guindaste, o que impossibilita a sua montagem. O container, ainda precisa avançar bastante no Brasil para ser utilizado da maneira correta. Existem poucos profissionais no país que exercem essa atividade com maestria, porém, dentrode alguns anos esse cenário tende a mudar, principalmente com cada vez mais grandes varejistas aderindo ao método construtivo. Creio que em breve, este poderá ser utilizado na construção de unidades residenciais de interesse popular, o que além de ter um baixo custo de execução, também é sustentável. 41 5. 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