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ARTIGO 1

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 Francisco da Costa Gomes Filho 
 
 
 
 
 
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE: 
UMA REVISÃO LITERÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
MARABÁ – PA 
2010 
2 
 
Francisco da Costa Gomes Filho 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE: 
UMA REVISÃO LITERÁRIA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Universidade Aberta do Brasil – Universidade 
Federal de São Paulo para obtenção do 
Certificado de Conclusão do Curso de 
Especialização em Informática em Saúde. 
 
 
 
 
Orientadora: Profª Dra MARILENA PACIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARABÁ - PA 
2010 
3 
 
Ficha de Aprovação 
 
Francisco da Costa Gomes Filho Cód. Matrícula: _______ 
 
 
PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE: 
UMA REVISÃO LITERÁRIA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Certificado de Conclusão do 
Curso de Especialização em Informática em Saúde. 
 
Nota: _______ ( ) Aprovado ( ) Reprovado 
 
Banca examinadora: 
 1. Marilena Pacios 1. _______________________________ 
 Orientadora Assinatura 
 
2. _____________________ 2. ______________________________ 
1º Examinador Assinatura 
 
3. ____________________ 3.___________________________ 
 2º Examinador Assinatura 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À Mônica, minha mulher. 
5 
 
RESUMO 
 
 
 
O prontuário eletrônico do paciente é um meio físico cujas informações de saúde, 
clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo no ato de sua internação 
estão armazenadas, e, muitos benefícios podem ser obtidos deste formato de 
armazenamento. Dentre eles, podem ser destacados: acesso rápido aos problemas 
de saúde e intervenções atuais; acesso a conhecimento científico atualizado com 
conseqüente melhoria do processo de tomada de decisão; melhoria de efetividade do 
cuidado, o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos 
tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; possível redução de custos, com 
racionalização dos recursos. Os registros de saúde, dentre os quais o mais importante 
é o prontuário médico, até recentemente eram representados por documentos em 
papel mantidos em uma variedade de formatos, conteúdos, e locais diferentes. A 
impossibilidade de acessar e integrar dados de pacientes individuais ou de grupos de 
pacientes registrados em documentos manuais resulta em uma visão fragmentada da 
evolução dos problemas de saúde individuais e a impossibilidade de recuperar a 
informação agregada dos prontuários de uma comunidade. Esta revisão representa 
uma atualização sobre o prontuário eletrônico do paciente em seus diversificados 
aspectos através de uma revisão literária e análise de dezenove publicações 
extraídas de um elenco de vinte e sete trabalhos, após o estabelecimento dos 
critérios: período (entre 2005 e 2010) e idioma (português e inglês), independente dos 
países de suas publicações. 
 
 
Palavras – Chave: Prontuário; Arquivos Médicos; Prontuário Eletrônico do Paciente. 
6 
 
ABSTRACT 
 
The electronic patient record is a medium whose physical health information, clinical 
and administrative, throughout the life of an individual at the time of his hospitalization 
are stored, and many benefits can be obtained from this storage format. Among them 
may be distinguished: fast access to health problems and current interventions, 
access to current scientific knowledge with consequent improvement of the process of 
decision making, improving effectiveness of care, which certainly help to achieve 
better treatment outcomes performed and patient care, possible cost reductions, with a 
rationalization of resources. Health records, among which the most important is the 
medical record, until recently were represented by paper documents kept in a variety 
of formats, content, and different locations. The inability to integrate data from 
individual patients or groups of patients recorded in manual documents results in a 
fragmented view of the evolution of individual health problems and the inability to 
recover aggregate information from records of a community. This review represents an 
update on the electronic patient record in its many aspects through a literature review 
and analysis of nineteen publications drawn from a cast of twenty-seven works, after 
the establishment of criteria: period (between 2005 and 2010) and language 
(Portuguese and English), regardless of the countries of their publications. 
 
Keywords: Handbook; Medical Files; Electronic Health Record. 
7 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
AC - Autoridade Certificadora 
CFM – Conselho Federal de Medicina 
CPRI – Computer - based Patient Record Institute 
CRM – Conselho Regional de Medicina 
DANT’s – Doenças e Agravos Não Transmissíveis 
DOU – Diário Oficial da União 
GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos 
ICP Brasil - Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira 
IEC - International Electrotechnical Commission 
IOM - Institute of Medicine of National Academies dos Estados Unidos 
ISO - Organização Internacional para Padronização 
ITI - Instituto Nacional de Tecnologia da Informação 
MS - Ministério da Saúde 
NGS1 - Nível de garantia de segurança 1 
NGS2 - Nível de garantia de segurança 2 
NTIC’s - Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação 
OMS – Organização Mundial de Saúde 
PAM – Policlínica de Atendimento Médico 
PEP – Prontuário Eletrônico do Paciente 
PHR - Personal Health Record 
PPS - Prontuário Pessoal de Saúde 
PSF – Programa de Saúde da Família 
SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde 
SQL – Standard Query Language 
SUS - Sistema Único de Saúde 
UBS – Unidade Básica de Saúde 
UICC - International Union Against Cancer 
UNESP – Universidade Estadual Paulista 
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas 
USF – Unidade de Saúde da Família 
USP – Universidade de São Paulo 
8 
 
SUMÁRIO 
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 09 
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 10 
2.1. Conceitos de Prontuário Eletrônico do Paciente ............................................. 10 
2.2. Resumo Histórico do Prontuário ....................................................................... 11 
2.3. Estruturação da Evolução Clínica para o Prontuário Eletrônico do Paciente12 
2.3.1 Potenciais Benefícios ..................................................................................... 13 
3.Vantagens e Desvantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente ................... 14 
3.1. Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente ............................................ 14 
3.2. Desvantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente ...................................... 16 
4.PERSPECTIVAS DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE .................... 19 
5. UM NOVO OLHAR PARA O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE ...... 21 
6. METODOLOGIA ..................................................................................................... 22 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 24 
8. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 26 
ANEXOS 
Conselho Federal de Medicina - Resolução CFM Nº 1.931, de 17/09/2009. ...... 30 
Código de Ética Médica ........................................................................................ 32 
ResoluçãoCFM nº 1.605/2000 .............................................................................. 50 
Resolução CFM nº 1.638/2002 .............................................................................. 52 
Normas Técnicas para o Uso de Sistemas Informatizados para a Guarda e 
Manuseio do Prontuário Médico .......................................................................... 55 
Certificação dos Sistemas Informatizados para a Guarda e Manuseio do 
Prontuário Médico ................................................................................................ 58 
Resolução CFM Nº 1.821/07 ................................................................................. 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
É visível o progresso da tecnologia da informação no tocante a Informática 
em Saúde, porém esta evolução não é tão pronunciada como em outros campos da 
atividade humana, como por exemplo, do sistema financeiro. Hoje praticamente não 
precisamos mais ir a qualquer agência bancária, nem mesmo a que mantemos conta, 
para efetuarmos algumas transações. Isto pode ser feito em vários pontos distribuídos 
pela cidade, ou mesmo usando pequenos aparelhos de comunicação. 
O prontuário do paciente, também chamado de prontuário médico, foi 
criado por médicos e enfermeiros para anotações sistemáticas dos cuidados 
prestados a pacientes. 
Atualmente, a gestão dos cuidados de saúde é impulsionada pela 
necessidade de tirar o máximo de produtividade com o mínimo de recurso disponível, 
provocando uma tendência no mundo da administração dos serviços de saúde a cada 
vez mais mudarem seus prontuários em papel para prontuário eletrônico ou baseados 
em computador. Porém esta adesão ao Prontuário Eletrônico do Paciente por muitas 
instituições de saúde ainda continua baixa, notadamente nos serviços públicos. 
Este trabalho visa fazer uma revisão bibliográfica do assunto, utilizando-se 
da, provavelmente maior fenômeno tecnológico da humanidade, a INTERNET. Tem 
como meta destacar conceito, características, benefícios em potencial além de 
enfatizar dificuldades na sua utilização e implantação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1. Conceitos de Prontuário Eletrônico do Paciente 
 
Prontuário origina do termo em latim promptuarium que quer dizer “lugar 
onde se guardam ou depositam as coisas que se pode necessitar a qualquer 
instante”. A idéia não é nova, Hipócrates, já defendia que os médicos registrassem 
por escrito seus atendimentos ao paciente, no sentido de delinear o curso de uma 
doença ou indicar suas causas possíveis (MOTA, 2006; DIAS, 2008; e, FILGUEIRAS, 
2009; apud MARIN; MASSAD; AZEVEDO NETO, 2003). 
Na língua portuguesa existem diversas denominações como Prontuário do 
Paciente, Prontuário Médico, Registro do Paciente, independente do seu formato, se 
em meio tradicional ou eletrônico. 
Prontuário eletrônico do paciente tem algumas definições segundo diversos 
autores: 
Segundo PEREIRA, et al (2003), “Prontuário eletrônico do paciente é uma 
estrutura eletrônica para manutenção de informação sobre o estado de saúde e o 
cuidado recebido por um indivíduo durante todo seu tempo de vida”. 
O Institute of Medicine of National Academies dos Estados Unidos (IOM, 
1997) define o Prontuário Eletrônico do paciente como: “... o registro eletrônico 
inserido em um sistema projetado para apoiar os usuários, fornecendo acesso a um 
completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros 
recursos, como links para bases de conhecimento médico”. 
Para o Institute of Medicine: "o registro computadorizado de paciente é 
um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para dar 
apoio aos usuários, a partir da disponibilidade de dados completos e corretos, 
lembretes e alertas aos médicos, sistemas de apoio à decisão, links para bases de 
conhecimento médico, e outros auxílios"; enquanto que, o Computer - based Patient 
Record Institute considera que: "Um registro computadorizado de paciente é uma 
informação mantida eletronicamente sobre o status e cuidados de saúde de um 
indivíduo durante toda a sua vida". 
Ainda no mesmo trabalho acima citado, o Computer-based Patient Record 
Institute (CPRI) norte - americano define o prontuário eletrônico do paciente como um 
11 
 
registro das informações sobre o estado de saúde e os cuidados que o paciente 
recebeu durante toda a sua vida e que são mantidas eletronicamente (CPRI, 1995). 
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM): “... o prontuário médico é 
documento único, constituído por informações, sinais e imagens registrados a partir 
de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele 
prestada, com caráter legal, sigiloso e científico, utilizado para possibilitar tanto a 
comunicação entre os membros de uma equipe multiprofissional como a continuidade 
da assistência prestada ao indivíduo” (CFM, 2007). 
O Conselho Federal de Medicina e a Sociedade Brasileira de Informática 
em Saúde (SBIS), através da Resolução CFM No 1821, regulamenta a digitalização de 
documentos e autoriza a eliminação do papel, Porém estas definições deixam claro 
que a digitalização do prontuário em papel não o torna um prontuário eletrônico do 
paciente, pois a principal mudança no prontuário eletrônico do paciente é a 
estruturação da informação, tornando mais eficiente o armazenamento e a 
recuperação. 
Para PINTO (2006), o Prontuário Médico do Paciente é a memória escrita 
da história do paciente sendo, portanto, indispensável para a comunicação intra e 
entre a equipe de saúde e o paciente, a continuidade, a segurança, a eficácia e a 
qualidade de seu tratamento, bem como a gestão das organizações hospitalares. 
Os computadores começaram a ser usados para funções administrativas e 
fiscais em hospitais no início dos anos 60, sendo também observado o aparecimento 
dos primeiros trabalhos em informática médica, visando melhorar as decisões clínicas 
e reduzir os erros médicos. Este início ressalta o apoio às decisões como lembretes e 
alertas (MEINERT, 2005). 
 
 
2.2. Resumo Histórico do Prontuário 
 
O primeiro relatório médico conhecido situa-se no período entre 3000 e 
2500 a.C., feito pelo médico egípcio INHOTEP, que registrou quarenta e oito casos 
cirúrgicos em um papiro, exposto na Academia de Medicina de Nova Iorque 
(Carvalho, 1977). 
12 
 
Anotações sobre doenças e doentes foram feitas por Hipócrates por volta 
de 460 a.C. Nos séculos posteriores, pouco se registrou sobre moléstias. 
Em 1137, já havia anotações relativas aos pacientes no Hospital São 
Bartolomeu em Londres, a primeira instituição hospitalar de que se tem notícia 
(Carvalho, ob. cit., p. 142). 
Em 1580, na Itália, o religioso Camilo de Lellis aperfeiçoou a assistência 
aos doentes hospitalizados com mais organização nas prescrições médicas, nos 
relatórios de enfermagem e nas prescrições do regime alimentar. Em 1897, nos 
Estados Unidos, o Hospital Geral de Massachussets foi o primeiro a organizar um 
serviço de arquivo médico e estatística. Em 1913, o Colégio Americano de Cirurgiões, 
para credenciar hospitais, exigia registro completo dos casos e arquivamento dos 
prontuários (Mezzomo, 1991, p. 24). 
Em 1944, o uso do prontuário foi introduzido no Brasil pela Prof.ª Dr.ª 
Lourdes de Freitas Carvalho, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo, depois de estudos especializados nos Estados Unidos da 
América, onde fora estudar sistemas de arquivo e classificação de observações 
médicas (Carvalho, 1977; Moraes, 199 1, p. 105). O sistema foi adotado pelo Instituto 
Nacional de Previdência Social, o que contribuiu para sua consolidação no âmbito 
nacional (Moraes, ob. cit.) e, atualmente, o Código de Ética Médica, aprovado pela 
resolução n.º 1246/88, estabelece, no artigo 69, a obrigatoriedade de elaboração deprontuário para cada paciente. 
 
2.3. Estruturação da Evolução Clínica para o Prontuário Eletrônico do Paciente 
 
Ter todas as informações de um paciente plenamente disponíveis 
eletronicamente é algo que há muito tempo vem sendo perseguido por instituições de 
saúde. O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) não é, no entanto, um sistema de 
informação trivial (MOVAREC, 1998). 
Os avanços da tecnologia contribuem, ainda, para o desenvolvimento dos 
sistemas de informação das organizações de Saúde (públicas ou privadas), 
possibilitando no Brasil, em futuro próximo, a criação de redes interligadas, permitindo 
o acesso à história do paciente por profissionais autorizados em qualquer lugar do 
13 
 
mundo, através da Internet, exigindo links com alto grau de segurança, preservando o 
sigilo médico exigido legalmente. 
Grande parte da informação em saúde existente hoje está representada em 
documentos compostos por texto livre. O texto livre, embora possua um grande poder 
expressivo, possui uma grande limitação para a sua utilização em sistemas de 
informação: é muito difícil para um computador recuperar a informação representada 
em texto livre de forma eficiente. Hoje não basta mais ter simplesmente uma grande 
base de documentos médicos. É importante também, a partir de um conjunto de 
documentos, ser capaz de responder “Qual foi o diagnóstico final?” ou “Que outros 
pacientes apresentaram os mesmos sintomas?”, por exemplo. É oferecendo 
respostas a estas perguntas que os computadores podem efetivamente auxiliar na 
prática médica. Em uma base composta por documentos representados como texto 
livre e não estruturados, no entanto, é praticamente impossível construir um sistema 
que seja capaz de responder a estas perguntas. O que se precisa é uma forma de 
representação que seja legível por seres humanos e ao mesmo tempo processável 
por um computador. 
 
2.3.1 Potenciais Benefícios 
 
Diversos são os benefícios apontados para o prontuário eletrônico do 
paciente, não somente em comparação ao modelo tradicional em papel, mas como 
avanço do próprio sistema. 
DORILEO (2006); SILVA (2010); COSTA (200X); e, FELIPE (200x), citam 
como benefício em potencial a classificação de novas doenças e reclassificação das 
já existentes. 
Análises estatísticas de forma geral com utilização de mineração de dados 
que podem ser usadas na descoberta de novos conhecimentos. Refere ainda que a 
integração modular do prontuário eletrônico do paciente é particularmente importante 
sob o aspecto do ensino, pesquisa e assistência. 
Um Prontuário Eletrônico do Paciente traz consigo inúmeros benefícios 
obtidos deste formato de armazenamento, dentre os quais, podem ser destacados: 
acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; acesso ao 
14 
 
conhecimento cientifico atualizado com conseqüente melhoria do processo de tomada 
de decisão e de acordo com Gremy (1987) apud Pinto (2006, p. 38). 
Funciona como fonte de informação para pesquisas clínicas, 
epidemiológicas; fonte de informação para identificar grupos de pacientes específicos, 
além de funcionar como mecanismo para a preservação documental. Neste sentido, 
SARMENTO, A. J. et al (2010), ressalta a importância da biblioteconomia trabalhando 
em conjunto com a área da saúde para “desenvolver modelos de sistemas de 
informação que otimizem a demanda, a guarda e o armazenamento desses 
documentos, onde prevaleçam os critérios médicos, históricos e sociais relevantes 
para o estudo, pesquisa e prática médica”. 
O Programa Nacional de Hanseníase, cujo Brasil é citado como o segundo 
país no mundo em casos novos deste agravo, devido em parte ao sistema de 
informação adotado, propõe um sistema baseado em prontuário eletrônico do 
paciente, onde o mesmo poderia gerar alertas, tais como: verificação de 
inconsistência de dados, apoio na escolha do melhor esquema terapêutico, sessões 
em atraso e sessões não iniciadas e alta por cura; cria ainda, funcionalidades como 
monitorar os usuários do sistema, armazenar histórico das sessões de tratamento, 
armazenar histórico das alterações de tratamento do paciente, cadastro em etapas, 
reaproveitamento do cadastro do paciente, auto - ajuda no preenchimento dos 
campos, e, auxílio no reinício de tratamento; além de, disponibilidade de uma base 
única de informação, com acesso de qualquer local do país através da internet 
(BRASIL, 2007). 
ROCHA, et al (2010), demonstram a potencialidade do uso de PEP em 
uma unidade complexa de assistência como uma UTI, que necessita de 
monitorização constante, através do estudo da implantação de um software, utilizando 
ferramentas livres como Java, NetBeans e PostgreSQL, o que traz consigo a 
possibilidade de desenvolvimento de software com menor custo de investimento. 
 
3. Vantagens e Desvantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente 
 
3.1. Vantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente 
 
15 
 
O Prontuário Eletrônico do Paciente pode proporcionar inúmeras 
vantagens, possivelmente, em decorrência da idéia de que o uso das Novas 
Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC’s) contribuirá para o 
desenvolvimento de várias habilidades do indivíduo e conseqüentemente para o seu 
processo de aprendizagem ao longo da vida. 
Entre as diversas vantagens Prontuário Eletrônico do Paciente destacam - 
se: 
 Acesso remoto, simultâneo e atualizado; 
 Legibilidade; 
 Segurança dos dados, desde que o sistema seja bem projetado, com 
recursos de backup seguro e planos de desastres; 
 Flexibilidade de layout, ou seja, permite diferentes formas de 
apresentação dos dados (cronológica, orientando ao problema ou à 
fonte); 
 Integração com outros sistemas de informação e bases de 
conhecimento, sendo armazenados localmente ou à distância; 
 Fim da redigitação de informações; 
 Captura automática de informações, como resultados laboratoriais e 
imagens radiográficas, evitando erros de transcrição; 
 Processamento contínuo dos dados, de forma não ambígua, prevenindo 
erros e fazendo alertas e avisos aos profissionais; 
 Eliminação da redundância de dados e pedidos de exames; 
 Assistência à pesquisa, uma vez que as informações estruturadas 
podem facilitar os estudos epidemiológicos; 
 Relatórios dos dados em diversos formatos (gráficos, listas, tabelas); 
 Diferentes formas de apresentação das informações ao usuário (voz, 
imagem, gráfico, impresso, e-mail e outros); 
 Racionalidade do espaço de arquivamento de grandes quantidades de 
documentos com consequentemente ganho de espaço; 
 Agilidade de processamento revertendo em agilidade da assistência com 
maior disponibilidade de tempo para o paciente; 
 Mobilidade dos dados. 
 
16 
 
3.2. Desvantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente 
 
Através da literatura ora apresentada há várias vantagens sobre o uso do 
PEP. Contudo, alguns autores como McDonald & Barnett (1990) demonstram possuir 
visões diferenciadas e, relatam como desvantagens do uso do PEP: 
1. A necessidade de grande investimento de hardware, software e 
treinamento; 
2. A recepção por parte de alguns dos usuários pode não ser boa devido à 
falta de costume com os procedimentos informatizados; 
3. A necessidade de uma constante atenção, no sentido de combater as 
sabotagens e atenuar as resistências; 
4. A demora até que os resultados do investimento sejam visualizados; 
5. O Prontuário Eletrônico do Paciente está sujeito a falhas tanto de 
hardware quanto de software; 
6. Os sistemas podem ficar inoperantes por minutos, horas ou dias. E isto 
se traduz em informações não disponíveis; 
7. A existência de certa dificuldade para a completa e abrangente coleta de 
dados. 
O Prontuário Eletrônico do Paciente também possui desvantagens: 
necessidade de grandes investimentos de hardware, software e treinamento, 
resistência dos profissionais de saúde ao uso de sistemas informatizados, e 
ocorrência de falhas que podemdeixar o sistema inoperante (COSTA, 2001). 
Segundo DIAS (2008): “... a utilização do prontuário eletrônico do paciente 
pelos hospitais de Belo Horizonte, aponta a principal desvantagem é a falha de 
sistema, que pode ficar inoperante (80,5%). Outras desvantagens apontadas pelos 
autores foram necessidade de grandes investimentos em hardware e software 
(46,3%), a falta de segurança dos dados (43,9%), a manutenção da confidencialidade 
dos dados do paciente (36,6%) e a dificuldade de integração com outros sistemas já 
existentes (34,1%)”. 
Observou – se durante este estudo que a autora acima citada demonstra 
contradição entre duas desvantagens; pois, é feita a afirmação que o PEP é capaz de 
garantir maior segurança dos dados e mais privacidade, uma vez que, o acesso pode 
ser hierarquizado com o uso de senhas. 
17 
 
Da mesma forma, SITTIG (1999, apud MASSAD et al, 2003), afirma que o 
Prontuário Eletrônico do Paciente é capaz de garantir maior segurança dos dados e 
mais privacidade para as informações, uma vez que o acesso pode ser hierarquizado 
com o uso de senhas. O autor também afirma que o PEP facilita a integração entre 
diversos sistemas, ao contrário do que foi apontado por boa parte dos entrevistados. 
Como desvantagens do Prontuário Eletrônico do Paciente citamos a 
necessidade de grande investimento financeiro em hardware, software e treinamento, 
além de resistência a mudanças, demora na sua implantação e falha na tecnologia 
(SABATINI (1999); GINNEKEN (1997); MOORMAN (1997). 
Uma pesquisa realizada em um Programa de Residência Médica em 
Medicina de Família, sobre o comportamento frente à utilização do PEP, quase todos 
os residentes (dezessete dos dezoito entrevistados) e a metade dos médicos 
assistentes (quatro dos oitos que participaram da pesquisa), concluíram que o PEP 
tem mais desvantagens que o prontuário em papel. Diversas razões foram apontadas 
para esta percepção negativa, sendo uma dessas razões a quantidade de tempo que 
leva um médico com a ficha de informações clínicas no sistema do computador. Outro 
inconveniente enfatizado é que a maioria dos médicos residentes fazem suas 
anotações em papel durante o encontro com o paciente, para posteriormente registrar 
no computador, podendo aumentar o tempo de sua programação, isto porque 
consideram que o PEP era muitas vezes visto como uma intromissão na relação 
médico-paciente. Conclui ainda nesta pesquisa que a maioria dos médicos residente 
usam o Prontuário Eletrônico do Paciente devido seu caráter obrigatório, porém se os 
mesmos tivessem poder de escolha, a maioria usaria prontuário em papel (VIRGINIA 
ILIE, JAMES F. COURTNEY, AND CRAIG VAN SLYKE, 2007). 
A resistência dos médicos foi citada como importante ponto negativo contra 
a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente além do aumento do tempo 
empregado (LOOMIS, 2002). 
Percebe-se que a literatura ora apresentada expressa várias vantagens 
sobre o uso do PEP. Contudo, alguns autores como WESCHLER et al (2003) 
ponderam e, relatam como desvantagens do uso do PEP: 
 O Prontuário Eletrônico do Paciente depende da existência de 
software, hardware e de infraestrutura de redes, elétrica, de manutenção, entre 
outros. 
18 
 
 Os investimentos em hardware, software e treinamento dos diferentes 
usuários do prontuário não são triviais. 
 O Prontuário Eletrônico do Paciente necessita de constante 
manutenção, atualização e preservação de integridade dos dados, o que requer 
diferentes abordagens organizacionais e investimentos. 
 O uso do Prontuário Eletrônico do Paciente requer treinamento, tanto 
do uso das ferramentas computacionais quanto do software propriamente dito. Este 
treinamento representa, muitas vezes, a pedra angular para a aceitação e utilização 
do PEP. 
 Deve-se manter a privacidade dos dados em meio eletrônico; dessa 
forma, o investimento em segurança deve ser considerado. 
 As dificuldades dos profissionais da saúde que não foram submetidos 
a um treinamento prévio, no processo de digitação, manutenção da relação médico-
paciente na frente de um computador e tempo gasto com a consulta diante de um 
computador devem ser observadas. 
 Necessitar de grandes investimentos de hardware, softwares, infra - 
estrutura de redes. 
 Requerer treinamento dos diferentes usuários do prontuário. 
 Estar submetido à resistência dos profissionais da saúde ao uso de 
sistemas informatizados. 
 Demorar a se obter resultados significativos da sua implantação. 
 Estar sujeito a falhas de hardwares, redes e software, podendo deixar 
o sistema inoperante temporariamente. 
 Considerar as dificuldades dos profissionais da saúde que não foram 
submetidos a um treinamento prévio. 
 Observar a manutenção da relação médico-paciente na frente de um 
computador e a demanda de tempo para a realização com registro eletrônico. 
 Necessitar de constante manutenção, atualização e preservação de 
integridade dos dados, o que requer diferentes abordagens organizacionais e 
investimentos. 
 Precisar de considerável investimento em segurança, a fim de se 
manter a privacidade dos dados em meio eletrônico. 
19 
 
 Observar que seu uso e acesso indevidos podem colocar a questão 
da confiabilidade e segurança das informações do paciente em risco. 
 
4. PERSPECTIVAS DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE 
 
Porém a implantação de prontuário eletrônico do paciente é um processo 
de mudança, requerendo por parte de todos profissionais, não somente aqueles 
voltados aos registros. 
Embora existam muitas barreiras para a adoção generalizada de PEP’s 
aqueles associados com os médicos não são insuperáveis. Pelo contrário, pela 
análise sistemática, percepções médicas relacionadas aos Prontuários Eletrônicos do 
Paciente; ambos os fornecedores, e, as organizações de saúde podem acelerar a 
aceitação do médico e, finalmente, a taxa de adopção e utilização (LOOMIS, 2002). 
Mesmo uma boa exploração dos grandes benefícios do uso abrangente do 
PEP para os profissionais de saúde, principalmente os médicos, não pode ser 
deixado com menor importância a percepção dos pacientes sobre o uso desta 
tecnologia. Desta forma, as organizações de saúde deve diminuir os temores quanto 
à falta de aceitação por parte do paciente sobre PEP através da divulgação das 
oportunidades de melhor comunicação entre médico-paciente (MEINERT, 2005). 
A combinação de funcionalidades cada vez mais sofisticadas que incluem 
melhoramento da interface, aumento das implementações cada vez mais bem 
sucedidas, com crescente expectativa de informações acessíveis por sistemas 
baseados em computador irá criar no utilizador final, seja médico, agente 
administrativo ou outro profissional ligado a assistência direta ou indireta do paciente, 
consciência dos benefícios e conduzirá a uma adoção generalizada do prontuário 
eletrônico do paciente. 
Mais recentemente com a rápida evolução da tecnologia da informação 
como internet e celulares, levou ao surgimento de novas formas de gestão da 
informação. Para a saúde, a necessidade de comunicação instantânea tem 
transformado o uso do PEP utilizando-se a internet para criar uma fonte mais 
completa de gerenciamento de dados de saúde. O Personal Health Record (PHR) ou 
Prontuário Pessoal de Saúde (PPS), traz para o indivíduo responsabilidades gerando 
atitudes positivas para gerir suas próprias informações médicas (SOOD, 2008). 
20 
 
SOOD (2008) cita alguns recursos de um Prontuário Pessoal de Saúde 
como acesso protegido por senha, condições médicas (diagnósticos e tratamento), 
medicamentos (dose, frequência), resultados de exames laboratoriais, podem ainda 
em alguns casos oferecer sobre seguro de saúde, eventos de telemedicina e até 
mesmo dados do mapeamento do código genético. 
Existem ainda outros requisitos que devem ser considerados no 
armazenamento de documentos médicos. Como a informação em saúde deve ser 
armazenadapor muito tempo (teoricamente por toda a vida do paciente), é importante 
que a informação seja armazenada em uma forma capaz de resistir a mudanças 
tecnológicas. Além disso, para permitir troca de informações entre instituições, é 
necessário utilizar uma forma de representação de documentos médicos que seja 
padronizada e independente de plataforma de hardware e software. Adicionalmente, 
as informações contidas nos documentos médicos deveriam poder ser apresentadas 
de forma diferente em diferentes aplicações, dependendo da necessidade do usuário. 
Como naqueles espaços de marketing, a combinação de funcionalidade 
cada vez mais sofisticada, incluindo melhor uso - interface, aumento do número de 
implementações bem - sucedidas, crescendo as expectativas do consumidor de 
informação acessível através de sistemas baseados em computador, e aumentou o 
médico (ou seja, o utilizador final) a consciência de funcionalidade e os benefícios 
acabarão por conduzir à adoção generalizada. 
Vários são os questionamentos em torno da utilização do PEP. Mas, 
algumas pesquisas já indicam forte inclinação no sentido de implementar tal 
tecnologia na área. 
SANTOS; PAULA; LIMA (2003) desenvolveram estudo junto a duzentos 
enfermeiros de instituições hospitalares (cidade de João Pessoa - Paraíba - Brasil) 
sobre a percepção dos mesmos quanto à utilização do sistema manual de registro no 
prontuário. Verificaram que os enfermeiros possuem pouco conhecimento sobre 
sistemas de informação; encontram-se insatisfeitos com o sistema manual de registro 
devido às dificuldades existentes com os diagnósticos de enfermagem; sentem a 
necessidade de um sistema informatizado de registro dos procedimentos de cuidado 
de enfermagem; desejam utilizar um sistema de classificação em todas as fases do 
processo de enfermagem e apontam para uma necessidade de mudanças no atual 
modelo de registro. 
21 
 
Razzouk (2002) afirma que uma das maiores contribuições que as Novas 
Tecnologias da Informação e da Comunicação podem dar a área da saúde é a 
comunicação e o intercâmbio de informações, pois através do Prontuário Eletrônico 
do Paciente e até mesmo de e-mails é possível se obter elementos que facilitam a 
interação entre profissionais e, também, um melhor planejamento e utilização dos 
dados sobre o paciente. 
As informações podem circular com maior facilidade e assim servirem de 
insumo a diversas pesquisas que tratam de diferentes casos. Torna-se mais fácil e 
mais barato para os médicos e pesquisadores a troca de dados e informações sobre, 
por exemplo, um tipo raro de doença, por meios eletrônicos do que por qualquer outro 
meio. 
 
5. UM NOVO OLHAR PARA O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Prontuário Médico 
(PM) ou Prontuário do Paciente (PP) é a ferramenta mais importante para 
armazenamento de informações, recuperação e análise do atendimento médico. É o 
repositório de todas as informações que dizem respeito à saúde do paciente, 
doenças, riscos, diagnósticos, prognósticos, testes, exames, condutas terapêuticas, 
seguimentos, e outros. É também a principal fonte de informação para a 
administração de serviços de saúde para assegurar a qualidade, elaborar estatísticas 
de saúde, analisar a utilização de serviços e os indicadores de saúde. 
MOTA (2005) estudou o Prontuário Eletrônico do Paciente focando seu 
uso, e, constatou que o mesmo é bem aceito pela equipe e que proporciona muitas 
vantagens na prestação de atendimento ao paciente; concluindo ainda que há uma 
tendência progressiva no comprometimento com o registro das informações. 
Faz – se evidente que o PEP não será, mas, é a grande tendência para os 
serviços de saúde, independentemente de sua esfera administrativa (federal, estadual 
ou municipal) ou de sua caracterização (pública ou privada). 
Os profissionais de saúde estão cada vez mais receptivos com esta 
ferramenta, e, a resistência ao uso do computador parece ter sido transformada em 
estímulo rumo à busca do “desconhecido” – a tecnologia. 
 
22 
 
6. METODOLOGIA 
 
Existe uma vasta literatura sobre Prontuário Eletrônico, pois é um assunto 
em constante mudança e que atualmente desperta muito interesse. 
Para a realização deste trabalho iniciou – se a leitura de livros, textos, e, 
artigos; os quais induziram à definição do tema: Prontuário Eletrônico do Paciente: 
Revisão da Literatura, mas, pelo amplo acervo bibliográfico encontrado, estabeleceu – 
se critérios para delimitação deste. 
Sendo assim, optou-se por um mecanismo de pesquisa de grande alcance 
e muito popular, o Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br), por possuir 
várias bases de dados indexados, ser de fácil execução, ter interface em língua 
portuguesa em nosso País. 
Os termos pesquisados foram Prontuário Eletrônico e Electronic 
Medical Records, com filtros restringindo para a ocorrência dos termos no título do 
trabalho, com pelo menos um resumo, a opção de arquivo está disponível completo 
em meio eletrônico na internet e de livre acesso ou necessitar apenas de registro no 
site da publicação. 
Os arquivos pesquisados deveriam encontrar – se entre os anos de 2005 a 
2010. A seguir limitou-se a pesquisa às publicações nos idiomas inglês e português, 
independente dos países de suas publicações. 
A pesquisa referente ao termo Prontuário Eletrônico retornou vinte e sete 
resultados, os quais após aplicação dos critérios estabelecidos obtiveram dezenove 
publicações. Para o termo Eletronic Medical Records, resultou em 414 registros, e 
após todos os outros critérios ficaram quinze trabalhos, todos em inglês. 
Foi incluída neste trabalho a publicação “O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO 
DO PACIENTE NA ASSISTÊNCIA, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO MÉDICO”, 
de 2003, que apesar do ano de publicação foi incluída nesta pesquisa por ter sido 
citada praticamente por todos os autores aqui citados. Esta publicação contém uma 
coletânea de tópicos realizada com a contribuição financeira da OPAS/ONU e 
colaboração de dezoito autores. 
Além deste, outros cinco trabalhos foram citados fora do período 
estabelecido para a pesquisa, em decorrência do frequente uso pelos autores 
pesquisados e ainda por referenciar os primeiros relatos sobre prontuário, quando foi 
http://scholar.google.com.br/
23 
 
identificada a necessidade de registrar tanto as informações inerentes ao paciente 
quanto a sua evolução. 
A análise dos dados foi dividida em duas etapas: primeiramente a pré - 
análise, a qual tratará da organização do material, tendo como objetivo tornar 
operacional e sistematizar as idéias iniciais, direcionando assim o desenvolvimento 
das operações subseqüentes. A segunda fase consistiu na exploração do material, 
comparação e interpretação dos resultados obtidos neste, a partir dos conceitos em 
que o estudo se baseou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
“Prontuário Eletrônico é uma estrutura eletrônica para manutenção de 
informação sobre o estado de saúde e o cuidado recebido por um indivíduo durante 
todo seu tempo de vida” (PEREIRA,2003). 
Não foi demonstradas divergências nos conceitos entre os trabalhos de 
pesquisa aqui estudados sobre PEP, bem como os benefícios em potencial do 
mesmo e as desvantagens quando comparado ao prontuário em papel. Porém esta 
percepção ainda não está claramente definida entre os usuários, profissionais de 
saúde ou não, que tendem a aceitar a implantação, tanto pelo entusiasmo de 
conhecimento de novas tecnologias, ou resignação pela inexorável avanço de 
sistemas mais modernos de gestão. 
Muitos problemas para implantação do PEP estão relacionados não com a 
tecnologia, mas com problemas sociais políticos e de segurança. Estes problemas, 
que os países em desenvolvimento encontrarão, não são atualmente os principais, 
mas os relacionados com a tecnologia como fornecimento de energia elétricade boa 
qualidade, bons sistemas (softwares) usados para gestão do prontuário eletrônico, 
sistemas de saúde estruturados com equipamentos hospitalares adequados e 
modernos que expressam uma política de saúde necessitando maiores 
financiamento. 
Os médicos foram apontados como os principais vilões para implantação 
do PEP, provavelmente por possuírem as principais atribuições do cuidado direto dos 
pacientes. Algumas sugestões foram dadas para atrair favoravelmente esta 
importante categoria como aliados para disseminação do uso do PEP, como sistemas 
simples, que evitem o retrabalho como fazer anotações em papel e passar 
posteriormente para o computador, mais disponibilidade de computadores para os 
profissionais de saúde e melhores condições ergonômicas nos locais de trabalho, 
interfaces mais amigáveis e maior número de implantações bem sucedidas. Destes, 
um grupo que podem influenciar para novas implantações são os médicos residentes, 
por serem mais jovens aceitam novas tecnologias com mais facilidade. 
Está claro que o uso de computadores tem se demonstrado benéfico em 
vários setores e não seria diferente em serviços de saúde. Agilidade no atendimento, 
diminuição dos erros médicos, melhor gerenciamento do tempo com maior utilização 
25 
 
deste para a assistência direta ao paciente, utilização de módulos para apoio a 
decisão tanto médica quanto para gestão administrativa. 
É unânime o avanço destes novos sistemas nos serviços de saúde, apesar 
de que não ocorra na mesma velocidade que outras atividades humanas, como no 
sistema bancário por exemplo. Aqui por provavelmente por necessitar contar com 
maior número de pessoas envolvidas e com múltiplas percepções. 
26 
 
8. REFERÊNCIAS 
 
 
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System Sciences (HICSS '07). IEEE Computer Society, Washington, DC, USA, 2007. 
http://dx.doi.org/10.1109/HICSS.2007.424 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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http://polaris.bc.unicamp.br/seer/ojs/viewarticle.php?id=53&layout%20=abstract
http://polaris.bc.unicamp.br/seer/ojs/viewarticle.php?id=53&layout%20=abstract
http://dx.doi.org/10.1109/HICSS.2007.424
29 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
30 
 
RESOLUÇÃO CFM Nº 1.931, DE 17 DE SETEMBRO DE 2009. 
 
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas 
pela Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n.º 
44.045, de 19 de julho de 1958, modificado pelo Decreto n.º 6.821, de 14 de abril de 
2009 e pela Lei n.º 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e, consubstanciado nas Leis 
n.º 6.828, de 29 de outubro de 1980 e Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999; e 
CONSIDERANDO que os Conselhos de Medicina são ao mesmo tempo 
julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar, por 
todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo 
prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente; 
CONSIDERANDO que as normas do Código de Ética Médica devem 
submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes; 
CONSIDERANDO a busca de melhor relacionamento com o paciente e a 
garantia de maior autonomia à sua vontade; 
CONSIDERANDO as propostas formuladas ao longo dos anos de 2008 e 
2009 e pelos Conselhos Regionais de Medicina, pelas Entidades Médicas, pelos 
médicos e por instituições científicas e universitárias para a revisão do atual Código 
de Ética Médica; 
CONSIDERANDO as decisões da IV Conferência Nacional de Ética Médica 
que elaborou, com participação de Delegados Médicos de todo o Brasil, um novo 
Código de Ética Médica revisado. 
CONSIDERANDO o decidido pelo Conselho Pleno Nacional reunido em 29 de 
agosto de 2009; 
CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária de 17 de 
setembro de 2009. 
RESOLVE: 
Art. 1º Aprovar o Código de Ética Médica, anexo a esta Resolução, após sua 
revisão e atualização. 
Art. 2º O Conselho Federal de Medicina, sempre que necessário, expedirá 
Resoluções que complementem este Código de Ética Médica e facilitem sua 
aplicação. 
31 
 
Art. 3º O Código anexo a esta Resolução entra em vigor cento e oitenta dias 
após a data de sua publicação e, a partir daí, revoga-se o Código de Ética Médica 
aprovado pela Resolução CFM n.º 1.246, publicada no Diário Oficial da União, no dia 
26 de janeiro de 1988, Seção I, páginas 1574-1579, bem como as demais disposições 
em contrário. 
 
EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE 
Presidente 
LÍVIA BARROS GARÇÃO 
Secretária-Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
 
PREÂMBULO 
I – O presente Código de Ética Médica contém as normas que devem ser 
seguidas pelos médicos no exercício de sua profissão, inclusive no exercício de 
atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, 
bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o 
conhecimento advindo do estudo da Medicina. 
II - As organizações de prestação de serviços médicos estão sujeitas às 
normas deste Código. 
III - Para o exercício da Medicina, impõe-se a inscrição no Conselho Regional 
do respectivo Estado, Território ou Distrito Federal. 
IV - A fim de garantir o acatamento e a cabal execução deste Código, o 
médico comunicará ao Conselho Regional de Medicina, com discrição e fundamento, 
fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possível infração do presente 
Código e das demais normas que regulam o exercício da Medicina. 
V - A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é 
atribuição dos Conselhos de Medicina, das comissões de ética e dos médicos em 
geral. 
VI - Este Código de Ética Médica é composto de 25 princípios fundamentais 
do exercício da Medicina, 10 normas diceológicas, 118 normas deontológicas e quatro 
disposições gerais. A transgressão das normas deontológicas sujeitará os infratores 
às penas disciplinares previstas em lei. 
 
Capítulo I 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
I - A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da 
coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza. 
II - O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em 
benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade 
profissional. 
33 
 
III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o médico necessita ter 
boas condições de trabalho e ser remunerado de forma justa. 
IV - Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da 
Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da profissão. 
V - Compete ao médico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar 
o melhor do progresso científico em benefício do paciente. 
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre 
em seu benefício. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico 
ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa 
contra sua dignidade e integridade. 
VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a 
prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, 
excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou 
emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente. 
VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum 
pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou 
imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. 
IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida 
como comércio. 
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivo 
de lucro, finalidade política, ou, religiosa. 
XI - O médico guardará sigilo a respeito das informações de que detenha 
conhecimento no desempenho de suas funções, com exceção dos casos previstos 
em lei. 
XII - O médico empenhar-se-á pela melhor adequação do trabalho ao ser 
humano, pela eliminação e pelo controle dos riscos à saúde inerentes às atividades 
laborais. 
XIII - O médico comunicará às autoridades competentes quaisquer formas de 
deterioração do ecossistema, prejudiciais à saúde e à vida. 
XIV - O médico empenhar-se-á em melhorar os padrões dos serviços médicos 
e em assumir sua responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária 
e à legislação referente à saúde.34 
 
XV - O médico será solidário com os movimentos de defesa da dignidade 
profissional, seja por remuneração digna e justa, seja por condições de trabalho 
compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento 
técnico-científico. 
XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de 
instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios 
cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do 
diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente. 
XVII - As relações do médico com os demais profissionais devem basear-se 
no respeito mútuo, na liberdade e na independência de cada um, buscando sempre o 
interesse e o bem-estar do paciente. 
XVIII - O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e 
solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os postulados éticos. 
XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, 
pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de confiança e 
executados com diligência, competência e prudência. 
XX - A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não 
caracteriza relação de consumo. 
XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus 
ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus 
pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles 
expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas. 
XXII - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a 
realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará 
aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados. 
XXIII - Quando envolvido na produção de conhecimento científico, o médico 
agirá com isenção e independência, visando ao maior benefício para os pacientes e a 
sociedade. 
XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou 
qualquer animal, o médico respeitará as normas éticas nacionais, bem como 
protegerá a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa. 
XXV - Na aplicação dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, 
considerando-se suas repercussões tanto nas gerações presentes quanto nas futuras, 
35 
 
o médico zelará para que as pessoas não sejam discriminadas por nenhuma razão 
vinculada a herança genética, protegendo-as em sua dignidade, identidade e 
integridade. 
Capítulo II 
DIREITOS DOS MÉDICOS 
É direito do médico: 
I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, 
sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou 
de qualquer outra natureza. 
II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas 
cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente. 
III - Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições 
em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a 
si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos 
competentes e, obrigatoriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de 
Medicina de sua jurisdição. 
IV - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada 
onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria 
saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, 
comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional 
de Medicina. 
V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a 
instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas 
para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as 
situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão 
ao Conselho Regional de Medicina. 
VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e públicos com 
caráter filantrópico ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas 
as normas técnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente 
jurisdição. 
VII - Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina quando 
atingido no exercício de sua profissão. 
36 
 
VIII - Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua 
experiência e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando 
que o acúmulo de encargos ou de consultas venha a prejudicá-lo. 
IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam 
contrários aos ditames de sua consciência. 
X– Estabelecer seus honorários de forma justa e digna. 
Capítulo III 
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL 
 
É vedado ao médico: 
Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como 
imperícia, imprudência ou negligência. 
Parágrafo único. A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser 
presumida. 
Art. 2º Delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da 
profissão médica. 
Art. 3º Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que 
indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o 
paciente. 
Art. 4º Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que 
tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por 
seu representante legal. 
Art. 5º Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual 
não participou. 
Art. 6º Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstâncias ocasionais, 
exceto nos casos em que isso possa ser devidamente comprovado. 
Art. 7º Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de 
sua obrigação fazê-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por 
decisão majoritária da categoria. 
Art. 8º Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, 
sem deixar outro médico encarregado do atendimento de seus pacientes internados 
ou em estado grave. 
37 
 
Art. 9º Deixar de comparecer a plantão em horário preestabelecido ou 
abandoná-lo sem a presença de substituto, salvo por justo impedimento. 
Parágrafo único. Na ausência de médico plantonista substituto, a direção 
técnica do estabelecimento de saúde deve providenciar a substituição. 
Art. 10. Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com 
profissionais ou instituições médicas nas quais se pratiquem atos ilícitos. 
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a 
devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da 
sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos 
ou quaisquer outros documentos médicos. 
Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho 
que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato aos empregadores 
responsáveis. 
Parágrafo único. Se o fato persistir, é dever do médico comunicar o ocorrido 
às autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina. 
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, 
ambientais ou profissionais de sua doença. 
Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela 
legislação vigente no País. 
Art. 15. Descumprir legislação específica nos casos de transplantes de órgãos 
ou de tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou 
terapia genética. 
§ 1º No caso de procriação medicamente assistida, a fertilização não deve 
conduzir sistematicamente à ocorrência de embriões supranumerários. 
§ 2º O médico não deve realizar a procriação medicamente assistida com 
nenhum dos seguintes objetivos: 
I – criar seres humanos geneticamente modificados; 
II – criar embriões para investigação; 
III – criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para 
originar híbridos ou quimeras.§ 3º Praticar procedimento de procriação medicamente assistida sem que os 
participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo. 
38 
 
Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista à sua modificação, exceto 
na terapia gênica, excluindo-se qualquer ação em células germinativas que resulte na 
modificação genética da descendência. 
Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos 
Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender às suas requisições 
administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado 
Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e 
Regionais de Medicina ou desrespeitá-los. 
Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou função de 
direção, os direitos dos médicos e as demais condições adequadas para o 
desempenho ético-profissional da Medicina. 
Art. 20. Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de 
quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou do 
financiador público ou privado da assistência à saúde interfiram na escolha dos 
melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e 
cientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou da sociedade. 
Art. 21. Deixar de colaborar com as autoridades sanitárias ou infringir a 
legislação pertinente. 
Capítulo IV 
DIREITOS HUMANOS 
 
É vedado ao médico: 
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante 
legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco 
iminente de morte. 
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua 
dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto. 
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir 
livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade 
para limitá-lo. 
Art. 25. Deixar de denunciar prática de tortura ou de procedimentos 
degradantes, desumanos ou cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem 
39 
 
as realize ou fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que as 
facilitem. 
Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz 
física e mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo 
cientificá-la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco 
iminente de morte, tratá-la. 
Art. 27. Desrespeitar a integridade física e mental do paciente ou utilizar-se de 
meio que possa alterar sua personalidade ou sua consciência em investigação policial 
ou de qualquer outra natureza. 
Art. 28. Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer 
instituição na qual esteja recolhido, independentemente da própria vontade. 
Parágrafo único. Caso ocorram quaisquer atos lesivos à personalidade e à 
saúde física ou mental dos pacientes confiados ao médico, este estará obrigado a 
denunciar o fato à autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina. 
Art. 29. Participar, direta ou indiretamente, da execução de pena de morte. 
Art. 30. Usar da profissão para corromper costumes, cometer ou favorecer 
crime. 
Capítulo V 
RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES 
 
É vedado ao médico: 
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de 
decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo 
em caso de iminente risco de morte. 
Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e 
tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. 
Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais 
em casos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço 
médico em condições de fazê-lo. 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos 
e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar 
dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal. 
40 
 
Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a 
terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros 
procedimentos médicos. 
Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados. 
§ 1º Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento 
com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de 
renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu 
representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo 
todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder. 
§ 2º Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o 
médico não abandonará o paciente por ser este portador de moléstia crônica ou 
incurável e continuará a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. 
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do 
paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada 
de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar o 
impedimento. 
Parágrafo único. O atendimento médico a distância, nos moldes da 
telemedicina ou de outro método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho Federal 
de Medicina. 
Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados 
profissionais. 
Art. 39 Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada 
pelo paciente ou por seu representante legal. 
Art. 40. Aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente 
para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza. 
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico 
oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas 
ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade 
expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. 
41 
 
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método 
contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, 
reversibilidade e risco de cada método. 
Capítulo VI 
DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS E TECIDOS 
É vedado ao médico: 
Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de 
suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando 
pertencente à equipe de transplante. 
Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes 
legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e outros 
procedimentos nos casos de transplantes de órgãos. 
Art. 45. Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, 
mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos 
permitidos e regulamentados em lei. 
Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou 
de tecidos humanos. 
Capítulo VII 
RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS 
É vedado ao médico: 
Art. 47. Usar de sua posição hierárquica para impedir, por motivo de crença 
religiosa, convicção filosófica, política, interesse econômico ou qualquer outro, que 
não técnico-científico ou ético, que as instalações e os demais recursos da instituição 
sob sua direção, sejam utilizados por outros médicos no exercício da profissão, 
particularmente se forem os únicos existentes no local. 
Art. 48. Assumir emprego, cargo ou função para suceder médico demitido ou 
afastado em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou 
da aplicação deste Código. 
Art. 49. Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria 
médica com a finalidade de obter vantagens. 
Art. 50. Acobertar erro ou conduta antiética de médico. 
Art. 51. Praticar concorrência desleal com outro médico.42 
 
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados 
por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em 
situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente 
o fato ao médico responsável. 
Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para 
procedimento especializado de volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe 
as devidas informações sobre o ocorrido no período em que por ele se 
responsabilizou. 
Art. 54. Deixar de fornecer a outro médico informações sobre o quadro clínico 
de paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal. 
Art. 55. Deixar de informar ao substituto o quadro clínico dos pacientes sob 
sua responsabilidade ao ser substituído ao fim do seu turno de trabalho. 
Art. 56. Utilizar-se de sua posição hierárquica para impedir que seus 
subordinados atuem dentro dos princípios éticos. 
Art. 57. Deixar de denunciar atos que contrariem os postulados éticos à 
comissão de ética da instituição em que exerce seu trabalho profissional e, se 
necessário, ao Conselho Regional de Medicina. 
Capítulo VIII 
REMUNERAÇÃO PROFISSIONAL 
 
É vedado ao médico: 
Art. 58. O exercício mercantilista da Medicina. 
Art. 59. Oferecer ou aceitar remuneração ou vantagens por paciente 
encaminhado ou recebido, bem como por atendimentos não prestados. 
Art. 60. Permitir a inclusão de nomes de profissionais que não participaram do 
ato médico para efeito de cobrança de honorários. 
Art. 61. Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo estimado dos 
procedimentos. 
Art. 62. Subordinar os honorários ao resultado do tratamento ou à cura do 
paciente. 
Art. 63. Explorar o trabalho de outro médico, isoladamente ou em equipe, na 
condição de proprietário, sócio, dirigente ou gestor de empresas ou instituições 
prestadoras de serviços médicos. 
43 
 
Art. 64. Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clínica particular 
ou instituições de qualquer natureza, paciente atendido pelo sistema público de saúde 
ou dele utilizar-se para a execução de procedimentos médicos em sua clínica privada, 
como forma de obter vantagens pessoais. 
Art. 65. Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina 
à prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de paciente como 
complemento de salário ou de honorários. 
Art. 66. Praticar dupla cobrança por ato médico realizado. 
Parágrafo único. A complementação de honorários em serviço privado pode 
ser cobrada quando prevista em contrato. 
Art. 67. Deixar de manter a integralidade do pagamento e permitir descontos 
ou retenção de honorários, salvo os previstos em lei, quando em função de direção ou 
de chefia. 
Art. 68. Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, 
indústria farmacêutica, óptica ou qualquer organização destinada à fabricação, 
manipulação, promoção ou comercialização de produtos de prescrição médica, 
qualquer que seja sua natureza. 
Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia ou obter vantagem 
pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, 
órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de 
influência direta em virtude de sua atividade profissional. 
Art. 70. Deixar de apresentar separadamente seus honorários quando outros 
profissionais participarem do atendimento ao paciente. 
Art. 71. Oferecer seus serviços profissionais como prêmio, qualquer que seja 
sua natureza. 
Art. 72. Estabelecer vínculo de qualquer natureza com empresas que 
anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartões de descontos ou 
consórcios para procedimentos médicos. 
Capítulo IX 
SIGILO PROFISSIONAL 
É vedado ao médico: 
44 
 
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de 
sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do 
paciente. 
Parágrafo único. Permanece essa proibição: 
a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha 
falecido; 
b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico 
comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento; 
c) na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar 
segredo que possa expor o paciente a processo penal. 
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado à paciente menor de idade, 
inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade 
de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. 
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou 
seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em 
meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente. 
Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico 
de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de 
instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da 
comunidade. 
Art. 77. Prestar informações a empresas seguradoras sobre as circunstâncias 
da morte do paciente sob seus cuidados, além das contidas na declaração de óbito, 
salvo por expresso consentimento do seu representante legal. 
Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo 
profissional e zelar para que seja por eles mantido. 
Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrança de honorários por 
meio judicial ou extrajudicial. 
Capítulo X 
DOCUMENTOS MÉDICOS 
É vedado ao médico: 
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o 
justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. 
Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens. 
45 
 
Art. 82. Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar 
fatos verificados na clínica privada. 
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando 
não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como 
plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal. 
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando 
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. 
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas 
não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade. 
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante 
legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento 
ou em caso de solicitação de alta. 
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente. 
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa 
condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com 
data, hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de 
Medicina. 
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste 
o paciente. 
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer 
cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua 
compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros. 
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando 
autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua 
própria defesa. 
§ 1º Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao 
perito médico nomeado pelo juiz. 
§ 2º Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico 
deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional. 
Art. 90. Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente 
quando de sua requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina. 
Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando 
solicitado pelo paciente

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