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Resumo Direito Processual Civil 2020 [GRATUITO]

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02/03/2021 Resumo Direito Processual Civil 2020 [GRATUITO]
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Home Resumo de Direito Processual Civil
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Resumo de Direito Processual Civil
READING TIME: 225 MINUTES
Este Resumo de Direito Processual Civil está dividido em várias partes para a melhor compreensão do conteúdo. Con-
forme veremos, o Direito Processual Civil   é o ramo do direito que contem as regras e os princípios que tratam da
jurisdição civil, isto é, da aplicação da lei aos casos concretos, para a solução de conflitos de interesses pelo Estado-
Juiz.
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ÍNDICE
LEI PROCESSUAL
PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO CIVIL
JURISDIÇÃO
AÇÃO
AS PARTES, SEUS PROCURADORES E O JUIZ
O MINISTÉRIO PÚBLICO
COMPETÊNCIA
ATOS PROCESSUAIS
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO
DA TUTELA PROVISÓRIA
PROCESSO E PROCEDIMENTO
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
RECURSOS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E PROCESSO DE EXECUÇÃO
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
LEI PROCESSUAL
Lei processual no tempo
Em relação à eficácia da lei processual no tempo, diz-se que a lei processual nova aplica-se desde logo aos processos
pendentes a partir do momento de sua entrada em vigor (observado o prazo de eventual vacatio legis), respeitando-se
efetivamente os atos já praticados, bem como o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Lei processual no espaço
Quanto à eficácia da lei processual no espaço, vige o princípio da territorialidade, limitando-se o juiz a aplicar a lei em
todo o território nacional.
Excepcionalmente, podem as normas processuais nacionais ser aplicadas em outro país, em casos de efetiva conexão
internacional, desde que o território estrangeiro assim o permita.
Da mesma forma, existe a possibilidade de o direito nacional recepcionar atos praticados fora dos limites do território
nacional sob a égide do direito estrangeiro, como, por exemplo, nos casos de homologação de sentença estrangeira
pelo STJ.
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PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO PROCESSO CIVIL
Garantias constitucionais do processo civil
Pode-se dizer que os princípios são verdadeiras garantias fundamentais dos litigantes e encontram-se listados na
própria Constituição Federal, possuindo a finalidade de nortear a atividade do aplicador do Direito. Assim, são garan-
tias constitucionais do Processo Civil:
Princípio do amplo acesso ao Judiciário
Também conhecido como princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, abarca o direito fundamental de todo
indivíduo de que a lei não excluirá do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça de direito.
Princípio da legalidade
Somente por lei podem ser criados direitos e obrigações, e, por consequência, ninguém pode ser obrigado a fazer ou
deixar de fazer qualquer coisa, senão em virtude de lei.
Princípio do devido processo legal
Somente o Poder Judiciário, depois da instauração prévia de um processo, poderá privar alguém de sua liberdade ou
retirar-lhe bens. Assim, para a justa e perfeita solução da lide, a fim de ser possível a correta prestação jurisdicional, é
necessária a adequação do caso concreto às normas processuais traçadas pela lei na busca da verdade real.
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Princípio do duplo grau de jurisdição
Toda decisão encontra-se sujeita a reexame pela instância superior através de recurso próprio da parte prejudicada ou
de eventual terceiro interessado na tentativa de modificá-la.
Excepcionalmente, pode ser aplicado de ofício pelo magistrado, como, por exemplo, nas hipóteses de julgamentos pro-
feridos contra a União, os Estados e o Município.
Princípio do juiz natural
Consiste na garantia constitucional de se exigir que todos os atos do processo e a decisão que deles emanarem sejam
conduzidos por autoridades investidas de jurisdição e competentes segundo o disposto na lei. Além disso, é vedada a
criação de juízos ou tribunais de exceção.
Princípio do contraditório
Consiste na permissão outorgada às partes de trazer ao juiz tudo aquilo que possa influenciar seu convencimento em
relação às razões expostas em seus arrazoados.
Princípio da ampla defesa
Possibilidade que as partes têm de fazer uso de todos os meios e recursos legais para defesa de seus interesses em
juízo, valendo-se de todo e qualquer meio de prova que não seja proibida por lei.
Princípio da isonomia processual
A lei deve dispensar a todos um tratamento igualitário, recebendo as partes as mesmas oportunidades de fazer valer no
processo as suas razões.
Tal princípio não é absoluto, admitindo tratamento diverso aos legalmente desiguais, quando uma das partes se apre-
sentar no processo em situação de desequilíbrio, como, por exemplo, em relação à inversão do ônus da prova em favor
do consumidor.
Princípio da fundamentação das decisões judiciais
As decisões judiciais obrigatoriamente devem ser fundamentadas, devendo o magistrado expressar, quando do
julgamento, a motivação e as razões de seu convencimento de forma clara e isenta de dúvidas ou incertezas.
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A única exceção a este princípio refere-se aos julgamentos de competência do Tribunal do Júri, no qual o acusado é jul-
gado por seus pares que apenas respondem a quesitos formulados previamente de maneira positiva ou negativa.
Princípio da publicidade dos atos processuais
Em regra, todos os atos praticados em juízo são dotados de efetiva publicidade, no sentido de se permitir uma
fiscalização popular dos atos processuais praticados tanto pelas partes quanto pelos envolvidos na estrutura do
julgamento.
Tal princípio também pode ser mitigado quando assim o exigir o interesse social ou nos casos de Direito de Família, ob-
jetivando a preservação da intimidade dos envolvidos no processo e evitando a ocorrência de dano irreparável.
Princípio da efetividade do processo e direito à sua razoável duração
Trata-se da garantia constitucional da efetividade do processo, determinando a todos os litigantes, tanto no âmbito ju-
dicial quanto administrativo, o direito a uma razoável duraçãodo processo.
Garantias gerais internas
São consideradas garantias inerentes à própria relação processual, encontrando-se previstas tanto na legislação
específica (CPC), quanto na extravagante. São elas:
Ação
A provocação do Judiciário deve ser feita pelas partes interessadas na solução do conflito de interesses, destacando-se
neste tópico a inércia da jurisdição.
Disposição
Liberdade concedida pela lei à parte para escolher a ação que pretende deduzir, selecionando os argumentos e a forma
que melhor lhe aprouver, em face das inúmeras “ações” à sua disposição até a sua efetiva distribuição.
Verdade formal
O juiz deve se manter relativamente equidistante das partes, dando a estas a oportunidade de fazer suas provas, de-
cidindo a lide com base naquilo que foi produzido nos autos.
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Livre convencimento motivado
Sinônimo de persuasão racional, este princípio concede ao juiz uma ampla possibilidade de apreciar as provas con-
stantes dos autos do processo segundo seu livre convencimento, sendo soberano na análise das provas produzidas.
Todavia, a decisão emanada desse livre convencimento deve ser expressamente motivada, sob pena de nulidade.
Lealdade processual
A boa-fé objetiva deve imperar em relação aos atos processuais das partes, impondo a lei a probidade e a moralidade
de todos aqueles que se encontram envolvidos com o processo.
Oralidade
Em linhas gerais, pode ser compreendida como a preponderância da palavra falada sobre a escrita nos principais atos
do processo, visando a estabelecer um contato mais eficaz e uma percepção mais aguçada e positiva no relaciona-
mento desenvolvido entre o juiz e as partes. É aplicado principalmente no Juizado Especial Cível.
Economia processual
Apesar das formalidades e dos procedimentos estabelecidos na lei processual, a atividade processual deve ser efeti-
vada atendendo a critérios de baixo custo, atingindo seu objetivo da maneira mais rápida possível.
Assim, o formalismo processual não deve dificultar o desenvolvimento dos atos processuais a serem praticados, mas,
sim, ser analisado segundo a instrumentalidade dos atos processuais, aproveitando-se todos os atos realizados sempre
que possível.
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JURISDIÇÃO
Considerações gerais
Jurisdição é um dever-poder difuso nas mãos da magistratura, consistente em dizer o direito no caso concreto,
solucionando-se a lide ou o conflito de interesses.
Isso porque é exercida por todos os magistrados, do juiz substituto ao ministro do Supremo Tribunal Federal, embora
distintas as competências.
Consiste em dizer o direito no caso concreto, uma vez que, ao exercê-la, o magistrado afirma qual a norma jurídica ab-
strata aplicável e regente do caso posto à apreciação, sempre tendo em mira a solução da lide ou do conflito de
interesses.
Direito Processual Civil | OAB - Direito Processual Civil | OAB - Normas Fundamentais do PNormas Fundamentais do P……
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Características da jurisdição
Caráter substitutivo
Ao exercer a jurisdição, por meio de seus agentes, o Estado substitui as partes na resolução do conflito, impondo sua
vontade ao autor, ao réu e aos terceiros intervenientes.
Existência de lide
A existência de lide ou conflito de interesses é outra característica da jurisdição, pois é exatamente a não satisfação de
sua pretensão que leva o autor a buscar o Poder Judiciário. Ao ser regularmente citado, poderá então o réu se contra-
por à pretensão externada pelo autor, resistindo.
Inércia
A jurisdição também é dotada de inércia, uma vez que desempenhada tão somente após provocação do interessado,
por meio do exercício do direito de ação.
Definitividade
Por fim, a jurisdição é caracterizada pela definitividade, uma vez que, esgotados os recursos contra determinada
decisão judicial, esta se torna imutável, insuscetível de ser rediscutida no processo em que foi proferida (coisa julgada
formal) ou em qualquer outro processo (coisa julgada material).
Princípios da jurisdição
Investidura
O princípio da investidura impõe que a jurisdição seja exercida por magistrado, ou seja, por alguém que tenha sido
aprovado em concurso público e regularmente empossado.
Aderência
O princípio da aderência determina que cada juiz exercerá a jurisdição dentro dos limites territoriais de sua comarca
(desde que juiz estadual) ou de sua seção judiciária (desde que juiz federal), sob pena de incompetência.
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Indelegabilidade
O princípio da indelegabilidade é aquele que veda a delegação das atribuições do Poder Judiciário a qualquer dos out-
ros Poderes Constituídos da República, bem como proíbe aos magistrados a delegação de atos para os quais possuem
competência para outros magistrados.
Inevitabilidade
O princípio da inevitabilidade é aquele que preconiza a sujeição das partes aos provimentos jurisdicionais. Significa
dizer que as partes não podem evitar que os resultados do processo recaiam sobre suas esferas de direitos.
Inafastabilidade
O art. 5º, inc. XXXV, da Constituição Federal afirma que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”. Desse modo, não pode o juiz se escusar a prestar jurisdição àqueles que deduzem pretensões em
juízo, ainda que diante de lacuna na lei.
Juiz natural
A jurisdição apenas será exercida, no caso concreto, pelo magistrado indicado pela Constituição Federal e por normas
infraconstitucionais como competente.
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AÇÃO
Considerações gerais
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Ação é o direito de obter do Estado-juiz uma resposta a todo requerimento a ele dirigido.
O Código de Processo Civil brasileiro adotou a teoria eclética da ação, sob influência da doutrina do processualista
Liebman, que viveu no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.
Para esta teoria, haverá efetivo exercício do direito de ação sempre que houver decisão de mérito, favorável ou
desfavorável, ou seja, sempre que for proferida sentença de procedência ou de improcedência.
Ademais, para a aludida teoria eclética, o exercício do direito de ação é condicionado, razão pela qual ganham
destaque as duas condições da ação: interesse de agir e legitimidade das partes.
Exceção
Exceção é o direito do réu consistente em se opor à ação que lhe foi movida.
Assim, enquanto o autor, por meio do exercício do direito de ação, pede ao Estado-juiz um provimento de mérito
favorável, pode o réu deduzir pretensão no sentido de que sequer haja provimento de mérito (arguindo preliminares),
ou de que o provimento de mérito seja desfavorável ao autor.
Classificação das exceções
São exceções processuais aquelas que atacam o próprio processo (ausência de pressupostos processuais) ou a própria
ação (ausência de condições da ação), enquanto são exceções substanciais aquelas que atacam o mérito, isto é, o pe-
dido do autor.
As exceções substanciais, podem ser diretas, quando atacam a procedência do pedido do autor (inocorrência de
inadimplemento contratual, por exemplo), ou indiretas, quando consistem na contraposição de fatos extintivos, modi-
ficativos ou impeditivos do direito do autor (prescrição, decadência, exceção do contrato não cumprido e assim por
diante).
Por outro critério, as exceções podem ser dilatórias, quando atrasam o curso do processo (exceçõesde impedimento e
de suspeição, por exemplo), ou peremptórias, quando extinguem o processo (inépcia da petição inicial, por exemplo).
Condições da ação
Consoante a teoria adotada pelo Código de Processo Civil brasileiro – teoria eclética da ação – o exercício do direito de
ação é condicionado, de modo que as condições da ação, ao lado dos pressupostos processuais de existência e de
validade, constituem os pressupostos de julgamento do mérito. São elas:
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Interesse de agir
O interesse de agir parte da ideia de que, se, por um lado, é interesse do Estado evitar a autotutela e pacificar o corpo
social; por outro, não se deve movimentar o Poder Judiciário em hipóteses nas quais é impossível a obtenção de um
resultado útil.
Assim, esta condição da ação é composta por necessidade, utilidade e adequação.
Legitimidade ad causam ou legitimação das partes
Segundo enuncia o art. 18 do CPC, “ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado
pelo ordenamento jurídico”. Assim, na seara da legitimidade ou legitimação das partes, existem dois campos que ne-
cessitam ser destacados.
O primeiro deles é o campo da legitimidade ou legitimação ordinária, que corresponde à regra geral do processo civil.
Nesse campo, alguém, em nome próprio, defende em juízo interesse próprio.
No que tange à legitimidade ou legitimação extraordinária, também chamada de substituição processual, alguém,
em nome próprio, defende em juízo interesse alheio. É o que ocorre, por exemplo, na ação popular ajuizada por
cidadão para a defesa de interesse da Administração.
Não se pode confundir legitimação extraordinária com representação: nesta, o representante atua em nome do repre-
sentado (não em nome próprio) para a defesa de interesse alheio (ex.: ação de alimentos ajuizada pela mãe em favor do
filho).
Carência da ação
A ausência de condições da ação também pode ser chamada de carência de ação. Assim, caso falte ao menos uma das
aludidas condições, será o autor carecedor da ação, com consequente extinção do processo sem resolução do mérito.
A carência de ação é matéria de ordem pública, razão pela qual deve o magistrado reconhecê-la de ofício a fim de ser
evitado indesejável dispêndio de energia processual. No entanto, nada impede que o réu alegue a carência em prelimi-
nar de contestação, uma vez que é possível alegá-la a qualquer tempo.
Nesse caso, a legitimidade ativa do cidadão (substituto processual) decorre de expressa permissão
legal, embora o direito tutelado em juízo não lhe pertença (a Administração Pública será, nessa
hipótese, substituída processual), enquanto a legitimidade passiva será daquele que supostamente
praticou a lesão ao interesse público secundário.
“
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Elementos identificadores da ação
As diversas ações são diferenciadas umas das outras considerando-se determinados elementos que as particularizam.
Tais elementos são as partes, o pedido e a causa de pedir.
O Código de Processo Civil afirma ser requisito da petição inicial a indicação dos elementos da ação, sob pena de inde-
ferimento e extinção do processo sem resolução de mérito.
Partes
Parte é aquele que pede em juízo ou, ainda, aquele em face de quem se pede a tutela jurisdicional. As pessoas pos-
suidoras de capacidade para ser parte adquirem essa qualidade:
Para a posição processual de ‘autor’, pela propositura da demanda.
Para a posição processual de ‘réu’, pela citação válida.
Para a posição processual de ‘autor’ ou de ‘réu’, pela sucessão, que pode ocorrer em decorrência do falecimento da
parte originária (sucessão pelos herdeiros ou pelo espólio) ou por ato ou negócio jurídico que conduza à sucessão
entre vivos e pela admissão da intervenção de terceiros no processo pendente.
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CPC COMENTADO - ART. 17 - condições da açãoCPC COMENTADO - ART. 17 - condições da ação
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Pedido
Além das partes, o pedido também é um dos elementos identificadores da ação.
 O pedido pode ser mediato ou imediato:
Pedido mediato é o bem da vida pretendido pelo autor, isto é, o objeto pleiteado.
Pedido imediato é a providência jurisdicional requerida ao Poder Judiciário, que pode possuir natureza
condenatória, declaratória, constitutiva, executiva lato sensu ou mandamental.
Pedido genérico
Ainda sobre o pedido, é importante destacar que este deverá ser certo e determinado, sendo lícito, todavia, formular
pedido genérico:
Nas ações universais, se não puder o autor individuar os bens demandados.
Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou fato.
Quando a determinação do valor depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Pedido alternativo
Também podem ser formulados pedidos alternativos, quando for permitido ao devedor cumprir a prestação de mais de
um modo. Nessa hipótese, atendido pelo réu qualquer dos pedidos, não remanescerá ao autor interesse recursal, pois
este estará satisfeito com o cumprimento de um ou de outro pedido.
Vale lembrar que, quando a lei ou o contrato estipular que a escolha cabe ao réu, o juiz lhe assegurará o direito de
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
Pedidos sucessivos
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Pedidos sucessivos, por sua vez, são aqueles entre os quais incide escala de preferência do requerente. Significa dizer
que, caso o juiz não acolha o pedido anterior, deverá conhecer do posterior.
Prestações periódicas
Quanto às prestações periódicas, considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração ex-
pressa do autor. Caso o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na
condenação, enquanto durar a obrigação.
Pedidos implícitos
São os que decorrem dos pedidos explicitamente lançados pelas partes ou da própria sucumbência, como os juros
legais, as prestações periódicas, a correção monetária, a condenação da parte derrotada a arcar com os ônus da
sucumbência, as astreintes e assim por diante.
Alteração do pedido
Há a possibilidade de o autor aditar seu pedido, desde que o faça antes da citação, correndo à sua conta as custas
acrescidas em razão dessa iniciativa. Também pode ser feito posteriormente à citação, desde que exista anuência do
réu.
Cumulação de pedidos
É permitida a cumulação de pedidos, contra o mesmo réu, ainda que entre eles não haja conexão, desde que os pedi-
dos sejam compatíveis entre si, que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo e que seja adequado para to-
dos os pedidos o mesmo procedimento.
Quando, para cada um dos pedidos corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, caso seja
adotado para todos eles o procedimento comum.
Causa de pedir
A causa de pedir pode ser classificada como próxima ou remota:
Causa de pedir próxima são os fundamentos jurídicos do pedido. Assim, numa ação indenizatória ajuizada em virtude
da ocorrência de um acidente de trânsito, a causa de pedir próxima seria a tese de configuração da responsabilidade
civil.
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Causa de pedir remota são os fundamentos de fato, especificamente os fatos constitutivos do direito do autor, de-
scritos de modo suficientemente pormenorizado na petiçãoinicial. Assim, na ação de indenização aludida, a causa de
pedir remota seria a detalhada descrição do acidente.
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AS PARTES, SEUS PROCURADORES E O JUIZ
Considerações gerais
Em linhas gerais, vimos que as partes são aquelas pessoas diretamente envolvidas na relação jurídica processual
(sujeito ativo e passivo) e que, por terem provocado a jurisdição, sujeitam-se aos deveres e ônus do processo. Nesse
contexto, destacam-se:
Capacidade de estar em juízo
É uma qualidade genérica da pessoa ou da entidade que ocupa um dos polos da demanda. Equivale à capacidade de
se ter direitos.
A regra é que para ser parte é preciso ser pessoa natural ou jurídica. Porém, a lei, para facilitar a demanda, atribui a ca-
pacidade de ser parte a certas universalidades, tais como: massa falida, condomínio, sociedades sem personalidade
(sociedades de fato), herança jacente ou vacante, massa insolvente etc.
Capacidade processual
Consiste na aptidão da pessoa de participar da relação jurídica, podendo exercer os direitos e deveres inerentes ao
processo e praticar atos tendentes a viabilizar esta prestação jurisdicional.
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Esta capacidade mostra-se vinculada à possibilidade de praticar atos na vida civil de maneira absoluta. Assim, os abso-
lutamente incapazes necessitam de representação, e os relativamente incapazes, de assistência. Quanto às pessoas
jurídicas, estas, em regra, são representadas por aqueles que o estatuto da entidade assim dispuserem.
A falta da capacidade processual ou a irregularidade de sua representação não provoca imediata extinção do processo,
devendo o juiz suspendê-lo, marcando prazo razoável para ser sanado o defeito.
Se o vício for regularizado, o processo prosseguirá; se não for sanado:
Se a providência cabia ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo, determinando sua regular extinção.
Se a providência cabia ao réu, será ele considerado revel.
Se a determinação era dirigida a um terceiro interveniente voluntário, este será excluído do processo.
Se a determinação era dirigida a terceiro interveniente provocado, o juiz decretará sua revelia.
Capacidade postulatória
Os procuradores – aqui qualificados como uma expressão genérica – referem-se à figura necessária para representação
da parte, a fim de que esta possa litigar em juízo.
Excetuando-se algumas possibilidades específicas em que a parte detém o jus postulandi (por exemplo, junto ao
Juizado Especial Cível nas causas de até 20 salários-mínimos), a capacidade postulatória é privativa dos advogados e
membros do Ministério Público.
O advogado para pleitear em nome de outrem precisa estar, além de regularmente inscrito na OAB, munido do instru-
mento de mandato (procuração ad judicia). A procuração pode ser comum (por escrito) ou ainda assinada digitalmente
(procuração eletrônica), baseada em certificação digital emitida por autoridade certificadora credenciada ou ainda por
usuário devidamente cadastrado junto ao Poder Judiciário.
O advogado pode, contudo, intentar a ação, independentemente de procuração, a fim de evitar a decadência ou a
prescrição, bem como intervir no processo para praticar atos reputados urgentes, ou ainda quando atuar em causa
própria.
O mandato pode ser extinto por acordo entre as partes, pela morte da parte ou do procurador, por revogação ou por
renúncia.
O juiz
O juiz é o personagem principal dessa trilogia (autor, réu e juiz), recebendo do Estado a delegação para exercer a função
jurisdicional.
Em razão das funções que exercem, os magistrados gozam de garantias especiais, tais como a  vitaliciedade, a inamovi-
bilidade e a irredutibilidade de vencimentos, de modo a garantir sua imparcialidade, sendo este o pressuposto essen-
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cial de toda a atividade jurisdicional.
Impedimento e Suspeição
As razões que colocam em risco a imparcialidade do juiz são aquelas relacionadas pelo Código nos casos de impedi-
mento e suspeição. Caso incida em algumas das hipóteses elencadas, é dever do juiz declarar-se impedido ou
suspeito. Se não o fizer, poderá ser recusado a qualquer tempo pelas partes.
O meio processual para formulação da recusa do juiz é a alegação de impedimento e/ou suspeição, que será
apresentada, em qualquer tempo ou grau de jurisdição, no prazo de 15 dias, contados do fato que ocasionou o impedi-
mento ou a suspeição.
Ao oferecer a alegação, a parte deverá especificar o motivo da recusa, já apresentando desde logo, se for o caso, o rol
de testemunhas. O juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, remeterá os autos ao seu substituto legal,
afastando-se do processo.
Caso contrário, dentro de 15 dias fornecerá por escrito suas razões de recusa acompanhadas de documentos e rol de
testemunhas, se houver, ordenando em seguida a remessa dos autos ao Tribunal para que este possa decidir
regularmente.
Recebida a alegação e até que seja definitivamente julgada, o processo ficará suspenso, se assim decidir o relator. Se o
Tribunal verificar que a exceção não tem fundamento legal, determinará o seu arquivamento e o juiz continuará a julgar
o processo. Caso contrário, julgando procedente a a exceção, mandará remeter os autos ao substituto legal.
Deveres e responsabilidades
Deveres
Consoante o art. 77 do novo CPC, são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do
processo, incluídos, assim, os terceiros:
Expor os fatos em juízo conforme a verdade.
Não formular pretensão ou apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento.
Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito.
Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua
efetivação.
Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde
receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou
definitiva.
Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
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Ainda, conforme o art. 78 do CPC, é vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério
Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos es-
critos apresentados.
Sanções
No que tange às sanções impostas àqueles que transgredirem as regras, sabe-se que aos advogados públicos ou priva-
dos e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo even-
tual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
Sobre as partes e os terceiros incidem não somente as sanções pela violação do princípio da probidade processual,
mas também as sanções cominadas aos litigantes de má-fé.
Litigância de má-fé
Nesse sentido, reputa-se litigante de má-fé aquele que:
Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso.
Alterar a verdade dos fatos.
Usar do processo para conseguir objetivo ilegal.
Opuser resistência injustificada ao andamento do processo.
Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo.
Provocar incidente manifestamente infundado.
Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Os litigantes de má-fé serão condenados pelo juiz ou pelo tribunal, de ofício ou a requerimento, a pagar multa, que
deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcarcom os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
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Sucessão das partes e dos procuradores
A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes,
mas pode ser requerida a substituição delas.
Além disso, ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a substituição pelo seu espólio ou pelos seus
sucessores, sendo que o processo ficará suspenso, a fim de ser possibilitada tal substituição.
No que tange à sucessão dos procuradores, a parte que revogar o mandato outorgado ao seu advogado, no mesmo ato
constituirá outro para que assuma o patrocínio da causa.
Ademais, o advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que cientificou o mandante a fim de
que este nomeie substituto. Durante os 10 dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo.
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Litisconsórcio
Ocorre o litisconsórcio quando há pluralidade de partes, seja no polo ativo, seja no passivo.
Modalidades de litisconsórcio
Quanto ao polo em que ocupam na demanda, o litisconsórcio pode ser ativo, passivo ou misto. Será ativo quando
houver mais de um autor da demanda, passivo quando a pretensão for deduzida em face de mais de um réu e mista na
hipótese de a relação jurídica processual ser integrada, simultaneamente, por mais de um autor e mais de um réu.
Quanto à vontade das partes, pode ser facultativo ou necessário. Facultativo é aquele que depende da vontade do au-
tor para se formar. Ao contrário, é necessário aquele cuja formação independe da vontade das partes, porque é imposto
por lei ou decorre da natureza da relação jurídica incindível, que necessariamente pertence a mais de uma pessoa.
Quanto à unidade da decisão, poderá ser simples ou unitário. Será simples sempre que a decisão final puder ser difer-
ente para cada um dos litisconsortes. Será unitário quando a decisão final for idêntica para todos os litisconsortes,
obrigatoriamente.
Quanto ao momento de sua formação, poderá ser originário ou superveniente. Este se forma com o processo já em
andamento, como nas hipóteses de assistência litisconsorcial, enquanto aquele existe desde o nascimento do
processo.
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Intervenção de terceiros
Conceito de terceiro e de intervenção de terceiros
Terceiro é todo aquele que não é parte.
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Portanto, observa-se o fenômeno processual da intervenção de terceiros quando alguém ingressa, como parte ou coad-
juvante da parte, em processo pendente entre outras partes.
Formas de intervenção de terceiros
As diversas modalidades de intervenção de terceiros se dividem em espontâneas e provocadas, estas também
chamadas de formas forçadas de intervenção.
Nas modalidades espontâneas, que são a assistência e o amicus curiae (em alguns casos), o terceiro interveniente é
que toma a iniciativa de buscar o acesso ao feito.
Nas modalidades provocadas, ou seja, na denunciação da lide, chamamento ao processo e incidente de
desconsideração de personalidade jurídica, ele é incitado pelas partes a ingressar no processo.
Denunciação da lide
É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa
exercer os direitos que da evicção lhe resultam.
Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido
no processo.
O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser pro-
movida ou não for permitida.
Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia
dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova
denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denun-
ciante for réu.
Denunciação pelo autor
Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Denunciação pelo réu
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Por outro lado, feita a denunciação pelo réu:
Se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em
litisconsórcio, denunciante e denunciado.
Se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e
abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva.
Se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua
defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também con-
tra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Por outro lado, se
o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.
Chamamento ao processo
Trata-se de modalidade de intervenção que tem como objetivo ampliar subjetivamente a demanda, permitindo ao réu
provocar o ingresso de codevedores solidários no polo passivo.
Nota-se, portanto, ser o chamamento espécie de intervenção exclusiva do réu, a ser manejada em sede de contestação,
prescindível, desse modo, peça processual autônoma.
Admite-se o chamamento ao processo:
Do devedor, na ação em que o fiador for réu.
Dos outros fiadores, quando na ação for citado apenas um deles.
De todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida
comum.
Quando da prolação da sentença no processo em que se operou o chamamento, em caso de procedência do pedido,
nascerá para o autor título executivo em que todos os codevedores estarão incluídos, sendo solidária a responsabili-
dade destes.
Assim, aquele contra o qual for exercitada a execução poderá, nos mesmos autos, executar os demais codevedores, na
medida das respectivas cotas-partes.
Assistência
A assistência consiste em modalidade de intervenção em que o terceiro pretende ingressar em determinada ação para
auxiliar o autor a obter a procedência de seu pedido, ou coadjuvar o réu a conseguir a improcedência do pleito do
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demandante.
É fundamental mencionar a necessidade de o terceiro, na assistência, possuir interesse jurídico na solução da
demanda. Isso significa que o interesse jurídico do terceiro é pressuposto para admissão de seu ingresso no feito.
Nesse sentido, haverá interesse jurídico sempre que o terceiro mantiver relação jurídica com algumadas partes, dis-
tinta daquela que os litigantes mantêm entre si, sendo imprescindível que o resultado da demanda tenha a potenciali-
dade de irradiar consequências sobre referida relação jurídica.
No que tange ao cabimento, a assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição,
recebendo o assistente o processo no estado em que se encontrar. Relevante lembrar, contudo, haver procedimentos
que não admitem a assistência, a exemplo do procedimento especial dos Juizados Especiais Cíveis.
Assistência simples
A assistência simples é aquela em que o assistente, ao ingressar no feito, não assume status de parte, atuando apenas
como ajudante de um dos litigantes, não defendendo seu próprio interesse, que pode ser atingido tão somente de
modo reflexo pela decisão final.
Assistência litisconsorcial
O assistente litisconsorcial é aquele que mantém relação jurídica própria com o adversário do assistido. Por defender
interesse jurídico próprio, ao ingressar no feito assume o status de parte, de litisconsorte do assistido.
Ao contrário do que ocorre com o assistente simples, o assistente litisconsorcial não pode ter sua atuação processual
restringida pelo assistido. Dessa forma, caso este desista da ação, reconheça a procedência do pedido ou transacione
com a parte contrária, poderá o assistente litisconsorcial prosseguir na defesa de seu direito.
Além disso, poderá requerer todos os meios de prova em direito admitidos e terá ampla liberdade para recorrer, ainda
que o assistido não recorra. Ademais, poderá ainda efetivar sentença condenatória favorável ao assistido, caso este
remanesça inerte, hipótese em que atuará em substituição processual.
Amicus curiae
Trata-se de um instituto processual que visa possibilitar a intervenção processual de órgãos ou entidades interessados
no desfecho de uma demanda na qual possuam incontestável interesse.
O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 dias de sua intimação.
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A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressal-
vadas a oposição de embargos de declaração e a possibilidade de o amicus recorrer da decisão que julgar o incidente
de resolução de demandas repetitivas.
Incidente de desconsideração da personalidade jurídica
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é espécie de intervenção de terceiros e será instaurado a pe-
dido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
Tal incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas, sendo dispen-
sada sua instauração se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que
será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz
em relação ao requerente.
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O MINISTÉRIO PÚBLICO
Conceito e natureza jurídica
O MP é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
O Ministério Público adota como princípios institucionais:
A unidade: todos os membros fazem parte de um só órgão.
A indivisibilidade: seus membros podem ser substituídos uns pelos outros, sem haver identidade física em relação
ao caso em que atuam, devendo respeitar o Princípio do Promotor Natural.
A independência funcional: o promotor tem plena liberdade de atuação, agindo de acordo com sua convicção
jurídica, não havendo nenhum tipo de hierarquia funcional, mas somente administrativa.
Formas de atuação do MP no processo civil
No processo civil o MP pode atuar como parte, ou como fiscal da lei (custus legis), nunca atuando como mandatário ou
procurador da parte.
Em regra, o Ministério Público atua somente como autor, podendo excepcionalmente figurar como réu, em eventual
ação rescisória de sentença em que atuou como autor.
No que diz respeito à sua atuação como fiscal da lei, compete ao Ministério Público intervir nas causas em que existe
interesse de incapazes e nas demais causas em que há interesse público.
Poderes, ônus e responsabilidades do MP
Em regra, o Ministério Público, atuando como parte ou como fiscal da lei, possui, além dos poderes e prerrogativas das
partes, regras processuais especiais, como, por exemplo, o direito a ser intimado pessoalmente, bem como os prazos
processuais em dobro.
Na qualidade de fiscal da lei aplicam-se aos membros do Ministério Público todos os motivos de impedimento e
suspeição do juiz, sendo que as regras de incompetência não se aplicam, uma vez que o MP não possui Jurisdição, mas
atribuições.
Caso os membros do Ministério Público atuem junto ao processo, no exercício de suas funções, com dolo ou fraude,
poderão ser considerados civilmente responsáveis, sendo que o prejudicado poderá promover a respectiva ação de
reparação de danos contra o Estado, podendo, inclusive, mover a ação contra o próprio Promotor de Justiça.
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Todavia, em caso de comportamento culposo – em decorrência de imprudência, negligência ou imperícia – não existirá
efetiva responsabilidade pessoal do promotor de justiça, ainda que o Estado possa vir a ser acionado em virtude de sua
responsabilidade objetiva.
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COMPETÊNCIA
Considerações gerais
É o poder que tem um órgão jurisdicional de fazer atuar a jurisdição diante de um caso concreto. Decorre esse poder de
uma delimitação prévia, constitucional e legal, estabelecida segundo critérios de especialização da justiça, distribuição
territorial e divisão de serviço.
Assim, enquanto jurisdição é o dever-poder difuso nas mãos da magistratura, consistente em dizer o direito no caso
concreto, solucionando-se a lide ou o conflito de interesses, competência é o limite e a medida da jurisdição.
A competência é determinada quando a ação é proposta, sendo irrelevantes as modificações de fato ou de direito ocor-
ridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário, ou alterarem a competência em razão da matéria ou
da hierarquia.
Esse princípio é chamado da perpetuação da jurisdição e tem por fim evitar que uma causa iniciada numa comarca e
num juízo seja deslocada para outro por razões de fato ou de direito ocorridas posteriormente.
Competência internacional e competência interna
O Estado tem interesse em limitar a atuação de sua jurisdição no intuito de se evitar litígios ou conflitosdesnecessários
com Estados estrangeiros, ou, internamente entre seus próprios juízes.
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Competência Internacional
Nesse contexto, há de se observar se a competência é interna ou internacional, porque, se uma lide não tem nenhum
elemento de conexão com o Brasil, em tese, nenhum órgão jurisdicional brasileiro é competente para ela. Assim, a au-
toridade judiciária brasileira somente dirime conflitos se o réu, independentemente de sua nacionalidade:
Estiver domiciliado no Brasil.
Se no Brasil tiver de ser cumprida a efetiva obrigação pactuada entre as partes.
Quando a ação se originar de fato ou ato ocorrido/praticado no Brasil.
Se a ação versar sobre imóveis situados no Brasil.
Quando se tratar de inventário e partilha de bens situados no território nacional.
Em síntese, temos como classificar a competência internacional como sendo a predominância da jurisdição brasileira
sobre a estrangeira de maneira concorrente (art. 22 do CPC) ou exclusiva (art. 23 do CPC).
Competência Interna
A competência interna, por sua vez, é determinada pela imposição de limites aos próprios órgãos jurisdicionais do país.
Esta espécie de competência estipula regras internas que indicarão qual será o juízo específico e o local responsável
pelo julgamento de cada caso concreto apresentado ao Judiciário.
Na divisão administrativa da Jurisdição, podemos identificar facilmente a existência de uma Justiça Especializada
(Militar, Eleitoral e do Trabalho) e de uma Justiça Comum, tecnicamente dividida em Justiça Federal (arts. 108 e 109 da
CF) e Justiça Estadual (de competência residual).
Assim, não sendo a matéria de uma justiça específica, a competência é de justiça comum, devendo então definir-se a
competência do foro, ou territorial, cujos critérios determinativos estão estabelecidos no novo CPC.
Determinado o foro ou comarca, se nesse foro houver mais de um juízo, a competência será determinada pela
distribuição (se no foro todos os juízos tiverem a mesma competência), ou pelos critérios estabelecidos na Lei de
Organização Judiciária de cada Estado.
Competência absoluta e competência relativa
Em relação à competência interna, esta pode ser absoluta ou relativa.
As regras de competência absoluta não podem ser modificadas pela vontade das partes, enquanto as regras de
competência relativa podem ser modificadas pela vontade das partes, por meio de cláusula de eleição de foro ou foro
de eleição.
Além disso, o desrespeito às regras de competência absoluta gera incompetência absoluta, enquanto o desrespeito às
regras de competência relativa gera incompetência relativa.
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896388/artigo-22-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28896361/artigo-23-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10683980/artigo-108-da-constituicao-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/1148741/artigo-109-da-constituicao-federal-de-1988
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Por seu turno, a incompetência absoluta deve ser reconhecida de ofício, a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição, enquanto a incompetência relativa, em regra, deve ser alegada pelo réu em preliminar de contestação, sob
pena de prorrogação.
Excepcionalmente, a incompetência relativa pode ser reconhecida de ofício, quando houver cláusula de eleição de foro,
em contrato de adesão.
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Critérios para fixação da competência
Critério territorial
Sua finalidade é a fixação da comarca ou seção judiciária competente e aplica-se às ações pessoais, ações reais que ver-
sam sobre bens móveis e ações reais imobiliárias.
Assim, temos:
Ações pessoais (que não versam sobre direitos reais): será competente o foro do domicílio do réu. Trata-se de regra
de competência relativa.
Ações reais sobre bens móveis: será competente o foro do domicílio do réu. Trata-se de regra de competência
relativa.
Ações reais imobiliárias: será competente o foro em que se localizar o imóvel. Trata-se de regra de competência
absoluta.
Existem ainda algumas regras especiais para as ações envolvendo especificamente o inventário e a partilha de bens, o
ausente e o incapaz, bem como para as hipóteses específicas envolvendo a qualidade das partes ou local da prática de
ato ilícito.
Critério objetivo
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Sua finalidade é a fixação da vara ou juízo competente e subdivide-se em competência em razão da matéria e
competência em razão do valor da causa. Assim temos:
Competência em razão da matéria
É aplicável para as comarcas que possuem varas cíveis gerais e varas especializadas, que possuem força atrativa com
relação às ações que versam sobre matéria de sua alçada, como, por exemplo, varas de família para ação de alimentos,
vara da Fazenda Pública para ações em que se litiga contra o Estado etc. Trata-se de regra de competência absoluta.
Competência em razão do valor da causa
Aplicável para as comarcas que possuem foro central e foros regionais, sendo certo que esses valores delimitam, muitas
vezes, o foro competente em que o processo terá seu regular tramite.  Trata-se de regra de competência relativa.
Critério funcional
É aquela fixada pelas leis de organização judiciária que, a partir da Constituição Federal, distribuem as atribuições dos
Juízes e Tribunais. Em regra, a competência funcional pode ser classificada em:
Competência funcional por graus de jurisdição: em regra, as ações devem ser propostas no 1º grau de jurisdição,
cabendo, de suas decisões, recurso para o 2º grau. Às vezes, as normas legais atribuem competência diretamente aos
órgãos de 2º grau de jurisdição, como, por exemplo, na ação de mandado de segurança contra atos de determinadas
autoridades.
Nessa fase, é necessário que se examine a existência de previsão constitucional que subtraia a causa dos juízes de
primeiro grau, atribuindo a competência diretamente ao Tribunal (competência originária) – e ainda consultar a
Constituição Estadual para verificação de possível competência originária dos Tribunais Estaduais para determinadas
causas.
Competência funcional por fases do processo: quando a competência do juiz é dada pela função que ele teve numa
outra fase.
Causas de modificação da competência
Inicialmente, vale lembrar que a competência absoluta não se modifica, razão pela qual tais causas de modificação da
competência apenas se aplicam às hipóteses de competência relativa. Assim, são causas de modificação da
competência:
Prorrogação: é a transformação do juízo relativamente incompetente em juízo competente, em virtude da ausência de
exceção de incompetência.
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Derrogação: é a alteração da competência pela vontade das partes, via cláusula de eleição de foro. Anote-se que nos
contratos de consumo é válida a cláusula de eleição de foro, desde que não haja onerosidade excessiva ao consumidor,
sendo possível ao próprio juiz reconhecer a nulidade de cláusula de eleição de foro em contrato de adesão.
Conexão: ocorre quando duas ou mais ações possuem o mesmo pedido (objeto) ou a mesma causa de pedir. Assim,
para fins de prorrogação da competência por conexão, basta a identidade da causa pedir remota, isto é, dos fatos, para
justificar a conexão que possibilita a reunião de duas causas; e que ambas as causas estejam em andamento.
Continência: ocorre quando duas ou mais ações possuem as mesmas partes e a mesma causa de pedir, sendo que o
pedido de uma delas, por ser mais amplo,abrange o pedido das demais.
Conflito de competência
Excepcionalmente pode ocorrer uma divergência entre os juízes a respeito da competência para julgar determinada
ação, prevendo a lei processual o chamado conflito de competência, cuja ocorrência se dá quando dois ou mais juízes
se declaram competentes (conflito positivo), quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes (conflito
negativo), ou quando entre dois ou mais juízes surge a controvérsia acerca da reunião ou separação dos processos.
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Havendo conexão ou continência, o juiz ordenará a reunião de ações propostas em separado, a fim de
que sejam decididas simultaneamente.“
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ATOS PROCESSUAIS
Generalidades
Os atos processuais são manifestações de vontade dos sujeitos do processo, na forma da lei processual, com o intuito
de constituir, desenvolver, conservar, modificar ou extinguir a relação jurídica deduzida em juízo. Podem ser praticados
pelo juiz ou pelas partes.
Geralmente, os atos processuais caracterizam-se por serem formais, devendo obedecer ao preconizado pela lei.
Todavia, não há necessidade de uma forma definida, tendo a doutrina moderna optado pela instrumentalidade dos
atos processuais (antes de se anular ou repetir determinado ato, deve-se verificar a possibilidade de seu
aproveitamento, desde que não gere nulidade absoluta ou não cause nenhum prejuízo à parte).
Os termos classificam-se genericamente em:
Autuação: atestado do início do processo.
Juntada: atestado de que foi juntado algo ao processo.
Vista: atestado que foi concedida a oportunidade de se manifestar.
Conclusão: atestado de que os autos foram remetidos ao juiz para despacho ou decisão.
Intimação: atestado em que se certifica que foi dado conhecimento à parte ou ao MP da ocorrência de algum ato
processual.
Remessa: atestado que certifica o encaminhamento do processo a outro juízo.
Recebimento: atestado que certifica o recebimento do processo vindo de outro juízo.
Apensamento: atestado que certifica a juntada ou reunião de dois ou mais processos.
Desentranhamento: atestado que certifica a retirada de documentos do processo.
Dos atos processuais em geral
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Publicidade
Os atos processuais são, em regra, públicos, correndo em segredo de justiça:
Quando o exija o interesse público ou social.
Quando versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e
guarda de crianças e adolescentes.
Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade.
Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade
estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é re-
strito às partes e aos seus procuradores. O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
Negócio jurídico processual
Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes,
faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade de tais convenções, recusando-lhes aplicação somente nos ca-
sos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta
situação de vulnerabilidade.
Fixação de calendário
De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais,
devidamente justificados.
Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou para a realização de audiência cujas datas
tiverem sido designadas no calendário.
Uso do vernáculo
Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão
para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor
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juramentado.
Da prática eletrônica de atos processuais
Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados,
armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.
Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regulamentar a prática e a comunicação
oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação
progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as
normas fundamentais do CPC.
As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamente, à disposição dos interessados, equipamentos
necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes, sendo
admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem disponibilizados os equipamentos.
Igualmente, as unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com deficiência acessibilidade aos seus sítios na
rede mundial de computadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos pro-
cessuais e à assinatura eletrônica.
Dos atos da parte
Os atos das partes consistem em declarações unilaterais e bilaterais de vontade, produzindo imediatamente a
constituição, modificação ou a extinção de determinados direitos processuais, ressalvada a hipótese de desistência da
ação, que somente produzirá efeitos após a regular homologação por sentença judicial.
Poderão também as partes exigir recibo de petições e documentos que entregarem em cartório, sendo vedada a
manifestação nos autos por cotas marginais ou interlineares, sob pena de multa correspondente a meio salário-mínimo
vigente no país.
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Dos atos do escrivão ou do chefe de secretaria
Atos
Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza
do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá do mesmo modo em
relação aos volumes em formação.
O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas as folhas dos autos.
Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou
pelo chefe de secretaria.
Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não pud-
erem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência.
Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em autos eletrônicos, os atos processuais praticados
na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico
inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou
chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.
Em tal hipótese, eventuais contradiçõesna transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento de realização do
ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.
Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como
entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas.
À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça
é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem.“
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Prazos
Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 dia e executar os atos processuais no prazo de 5
dias, contado da data em que:
Houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei.
Tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
Ao receber os autos, ele certificará o dia e a hora em que teve ciência de tal ordem.
Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral ocorrerá de forma automática,
independentemente de ato de serventuário da justiça.
Dos pronunciamentos do juiz
Pronunciamentos
Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o
juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a
execução.
Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no conceito de
sentença, sendo despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requeri-
mento da parte.
Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser pratica-
dos de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes, sendo que
quando tais pronunciamentos forem proferidos oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para
revisão e assinatura, que poderá ser eletrônica.
Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no
Diário de Justiça Eletrônico.
Prazos
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892075/artigo-485-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892031/artigo-487-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
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O juiz proferirá:
Os despachos no prazo de 5 dias.
As decisões interlocutórias no prazo de 10 dias.
As sentenças no prazo de 30 dias.
Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está
submetido.
Tempo e lugar dos atos jurídicos
Tempo dos atos processuais
Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 às 20 horas. Todavia, serão concluídos após as 20 horas os
atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de
férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do adrede apontado, observado o disposto no art. 5º,
XI, da CF.
Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no
horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local. Por outro
lado, a prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 horas do último dia do prazo.
Durante as férias forenses e feriados, não se praticarão atos processuais, salvo:
Citações, intimações e penhora.
A tutela de urgência.
Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
Os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser
prejudicados pelo adiamento.
A ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador.
Os processos que a lei determinar.
Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expe-
diente forense.
Lugar dos atos processuais
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730672/inciso-xi-do-artigo-5-da-constituicao-federal-de-1988
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Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de
deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Prazos dos atos processuais
Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.  Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos
em consideração à complexidade do ato. Por fim, quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 horas.
Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo
da parte, sendo considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis, suspendendo-
se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia
em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da
comunicação eletrônica.
Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2
meses. Havendo calamidade pública, o limite previsto para prorrogação de prazos poderá ser excedido.
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Cessa a
contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 réus, é oferecida defesa por apenas um deles. Não se aplica tal
majoração de prazos processuais aos processos em autos eletrônicos.
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Preclusão
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Como consequência da prática de um ato processual por impulso oficial, já se desencadeia o ônus de praticar outro,
para uma ou outra parte.
Assim, o ônus processual não se confunde com um dever, uma vez que este é uma situação de conteúdo exigível, en-
quanto aquele é a oportunidade de agir, prevendo a lei, no caso de omissão, determinada consequência jurídica que a
parte escolhe livremente.
Os ônus processuais podem ser:
Perfeitos ou plenos: quando da prática, ou não, de um ato, ou do modo de praticá-lo, resulta de uma situação
irreversível. Ex.: ônus de recorrer.
Imperfeitos ou diminuídos: são aqueles que admitem a prática posterior, a reversão, não ocorrendo a preclusão.
Ex.: a falta de contestação naqueles processos cujo objeto sejam direitos indisponíveis – Ação de Investigação de
Paternidade.
Com a perda da faculdade processual de praticar este ato, temos a ocorrência do fenômeno dapreclusão,
classificando-se em:
Preclusão lógica: decorre da prática sem reservas de um ato incompatível. Ex.: quem cumpriu a sentença
depositando o valor da quantia a que foi condenado não pode interpor recurso para impugná-la.
Preclusão temporal: decorre do decurso de prazo para a prática do ato. Ex.: perda do prazo de contestação (15
dias).
Preclusão consumativa: ocorre quando a perda da faculdade de praticar o ato decorre do fato de já ter ocorrido a
oportunidade para tanto. Ex.: interposição de recurso de apelação no 5º dia do prazo e pretensão de aditar o recurso
posteriormente à interposição.
Comunicação dos atos processuais
Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
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Cartas
Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção
judiciárias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do
local de sua sede.
Será expedida carta:
De ordem, pelo tribunal.
Rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a
processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro.
Precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua
competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de
competência territorial diversa.
Arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência
territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem
efetivação de tutela provisória.
Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde
não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.
Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real.
Da citação
Conceito
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. Para a
validade do processo, é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da
petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
Comparecimento espontâneo
O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta
data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
Efeitos da citação
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A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui
em mora o devedor.
A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente,
retroagirá à data de propositura da ação.
Casos específicos
A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do ex-
ecutado ou do interessado.
Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando
a ação se originar de atos por eles praticados.
O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o
imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado
do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de di-
reito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado. O militar em
serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for
encontrado.
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Não se fará a citação
Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
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De quem estiver participando de ato de culto religioso.
De cônjuge, companheiro ou qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral
até o 2º grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes.
De noivos, nos 3 primeiros dias seguintes ao casamento.
De doente, enquanto grave o seu estado.
Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
Nesse caso, o oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.
Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 dias. Reconhecida a
impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em
lei e restringindo a nomeação à causa.
A citação, nesse caso, será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
Modalidades de citação
A citação será feita:
Pelo correio.
Por oficial de justiça.
Pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório.
Por edital.
Por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a
manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações,
as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade
autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
Citação por correio
A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
Nas ações de estado.
Quando o citando for incapaz.
Quando o citando for pessoa de direito público.
Quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência.
Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
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Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do
despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. A carta será registrada
para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de
administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário
da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se
declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
Citação por oficial de justiça
A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas no CPC ou em lei, ou quando frustrada a
citação pelo correio.
Citação com hora certa
Quando, por 2 vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar,
deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa

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