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resposta imune inata e Inflamação Aguda

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Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
DISCORRER SOBRE A RESPOSTA IMUNE INATA RELACIONADA A INFLAMAÇÃO 
AGUDA. 
Introduzindo a Inflamação numa visão geral.... 
A inflamação é um mecanismo de defesa que visa eliminar a causa inicial da lesão celular e as 
consequências dessa lesão. Ela destrói, dilui ou isola o agente nocivo, e desencadeia uma série 
de eventos que tentam curar e reconstruir o tecido danificado. 
A inflamação aguda, se inicia rapidamente, em alguns segundos ou minutos, e tem uma curta 
duração. As principais características são exsudação de fluídos e proteínas plasmáticas e a 
migração de leucócitos, predominantemente de neutrófilos. A inflamação crônica, tem uma 
duração maior e está associada a presença de linfócitos e macrófagos, a proliferação de vasos 
sanguíneos, fibrose e necrose tissular. 
 Inflamação Aguda 
A resposta inflamatória 
consiste em 2 componentes 
principais, uma reação celular 
que envolve alterações no 
fluxo vascular, alterações no 
calibre vascular e aumento da 
permeabilidade e uma reação 
vascular que envolve o 
recrutamento de leucócitos, 
seu acúmulo no foco da lesão e 
sua ativação para eliminar o agente nocivo. Elas acontecem ao mesmo tempo. que acontece 
ao mesmo tempo. Dentro dessas reações as partes iniciais são: 
NOTA: Exsudação: Extravasamento de fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema 
vascular para o tecido intersticial ou as cavidades corporais. Isso implica em alteração na 
permeabilidade normal dos pequenos vasos sanguíneos na área danificada. Transudato: Fluído 
com pequeno teor proteico, é essencialmente um ultrafiltrado do plasma que resulta do 
desequilíbrio osmótico ou hidrostático através da parede vascular, sem que haja aumento da 
permeabilidade. Edema: Excesso de fluido no interstício ou nas cavidades serosas, e ele pode 
ser um transudato ou exsudato 
Como o processo acontece.... 
❖ REAÇÕES DOS VASOS SANGUÍNEOS 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
Quando há um estímulo inflamatório no nosso corpo como infecções ou corpos estranhos, 
vai ocorrer uma VASODILATAÇÃO, que é promovida por alguns mediadores químicos 
como as histaminas (liberadas pelos mastócitos), NO (liberados pelo endotélio vascular) e 
serotonina, para que haja um AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO, e isso leva aos primeiros 
sinais da inflamação, O CALOR e o RUBOR. 
A vasodilatação é rapidamente seguida de um 
AUMENTO DA PERMEABILIDADE DA 
MICROCIRCULAÇÃO, com o extravasamento de um 
fluído rico em proteína para o tecido extravascular, 
levando a mais um sinal que é o EDEMA. 
 
Mas como que ocorre o aumento da permeabilidade? 
para que isso ocorra é necessário que se forma fendas no endotélio vascular. Alguns 
mediadores como histamina, bradicinina, leucotrienos e neuropeptídeos P se ligam nos seus 
receptores nas células endoteliais e ativam as vias de sinalização intracelular e leva a 
fosforilação de proteínas contráteis e de citoesqueletos, como a miosina. Essas proteínas 
contraem-se causando contração das células endoteliais e a separação das junções 
intracelulares. Mas também, a IL1, TNF-alfa e o interferon, também aumenta a permeabilidade 
vascular por causar uma reorganização estrutural do citoesqueleto, fazendo com que as 
células endoteliais se retraiam e se separem. A diferença entre essas sinalizações é que a 
resposta induzida pelas citocinas é mais demorada e mais duradoura. Essa perda de líquido 
causará um fluxo sanguíneo mais lento, que é uma condição chamada de Estase. 
Na inflamação, o fluxo linfático é aumentado e ajuda a drenar o fluido do edema que se 
acumula devido ao aumento de permeabilidade vascular. Além do fluido, os leucócitos e os 
resíduos celulares, bem como os microrganismos, podem encontrar o caminho até a linfa. Os 
vasos linfáticos, assim como os vasos sanguíneos, se proliferam durante as reações 
inflamatórias a fim de lidar com o aumento da carga. Os vasos linfáticos podem tornar-se 
inflamados de maneira secundária (linfangite), da mesma forma que os linfonodos de 
drenagem (linfadenite). Com frequência, os linfonodos inflamados são aumentados por causa 
da hiperplasia dos folículos linfoides e do aumento no número de linfócitos e macrófagos. Essa 
constelação de alterações patológicas recebe o nome de linfadenite reativa ou inflamatória. 
 
❖ RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA OS LOCAIS DE INFLAMAÇÃO 
As mudanças no fluxo sanguíneo e na 
permeabilidade vascular são rapidamente seguidas 
por INFLUXO DE LEUCÓCITOS NO TECIDO. Esses 
leucócitos realizam a função principal de eliminar 
os agentes agressores. Os mais importantes nas 
reações inflamatórias típicas são aqueles que 
podem realizar a fagocitose, em especial os 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
neutrófilos e os macrófagos. Esses leucócitos ingerem e destroem bactérias e outros 
microrganismos, além de tecido necrótico e substâncias estranhas. Os leucócitos também 
produzem fatores de crescimento que ajudam no reparo. 
 
A jornada dos leucócitos da luz vascular até o tecido é um processo de várias etapas, mediado 
e controlado por moléculas de adesão e citocinas chamadas quimiocinas. Esse processo pode 
ser dividido em fases sequenciais. 
Com a estase, provocada pela inflamação as condições hemodinâmicas mudam e os 
leucócitos, especialmente ou neutrófilos, incialmente se acumulam ao longo do endotélio 
vascular, próximo a superfície vascular, que é um processo chamado de marginação. 
Subsequentemente, os leucócitos aderem, de forma transitória, ao endotélio, separam-se e se 
ligam novamente, rolando, dessa forma, na parede do vaso. As células finalmente param em 
certo ponto, onde ADEREM firmemente. 
A ligação dos leucócitos às células endoteliais é mediada pelas moléculas de adesão 
complementares (selectinas, ICAM-1, VCAM-1) nos dois tipos de células cuja expressão é 
reforçada pelas citocinas. As citocinas são secretadas pelas células sentinela nos tecidos, como 
resposta aos microrganismos e outros agentes lesivos, garantindo, dessa forma, que os 
leucócitos sejam recrutados aos tecidos, onde esses estímulos estão presentes. 
As interações de rolamento iniciais são mediadas por proteínas chamadas selectinas. 
Existem, 3 tipos delas, uma expressa nos leucócitos (L-selectina), uma no endotélio (E-
selectina) e uma em plaquetas e no endotélio (P-selectina). A sua expressão e de seus ligantes 
é regulada pelas citocinas produzidas em respostas a infecção e lesão. Os macrófagos 
teciduais, mastócitos e células endoteliais que encontram os microrganismos e tecidos mortos 
respondem através da secreção de várias citocinas, incluindo o fator de necrose tumoral (TNF), 
a interleucina-1 (IL-1) e as quimiocinas (citocinas quimioatraentes). O TNF e a IL-1 agem nas 
células endoteliais das vênulas pós-capilares adjacentes à infecção e induzem a expressão 
coordenada de numerosas moléculas de adesão. 
Rapidamente as selectinas P são expressas no endotélio, e após 1 ou 2 horas as selectinas-E 
são expressas. As interações selectinas+ligantes de selectinas, nos leucócitos são de baixa 
afinidade, com a taxa de afastamento rápida e por isso são facilmente rompidas pela força de 
sisolamento do fluxo sanguíneo, como resultado os leucócitos repetitivamente se destacam e 
se ligam novamente e assim eles rolam pela superfície endotelial, isso diminui a velocidade 
com que os leucócitos passam pelo sangue. 
Essas fracas interações do rolamento reduzem a velocidade dos leucócitos e dão a eles a 
oportunidade de se ligar mais firmemente ao endotélio. A forte adesão é mediada pelas 
integrinas em um estado de baixa afinidade. Várias quimiocinas (TNF e a IL-1) produzidas no 
local da lesão entra no vaso, se ligam em células endoteliais e são expressas em grandes 
quantidades na superfície endotelial. Essas quimiocinas agem nos leucócitos que estão 
rolando, e ativam-nos. Isso converte as integrinaspara um estado de alta afinidade, isso 
resulta em uma ligação firme dos leucócitos, no endotélio. 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
Dessa forma, os leucócitos param de rolar, o citoesqueleto se reorganiza, e eles se espalham 
pela superfície endotelial ocorrendo a TRANSMIGRAÇÃO OU DIAPEDESE, que é a migração 
dos leucócitos do espaço intravascular para o extravascular. (presumivelmente: os leucócitos 
produzem enzimas que os capacitam a passar através da parede celular. Dentro do tecido 
conjuntivo extravascular, os leucócitos são capazes de aderir a matriz extracelular através da 
ligação de moléculas de adesão). 
O tipo de leucócito que migra varia de acordo com o tempo da resposta inflamatória e com o 
tipo de estímulo. Na maioria das formas de inflamação aguda, os neutrófilos predominam no 
infiltrado inflamatório durante as primeiras 6 a 24 horas, sendo substituídos pelos monócitos 
em 24 a 48 horas. Há várias razões para a preponderância inicial dos neutrófilos: eles são mais 
numerosos no sangue, respondem mais rapidamente às quimiocinas e podem ligar-se mais 
firmemente às moléculas de adesão que são rapidamente expressas nas células endoteliais, 
tais como P- e E-selectinas. Após a entrada nos tecidos, os neutrófilos têm vida curta: entram 
em apoptose e desaparecem em 24 a 48 horas. Em infecções virais, os linfócitos podem ser as 
primeiras células a chegar; algumas reações de hipersensibilidade são dominadas por linfócitos 
ativos, macrófagos e células do plasma (refletindo a resposta imunológica); nas reações 
alérgicas, os eosinófilos podem ser o tipo celular principal. 
Após sair da circulação, os leucócitos vão para os tecidos em direção ao local da lesão por meio 
de um processo chamado QUIMIOTAXIA, que é definido como a locomoção seguindo um 
gradiente químico. Todos os granulócitos, monócitos e em menor extensão os linfócitos, 
respondem ao estímulo quimiotático com diferentes taxas de velocidades. Os agentes 
quimiotáticos mais comuns são os produtos bacterianos. Já os agentes quimiotáticos 
endógenos incluem vários mediadores químicos (descritos adiante): (1) citocinas, 
particularmente aquelas da família de quimiocinas (p. ex., IL-8); (2) componentes do sistema 
complemento, particularmente o C5a, e (3) metabólitos, principalmente o leucotrieno B4 
(LTB4). 
❖ FAGOCITOSE E LIBERAÇÃO DO AGENTE AGRESSOR 
A fagocitose envolve três fases sequenciais: (1) reconhecimento e ligação da partícula a ser 
ingerida pelo leucócito; (2) sua ingestão, com subsequente formação do vacúolo fagocítico; e 
(3) morte ou degradação do material ingerido. 
O processo de ativação dos leucócitos envolve microrganismos, produtos de células necróticas, 
complexo antígeno- anticorpos e alguns receptores fagocíticos, como os receptores de 
manose, receptores depuradores (scavenger) e receptores para várias opsoninas ligantes aos 
microrganismos ingeridos. Após a ligação da partícula a esses receptores, os leucócitos se 
movem estendendo pseudópodes, que puxam a parte posterior das células na direção da 
extensão, eaí a membrana plasmática se fecha para formar uma vesícula (fagossomo) que 
engloba a partícula. Em seguida, o fagossomo se funde com o grânulo lisossômico, resultando 
na liberação do conteúdo do grânulo para dentro do fagolisossomo. 
Dessa forma a fagocitose e a liberação de enzimas pelo neutrófilos e macrófagos são os 
responsáveis pela eliminação de agentes nocivos como espécies reativas de oxigênio e de 
nitrogênio, que é o objetivo final da inflamação. 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
A resposta inflamatória em parte diminui simplesmente, porque os mediadores têm meia vida 
curta, são degradados após ser liberados, e são produzidos em surtos rápidos, somente 
enquanto o estímulo persiste. Além disso, enquanto a inflamação se desenvolve há também 
produção de sinais para terminar, como a citocina inflamatória IL-10, liberação do fator 
transformante de crescimento beta, TGF-beta pelos macrófagos, lipoxinas anti-inflamatórias 
que são derivadas do ácido araquidônicos, descargas colinérgicas que inibem produção de 
TNF-alfa. 
❖ MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO 
Os mediadores mais importantes da inflamação agudam são as aminas vasoativas, os 
produtos lipídicos (prostaglandinas e leucotrienos), as citocinas (incluindo as quimiocinas) e 
os produtos da ativação do complemento. 
× Mediadores são secretados a partir de células ou produzidos a partir de proteínas 
plasmáticas. Os mediadores derivados de células são, em geral, concentrados em grânulos 
intracelulares e podem ser rapidamente secretados por exocitose do grânulo (p. ex., histamina 
nos grânulos dos mastócitos) ou são sintetizados de novo (p. ex., prostaglandinas e 
leucotrienos, citocinas) em resposta a um estímulo. Os principais tipos de células que 
produzem mediadores de inflamação agudam são as sentinelas, que detectam invasores e 
dano tecidual, ou seja, macrófagos, células dendríticas e mastócitos; no entanto, plaquetas, 
neutrófilos, células endoteliais e a maioria dos epitélios também podem ser estimulados a 
produzir alguns dos mediadores. Os mediadores derivados do plasma (p. ex., proteínas do 
complemento) são produzidos principalmente no fígado e estão presentes na circulação como 
precursores inativos que têm de ser ativados, em geral por uma série de clivagens 
proteolíticas, a fim de adquirir suas propriedades biológicas. 
× Mediadores ativos são produzidos somente em resposta a vários estímulos. Esses estímulos 
incluem substâncias e produtos microbianos liberados a partir das células necróticas. Alguns 
dos estímulos deflagram receptores específicos e vias de sinalização, anteriormente descritos, 
mas ainda não sabemos como os outros estímulos induzem a secreção de mediadores (p. ex., a 
partir de mastócitos, em resposta a uma lesão celular ou irritação mecânica). Essa condição 
comum de os microrganismos ou os tecidos mortos atuarem como estímulo inicial garante que 
a inflamação normalmente seja desencadeada apenas quando e onde se fizer necessária. 
× A maioria dos mediadores tem vida curta. Eles declinam rapidamente, são desativados por 
enzimas ou são, de forma alternativa, depurados ou inibidos. Existe, então, um sistema de 
controle e balanço que regula as ações dos mediadores. Esses mecanismos de controle inatos 
são discutidos em cada classe de mediador. 
× Um mediador pode estimular a liberação de outros mediadores. Por exemplo, os produtos 
da ativação do complemento estimulam a liberação de histamina, e a citocina TNF age nas 
células endoteliais para estimular a produção de outra citocina, a IL-1, e muitas quimiocinas. 
Os mediadores secundários podem ter as mesmas ações dos mediadores iniciais, mas também 
podem ter atividades diferentes e até mesmo opostas. 
Aminas Vasoativas: Histamina e Serotonina 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
As duas principais aminas vasoativas, assim chamadas porque têm ações importantes nos 
vasos sanguíneos, são a histamina e a serotonina. Elas são armazenadas como moléculas pré-
formadas nas células e estão, portanto, entre os primeiros mediadores a serem liberados 
durante a inflamação. As fontes mais ricas de histamina são os mastócitos normalmente 
presentes no tecido conjuntivo adjacente aos vasos sanguíneos. A histamina também é 
encontrada nos basófilos do sangue e nas plaquetas. É armazenada nos grânulos dos 
mastócitos e liberada pela desgranulação em resposta a uma variedade de estímulos, incluindo 
(1) lesão física, como trauma, frio ou calor; (2) ligação de anticorpos aos mastócitos, que 
constitui a base das reações alérgicas; e (3) produtos do complemento chamados de 
anafilatoxinas (C3a e C5a). 
A histamina causa dilatação das arteríolas e aumenta a permeabilidade das vênulas. É 
considerada o principal mediador da fase transitória imediata do aumento na permeabilidade 
vascular, produzindoespaços interendoteliais nas vênulas, como já vimos. 
Seus efeitos vasoativos são mediados principalmente pela ligação a receptores chamados H1 
nas células endoteliais microvasculares. As drogas anti-histamínicas que são comumente 
usadas para tratar algumas reações inflamatórias, como as alergias, são antagonistas do 
receptor H1 que se ligam e bloqueiam o receptor. A histamina também provoca a contração de 
alguns músculos lisos. A serotonina (5-hidroxitriptamina) é um mediador vasoativo 
preformado presente nas plaquetas e em certas células neuroendócrinas, como naquelas do 
trato gastrointestinal e nos mastócitos de roedores, mas não em humanos. 
Sua função primária é atuar como um neurotransmissor no trato gastrointestinal. 
Metabólitos do Ácido Araquidônico 
Os mediadores lipídicos, prostaglandinas e leucotrienos, são produzidos a partir do ácido 
araquidônico (AA), presente nos fosfolipídios da membrana, estimulando as reações vasculares 
e celulares na inflamação aguda. 
→ Prostaglandinas 
As prostaglandinas (PGs) são produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais e 
muitos outros tipos celulares, e estão envolvidas em reações vasculares e sistêmicas da 
inflamação. São geradas pelas ações de duas ciclo-oxigenases, chamadas COX-1 e COX-2. A 
COX-1 é produzida em resposta a estímulos anti-inflamatórios,e também é particularmente 
expressa na maioria dos tecidos, onde pode executar uma função homeostática (p. ex., 
equilíbrio de fluidos e de eletrólitos nos rins, citoproteção no trato gastrointestinal). Em 
contraste, a COX-2 é induzida pelos estímulos inflamatórios, gerando, dessa forma, as 
prostaglandinas que são envolvidas nas reações inflamatórias, porém é baixa ou ausente na 
maioria dos tecidos normais. 
Além de seus efeitos locais, as prostaglandinas estão envolvidas na patogênese da dor e da 
febre na inflamação. A PGE2 é hiperalgésica e torna a pele hipersensível ao estímulo doloroso, 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
tal como uma injeção intradérmica de concentrações abaixo do ideal de histamina e 
bradicinina. Está envolvida na febre induzida por citocina no curso de infecções. 
→ Leucotrienos 
Os leucotrienos são produzidos por leucócitos e mastócitos através da ação da lipoxigenase, e 
são envolvidos nas reações vasculares e do músculo liso, bem como no recrutamento de 
leucócitos. Existem três diferentes lipoxigenases, sendo a 5-lipoxigenase a predominante nos 
neutrófilos. Essa enzima converte o AA em ácido 5-hidroxieicosatetraenoico, que é 
quimiotático para neutrófilos e é o precursor dos leucotrienos. O LTB4 é um potente agente 
quimiotático e ativador de neutrófilos, causando agregação e adesão das células ao endotélio 
venular, além de gerar ERO e liberar enzimas lisossômicas. Os leucotrienos que contêm 
cisteinil, LTC4, LTD4 e LTE4 causam vasoconstrição intensa, broncoespasmo (importante na 
asma) e aumento de permeabilidade de vênulas. Os leucotrienos são muito mais potentes do 
que a histamina em aumentar a permeabilidade vascular e provocar broncoespasmo. 
Citocinas e Quimiocinas 
→ Citocinas 
As citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares (principalmente linfócitos, 
células dendríticas e macrófagos ativados, mas também células endoteliais, epiteliais e do 
tecido conjuntivo) que medeiam e regulam as reações imunológicas inflamatórias. Por 
convenção, os fatores de crescimento que agem nas células epiteliais e mesenquimais não são 
agrupados sob citocinas. 
-O Fator de Necrose Tumoral (TNF) e a Interleucina-1 (IL-1)= A TNF e a Il-1 desempenham 
papel crítico no recrutamento de leucócitos ao promover sua adesão ao endotélio, além de 
sua migração através dos vasos. Essas citocinas são produzidas principalmente por macrófagos 
e células dendríticas ativadas; O TNF é ainda produzido por linfócitos T e mastócitos, e a IL-1 
por algumas células epiteliais. A secreção de TNF e IL-1 pode ser estimulada por produtos 
microbianos, imunocomplexos, corpos estranhos, lesão física e por uma variedade de outros 
estímulos inflamatórios. A produção de TNF é induzida por sinais através dos TLRs e outros 
sensores microbianos, e a síntese de IL-1 é estimulada pelos mesmos sinais, mas a geração da 
forma biologicamente ativa dessa citocina depende do inflamassomo. As ações do TNF e da IL-
1 contribuem para as reações locais e sistêmicas da inflamação. 
× Ativação endotelial. Tanto o TNF quanto a IL-1 agem no endotélio de modo a induzir um 
espectro de mudanças, chamadas de ativação endotelial. Essas mudanças incluem aumento de 
expressão das moléculas de adesão endotelial, na maior parte E- e P- selectinas e ligantes para 
integrinas de leucócitos; aumento na produção de vários mediadores, incluindo outras 
citocinas e quimiocinas, fatores de crescimento e eicosanoides; e aumento da atividade pró-
coagulante do endotélio. 
× Ativação dos leucócitos e de outras células. O TNF aumenta as respostas dos neutrófilos a 
outros estímulos, como, por exemplo, a endotoxina bacteriana, e incita a atividade microbicida 
dos macrófagos, em parte ao induzir a produção de NO. 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
× Resposta sistêmica da fase aguda. A IL-1 e o TNF (assim como a IL-6) induzem as respostas 
sistêmicas de fase aguda associadas com infecção ou lesão, incluindo a febre. O TNF também 
regula o equilíbrio de energia ao promover a mobilização de lipídios e proteína, além de 
suprimir o apetite. Por esse motivo, a produção sustentada de TNF contribui para a caquexia, 
estado patológico caracterizado por perda de peso e anorexia que acompanha algumas 
infecções crônicas e doenças neoplásicas. 
→ Quimiocinas 
As quimiocinas são uma família de proteínas pequenas (de 8 a 10 kD) que agem primariamente 
como quimioatraentes para tipos específicos de leucócitos. E medeiam suas atividades pela 
ligação de receptores acoplados à proteína G sete transmembrana. Esses receptores 
(chamados de receptores de quimiocinas CXCR ou CCR, para CX-C ou C-C) usualmente exibem 
uma sobreposição nas especificidades do ligante e, em geral, os leucócitos expressam mais de 
um tipo de receptor. 
Sistema Complemento 
O sistema complemento é uma coleção de proteínas solúveis e de receptores de membrana 
que funcionam principalmente na defesa do hospedeiro contra os microrganismos e nas 
reações inflamatórias patológicas. 
As proteínas do complemento estão presentes em sua forma inativa no plasma, e muitas delas 
são ativadas para se tornar enzimas proteolíticas que degradam outras proteínas do 
complemento, formando, então, uma cascata enzimática capaz de uma grande amplificação. A 
etapa crítica na ativação do complemento é a proteólise do terceiro componente (e mais 
abundante), C3. A clivagem de C3 pode ocorrer por uma das três vias seguintes: 
× A via clássica, que é desencadeada pela fixação do C1 ao anticorpo (IgM ou IgG) que se 
combinou com o antígeno. 
× A via alternativa, que pode ser desencadeada pelas moléculas da superfície de 
microrganismos (p. ex.,endotoxina ou LPS), polissacarídeos complexos, veneno de cobra e 
outras substâncias, na ausência do anticorpo. 
× A via da lectina, na qual a lectina ligante à manose do plasma se liga aos carboidratos nos 
microrganismos, ativando diretamente o C1. 
Todas as três vias de ativação do complemento levam à formação de uma enzima ativa 
chamada C3 convertase, que quebra o C3 em dois fragmentos funcionalmente distintos: o C3a 
e o C3b. O C3a, então, é liberado e o C3b se torna covalentemente ligado à célula ou à 
molécula onde o complemento está sendo ativado. Em seguida, mais C3b se liga aos 
fragmentos previamente gerados para formar a C5 convertase, que quebra o C5 para liberar o 
C5a e deixar o C5b ligado à superfície celular. O C5b se liga aos últimos componentes (C6-C9), 
culminando na formação de um complexo de ataque à membrana (MAC, composto por 
múltiplas moléculasde C9). 
Mód Febre, Inflamação e Infecção – Anne Caroline Maltez 
 
O sistema complemento possui três funções principais: inflamação, opsonização e fagocitose, 
lize celular.

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