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CORROSÃO GALVÂNICA Grupo 1: André Shin Bruno Lustosa Erick Conceição Felippe Lima Jefferson Dohi Richard Cunha Victoria Baltazar 1 Definição A corrosão galvânica ocorre quando dois materiais metálicos com potenciais diferentes entram em contato com um eletrólito, promovendo a transferência de elétrons devido à diferença de potencial (GENTIL, 1996). A Tabela 1 apresenta a corrosão do ferro ao ser acoplado à diferentes metais. Nota-se que o metal que será o anodo da reação sofre corrosão muito mais acentuada do que o cátodo da reação. Tabela 1 – Corrosão do ferro acoplado à diferentes metais. Fonte: Gentil, 1996 2 2 Definição A corrosão galvânica é comumente observada em: Trocadores de calor cujos tubos são de alumínio e cuja água de resfriamento tem íons, causando perfurações nos tubos; Tanques de aço-carbono cujo fluido passou anteriormente em uma tubulação de cobre, levando pequenas partículas deste metal por ação erosiva. Deste modo, é importante evitar que um fluido circule por uma tubulação cujo material é catódico antes de circular por uma cujo material é anódico, conforme a Figura 1. Fonte: Gentil, 1996 Figura 1 – a) configuração que promoverá corrosão da tubulação de aço; b) configuração que promoverá corrosão das partículas de aço carregadas pelo fluido, mantendo a tubulação de cobre intacta. 3 Pontos para destacar: -Mesmo com a inserção da flange isolante, a corrosão pode ocorrer devido à erosão causada pelo fluido na tubulação catódica. O fluido vai arrastar pequenos pedacinhos de cobre até o tubo de aço. Como o tubo de aço é o anodo em relação ao cobre, ele sofrerá corrosão. Quando a instalação se dá na configuração b da figura, o que sofrerá corrosão são as pequenas partículas de aço que são arrastadas para o tubo de cobre, mantendo a tubulação intacta. 3 Mecanismo de reação Fonte: Gentil, 1996 Figura 2 – Opção de instalação quando não é possível inverter o sentido da corrente do fluido. Mecanismo de reação da corrosão galvânica entre aço-cobre: Uma opção para mitigar os problemas da corrosão galvânica é instalar um tubo com material anódico que possa ser facilmente substituído, conforme Figura 2. 4 Mecanismo de reação Fatores que influenciam a taxa de ataque corrosivo galvânico: Diferença de potencial de corrosão entre os dois metais; Condições ambientais; Natureza e condutividade elétrica do eletrólito; Características de polarização dos dois metais: influência do eletrólito; Inversão de polaridade Películas passivas (passivação) como par Fe/Al em exposição atmosférica; Fatores geométricos: Distância entre os metais; Proporção entre as áreas do ânodo e do cátodo; Efeito eletroquímico do cátodo diluído sobre uma área muito grande do ânodo. 5 Proteção e prevenção Evitar o contato direto dos metais; Uso de metais de nobreza próximas; Isolamento de materiais de potenciais diferentes: Evitar troca de corrente elétrica. Aplicar revestimentos protetores. Figura 3 – Esquema do isolamento típico entre alumínio e aço. Fonte: Adaptado de www.aluminiumdesign.net 6 Proteção e prevenção Controle de pH do eletrólito em relação ao inibidor utilizado; Manter a relação entre a área catódica pela área anódica a menor possível; Uso de inibidores de corrosão; Proteção catódica: Uso de ânodo de sacrifício. Figura 4 – Ânodo de sacrifício Fonte: Marinha – 2014 - CAP 7 ESTUDO DE CASO Corrosão-Erosão em Usina Nuclear Virgínia-EUA (1986) Fonte - http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/09/caso-040-corrosao-erosao-em-usina.html?m=1 Figura 5 – Usina nuclear em Virginia (EUA) 8 Caso 040: Corrosão-Erosão em Usina Nuclear / Virgínia-EUA (1986) Em 1986 ocorreu um acidente na usina que ocasionou a morte de 4 operários e as causas estão relacionadas à deterioração de uma curvatura de 90º e 18”. Figura 7 – Fratura na curvatura de 90º Figura 6 – Esquema do processo de geração de energia elétrica do reator nuclear número 2 de Surry County Fonte - http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/09/caso-040-corrosao-erosao-em-usina.html?m=1 Fonte - http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/09/caso-040-corrosao-erosao-em-usina.html?m=1 9 Análises técnicas pós acidente Após o acidente foram utilizadas algumas técnicas de caracterização para determinar as causas da falha, dentre elas: Tipo de material; Integridade; Micro e macro estrutura; Análise na superfície interna do tubo; Análise de fratura; Espessura da parede do tubo. Uma segunda análise química de caracterização da água foi feita para verificar o pH e os compostos dissolvidos, visto que o desgaste do material no cotovelo pode ser ocasionado por diversos fatores. 10 Resultados das análises liga de cobre foi utilizada no sistema Uma liga de cobre, foi adotada como o material para o tubo de trocador de calor (steam generator) que antecede a curva de aço de carbono. pH da água era inadequado Para o sistema da tubulação que era de aço-carbono, que era mantido entre 8.8 a 9.2, mas a proteção desse sistema deve ser mantida em faixas de pH menores. Curva de 90º: Não tinha manutenções periódicas; Estava próxima a uma região de escoamento turbulento que favorecia o atrito do fluido com a tubulação; Não havia acompanhamento da perda de espessura da tubulação. 11 Ações corretivas e preventivas Medidas adotadas: A tubulação de aço carbono foi substituída por uma de aço inoxidável: O aço inoxidável é mais resistente a corrosão; Aumento do diâmetro da tubulação: Para evitar regiões de derivas, diminuindo a velocidade do sistema e, consequentemente, o atrito com o tubo. Medidas preventivas: Analisar sempre se há ou não desgaste na parede do tubo; Instalar tubulações de diâmetros maiores caso haja diminuição na espessura do tubo após a medida acima; Adicionar amoníaco e hidrazina na água para evitar a corrosão do aço carbono; Substituir o material do tubo caso o fluido seja muito corrosivo; Projetar a tubulação com o mínimo possível de regiões no qual há um aumento da velocidade de escoamento. 12 Conclusão Verificou-se que a principal causa da corrosão galvânica do estudo de caso foi a alta velocidade da água que estava corroendo a tubulação de aço-carbono então foi necessário diminuir a vazão do fluido na tubulação; Temos que uma liga de cobre utilizada para o tubo de trocador de calor antecede a curva de aço de carbono ocasionando ação corrosiva; Além de que a curva fraturada não era objeto de inspeção periódica e nem acompanhada em paradas de manutenção, portanto, o acompanhamento de perda da espessura não era realizado; No geral, o principal fator para a escolha da proteção da corrosão galvânica foi o custo benefício já que a proteção deve ter um preço acessível, com uma boa eficácia, além da necessidade de ter uma longa durabilidade. 13 Referências bibliográficas Corrosão-Erosão em Usina Nuclear / Virgínia-EUA (1986). Disponível em:< http://inspecaoequipto.blogspot.com/2013/09/caso-040-corrosao-erosao-em-usina.html?m=1>. Acessado em: 19/02/2021 GENTIL, V. Corrosão. Rio de Janeiro. 3ª. Ed. LTC, 1996. WOLYNEC, Stephan. Técnicas Eletroquímicas em Corrosão. São Paulo. EDUSP, 2003. Capítulo 7. 14 OBRIGADO! 15
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