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Língua Brasileira de Sinais - Libras
Daniel Neves Pinto
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor
Amélia Maria Cerqueira Uchôa
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Pró-Reitoria Administrativa - PROAD
Ihanmark Damasceno dos Santos
Pró-Reitoria Acadêmica - PROAC
Domingos Sávio Alcântara Machado
Pró-Reitoria Adjunta de Graduação - PAGR
Temisson José dos Santos
Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação
e Pesquisa - PAPGP
Gilton Kennedy Sousa Fraga
Pró-Reitoria Adjunta de Assuntos 
Comunitários e Extensão - PAACE
Jane Luci Ornelas Freire
Gerente do Núcleo de Educação a Distância - Nead
Andrea Karla Ferreira Nunes
Coordenadora Pedagógica de Projetos - Nead
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais - Nead
Equipe de Elaboração e Produção de Conteúdos 
Midiáticos: 
Alexandre Meneses Chagas - Supervisor 
Adelson Tavares de Santana - Ilustrador
Ancéjo Santana Resende - Corretor
Claudivan da Silva Santana - Diagramador
Edivan Santos Guimarães - Diagramador
Geová da Silva Borges Junior - Ilustrador
Márcia Maria da Silva Santos - Corretora
Monique Lara Farias Alves - Webdesign
Pedro Antonio Dantas P. Nou - Webdesign
Rebecca Wanderley N. Agra Silva - Design
Rodrigo Sangiovanni Lima - Assessor
Walmir Oliveira Santos Júnior - Ilustrador
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia
Prédio da Reitoria - Sala 40
CEP: 49.032-490 - Aracaju / SE
Tel.: (79) 3218-2186
E-mail: infonead@unit.br
Site: www.ead.unit.br
Impressão:
Gráfica Gutemberg
Telefone: (79) 3218-2154
E-mail: grafica@unit.br
Site: www.unit.br
Copyright © Universidade Tiradentes
P659l Pinto, Daniel Neves.
Língua brasileira de sinais-libras. / Daniel 
Neves Pinto. – Aracaju : UNIT, 2010.
168 p. : il.
Inclui bibliografia 
1. Linguagens de gestos dos surdos e dos surdos-
mudos. 2. Língua brasileira de sinais. 3. Língua de 
sinais. 4. Comunicação gestual. I. Universidade 
Tiradentes (UNIT). Pró-Reitoria Adjunta de Ensino 
a Distância. II. Título. 
CDU: 81’221.24 
Prezado(a) estudante,
 
A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tempo, e a 
educação não pode ficar para trás. Prova disso são as nossas disci-
plinas on-line, que possibilitam a você estudar com o maior confor-
to e comodidade possível, sem perder a qualidade do conteúdo.
 
Por meio do nosso programa de disciplinas on-line você pode 
ter acesso ao conhecimento de forma rápida, prática e eficiente, 
como deve ser a sua forma de comunicação e interação com o 
mundo na modernidade. Fóruns on-line, chats, podcasts, livespace, 
vídeos, MSN, tudo é válido para o seu aprendizado.
 
Mesmo com tantas opções, a Universidade Tira-
dentes optou por criar a coleção de livros Série Biblio-
gráfica Unit como mais uma opção de acesso ao conhe-
cimento. Escrita por nossos professores, a obra contém 
todo o conteúdo da disciplina que você está cursando 
na modalidade EAD e representa, sobretudo, a 
nossa preocupação em garantir o seu acesso ao 
conhecimento, onde quer que você esteja.
 
Desejo a você bom 
aprendizado e muito sucesso!
Professor Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor da Universidade Tiradentes
Apresentação
iblio-
onhe-
ntém 
ando 
Sumário
Parte I: História, Cultura e Linguística da Libras .................11
Tema 1: Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais ...........13 
1.1 Nomenclaturas e conceitos sobre língua e 
linguagem ..................................................................... 14
1.2. Fundamentos históricos e culturais da língua 
brasileira de sinais ....................................................... 21
1.3 Aspectos biológicos e suas definições ....................... 31
1.4 Iniciação à língua .......................................................... 43
Tema 2: Estudos Linguísticos ................................................55
2.1 Léxico, vocabulários icônicos e arbitrários ................. 55
2.2 Estruturas sub-lexicais e suas expressões não 
manuais. ....................................................................... 61
2.3 Morfologia e seus estudos internos ............................ 72
2.4 Diferenças Básicas em LIBRAS .................................... 78
Parte II: Surdez: Interação e Implicações .............................87
Tema 3: Surdez e Interação ...................................................89
3.1 Aspectos comunicativos corporais e classificadores ......89
3.2 Interação argumentativa com estrutura da surdez e 
família ............................................................................ 97
3.3 Interação através da língua de sinais ........................ 103
3.4 Surdez, sociedade em seu processo de inclusão ..... 111
Tema 4: Língua de Sinais: Saberes e Fazeres ...................119 
4.1 Aspectos pedagógicos em suas possibilidades no 
contexto de ensino-aprendizagem ............................ 119
4.2 Possibilidades de trabalho ......................................... 132
4.3 Conduta e legislação .................................................. 138
4.4 Frases em expressões da libras ................................. 149
Referências ............................................................................159
Concepção da Disciplina
Ementa
Fundamentos históricos, socioculturais e definições 
referentes à Língua Brasileira de Sinais. Legislação e conceitos 
sobre língua e linguagem. Entendimentos dos conhecimentos 
necessários para a inclusão dos surdos quanto aos aspectos 
Biológicos, Pedagógicos e Psicossociais.
Objetivos
- Compreender os fundamentos históricos, culturais e 
psicossociais da Língua de Sinais, nomenclaturas e seus 
conceitos, auxiliando no processo das ações inclusivas;
- Conhecer noções legislativas, utilizando-as de forma coesa;
- Conhecer os aspectos patológicos da surdez, possibilitando 
uma reflexão sobre o preconceito vivido no contexto dos 
surdos;
- Desenvolver noções práticas de verbalização e Sinalização 
da Língua de Sinais junto a sua estrutura lexical, morfológica, 
sintaxe, semântica e pragmática, colocando em prática a 
Língua Brasileira de Sinais;
- Estimular embasamento cênico, teórico, prático, técnico e 
pedagógico, acrescentando tais embasamentos em suas 
práticas interpretativas;
- Despertar, no aluno, o interesses em trabalhar com os surdos;
- Compreender os conhecimentos básicos e domínios 
necessários para a comunicação com pessoas surdas, 
facilitando a inclusão social, possibilitando a relação 
interpessoal através do uso da Libras;
- Utilizar Libras com coesão e coerência para que haja 
entendimento. 
Orientações para Estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimentos de 
estudo e na produção de trabalhos científicos, possibilitando 
que você desenvolva em seus trabalhos pesquisas, o rigor 
metodológico e espírito crítico necessários ao estudo.
Tendo em vista que a experiência de estudar a distância é 
algo novo, é importante que você observe algumas orientações:
•Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário regular 
para acessar todo o conteúdo da sua disciplina disponível 
neste material impresso e no Ambiente Virtual de Apren-
dizagem (AVA). Organize-se de tal forma para que você 
possa dedicar tempo suficiente para leitura e reflexão;
• Esforce-se para alcançar os objetivos propostos na 
disciplina;
• Utilize-se dos recursos técnicos e humanos que estão ao seu 
dispor para buscar esclarecimentos e para aprofundar as suas 
reflexões. Estamos nos referindo ao contato permanente 
com o professor e com os colegas a partir dos fóruns, chats 
e encontros presencias. Além dos recursos disponíveis no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tranquila, 
você deve realizar as atividades propostas e estarsempre em con-
tato com o professor, além de acessar o AVA.
Para se estudar num curso a distância deve-se ter a clareza 
que a área da Educação a Distância pauta-se na autonomia, respon-
sabilidade, cooperação e colaboração por parte dos envolvidos, o 
que requer uma nova postura do aluno e uma nova forma de con-
cepção de educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes pedagógica 
e técnica envolvidas na operacionalização do curso, além dos re-
cursos tecnológicos que contribuirão na mediação entre você e o 
professor.
Parte I
HISTÓRIA, CULTURA E 
LINGUÍSTICA DA LIBRAS
1 Aspectos Históricos, Conceituais e Sociais
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) surge com a perspectiva 
de apoiar a implementação da Educação Especial tão enfocada na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O Poder Público 
instituiu a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada 
pelo Decreto nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, que dispõem 
sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Tal Decreto apoia 
a educação da Língua de Sinais como disciplina, assegurando 
aos Surdos o atendimento especializado. Dentro deste contexto, 
alicerça-se uma proposta inovadora sempre com o objetivo de 
consolidar a comunicação e a efetiva integração na vida em 
sociedade.
Neste tema, iremos conhecer conceitos culturais e históricos 
da língua de sinais e dos surdos com seus aspectos biológicos e 
linguísticos.
14 Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.1 NOMENCLATURAS E CONCEITOS SOBRE LÍNGUA E 
LINGUAGEM
Para você, o que é Libras ou LSB?
Libras é a sigla pronunciada nacionalmente para Língua 
Brasileira de Sinais difundida pela Federação Nacional de Educação 
e Integração de Surdos (FENEIS).
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria deles no Brasil. 
Conforme Capovilla (2006, p.1479), “Língua de Sinais é o 
verdadeiro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e 
se comunica apenas por este meio.” O surdo utiliza a modalidade 
linguística quiroarticulatória-visual, ou seja, através das mãos e 
dos olhos e não oroarticulatória-auditiva, que se dá através da 
oralização (boca) e ouvido.
A Libras é também conhecida como LSB (Língua de Sinais 
Brasileira), sigla que segue padrões internacionais de denominação 
das línguas de sinais, assim como a American Sign Language 
(LSA), ou seja, Língua de Sinais Americana, bem como a Língua 
de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Mexicana (LSM), etc.
Para você entender melhor, Língua Brasileira não existe, 
filosoficamente falando, o correto é “Língua de Sinais Brasileira”, 
pois, o termo “língua de sinais” constitui 
uma unidade vocabular, ou seja, funcio-
na como se as três palavras (língua, de 
e sinais) fossem uma só. Não existe uma 
Língua Brasileira (em sinais ou falada).
Além das formas de escrever ou pronunciar a Língua Brasileira 
de Sinais, temos que atentar para seu significado.
A correta é “Libras” e não “LIBRAS”. Quando foi divulgado o 
uso da sigla “LIBRAS”, explicava-se esta sigla da seguinte forma: LI 
de Língua, BRA de Brasileira, e S de Sinais. Com a grafia “Libras”, a 
É importante estar 
sempre anotando 
suas reflexões.
DICA:
15Língua Brasileira de Sinais - Libras
sigla significa: Li de Língua de Sinais, e bras de Brasileira, assim, 
deixa claro que Libras não é simplesmente gestos, é uma língua 
com estruturas linguísticas que compreende e comunica e que 
ainda cabe na palma das mãos.
A Língua de Sinais é a língua natural, materna, primeira língua 
(L1) dos surdos e é usada pela maioria dos surdos no Brasil.
Conforme Capovilla (2006, p.1479), “Língua de Sinais é o 
verdadeiro equipamento da vida mental do Surdo; ele pensa e se 
comunica apenas por este meio”. O surdo utiliza a modalidade 
linguística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. 
Ao contrário do que muitos imaginam, a Língua de Sinais 
não se constitui simplesmente de mímicas e gestos soltos, uti-
lizados pelos surdos para facilitar a comunicação. É uma língua 
com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de línguas porque 
elas também são compostas pelos níveis linguísticos: o fonológico, 
o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado palavra ou item lexical nas línguas 
oral-auditivas é denominado sinal nas línguas de sinais.
O que diferencia a Língua de Sinais das demais línguas é a 
sua modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua 
de Sinais irá aprender outra língua, como o Inglês, Espanhol, etc.
 A Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa têm 
uma vasta diferença desde a língua pronunciada até a escrita.
Veja algumas diferenças entre a Língua Brasileira de 
Sinais e a língua portuguesa:
- a primeira diferença você já sabe: através da Língua de 
Sinais se fala com as mãos e a Língua Portuguesa fala-se 
com a boca;
16 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Muitas diferenças são claras tais como as descritas acima, e 
outras são percebíveis quanto a sua gramática. Vamos conferir 
algumas delas apresentadas por Quadros (2003, p. 84):
- a Língua de Sinais é visual-espacial e a Língua Portuguesa 
é oral-auditiva;
- a Língua de Sinais é baseada nas experiências das comuni-
dades surdas mediante as interações culturais surdas, en-
quanto a Língua Portuguesa constitui-se baseada nos sons;
- a Língua de Sinais apresenta 
uma sintaxe espacial incluindo 
os chamados classificadores1. 
A Língua Portuguesa usa uma 
sintaxe linear utilizando a des-
crição para captar o uso de 
classificadores;
- a Língua de Sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, en-
quanto a Língua Portuguesa evita este tipo de construção;
- a Língua de Sinais utiliza a estrutura de foco através de 
repetições sistemáticas. Este processo não é comum na 
Língua Portuguesa;
- a Língua de Sinais utiliza referências anafóricas através de 
pontos estabelecidos no espaço que exclui ambigüidades 
que são possíveis na língua portuguesa;
- a Língua de Sinais não tem marcação de gênero, enquanto 
que na Língua Portuguesa o gênero é marcado a ponto de 
ser redundante que envolve na última letra como “a” para 
feminino e “o” para masculino;
1 É um recurso visual da 
Libras que utilizamos para 
deixar a sinalização com mais 
vida, ou seja, ela é feita de forma 
que fique clara a mensagem.
17Língua Brasileira de Sinais - Libras
- a Língua de Sinais atribui um valor gramatical às expressões 
faciais. Esse fator não é considerado como relevante na Lín-
gua Portuguesa, apesar de poder ser substituído pela pro-
sódia;
- coisas que são ditas na Língua de Sinais não são ditas 
usando o mesmo tipo de construção gramatical na língua 
Portuguesa. Assim, encontramos diversos contextos que 
em Português consideraríamos grande enquanto que em 
Libras poderá ser feito com apenas um sinal;
- a escrita da Língua de Sinais não é alfabética.
INTÉRPRETE
Pessoa que interpreta de uma língua 
fonte para uma língua alvo2.
INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS
Pessoa que interpreta de uma língua 
qualquer para a Língua de Sinais ou Língua 
de Sinais para outra determinada língua.
LÍNGUA
É um sistema de signos compartilhado por uma comuni-
dade linguística comum. Há uma raiz, tem seus fundamentos e 
pesquisas sobre ela. A fala ou os sinais são expressões de di-
ferentes línguas. A língua é um fato social, ou seja, um sistema 
coletivo de uma determinada comunidade linguística. A língua 
é a expressão linguística que é tecida em meio a trocas sociais, 
culturais e políticas. As línguas naturais apresentam proprieda-
des específicas da espécie humana: são recursivas (a partir de 
um número reduzido de regras, produz-se um número infinito 
de frases possíveis, são criativas, dispõemde uma multiplicida-
2 Língua Fonte: é a 
língua que o Intérprete 
ouve ou vê para, a partir 
dela, fazer a interpreta-
ção para a língua alvo. 
Língua alvo: é a língua 
para a qual será feita a 
interpretação.
18 Língua Brasileira de Sinais - Libras
de de funções (argumentativa, poética, conotativa, informativa, 
persuasiva, e motiva etc.) e apresentam formas e significados. 
(QUADROS, 2003, p. 7).
Portanto, o correto é “Língua de Sinais” por-
que se trata de uma língua viva e, logo, a quan-
tidade de sinais está em aberto, podendo ser 
acrescentados novos sinais.
“Nome”, assim como no desenho do sinal 
representado ao lado, é uma língua e não lin-
guagem. 
LÍNGUA ORAL-AUDITIVA
É a língua falada com a boca, utiliza a audição e o vocal para 
compreender e produzir os sons que formam as palavras. 
LÍNGUA VISUAL- ESPACIAL
Refere-se à língua sinalizada, falada com as mãos, utiliza 
a visão e o espaço para compreender e produzir os sinais e assim 
formam a estrutura da língua.
LINGUAGEM
São diversas formas de trans-
missão como sistema de símbolos 
e serve como meio de comunicação, 
ideias ou sentimentos através de sig-
nos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser 
percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a dis-
tinguirem-se várias espécies de linguagem: visual, auditiva, tátil, 
etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo 
tempo, de elementos diversos.
Fonte: http://www.elapsus.it
19Língua Brasileira de Sinais - Libras
Quadros (2003, p. 7) afirma que linguagem são gestos, 
sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar 
conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos.
TRADUÇÃO
É a atividade que envolve um texto de uma língua fonte trans-
plantando-a para uma língua alvo da forma mais exata possível. 
Mas, o tradutor que irá fazer a ponte, terá tempo hábil para con-
cluir a tradução, assim sendo, o profissional poderá pesquisar 
livros, dicionários, internet, outros profissionais etc.
INTERPRETAÇÃO
Ação que consiste em estabelecer o processo transitório 
da comunicação verbal para sinalização ou da comunicação 
sinalizada para verbalização simultâneamente, intermitente ou 
consecutivamente:
- Interpretação Simultânea
Acontece simultaneamente, ou seja, ao mesmo tempo. 
O Intérprete ouve/vê a informação da língua fonte, processa 
a informação e, posteriormente, faz a passagem para a outra 
língua (língua alvo).
- Interpretação Intermitente
É o processo de interpretação feita sentença por sentença, 
ou seja, o enunciador passa sua ciência em trechos enquanto 
o Intérprete processa a informação, faz a interpretação e, logo 
após, o enunciador entra novamente com sua oração e assim 
sucessivamente.
- Interpretação Consecutiva
É a forma interpretativa de uma língua para outra onde o 
Intérprete ouve/vê o enunciado em uma língua fonte, processa a 
20 Língua Brasileira de Sinais - Libras
informação e faz a passagem para a língua alvo após a conclusão 
do enunciador, ou seja, o enunciador apresenta todos os seus 
contextos e após sua conclusão o Intérprete entra com sua 
interpretação.
SURDOS OU DEFICIENTES?
Profissionais ligados à educação dos surdos e médicos 
especialistas ligados à área têm utilizado largamente o termo 
Deficiente Auditivo (DA). O uso da expressão deficiente auditivo 
já foi muito criticado refletindo uma visão. Nela, o surdo é visto 
como portador de uma enfermidade localizada que precisa ser 
tratada, para que seus efeitos sejam debelados.
Todas as investigações atuais têm chamado a atenção 
para a adequação do emprego do termo “Surdo”. Esta expressão 
é optada pelos próprios surdos e comunidades surdas do Brasil. 
É muito importante considerar que o surdo difere do ouvinte, 
não apenas porque não ouve, mas porque desenvolve potencia-
lidades psico - culturais próprias. Surdo-mudo, provavelmente, é 
a mais antiga e incorreta designação atribuída aos surdos.
No plano pessoal, a decisão quanto a usar o termo “pessoa 
com deficiência auditiva” ou os termos “pessoa surda” e ”surda”, 
fica por conta de cada pessoa. Geralmente, pessoas com surdez 
leve, moderada ou acentuada referem-se a si mesmas com tendo 
uma deficiência auditiva. Já as que têm surdez severa, profunda ou 
anacusia3 preferem ser consideradas surdas.
SURDO OU MUDO?
O fato de uma pessoa ser surda não 
significa que ela seja muda. Pessoas surdas não falam porque 
não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, e podem 
fazer muitos sons com a garganta como rir, afinal, os surdos não 
são mudos.
3 Perda auditiva 
devido ao fator 
idade.
21Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para Refletir
Quanto à pessoa surda:
Como a chamaremos? Como nos referiremos a ela? 
• De Surdo, Deficiente auditivo ou Mudo?
• E os termos: Quais são os corretos? 
• Linguagem de Sinais ou Língua de Sinais? 
1.2. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS DA LÍNGUA 
BRASILEIRA DE SINAIS
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é de origem francesa. 
A Língua de Sinais não é universal e cada país possui a sua pró-
pria língua, que sofre as influências da cultura nacional.
Como qualquer outra língua, ela também possui expres-
sões que diferem de região para região (os regionalismos), o que 
a legitima ainda mais como língua.
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
A história dos Surdos registra os acontecimentos históricos, 
como grupo que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas 
pela afirmação da sua identidade, de sua comunidade, da sua 
língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que 
têm hoje, na era moderna.
22 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Até a Idade Média 
No Egito
Os Surdos eram adorados, como se 
fossem deuses, serviam de mediadores 
entre os deuses e os Faraós, sendo temi-
dos e respeitados pela população.
China
Os chineses lançavam os surdos ao 
mar para não deixar marcas ou chances 
de se reproduzirem.
Gália
Os gauleses sacrificavam os surdos para o deus Teutates4 
a fim de receber bens.
Esparta
Os surdos eram lançados do alto dos rochedos para não 
terem como sobreviver. Historiadores dizem que, após a morte, 
os surdos eram entregues às águias e aos leões.
Grécia
Os Surdos eram encarados como seres incompetentes. 
Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não 
possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. 
Os Romanos
Influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes 
acerca dos Surdos, vendo-os como seres imperfeitos, sem direito 
a pertencer à sociedade. Era comum lançar as crianças surdas 
(especialmente as pobres) ao rio Tibre.
4 “pai do povo”, 
“deus tribo”. Teutates 
está associado às guer-
ras, mas aparece muitas 
vezes como um Deus da 
fertilidade e abundância. 
Era considerado o Rei 
do Mundo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teutates.
23Língua Brasileira de Sinais - Libras
Turquia
Em Constantinopla (hoje Istambul), os Surdos realizavam 
algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das 
mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão.
Igreja Católica
Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos 
Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. 
Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, 
que, em equivalência à fala, eram aceitos quanto à salvação 
da alma. A Igreja cria que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, 
não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes 
de proferir os sacramentos.
Curiosidade
John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez 
(em que há registro). Por essa razão, ele foi considerado por muitos 
como o primeiroeducador de surdos.
Fim da Idade Média e início do Renascimento
Época em que saiu da perspectiva religiosa para a perspectiva 
da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a ótica 
médica e científica.
Idade Moderna 
Distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão 
surdo-mudo deixou de ser a cognome do Surdo.
24 Língua Brasileira de Sinais - Libras
França
Em 1712, foi criada a primeira escola de Surdos do mundo: 
o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris. O Surdo foi 
reconhecido como ser humano e a partir deste momento viram 
que ensinar ao surdo a falar seria perda de tempo, que o ensino 
principal deveria ser a língua gestual. 
Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do 
mundo.
Idade Contemporânea até os dias de Hoje
Estados Unidos
Thomas Hopkins Gallaudet, americano, e ducador ouvinte, 
abriu uma escola para surdos em Abril de 1817, a Escola de 
Hartford. Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual 
Americana. Ele usou, também, o inglês escrito e o alfabeto 
manual. Em 1830, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 
escolas para surdos. 
Alemanha
Em 1880 nasce Hellen Keller, na Alemanha. Hellen ficou 
cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença. 
Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos (sinais) para se 
comunicar com os familiares. Hellen descreveu que a surdez é o 
mais infortune dos sentidos humanos.
Em 1880 nasce Hellen Keller, na 
Alemanha.
Fonte: http://www. farm1.static.flickr.com
25Língua Brasileira de Sinais - Libras
Itália
Em 1880 aconteceu o Congresso de Milão, que deixou obscura 
a História dos surdos. Um grupo de ouvintes tomou a decisão de 
excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo 
oralismo. Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida 
na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte 
do século XX.
Uma década depois do Congresso de Milão, acreditava-se 
que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido das 
escolas em toda a Europa, e o oralismo espalhava-se para outros 
continentes.
Brasil
No período de 1500 a 1855, já exis-
tiam muitos surdos aqui no Brasil. Nessa 
época, a educação era precária, até que, 
em 1855 Hernest Huet, professor francês 
de surdos veio ao Brasil a convite de D. 
Pedro II para fundar a primeira escola de 
meninos surdos, a Imperial Instituto de Sur-
dos – Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos 
(INES) no Rio de Janeiro.
Desde o século XIX, as escolas tradicionais existentes no 
método oral mudaram de filosofia e, até hoje, boa parte delas vêm 
adotando a comunicação total5. 
E m 1988, realizou-se o I Encontro Nacional de Intérpretes de 
Língua Brasileira de Sinais, organizado pela FENEIS. Foi a primeira 
vez que houve um intercâmbio entre Intérpretes do Brasil e a 
avaliação sobre ética do profissional Intérprete.
Somente em 24 de abril de 2002 foi reconhecida a Língua 
Brasileira de Sinais como língua oficial das comunidades surdas no 
Brasil. Este foi o primeiro e grande passo para o reconhecimento e 
formação do profissional Intérprete de Libras.
5 Expõe a criança à 
língua oral acompanha-
da simultaneamente da 
da Língua de Sinais, da 
escrita e de quaisquer 
outros meios que se 
considerem importantes 
para o seu desenvolvi-
mento.
26 Língua Brasileira de Sinais - Libras
APARELHOS AUDI TIVOS
Em 1898, os aparelhos usados 
eram cornetas ou tubos acústicos e 
somente em 1948 surgiram apare-
lhos com pilhas incorporadas e em 
1953 começou a ser usado o tran-
sistor em próteses.
Em 1970 aparecem as primeiras 
tentativas de implantação coclear. 
Esse tipo de implante sempre gerou 
muita controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. 
Os argumentos a favor do 
implante resumem-se ao aces-
so à língua oral, na idade crítica 
de aquisição, que a cirurgia é 
simples e segura e com a pos-
sibilidade de proporcionar à 
criança uma vida social com 
som, e não com deficiência. 
CULTURA SURDA E SUA IDENTIDADE
Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma 
cultura própria centrada principalmente em sua forma de 
comunicação. Hoje, no Brasil, encontraremos em quase todos 
os grandes polos associações de surdos, onde eles se reúnem e 
convivem socialmente.
Os surdos têm uma cultura de característica própria, 
são utilizadores de uma comunicação espaço-visual, ou seja, 
comunica-se através da visão e de sinais explorados no espaço.
implantação coclear 
Fonte: http://www.samaritano.org.br
27Língua Brasileira de Sinais - Libras
O processo de busca por uma identidade de uma pessoa 
com surdez pode ser afetado desde o seu processo de aprendi-
zagem, pois, é o período em que os pais descobrem a surdez.
Por anos, muitos têm avaliado mal o conhecimento pessoal 
dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente 
nada, porque não ouvem nada. Há pais que superprotezem seus 
filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes. Outros 
encaram a Língua de Sinais como primitiva, ou inferior, à língua 
falada. Não é de admirar que, com tal ignorância, alguns surdos 
se sintam oprimidos e incompreendidos.
Todos sentem a necessidade de ser entendidos. Aparen-
tes inaptidões podem ofuscar as verdadeiras habilidades e cria-
tividades do surdo. Em contraste, muitos surdos consideram-se 
“capacitados”. Comunicam-se fluentemente entre si, desenvol-
vem autoestima e têm bom desempenho acadêmico, social e es-
piritual. Infelizmente, os maus-tratos que muitos surdos sofrem 
levam alguns deles a suspeitar dos ouvintes. 
Uma boa comunicação com uma pessoa surda é feita exclu-
sivamente por contato visual. De fato, quando duas pessoas con-
versam em Língua de Sinais é considerado rude desviar o olhar e 
interromper o contato visual. 
Como chamar a atenção de um surdo? 
Em vez de chamar ou usar o nome da pessoa é melhor dar 
um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa 
estiver perto ou, se estiver distante, fazer um sinal com a mão 
para outra pessoa chamar a atenção dela. Dependendo da situ-
ação, da distância e do local físico, pode-se dar umas batidinhas 
no chão ou fazer piscar a luz. Esses e outros métodos apropria-
dos de captar a atenção dão reconhecimento à experiência dos 
Surdos e fazem parte da cultura surda.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando 
encontram uma pessoa surda. Isso é natural. Todos podem se 
sentir desconfortável diante do “diferente”. Mas esse desconforto 
diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas 
oportunidades de convivência entre surdos e ouvintes
28 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Ao tratar um surdo como se ele não 
tivesse uma deficiência, estaríamos igno-
rando uma característica muito impor-
tante dele. Dessa forma, não estaríamos 
nos relacionando com ele, mas com ou-
tra pessoa, que não é real.
As pessoas com surdez têm o di-
reito, podem e querem tomar suas pró-
prias decisões e assumir a responsabili-
dade por suas escolhas.
Por causa da surdez, é evidente que o surdo venha a ter 
dificuldades para desempenhar algumas atividades. Mas por 
outro lado, poderá ter uma extraordinária habilidade para fazer 
outras coisas como os ouvintes. Por exemplo: os surdos conse-
guirão promover diversas prestezas que o ouvinte não conseguirá 
desenvolver.
A maioria das pessoas com surdez não se importa de res-
ponder perguntas a respeito da sua característica ou sobre como 
realiza algumas tarefas. Quando alguém deseja alguma informação 
de uma pessoa surda, o correto seria dirigir-se diretamente a ela, 
e não a seus acompanhantes ou intérpretes. 
Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis 
de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sar-
casmo ou seriedade,as expressões faciais e corporais, são exce-
lentes indicações do que se quer dizer.
Em suma, os surdos são pessoas que têm os mesmos di-
reitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos 
sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação emba-
raçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor 
nunca falham.
Quando dirigir-se ao 
Surdo, nunca use os 
termos: Deficiente 
Auditivo, D.A., 
Surdo-mudo, Surdinho e 
Mudinho, estes 
NÃO são termos corretos.
DICA:
29Língua Brasileira de Sinais - Libras
Dentro da comunidade surda, existem três tipos de surdos: 
surdos sinalizadores, surdos oralizadores e surdos bimodais.
SURDOS SINALIZADORES 
São os surdos que utilizam seu 
meio de comunicação única e exclusi-
vamente através da Língua de Sinais. 
Quando da comunicação com este tipo 
de surdo, a pessoa deverá ficar em 
lugar iluminado, evitando também fi-
car contra a luz (de uma janela, ou re-
fletor, por exemplo), pois isso dificulta a 
visão das mãos. Quando o surdo não oralizado estiver acompa-
nhado de um intérprete, dirigir-se sempre a ele, não ao intérprete. 
Segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) de 2000, o país possui cerca de 5,7 milhões de defi-
cientes auditivos.
SURDOS ORALIZADOS 
São os Surdos que comunicam apenas pela oralização, ou 
seja, pela leitura labial e fala. Estes surdos desenvolveram sua 
técnica vocal através da ajuda de profissionais que abordam a 
saúde vocal. Com os surdos, devemos falar de maneira clara, 
pronunciando bem as palavras, sem exageros, usando a veloci-
dade normal, a não ser que ela peça para falar mais devagar. Usar 
um tom normal de voz, a não ser que peçam para falar mais alto. 
Falar diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Fazer 
com que a boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo 
Curiosidade
Hoje, no Brasil, existem aproximadamente 5,7 milhões de 
surdos. (IBGE, 2005).
Caso necessário, 
comunique com o surdo 
através de bilhetes. O 
importante é 
comunicar, 
independente do 
método.
DICA:
30 Língua Brasileira de Sinais - Libras
em frente à boca torna impossível a leitura labial. O uso de bigode 
atrapalha a configuração dos lábios. Se a pessoa surda tiver difi-
culdade em entender, avisará. Ser expressivo ao falar.
Como as pessoas surdas não 
podem ouvir mudanças sutis de tom 
de voz, que indicam sentimentos de 
alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, 
as expressões faciais, os gestos ou 
sinais e o movimento do corpo são 
excelentes indicações do que se quer dizer. Conluíndo, no fim de 
uma conversa com um surdo você terá um feedback positivo ou 
negativo que é o retorno visual se ele compreendeu ou não.
SURDOS BIMODAIS 
São os surdos que utilizam dos dois modos anteriores ao 
mesmo tempo, ele sinaliza e oraliza no mesmo instante, ou seja, 
é o uso de duas línguas distintas ao mesmo tempo. E é diferente 
do Bilinguismo, que é o conhecimento e o domínio de duas 
línguas distintas.
Para Refletir
• A língua de sinais teve um desenvolvimento muito gran-
de até os dias de hoje. 
Como você tem discernido a Língua de Sinais para seu 
crescimento pessoal?
• Em sua comunidade, trabalho ou bairro há surdos? 
Tente conversar com eles, a prática é a melhor maneira 
de aprender a Língua Sinalizada.
• Como os surdos têm sido vistos e, consequentemente, 
tratados na sociedade brasileira?
Não necessita gritar com 
um surdo oralizado, 
ele vai ler os lábios e 
não lhe ouvir.
DICA:
31Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.3 ASPECTOS BIOLÓGICOS E SUAS DEFINIÇÕES
 Antes de conhecer as verdadeiras 
patologias6 da surdez, é importante buscar 
e compreender as funções básicas da 
audição, sentido esse que controla a lin-
guagem e a fala.
LOCALIZAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO
Estabelece de onde vem a direção e a fonte sonora. Exemplo: 
O chamado de uma pessoa.
ALERTA
Esta possibilita atentar os estímulos de curiosidade 
e periculosidade que nos rodeia como, por exemplo, uma 
moto em nossa direção.
SOCIALIZAÇÃO
Função que nos estimula a entrar em contato com outras 
pessoas. Para saber melhor, revise o tema I no livro de Funda-
mentos Antropológicos e Sociológicos.
INTELECTUAL
As principais informações são transmitidas e captadas por 
mídias através do meio oral.
COMUNICAÇÃO
Visto que a fala é um dos instrumentos de comunicação 
mais utilizados no mundo, sua compreensão depende de um 
nível de audição.
 Os sons percorrem um caminho que compreende desde 
o meio ambiente, passando pelo ouvido externo, médio, interno, 
nervo auditivo e seguindo até o cérebro. 
6 Patologia é o 
estudo das doenças.
32 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Com base no site de medicina da USP (otorrinousp.org.br), 
no livro de Sobotta (1995) e Pedroso (2006) apresenta-se a parte 
biológica do ouvido humano.
- OUVIDO EXTERNO
É constituído pelo pavilhão auricular, 
pelo conduto auditivo externo e pela mem-
brana timpânica. Estas estruturas são 
responsáveis pela captação e condução 
dos sons. 
 
- OUVIDO MÉDIO
Nela encontramos os ossículos, 
ou seja, os três menores ossos do 
corpo humano: martelo, bigorna e estribo. 
A orelha média é responsável pela transfor-
mação da energia sonora em energia mecâni-
ca, e pela proteção da orelha interna de sons 
muito intensos, por meio da contração de um 
músculo chamado estapédio. 
- OUVIDO INTERNO 
Possui formato de caracol e com-
preende a cóclea e os canais semicir-
culares. Nestes canais, encontram-se 
as estruturas responsáveis pelo equi-
líbrio e na cóclea há o órgão de Corti, 
que transforma a energia mecânica em impulso nervoso. 
Do ouvido interno, o som é conduzido pelo nervo auditivo 
e demais estruturas da via auditiva até chegar ao córtex cerebral. 
33Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para ter uma compreensão mais clara do funcionamento 
destes três ouvidos, vamos unir estas informações.
O som(1) é captado pelo pavilhão auricular(2), passa pelo 
conduto auditivo(3) e é transmitido à membrana timpânica(4), fa-
zendo-a vibrar. Essa vibração é transmitida aos ossículos (marte-
lo 5, bigorna 6, e estribo 7. O estribo provoca a movimentação da 
membrana da janela oval(8), que liga o ouvido médio ao ouvido 
interno. Esta movimentação provocada pelo estribo faz com que 
ocorra um deslocamento nos líquidos que se encontram dentro 
da cóclea(9), estimulando o órgão de Corti, ocorrendo a trans-
missão do impulso nervoso para o nervo auditivo(10). A partir 
desta transmissão, o som passa por diversas estruturas, até o 
cortex cerebral, onde é interpretado. (11) Canais semicirculares 
(12) Trompa de Eustáquio.
Se vier a acontecer alguma lesão em algumas dessas 
estruturas, poderá haver danos na sensibilidade auditiva.
A surdez consiste em um impedimento para detectar a 
energia sonora e, com isso, há graus de perdas auditivas, quais 
sejam:
34 Língua Brasileira de Sinais - Libras
BARULHO ALTO
- Perda Leve ou Ligeira (26 a 40 dB)
A palavra é ouvida, mas certos elementos foné-
ticos ficam complicados de entender. Tem, por 
exemplo, dificuldade em compreender uma con-
versa a uma distância superior a 3 metros. Neste 
grau a surdez não provoca atraso na aquisição 
da linguagem, pode é ter defeitos de articulação 
e dificuldades em ouvir a voz em tom natural 
(são pessoas tidas como muito distraídas). Ne-
cessitam de ensino de leitura da fala e de estimulação da lin-
guagem. Deve-se observar também uma posição adequada para 
conversar, ou seja, frente a frente.
- Perda Moderada (41 a 70 dB)
Só consegue ouvir a palavra, quando 
esta é de intensidade forte, alta.
Verificam-se algumas dificuldades na 
aquisição da linguagem e algumas perturba-
ções da articulação da palavra, e da lingua-
gem. Neste caso,o processo compensador é a leitura labial. Há 
também necessidade de treino auditivo e estimulação da lingua-
gem. Pergunta-se muito “hein, o quê”? Troca palavras fonetica-
mente semelhantes como (linha/pinha, mão/não, pão/cão). 
- Perda Severa (71 a 90 dB)
O Indivíduo não consegue perceber a 
palavra normal. É necessário gritar para 
que exista uma sensação auditiva verbal. 
Estas pessoas têm algumas dificuldades 
na aquisição da linguagem. Necessitam já 
de cuidados especiais no treino auditivo, 
leitura da fala e estimulação da linguagem. 
Escutam somente sons fortes como: ba-
rulho da moto, do caminhão, serra elétrica, 
etc. 
Fonte: www.sxc.hu
CRIANÇA DISTRAÍDACRIANÇA DISTRAÍDA
Fonte: www.sxc.hu
H
E
IN
, O
 Q
U
Ê
?
35Língua Brasileira de Sinais - Libras
- Perda profunda (superior a 90 dB)
Nenhuma sensação auditiva verbal 
pode ser captada espontaneamente. Não é 
capaz de reagir de forma adequada aos sons 
ambientais, pois, escuta somente sons gra-
ves que transmitam vibrações, como trovão, 
aviões, foguetes, etc. 
As perdas auditivas podem ter diversas origens: congêni-
tas, quando o problema ocorreu antes do nascimento ou adquiri-
das quando aconteceu no Peri (durante) ou pós-natal.
Para conhecer as causas da surdez, teremos como auxílio 
os sites (abcdasaude.com.br) e (otorrinousp.org.br).
CAUSAS PRÉ - PARTO
- hereditariedade: é transmitido geneticamente de geração 
em geração, particularmente quando existem casos de 
surdez na família.
adquiridas pela mãe durante a gestação:
- rubéola: vírus que é transmitido por via respiratória infecta-
da por mulheres grávidas. É a principal causa congênita;
- sífilis: adquirida na relação sexual, esta bactéria pode causar 
várias consequências ao bebê;
- toxoplasmose: parasita presente em animais domésticos, 
como cachorro, gato etc. A gestante contamina o feto 
através da placenta, provocando sérias complicações, 
principalmente nos três primeiros meses de gestação e pode 
acontecer de o bebê nascer com deficiência múltipla como 
surdez, retardo mental e visão subnormal;
ESTRONDO
36 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- citomegalovírus: vírus herpes que predomina principal-
mente em regiões mais pobres. Dá-se por contágio prin-
cipalmente por falta de cuidados higiênicos. Sua contami-
nação pode acontecer ainda na gravidez ou durante sua 
passagem através do canal do parto;
- anomalias craniofaciais: anormalidades morfológicas do 
pavilhão auricular e do canal auditivo;
- medicamentos Oto tóxicos: a ingestão de drogas por 
mulheres grávidas leva à lesão do ouvido do bebê. Antibi-
óticos, diuréticos e anti-hipertensivos. Além destas medi-
cações, algumas outras substâncias são perigosas e estão 
presentes nas fórmulas de produtos domésticos como: 
monóxido de carbono, tabaco, mercúrio, álcool, arsênio e 
chumbo;
- exposição aos Raios X;
- desnutrição materna;
- incompatibilidade sanguínea: o sangue do bebê (Rh+), 
sendo diferente do sangue da mãe (Rh -), pode ocasionar, 
futuramente, problemas na saúde da criança.
durante e pós parto:
- herpes: doença sexualmente transmissível mais comum. 
A transmissão acontece durante o nascimento e pode até 
levar o bebê à morte;
- ruído ocupacional;
- hipóxia: diminuição da oferta de oxigênio para o feto 
durante o momento do nascimento;
37Língua Brasileira de Sinais - Libras
- peso no nascimento inferior a 1,5 quilos;
- medicamentos Oto tóxicos: quando utilizados em múltiplas 
doses ou em combinação com diuréticos;
- distúrbios metabólicos;
- ventilação mecânica: o bebê fica exposto por cinco dias 
ou mais;
- permanência em incubadora por mais de sete dias;
- infecção por vírus ou bactérias: além da meningite, que 
é o maior causador da surdez em bebês, há outros como 
sarampo, caxumba e a otite média recorrente ou persis-
tente por mais de três meses;
- traumas acústicos;
- lesões traumáticas: mais comum em traumatismos 
crânio-encefálicos;
- presbiacusia: perda auditiva gradual devido ao fator ida-
de, ocorrência mais comum em pessoas com mais de 65 
anos.
Surdez por condução:
- excesso de cera no ouvido;
- secreção na orelha média (Otite Secretora ou Otite Serosa);
- infecções agudas do ouvido (Otite Média Aguda);
38 Língua Brasileira de Sinais - Libras
- infecções Crônicas do Ouvido (Otite média Crônica);
- perfuração timpânica, erosões dos ossículos;
- otosclerose ou aderências: Imobilização de um ou mais 
ossos do ouvido;
- tumores na orelha média.
Northern e Downs (1996 apud PEDROSO, 2006, p. 48) 
Uma em cada mil crianças nasce com surdez. Além disso, 
duas em mil adquirem a surdez na infância. No caso de as 
crianças possuirem fatores de risco para a surdez, essa 
proporção aumenta para uma criança em cinquenta.
Como vimos, são muitas as doenças que podem induzir a 
surdez em crianças e adultos. Percebe-se que a maior incidência é 
através da mãe, a qual deve manter seus cuidados até mesmo 
antes da gravidez. 
Hoje, há vários diagnósticos e avaliações para um atendimen-
to mais eficaz, contudo, a preven-
ção e a detecção precoce são de 
fundamental importância para mi-
nimizar suas consequências.
Após o nascimento de um 
bebê, deve ser feito, de preferên-
cia em sua primeira semana de 
vida, o Teste do Pezinho, que é um exame de prevenção reali-
zado no recém-nascido com a finalidade de prevenir o desen-
volvimento de doenças e permite identificar doenças graves 
que podem causar na criança. Todas as mães e pais podem 
e devem cobrar dos gestores municipais que disponibilizem 
39Língua Brasileira de Sinais - Libras
o exame grátis nos postos de saúde, mas, este teste não é um 
exame que diagnóstica uma surdez. Vários municípios do Brasil 
disponibilizam gratuitamente o Teste da Orelhinha (triagem 
auditiva neonatal). 
É um programa de avaliação da audição 
em recém nascidos, indicada por institui-
ções do mundo todo para diagnóstico pre-
coce de perda auditiva.
Já as Emissões Oto acústicas Evocadas (EOAs) são indo-
lores, com a colocação de um pequeno fone na parte externa 
do ouvido, com a duração médica de 3 a 5 minutos. Este sim é o 
primeiro exame a ser feito que pode diagnosticar a surdez ou 
um futuro problema de audição. Precocemente diagnosticado, 
a criança terá maiores condições no desenvolvimento da língua 
escrita e falada.
Além destes exames, vamos conhecer outros que 
poderão ser indicados:
- audiometria de tronco cerebral (BERA): avalia a audição 
periférica e a condução nervosa até 
o colículo inferior. É uma técnica não 
invasiva e objetiva, que pode ser 
aplicada em adultos e crianças de 
qualquer idade. O BERA é realizado 
dentro de uma cabine acústica, e utiliza 
3 eletrodos de superfície, colocados 
na fronte e mastóides. O resultado é 
expresso em um audiograma, que é um gráfico que revela as 
capacidades auditivas do paciente;
- imitanciometria: neste exame, uma pequena sonda é 
posicionada, de forma indolor, na entrada do conduto audi-
tivo externo do paciente. Neste exame, consegue-se ob-
ter dois tipos de testes: 
Fonte: www.otorrinos24horas.com.br
40 Língua Brasileira de Sinais - Libras
• timpanometria, que avalia a complacência da orelha 
média, ou seja, a condutância sonora das estruturas 
das orelhas externa e média
• reflexo estapédico, que avalia a integridade do arco 
reflexo estapediano e, por consequência, de forma 
indireta, as estruturas das orelhas média e interna, 
nervo auditivo e tronco cerebral. É de extrema 
utilidade para o diagnóstico das otites catarrais 
crônicas em crianças.
As classificações da surdez dependem da lesão no ouvido 
e de acordo com seu período ou época em que ocorreu a perda 
da audição.
 TIPOS DE SURDEZ
Surdez Pré Verbal
São os surdos que nasceram ou perderam a audição antes 
de terem desenvolvimento dafala e da linguagem.
Surdez Pós Verbal
São aqueles que perderam a audição após o desenvolvimento 
da linguagem.
Se você perceber alguém que troca de letras na fala e 
na escrita, com dificuldade de aprendizado, desatento, sem 
amizades e sempre isolados, isto pode ser um indicativo de 
um problema na audição. Encaminhe-o para um especialista 
em otorrinolaringologia.
Surdo Cegueira
É uma deficiência que apresenta a perda da audição e da 
visão simultaneamente, impossibilitando o uso dos sentidos criando 
necessidades especiais de comunicação e causa extrema dificuldade 
na conquista de metas educacionais, vocacionais e sociais.
41Língua Brasileira de Sinais - Libras
Alguns portadores de surdo cegueira são retraídos e 
isolados, pois, se deparam com a dificuldade de se comunicar, 
não apresentam curiosidade, normalmente apresentam problemas 
de saúde que acarretam sérios atrasos no desenvolvimento, não 
gostam do toque das pessoas, não conseguem se relacionar 
com as pessoas se encontram dificuldade na habilidade com a 
alimentação e com a rotina do sono, têm problemas de discipli-
na, atrasos no desenvolvimento social, emocional e cognitivo e 
o mais importante, desenvolvem estilo único de aprendizagem. 
(HONORA, s/d, p. 122).
Durante este capítulo, podemos conhecer a classificação 
da surdez e o tipo de surdo. Pois bem, para todo esse retrospecto, 
há motivos para que essas reduções ou perdas auditivas aconteçam 
e para cada uma questionamos: Quando? 
 
HONORA (s/d, 25-35), em diversos momentos apresenta 
algumas informações quanto a:
CLASSIFICAÇÃO:
• surdo cegueira total;
• surdez profunda com resíduo visual;
• surdez moderada ou leve com cegueira;
• surdez moderada com resíduo visual;
• perdas leves, tanto auditivas quanto visuais.
TIPOS:
• cegueira congênita e surdez adquirida;
• cegueira e surdez adquirida;
• surdez congênita e cegueira adquirida;
• baixa visão com surdez congênita ou adquirida;
• cegueira e surdez congênita.
42 Língua Brasileira de Sinais - Libras
CAUSAS:
 
Alguns problemas e doenças podem causar surdo cegueira, 
como:
• icterícia; 
• prematuridade;
• sífilis congênita;
• meningite;
• síndrome de West;
• anóxia;
• fator RH negativo;
• glaucoma;
• síndrome de Usher;
• toxoplasmose;
• consanguinidade.
FATORES DE RISCO:
• epidemias de doenças como rubéola, sarampo, meningite;
• doenças venéreas;
• infecções hospitalares;
• gravidez de risco;
• Falta de saneamento básico.
Para Refletir
• Discuta com seus colegas: como podemos contribuir 
para a prevenção da surdez?
43Língua Brasileira de Sinais - Libras
1.4 INICIAÇÃO À LÍNGUA
Neste conteúdo, vamos iniciar os conhecimentos da língua 
propriamente dita, necessitando de sua intensa leitura e prática 
sobre os conhecimentos passados.
ALFABETO MANUAL
O alfabeto manual é produzido por diferentes formatos 
das mãos, que representam as letras do alfabeto escrito. Assim 
também, tem uma função específica para apresentação pessoal, 
“escrever” ou fazer a DATILOLOGIA no ar, o nome de pessoas e 
lugares ou elementos que ainda não têm sinal. Em geral, é um 
erro comparar o alfabeto manual com a Língua de Sinais. 
Quando houver necessidade de fazer a datilologia de pa-
lavras compostas ou de duas ou mais palavras seguidas, entre 
uma palavra e outra, dê uma pequena pausa (conte mentalmente 
até dois) e faça a palavra seguinte. 
Você conhecerá Intérpretes e até mesmo Surdos que usa-
rão o “empurro das palavras” (um tapinha no ar) para separar pa-
lavras, mas este método não se usa mais, hoje ele é comparado 
ao braço da máquina de escrever, onde se deve dar um empur-
rão para dar início à linha de baixo.
44 Língua Brasileira de Sinais - Libras
A B C D E
F G H I 
J K L m 
N O P Q 
R S T U V 
X Y W Z
A B C D E
F G H I 
J K L M 
N O P Q 
R S T U V
X Y W Z 
45Língua Brasileira de Sinais - Libras
Quem é quem?
01 – Chico
02 – Carlos
03 – Joyce
04 – Renan
05 – Marilene
06 – Maria
07 – Joyene
08 – Carol
09 – Regis
10 – Denis
11 – Juninho
12 – Juliano
13 – Marcio
14 – Priscila
15 – Patricia
16 – Marisa
17 – José
18 – Lourdes
04 ( ) Renan
15 ( )patricia
05 ( ) marilene
16 ( ) Marisa
17 ( ) Jose
11 ( ) juninho
14 ( )priscila
3 ( ) joyce
9 ( ) regis
7 ( ) joyene
2 ( ) carlos
13 ( ) marcio
6 ( ) maria
8 ( ) carol
12 ( ) juliano
10 ( ) Denis
1 ( )Chico
18 ( ) lourdes
46 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Praticando a datilologia (alfabeto manual)
Escreva o nome das palavras que se encontram no alfabeto manual.
Prato:
Prata:
Pato:
Mata: 
Carro: 
Amiga: 
Viajar: 
Longe:
Homem:
Saboroso: 
47Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para desenvolver com mais agilidade o alfabeto manual, pegue um livro 
e acompanhe o texto com as mãos. Você deverá fazer a datilologia de 
todas as palavras. Faça de forma clara e sem pressa. Rapidez nas mãos 
não é prova de conhecimento. As configurações bem feitas em suas 
mãos valem mais que a velocidade.
DICA:
Puxar: 
Caçar:
Telefonar: 
NÚMEROS
Em números, há uma especificidade entre as formas de fazer. 
Fique atento às duas formas, elas são importantes e farão diferenças 
em seu aprendizado.
Temos os números cardinais 
representativos de códigos, ou seja, 
serão descritos em contextos como: 
número de casa, horas, idade, dinheiro, 
número de roupas e calçados, número 
da sala de aula, explicativos, classifica-
dores, ordem de chegada, etc.
Para fazer os números 
com mais de uma casa 
decimal, você faz os 
números na ordem 
repedindo-os em sinais.
DICA:
48 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Veja como são eles:
1 2 3
1 2 3
4 5 6
4 5 6
7 8 9
7 8 9
0
0
Agora vamos trabalhar com os números:
Sem pesquisar a folha anterior, efetue as operações. 
12 + 35 = 
987 + 1248 =
49Língua Brasileira de Sinais - Libras
1000 + 6547=
9987 - 5421 = 
14257 - 254 = 
65 X 31 =
9 x 7 =
585 x 641= 
8975146 : 2 =
465164 : 7 =
2196 : 2196=
Acrescente o antecessor e sucessor dos números.
451
66574
2121524
50 Língua Brasileira de Sinais - Libras
37
219
654
999
647787
112478
531841
3000
6187708
Outra forma de expressar os números é através dos 
numerais que usamos exclusivamente em contextos relacionados 
a quantidades como, por exemplo: 2 lápis, 5 livros, 1 casa, 3 
amigos, etc.. 
51Língua Brasileira de Sinais - Libras
Veja a seguir com é feita a datilologia dos números:
ABAIXO DAS MÃOS, ESCREVER OS NÚMEROS 
CORRESPONDENTES.
Após conhecer os números e suas estruturas, escreva (V) 
verdadeira ou (F) falsa nas estruturas com números cardinais e 
numerais.
( ) Moro na rua 21 de Abril número 118.
( ) Tenho 2 celulares.
( ) Brinquei com crianças de 12 anos.
( ) Tenho 7 anos e 2 meses.
( ) Comprei 32 livros.
DICA:
Assistir aos vídeos relacionados aos conteúdos é de grande importância 
para o aprendizado diário, portanto, não deixe de fazer suas observações 
quantas forem necessárias. Não fique em dúvida, você tem várias 
ferramentas que possam lhe auxiliar.
52 Língua Brasileira de Sinais - Libras
( ) Nas bibliotecas da UNIT há mais de 290 mil exemplares 
de livros.
( ) Estaremos de 8 h. às 22 h. para lhe atender.
( ) Este carro custou R$ 65 mil.
( ) Encontrei com 2 amigas e 1 amigo da faculdade UNIT.
( ) Compre 10 quilos de carne para o churrasco.
Para Refletir
• Você acha que com apenas o alfabeto manual nas mãos 
é o suficiente para atingirmos a comunicação ideal para 
com os surdos?
• Reflita, opine e discuta no Fórum do AVA suasponderações 
sobre a reflexão.
53Língua Brasileira de Sinais - Libras
Resumo
Diante das tantas informações e curiosidades buscadas 
para atender o processo de aquisição de conhecimento, comuni-
cação e atendimento às pessoas com surdez, podemos perceber 
que a Língua Brasileira de Sinais vem, historicamente, ganhando 
seu espaço junto à comunidade brasileira, assim, já obtendo suas 
nomenclaturas atualizadas a favor de conceitos e de uma nova 
ideologia voltada aos surdos. A anatomia do ouvido e suas pato-
logias é algo inegavelmente necessário para nosso conhecimen-
to, pois, trazem respostas importantes para o desenvolvimento e 
aprendizado das pessoas com surdez. Observa-se que estamos 
iniciando a prática para nos comunicar com os surdos, e é atra-
vés do alfabeto manual e os números que se pode inicialmente 
estimular um contato inicial. É importante que esta iniciação seja 
plena para podermos prosseguir nos estudos linguísticos da 
Língua Brasileira de Sinais.
2 Estudos Linguísticos
O objetivo temático presente é conhecer as estruturas 
gramaticais da língua de sinais dando embasamento para a criação 
do contexto, além de auxiliá-lo no encaixe dos parâmetros com 
os devidos movimentos dos sinais que encontraremos.
2.1 LÉXICO, VOCABULÁRIOS ICÔNICOS E ARBITRÁRIOS
Segundo Brito (1995), a Língua Brasileira de Sinais é 
constituída a partir de elementos de uma gramática formada 
das palavras ou itens lexicais e de um léxico que se estruturam 
a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos 
que apresentam características próprias e elementos básicos 
gerais. Essas estruturas, nos permitem fazer ironias, ditados 
populares e sentidos metafóricos.
56 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Sinal de televisão 
(isto é Libras)
(em Libras) AMIGO
Léxico
Muitos pensam que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é 
apenas a comunicação através do alfabeto manual.
Várias pessoas falam que sabem se comunicar através 
da Libras, mas, na verdade, sabem apenas o alfabeto manual e 
acham que soletrar letra por letra (datilologia) em Libras já é a 
própria língua. Como por exemplo:
M-E-U N-O-M-E É ...
E faz toda esta frase através do alfabeto. Isso
não é Libras.
Podemos ser mais claros.
AMIGO
A – M – I – G – O (não é Libras) 
 
TELEVISÃO
T – E – L – E – V – I – S – Ã – O 
Soletrar em alfabeto manual não é Libras
FRANGO, este é o sinal em libras. 
No entanto, Libras não é a escrita através 
do alfabeto manual de uma palavra em Portu-
guês. Em escolas infantis virou moda e brinca-
deira falar com as mãos e Libras é muito mais 
do que isso. Podemos compa-
rar a soletração manual com as palavras que 
pegamos emprestadas do inglês como, por 
exemplo, “e-mail”.
Frango (isto é Libras)
57Língua Brasileira de Sinais - Libras
 Acima podemos perceber que o empréstimo da palavra 
em Português está soletrado. Os sinais em si, são o léxico ou 
itens lexicais.
O alfabeto manual é um recurso usual e é oportunizado 
nos momentos de expressar nomes próprios, lugares, palavras 
desconhecidas ou, então, um meio de conferir a ortografia em 
Português.
Sinais Icônicos e Arbitrários
Icônicos: 
Qualquer leigo conseguiria entender este tipo de sinal. São 
sinais visualmente característicos com o que estamos acostumados 
a ver pela rua. Eles não são universais, mas transmitem o real.
Posso falar com toda certeza que ao menos 100 palavras 
em sinais você já conhece, mesmo antes de terminar este livro.
Quero que você imagine e reflita qual sinal que poderia 
ser encaixado neste desenho:
58 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Nas palavras abaixo, reflita como poderiam ser os sinais:
Tchau Mais ou menos
Quantas horas Telefone
Correr Fotografar
Depois To nem aí
Louco Chorar
Macaco Dormir
Mau cheiro Dinheiro
Andar Beijar
Coceira Corpão
Escovar dente Bebê
Forte Calor
Carona Varrer
Ladrão Revólver
Pescar Cigarro
Tonto Noivo
Chapéu Não
Como você já viu as palavras e fez os sinais, agora verá 
alguns sinais para você pensar qual é a palavra.
Beber
 Garfo
Sorvete
59Língua Brasileira de Sinais - Libras
Acredito que não encontrou dificuldade para idealizar os sinais 
e nem para acertar as palavras dos sinais acima. Além destas, há 
muitas outras que certamente você saberia fazer, mas nunca 
pararam para pensar como são.
 
Arbitrários: 
Os Sinais Arbitrários não parecem com a realidade, neces-
sitará um pouco mais de conhecimento da Língua de Sinais para 
conhecê-los e desenvolvê-los. São sinais sem regras e não 
possuem formas convencionais. Na verdade, um leigo verá o 
sinal e não entenderá nada do que está sendo dito.
 Tente imaginar como seriam os sinais das palavras: água, 
tio, idade, queijo, amante, solteiro e conhecer. Você pode ter ima-
ginado vários movimentos, sinais estranhos e cômicos, mas, não 
conseguirá se aproximar do correto, suas tentativas serão mais 
difíceis do que ganhar na loteria porque estes sinais não se parecem 
em nada com sua realidade.
Para você entender melhor o que são Sinais arbitrários, 
verá alguns sinais e, assim, tente descobrir qual é a palavra:
Ônibus
 Professor
Barata
60 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Conseguiu decifrar os sinais?
Vamos lá, vou lhe ajudar...
Na primeira figura, vou dar uma dica: é um inseto. Os dedos 
estão relacionados às antenas do inseto. 
Ficou fácil não é? “barata”.
Na segunda e terceira imagens relacionam-se os sinais de 
“professor” e “ônibus”. Você pode observar que estes sinais não 
são semelhantes com o real, portanto, são sinais arbitrários.
Para Refletir
• De forma simples, léxico é comparado a que na língua de 
sinais?
• Reflita de forma ampla sinais icônico presentes em sua 
vida.
 Leão Coco Juros
61Língua Brasileira de Sinais - Libras
2.2 ESTRUTURAS SUB-LEXICAIS E SUAS EXPRESSÕES NÃO 
MANUAIS.
Segundo Felipe (apud QUITES, s/d, p.1), “o sinal é formado 
a partir da combinação do movimento das mãos com um deter-
minado formato em um determinado lugar, podendo este lugar 
ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo”.
Podemos comparar os fonemas e, às vezes, os morfemas as 
articulações das mãos as quais são chamadas de PARÂMETROS.
As estruturas sub-lexicais, fazem parte da gramática da Lín-
gua de Sinais. Esta estrutura compõe-se de 5 parâmetros.
CONFIGURAÇÃO DAS MÃOS (CM) 
São as formas, as configurações, os desenhos que as mãos 
tomam na realização do sinal. Podem ser oriundas7 do alfabeto 
manual e dos números ou em outras con-
figurações não oriundas feitas pela mão 
predominante do emissor.
Iremos identificar a mão predomi-
nante como sendo aquela com a qual que 
temos mais facilidade de movimentação: mão direita para os 
destros e mão esquerda para os canhotos. 
O sinal de “TV” tem a configuração de 
mão em “L”.
No quadro a seguir você verá diversas 
configurações apresentadas em Libras.
7 Configuração 
originada do alfabeto 
manual.
Sinal de televisão 
62 Língua Brasileira de Sinais - Libras
63Língua Brasileira de Sinais - Libras
(Roubar)
PONTOS DE ARTICULAÇÃO (PA) 
São os lugares de onde a mão predominante configurada 
se aproxima ou incide.
Podemos incidir a mão configurada nos seguintes pontos:
- Cabeça: queixo, boca, nariz, olhos, testa, 
bochechas, orelhas, maçã da face.
- Tronco: cintura, barriga, busto, pescoço, 
ombro.
- Braço: pulso, antebraço, cotovelo, 
braço.
- Mão: palma da mão, dorso da 
mão, dedos (polegar, indicador, mé-
dio, anelar e mínimo).
- Espaço Neutro: A frente do tronco ou acima 
da cabeça.
Os Pontos de Articulação são cabeça, 
tronco, braço, mão e espaço neutro, as es-
pecificações seguintes aos pontos são 
apenas uma referência para você se 
localizar maisprecisamente. 
 
Exemplo: Eu não posso falar que o Ponto 
de Articulação de uma tal palavra é testa e sim cabeça, pois, a 
mão configurada em “4” está no ponto de articulação “cabeça”.
(Acostumar)
(Trabalhar)
Admirar
Ter
64 Língua Brasileira de Sinais - Libras
MOVIMENTO (MV): 
Na Língua de Sinais, as mãos do sinalizador representam o 
objeto, enquanto o espaço é a área onde se realiza o movimento. 
Portanto, para a realização do movimento, é preciso haver um 
Objeto e um Espaço.
Analisa-se o movimento por: tipo, direção, maneira e fre-
quência das mãos configuradas.
- Tipos: 
Busca o contato, interação, contorno e movimento das 
mãos.
Contato 
 Exemplos
Deslizamento Quente
Tocar Experiência
Agarrar Músculo
Riscar Coitado
Pincelar Varrer
Escovar Lavar roupa
Ligação Unir
Interação
Exemplos
Alternado Discutir
Cruzado Fugir
Inserção Dentro
Aproximação Combinar (acordo)
Separação Longe
65Língua Brasileira de Sinais - Libras
Contorno 
Exemplos
Circular Solteiro
Semicircular Antes
Helicoidal Todo dia
Sinuoso Sempre
Movimentos das mãos
Exemplos
Desdobramento simultâneo dos dedos Demitir
Dobramento simultâneo dos dedos Saber
Abertura simultânea dos dedos Bruto
Fechamento simultâneo dos dedos Cheirar
Abertura gradativa dos dedos Madrugada
Fechamento gradativo dos dedos Roubar
- Direção:
Os movimentos podem ser analisados de quatro formas 
quanto aos seus direcionais.
O direcionamento auxilia a quem estamos apontando, por 
exemplo, EU TE AJUDO faz o sinal direcionando a quem irá aju-
dar enquanto VOCÊ ME AJUDA a direção do sinal é de quem vai 
ajudar para quem está fazendo o sinal.
• Não direcionais é sem movimento, são paralisados junto 
ao corpo, como:
66 Língua Brasileira de Sinais - Libras
•
Sentimento
Admirar
Culpado
Rei
• Unidirecionais, movimentam apenas para uma direção.
Para direita Morrer
Para esquerda Camarão
Para baixo Defi ciente
Para cima Deus
Para frente Ir
Para trás Por favor, com licença
Para o centro Pequeno
Para as laterais Amplo
 
• Bidirecionais, movimentam em direções diferentes e 
simetricamente com uma ou duas mãos.
Para frente e para trás Comparar
Para cima e para baixo Nunca, político
Para direita e para esquerda Sanfona, não
67Língua Brasileira de Sinais - Libras
• Multidirecionais, sinais que se utilizam em várias direções 
e exploram vários itens lexicais, como os sinais a seguir:
Incomodar
Chato
Amolar
- Maneira:
Refere-se à velocidade e tensão do movimento.
• Velocidade e tensão positiva – Um sinal feito com uma 
velocidade mais intensa e tensão do início ao fim. 
Ex.: Rápido 
• Velocidade e tensão negativa – Sinal mais vagaroso e 
frouxo.
Ex.: Calmo
- Frequência:
 Destaca a repetição do movimento.
• Simples – Sinais com apenas um movimento ou que não 
necessita de várias movimentações com a mesma mão 
configurada para originar o sinal.
Ex.: Sentar, responder.
DICA:
Acesse o dicionário virtual: 
http://www.acessobrasil.org.br/libras 
e veja os sinais das palavras em exemplo.
Este site será seu grande amigo.
68 Língua Brasileira de Sinais - Libras
• Repetido – Necessita de uma série de repetições para 
que o sinal tenha originalidade.
 
Ex.: Combinar (programar), namorar.
ORIENTAÇÃO (OR)
Tende a nos facilitar para melhor compreender. Quando um 
sinal tem sua direção e há uma inversão, significa a oposição, 
contrário ou concordância. 
EXPRESSÃO FACIAL E /OU CORPORAL (EFC)
As expressões facio/corporais são componentes extre-
mamente importantes para qualquer transmissão em Língua de 
Sinais. 
Os quatro parâmetros, com auxílio deste quinto, formam-se 
os sinais. 
 No conjunto destes elementos, conseguimos chegar à 
totalidade das informações desejadas com as mãos, ou seja, é 
possível falar, rir, discutir, chorar com as mãos.
Palavra CM PA MV OR EFC
Ter L Tronco Peito -
Triste Y Cabeça • Queixo Tristeza
Cinza C Mão Dorso da mão -
Aeroporto Y Braço Braço Soprar
Avião Y Espaçoneutro
A frente do 
tronco Soprar
69Língua Brasileira de Sinais - Libras
EXPRESSÕES NÃO MANUAIS
Também chamadas de Expressão Corporal e Facial, funciona 
como meio visual de reforçar uma ideia que está sendo transmitida 
e, em outras ocasiões, chega até mesmo a confundir-se com o 
próprio argumento, caso não seja feito similar a palavra desejada. 
Assim, a expressão não manual tem como finalidade não só de 
incluir aos meios gramaticais, mas primordialmente melhorar a 
comunicação com o receptor.
Para sinalizar com eficiência, é preciso saber adequar as 
expressões ao contexto, ao ambiente e ao tom da voz transmitida, 
e este é um dos pontos que merecem uma atenção constante, 
pois você, caro aluno, terá que transmitir através das mãos, do 
corpo e da face na mesma tonalidade do orador.
Dentre todas as partes do corpo, a face é a que melhor 
detalha a expressão em um contexto, uma vez que é a região 
do corpo mais observada pelos surdos. É nela que há diversas 
modificações que permitem conduzir uma comunicação eficaz. 
Assim, de nada valeria uma sinalização bem feita com as 
mãos se acompanhada por uma expressão facial e/ou corporal 
inconveniente ou apática.
Vamos lembrar algumas situações que possivelmente você 
já percebeu ou passou por elas:
- uma criança vem correndo para os seus braços, a um metro 
de chegar ela tropeça. Pense a cara que você fez ou faria.
- Na rua, você olha para o alto e vê que o tempo fechou e 
que em poucos minutos vai ‘descer água’ e você está sem guar-
da-chuva. Que cara heim!
- Quando na TV a repórter retrata um assassinato cruel e 
ainda mostra as imagens. Qual seria sua reação?
A reação e a ação é um modo de expressão.
70 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Para as expressões não 
manuais, não apenas a cabeça 
é fundamental, ela emana tam-
bém a movimentação dos bra-
ços, pernas e tronco simultane-
amente, devendo procurar uma 
sincronização do corpo por in-
teiro. 
Com o corpo e a face você 
consegue transmitir: inseguran-
ça, paz, alegria, arrogância, in-
veja, dor, tristeza, frio, timidez e 
vários outros sentimentos.
A expressão facial deve 
sempre guardar relação com a 
mensagem que se deseja transmitir, e isto se dá pelo fato de que 
o semblante funciona como um indicador da sinceridade daquilo 
que é falado. Deve atuar como um reforço daquilo que está sen-
do dito, e a melhor maneira de se conseguir falar com convic-
ção e segurança consiste em conhecer tais expressões e saber 
utilizá-las adequadamente, algo que somente torna-se possível 
através do exercício e da prática, pois, como já disse, a única 
maneira de absorver o conhecimento da Libras é treinando-a 
frequentemente.
Vamos conhecer alguns métodos:
- inconformidade, abaixa a cabeça e salienta a expressão 
negativa (não);
- agressividade, fecha as mãos, fecha um pouco os olhos, 
treme a cabeça, ringe os dentes;
- impaciência, caminha ‘de lá pra cá’, soprando.
Quando seus amigos 
estão chateados, tristes 
ou alegres, você repara e 
mesmo sem falarem algo 
você já capta e comenta: 
Nossa... “Como você está 
alegre hoje!” ou “Por que 
você está triste?”
É com a mesma 
produção que você deve 
utilizar na comunicação 
com o Surdo
71Língua Brasileira de Sinais - Libras
Qual é a expressão?
- postura rígida, tronco bem ereto;
- balançando para um lado e outro com os braços colados 
ao corpo;
- sobrancelhas levantadas e boca aberta;
- sobrancelhas abaixadas e dentes cerrados;
- sobrancelhas levantadas, olhos arregalados e lábios cerrados;
- olhos cerrados, boca aberta;
- testa franzida e boca torta para o lado;
- puxar o tronco para trás ou para frente;
- boca em O, olhar de espanto.
Sua facee seu corpo em uma ação ou reação ocasiona uma 
expressão não manual espontânea e é nela que você deve espelhar.
72 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Mulher
Homem
Para Refletir
• Perceba as expressões que faz parte de nosso cotidiano e 
veja qual a que mais se encaixa ao seu perfil.
2.3 MORFOLOGIA E SEUS ESTUDOS INTERNOS
Segundo Quadros (2004, p. 65), Morfologia é o estudo da 
estrutura interna das palavras ou dos sinais, assim como das regras 
que determinam a formação das palavras. A palavra morfema 
significa morfhé, que significa forma. Os morfemas são as unidades 
mínimas de significado.
A Língua de Sinais possui também um sistema de estrutura 
e formação de palavras como nas línguas orais, caracterizando 
quanto ao:
Gênero:
Em sinais, Independente de serem pessoas ou 
animais, indicamos o sexo a partir do sinal de 
homem e mulher. Uma particularidade en-
volve quando referimos ao modo masculino, 
sempre que você sinalizar no gênero mas-
culino, não há necessidade de serem 
seguidos pelo sinal de homem.
Tempo:
O tempo, não correlaciona com o estado do 
tempo como chuva, calor, frio e sim com passado e futuro. O 
passado é feito com movimento sobre o ombro atingindo atrás 
da orelha e quanto mais distante for este passado, mais distancia 
e intensidade você coloca no sinal. Já no presente, na maioria 
das vezes terá o sinal próprio, mas a intensidade e a expressão 
são necessárias para distinguir a proximidade do presente.
73Língua Brasileira de Sinais - Libras
Grau:
Diferencia-se pela intensidade, movimento e velocidade 
como: (cheio, curto). E outros pela intensidade da expressão 
como: (bonito, lindo, bonitinho).
Negação:
Você aluno, está acostumado em seu dia-a-dia de fazer 
“NÃO” de várias maneiras, seja, com o dedo ou com a cabeça. 
Na Língua de Sinais, além destes dois recursos, temos mais um 
que é com o sinal próprio e cada um deles usará em situações 
específicas, veja exemplos:
- Com a cabeça: sinal “não precisa” PRECISA, ACREDITAR mais 
o movimento negativo com a cabeça.
- Com o dedo: “não pode” (definitivamente) PODE mais o 
sinal o não com o dedo.
- Sinal próprio: “não pode” (por enquanto) NÃO PODE, 
sinal próprio.
MORFEMAS LEXICAIS E GRAMATICAIS
Os morfemas lexicais ou gramaticais nem sempre formam 
palavras equivalentes ao Português. 
A partir de suas unidades mínimas de significação, terá os 
morfemas em LIBRAS.
LEXICAL GRAMATICAL
Amigo (s) plural
Possibilidade (im) negação
Chorar aos prantos
Fofocar fofocar sem parar
Você utiliza os sinais várias vezes para impor a gramática 
fazendo a diferença entre o normal e o aumentativo ou negativo.
74 Língua Brasileira de Sinais - Libras
ASPECTO VERBAL PONTUAL E ASPECTO VERBAL CON-
TINUATIVO
O Aspecto Verbal Pontual distingue-se por se trazer a uma 
ação ou evento ocorrido e finalizado em algum ponto bem defi-
nido, enquanto o Aspecto Verbal Continuativo dá a continuidade 
e se dá uma outra palavra.
ELE TENTAR FALAR AMIGO ONTEM (Ele tentou falar com 
o amigo ontem), concluiu o “tentar”, utilizou apenas uma vez. Se 
você utilizar o sinal “tentar até conseguir” ou “tentar sem parar” 
EU TENTAR, TENTAR VÁRIAS VEZES FALAR AMIGO (Eu tentei 
por diversas vezes falar com meu amigo) refere a 
uma ação que tem uma continuidade o “TENTAR” 
sofreu alteração.
ITENS LEXICAIS PARA TEMPO E MARCA
DE TEMPO
Na Língua Brasileira de Sinais, não tem os 
tempos verbais (conjugação dos verbos) 
como no Português, as palavras vem to-
das no verbo infinitivo (EU BRINCAR, ELE CHORAR, etc). Quando 
necessitar marcar o tempo, os itens lexicais ou os advérbios que 
irão referir-se o passado, presente e futuro com os sinais de “on-
tem”, “ano passado”, “hoje”, “agora”, “semana que vem”, assim, 
não haverá perigo de ambiguidade.
A utilização da expressão corporal neste momento é im-
portante para expressar o passado e futuro, jogando levemente 
o corpo para trás quando passado e para frente quando futuro 
(ANO PASSADO, ANO QUE VEM). Quanto mais você joga o cor-
po, mais distante é o tempo (MUITOS ANO ATRÁS).
Isso nos faz considerar que realmente a Libras é uma língua 
que depende do visual-espacial, é nesta modalidade que explo-
ramos o que está em volta do corpo.
Tentar
75Língua Brasileira de Sinais - Libras
INTENSIDADE E QUANTIFICAÇÃO
A intensidade ocorre quando o sinal conduz movimentos 
longos em ritmo ligeiro, ou seja, os sinais são feitos de forma 
mais acelerada e força. 
Exemplo: CHUVA (feito de forma branda), TEMPESTADE 
(feito com intensidade, rápido)
• Usará o mesmo sinal, porém, com mais intensidade e 
expressão.
• Já a quantificação é obtida com o uso de quantificadores 
como MUITO, repetições sucessivas, várias vezes.
• BATER ATÉ QUEBRAR (sinal de bater, bater, bater,bater 
até que quebre).
INCORPORAÇÃO DE ARGUMENTO 
O método de incorporação de argumento é muito frequen-
te e visível na Língua Brasileira de Sinais devido às características 
espaciais, seria mais obvio ir direto ao real do que interpretar a 
palavra e depois explicar o significado dela. Em nossa Língua 
Portuguesa, utilizaríamos a mesma entonação, a mesma escrita 
mas logo já sabemos a qual sentido e como seria na prática. 
Exemplo: em Português, podemos escrever ou falar a 
palavra “CAIU”, em uma apreciação poderemos falar “a moto 
caiu no asfalto”, “o papel caiu do chão”, “a criança caiu em casa”. 
O complemento da frase do verbo “cair”, trás informação da ação 
de alguém ou alguma coisa. O “caiu”, torna-se muito variável na 
Língua de Sinais, pois, necessita haver transformação em suas 
frases de acordo com cada contexto, isso porque o cair de uma 
moto, de um papel e de uma pessoa são totalmente diferentes 
na realidade, e na LIBRAS corresponderá a um sinal diferenciado.
76 Língua Brasileira de Sinais - Libras
Vamos ver como ficaria em outro exemplo:
Usando a palavra “CORTAR”, vem em nossa mente várias 
frases que poderia encaixar esta palavra. “vou cortar um papel”, 
“vou cortar uma árvore” ou “vou cortar o dedo”, estas frases 
contêm variantes de incorporação e argumentos.
Vou lhe ajudar a ir mais longe, mas, preciso que você após 
esta leitura vá aos recursos do vídeo.
- Como você cortaria um papel? Com tesoura ou com um 
estilete? 
- Vamos cortar uma árvore juntos? Com que você 
gostaria de cortar?
Certamente você não cortaria da mesma forma 
que o papel, mas se você pensou em cortar um 
tronco desta espessura com um estilete ou uma 
tesoura, precisará de bons anos para conseguir derrubá-la.
E o dedo, como seria uma ação do corte? Poderia ser com 
caco de vidro, gilete de barbear, uma faca e 
até mesmo com uma folha de papel, mas a 
ação não será da mesma forma dos cortes 
acima e para cada corte há uma série de feitio 
diferenciada e isso terá que ser passado ao 
surdo de forma clara e eficaz.
FORMAÇÕES DE PALAVRAS POR DERIVAÇÃO E POR 
COMPOSIÇÃO
Lembrando que estamos falando da Língua de Sinais, suas 
palavras por derivação são formadas através dos sinais e não pela 
escrita, e iremos observar que as primeiras palavras são constituídas 
77Língua Brasileira de Sinais - Libras
a partir de seus radicais aos quais se ligam aos afixos ou morfemas 
gramaticais. Por este método, vejamos como ficaria a ilustração.
“NÃO QUERER” é derivado do “QUERER” pelo meio de afixo 
negativo, “FEIOSO” é derivado do “FEIO” através da expressão 
facial, assim como “FEINHO” grau diminutivo utilizado pela 
adjunção da expressão facial. 
“TENTAR ATÉ CONSEGUIR” explora o aspecto continuativo 
e é derivação de “TENTAR”.
 O processo de composição pode ser também a união de 
dois sinais simples para formar um sinal composto.
O sinal de: 
Para Refletir
• Revendo a Incorporação de Argumento, traga para dentro 
da Libras situações que provocariam diversas formas de 
expressar

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