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A Língua de Sinais é, nas mãos de seus mestres, uma linguagem das mais belas e expressivas, para a qual, no contato entre si é como um meio de alcançar de forma fácil e rápida a mente do surdo, nem a natureza nem a arte proporcionaram um substituto satisfatório. " J. Schuyler Long. Apresentação Libras - Língua Brasileira de Sinais. Em muitos anos, a LIBRA foi uma língua esquecida, mas de 100 anos de proibição de seu uso e descaso com as comunidades surdas. Mas 2002 com a sua oficialização com a Lei 10.436, garantindo o acesso das pessoas surdas à educação inclusiva. Garantindo a eles também o direito de terem interpretes de Libras. Cresce, porém o número de materiais didáticos que valorizam o aprendizado da língua, que por possuírem sua própria estrutura gramatical, é oficializada como língua espaço-visual. Tendo o reconhecimento da língua de sinais e, consequentemente, a educação tende a fazer o uso dela para a instrução, garantindo os direitos de acessibilidade. Porém ainda é preciso termos como foco o ensino das Libras de modo contextual e não de sinais isolados, tendo uma aplicação fluente e compreensível, e é através deste vinculo que se pode ter inclusão total do surdo na sociedade e crescimento intelectual, afetivo e social. ..."para um surdo, cuja surdez já parte da sua vida, musicas, fundos musicais num filme, buzinas de veículos, latidos de cão e tantas outras coisas que nos passam como corriqueiras, simplesmente não existem. O mundo do surdo é basicamente visual; Estes sons não chegam a eles, e se chegam podem causar dores ou incômodos. O surdo é, antes de tudo, uma pessoa que possui as mesmas necessidades básicas de um ouvinte, com os mesmos direitos de usufruir do seu espaço na família e na comunidade...". Renata Dutra Julho - 2016 Apresentação Este material foi elaborado pela pedagoga e tradutora/intérprete de Libras Renata Dutra, e é destinado a você interessado em se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, em especial a educadores, estudantes de libras, familiares de surdos, líderes de igrejas, órgão públicos. Etc. Neste módulo especificamente, tem por finalidade evidenciar a importância das Libras (Língua Brasileira de Sinais), para o desenvolvimento do surdo, aprofundamento nas modalidades de conversação; essa linguagem é um elemento essencial para a comunicação e fortalecimento de uma identidade Surda no Brasil. Aprendizado das Libras, para o desenvolvimento da comunicação bilíngue, melhorando a comunicabilidade e interação com o surdo; capacidade de proporcionar a inclusão; compreender métodos para a aquisição do conhecimento em Libras; desenvolver o hábito de falar de frente para o surdo e mantê-lo próximo. Saber diversificar suas atividades laborais e trabalhar de forma multidisciplinar. "Embora não haja estatística precisa a respeito, estima-se em cerca de 5 milhões de surdo no Brasil. ". São pessoas que enfrentam profundas dificuldades de exercer plenamente sua cidadania em função da barreira de comunicação imposta pelo baixo domínio da língua dentro do seu próprio país, como se fossem estrangeiros em sua própria terra. Para mudar esta realidade o Governo Federal promulgou a Lei n° 10.436, regulamentada pelo Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que define a obrigatoriedade de disponibilização de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS - em órgãos públicos e empresas concessionárias de serviços públicos. As línguas de sinais são línguas naturais porque, como as línguas orais, surgiram espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido sua estrutura, permitem a expressão de qualquer conceito - descritivo, emotivo, racional, literal, metafórico, concreto e abstrato - enfim, permitem a expressão de qualquer significado decorrente da necessidade comunicativa e expressiva do ser humano. No Brasil a língua de sinais usada pela comunidade surda a nível nacional é a Libras - Língua de Sinais Brasileira, ou também conhecida como LSB- Língua de Sinais Brasileira, e a fim de ajudar, principalmente, os familiares de surdos, os educadores, os comerciantes e demais profissionais, assim viabilizar o cumprimento da legislação de n°. 10.436, de 24 de abril de 2002 e favorecer a inclusão0 da população surda em todos os segmentos de nossa sociedade. Introdução Libras - Língua Brasileira de Sinais Em 2014, sentia necessidade de expandir meus conhecimentos em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Por curiosidade neste mesmo período fui convidada a desenvolver um projeto para inclusão do Surdo na sociedade evangélica. . Como o material para este tipo de projeto se encontra neste exato momento, escasso. Decide por organizar uma apostila que viesse a desenvolver o indivíduo para a interação com a Libras de forma lúdica e prazerosa. Podendo então colocar em prática conteúdos utilizados no aprendizado das Línguas de Sinais. . Não se trata de uma produção individual e sim projetos de professores, pedagogos, surdos e pessoas ligadas à luta pela inclusão social. . Entende-se que não há um conhecimento pleno da língua de sinais por apenas sinais soltos, sem emprego dos mesmos em uma estrutura de frases, textos e interpretação de um todo. Precisa-se, de como toda nova aquisição de conhecimento, uma prática e treinamento de seu aprendizado. Para que se torne mais fácil à aplicação do conteúdo no cotidiano. . Reúnem-se aqui materiais que são de utilização para treinamento da Libras (Língua Brasileira de Sinais). . Renata Dutra 07/2016 Classificação da Surdez "Deficiência Auditiva" Essa expressão sugere a diminuição ou a ausência da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetem quaisquer das partes do aparelho auditivo. Podemos considerar surdo o indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. De acordo com o decreto 3298 de 20/12/1999, em seu Art. IV § 2º é considerada pessoa com deficiência aquela que apresente perda bilateral, parcial ou total de 41 dB (quarenta e um decibéis) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz. A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva como sendo a "perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido" (BRASIL, 1994). Essa definição permite concluir que: 1) existem diferentes graus de perda auditiva; 2) A surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento; 3) A sua pior consequência é a impossibilidade de ouvir a voz humana (fala). Dependendo da época da instalação da deficiência e do grau da perda auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades no relacionamento, na comunicação, na compreensão de conceitos e regras e na apreensão de conhecimentos através dos meios mais comuns (a língua oral e textos). No padrão normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em todas as frequências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz). Já a classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a seguinte: CLASSIFICAÇÃO DA PERDA AUDITIVA a) AUDIÇÃO NORMAL - PERDA DE ATÉ 25 DB b) DEFICIÊNCIA LEVE - PERDA DE 26 A 40 DB c) DEFICIÊNCIA MODERADA - PERDA DE 41 A 55 DB d) DEFICIÊNCIA ACENTUADA - PERDA DE 56 A 70 DB e) DEFICIÊNCIA SEVERA - PERDA DE 71 A 90 DB f) DEFICIÊNCIA PROFUNDA - PERDA ACIMA DE 90 DB g) ANACUSIA - TOTAL AUSÊNCIA DA AUDIÇÃO a) Audição Normal - Perda auditiva de até 25 dB. Ainda que uma pessoa tenha perda parcial de até 25 dB, até este nível não há limitação da suacapacidade de comunicação e desenvolvimento linguístico, portanto está perfeitamente inserida no contexto social, sem inconvenientes relevantes. b) Portador de Surdez Leve - perda auditiva de 26 a 40 dB. Permite ouvir os sons, desde que sejam um pouco mais intensos. Essa perda impede que o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. É considerado desatento e solicita eventualmente a repetição do que lhe falam além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Essa perda auditiva não impede a aquisição normal da linguagem, mas poderá ser a causa de algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita. c) Portador de Surdez Moderada - Perda auditiva de 41 a 55 dB, é necessária uma voz de certa intensidade para que seja percebida, ao telefone não escuta com clareza, trocando muitas vezes a palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/rato). Nesse caso é frequente o atraso da linguagem. d) Portador de Surdez Acentuada - Perda auditiva entre 41 e 70 dB. Não escuta sons importantes do dia-a-dia (o telefone tocar, a campainha, a televisão). Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, sendo necessário uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. É frequente o atraso de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relação e/ou frases gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está intimamente ligada à sua aptidão para a percepção visual, necessitando deste apoio visual para entender o que foi dito. Tem dificuldade de falar ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda acentuada não permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, tornando necessário o apoio visual para a compreensão da fala. e) Portador de Surdez Severa - Perda auditiva entre 71 e 90 dB. Este tipo de perda vai permitir que o indivíduo identifique alguns ruídos familiares, se a família estiver bem orientada pela área educacional. Percebe, mas não entende a voz humana, não distingue os sons (fonemas) da fala. A compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para utilizar a percepção visual (leitura labial) e para observar o contexto das situações. Nesse nível de surdez é possível escutar sons fortes, como o de caminhão, avião, serra elétrica, mas não é possível ouvir a voz humana sem amplificação. É comum atingir os 4 ou 5 anos de idade sem ter aprendido a falar e necessita de um atendimento especializado para adquirir a linguagem oral. f) Portador de Surdez Profunda - Perda auditiva superior a 90 dB. A gravidade dessa perda é tal, que priva a pessoa das informações auditivas necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbações da função auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica, quanto à identificação simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima importância para a aquisição da linguagem oral. Assim também, não adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a percebendo, não se interessa por ela, e não tendo "feedback" auditivo, não possui modelo para dirigir suas emissões. A construção da linguagem oral no indivíduo com surdez profunda é uma tarefa longa e bastante complexa, envolvendo aquisições como: tomar conhecimento do mundo sonoro, aprender a utilizar todas as vias perceptivas que podem complementar a audição, perceber e conservar a necessidade de comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender a expressar-se. Neste nível de audição só são audíveis sons graves que produzam vibração (trovão, avião). Assim sendo, se uma criança já nasce com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à língua oral de sua comunidade, vai ter muitas dificuldades de se integrar ao "mundo dos ouvintes". Embora seja absolutamente necessário dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social. Logo, faz-se necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução. g) Anaclisia: é a falta total de audição, deve ser trabalhado e estimulado o mais precocemente possível, tendo como conduta pedagógica o mesmo da surdez profunda. A língua de sinais é língua Língua ou linguagem? Linguagem Linguagem é tudo que envolve significação, que pode ser humano (pintura, Música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial (linguagem de Computador, código Morse, código internacional de bandeiras). Ou seja, "Sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não" (Fernandes, 2002:16). LINGUAGEM LÍNGUA ESCULTURA CINEMA PINTURA. Língua É um conjunto de palavras, sinais e expressões organizados a partir de regras, sendo utilizado por um povo para sua interação. Sendo assim a língua seria uma forma de linguagem: a linguagem verbal. As línguas estariam em uma posição de destaque entre todas as linguagens, ou seja, podemos falar de todas as outras linguagens utilizando as palavras ou os sinais. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais se organizam em diferentes níveis: semântico, sintático, morfológico e fonológico. O temo utilizado corretamente é "língua" de sinais e não "linguagem" de sinais. E isso porque, concordando com Oviedo (1996), "língua" designa um específico sistema de signos que é utilizado por uma comunidade para se comunicarem. Já "linguagem" está relacionada à capacidade da espécie humana para se comunicar através de um sistema de signos; é a capacidade humana de criar e usar as línguas e que, conforme Vygotsky tem papel essencial na organização das funções psicológicas superiores. Daí que resulta ser inapropriado utilizar o termo "linguagem" para designar a língua de uma comunidade; no caso a da comunidade surda, a Língua de Sinais. Propriedades das línguas humanas nas línguas de sinais Flexibilidade e versatilidade As línguas apresentam várias possibilidades de uso em diferentes contextos. As línguas de sinais são usadas para pensar, são usadas para desempenhar diferentes funções. Você pode argumentar em sinais, pode fazer poesia em sinais, pode simplesmente informar, pode persuadir, pode dar ordens, fazer perguntas em sinais. Glosas em LIBRAS: VOCÊ GOSTAR MAÇÃ. VOCÊ <GOSTAR MAÇÃ>sn IX CASA DEFEITO EU PRECISO ARRUMAR Arbitrariedade A palavra (signo linguístico) é arbitrária porque é sempre uma convenção reconhecida pelos falantes de uma língua. As línguas de sinais apresentam palavrassem que não há relação direta entre afora e o significado. Glosas em LIBRAS: CONHECER AMIGO Tipos de Sinais Existem diversas divisões, didáticas ou não, para os tipos de sinais na Libras. Descreveremos a seguir as principais delas organizadas de uma forma nunca antes apresentada. QUANTO À COMPOSIÇÃO: os sinais podem ser: Simples: quando formados por um único sinal. Ex.ª: internet, inteligente Compostos: quando formados por dois ou mais sinais.Ex.ª: mãe, escola, faqueiro. QUANTO à FORMA: os sinais podem ser: Icônicos: quando há compromisso com a forma e/ou o movimento do objeto ou ação. Ex.ª: copo, bola, nadar Arbitrários: quando não apresentam compromisso algum com a forma ou o movimento. São sinais codificados que em geral expressam ideias abstratas, sentimentos e emoções, e precisam ser aprendidos. Ex.ª: particular, próprio QUANTO à SEMÂNTICA: os sinais podem ser: Polissêmicos: quando possuem dois ou mais significados, de acordo com o contexto. Ex.ª: egoísta/problema meu, à toa/tédio/"ficar" Tautológicos: quando possuem dois ou mais sinais que representam o mesmo significado Ex.ª: verde, branco. QUANTO à CONCORDÂNCIA: podem ser: 1) Sinais que não possuem marca de concordância, embora possam ter flexão para aspecto verbal; Quando se faz uma frase, é como se o verbo "invariável" ficasse no infinitivo. Exemplo: comprar, trabalhar 2) Sinais que possuem marca de concordância. Este é o grupo de sinais mais complexo por apresentar diversas formas de concordância podem ser subdivididos em: a) Concordância número-pessoal: são geralmente verbos direcionais, onde a orientação (ou direção), aspectos do movimento, marcam as pessoas do discurso. No ponto inicial a concordância com o sujeito, e no final com o objeto. Pode também ser equivalente à voz ativa e passiva do verbo. Exemplo 1: 1sPERGUNTAR2s "eu pergunto a você"; 2sPERGUNTAR1s "você me pergunta" Exemplo 2: 1sRESPONDER2s "eu respondo a você"; 2sRESPONDER1s "você me responde" b) Concordância de gênero: são verbos classificadores porque apresentam a característica de incorporação do "objeto". A eles estão incorporados, através da configuração de mão, a uma concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA. Por exemplo: pessoaANDAR (configuração da mão em V ou D); veículoANDAR/MOVER (configuração da mão em B, palma para baixo) animalANDAR (configuração da mão em 5, palma para baixo); Outros exemplos: cortar, lavar, crescer, abrir, fechar. Dependendo do objeto a ser incorporado a ação se transforma em concordância com o tipo do "objeto". c) Concordância com a localização: são verbos que começam ou terminam em um determinado lugar que se refere ao lugar de uma pessoa, coisa, animal ou veículo, que está sendo colocado, carregado, etc., portanto o ponto de articulação marca a localização. Exemplos: COPO MESA coisa arredondadaCOLOCAR CABEÇA ATIRAR Existe ainda um grupo especial de sinais chamado de multidirecionais, como é o caso dos verbos andar e ver, que têm características próprias e pouco se relata sobre eles. Sabe-se que esta direcional idade está relacionada com a concordância de número-pessoal ou de gênero. Estes tipos de concordância podem coexistir em um mesmo verbo. Assim, há verbos que possuem concordância de gênero e localização, como o verbo COLOCARacima; e concordância número-pessoal e de gênero, como o verbo DAR. Concluindo, pode-se esquematizar o sistema de concordância verbal, na Libras, da seguinte maneira: a) concordância número-pessoal = parâmetro orientação de mão b) concordância de gênero e número = parâmetro configuração de mão c) concordância de lugar = parâmetro ponto de articulação Há quem diga que "direcional" obrigatoriamente deva ser uma característica exclusiva dos verbos. É bem verdade que é em maioria. Porém, na contramão desta afirmação estão vários sinais que não têm função verbal e se comportam com as mesmas características de concordância, como: MEU-SINAL, MEU-NOME. Aspectos Linguísticos em Libras Palavras que geralmente usam sinais correspondentes à forma de letras ou números (oriundos do alfabeto manual) Exemplo: "C" - depressa, quente, cunhado, etc. "4" acusar, quarta-feira, conhecer admirar, amigo,etc. "5" = inteligente, gritar, quinta-feira, explorar, etc. "y" - bobo, triste, sofrer, vaca, etc. Palavras simples de um sinal por mão direita. Ex.: amigo, café, avião, sábado, etc. Palavras compostas de dois ou mais sinais. Exemplo: Açougueiro: homem+vende+carne. Piloto: homem+direção+avião Avô: homem+benção+velho Palavras que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados ao mesmo tempo, ou movimentos de uma das mãos sobre outra parte do corpo parado. Exemplo: cadeira, nervoso, papel, chocolate; Palavras que podem ter mais dois movimentos iguais realizados ao mesmo tempo. Exemplo: empregada, diferente, namorada, calma, feriado. Palavras que tem sinal, mas não há movimentos de mão, somente de face. Exemplo: Roubo, ato sexual. Palavras que tem sinais e sentidos diferentes, mas que mantém a mesma forma em português. Exemplo: Faltar: Ele faltou na escola (verbo- não comparecimento) Faltar: Faltou pão ontem (verbo- insuficiência) Frases que tem um sinal somente Exemplo: Quantos anos você tem? - Idade Estou com fome - Fome. Em Língua de sinais não se usa preposição e nem artigos. Exemplo: Língua Portuguesa: Eu vou a Igreja. Língua de Sinais: Eu ir Igreja. Texto para interpretar: Boa Tarde. Meu nome é................................... Meu sinal é.............................. Eu sou ouvinte. Eu estou aprendendo Libras. Estou no nível intermediário e meu instrutor é ouvinte (ou surdo). O nome dele é..................... e o seu sinal é............................. Eu quero aprender Libras para poder me comunicar melhor com Surdos. Obrigado. Peça a seus alunos que faça a tradução do texto acima em sinais me gravando um vídeo. Observação :Peça que certifiquem que ao realizarem os sinais se atentem a localização das mãos para que as mesmas sempre apareçam nos vídeos gravados. Ditado / Datilologia Iconicidade e Arbitrariedade Para Crátilo, a língua é o espelho do mundo, o que significa que existe uma relação natural e, portanto, similar ou icônica entre os elementos da língua e os seres por eles representados. Para Hermógenes, a língua é arbitrária, isto é, convencional, pois entre o nome e as ideias ou as coisas designadas não há transparências ou similaridade. Sócrates, por sua vez, tem o papel de fazer a integração entre os dois pontos de vista (Wilson & martelotta, p. 71, 2010). Em Pierce, as relações de Iconicidade do signo com o mundo não linguístico contrapõem-se à arbitrariedade do signo, em Saussure. Simões lembra nöth (1999), para quem "é icônica a representação do mundo pela língua em nossa mente" (cf. Simões, 2006). Direcionando tais definições às línguas de sinais, muitas vezes elas são consideradas puramente icônicas por serem de uma modalidade diferente, acreditando-se que os sinais são criados a partir da representação do referente. É certo que alguns sinais podem ser realizados de acordo com a característica daquilo que se refere, mas, de acordo com Strobel & Fernandes (1998), isto não é uma regra, já que a maioria dos sinais em libras é arbitrário, ou seja, não mantém uma relação alguma com o referente. SINAIS ICÔNICOS A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a LIBRAS é produzida e percebida pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais são o "desenho" no ar do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza linguística, a realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da LIBRAS são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu referente. Uma foto é icônica porque reproduz a imagem do referente, isto é, a pessoa ou coisa fotografada. Assim tambémsão alguns sinais da LIBRAS, gestos que fazem alusão à imagem do seu significado. Isso não significa que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas. Cada sociedade capta facetas diferentes do mesmo referente, representadas através de seus próprios sinais, convencionalmente, (FERREIRA BRITO, 1993). SINAIS ARBITRÁRIOS São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da realidade que representam. Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as línguas de sinais não eram línguas por serem icônicas, não representando, portanto, conceitos abstratos. Isto não é verdade, pois em língua de sinais tais conceitos também podem ser representados, em toda sua complexidade. Entendend o O que você entende por Cultura Surda? --------------------------------------------------------------------------------------------------- -- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- ----------------------------------------------------------------------------------------------- ------ --------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------- -- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- ----------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------- -- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- ----------------------------------------------------------------------------------------------- ------ --------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------------------------------------- -- ------------------------------------------------------------------------------------------------- ---- ----------------------------------------------------------------------------------------------- ------ --------------------------------------------------------------------------------------------- 2- Escolha um dos trechos abaixo e sinalize para seus colegas e professores: A) " O Raul perguntou você não acertou pegue seu banquinho e sai de mansinho". B) "Todo dia a mesma coisa, acordar, trabalhar, estudar, comer e dormir...Como fazer diferente? " C) "Pipoca na panela começa a estourar, pipoca com sal que sede que dá. Quero ver pipoca pular... pipoca com guaraná..." Tipos de Frase A Língua de Sinais utiliza as expressões faciais e corporais para estabelecer tipos de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa, interrogativa exclamativa, imperativa ou negativa precisa-se estar atento às expressões facial e corporal que são feitas simultaneamente com certos sinais ou com toda a frase. Abaixo, as características básicas das expressões faciais correspondentes aos tipos de frase: AFIRMATIVA: Expressão facial neutra ou ligeiro movimento com a cabeça para cima E para baixo. INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e ligeiro movimento da cabeça para cima. EXCLAMATIVA: Sobrancelhas levantadas, e ligeiro movimento da cabeça para cima E para baixo. IMPERATIVA: Sobrancelhas franzidas, movimento firme da cabeça para baixo. NEGATIVA: Caracterizada pelo movimento lateral da cabeça para um lado e para O outro, curiosamente existem pelo menos 4 formas de ser efetuada: 1 - Simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça. Recomendado para a maioria dos casos de verbos invariáveis. Ex.ª: conhecer, entender, fazer. 2 - Sinal com movimento contrário marcado pela orientação das mãos. Ex.ª: gostar, querer e aceitar. 3 - Sinal próprio de negação. Ex.ª: poder, ter, saber 4 - Acréscimo do "NÃO" após o verbo, geralmente em casos de ênfase. Ocorre principalmente com verbos invariáveis e direcionais, e jamais nos Casos 2 e 3. Ex.ª: viver, aprender, ajudar Atividad e Responda rápido em Libras? 1) Quem está sentado a sua Direita? 2) Quem está sentado a sua esquerda? 3) Quem está sentado à sua frente? 4) Quem está sentado atrás de você? Dinâmica em grupo: Peça que todos os alunos sente-se em um círculo. De modo que todos possam ver-se. Em seguida estabeleceremos a princípio três a quatro termos para uso. 1) Meses do ano 2) Cores 3) Animais 4) Família Cada participante deve fazer um sinal referente a um destes termos, o professor pode falar em voz alta o sinal, porém participantes não poderão falar. E assim cada um faz um sinal utilizando estes termos ... deve ser utilizado a atenção, pois os sinais não poderão se repetir. Se o participante tem 5 segundos para realizar o sinal, senão conseguir vai saindo da roda até que sobre pena um. Sistema Sintático A Sintaxe é a parte da gramática de uma língua que estuda a disposição ou ordem das palavras na frase e a disposição ou ordem das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Segundo Valentini, /VAL95/, o estudo da descrição quanto à relação dos elementos estruturais e das regras que regem a combinação de sentenças ainda não é completo na Libras. Porém, apresenta regras próprias e básicas. O que se pode afirmar é que as línguas de sinais apresentam pouco uso, ou nenhum, de artigos, preposições e conjunções. Também, por vezes, ocorre omissão dos verbos de ligação como ser, estar, ficar, ter, haver e demais verbos que estejam cumprindo com a função de verbo auxiliar ou de ligação. Entretanto, Brito, citado em /VAL95/, afirma que a organização sintática básica dos sinais, dentro de uma oração em LIBRAS, segue a mesma ordem das línguas orais: Sujeito - Verbo - Objeto que são princípios universais de ordem das palavras. Outros autores já têm defendido a ordem Objeto - Sujeito - Verbo, argumentando ser esta a ordem mais natural da Língua de Sinais "nativa" e que devemos respeitar sua construção cultural natural. Existem também outras correntes que têm militado em defesa da ordem canônica das línguas orais, Sujeito - Verbo - Objeto, e ignorando a origem cultural, educacional dos alunos surdos, têm imposto no ensino fundamental o uso da Libras nesta plataforma sintática, construindo assim, uma nova geração de surdos que naturalmente farão uso deste sistema sintático, em detrimento do sistema sintático nativo, natural. A despeito destas grandes controvérsias e de estarmos longe de um consenso em relação à correta sintaxe da Língua de Sinais, o que se tem verificado na prática é que dentro da cultura surda, dependendo da classificação da identidade surda, nível escolar, social e cultural, haveremos de conviver com divergências na construção das ideias em uma sintaxe única e padronizada. Isto somente ocorrerá quando houver se desenvolvido o suficiente no que se refere à gramática da Língua de Sinais, que por enquanto, ainda está em fase de construção e aprimoramento, tendo-se em vista que apesar da Língua de Sinais estar sendo utilizada por comunidades surdas há anos, só foi considerada língua oficial no Brasil em 2002. A partir de então, esforços estão sendo envidados para a organização dos sinais, e a construção de uma gramática mais consistente e efetiva. Outro dado importantíssimoque devemos considerar para efeito de estudos sintáticos da LS é a frequente utilização do Tópico-Comentário pelo surdo na construção de suas frases. Neste modelo, temos a topicalização do objeto, ou seja, o objeto passa a ser o tópico de sentença, enquanto que o verbo, o sujeito e os demais componentes configuram o comentário do tópico. Conforme publicação do INES: "Em estudos anteriores, dissemos que a ordem preferencial das sentenças da LIBRAS era SVO quando não havia topicalização ou verbos com flexão ou direcionais. Porém, estudos mais aprofundados, apesar de não desmentirem o que dissemos, mostraram que a topicalização é muito mais frequente do que se pensa à primeira vista em LIBRAS. A ordem tópico-comentário é realmente a preferida quando não há restrições que impeçam certos constituintes de se deslocarem. " http://www.ines.gov.br/ines_livros/35/35_004.HTM Infelizmente o Link foi removido pelo INES, mas o conteúdo "A língua de sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, enquanto a língua portuguesa evita este tipo de construção" pode ser encontrado em material do MEC no endereço abaixo: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf No que diz respeito à ordem das palavras ou constituinte, há diferenças porque o português é uma língua de base sujeito-predicado (S-V-O) enquanto que a LIBRAS é uma língua do tipo tópico-comentário (O-S-V). Uma corrente atual fortíssima que não podemos ignorar é a da "Linguística", que mal interpretada com sua "tendência à permissividade" valoriza o contexto do uso da língua, onde o usual determina a regra, sem respeito às normas cultas. Para uma boa comunicação em uma sociedade é necessário um padrão de linguagem - norma culta - que seja uniforme entre os "falantes". Para tanto, ela precisa ser rigorosamente controlada, regulamentada, normatizada. É justamente essa a tarefa da Gramática: normativizar a língua, exercer esse controle que garante a uniformidade da norma culta. Mas a Linguística parte do princípio de que a norma culta, embora seja importantíssima, não é o único padrão linguístico existente, e na verdade a maior parte da população se comunica a maior parte do tempo em outras normas que não a norma culta. Este fenômeno ocorre também nas línguas orais. Vemos também que na construção das frases utilizamos muitos outros elementos que não se enquadram nos três principais (Objeto, Sujeito, Verbo), e que nem sempre seguem uma sequência lógica dentro da frase. É o caso de alguns advérbios, conjunções, elementos de ênfase e outros recursos da língua. Para ampliar o conceito de Objeto - Sujeito - Verbo na sintaxe da Libras Nativa apresentaremos o esquema abaixo, desenvolvido com exclusividade aqui no Blog: 1. Sinal de PEDIR: Com significado de COM LICENÇA ou POR FAVOR, usado preferencialmente no início da frase. 2. TEMPO: Qualquer advérbio de tempo (hoje, ontem, amanhã, semana, mês, ano) qualquer data ou mesmo um evento pode funcionar como marcador de tempo. Preferencialmente usado no início da frase. 3. OBJETO: É o componente que representa o núcleo, a essência das frases. Sem ele não há frase. Pode vir acompanhado de complementos. Para identificá-lo basta perguntar: "De quem se fala? " Ou "Do que se fala? ". 4. SUJEITO: Pode ser um nome, um pronome. Está sempre ligado ao verbo, pois é ele que executa ou sofre a ação. (1ª pessoa frequentemente omitido na LS). 5. VERBO: Representa o modo de atividade ou estado de pessoas, animais ou coisas. 6. ÊNFASE: Usada para dar força ou importância. (VERDADE, SEMPRE, N-U- N-C-A, NÃO, paralelismo negativo). Utilizada preferencialmente ao final da frase. 7. ELEMENTOS INTERROGATIVOS: podem ser um pronome interrogativo (quem, qual, onde, por que, como), um verbo ou qualquer outro que esteja cumprindo com a função de interrogar. Para identificá-lo é simples. Basta fazer a pergunta e observar a resposta. Ex.ª: Você gosta de futebol? R: Gosto. => Aqui o verbo GOSTAR tem a função de agente interrogativo. Segundo o INES, "Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no início da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM, quando está sendo usado com o sentido de "quem é" ou "de quem é" são mais usados no final. Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos pronomes interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUE, e para a utilização, no início da frase, do pronome interrogativo POR-QUE, mas os primeiros podem ser usados também no início e POR-QUE pode ser utilizado também no final". Conclusão: Como pudemos observar, o importante é que os pronomes interrogativos sejam utilizados preferencialmente no final da frase, como é mais usual na comunidade surda. Referencial Bibliográfico: INES, MEC Parte 7, Valentini, Britto, Quadros Atividade 2: Bingo dos nomes Material Necessários : canetas, cópias do quadrado elaborado, prémios (balas, pirulitos, alfabetos manuais, etc.,) Procedimento: Prepare um quadro conforme o modelo. Entregue a cada participante uma cópia do quadro onde ele deve coletar assinaturas, uma em cada quadrado (se o grupo tiver menos de 25 participantes, podem repetir as assinaturas.). Dê um sinal inicial e explique aos participantes, que devem colher assinaturas dos outros membros do grupo. O objetivo é promover maior contato entre os integrantes do grupo. Coletadas as assinaturas, todos devem se assentar. Depois, comece a chamar os nomes dos integrantes do grupo. A pessoa chamada deve ficar em pé para ser identificada pelos demais e pode dar alguns dados pessoais, como procedência, profissão e etc. (Em Libras). Todos os que colheram a assinatura daquela pessoa devem marcar um "X" no respectivo quadrado. Quem primeiro conseguir preencher cinco quadrados alinhados na horizontal, vertical ou diagonal, recebe o prêmio. Conversando em Libras Situação: Bate-papo (duas pessoas conversando sobre a visita que receberam) A) ONTEM PESSOAS GRUPO VISITAR ESCOLA (MUITO) BOM! (A visita de ontem na escola foi muito boa) B) VERDADE. LEGAL PESSOAS BRASIL DIFERENTES (É mesmo, foi legal ver pessoas de diferentes estados do Brasil) A) GOSTAR MAIS PESSOAS BAHIA SEMPRE ALEGRE. (Eu gostei mais dos baianos, eles estavam sempre alegres) B) EU VONTADE CONHECER BAHIA, MAS (MUITO) LONGE... (Eu Tenho vontade de conhecer a Bahia, mas é muito longe...) A) FUTURO PODE... (Quem sabe no futuro?) B) PODE...AGORA VOLTAR TRABALHAR OK? TCHAU (Pode ser... Agora preciso voltar a trabalhar ok? Tchau...) A) TCHAU, A NOITE ENCONTRAR. (Tchau, a noite nos encontramos) Sistemas de Classificação Sistemas de Classificação são estruturas complexas e ainda muito pouco exploradas pelos ouvintes intérpretes porque dependem de elementos próprios da cultura surda, os quais não são meramente aprendidos a partir da imitação, como acontece com a maioria dos sinais. Por isso os ouvintes têm mais dificuldade em reproduzi-los do que os surdos que o fazem naturalmente ancorados pela sua base cultural natural. Enfatizando essa ideia de complexidade, reitero ser este estudo uma mera base estrutural que nos ajudará a compreender um pouco deste vasto campo de estudo composto pelos Sistemas de Classificação. Para isto, é válido lembrar que existem algumas regras que permeiam esta ferramenta valiosíssima da Língua de Sinais. Por exemplo, as (C.M.) utilizadas para cada objeto ou ação representada. "D" para pessoa "5" para animal "C" para objetos cilíndricos "1" para formas geométricas "B" para superfícies planas "Y" para objetos multiformes e irregulares "G" para objetos finos e longos Sistemas de Classificação são conjuntosde elementos visuais, entre os quais se podem encontrar ou definir relações para a visualização da imagem mental. Essa comunicação não-verbal, a icônica, não fala apenas no plano consciente, mas, consegue chegar às profundezas do inconsciente. Baseando-se em sistemas de classificação, os surdos visualizam uma imagem mental configurando com as mãos, e retratam a imagem para manter uma comunicação com mais clareza de detalhes. Os traços essenciais desses sistemas com movimentos e ritmos de imagens, articulados num ícone apresentam relações análogas para a comunicação, que é formada a partir de cortes, descrição de um objeto, pedaço de uma cena ou ação, e as relações de umas com as outras, formando um painel de mosaicos com fluência e ritmo. Não há forma sem significado, nem significado sem forma. Essa semântica, esse significado peculiar é que retrata tanto a ação como a descrição em estruturas funcionais. Porém o significado de uma forma depende do repertório, e este é o significado real da linguagem. Mas, esse repertório varia de pessoa para pessoa, dependendo da vivência e da cultura de cada um, e a cultura depende da faixa socioeconômica em que se situa a pessoa, pois a formação e a informação dependem de muitos outros fatores. O Sistema de Classificação nos permite explicar com clareza, frases, palavras, coisas e situações que não possuem sinal próprio. A divisão que apresentamos a seguir é meramente didática, pois os sistemas se interligam e se inter-relacionam intrinsecamente. Essa tomada de imagens segue certa sequência que não se pode traduzir palavra por palavra, pois a estrutura da Língua Portuguesa é diferente da Língua de Sinais. a) Sistema Descritivo: Toda e qualquer descrição, poderá valer-se do uso de figuras geométricas. Esta descrição deverá expor minuciosamente os elementos visuais (forma, tamanho, textura e se precisar, a cor) e traçar a figura geométrica do desenho do objeto. b) Sistema Específico: Este sistema deve retratar características especiais, com explicações minuciosas, esmiuçar as particularidades das partes do corpo dos seres animais. Ex.ª: forma e tamanho dos pelos (comprido, curto arrepiado). c) Sistema Funcional: Deverá reproduzir a imagem da ação, a maneira como um corpo ou parte do corpo age e atua. Esse movimento, configurado com as mãos, deverá retratar o comportamento e/ou funcionamento de qualquer corpo. Ex.ª: mordida de animais, movimento dos olhos, trejeitos. d) Sistema de Locação: Deverá reproduzir a imagem de como um corpo se relaciona num determinado lugar, definindo posições, localizações e expressões dessa correspondência. Ex.ª: sobre a mesa, no ar, no céu, etc. e) Sistema Instrumental: Deverá reproduzir a imagem de como se serve, se utiliza alguma coisa. Ex.ª: vassoura varrendo, gaveta abrindo, abrindo tampa de garrafa ou vidros, ferramentas. f) Sistema de Pluralização: Esse sistema classifica números determinados ou indeterminados de alguma coisa, pessoa ou animal. Ex.ª: pessoa (s) ou animal (si) indo e vindo. g) Sistema de Elementos da Natureza: Reproduz a imagem de elementos que não são sólidos. Ex.ª: o ar, a fumaça, a água líquida, a chuva, o fogo, a luz etc. Referências Bibliográficas: A Imagem do Pensamento - Editora Escala INES Contexto s Sinalize: • Ele veio para cá a pé? ELE VIR ANDAR? • Ele veio a cavalo? ELE VIR CAVALO? • Viajei de carro para São Paulo. VIAJAR CARRO PARA SÃO PAULO. • Fui de ônibus leito para o Rio de Janeiro. VIAJAR ONIBUS LEITO RIO DE JANEIRO. • meu pai chegou de trem. MEU PAI, CHEGAR TREM. • eu vim de moto. EU VIR MOTO. • Ele chegou atrasado porque o ônibus quebrou. ONIBUS QUEBRAR CHEGAR ATRASAR. • É melhor vir de metrô. METRO MELHOR VIR. • Ela saiu de bicicleta, mas voltará logo. SAIU BICILETA, MAS VOLTAR RÁPIDO. Dicas o Professor pode escrever as frases : em pequenos papeis para sorteio assim cada aluno poderá sinaliza a sua frase e o restante dos alunos terão que legendar. Famosos Surdos Você sabia? De acordo com o Senso 2000 do IBGE a população surda brasileira é de 3,4%, sendo que declaradamente este índice não passa de 1%, cerca de 170.000 pessoas. Já no Senso 2010 temos a cifra de 5,1 % ou seja: 9.722.163 pessoas com algum grau de surdez. Uma realidade bem diferente. Não que esta diferença tenha ocorrido de 2000 para 2010. Mas, pela mudança expressiva nos critérios de pesquisa, que agora contam com um questionário bem mais abrangente, o que possibilitou uma visão bem mais realista sobre a população surda brasileira atual. Nomenclatura s Nunca use o termo SURDO-MUDO! Além de ter conotação pejorativa, não traduz a realidade de fato. Surdez e mudez são coisas distintas e raramente encontra-se a ocorrência de ambas em um único indivíduo. A forma mais bem aceita para designar um surdo é "SURDO". Se estiver fazendo menção a outras áreas, pode-se utilizar a expressão "PESSOA (S) COM NECESSIDADES ESPECIAIS" E não se esqueça de evitar rótulos como DA (deficiente auditivo), PPD (pessoa portadora de deficiência), PNE (portador de necessidades especiais), PCD (pessoa com deficiência), etc. Fazendo assim você estará contribuindo para que a cultura surda seja respeitada. Componentes da Língua de Sinais 1. Parâmetros Primários: a) Configuração Das Mãos (CM): A forma que a mão assume na realização de um sinal. Ex.ª: Telefone( Y ) / Branco ( B ) b) Ponto De Articulação (PA): É o espaço onde são articulados os sinais: em frente ao corpo (neutro) ou uma região do próprio corpo (cabeça, tronco, braços e mãos). Ex.ª: Sábado (Boca); Aprender (Testa). Trabalhar e Brincar (Neutro). c) Movimento (MV): Parâmetro complexo que pode envolver uma vasta rede de formas e direções. Caracterizado pelo deslocamento das mãos no espaço na realização de um sinal. Ex.ª: Semana (translação); Quando (rotação). 2. Parâmetros Secundários: a) Disposição da(s) Mão(s) (DM): A articulação dos sinais pode ser feita apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso as mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então apenas a mão dominante e a outra funciona como (PA) ou é neutra. b) Orientação da(s) Mão(s) (OM): É o que determina a posição das palmas das mãos, se voltadas para baixo, para cima, para esquerda, para direita, podendo haver mudança na orientação durante a execução do movimento. Direção, idéia de oposição, contrário ou concordante. c) Região de Contato (RC): Refere-se à parte da mão que entra em contato com o corpo. 3. Componentes Não Manuais da Libras: a) Expressão Facial (EF): A expressão facial tem o papel de indicar diversos elementos que não podem estar presentes nos sinais como: pontuação, emoção, ênfase, ironia, etc. É importante utilizar uma expressão fisionômica adequada para que as emoções implícitas nas frases sejam bem compreendidas. Elas devem ser utilizadas simultaneamente com os sinais. Afirmação: Neutra Interrogação: Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima. Exclamação: Sobrancelhas levantadas; ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo; boca fechada com movimento para baixo (intensificador). Negação: Possui 4 (quatro) formas básicas: a) simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça e expressão Facial. (Recomendado) b) Incorporação de um sinal com movimento contrário. Ex.ª: Gostar, Querer, Aceitar. c) Incorporação de um sinal específico de verbo negativo. Ex.ª: Poder, Ter. d) Acréscimo do sinal "NÃO" após o verbo. Exceto casos b e c. b) ExpressãoCorporal (EC): As Línguas de Sinais utilizam-se das expressões faciais e corporais para estabelecer tipos de frases equivalentes aos recursos de acentuação da língua portuguesa que definem os modos em que se encontram as frases. Por isso, é importante dedicar muita atenção às expressões faciais e corporais feitas simultaneamente aos sinais, a fim de identificar o modo em que se encontra a frase, além de agregar ricos valores gramaticais. Vocabulário O vocabulário desta edição se constitui de os alunos aprenderem a fazer a descrição dos sinais. Utilizando assim dos recursos de memorização e aprendizagem dos parâmetros das Libras. Palavras a serem descritas: O que: Querer: Conta: Banco: Dinheiro: Abrir: Guardar Poupança: Certo: Documento Identidade Trazer Cpf: Luz Telefone: Precisar: Ter: Endereço: Agora: Pode: Hora: Amanha: Voltar: Obrigado: Coleta de dados Material necessário : um formulário preparado com antecedência com espaços a serem preenchidos pelos alunos. Procedimento: O professor distribui o formulário entre os alunos preencherem as informações solicitada. Ao chegarem na sala eles deveram trocar de formulário e cada aluno deverá apresentar em Libras o formulário do amigo. Variações Linguísticas (dialetos) Apesar de ainda não haver estudos conclusivos sobre variações linguísticas na Libras, podemos discorrer pelos aspectos mais relevantes e ampliarmos um pouco nossa visão sobre regionalismo. Muitos leigos, equivocadamente, têm a Língua de Sinais como universal. Deste tópico já tratamos no tema "A Universalidade das Línguas de Sinais". Outros imaginam que a Língua de Sinais falada no país é uniforme e padronizada. Eis aqui outro grande equívoco. Os principais fatores desencadeantes deste processo são: cultural (literatura, artefatos), - tema bem abordado por Karin Strobel em seu livro "As Imagens do Outro Sobre a Cultura Surda", geográfico, econômico e principalmente social (oportunidade, preconceito, discriminação). Neles estão contidas as explicações para as variações, não só de léxico, vocabulário, mas também, e principalmente no aspecto morfológico e semântico. Se ignorarmos estes pormenores, deixaremos de reconhecer as muitas diferenças de vocabulário, expressões idiomáticas, gírias locais, dialetos (ramificações de uma determinada língua relacionada a uma região), polissemias e até mesmo de sotaque. Por isso devemos colocá-los todos como corresponsáveis para uma análise mais ampla e realista do retrato nacional da Libras e suas variantes. As maneiras como as pessoas de regiões diferentes enxergam o mundo, ainda que num mesmo país, difere em muito. A bagagem sociocultural de cada indivíduo e sociedade interferem na elaboração do signo, seja na criação do significante ou na produção do significado. A psicóloga Walkiria Duarte Raphael, uma das autoras do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Edusp, 2001), afirma "a unidade linguística é um mito mesmo na linguagem por sinais". No passado, o isolamento era grande. Os sinais eram passados de geração a geração e se restringiam à representação do cotidiano, nada muito específico. Hoje, a presença no ambiente escolar tem estimulado a criação de muitos novos sinais, já que há disciplinas e termos técnicos, além de permitir o contato do estudante com os sinais de outras regiões. Mas nem sempre os surdos encararam com bons olhos o contato com sinais de outras regiões, percebemos que diante de um termo diferente os surdos tendiam a dizer que aquele sinal estava "errado". Hoje, as variações são mais aceitas. - A própria comunidade surda tinha uma rixa. Daí a resistência dos surdos em aceitarem sinais de outras culturas. Tínhamos de convencê-los de que aquele sinal era representativo para determinada região. Havia bairrismo - diz. É inegável a influência da Língua Portuguesa, que acaba por determinar a constituição de vários elementos semânticos, estruturais e discursivos da Língua de Sinais. Isso não deixa de acontecer também no universo das gírias. Mas, a despeito de todas estas diferenças, todos os usuários da Libras conseguem comunicar-se uns com os outros e entendem-se bem, apesar de não haver sequer dois que façam sinais da mesma maneira - explica a linguista Odenir Becker Karnopp. Há, sim, uma tentativa de padronização das associações de apoio ao surdo. Há muitos sinais que já são padronizados e usados em congressos, por exemplo. Mas é preciso respeitar a diversidade - comenta Walkiria Duarte. A mesma diversidade, aliás, que torna a Libras e a Língua Portuguesa admiradas pelos seus usuários. Fonte: Walkiria Duarte Raphael, Lodenir Becker Karnopp, Karin Lilian Strobel em http://www.jorwiki.usp.br/gdmat08/index.php/Regionalismos_da_l%C3% ADngua Abaixo, definições teóricas dos dois tipos de dialetos encontrados na Libras: Dialeto Regional Ocorrem grandes diferenças na composição do sinal devido a origem regional de um mesmo país. (Regionalismo) (LP: idiossincrasia, LS: tautologia). Dialeto Social Ocorre variação morfológica, onde certos traços da língua (CM, PA, MV, DM, OM, RC) sofrem pequena variação. Isto se deve geralmente às diferenças culturais, educacionais ou sociais. Respond a Você conhece profissionais surdos de que áreas? ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ 2- O que você tem a dizer sobre os surdos no mercado de trabalho? Há alguma profissão que você acha que os surdos não podem exerce? ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................Profissões e afins: Vocabulário: Pesquise os sinais abaixo: Conseguir emprego: Estagiário: Aposentar: Empregado: Salário: Carteira de trabalho: Procurar: Demitir/ser demitido: Abandonar/pedir demissão: Dicas: Converse com Surdos (em Libras) sobre profissões que eles gostariam de exercer. Dinâmica: Soletrando Ao mesmo tempo que serve de quebra-gelo, este jogo ajuda também a introduzir um tópico a ser discutido na sala. Material necessário: Folhas de sulfite, divididas ao meio, uma letra deve ser escrita em cada folha soletrando o tema (a palavra-chave) daquela aula. De preferência a palavra deve ter no mínimo sete letras. Procedimento: Cada time recebe um jogo de folhas e repassa a seus membros. Um membro é escolhido como secretário para anotar as palavras formadas pelo time. Dado os sinais, os membros do time precisarão se mexer para formar tantas palavras quanto possível só usando as letras recebidas. Para valer os membros dos times tem de se deslocar e entrar numa fila mostrando a nova palavras. Quanto maior a palavra, mas pontos recebe. Sugerimos que as palavras com três letras recebam um ponto, com um ponto "bônus "para cada letra a mais usada (por exemplo uma palavra de quatro letras receberia dois pontos, de cinco letras três pontos, ETC). As palavras formadas não podem ser nomes próprios. Não deve conter o singular de palavras já listadas no plural, nem mudanças de gênero. Cada grupo deve integrante deve soletrar suas palavras sendo o grupo recebendo o ponto a quem conseguir interpretar. Atividade s: Qual é a língua que você sabe falar? VOCÊ SABER FALAR LINGUA QUAL? Qual é a nossa língua? LÍNGUA NOSSA AQUI? Qual é a língua dos Surdos? LINGUA DOS SURDOS QUAL? Em que língua que você sabe escrever? VOCÊ SABER ESCREVER QUAL LÍNGUA? Qual é a língua que você sabe ler? VOCÊ SABER LER QUAL LÍNGUA? As línguas no mundo ASL - American Sign. Language - Língua de Sinais Americana FSL - French Sign Language - Língua de Sinais Francesa BSL - British Sign Language - Língua de Sinais Britânica LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais (LSCB e LSB) VOCÊ VIAJAR JÁ OUT@ PAÍS,ONDE? NOME CIDADE VOCÊ CONHECER JÁ, QUAIS? VOCÊ AMIG@ TER MORAR PAÍSES OUTR@? QUAIS? VOCÊ GOSTAR MAIS PAÍS, QUAL? POR QUÊ? VOCÊ ENCONTRAR JÁ ALGUM@ SURD@ PAÍS OUTR@? COMUNICAR JÁ EL@ LÍNGUA-DE-SINAIS? COMO? Sistema de Transcrição da Língua de Sinais Sistema de Transcrição A transcrição é uma forma de documentar a língua sinalizada através da convenção de um sistema de notação com palavras e símbolos. Trata-se de uma ferramenta importantíssima nos estudos surdos da Língua de Sinais, pois permite representar linearmente a LIBRAS, que é espacial, visual e tridimensional, registrando detalhadamente o que foi dito e como foi dito com todos os elementos e recursos linguísticos utilizados pelo falante de LIBRAS. PALAVRA EM LETRA MAIÚSCULA: Sinal simples, item lexical - L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN: Datilologia - L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN EM ITÁLICO: Soletração Rítmica, sinal soletrado, empréstimo linguístico. - PALAVRAS-UNIDAS-POR-HÍFEN: Sinais compostos oriundos da Língua Portuguesa ou quando traduzidos com mais de uma palavra da LP. Ex.ª: negações. @ ARROBA: Designar ausência de desinência de gênero e número. ̂CIRCUNFLEXO: Sinais compostos da LSB representados por duas ou mais palavras da LP, com a ideia de uma única coisa. SOBRESCRITO: Incorporações de advérbios ou intensificadores e traços não-manuais feitos simultaneamente aos sinais representando tipos de frase (afirmativa, negativa, exclamativa, interrogativa e imperativa). SUBSCRITO: Concordância dos Classificadores, verbos que possuem concordância de gênero (pessoa, coisa, animal). : DOIS PONTOS: Alongamento do sinal. (()) DUPLO PARÊNTESIS: Comentários do (a) pesquisador (a). + "MAIS"APÓS PALAVRA: Marca de plural feita pela repetição do sinal. (+) "MAIS" ENTRE PARÊNTESIS: Pausas ou silêncios. EH, AH, IH, MHN, AHÃ: Pausas por hesitação. (...) RETICÊNCIAS ENTRE PARÊNTESIS: Transcrição parcial ou eliminação. /.../ RETICÊNCIAS ENTRE BARRAS: Traços não manuais e outros. # CERQUILHA: Turnos simultâneos. Os verbos que possuem concordância de lugar ou número-pessoal, através do movimento direcionado, estão representados pela palavra correspondente com uma letra em subscrito que indicará: a) a variável para o lugar: I = ponto próximo à 1a pessoa J = ponto próximo à 2a pessoa K e k' = pontos próximos à 3a pessoas E = esquerda D = direita b) as pessoas gramaticais: 1s, 2s, 3s = 1a, 2a e 3a pessoas do singular 1d, 2d, 3d = 1a, 2a e 3a pessoas do dual 1p, 2p, 3p = 1a, 2a e 3a pessoas do plural UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.e.) UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.d.) Sinal dobrado com as duas mãos, que originalmente é feito somente com uma das mãos, ou dois sinais estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, serão indicados com indicação das mãos: direita (md) e esquerda (me). Referencial Bibliográfico: Felipe (1988, 1991,1993,1994,1995,1996) Charadas Uma captação que certamente chamará atenção da classe envolve uma encenação não-verbal. No início da aula, sem ter falado nenhuma palavra, e com todos nas expectativas da lição começar, o professor começa a dramatizar silenciosamente os eventos principais de uma história, uma aplicação da história ou, como normalmente é feito em " charadas", uma frase u palavra-chave da aula que ele quer que os alunos gravem. Neste caso, o professor, (ou algum membro da classe escolhido com antecedência) deve sinalizar com os dedos quantas palavras na frase e/ou quantas silabas na palavra. Conversação / Diálogo "O encontro na feira de domingo" A) B) A) A) B) A) B) A) A) B) Oi, tudo bom..................................? Oi, tubo bom..................................? Maça hoje ter barato! Eu gosto comer - maça! Você gosta comer - maçã? Não, eu gosta - não comer - maçã! Eu gosta comer banana! Ele me@ filh@, nós - 2 gosta comer - banana! Vocês - 2 gosta chupar- laranja? Sim, muito! Preciso ir, tchau. Tchau Processo Anafórico Processo Anafórico, Anaforismo, Shifting ou Role-Play, é o recurso da Língua de Sinais que possibilita ao narrador, através de mudança de postura corporal, incorporar diferentes personagens de uma narrativa. Para o intérprete, em um discurso conversacional quando existe a troca de mensagens entre dois ou mais usuários, importante o domínio da técnica do anaforismo. Porém, este recurso exige excelente capacitação para assumir diferentes corporeidades em um único setting de tradução. Todos os objetos imaginados e criados nos campos anafóricos (construção tátil) e processos anafóricos (shifting ou role-play) exigem um poder de concentração extremo para serem utilizados e mantidos nos lugares corretos, para que os surdos compreendam claramente os textos e a relação entre esses personagens. São processos anafóricos exagerados, onde o intérprete se perde em seu delírio de projeção. Quando uma interpretação carece de fundamento coerente, real, equalizado, ela se torna incapaz de prender a atenção dos surdos; pelo contrário, acaba por lhes despertar sentimentos imediatos de estranheza e, consequentemente, rejeição. Empréstimos Linguísticos A Libras, como as demais línguas, também incorpora léxico de outras línguas. Existem casos em que a língua de sinais faz o empréstimo de palavras de uma línguaoral, e o fazem através da soletração manual. Exemplos como A-Z-U-L, N-U-N-C-A, O-I, V-A-I, seriam empréstimos que já foram incorporados ao léxico da Libras. A soletração manual não é, evidentemente, o processo único de formação dos vocábulos (sinais) em LIBRAS. Aliás, é responsável por uma parte pequena do léxico de sinais da Libras. A soletração manual das letras de uma palavra em português é a mera transposição espacial dos grafemas de uma palavra da língua oral, por meio das mãos; apenas um dos meios de se fazer empréstimos em LIBRAS. Assim como a palavra "xerox", em português, é um empréstimo do inglês, os exemplos citados ilustram o fenômeno do empréstimo em LIBRAS, pois, na maioria dos casos, existe o sinal correspondente à situação, ao objeto ou à ideia e não é necessário usar a soletração manual. Os Empréstimos Linguísticos podem ser: a) LEXICAIS: como o alfabeto Manual; b) DE INICIALIZAÇÃO: onde a configuração de mão é representada pela letra inicial correspondente à palavra em português (GOIÁS > CM=G), e, segundo Brito [BRI 95], há também o empréstimo de itens lexicais; c) DE OUTRAS LÍNGUAS DE SINAIS: que se referem a sinais cuja origem é um sinal em outra língua, geralmente um sinal de mesmo valor semântico (ANO > ASL, VERMELHO > LSF), há empréstimos; d) DE DOMÍNIO SEMÂNTICO: identificado na maioria dos sinais referentes a cores; e) DE ORDEM FONÉTICA: que são obtidos pela tentativa de representação visual do som que constitui a palavra em português, tal como são percebidas pelo surdo. Referencial Bibliográfico: Karin Strobel e Sueli Fernandes - Aspectos Linguísticos da Libras - SEED-PR Lucinda Ferreira Brito - (1995) Soletração Rítmica ou Sinais Soletrado s É um estágio da datilologia que apresenta forma, ritmo e movimento próprios. Algumas palavras parecem transformar-se em sinais (sinal soletrado), equivalendo ao timbre das palavras. Quase sempre há supressão ou aglutinação de letras. Ocorre frequentemente em nomes próprios e geralmente é derivada de empréstimo linguístico da Língua Portuguesa. Alguns sinais são realizados através da soletração expressa, uso das iniciais das palavras, cópia do sinal gráfico pela influência da língua portuguesa escrita. Estes empréstimos sofrem mudanças formativas, e acabam por se tornar parte do vocabulário da Libras. Ex.ª: N-U-N-C-A ou N-U-N = "nunca", B-R = "bar", S-L = "sal" ou "sol", A-Z-U-L = A-Z-L = A-L = "azul". MAIS EXEMPLOS DE SR: SE = S-I (MV para frente, O.M. para baixo) PAI = P-I (indicador tocando o buço e MV para frente com rotação do pulso) SAL / SOL = S-L (a diferença está no P.A. S-O-L > mais alto, S-A-L > mais baixo) VOVÔ = V-O-V-O (usando dedos polegar, indicador e médio, unindo as pontas dos dedos 2x) VAI = V-AI (O.M. para baixo, dedos apontados para frente, com MV para frente) SUCO = S-U-C-O (U horizontal, com a O.M. para baixo, C com O.M. para frente, e MV de rotação do pulso para fora e para dentro) ALGUMAS REGRAS GRAMATICAIS CONHECIDAS 1 - Formas: a) Arco lateral Ex.ª: O-I, L-U-I-Z, A-V, R-U-A, R-I-O, D-R, D-I-A, B-R, O-U-R-O b) Arco para frente e para baixo Ex.ª: F-I-M 2 - Monossílabos tônicos: soletrados para cima. Ex.ª: P-O-́ , P-A-́ 3 - Monossílabos terminados em "S" ou "Z": são soletrados para baixo. Ex.ª: G-A-S, G-I-Z 4 - Palavras terminadas em "U" e "X": há inversão da O.M. Ex.ª: O-U, V-I-U, E-X, M-A-U 5 - Palavras terminadas em R e L: têm o movimento final alongado. Ex.ª: M-A-R, S-O-N-A-R, M-E-L, V-A-R-A-L Referencial Bibliográfico: http://www.ines.gov.br Sueli R. Segala e Catarina K. Kojima - língua DE SINAIS - A Imagem do Pensamento Karin Strobel e Sueli Fernandes - ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA LIBRAS Alfabeto Manual e Datilologia O Alfabeto Manual é um tipo de sistema manual de representação quer simbólica, quer icônica, das letras e da ortografia dos alfabetos das línguas orais. Em todo o país o alfabeto é o mesmo. É formado por uma série de configurações de mão que correspondem às letras e números da língua escrita. O Alfabeto manual é pouco utilizado pelos surdos, principalmente os que têm pouco domínio sobre a língua escrita. A Datilologia é a arte de digitação, ou soletração do Alfabeto Manual. A datilologia, assim como a ortografia, precisa ser aprendida e treinada. É utilizada para: Traduzir nomes próprios, de pessoas, lugares, palavras que ainda não possuem sinal, ou identificar coisas novas, ambientes e pessoas que ainda não tiveram contato com a Libras; Auxiliar na intercomunicação entre duas línguas diferentes, explicando o significado de um sinal a um ouvinte ou ainda explicar ao surdo a forma escrita de uma palavra em língua portuguesa. O alfabeto manual, apesar de configurar-se como empréstimo linguístico, é um instrumento de grande valia para o processo de aquisição do português como L2, sendo utilizado como um meio para verificação, questionamento ou veiculação da ortografia da língua oral. Um Paralelo entre a Libras e o Portuguê s Pontos em Comum: a) ambas são sistemas de comunicação. b) São línguas naturais desenvolvidas por usuários nativos. c) São constituídas de níveis fonológicos (quirológicos) sintáticos e semânticos. Fonológicos = Fonema Querenas = Grego: Kirós = Mãos (Estudo dos movimentos das mãos) d) apresentam arbitrariedade ou convencionalidade. Ex.ª: LS - ver é feito com "V" errar é feito com "P" Ex.ª: LP - cachorro não se chama "AU AU" por que janela se chama "janela"? e) São dotadas de dupla articulação. Duas unidades mínimas sem valor contrastivo Podem criar uma unidade mínima de valor contrastivo. Ex.ª: VA (Sem acento não tem significado) CA (Sem acento não tem significado) VA + CA = VACA (valor com significado) f) apresentam variantes regionais (LP = idiossincrasia, LS = tautologia). Ex.ª: LP - mandioca = macaxeira = aipim LS - Branco, azul, verde g) ambas são estruturais e funcionais. h) os usuários nativos de Libras adquirem a linguagem tão rapidamente quanto as Crianças brasileiras adquirem a Língua Portuguesa. i) Palavras (sinais) que têm dois ou mais sentidos diferentes (polissemia). Ex.ª: LP - manga (fruta, pasto, de camisa) LS - não-Pode, não dá, ocupado. Doce, açúcar, sobremesa. Algumas Diferenças Básicas Próprias da Libras: a) Sinais correspondentes a uma configuração de mão (letras ou números) oriundos Do Alfabeto Manual. Ex.ª: "C" = depressa, quente, cunhado, tio "4" = acusar, quarta-feira, conhecer "Y" = bobo, triste, sofrer, vaca b) Sinais simples pela mão direita. Ex.ª: amigo, avião, sábado c) Sinais compostos de dois ou mais sinais. Ex.ª: faqueiro = caixa + guardar + faca + garfo + colher piloto = homem + dirigir + avião mãe = mulher + bênção d) Sinais que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados simultaneamente ou movimento de uma das mãos sobre outra parte do corpo parado. Ex.ª: cadeira, nervoso, papel, chocolate e) Sinais que podem ter dois movimentos iguais realizados ao mesmo tempo. Ex.ª: empregada, diferente, namorar, feriado f) Sinais que não apresentam movimento de mãos. Só da face. Ex.ª: roubo, ato sexual g) Sinais com sentidos diferentes, mas mantém a mesma forma em Português. Ex.ª: FALTAR/FALTA: Ausência - Ele faltou à aula. Insuficiência - Está faltando arroz. Falta em esporte - Zico cobrou a falta com perfeição. APAGAR: Desligar - Por favor, apague a luz. Limpar- Apagar o quadro negro. Fechar - Ela apagou o gás. h) Frases formadas a partir de um único sinal. Ex.ª: Estou com dor de cabeça. LS = dor-de-cabeça Quantos anos você tem? LS = idade i) Sinais que com uma mesma representação manual podem ter Significados diferentes quando associados à expressão facial diferente. Ex.ª: não-pode # cair-do-cavalo # ocupado Egoísta # problema meu # deixa comigo j) Expressões idiomáticas da LP que não encontram sinal correspondente Em Língua de Sinais. Ex.ª: "cair de gaiato", "pernas, para que te quero", "dando sopa", "vai tomar Banho! ", "chá de cadeira", "chorar o leite derramado", "isso são outros Quinhentos", "entrar pelo cano". Verbos de Ligação Chamados também de verbos auxiliares, e ao contrário dos verbos significativos, os verbos de ligação são responsáveis por fazerem a ligação do sujeito com o predicado e normalmente não têm o sentido principal da frase, denotando não a ação, mas o estado, a qualidade, a condição ou a situação do sujeito. Por isso, na Libras são geralmente omitidos da frase. Principais verbos de ligação: SER ESTAR FICAR TER HAVER CONTINUAR PERMANECER PARECER ACHAR ENCONTRAR ANDAR TORNAR-SE Nem sempre os verbos acima serão de ligação. Para fazermos uma correta análise, é preciso verificar o contexto em que estes verbos estão inseridos. Vamos usar como exemplo os verbos ANDAR e CONTINUAR: Exemplo 1 (ANDAR) O homem anda depressa. Andar neste contexto significa modo, maneira que o homem anda. É um verbo de ação (portanto não poderá ser de ligação). Aqui andar é verbo intransitivo. O homem anda preocupado. Nesse caso andar indica o estado em que o homem se encontra. Logo, trata-se de um verbo de ligação. Exemplo 2 (CONTINUAR) Ela continua feliz. Indica estado. Verbo de ligação. Ela continua sua tarefa. Indica ação. Verbo transitivo direto. Cultura Surda É tarefa difícil definir cultura surda. Podemos vislumbrar um conceito como um movimento social, formado a partir de uma minoria linguística, que está em oposição à cultura e ideologia dominantes. Os surdos procuram conviver harmoniosamente com grandes diferenças, dentre elas a mais marcante, a linguística. Esta comunidade está sempre procurando fazer valer os seus direitos políticos e sociais, lutando contra o estigma, o estereótipo, a deficiência, o preconceito, e o poder do ouvintismo. O que poderia ser um caminho por parte da nossa sociedade predominantemente ouvinte seria o amadurecimento da consciência de que a diversidade é fator contribuinte e não ameaça a cultura de um povo; aprender a respeitar a cultura surda como parte integrante de nossa cultura coletiva, e, consecutivamente; o reconhecimento e a valorização da identidade cultural surda como uma ferramenta apta a contribuir para o desenvolvimento de nossa cultura global. Vivemos no século 21, portanto é conveniente que adotemos uma nova perspectiva em relação a um futuro cada vez mais próximo. E uma nova perspectiva implica preencher um espaço que outrora fora habitado por uma concepção concordante com a mentalidade vigente da época, mas que atualmente torna-se ultrapassada e não deve mais se sustentar, em seus alicerces ruinosos que não mais se alinham à superfície das novas descobertas. Dentre as características mais marcantes da cultura surda, além da língua, temos as tecnologias (TDD, aparelho auditivo, implante coclear, Closed Caption, alerta luminoso ou vibratório em telefones e campainhas) e os artefatos culturais (poesia, contos surdos) que muito traduzem a visão que o surdo tem do mundo e como pode contribuir com ele. Dinâmicas ) Sinais Relacionados: z esta é uma dinâmica que trabalha com vocabulário e foi apresentada nas formas oral e sinalizada num curso de formação de intérpretes. Aqui ela foi adaptada para a aprendizagem e ampliação de vocabulário escrito na língua portuguesa. Z consiste em apresentar um sinal-tema (e se necessário conceituá-lo), escrevê-lo em português no quadro e pedir que as crianças deem todos os sinais que possam conhecer relacionados a este. Deve-se listar no quadro tudo o que elas derem para trabalhar posteriormente. Exemplo 1: sinal-tema: festa de casamento sinais-relacionados: noiva, noivo, padrinhos, bolo, igreja, véu, convidados, aliança, buquê, dança, presente,... Exemplo 2: sinal-tema: futebol sinais- relacionados: jogador, juiz, bola, apito, pênalti, cartões, bandeirinha, torcida, bandeira, gol, falta, ... z Aproveitando a brincadeira: a lista de palavras resultante desta atividade pode ser trabalhada de diversas maneiras, dependendo do objetivo que o professor queira alcançar: - pode-se montar um jogo de memória ou um bingo se a necessidade for fixação deste vocabulário; - pode-se estimular as crianças a produzirem textos criativos fazendo uso destas palavras; - pode-se utilizá-las para trabalhar aspectos gramaticais da Língua Portuguesa; - pode-se desenvolver algum projeto a partir do tema lançado na brincadeiras. m) Baralho de Configuração de Mãos: z consiste em se ter um baralho com as configurações de mãos mais utilizadas na língua de sinais e usá-lo como base para explorar palavras em português. Z as cartas são embaralhadas e uma delas é escolhida e apresentada para o grupo; cada criança tem que lembrar um sinal com a configuração de mão contida nesta carta, apresentá-lo e o professor escreve a palavra correspondente no quadro. Z aproveitando a brincadeira: uma maneira de trabalhar com a fixação deste vocabulário é variar a atividade pedindo que a criança faça em alfabeto manual todas as palavras anteriores e só depois apresente a sua. Pode-se utilizar as palavras aprendidas para produção textual. Pode- se criar e registrar em conjunto frases ou histórias em que apareçam somente, ou predominantemente, a configuração de mão escolhida no baralho. Exemplo: cg: "P": "O professor dela convidou umas pessoas para comer pizza. " "Um político que visitou o Paraguai falou com o presidente e pediu paz para o povo. " ] As diferentes identidades surdas Múltiplas Identidades Surdas Segundo A Autora Galdis Perin: "As diferentes identidades Surdas são bastante complexas, diversificadas. Isto pode ser constatado nesta divisão por identidades onde se tem ocasião para identificar outras muitas identidades Surdas, e: Surdos filhos de pais Surdos; Surdos que não tem nenhum contato com Surdo, Surdos que nasceram na cidade, ou que tiveram contato com Língua de Sinais desde a infância etc. Como dissemos a identidade Surda não é estável, esta em continua mudança. Os Surdos não podem ser um grupo de identidade homogênea. Há que se respeitarem as diferentes identidades. Em todo caso, para a construção destas identidades impera sempre a identidade cultural, ou seja, a identidade surda como ponto de partida para identificar as outras identidades Surdas. Esta identidade se caracteriza também como identidade política, pois está no centro das produções culturais. Outro ponto de partida que não pode ser esquecido é que a identidade Surda é possível pela experiência visual. Isto é, se a pessoa tem audição já não pode ser surda como no caso da identidade intermediaria. Isto tudo é importante à produção cultural como seja: necessidade de intérpretes, de Língua de Sinais, de convívio com pessoas de identidades iguais". As Diferentes Identidades Surdas: 1. Identidades Surdas (identidade política) Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política Surda. São mais presentes em Surdos que pertencem à comunidade Surda e apresentam características culturais
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