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Prévia do material em texto

A Língua de Sinais é, nas 
mãos de seus mestres, 
uma linguagem das mais 
belas e 
expressivas, para a qual, no 
contato 
entre si é como um meio 
de 
alcançar de forma fácil e rápida 
a mente do surdo, nem a 
natureza nem a arte 
proporcionaram um 
substituto satisfatório. 
" 
J. Schuyler Long. 
Apresentação 
Libras - Língua Brasileira de Sinais. 
 
Em muitos anos, a LIBRA foi uma língua esquecida, mas de 100 anos de proibição de seu uso e 
descaso com as comunidades surdas. 
 
Mas 2002 com a sua oficialização com a Lei 10.436, garantindo o acesso das pessoas surdas à 
educação inclusiva. Garantindo a eles também o direito de terem interpretes de Libras. 
 
Cresce, porém o número de materiais didáticos que valorizam o aprendizado da língua, que 
por possuírem sua própria estrutura gramatical, é oficializada como língua espaço-visual. 
Tendo o reconhecimento da língua de sinais e, consequentemente, a educação tende a fazer o 
uso dela para a instrução, garantindo os direitos de acessibilidade. 
 
Porém ainda é preciso termos como foco o ensino das Libras de modo contextual e não de 
sinais isolados, tendo uma aplicação fluente e compreensível, e é através deste vinculo que se 
pode ter inclusão total do surdo na sociedade e crescimento intelectual, afetivo e social. 
 
..."para um surdo, cuja surdez já parte da sua vida, musicas, fundos musicais num filme, 
buzinas de veículos, latidos de cão e tantas outras coisas que nos passam como corriqueiras, 
simplesmente não existem. O mundo do surdo é basicamente visual; Estes sons não chegam a 
eles, e se chegam podem causar dores ou incômodos. O surdo é, antes de tudo, uma pessoa 
que possui as mesmas necessidades básicas de um ouvinte, com os mesmos direitos de 
usufruir do seu espaço na família e na comunidade...". 
 
 
 
Renata Dutra 
Julho - 2016 
Apresentação 
Este material foi elaborado pela pedagoga e tradutora/intérprete de 
Libras 
Renata Dutra, e é destinado a você interessado em se comunicar 
através 
da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, em especial a educadores, 
estudantes de libras, familiares de surdos, líderes de igrejas, órgão 
públicos. Etc. 
Neste módulo especificamente, tem por finalidade evidenciar a 
importância 
das Libras (Língua Brasileira de Sinais), para o desenvolvimento do 
surdo, aprofundamento nas modalidades de conversação; essa 
linguagem é 
um elemento essencial para a comunicação e fortalecimento de 
uma 
identidade Surda no Brasil. Aprendizado das Libras, para o 
desenvolvimento da comunicação bilíngue, melhorando a 
comunicabilidade e interação com o surdo; capacidade de proporcionar a 
inclusão; compreender métodos para a aquisição do conhecimento em 
Libras; desenvolver o hábito de falar de frente para o surdo e mantê-lo 
próximo. Saber diversificar suas atividades laborais e trabalhar de forma 
multidisciplinar. 
"Embora não haja estatística precisa a respeito, estima-se em cerca de 5 
milhões de surdo no Brasil. ". São pessoas que enfrentam 
profundas 
dificuldades de exercer plenamente sua cidadania em função da barreira 
de comunicação imposta pelo baixo domínio da língua dentro do seu 
próprio país, como se fossem estrangeiros em sua própria terra. Para 
mudar esta realidade o Governo Federal promulgou a Lei n° 10.436, 
regulamentada 
pelo Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que define 
a 
obrigatoriedade de disponibilização de intérpretes da Língua Brasileira de 
Sinais- LIBRAS - em órgãos públicos e empresas concessionárias de 
serviços públicos. 
As línguas de sinais são línguas naturais porque, como as línguas orais, 
surgiram espontaneamente da interação entre pessoas e porque, devido 
sua estrutura, permitem a expressão de qualquer conceito - descritivo, 
emotivo, 
racional, literal, metafórico, concreto e abstrato - enfim, permitem a 
expressão de qualquer significado decorrente da necessidade 
comunicativa e 
expressiva do ser humano. No Brasil a língua de sinais usada pela 
comunidade surda a nível nacional é a Libras - Língua de Sinais 
Brasileira, ou também conhecida como LSB- Língua de Sinais 
Brasileira, e a fim de ajudar, principalmente, os familiares de surdos, os 
educadores, os comerciantes e demais profissionais, assim viabilizar 
o cumprimento da legislação de n°. 10.436, de 24 de abril de 2002 
e 
favorecer a inclusão0 da população surda em todos os segmentos de 
nossa sociedade. 
Introdução 
Libras - Língua Brasileira de Sinais 
Em 2014, sentia necessidade de expandir meus 
conhecimentos em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Por 
curiosidade neste mesmo período fui convidada a 
desenvolver um projeto para inclusão do Surdo na 
sociedade evangélica. . 
Como o material para este tipo de projeto se encontra neste 
exato momento, escasso. Decide por organizar uma apostila 
que viesse a desenvolver o indivíduo para a interação com a 
Libras de forma lúdica e prazerosa. Podendo então colocar 
em prática conteúdos utilizados no aprendizado das 
Línguas de Sinais. . 
Não se trata de uma produção individual e sim projetos de 
professores, pedagogos, surdos e pessoas ligadas à luta pela 
inclusão social. . 
Entende-se que não há um conhecimento pleno da língua 
de sinais por apenas sinais soltos, sem emprego dos 
mesmos em uma estrutura de frases, textos e interpretação 
de um todo. Precisa-se, de como toda nova aquisição de 
conhecimento, uma prática e treinamento de seu 
aprendizado. Para que se torne mais fácil à aplicação do 
conteúdo no cotidiano. . 
Reúnem-se aqui materiais que são de utilização para 
treinamento da Libras (Língua Brasileira de Sinais). . 
 
 
 
Renata Dutra 07/2016 
Classificação da 
Surdez 
 
 
 
 
"Deficiência Auditiva" Essa expressão sugere a diminuição ou a ausência 
da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetem 
quaisquer das partes do aparelho auditivo. Podemos considerar surdo o 
indivíduo cuja audição não é funcional na vida comum, e parcialmente 
surdo, aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem 
prótese auditiva. 
 
 
 
De acordo com o decreto 3298 de 20/12/1999, em seu Art. IV § 2º é 
considerada pessoa com deficiência aquela que apresente perda bilateral, 
parcial ou total de 41 dB (quarenta e um decibéis) ou mais, aferida por 
audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz. 
 
 
 
A Política Nacional de Educação Especial define a deficiência auditiva 
como sendo a "perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da 
capacidade de compreender a fala através do ouvido" (BRASIL, 1994). 
 
Essa definição permite concluir que: 
 
1) existem diferentes graus de perda auditiva; 
 
2) A surdez pode ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento; 
 
3) A sua pior consequência é a impossibilidade de ouvir a voz humana 
(fala). 
 
 
 
Dependendo da época da instalação da deficiência e do grau da perda 
auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades no relacionamento, na 
comunicação, na compreensão de conceitos e regras e na apreensão de 
conhecimentos através dos meios mais comuns (a língua oral e textos). 
No padrão normal de audição, o limiar de audibilidade vai até 25 dB em 
todas as frequências do espectro sonoro (entre 250 e 8000 Hz). Já a 
classificação do grau de perda, segundo o Padrão ANSI (1969), é a 
seguinte: 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA PERDA AUDITIVA 
 
 
 
 
a) AUDIÇÃO NORMAL - PERDA DE ATÉ 25 DB 
 
b) DEFICIÊNCIA LEVE - PERDA DE 26 A 40 DB 
 
c) DEFICIÊNCIA MODERADA - PERDA DE 41 A 55 DB 
 
d) DEFICIÊNCIA ACENTUADA - PERDA DE 56 A 70 DB 
 
e) DEFICIÊNCIA SEVERA - PERDA DE 71 A 90 DB 
 
f) DEFICIÊNCIA PROFUNDA - PERDA ACIMA DE 90 DB 
 
g) ANACUSIA - TOTAL AUSÊNCIA DA AUDIÇÃO 
 
 
 
a) Audição Normal - Perda auditiva de até 25 dB. Ainda que uma pessoa 
tenha perda parcial de até 25 dB, até este nível não há limitação da suacapacidade de comunicação e desenvolvimento linguístico, portanto está 
perfeitamente inserida no contexto social, sem inconvenientes relevantes. 
 
 
 
b) Portador de Surdez Leve - perda auditiva de 26 a 40 dB. Permite ouvir 
os sons, desde que sejam um pouco mais intensos. Essa perda impede que 
o indivíduo perceba igualmente todos os fonemas das palavras. É 
considerado desatento e solicita eventualmente a repetição do que lhe 
falam além disso, a voz fraca ou distante não é ouvida. Essa perda auditiva 
não impede a aquisição normal da linguagem, mas poderá ser a causa de 
algum problema articulatório ou dificuldade na leitura e/ou escrita. 
c) Portador de Surdez Moderada - Perda auditiva de 41 a 55 dB, é 
necessária uma voz de certa intensidade para que seja percebida, ao 
telefone não escuta com clareza, trocando muitas vezes a palavra ouvida 
por outra foneticamente semelhante (pato/rato). Nesse caso é frequente 
o atraso da linguagem. 
 
 
 
d) Portador de Surdez Acentuada - Perda auditiva entre 41 e 70 dB. Não 
escuta sons importantes do dia-a-dia (o telefone tocar, a campainha, a 
televisão). Esses limites se encontram no nível da percepção da palavra, 
sendo necessário uma voz de certa intensidade para que seja 
convenientemente percebida. É frequente o atraso de linguagem e as 
alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, maiores problemas 
linguísticos. Esse indivíduo tem maior dificuldade de discriminação 
auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as palavras mais 
significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de 
relação e/ou frases gramaticais complexas. Sua compreensão verbal está 
intimamente ligada à sua aptidão para a percepção visual, necessitando 
deste apoio visual para entender o que foi dito. Tem dificuldade de falar 
ao telefone, com a possibilidade de troca da palavra ouvida por outra 
foneticamente semelhante (pato/gato, cão/não, céu/mel). A perda 
acentuada não permite ouvir o telefone, a campainha e a televisão, 
tornando necessário o apoio visual para a compreensão da fala. 
 
 
 
e) Portador de Surdez Severa - Perda auditiva entre 71 e 90 dB. Este tipo 
de perda vai permitir que o indivíduo identifique alguns ruídos familiares, 
se a família estiver bem orientada pela área educacional. Percebe, mas 
não entende a voz humana, não distingue os sons (fonemas) da fala. A 
compreensão verbal vai depender, em grande parte, de aptidão para 
utilizar a percepção visual (leitura labial) e para observar o contexto das 
situações. Nesse nível de surdez é possível escutar sons fortes, como o de 
caminhão, avião, serra elétrica, mas não é possível ouvir a voz humana 
sem amplificação. É comum atingir os 4 ou 5 anos de idade sem ter 
aprendido a falar e necessita de um atendimento especializado para 
adquirir a linguagem oral. 
 
 
 
f) Portador de Surdez Profunda - Perda auditiva superior a 90 dB. A 
gravidade dessa perda é tal, que priva a pessoa das informações auditivas 
necessárias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de 
adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbações da função 
auditiva estão ligadas tanto à estrutura acústica, quanto à identificação 
simbólica da linguagem. Um bebê que nasce surdo balbucia como um de 
audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer à medida que 
não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima 
importância para a aquisição da linguagem oral. Assim também, não 
adquire a fala como instrumento de comunicação, uma vez que, não a 
percebendo, não se interessa por ela, e não tendo "feedback" auditivo, 
não possui modelo para dirigir suas emissões. A construção da linguagem 
oral no indivíduo com surdez profunda é uma tarefa longa e bastante 
complexa, envolvendo aquisições como: tomar conhecimento do mundo 
sonoro, aprender a utilizar todas as vias perceptivas que podem 
complementar a audição, perceber e conservar a necessidade de 
comunicação e de expressão, compreender a linguagem e aprender a 
expressar-se. Neste nível de audição só são audíveis sons graves que 
produzam vibração (trovão, avião). Assim sendo, se uma criança já nasce 
com ou adquire uma surdez severa ou profunda antes de ter acesso à 
língua oral de sua comunidade, vai ter muitas dificuldades de se integrar 
ao "mundo dos ouvintes". Embora seja absolutamente necessário 
dominar a língua de sua comunidade, mesmo que somente na modalidade 
escrita, sabe-se que a língua de mais fácil acesso para os surdos é a de 
sinais. É por meio dela que esses indivíduos constroem sua identidade e 
desenvolvem-se nos aspectos afetivo, cognitivo e social. Logo, faz-se 
necessário que, desde cedo, a criança surda seja exposta a esta língua e 
que a família e a escola a utilizem como meio de comunicação e instrução. 
g) Anaclisia: é a falta total de audição, deve ser trabalhado e estimulado o 
mais precocemente possível, tendo como conduta pedagógica o mesmo 
da surdez profunda. 
A língua de sinais é língua 
 
 
 
 
 
 
Língua ou linguagem? 
 
 
 
 
 
 
Linguagem 
 
Linguagem é tudo que envolve significação, que pode ser humano 
(pintura, 
 
Música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial 
(linguagem de 
 
Computador, código Morse, código internacional de bandeiras). Ou seja, 
 
"Sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não" 
(Fernandes, 
 
2002:16). 
 
LINGUAGEM 
 
LÍNGUA ESCULTURA CINEMA PINTURA. 
Língua 
 
 
 
 
 
 
 
É um conjunto de palavras, sinais e expressões organizados a partir de 
regras, sendo utilizado por um povo para sua interação. Sendo assim a 
língua seria uma forma de linguagem: a linguagem verbal. As línguas 
estariam em uma posição de destaque entre todas as linguagens, ou seja, 
podemos falar de todas as outras linguagens utilizando as palavras ou os 
sinais. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais se organizam em 
diferentes níveis: semântico, sintático, morfológico e fonológico. 
 
O temo utilizado corretamente é "língua" de sinais e não "linguagem" de 
sinais. 
 
E isso porque, concordando com Oviedo (1996), "língua" designa um 
específico sistema de signos que é utilizado por uma comunidade para se 
comunicarem. Já "linguagem" está relacionada à capacidade da espécie 
humana para se comunicar através de um sistema de signos; é a 
capacidade humana de criar e usar as línguas e que, conforme Vygotsky 
tem papel essencial na organização das funções psicológicas superiores. 
Daí que resulta ser inapropriado utilizar o termo "linguagem" para 
designar a língua de uma comunidade; no caso a da comunidade surda, a 
Língua de Sinais. 
 
Propriedades das línguas humanas nas línguas de sinais 
 
Flexibilidade e versatilidade 
 
As línguas apresentam várias possibilidades de uso em diferentes 
contextos. 
 
As línguas de sinais são usadas para pensar, são usadas para desempenhar 
diferentes funções. Você pode argumentar em sinais, pode fazer poesia 
em sinais, pode simplesmente informar, pode persuadir, pode dar ordens, 
fazer perguntas em sinais. 
Glosas em LIBRAS: 
 
VOCÊ GOSTAR MAÇÃ. 
 
VOCÊ <GOSTAR MAÇÃ>sn 
 
IX CASA DEFEITO EU PRECISO 
 
ARRUMAR 
 
Arbitrariedade 
 
A palavra (signo linguístico) é arbitrária porque é sempre uma convenção 
reconhecida pelos falantes de uma língua. 
 
As línguas de sinais apresentam palavrassem que não há relação direta 
entre afora e o significado. 
 
Glosas em LIBRAS: 
 
CONHECER 
 
AMIGO 
Tipos de 
Sinais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem diversas divisões, didáticas ou não, para os tipos de sinais na 
Libras. Descreveremos a seguir as principais delas organizadas de uma 
forma nunca antes apresentada. 
 
 
 
 
QUANTO À COMPOSIÇÃO: os sinais podem ser: 
 
Simples: quando formados por um único sinal. 
 
Ex.ª: internet, inteligente 
 
Compostos: quando formados por dois ou mais sinais.Ex.ª: mãe, escola, faqueiro. 
 
 
 
 
QUANTO à FORMA: os sinais podem ser: 
 
Icônicos: quando há compromisso com a forma e/ou o movimento do 
objeto ou ação. 
Ex.ª: copo, bola, nadar 
 
Arbitrários: quando não apresentam compromisso algum com a forma ou 
o movimento. São sinais codificados que em geral expressam ideias 
abstratas, sentimentos e emoções, e precisam ser aprendidos. 
 
Ex.ª: particular, próprio 
 
 
 
 
QUANTO à SEMÂNTICA: os sinais podem ser: 
 
Polissêmicos: quando possuem dois ou mais significados, de acordo com o 
contexto. 
 
Ex.ª: egoísta/problema meu, à toa/tédio/"ficar" 
 
Tautológicos: quando possuem dois ou mais sinais que representam o 
mesmo significado Ex.ª: verde, branco. 
 
 
 
 
QUANTO à CONCORDÂNCIA: podem ser: 
 
1) Sinais que não possuem marca de concordância, embora possam ter 
flexão para aspecto verbal; 
 
Quando se faz uma frase, é como se o verbo "invariável" ficasse no 
infinitivo. 
 
Exemplo: comprar, trabalhar 
 
2) Sinais que possuem marca de concordância. Este é o grupo de sinais 
mais complexo por apresentar diversas formas de concordância podem 
ser subdivididos em: 
 
a) Concordância número-pessoal: são geralmente verbos direcionais, 
onde a orientação (ou direção), aspectos do movimento, marcam as 
pessoas do discurso. No ponto inicial a concordância com o sujeito, e no 
final com o objeto. Pode também ser equivalente à voz ativa e passiva do 
verbo. 
 
Exemplo 1: 
1sPERGUNTAR2s "eu pergunto a você"; 
 
2sPERGUNTAR1s "você me pergunta" 
 
Exemplo 2: 
 
1sRESPONDER2s "eu respondo a você"; 
 
2sRESPONDER1s "você me responde" 
 
b) Concordância de gênero: são verbos classificadores porque 
apresentam a característica de incorporação do "objeto". A eles estão 
incorporados, através da configuração de mão, a uma concordância de 
gênero: PESSOA, ANIMAL ou COISA. 
 
Por exemplo: 
 
pessoaANDAR (configuração da mão em V ou D); 
 
veículoANDAR/MOVER (configuração da mão em B, palma para baixo) 
 
animalANDAR (configuração da mão em 5, palma para baixo); 
 
Outros exemplos: cortar, lavar, crescer, abrir, fechar. Dependendo do 
objeto a ser incorporado a ação se transforma em concordância com o 
tipo do "objeto". 
 
c) Concordância com a localização: são verbos que começam ou 
terminam em um determinado lugar que se refere ao lugar de uma 
pessoa, coisa, animal ou veículo, que está sendo colocado, carregado, etc., 
portanto o ponto de articulação marca a localização. 
 
Exemplos: 
 
COPO MESA coisa arredondadaCOLOCAR 
 
CABEÇA ATIRAR 
 
 
 
Existe ainda um grupo especial de sinais chamado de multidirecionais, 
como é o caso dos verbos andar e ver, que têm características próprias e 
pouco se relata sobre eles. Sabe-se que esta direcional idade está 
relacionada com a concordância de número-pessoal ou de gênero. 
 
 
 
Estes tipos de concordância podem coexistir em um mesmo verbo. Assim, 
há verbos que possuem concordância de gênero e localização, como o 
verbo COLOCARacima; e concordância número-pessoal e de gênero, como 
o verbo DAR. Concluindo, pode-se esquematizar o sistema de 
concordância verbal, na Libras, da seguinte maneira: 
 
a) concordância número-pessoal = parâmetro orientação de mão 
 
b) concordância de gênero e número = parâmetro configuração de mão 
 
c) concordância de lugar = parâmetro ponto de articulação 
 
 
 
Há quem diga que "direcional" obrigatoriamente deva ser uma 
característica exclusiva dos verbos. É bem verdade que é em maioria. 
Porém, na contramão desta afirmação estão vários sinais que não têm 
função verbal e se comportam com as mesmas características de 
concordância, como: MEU-SINAL, MEU-NOME. 
Aspectos Linguísticos em 
Libras 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras que geralmente usam sinais correspondentes à forma de letras 
ou números (oriundos do alfabeto manual) 
Exemplo: 
 
 "C" - depressa, quente, cunhado, etc. 
 "4" acusar, quarta-feira, conhecer admirar, amigo,etc. 
 "5" = inteligente, gritar, quinta-feira, explorar, etc. 
 "y" - bobo, triste, sofrer, vaca, etc. 
 
 
Palavras simples de um sinal por mão direita. Ex.: 
amigo, café, avião, sábado, etc. 
 
Palavras compostas de dois ou mais sinais. 
Exemplo: 
Açougueiro: homem+vende+carne. 
Piloto: homem+direção+avião 
Avô: homem+benção+velho 
Palavras que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados 
ao mesmo tempo, ou movimentos de uma das mãos sobre outra parte 
do corpo parado. 
Exemplo: cadeira, nervoso, papel, chocolate; 
 
 
 
Palavras que podem ter mais dois movimentos iguais realizados ao 
mesmo tempo. 
Exemplo: empregada, diferente, namorada, calma, feriado. 
 
 
 
 
Palavras que tem sinal, mas não há movimentos de mão, somente de 
face. 
Exemplo: 
Roubo, ato sexual. 
Palavras que tem sinais e sentidos diferentes, mas que mantém a mesma 
forma em português. 
Exemplo: 
Faltar: Ele faltou na escola (verbo- não comparecimento) 
Faltar: Faltou pão ontem (verbo- insuficiência) 
Frases que tem um sinal somente 
Exemplo: 
Quantos anos você tem? - Idade Estou 
com fome - Fome. 
 
 
 
Em Língua de sinais não se usa preposição e nem artigos. 
Exemplo: 
Língua Portuguesa: Eu vou a Igreja. 
Língua de Sinais: Eu ir Igreja. 
Texto para interpretar: 
 
 
 
Boa Tarde. 
Meu nome é................................... Meu sinal é.............................. Eu sou 
ouvinte. Eu estou aprendendo Libras. Estou no nível intermediário e meu 
instrutor é ouvinte (ou surdo). 
O nome dele é..................... e o seu sinal é............................. Eu quero 
aprender Libras para poder me comunicar melhor com Surdos. 
Obrigado. 
 
 
 
 
 
Peça a seus alunos que faça a tradução do texto acima em sinais me 
gravando um vídeo. 
Observação :Peça que certifiquem que ao realizarem os sinais 
se 
atentem a localização das mãos para que as mesmas sempre apareçam 
nos vídeos gravados. 
Ditado / 
Datilologia 
Iconicidade e 
Arbitrariedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para Crátilo, a língua é o espelho do mundo, o que significa que existe 
uma relação natural e, portanto, similar ou icônica entre os elementos da 
língua e os seres por eles representados. Para Hermógenes, a língua é 
arbitrária, isto é, convencional, pois entre o nome e as ideias ou as coisas 
designadas não há transparências ou similaridade. Sócrates, por sua vez, 
tem o papel de fazer a integração entre os dois pontos de vista (Wilson & 
martelotta, p. 71, 2010). 
 
Em Pierce, as relações de Iconicidade do signo com o mundo não 
linguístico contrapõem-se à arbitrariedade do signo, em Saussure. Simões 
lembra nöth (1999), para quem "é icônica a representação do mundo pela 
língua em nossa mente" (cf. Simões, 2006). 
 
Direcionando tais definições às línguas de sinais, muitas vezes elas são 
consideradas puramente icônicas por serem de uma modalidade 
diferente, acreditando-se que os sinais são criados a partir da 
representação do referente. É certo que alguns sinais podem ser 
realizados de acordo com a característica daquilo que se refere, mas, de 
acordo com Strobel & Fernandes (1998), isto não é uma regra, já que a 
maioria dos sinais em libras é arbitrário, ou seja, não mantém uma relação 
alguma com o referente. 
 
SINAIS ICÔNICOS 
 
A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a LIBRAS é produzida e 
percebida pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que 
todos os sinais são o "desenho" no ar do referente que representam. É 
claro que, por decorrência de sua natureza linguística, a realização de um 
sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que 
se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da LIBRAS 
são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu 
referente. 
 
 
 
Uma foto é icônica porque reproduz a imagem do referente, isto é, a 
pessoa ou coisa fotografada. Assim tambémsão alguns sinais da LIBRAS, 
gestos que fazem alusão à imagem do seu significado. Isso não significa 
que os sinais icônicos são iguais em todas as línguas. Cada sociedade capta 
facetas diferentes do mesmo referente, representadas através de seus 
próprios sinais, convencionalmente, (FERREIRA BRITO, 1993). 
 
SINAIS ARBITRÁRIOS 
 
São aqueles que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da 
realidade que representam. 
 
Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente 
entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as 
línguas de sinais não eram línguas por serem icônicas, não representando, 
portanto, conceitos abstratos. Isto não é verdade, pois em língua de sinais 
tais conceitos também podem ser representados, em toda sua 
complexidade. 
Entendend
o 
O que você entende por Cultura 
Surda? 
 
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------------------------------------------------------------------------------------------------- ----
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2- Escolha um dos trechos abaixo 
e 
sinalize para seus colegas e 
professores: 
A) " O Raul perguntou você não acertou pegue seu 
banquinho e sai de mansinho". 
B) "Todo dia a mesma coisa, acordar, trabalhar, estudar, 
comer e dormir...Como fazer diferente? " 
C) "Pipoca na panela começa a estourar, pipoca com sal 
que sede que dá. Quero ver pipoca pular... pipoca 
com 
guaraná..." 
Tipos de 
Frase 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Língua de Sinais utiliza as expressões faciais e corporais para estabelecer 
tipos de frases, como as entonações na língua portuguesa, por isso para 
perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa, interrogativa 
exclamativa, imperativa ou negativa precisa-se estar atento às expressões 
facial e corporal que são feitas simultaneamente com certos sinais ou com 
toda a frase. 
 
 
 
Abaixo, as características básicas das expressões faciais correspondentes 
aos tipos de frase: 
 
AFIRMATIVA: Expressão facial neutra ou ligeiro movimento com a cabeça 
para cima 
 
E para baixo. 
 
INTERROGATIVA: Sobrancelhas franzidas e ligeiro movimento da cabeça 
para cima. 
 
EXCLAMATIVA: Sobrancelhas levantadas, e ligeiro movimento da cabeça 
para cima 
 
E para baixo. 
 
IMPERATIVA: Sobrancelhas franzidas, movimento firme da cabeça para 
baixo. 
NEGATIVA: Caracterizada pelo movimento lateral da cabeça para um lado 
e para 
 
O outro, curiosamente existem pelo menos 4 formas de ser 
efetuada: 
 
1 - Simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça. 
 
Recomendado para a maioria dos casos de verbos invariáveis. 
 
Ex.ª: conhecer, entender, fazer. 
 
2 - Sinal com movimento contrário marcado pela orientação das mãos. 
 
Ex.ª: gostar, querer e aceitar. 
 
3 - Sinal próprio de negação. 
 
Ex.ª: poder, ter, saber 
 
4 - Acréscimo do "NÃO" após o verbo, geralmente em casos de ênfase. 
 
Ocorre principalmente com verbos invariáveis e direcionais, e jamais 
nos 
 
Casos 2 e 3. 
 
Ex.ª: viver, aprender, ajudar 
Atividad
e 
Responda rápido em 
Libras? 
 
 
 
 
1) Quem está sentado a sua Direita? 
2) Quem está sentado a sua esquerda? 3) 
 Quem está sentado à sua frente? 4) 
 Quem está sentado atrás de você? 
Dinâmica em 
grupo: 
 
 
Peça que todos os alunos sente-se em um círculo. De modo que todos 
possam ver-se. 
 
Em seguida estabeleceremos a princípio três a quatro termos para uso. 
 
1) Meses do ano 
2) Cores 
3) Animais 
4) Família 
 
Cada participante deve fazer um sinal referente a um destes termos, o 
professor pode falar em voz alta o sinal, porém participantes não 
poderão falar. E assim cada um faz um sinal utilizando estes termos ... 
deve ser utilizado a atenção, pois os sinais não poderão se repetir. Se o 
participante tem 5 segundos para realizar o sinal, senão conseguir vai 
saindo da roda até que sobre pena um. 
Sistema 
Sintático 
 
 
A Sintaxe é a parte da gramática de uma língua que estuda a disposição ou 
ordem das palavras na frase e a disposição ou ordem das frases no 
discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. 
 
 
 
Segundo Valentini, /VAL95/, o estudo da descrição quanto à relação dos 
elementos estruturais e das regras que regem a combinação de sentenças 
ainda não é completo na Libras. Porém, apresenta regras próprias e 
básicas. O que se pode afirmar é que as línguas de sinais apresentam 
pouco uso, ou nenhum, de artigos, preposições e conjunções. Também, 
por vezes, ocorre omissão dos verbos de ligação como ser, estar, ficar, ter, 
haver e demais verbos que estejam cumprindo com a função de verbo 
auxiliar ou de ligação. Entretanto, Brito, citado em /VAL95/, afirma que a 
organização sintática básica dos sinais, dentro de uma oração em LIBRAS, 
segue a mesma ordem das línguas orais: Sujeito - Verbo - Objeto que são 
princípios universais de ordem das palavras. Outros autores já têm 
defendido a ordem Objeto - Sujeito - Verbo, argumentando ser esta a 
ordem mais natural da Língua de Sinais "nativa" e que devemos respeitar 
sua construção cultural natural. 
 
 
 
Existem também outras correntes que têm militado em defesa da ordem 
canônica das línguas orais, Sujeito - Verbo - Objeto, e ignorando a origem 
cultural, educacional dos alunos surdos, têm imposto no ensino 
fundamental o uso da Libras nesta plataforma sintática, construindo 
assim, uma nova geração de surdos que naturalmente farão uso deste 
sistema sintático, em detrimento do sistema sintático nativo, natural. 
 
 
 
A despeito destas grandes controvérsias e de estarmos longe de um 
consenso em relação à correta sintaxe da Língua de Sinais, o que se tem 
verificado na prática é que dentro da cultura surda, dependendo da 
classificação da identidade surda, nível escolar, social e cultural, 
haveremos de conviver com divergências na construção das ideias em 
uma sintaxe única e padronizada. Isto somente ocorrerá quando houver 
se desenvolvido o suficiente no que se refere à gramática da Língua de 
Sinais, que por enquanto, ainda está em fase de construção e 
aprimoramento, tendo-se em vista que apesar da Língua de Sinais estar 
sendo utilizada por comunidades surdas há anos, só foi considerada língua 
oficial no Brasil em 2002. A partir de então, esforços estão sendo 
envidados para a organização dos sinais, e a construção de uma gramática 
mais consistente e efetiva. 
 
 
 
Outro dado importantíssimoque devemos considerar para efeito de 
estudos sintáticos da LS é a frequente utilização do Tópico-Comentário 
pelo surdo na construção de suas frases. Neste modelo, temos a 
topicalização do objeto, ou seja, o objeto passa a ser o tópico de sentença, 
enquanto que o verbo, o sujeito e os demais componentes configuram o 
comentário do tópico. 
 
 
 
Conforme publicação do INES: "Em estudos anteriores, dissemos que a 
ordem preferencial das sentenças da LIBRAS era SVO quando não havia 
topicalização ou verbos com flexão ou direcionais. Porém, estudos mais 
aprofundados, apesar de não desmentirem o que dissemos, mostraram 
que a topicalização é muito mais frequente do que se pensa à primeira 
vista em LIBRAS. A ordem tópico-comentário é realmente a preferida 
quando não há restrições que impeçam certos constituintes de se 
deslocarem. " 
 
http://www.ines.gov.br/ines_livros/35/35_004.HTM 
 
 
 
Infelizmente o Link foi removido pelo INES, mas o conteúdo "A língua de 
sinais utiliza a estrutura tópico-comentário, enquanto a língua portuguesa 
evita este tipo de construção" pode ser encontrado em material do MEC 
no endereço abaixo: 
 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/tradutorlibras.pdf 
 
 
 
 
 
 
No que diz respeito à ordem das palavras ou constituinte, há diferenças 
porque o português é uma língua de base sujeito-predicado (S-V-O) 
enquanto que a LIBRAS é uma língua do tipo tópico-comentário (O-S-V). 
 
 
 
Uma corrente atual fortíssima que não podemos ignorar é a da 
"Linguística", que mal interpretada com sua "tendência à permissividade" 
valoriza o contexto do uso da língua, onde o usual determina a regra, sem 
respeito às normas cultas. Para uma boa comunicação em uma sociedade é 
necessário um padrão de linguagem - norma culta - que seja uniforme entre 
os "falantes". Para tanto, ela precisa ser rigorosamente controlada, 
regulamentada, normatizada. É justamente essa a tarefa da Gramática: 
normativizar a língua, exercer esse controle que garante a uniformidade 
da norma culta. Mas a Linguística parte do princípio de que a norma culta, 
embora seja importantíssima, não é o único padrão linguístico existente, e 
na verdade a maior parte da população se comunica a maior parte do 
tempo em outras normas que não a norma culta. Este fenômeno ocorre 
também nas línguas orais. 
 
 
 
Vemos também que na construção das frases utilizamos muitos outros 
elementos que não se enquadram nos três principais (Objeto, Sujeito, 
Verbo), e que nem sempre seguem uma sequência lógica dentro da frase. 
É o caso de alguns advérbios, conjunções, elementos de ênfase e outros 
recursos da língua. 
 
Para ampliar o conceito de Objeto - Sujeito - Verbo na sintaxe da Libras 
Nativa apresentaremos o esquema abaixo, desenvolvido com 
exclusividade aqui no Blog: 
1. Sinal de PEDIR: Com significado de COM LICENÇA ou POR FAVOR, usado 
preferencialmente no início da frase. 
 
2. TEMPO: Qualquer advérbio de tempo (hoje, ontem, amanhã, semana, 
mês, ano) qualquer data ou mesmo um evento pode funcionar como 
marcador de tempo. Preferencialmente usado no início da frase. 
 
3. OBJETO: É o componente que representa o núcleo, a essência das 
frases. Sem ele não há frase. Pode vir acompanhado de complementos. 
Para identificá-lo basta perguntar: "De quem se fala? " Ou "Do que se fala? 
". 
 
4. SUJEITO: Pode ser um nome, um pronome. Está sempre ligado ao 
verbo, pois é ele que executa ou sofre a ação. (1ª pessoa frequentemente 
omitido na LS). 
 
5. VERBO: Representa o modo de atividade ou estado de pessoas, animais 
ou coisas. 
 
6. ÊNFASE: Usada para dar força ou importância. (VERDADE, SEMPRE, N-U- 
N-C-A, NÃO, paralelismo negativo). Utilizada preferencialmente ao final da 
frase. 
 
7. ELEMENTOS INTERROGATIVOS: podem ser um pronome interrogativo 
(quem, qual, onde, por que, como), um verbo ou qualquer outro que 
esteja cumprindo com a função de interrogar. Para identificá-lo é simples. 
Basta fazer a pergunta e observar a resposta. 
 
Ex.ª: Você gosta de futebol? R: Gosto. => Aqui o verbo GOSTAR tem a 
função de agente interrogativo. 
 
 
 
Segundo o INES, "Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente 
são usados no início da frase, mas o pronome interrogativo ONDE e o 
pronome QUEM, quando está sendo usado com o sentido de "quem é" ou 
"de quem é" são mais usados no final. 
 
Na LIBRAS, há uma tendência para a utilização, no final da frase, dos 
pronomes interrogativos QUAL, COMO e PARA-QUE, e para a utilização, 
no início da frase, do pronome interrogativo POR-QUE, mas os primeiros 
podem ser usados também no início e POR-QUE pode ser utilizado 
também no final". 
 
 
 
Conclusão: Como pudemos observar, o importante é que os pronomes 
interrogativos sejam utilizados preferencialmente no final da frase, como é 
mais usual na comunidade surda. 
 
 
 
 
Referencial Bibliográfico: INES, MEC Parte 7, Valentini, Britto, Quadros 
Atividade 2: 
Bingo dos nomes 
Material Necessários : canetas, cópias do quadrado 
elaborado, prémios (balas, pirulitos, alfabetos manuais, etc.,) 
Procedimento: 
 
 
Prepare um quadro conforme o modelo. 
 
Entregue a cada participante uma cópia do quadro onde ele deve coletar 
assinaturas, uma em cada quadrado (se o grupo tiver menos de 25 
participantes, podem repetir as assinaturas.). Dê um sinal inicial e explique 
aos participantes, que devem colher assinaturas dos outros membros do 
grupo. O objetivo é promover maior contato entre os integrantes do 
grupo. Coletadas as assinaturas, todos devem se assentar. Depois, comece 
a chamar os nomes dos integrantes do grupo. A pessoa chamada deve 
ficar em pé para ser identificada pelos demais e pode dar alguns dados 
pessoais, como procedência, profissão e etc. (Em Libras). Todos os que 
colheram a assinatura daquela pessoa devem marcar um "X" no 
respectivo quadrado. Quem primeiro conseguir preencher cinco 
quadrados alinhados na horizontal, vertical ou diagonal, recebe o prêmio. 
Conversando em 
Libras 
Situação: Bate-papo (duas pessoas 
conversando sobre a visita que 
receberam) 
 
A) ONTEM PESSOAS GRUPO VISITAR ESCOLA (MUITO) BOM! 
(A visita de ontem na escola foi muito boa) 
B) VERDADE. LEGAL PESSOAS BRASIL DIFERENTES 
 
(É mesmo, foi legal ver pessoas de diferentes estados do Brasil) 
 
A) GOSTAR MAIS PESSOAS BAHIA SEMPRE ALEGRE. 
(Eu gostei mais dos baianos, eles estavam sempre alegres) B) 
EU VONTADE CONHECER BAHIA, MAS (MUITO) LONGE... 
(Eu Tenho vontade de conhecer a Bahia, mas é muito longe...) 
A) FUTURO PODE... 
(Quem sabe no futuro?) 
B) PODE...AGORA VOLTAR TRABALHAR OK? TCHAU 
(Pode ser... Agora preciso voltar a trabalhar ok? Tchau...) A) 
TCHAU, A NOITE ENCONTRAR. 
(Tchau, a noite nos encontramos) 
Sistemas de 
Classificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas de Classificação são estruturas complexas e ainda muito pouco 
exploradas pelos ouvintes intérpretes porque dependem de elementos 
próprios da cultura surda, os quais não são meramente aprendidos a 
partir da imitação, como acontece com a maioria dos sinais. Por isso os 
ouvintes têm mais dificuldade em reproduzi-los do que os surdos que o 
fazem naturalmente ancorados pela sua base cultural natural. 
 
Enfatizando essa ideia de complexidade, reitero ser este estudo uma mera 
base estrutural que nos ajudará a compreender um pouco deste vasto 
campo de estudo composto pelos Sistemas de Classificação. Para isto, é 
válido lembrar que existem algumas regras que permeiam esta 
ferramenta valiosíssima da Língua de Sinais. Por exemplo, as (C.M.) 
utilizadas para cada objeto ou ação representada. 
 
 
 
 
"D" para pessoa 
 
"5" para animal 
 
"C" para objetos cilíndricos 
 
"1" para formas geométricas 
 
"B" para superfícies planas 
 
"Y" para objetos multiformes e irregulares 
 
"G" para objetos finos e longos 
Sistemas de Classificação são conjuntosde elementos visuais, entre os 
quais se podem encontrar ou definir relações para a visualização da 
imagem mental. Essa comunicação não-verbal, a icônica, não fala apenas 
no plano consciente, mas, consegue chegar às profundezas do 
inconsciente. 
 
Baseando-se em sistemas de classificação, os surdos visualizam uma 
imagem mental configurando com as mãos, e retratam a imagem para 
manter uma comunicação com mais clareza de detalhes. Os traços 
essenciais desses sistemas com movimentos e ritmos de imagens, 
articulados num ícone apresentam relações análogas para a comunicação, 
que é formada a partir de cortes, descrição de um objeto, pedaço de uma 
cena ou ação, e as relações de umas com as outras, formando um painel 
de mosaicos com fluência e ritmo. 
 
Não há forma sem significado, nem significado sem forma. Essa semântica, 
esse significado peculiar é que retrata tanto a ação como a descrição em 
estruturas funcionais. Porém o significado de uma forma depende do 
repertório, e este é o significado real da linguagem. Mas, esse repertório 
varia de pessoa para pessoa, dependendo da vivência e da cultura de cada 
um, e a cultura depende da faixa socioeconômica em que se situa a 
pessoa, pois a formação e a informação dependem de muitos outros 
fatores. 
 
 
 
O Sistema de Classificação nos permite explicar com clareza, frases, 
palavras, coisas e situações que não possuem sinal próprio. 
 
 
 
A divisão que apresentamos a seguir é meramente didática, pois os 
sistemas se interligam e se inter-relacionam intrinsecamente. Essa tomada 
de imagens segue certa sequência que não se pode traduzir palavra por 
palavra, pois a estrutura da Língua Portuguesa é diferente da Língua de 
Sinais. 
a) Sistema Descritivo: Toda e qualquer descrição, poderá valer-se do uso 
de figuras geométricas. Esta descrição deverá expor minuciosamente os 
elementos visuais (forma, tamanho, textura e se precisar, a cor) e traçar a 
figura geométrica do desenho do objeto. 
 
b) Sistema Específico: Este sistema deve retratar características especiais, 
com explicações minuciosas, esmiuçar as particularidades das partes do 
corpo dos seres animais. Ex.ª: forma e tamanho dos pelos (comprido, 
curto arrepiado). 
 
c) Sistema Funcional: Deverá reproduzir a imagem da ação, a maneira 
como um corpo ou parte do corpo age e atua. Esse movimento, 
configurado com as mãos, deverá retratar o comportamento e/ou 
funcionamento de qualquer corpo. Ex.ª: mordida de animais, movimento 
dos olhos, trejeitos. 
 
d) Sistema de Locação: Deverá reproduzir a imagem de como um corpo se 
relaciona num determinado lugar, definindo posições, localizações e 
expressões dessa correspondência. Ex.ª: sobre a mesa, no ar, no céu, etc. 
 
e) Sistema Instrumental: Deverá reproduzir a imagem de como se serve, 
se utiliza alguma coisa. Ex.ª: vassoura varrendo, gaveta abrindo, abrindo 
tampa de garrafa ou vidros, ferramentas. 
 
f) Sistema de Pluralização: Esse sistema classifica números determinados 
ou indeterminados de alguma coisa, pessoa ou animal. Ex.ª: pessoa (s) ou 
animal (si) indo e vindo. 
 
g) Sistema de Elementos da Natureza: Reproduz a imagem de elementos 
que não são sólidos. Ex.ª: o ar, a fumaça, a água líquida, a chuva, o fogo, a 
luz etc. 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas: A Imagem do Pensamento - Editora Escala 
 
INES 
Contexto
s 
Sinalize: 
 
 
• Ele veio para cá a pé? 
 
ELE VIR ANDAR? 
 
• Ele veio a cavalo? 
 
ELE VIR CAVALO? 
 
• Viajei de carro para São Paulo. 
 
VIAJAR CARRO PARA SÃO PAULO. 
 
• Fui de ônibus leito para o Rio de Janeiro. 
 
VIAJAR ONIBUS LEITO RIO DE JANEIRO. 
 
 
 
 
• meu pai chegou de trem. 
 
MEU PAI, CHEGAR TREM. 
 
• eu vim de moto. 
 
EU VIR MOTO. 
 
• Ele chegou atrasado porque o ônibus quebrou. 
 
ONIBUS QUEBRAR CHEGAR ATRASAR. 
 
• É melhor vir de metrô. 
 
METRO MELHOR VIR. 
 
• Ela saiu de bicicleta, mas voltará logo. 
 
SAIU BICILETA, MAS VOLTAR RÁPIDO. 
Dicas o Professor pode escrever as 
frases : 
em pequenos papeis para sorteio assim 
cada 
aluno poderá sinaliza a sua frase e o 
restante dos alunos terão que legendar. 
Famosos 
Surdos 
Você 
sabia? 
 
 
De acordo com o Senso 2000 do IBGE a população surda brasileira é de 
3,4%, sendo que declaradamente este índice não passa de 1%, cerca de 
170.000 pessoas. 
 
 
 
Já no Senso 2010 temos a cifra de 5,1 % ou seja: 9.722.163 pessoas com 
algum grau de surdez. Uma realidade bem diferente. Não que esta 
diferença tenha ocorrido de 2000 para 2010. Mas, pela mudança 
expressiva nos critérios de pesquisa, que agora contam com um 
questionário bem mais abrangente, o que possibilitou uma visão bem 
mais realista sobre a população surda brasileira atual. 
 
 
 
 
 
 
Nomenclatura
s 
 
 
Nunca use o termo SURDO-MUDO! Além de ter conotação pejorativa, não 
traduz a realidade de fato. Surdez e mudez são coisas distintas e 
raramente encontra-se a ocorrência de ambas em um único indivíduo. A 
forma mais bem aceita para designar um surdo é "SURDO". Se estiver 
fazendo menção a outras áreas, pode-se utilizar a expressão "PESSOA (S) 
COM NECESSIDADES ESPECIAIS" 
 
E não se esqueça de evitar rótulos como DA (deficiente auditivo), PPD 
(pessoa portadora de deficiência), PNE (portador de necessidades 
especiais), PCD (pessoa com deficiência), etc. Fazendo assim você estará 
contribuindo para que a cultura surda seja respeitada. 
Componentes da Língua de 
Sinais 
1. Parâmetros Primários: 
 
a) Configuração Das Mãos (CM): A forma que a mão assume na realização 
de um sinal. Ex.ª: Telefone( Y ) / Branco ( B ) 
 
b) Ponto De Articulação (PA): É o espaço onde são articulados os sinais: 
em frente ao corpo (neutro) ou uma região do próprio corpo (cabeça, 
tronco, braços e mãos). Ex.ª: Sábado (Boca); Aprender (Testa). Trabalhar e 
Brincar (Neutro). 
 
c) Movimento (MV): Parâmetro complexo que pode envolver uma vasta 
rede de formas e direções. Caracterizado pelo deslocamento das mãos no 
espaço na realização de um sinal. Ex.ª: Semana (translação); Quando 
(rotação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Parâmetros Secundários: 
 
a) Disposição da(s) Mão(s) (DM): A articulação dos sinais pode ser feita 
apenas pela mão dominante ou pelas duas mãos. Neste último caso as 
mãos podem se movimentar para formar o sinal, ou então apenas a mão 
dominante e a outra funciona como (PA) ou é neutra. 
 
b) Orientação da(s) Mão(s) (OM): É o que determina a posição das palmas 
das mãos, se voltadas para baixo, para cima, para esquerda, para direita, 
podendo haver mudança na orientação durante a execução do 
movimento. Direção, idéia de oposição, contrário ou concordante. 
c) Região de Contato (RC): Refere-se à parte da mão que entra em contato 
com o corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Componentes Não Manuais da 
Libras: 
 
a) Expressão Facial (EF): A expressão facial tem o papel de indicar diversos 
elementos que não podem estar presentes nos sinais como: pontuação, 
emoção, ênfase, ironia, etc. É importante utilizar uma expressão 
fisionômica adequada para que as emoções implícitas nas frases sejam 
bem compreendidas. Elas devem ser utilizadas simultaneamente com os 
sinais. 
Afirmação: Neutra 
 
Interrogação: Sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça 
inclinando-se para cima. 
 
Exclamação: Sobrancelhas levantadas; ligeiro movimento da cabeça 
inclinando-se para cima e para baixo; boca fechada com movimento para 
baixo (intensificador). 
Negação: Possui 4 (quatro) formas 
básicas: 
 
a) simultaneamente ao sinal, movimento negativo com a cabeça e 
expressão 
Facial. (Recomendado) 
 
b) Incorporação de um sinal com movimento contrário. 
 
Ex.ª: Gostar, Querer, Aceitar. 
 
c) Incorporação de um sinal específico de verbo negativo. 
 
Ex.ª: Poder, Ter. 
 
d) Acréscimo do sinal "NÃO" após o verbo. Exceto casos b e c. 
 
 
 
 
b) ExpressãoCorporal (EC): 
 
As Línguas de Sinais utilizam-se das expressões faciais e corporais para 
estabelecer tipos de frases equivalentes aos recursos de acentuação da 
língua portuguesa que definem os modos em que se encontram as 
frases. 
Por isso, é importante dedicar muita atenção às expressões faciais e 
corporais feitas simultaneamente aos sinais, a fim de identificar o modo 
em que se encontra a frase, além de agregar ricos valores gramaticais. 
Vocabulário 
 
 
 
 
O vocabulário desta edição se constitui de os alunos aprenderem a fazer a 
descrição dos sinais. Utilizando assim dos recursos de memorização e 
aprendizagem dos parâmetros das Libras. 
Palavras a serem descritas: 
 
 
O que: 
 
Querer: 
 
Conta: 
 
Banco: 
 
Dinheiro: 
 
Abrir: 
 
Guardar 
 
Poupança: 
 
Certo: 
 
Documento 
 
Identidade 
 
Trazer 
 
Cpf: 
 
Luz 
 
Telefone: 
 
Precisar: 
Ter: 
 
Endereço: 
 
Agora: 
 
Pode: 
 
Hora: 
 
Amanha: 
 
Voltar: 
 
Obrigado: 
Coleta de 
dados 
Material necessário : um formulário preparado com 
antecedência com espaços a serem preenchidos pelos alunos. 
Procedimento: 
 
O professor distribui o formulário entre os alunos preencherem as 
informações solicitada. Ao chegarem na sala eles deveram trocar de 
formulário e cada aluno deverá apresentar em Libras o formulário do 
amigo. 
Variações Linguísticas 
(dialetos) 
 
 
Apesar de ainda não haver estudos conclusivos sobre variações linguísticas 
na Libras, podemos discorrer pelos aspectos mais relevantes e ampliarmos 
um pouco nossa visão sobre regionalismo. Muitos leigos, 
equivocadamente, têm a Língua de Sinais como universal. Deste tópico já 
tratamos no tema "A Universalidade das Línguas de Sinais". Outros 
imaginam que a Língua de Sinais falada no país é uniforme e padronizada. 
Eis aqui outro grande equívoco. 
 
Os principais fatores desencadeantes deste processo são: cultural 
(literatura, artefatos), - tema bem abordado por Karin Strobel em seu livro 
"As Imagens do Outro Sobre a Cultura Surda", geográfico, econômico e 
principalmente social (oportunidade, preconceito, discriminação). Neles 
estão contidas as explicações para as variações, não só de léxico, 
vocabulário, mas também, e principalmente no aspecto morfológico e 
semântico. Se ignorarmos estes pormenores, deixaremos de reconhecer 
as muitas diferenças de vocabulário, expressões idiomáticas, gírias locais, 
dialetos (ramificações de uma determinada língua relacionada a uma 
região), polissemias e até mesmo de sotaque. Por isso devemos colocá-los 
todos como corresponsáveis para uma análise mais ampla e realista do 
retrato nacional da Libras e suas variantes. 
 
As maneiras como as pessoas de regiões diferentes enxergam o mundo, 
ainda que num mesmo país, difere em muito. A bagagem sociocultural de 
cada indivíduo e sociedade interferem na elaboração do signo, seja na 
criação do significante ou na produção do significado. 
 
 
 
A psicóloga Walkiria Duarte Raphael, uma das autoras do Dicionário 
Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Edusp, 
2001), afirma "a unidade linguística é um mito mesmo na linguagem por 
sinais". 
No passado, o isolamento era grande. Os sinais eram passados de geração 
a geração e se restringiam à representação do cotidiano, nada muito 
específico. Hoje, a presença no ambiente escolar tem estimulado a criação 
de muitos novos sinais, já que há disciplinas e termos técnicos, além de 
permitir o contato do estudante com os sinais de outras regiões. 
 
Mas nem sempre os surdos encararam com bons olhos o contato com 
sinais de outras regiões, percebemos que diante de um termo diferente os 
surdos tendiam a dizer que aquele sinal estava "errado". Hoje, as 
variações são mais aceitas. - A própria comunidade surda tinha uma rixa. 
Daí a resistência dos surdos em aceitarem sinais de outras culturas. 
Tínhamos de convencê-los de que aquele sinal era representativo para 
determinada região. Havia bairrismo - diz. 
 
 
 
É inegável a influência da Língua Portuguesa, que acaba por determinar a 
constituição de vários elementos semânticos, estruturais e discursivos da 
Língua de Sinais. Isso não deixa de acontecer também no universo das 
gírias. 
 
Mas, a despeito de todas estas diferenças, todos os usuários da Libras 
conseguem comunicar-se uns com os outros e entendem-se bem, apesar 
de não haver sequer dois que façam sinais da mesma maneira - explica a 
linguista Odenir Becker Karnopp. 
 
Há, sim, uma tentativa de padronização das associações de apoio ao 
surdo. Há muitos sinais que já são padronizados e usados em congressos, 
por exemplo. Mas é preciso respeitar a diversidade - comenta Walkiria 
Duarte. A mesma diversidade, aliás, que torna a Libras e a Língua 
Portuguesa admiradas pelos seus usuários. 
 
 
 
Fonte: Walkiria Duarte Raphael, Lodenir Becker Karnopp, Karin Lilian 
Strobel em 
http://www.jorwiki.usp.br/gdmat08/index.php/Regionalismos_da_l%C3% 
ADngua 
Abaixo, definições teóricas dos dois tipos de dialetos encontrados na 
Libras: 
 
 
 
 
 
 
Dialeto Regional 
 
Ocorrem grandes diferenças na composição do sinal devido a origem 
regional de um mesmo país. (Regionalismo) (LP: idiossincrasia, LS: 
tautologia). 
 
 
 
 
Dialeto Social 
 
Ocorre variação morfológica, onde certos traços da língua (CM, PA, MV, 
DM, OM, RC) sofrem pequena variação. Isto se deve geralmente às 
diferenças culturais, educacionais ou sociais. 
Respond
a 
Você conhece profissionais surdos de 
que 
áreas? 
 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
2- O que você tem a dizer sobre os 
surdos 
no mercado de trabalho? Há 
alguma 
profissão que você acha que os surdos 
não 
podem exerce? 
 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................ 
........................................................................................................................Profissões e afins: 
 
 
Vocabulário: 
 
Pesquise os sinais abaixo: 
 
 Conseguir emprego: 
 Estagiário: 
 Aposentar: 
 Empregado: 
 Salário: 
 Carteira de trabalho: 
 Procurar: 
 Demitir/ser demitido: 
 Abandonar/pedir demissão: 
 
 
 
 
 
Dicas: 
Converse com Surdos (em Libras) sobre profissões que 
eles 
gostariam de exercer. 
Dinâmica: 
 
 
 
 
Soletrando 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao mesmo tempo que serve de quebra-gelo, este jogo ajuda também a 
introduzir um tópico a ser discutido na sala. 
 
Material necessário: Folhas de sulfite, divididas ao meio, uma letra deve 
ser escrita em cada folha soletrando o tema (a palavra-chave) daquela 
aula. De preferência a palavra deve ter no mínimo sete letras. 
 
Procedimento: Cada time recebe um jogo de folhas e repassa a seus 
membros. Um membro é escolhido como secretário para anotar as 
palavras formadas pelo time. Dado os sinais, os membros do time 
precisarão se mexer para formar tantas palavras quanto possível só 
usando as letras recebidas. Para valer os membros dos times tem de se 
deslocar e entrar numa fila mostrando a nova palavras. Quanto maior a 
palavra, mas pontos recebe. Sugerimos que as palavras com três letras 
recebam um ponto, com um ponto "bônus "para cada letra a mais usada 
(por exemplo uma palavra de quatro letras receberia dois pontos, de cinco 
letras três pontos, ETC). As palavras formadas não podem ser nomes 
próprios. Não deve conter o singular de palavras já listadas no plural, nem 
mudanças de gênero. 
 
Cada grupo deve integrante deve soletrar suas palavras sendo o grupo 
recebendo o ponto a quem conseguir interpretar. 
Atividade
s: 
 
 
 
 
Qual é a língua que você sabe falar? 
 
 
VOCÊ SABER FALAR LINGUA QUAL? 
 
Qual é a nossa língua? 
 
 
LÍNGUA NOSSA AQUI? 
 
Qual é a língua dos Surdos? 
 
 
LINGUA DOS SURDOS QUAL? 
 
Em que língua que você sabe escrever? 
 
 
VOCÊ SABER ESCREVER QUAL LÍNGUA? 
 
Qual é a língua que você sabe ler? 
 
 
VOCÊ SABER LER QUAL LÍNGUA? 
As línguas no 
mundo 
 
 
 
 
ASL - American Sign. Language - 
Língua de Sinais Americana 
FSL - French Sign Language - 
Língua de Sinais Francesa 
BSL - British Sign Language - 
Língua de Sinais Britânica 
LIBRAS - Língua Brasileira de 
Sinais (LSCB e LSB) 
VOCÊ VIAJAR JÁ OUT@ PAÍS,ONDE? 
NOME CIDADE VOCÊ CONHECER JÁ, QUAIS? 
VOCÊ AMIG@ TER MORAR PAÍSES OUTR@? 
QUAIS? 
VOCÊ GOSTAR MAIS PAÍS, QUAL? POR QUÊ? 
VOCÊ ENCONTRAR JÁ ALGUM@ SURD@ PAÍS 
OUTR@? 
COMUNICAR JÁ EL@ LÍNGUA-DE-SINAIS? COMO? 
Sistema de Transcrição da 
Língua de 
Sinais 
 
 
Sistema de Transcrição 
 
A transcrição é uma forma de documentar a língua sinalizada através da 
convenção de um sistema de notação com palavras e símbolos. Trata-se 
de uma ferramenta importantíssima nos estudos surdos da Língua de 
Sinais, pois permite representar linearmente a LIBRAS, que é espacial, 
visual e tridimensional, registrando detalhadamente o que foi dito e como 
foi dito com todos os elementos e recursos linguísticos utilizados pelo 
falante de LIBRAS. 
 
 
 
 
PALAVRA EM LETRA MAIÚSCULA: Sinal simples, item lexical 
 
- L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN: Datilologia 
 
- L-E-T-R-A-S MAIÚSCULAS SEPARADAS POR HÍFEN EM ITÁLICO: Soletração 
Rítmica, sinal soletrado, empréstimo linguístico. 
 
 
 
- PALAVRAS-UNIDAS-POR-HÍFEN: Sinais compostos oriundos da Língua 
Portuguesa ou quando traduzidos com mais de uma palavra da LP. Ex.ª: 
negações. 
 
@ ARROBA: Designar ausência de desinência de gênero e número. 
 
 ̂CIRCUNFLEXO: Sinais compostos da LSB representados por duas ou mais 
palavras da LP, com a ideia de uma única coisa. 
SOBRESCRITO: Incorporações de advérbios ou intensificadores e traços 
não-manuais feitos simultaneamente aos sinais representando tipos de 
frase (afirmativa, negativa, exclamativa, interrogativa e imperativa). 
 
SUBSCRITO: Concordância dos Classificadores, verbos que possuem 
concordância de gênero (pessoa, coisa, animal). 
 
: DOIS PONTOS: Alongamento do sinal. 
 
(()) DUPLO PARÊNTESIS: Comentários do (a) pesquisador (a). 
 
+ "MAIS"APÓS PALAVRA: Marca de plural feita pela repetição do sinal. 
 
(+) "MAIS" ENTRE PARÊNTESIS: Pausas ou silêncios. 
 
EH, AH, IH, MHN, AHÃ: Pausas por hesitação. 
 
(...) RETICÊNCIAS ENTRE PARÊNTESIS: Transcrição parcial ou eliminação. 
 
/.../ RETICÊNCIAS ENTRE BARRAS: Traços não manuais e outros. 
 
# CERQUILHA: Turnos simultâneos. 
 
 
 
Os verbos que possuem concordância de lugar ou número-pessoal, 
através do movimento direcionado, estão representados pela palavra 
correspondente com uma letra em subscrito que indicará: 
 
a) a variável para o lugar: 
 
I = ponto próximo à 1a pessoa 
 
J = ponto próximo à 2a pessoa 
 
K e k' = pontos próximos à 3a pessoas 
 
E = esquerda 
 
D = direita 
 
 
 
 
b) as pessoas gramaticais: 
1s, 2s, 3s = 1a, 2a e 3a pessoas do singular 
 
1d, 2d, 3d = 1a, 2a e 3a pessoas do dual 
 
1p, 2p, 3p = 1a, 2a e 3a pessoas do plural 
 
 
 
 
UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.e.) 
 
UM SINAL EM BAIXO DO OUTRO (m.d.) Sinal dobrado com as duas mãos, 
que originalmente é feito somente com uma das mãos, ou dois sinais 
estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, serão indicados 
com indicação das mãos: direita (md) e esquerda (me). 
 
 
 
 
Referencial Bibliográfico: Felipe (1988, 1991,1993,1994,1995,1996) 
Charadas 
 
 
Uma captação que certamente chamará atenção da classe envolve uma 
encenação não-verbal. No início da aula, sem ter falado nenhuma palavra, 
e com todos nas expectativas da lição começar, o professor começa a 
dramatizar silenciosamente os eventos principais de uma história, uma 
aplicação da história ou, como normalmente é feito em " charadas", uma 
frase u palavra-chave da aula que ele quer que os alunos gravem. Neste 
caso, o professor, (ou algum membro da classe escolhido com 
antecedência) deve sinalizar com os dedos quantas palavras na frase e/ou 
quantas silabas na palavra. 
Conversação / 
Diálogo 
"O encontro na feira de 
domingo" 
 
 
 
 
 
 
A) 
B) 
A) 
A) 
B) 
A) 
B) 
A) 
A) 
B) 
 
 
 
 
 
 
Oi, tudo bom..................................? Oi, 
tubo bom..................................? 
Maça hoje ter barato! 
Eu gosto comer - maça! Você gosta comer - maçã? 
Não, eu gosta - não comer - maçã! Eu gosta comer banana! 
Ele me@ filh@, nós - 2 gosta comer - banana! 
Vocês - 2 gosta chupar- laranja? 
Sim, muito! 
Preciso ir, tchau. 
Tchau 
Processo 
Anafórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Anafórico, Anaforismo, Shifting ou Role-Play, é o recurso da 
Língua de Sinais que possibilita ao narrador, através de mudança de 
postura corporal, incorporar diferentes personagens de uma narrativa. 
 
 
 
Para o intérprete, em um discurso conversacional quando existe a troca 
de mensagens entre dois ou mais usuários, importante o domínio da 
técnica do anaforismo. Porém, este recurso exige excelente capacitação 
para assumir diferentes corporeidades em um único setting de tradução. 
 
 
 
Todos os objetos imaginados e criados nos campos anafóricos (construção 
tátil) e processos anafóricos (shifting ou role-play) exigem um poder de 
concentração extremo para serem utilizados e mantidos nos lugares 
corretos, para que os surdos compreendam claramente os textos e a 
relação entre esses personagens. 
 
 
 
São processos anafóricos exagerados, onde o intérprete se perde em seu 
delírio de projeção. Quando uma interpretação carece de fundamento 
coerente, real, equalizado, ela se torna incapaz de prender a atenção dos 
surdos; pelo contrário, acaba por lhes despertar sentimentos imediatos de 
estranheza e, consequentemente, rejeição. 
Empréstimos 
Linguísticos 
 
 
A Libras, como as demais línguas, também incorpora léxico de outras 
línguas. Existem casos em que a língua de sinais faz o empréstimo de 
palavras de uma línguaoral, e o fazem através da soletração manual. 
Exemplos como A-Z-U-L, N-U-N-C-A, O-I, V-A-I, seriam empréstimos que já 
foram incorporados ao léxico da Libras. 
 
 
 
A soletração manual não é, evidentemente, o processo único de formação 
dos vocábulos (sinais) em LIBRAS. Aliás, é responsável por uma parte 
pequena do léxico de sinais da Libras. A soletração manual das letras de 
uma palavra em português é a mera transposição espacial dos grafemas 
de uma palavra da língua oral, por meio das mãos; apenas um dos meios 
de se fazer empréstimos em LIBRAS. Assim como a palavra "xerox", em 
português, é um empréstimo do inglês, os exemplos citados ilustram o 
fenômeno do empréstimo em LIBRAS, pois, na maioria dos casos, existe o 
sinal correspondente à situação, ao objeto ou à ideia e não é necessário 
usar a soletração manual. 
 
 
 
 
Os Empréstimos Linguísticos podem ser: 
 
 
 
 
a) LEXICAIS: como o alfabeto Manual; 
 
 
 
b) DE INICIALIZAÇÃO: onde a configuração de mão é representada pela 
letra inicial correspondente à palavra em português (GOIÁS > CM=G), e, 
segundo Brito [BRI 95], há também o empréstimo de itens lexicais; 
c) DE OUTRAS LÍNGUAS DE SINAIS: que se referem a sinais cuja origem é 
um sinal em outra língua, geralmente um sinal de mesmo valor semântico 
(ANO > ASL, VERMELHO > LSF), há empréstimos; 
 
 
 
d) DE DOMÍNIO SEMÂNTICO: identificado na maioria dos sinais referentes 
a cores; 
 
 
 
e) DE ORDEM FONÉTICA: que são obtidos pela tentativa de representação 
visual do som que constitui a palavra em português, tal como são 
percebidas pelo surdo. 
 
 
 
 
 
 
Referencial Bibliográfico: 
 
Karin Strobel e Sueli Fernandes - Aspectos Linguísticos da Libras - SEED-PR 
 
Lucinda Ferreira Brito - (1995) 
Soletração Rítmica ou 
Sinais 
Soletrado
s 
 
 
 
 
É um estágio da datilologia que apresenta forma, ritmo e movimento 
próprios. Algumas palavras parecem transformar-se em sinais (sinal 
soletrado), equivalendo ao timbre das palavras. Quase sempre há 
supressão ou aglutinação de letras. Ocorre frequentemente em nomes 
próprios e geralmente é derivada de empréstimo linguístico da Língua 
Portuguesa. 
 
Alguns sinais são realizados através da soletração expressa, uso das iniciais 
das palavras, cópia do sinal gráfico pela influência da língua portuguesa 
escrita. Estes empréstimos sofrem mudanças formativas, e acabam por se 
tornar parte do vocabulário da Libras. 
 
Ex.ª: N-U-N-C-A ou N-U-N = "nunca", 
 
B-R = "bar", S-L = "sal" ou "sol", 
 
A-Z-U-L = A-Z-L = A-L = "azul". 
 
 
 
 
MAIS EXEMPLOS DE SR: 
 
SE = S-I (MV para frente, O.M. para baixo) 
 
PAI = P-I (indicador tocando o buço e MV para frente com rotação do 
pulso) 
 
SAL / SOL = S-L (a diferença está no P.A. S-O-L > mais alto, S-A-L > mais 
baixo) 
VOVÔ = V-O-V-O (usando dedos polegar, indicador e médio, unindo as 
pontas dos dedos 2x) 
 
VAI = V-AI (O.M. para baixo, dedos apontados para frente, com MV para 
frente) 
 
SUCO = S-U-C-O (U horizontal, com a O.M. para baixo, C com O.M. para 
frente, e MV de rotação do pulso para fora e para dentro) 
 
 
 
 
 
 
ALGUMAS REGRAS GRAMATICAIS CONHECIDAS 
 
 
 
 
1 - Formas: 
 
a) Arco lateral 
 
Ex.ª: O-I, L-U-I-Z, A-V, R-U-A, R-I-O, D-R, D-I-A, B-R, O-U-R-O 
 
b) Arco para frente e para baixo 
 
Ex.ª: F-I-M 
 
 
 
 
2 - Monossílabos tônicos: soletrados para cima. 
 
Ex.ª: P-O-́ , P-A-́ 
 
 
 
 
3 - Monossílabos terminados em "S" ou "Z": são soletrados para baixo. 
 
Ex.ª: G-A-S, G-I-Z 
 
 
 
 
4 - Palavras terminadas em "U" e "X": há inversão da O.M. 
 
Ex.ª: O-U, V-I-U, E-X, M-A-U 
5 - Palavras terminadas em R e L: têm o movimento final alongado. 
 
Ex.ª: M-A-R, S-O-N-A-R, M-E-L, V-A-R-A-L 
 
 
 
 
 
 
Referencial Bibliográfico: 
 
http://www.ines.gov.br 
 
Sueli R. Segala e Catarina K. Kojima - língua DE SINAIS - A Imagem do 
Pensamento 
 
Karin Strobel e Sueli Fernandes - ASPECTOS LINGUÍSTICOS DA LIBRAS 
Alfabeto Manual e 
Datilologia 
 
 
O Alfabeto Manual é um tipo de sistema manual de representação quer 
simbólica, quer icônica, das letras e da ortografia dos alfabetos das línguas 
orais. Em todo o país o alfabeto é o mesmo. É formado por uma série de 
configurações de mão que correspondem às letras e números da língua 
escrita. O Alfabeto manual é pouco utilizado pelos surdos, principalmente 
os que têm pouco domínio sobre a língua escrita. 
 
 
 
A Datilologia é a arte de digitação, ou soletração do Alfabeto Manual. A 
datilologia, assim como a ortografia, precisa ser aprendida e treinada. 
 
É utilizada para: 
 
 Traduzir nomes próprios, de pessoas, lugares, palavras que ainda 
não possuem sinal, ou identificar coisas novas, ambientes e pessoas 
que ainda não tiveram contato com a Libras; 
 
 Auxiliar na intercomunicação entre duas línguas diferentes, 
explicando o significado de um sinal a um ouvinte ou ainda explicar 
ao surdo a forma escrita de uma palavra em língua portuguesa. 
 
 
 
O alfabeto manual, apesar de configurar-se como empréstimo linguístico, 
é um instrumento de grande valia para o processo de aquisição do 
português como L2, sendo utilizado como um meio para verificação, 
questionamento ou veiculação da ortografia da língua oral. 
Um Paralelo entre a Libras 
e o 
Portuguê
s 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pontos em Comum: 
 
 
 
 
a) ambas são sistemas de comunicação. 
 
b) São línguas naturais desenvolvidas por usuários nativos. 
 
c) São constituídas de níveis fonológicos (quirológicos) sintáticos e 
semânticos. 
 
Fonológicos = Fonema 
 
Querenas = Grego: Kirós = Mãos 
 
(Estudo dos movimentos das mãos) 
 
d) apresentam arbitrariedade ou convencionalidade. 
 
Ex.ª: LS - ver é feito com "V" 
 
errar é feito com "P" 
 
Ex.ª: LP - cachorro não se chama "AU AU" 
 
por que janela se chama "janela"? 
 
e) São dotadas de dupla articulação. Duas unidades mínimas sem valor 
contrastivo 
Podem criar uma unidade mínima de valor contrastivo. 
 
Ex.ª: VA (Sem acento não tem significado) 
 
CA (Sem acento não tem significado) 
 
VA + CA = VACA (valor com significado) 
 
f) apresentam variantes regionais (LP = idiossincrasia, LS = tautologia). 
 
Ex.ª: LP - mandioca = macaxeira = aipim 
 
LS - Branco, azul, verde 
 
g) ambas são estruturais e funcionais. 
 
h) os usuários nativos de Libras adquirem a linguagem tão rapidamente 
quanto as 
 
Crianças brasileiras adquirem a Língua Portuguesa. 
 
i) Palavras (sinais) que têm dois ou mais sentidos diferentes (polissemia). 
 
Ex.ª: LP - manga (fruta, pasto, de camisa) 
 
LS - não-Pode, não dá, ocupado. 
 
Doce, açúcar, sobremesa. 
 
 
 
 
 
 
Algumas Diferenças Básicas Próprias da Libras: 
 
 
 
a) Sinais correspondentes a uma configuração de mão (letras ou números) 
oriundos 
 
Do Alfabeto Manual. 
 
Ex.ª: "C" = depressa, quente, cunhado, tio 
 
"4" = acusar, quarta-feira, conhecer 
"Y" = bobo, triste, sofrer, vaca 
 
b) Sinais simples pela mão direita. 
 
Ex.ª: amigo, avião, sábado 
 
c) Sinais compostos de dois ou mais sinais. 
 
Ex.ª: faqueiro = caixa + guardar + faca + garfo + colher 
 
piloto = homem + dirigir + avião 
 
mãe = mulher + bênção 
 
d) Sinais que podem ter dois ou mais movimentos diferentes realizados 
 
simultaneamente ou movimento de uma das mãos sobre outra parte 
 
do corpo parado. 
 
Ex.ª: cadeira, nervoso, papel, chocolate 
 
e) Sinais que podem ter dois movimentos iguais realizados ao mesmo 
tempo. 
 
Ex.ª: empregada, diferente, namorar, feriado 
 
f) Sinais que não apresentam movimento de mãos. Só da face. 
 
Ex.ª: roubo, ato sexual 
 
g) Sinais com sentidos diferentes, mas mantém a mesma forma em 
Português. 
 
Ex.ª: FALTAR/FALTA: 
 
Ausência - Ele faltou à aula. 
 
Insuficiência - Está faltando arroz. 
 
Falta em esporte - Zico cobrou a falta com perfeição. 
 
APAGAR: 
 
Desligar - Por favor, apague a luz. 
Limpar- Apagar o quadro negro. 
 
Fechar - Ela apagou o gás. 
 
h) Frases formadas a partir de um único sinal. 
 
Ex.ª: Estou com dor de cabeça. LS = dor-de-cabeça 
 
Quantos anos você tem? LS = idade 
 
i) Sinais que com uma mesma representação manual podem ter 
 
Significados diferentes quando associados à expressão facial diferente. 
 
Ex.ª: não-pode # cair-do-cavalo # ocupado 
 
Egoísta # problema meu # deixa comigo 
 
j) Expressões idiomáticas da LP que não encontram sinal correspondente 
 
Em Língua de Sinais. 
 
Ex.ª: "cair de gaiato", "pernas, para que te quero", "dando sopa", "vai 
tomar 
 
Banho! ", "chá de cadeira", "chorar o leite derramado", "isso são outros 
 
Quinhentos", "entrar pelo cano". 
Verbos de 
Ligação 
 
 
Chamados também de verbos auxiliares, e ao contrário dos verbos 
significativos, os verbos de ligação são responsáveis por fazerem a ligação 
do sujeito com o predicado e normalmente não têm o sentido principal da 
frase, denotando não a ação, mas o estado, a qualidade, a condição ou a 
situação do sujeito. Por isso, na Libras são geralmente omitidos da frase. 
 
 
 
 
Principais verbos de ligação: 
 
SER 
 
ESTAR 
 
FICAR 
 
TER 
 
HAVER 
 
CONTINUAR 
 
PERMANECER 
 
PARECER 
 
ACHAR 
 
ENCONTRAR 
 
ANDAR 
TORNAR-SE 
 
 
 
Nem sempre os verbos acima serão de ligação. Para fazermos uma correta 
análise, é preciso verificar o contexto em que estes verbos estão inseridos. 
Vamos usar como exemplo os verbos ANDAR e CONTINUAR: 
 
 
 
 
Exemplo 1 (ANDAR) 
 
O homem anda depressa. 
 
Andar neste contexto significa modo, maneira que o homem anda. É um 
verbo de ação (portanto não poderá ser de ligação). Aqui andar é verbo 
intransitivo. 
 
 
 
 
O homem anda preocupado. 
 
Nesse caso andar indica o estado em que o homem se encontra. Logo, 
trata-se de um verbo de ligação. 
 
 
 
 
Exemplo 2 (CONTINUAR) 
 
Ela continua feliz. Indica estado. Verbo de ligação. 
 
Ela continua sua tarefa. Indica ação. Verbo transitivo direto. 
Cultura Surda 
 
É tarefa difícil definir cultura surda. Podemos vislumbrar um conceito 
como um movimento social, formado a partir de uma minoria linguística, 
que está em oposição à cultura e ideologia dominantes. Os surdos 
procuram conviver harmoniosamente com grandes diferenças, dentre elas 
a mais marcante, a linguística. Esta comunidade está sempre procurando 
fazer valer os seus direitos políticos e sociais, lutando contra o estigma, o 
estereótipo, a deficiência, o preconceito, e o poder do ouvintismo. 
 
 
 
O que poderia ser um caminho por parte da nossa sociedade 
predominantemente ouvinte seria o amadurecimento da consciência de 
que a diversidade é fator contribuinte e não ameaça a cultura de um povo; 
aprender a respeitar a cultura surda como parte integrante de nossa 
cultura coletiva, e, consecutivamente; o reconhecimento e a valorização 
da identidade cultural surda como uma ferramenta apta a contribuir para 
o desenvolvimento de nossa cultura global. 
 
 
 
Vivemos no século 21, portanto é conveniente que adotemos uma nova 
perspectiva em relação a um futuro cada vez mais próximo. E uma nova 
perspectiva implica preencher um espaço que outrora fora habitado por 
uma concepção concordante com a mentalidade vigente da época, mas 
que atualmente torna-se ultrapassada e não deve mais se sustentar, em 
seus alicerces ruinosos que não mais se alinham à superfície das novas 
descobertas. 
 
 
 
Dentre as características mais marcantes da cultura surda, além da língua, 
temos as tecnologias (TDD, aparelho auditivo, implante coclear, Closed 
Caption, alerta luminoso ou vibratório em telefones e campainhas) e os 
artefatos culturais (poesia, contos surdos) que muito traduzem a visão que 
o surdo tem do mundo e como pode contribuir com ele. 
Dinâmicas 
) Sinais Relacionados: z esta é uma dinâmica que trabalha com vocabulário 
e foi apresentada nas formas oral e sinalizada num curso de formação de 
intérpretes. Aqui ela foi adaptada para a aprendizagem e ampliação de 
vocabulário escrito na língua portuguesa. Z consiste em apresentar um 
sinal-tema (e se necessário conceituá-lo), escrevê-lo em português no 
quadro e pedir que as crianças deem todos os sinais que possam conhecer 
relacionados a este. Deve-se listar no quadro tudo o que elas derem para 
trabalhar posteriormente. Exemplo 1: sinal-tema: festa de casamento 
sinais-relacionados: noiva, noivo, padrinhos, bolo, igreja, véu, convidados, 
aliança, buquê, dança, presente,... Exemplo 2: sinal-tema: futebol sinais- 
relacionados: jogador, juiz, bola, apito, pênalti, cartões, bandeirinha, 
torcida, bandeira, gol, falta, ... z Aproveitando a brincadeira: a lista de 
palavras resultante desta atividade pode ser trabalhada de diversas 
maneiras, dependendo do objetivo que o professor queira alcançar: - 
pode-se montar um jogo de memória ou um bingo se a necessidade for 
fixação deste vocabulário; - pode-se estimular as crianças a produzirem 
textos criativos fazendo uso destas palavras; - pode-se utilizá-las para 
trabalhar aspectos gramaticais da Língua Portuguesa; - pode-se 
desenvolver algum projeto a partir do tema lançado na brincadeiras. 
m) Baralho de Configuração de Mãos: z consiste em se ter um baralho 
com as configurações de mãos mais utilizadas na língua de sinais e usá-lo 
como base para explorar palavras em português. Z as cartas são 
embaralhadas e uma delas é escolhida e apresentada para o grupo; cada 
criança tem que lembrar um sinal com a configuração de mão contida 
nesta carta, apresentá-lo e o professor escreve a palavra correspondente 
no quadro. Z aproveitando a brincadeira: uma maneira de trabalhar com a 
fixação deste vocabulário é variar a atividade pedindo que a criança faça 
em alfabeto manual todas as palavras anteriores e só depois apresente a 
sua. Pode-se utilizar as palavras aprendidas para produção textual. Pode- 
se criar e registrar em conjunto frases ou histórias em que apareçam 
somente, ou predominantemente, a configuração de mão escolhida no 
baralho. Exemplo: cg: "P": "O professor dela convidou umas pessoas para 
comer pizza. " "Um político que visitou o Paraguai falou com o presidente 
e pediu paz para o povo. " 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
As 
diferentes 
identidades 
surdas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Múltiplas Identidades Surdas 
 
 
 
 
 
 
Segundo A Autora Galdis Perin: "As diferentes identidades Surdas 
são bastante complexas, diversificadas. Isto pode ser constatado nesta 
divisão por identidades onde se tem ocasião para identificar outras muitas 
identidades Surdas, e: Surdos filhos de pais Surdos; Surdos que não tem 
nenhum contato com Surdo, Surdos que nasceram na cidade, ou que 
tiveram contato com Língua de Sinais desde a infância etc. Como dissemos a 
identidade Surda não é estável, esta em continua mudança. Os Surdos 
não podem ser um grupo de identidade homogênea. Há que se 
respeitarem as diferentes identidades. 
Em todo caso, para a construção destas identidades impera sempre 
a identidade cultural, ou seja, a identidade surda como ponto de partida 
para identificar as outras identidades Surdas. Esta identidade se 
caracteriza também como identidade política, pois está no centro das 
produções culturais. 
 
 
 
Outro ponto de partida que não pode ser esquecido é que a 
identidade Surda é possível pela experiência visual. Isto é, se a pessoa tem 
audição já não pode ser surda como no caso da identidade intermediaria. 
Isto tudo é importante à produção cultural como seja: necessidade de 
intérpretes, de Língua de Sinais, de convívio com pessoas de identidades 
iguais". 
As Diferentes Identidades Surdas: 
 
 
 
1. Identidades Surdas 
(identidade 
política) 
 
 
 
Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política Surda. 
São mais presentes em Surdos que pertencem à comunidade Surda e 
apresentam características culturais

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