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Roteiro para debate -Aborto

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Projeto de lei 882/2015, Descriminalização do Aborto no Brasil
 (Roteiro para Debate) 
Projeto de lei 882/2015,(descriminalização do aborto no Brasil)
O projeto de lei 882/2015, que trata da legalização do aborto. O texto determina que a interrupção da gravidez poderá ser realizada nas doze primeiras semanas, tanto pelo SUS quanto pela rede privada. Após a 12º semana, não sendo necessariamente em casos previstos, como em situações de violência sexual ou de riscos à gestante ou ao bebê, desde que comprovados clinicamente. - A interrupção voluntária da gravidez não deve ser tratada como um instrumento de controle de natalidade, mas um direito da mulher a decidir sobre seu corpo.
Na justificativa do projeto, o parlamentar afirma que não há motivo “para que o aborto seguro seja ilegal e as mulheres que o praticam, bem como aqueles e aquelas que as assistem, sejam considerados criminosos ou criminosas (...) O único motivo para isso é a vontade de uma parcela do sistema político e das instituições religiosas de impor pela força suas crenças e preceitos morais ao conjunto da população, ferindo a laicidade do Estado”.
O texto determina que a mulher que optar pelo aborto receberá informações acerca dos métodos de interrupção da gravidez, os serviços de saúde para a gestação e parto, e seus direitos trabalhistas vinculados à gravidez, por exemplo. Após cumprida esta etapa, o aborto deverá ser realizado em no máximo três dias. 
Na justificativa do PL, Wyllys afirma que há uma estimativa de que entre 729 mil e 1 milhão de abortos inseguros sejam realizados no Brasil anualmente. O texto também cita uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), segundo a qual uma em cada sete mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos já realizou ao menos uma interrupção voluntária da gravidez.
“Na faixa etária de 35 a 39 anos a proporção é ainda maior, sendo que uma em cada cinco mulheres já fizeram pelo menos uma interrupção voluntária da gravidez ao longo da vida”, completa.
O texto do projeto garante que o médico tem o direito de se recusar a realizar o procedimento abortivo se a prática for contrária à sua consciência. Entretanto, o profissional não pode ser recusar caso haja risco para a mulher ou um contexto de urgência.
BARREIRA NA CÂMARA
O projeto deve encontrar dificuldade para ser aprovado no Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados disse que o aborto só seria discutido na Casa por cima do cadáver dele, então quero dizer ao presidente que hoje estou protocolando um PL que cria uma política pública de garantia dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres para que o Congresso não continue passando por cima do cadáver de muitas delas – disse Wyllys.
EDUCAÇÃO SEXUAL TAMBÉM EM PAUTA
Um dos pontos do projeto determina que o MEC deverá incluir no sistema educacional tópicos de educação reprodutiva, como métodos contraceptivos e prevenção de DST-HIV, abusos sexuais e gravidez indesejada. Ele cita, ainda, a aceitação e o reconhecimento da diversidade sexual.
O texto determina que a mulher que optar pelo aborto receberá informações acerca dos métodos de interrupção da gravidez, os serviços de saúde para a gestação e parto, e seus direitos trabalhistas vinculados à gravidez, por exemplo. Após cumprida esta etapa, o aborto deverá ser realizado em no máximo três dias.
Introdução
Leis relativas à interrupção da gravidez variam bastante de país para país,desde da proibição absoluta à dês penalização em alguns casos e circunstâncias. 
No Brasil a intervenção é permitida quando a gravidez é resultado de estupro ou incesto, ou quando é comprovado que o feto possui alguma malformação que pode colocar a vida da mãe em risco. 
Atualmente, o código penal prevê pena de ate três anos de prisão para a mulher que provocar aborto em si ou permita que outra pessoa lhe provoque aborto.
Em dois terços de 195 países analisados pela ONU, a interrupção da gravidez só é permitida quando a saúde física ou psíquica da mulher está ameaçada; Somente um terço desses países leva em consideração a situação econômica ou social da mãe para permitir um aborto.
Países com situações iguais ou parecidas com o Brasil: 
Polônia Há pouco mais de um ano, após protestos em todo o país, o Parlamento rejeitou uma proposta que visava a proibição total do aborto.
Irlanda Segundo a Anistia Internacional, o país tem uma das leis de aborto mais restritivas do mundo, sendo considerado pela organização injusto e intolerante em relação às mulheres. O aborto é permitido somente em caso de risco à vida da gestante. Há casos documentados pela Anistia em que o aborto foi negado a mulheres cujos fetos já estavam mortos em seus ventres; obrigando-as a prosseguir com a gravidez durante meses. O aborto ilegal pode render uma pena de até 14 anos de prisão.
Países onde o aborto é legalizado
Áustria O aborto é legal desde 1975 e pode ser feito por decisão da mulher ou motivos médicos. O procedimento é permitido até a 16ª semana, e a gestante precisa ser aconselhada por um médico antes da intervenção. Depois desse período, o aborto só é permitido em casos de risco à saúde física ou psicológica da mulher, se o feto apresentar alguma deficiência grave ou se a gestante for menor de 14 anos.
França O aborto foi legalizado em 1975 e, desde 2001, é permitido até a 14ª semana de gestação. Neste mesmo ano, houve outras alterações importantes na legislação relativa à interrupção da gravidez, como o fim da obrigatoriedade de autorização dos pais para gestantes menores de idade .
Espanha Em 1985, o aborto foi legalizado em três casos: risco à saúde física ou psíquica da mulher, estupro e malformação do feto. Desde 2010, o procedimento é permitido por decisão da mulher até a 14ª semana e, em casos especiais, até a 22ª semana de gestação. Uma grande mobilização nacional surgiu em 2014 frente à tentativa do governo de reduzir o acesso ao aborto legal no país. Em 2015, o Senado determinou que menores de idade precisam da autorização dos pais para a intervenção. 
Uruguai Em 2012, foi aprovada a lei que descriminaliza o aborto em qualquer circunstância até a 12ª semana de gravidez. Em caso de estupro, o procedimento é permitido até a 14ª semana de gravidez.
México Cada um dos estados tem uma legislação própria sobre o aborto. Desde 2007, o aborto é permitido na Cidade do México até 12ª semana de gestação, por decisão da mulher.
EUA Desde 1973, o aborto é legal em todos os estados americanos.  A Suprema Corte garantiu o direito ao procedimento até o chamado "ponto de viabilidade" do embrião — entre 24 e 28 semanas de gestação. Depois disso, considera-se que o feto pode sobreviver fora do útero da mulher, e o aborto pode ser feito se houver risco de saúde para ela.
China O aborto é totalmente legalizado. Durante a vigência da chamada política do filho único proíbe, entre o fim dos anos 1970 e 2015, foram realizados muitos abortos forçados. Estima-se que foram realizados cerca de 336 milhões de abortos no período. A decisão de acabar com a política do filho único foi motivada pelo envelhecimento da população e pela queda na taxa de natalidade. Os casais podem agora ter no máximo dois filhos.
Discussão 
Algumas pessoas acham que o aborto deve continuar sendo proibido, outras, que deve ser legalizado. Cada um tem seus próprios argumentos para defender sua posição, e dificilmente um lado um dia conseguirá convencer o outro, tornando o consenso algo praticamente impossível de atingirmos. Não que isso represente um problema, pois, na verdade, a opinião pessoal pouco importa quando tratamos dessa questão.
Acontece que, existindo ou não leis que o proíbam, o aborto continua a ser praticado – Porque as mulheres já abortam, independentemente do que pensemos
Segundo a Organização Mundial de Saúde, são 20 milhões de abortos clandestinos por ano no mundo – e continua a matar mulheres .Segundo o IAG, Instituto Alan Guttmacher, entidade americana que estuda a questão do aborto no mundo, cerca de 1 milhão de mulheres abortam no Brasiltodos os anos. Sem distinção de raça ,cor, religião ou estado civil. E vão continuar abortando, pois a decisão de interromper uma gravidez é pessoal e envolve várias questões e fatores que não é de nossa competência. Ainda segundo a OMS, uma mulher morre a cada nove minutos vítima de abortos clandestinos. Portal Dráuzio Varella
Agora vejamos a questão social. Vivemos em um país extremamente desigual, e essa disparidade aparece quando analisamos o aborto no Brasil. As moças e mulheres que podem pagar até cerca de 5 mil reais pelo procedimento conseguem realizá-lo com um mínimo de segurança do ponto de vista médico. As pobres, infelizmente, estão sujeitas a todo tipo de agressão física e psicológica a que a situação clandestina lhes inflige. Entretanto, todas correm riscos ao se submeterem ao procedimento, como mostra a morte trágica de Jandira dos Santos Cruz e Elisângela Barbosa, ambas no Rio de Janeiro.
Se formos analisar do ponto de vista econômico, segundo o ginecologista Jefferson Drezett, coordenador do Ambulatório de Violência Sexual e de Aborto Legal do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, “os recursos que gastamos para tratar as graves complicações do aborto clandestino são muito maiores que os recursos de que precisaríamos para atender as mulheres dentro de um ambiente seguro e minimamente ético e humanizado”.
A descriminalização não gerará a banalização do aborto
Uma mulher não quer abortar como quem quer ir ao cinema. É estúpido, portanto, agir como se o aborto fosse, de alguma maneira, desejável para qualquer mulher.
Ainda segundo a Organização Mundial de Saúde, países com leis que proíbem o aborto não conseguiram evitar a prática e que contam atualmente com taxas maiores do que nos países em que o aborto é legalizado.
Isso porque a descriminalização é acompanhada de uma estratégia séria de planejamento familiar e acompanhamento psiquiátrico.
O aborto não se transformará no esporte favorito das mulheres brasileiras acaso seja legalizado .
Métodos contraceptivos falham
Uma pesquisa realizada pela UnB (Universidade de Brasília) apontou que entre 70,8% e 90,5% das mulheres que praticam o aborto no Brasil já têm outros filhos e fazem uso de métodos contraceptivos regularmente – o que reforça a tese de que o aborto seria medida de planejamento reprodutivo – empregado em último caso, quando os outros métodos contraceptivos falharam.
Importa dizer, ainda, que, comprovadamente, não há nenhum método contraceptivo totalmente seguro. Isso significa que o aborto não é uma prática que busca meramente corrigir a negligência do mau uso dos métodos contraceptivos.
Por fim, é certo que defender o prosseguimento da gestação como punição pela negligência dos pais no que se refere a métodos contraceptivos pressupõe que filhos indesejados funcionam como “punições.”Crianças não são punições.
Ser contra o aborto não é ser pró-vida
O discurso pró-vida é o menos lógico e mais cansativo de todos os discursos anti-aborto.Não há nada de moralmente admirável em defender o nascimento de uma criança indesejada, que provavelmente chegará ao mundo sem aparato material ou afetivo adequados e crescerá em condições adversas. Se esta criança, pelo seu histórico de privações, sucumbir ao crime, este mesmo conservador pró-vida dirá que “bandido bom é bandido morto”Querer que a criança nasça sem se importar com o tipo de vida que ela terá não é ser pró-vida, é ser pró-nascimento.
Educação sexual
As meninas que engravidam na adolescência são, na maioria dos casos, pobres e têm menos escolaridade, segundo dados do IBGE.O número de meninas adolescentes com filhos diminuiu na última década. Mesmo assim, continua alto
Em 2004, de cada mil mulheres de 15 a 19 anos, 78,8 tinham ao menos um filho, o que significava 18,4% da taxa de fecundidade total. Em 2014, esse número caiu para 60,5, representando 17,4% da taxa de fecundidade total. Portanto, de cada cinco partos, quase um é realizado em uma mãe adolescente.
A taxa de adolescentes com filhos mostra uma faceta conhecida dos brasileiros: a desigualdade social. Os dados revelam que a maioria das mães adolescentes tem poucos anos de escolaridade, é negra e vive nas regiões menos economicamente desenvolvidas do país.
São vários os fatores que levam as meninas a engravidar em uma fase da vida em que deveriam se preocupar com os estudos e em aproveitar a juventude. Muitas têm conhecimento acerca dos métodos contraceptivos, mas ignoram como utilizá-los corretamente. Assim, acabam usando o anticoncepcional de forma errada, o que torna sua eficácia reduzida.
Há regiões em que o acesso a esses métodos é precário. Nem todo posto de saúde oferece contraceptivos, entre eles a pílula do dia seguinte. Com acesso limitado, menos informações e a dificuldade comum às meninas muito novas em aderir a métodos que exigem regularidade de uso, a contracepção, muitas vezes, falha.
As mulheres têm de ter assegurados seus direitos contraceptivos, para que possam escolher quando e em que circunstâncias querem gerar um filho. E esses direitos começam no acesso às informações.
Essas adolescentes também têm baixa perspectiva em relação à escolaridade e à futura inserção no mercado de trabalho. Com isso, o papel social que lhes sobra é o de mãe.
O fator social em primeiro lugar, as às meninas mais ricas tem acesso a uma educação de melhor qualidade, que lhes permite criar expectativas em relação ao futuro. Assim, sonhos e planos como viajar, entrar em uma faculdade, conhecer outras culturas e pessoas, aprender novas habilidades e montar a própria casa antecedem o desejo da maternidade.
Quando essas meninas entram em idade fértil, conversam com elas sobre sexo e as levamos ao ginecologista, que passa a acompanhá-las e orientá-las na escolha do melhor método anticoncepcional, a que certamente terão acesso.
Se os métodos por acaso falharem, pagamos-lhes o aborto em clínicas onde elas podem contar com médicos que lhes garantam segurança. Para as mulheres de classe social mais alta, a criminalização do aborto pode ser resolvida com dinheiro.
Conclusão
O que defendemos, portanto, é a descriminalização do aborto como questão de saúde pública, para que o Estado pare de violentar mulheres através de suas leis.
Necessário, aliás, neste ponto, que façamos um recorte: quem são as mulheres que morrem vítimas de abortos clandestinos? As pobres, negras e periféricas. As ricas, em geral, conseguem abortar seguramente em clínicas clandestinas por uma bagatela de três a cinco mil reais. Importa, portanto, saber que a proibição do aborto não é eficaz em fazer com que as mulheres deixem de abortar, mas é muito eficaz em matar mulheres pobres, negras e periféricas.
Para as mulheres mais ricas, a maternidade é, na maioria das vezes, uma escolha e não um destino do qual não se pode fugir. Por que aceitamos condenar as mais pobres a uma realidade que evitamos para nossas filhas?
Todos deveriam ter direito de exercer sua sexualidade e decidir quando e quantos filhos desejam ter, e contar com o acesso a métodos que lhe assegurassem esse direito.
Uma sociedade que nega a garantia dos direitos reprodutivos a todas as mulheres em idade fértil, sem exceção, deveria no mínimo envergonhar-se
Portanto, quem é contra o aborto tem uma saída simples: não o pratique. Ninguém é nem nunca será obrigado a abortar. Por outro lado, a mulher deve ser dona do próprio corpo e ter o direito de decidir se deseja ou não seguir com uma gravidez. E, acima de tudo, como cidadã, tem o direito de ser amparada, acolhida e cuidada qualquer que seja sua decisão.
Fontes bibliográficas:
 https://drauziovarella.uol.com.br/?s=aborto
https://oglobo.globo.com/sociedade/jean-wyllys-protocola-projeto-de-regulamentacao-do-aborto-15687763

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