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Mercado, Derivativos e Capitais

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Curso de Pós-graduação a Distância 
 
 
 
 
 
Mercado, 
Derivativos e 
Capitais 
 
 
 
 
Autor: 
Ricardo Alexandre Martins Garcia 
 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 – INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ...................................................... 03 
1.1 Renda ................................................................................................................... 03 
1.2 Investimento e poupança ..................................................................................... 06 
1.3 A moeda como meio de pagamento .................................................................... 07 
1.4 Mercado e intermediação financeira .................................................................... 14 
 
UNIDADE 2 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................... 19 
2.1 O Sistema Financeiro Nacional ............................................................................ 19 
2.2 Órgãos normativos ............................................................................................... 22 
2.3 Entidades supervisoras ........................................................................................ 25 
2.4 Operadores .......................................................................................................... 29 
 
UNIDADE 3 – MERCADO DE CAPITAIS ................................................................. 37 
3.1 O mercado e sua estrutura .................................................................................. 37 
3.2 Valores mobiliários ............................................................................................... 45 
3.3 Mercados de balcão e de bolsa ........................................................................... 54 
3.4 Bolsas de valores ................................................................................................. 56 
3.5 Abertura de capital ............................................................................................... 63 
3.6 Índices de desempenho ....................................................................................... 67 
3.7 Avaliação das ações ............................................................................................ 71 
 
UNIDADE 4 – MERCADOS DE DERIVATIVOS ....................................................... 74 
4.1 Conceito e características .................................................................................... 74 
4.2 Agentes econômicos ............................................................................................ 77 
4.3 Tipos de mercados derivativos ............................................................................ 80 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94 
 
3 
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UNIDADE 1 – INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
 
Iniciam-se aqui os primeiros passos na disciplina Mercado Derivativo e de 
Capitais e imagino que você tenha uma série de expectativas em relação à 
disciplina, principalmente no que tange ao estabelecimento de relações entre os 
conceitos teóricos abordados e as realidades vivenciadas nesses mercados. 
Para alguns, este é o primeiro contato mais aprofundado com tais conceitos 
e suas práticas, enquanto para outros a disciplina será uma oportunidade de 
ampliação de reflexões já desenvolvidas em outros contextos, inclusive em termos 
de práticas estabelecidas. 
Assim, diante dessa realidade diversificada, estabelece-se aqui uma 
primeira unidade dedicada ao propósito de resgatar o conceito de intermediação 
financeira e sua relevância para a sociedade como um todo, principalmente no que 
tange ao mecanismo de desenvolvimento econômico. 
Dividida em quatro subseções, as três primeiras destinam-se à 
apresentação dos conceitos de renda, investimento e poupança e origem e 
evolução da moeda, que são importantes para nossa reflexão e que se fazem 
presentes na prática financeira dos indivíduos e das organizações. 
E, por fim, a última subseção aborda a intermediação financeira em si e sua 
relação com o mercado financeiro, principalmente em termos de relevância e 
contribuições para ele. 
 
1.1 Renda 
 
O conceito de renda está diretamente relacionado ao nosso dia a dia e às 
diversas transações financeiras que estabelecemos, mesmo que muitas vezes, num 
primeiro momento, não tenhamos a consciência desperta para isso. Toda 
remuneração dos agentes econômicos, ou seja, daqueles que participam 
ativamente do processo produtivo de uma economia é denominada como renda, 
conforme destaca Assaf Neto (2005). 
 
As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, 
de alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, 
essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços 
prestados, como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, 
lucros sobre capital investido, e assim por diante. (ASSAF NETO, 
 
4 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
2005, p. 28) 
 
Como se vê, portanto, a renda é o pagamento decorrente de alguma 
contribuição que os agentes econômicos dão ao processo produtivo de uma 
sociedade, independente dessa contribuição ser em forma de prestação de 
serviços, venda de produtos tangíveis ou até 
mesmo concessão de capital, como forma de 
investimento. Sua relevância para a sociedade 
é significativa, visto o ciclo positivo ou 
negativo que pode proporcionar, à medida que 
os agentes econômicos possuem renda ou 
deixam de tê-la. 
 Fonte: http://migre.me/a03Gj 
 
Para melhor visualizar o contexto de ciclo positivo proporcionado pela 
renda, basta observar o cotidiano. As pessoas e as organizações assumem, em 
determinados momentos, o papel de consumidores e, conforme possuem renda, 
consomem produtos que são desenvolvidos por outras pessoas e organizações, 
gerando assim rendas para esses outros, que por sua vez irão consumir de outros, 
sucessivamente, estabelecendo assim um ciclo benéfico de geração de renda. 
Já num contexto oposto, em que as rendas declinam ou até mesmo tornam-
se escassas, as pessoas e organizações reduzem seus consumos, proporcionando 
às sociedades econômicas um verdadeiro desafio, pois a redução da renda dos 
agentes econômicos impacta de forma negativa sobre as rendas dos municípios, 
dos Estados e países, diminuindo-as e comprometendo a capacidade de 
investimento, produção e desenvolvimento destes. 
E é exatamente em função desse contexto que se vê uma preocupação 
contínua com relação a taxas de desemprego, índices de inadimplência e 
poupança, entre outros, pois eles exercem impactos diretos sobre as rendas, tanto 
dos indivíduos quanto das nações. 
A renda de uma nação é constituída pela somatória das rendas de seus 
agentes econômicos, o que indica que se as rendas destes estiverem em baixa, a 
da nação a qual eles pertencem também estará e vice-versa. Essa renda pode 
ainda ser classificada em três tipos distintos, que são: renda interna, renda nacional 
e renda líquida do exterior. 
 
5 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Por renda interna de um país considera-se, conforme Assaf Neto (2005), o 
conjunto de todas as rendas geradas no interior deste país, em um determinado 
período de tempo, que normalmente é de um ano. Já, se você acrescentar a essa 
renda aquelas que os moradores de um país obtêm com atividades fora do seu 
território, ela passa a ser classificada como renda nacional, ou seja, aquela que 
inclui toda renda gerada no interior do país acrescida das obtidas pelos seus 
agentes com atividades no exterior. 
Agora, se você observar a movimentação de valores que ocorre entre os 
países e o que efetivamente fica em seus territórios, você chegará ao conceito de 
renda líquida do exterior, que nada mais é do quea diferença entre o valor enviado 
ao exterior e o valor recebido por um país, conforme destaca Assaf Neto (2005). 
Perceba que a relação entre balança comercial e renda líquida do exterior é 
uma relação direta, visto que uma balança comercial de saldo positivo implica em 
uma renda líquida do exterior positiva, caso contrário o país passa a ter uma 
situação negativa e deixa de ter renda líquida positiva, enviando mais valores ao 
exterior do que recebendo. 
Uma renda líquida do exterior negativa é, segundo Assaf Neto (2005), uma 
realidade muito comum em países que se encontram em desenvolvimento, pois 
estes costumam depender de capital e tecnologia estrangeira para fomentar seu 
desenvolvimento, levando naturalmente ao 
envio de rendas ao exterior. 
Além do conceito de renda aplicado 
às nações, também há a sua aplicação às 
pessoas, afinal, como visto anteriormente, 
a renda das nações é resultante da 
somatória dos agentes econômicos, 
inclusive pessoas. 
 Fonte: http://migre.me/a0BK1 
A renda das pessoas, também denominada renda pessoal, é aquela que 
lhes é efetivamente transferida, “[...] calculada deduzindo-se da renda nacional os 
lucros retidos pelas empresas, contribuições e benefícios previdenciários, imposto 
de renda sobre as pessoas jurídicas, etc.” (ASSAF NETO, 2005, p. 29), ou seja, 
somente o que, de fato, fica às pessoas físicas, decorrentes do processo produtivo. 
Os conceitos de renda e suas tipologias contribuirão para a compreensão 
 
6 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
dos conceitos de investimento e poupança, que são abordados na próxima 
subseção. 
 
1.2 Investimento e poupança 
 
Os termos investimento e poupança não são novidades para as pessoas e 
são utilizados com muita frequência no dia a dia, mesmo que em alguns casos os 
indivíduos não consigam visualizar suas relações e até mesmo não considerar seus 
vínculos. 
Investimento, para Assaf Neto (2005, p. 29), “[...] representa a ampliação de 
capital em alternativas que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva 
de um país, determinando maior capacidade futura de gerar riqueza (rendas)”. 
Nessa ótica, portanto, investimento está relacionado à criação de 
capacidade produtiva para a geração de riquezas 
e não apenas à transferência de valores, não 
sendo considerados como investimentos os casos 
em que não ocorre tal criação de capacidade. Para 
o crescimento e desenvolvimento dos países, os 
investimentos são importantes, sendo fundamental 
que aconteçam continuamente. 
 Fonte: http://migre.me/a03XC 
A poupança, por sua vez, que é uma das formas de investimento mais 
populares e conservadoras entre os brasileiros, é definida por Oliveira e Pacheco 
(2005) como o ato de deixar de consumir no presente para poder consumir mais 
numa ocasião futura. Para Assaf Neto (2005, p. 29), ela “[...] é a parcela da renda 
economizada pelos agentes econômicos, que não foi consumida na aquisição de 
bens e serviços”. Ou seja, valores que não foram utilizados para consumo imediato 
e que foram guardados sob a influência de um determinado incentivo, que nada 
mais é do que a taxa de juros e correção, que representa uma remuneração pelo 
dinheiro investido, ou seja, um incentivo para se poupar. 
 
7 
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Importante suporte para investimentos no 
processo produtivo, a poupança é um dos 
principais recursos para a realização de 
intermediação financeira e para a garantia de 
contínuos processos de investimentos em um 
determinado país. Sua relevância é tanta que 
muitos autores afirmam que um país que 
apresente baixa capacidade de poupar pode ter 
seu crescimento limitado, em função da falta de 
recursos para investir. Segundo Assaf Neto 
(2005, p. 30), além de originar-se de estímulos 
para redução do consumo, a poupança deve ser 
“[...] encaminhada, por meio de intermediários 
financeiros, para lastrear os investimentos da 
economia”. 
Fonte: http://migre.me/a0C2Q 
 
1.3 A moeda como meio de pagamento 
 
Possivelmente, quando se fala de moeda como meio de pagamento, a 
primeira imagem que você visualiza é a da moeda metálica ou a do dinheiro em 
papel. Estas, normalmente, são as imagens 
mais comuns que as pessoas possuem 
sobre a moeda, embora representem uma 
visão limitada, até mesmo pelo contexto 
histórico em que a moeda como meio de 
pagamento foi se desenvolvendo até 
chegar às características atuais e que ainda 
continuam em processo de evolução. 
 Fonte: http://migre.me/a048p 
Um aspecto fundamental para se compreender a evolução da moeda é a 
consciência de que mais importante que o formato que ela assume são os papéis 
que ela representa, desde o papel de meio de pagamento até mesmo o papel de 
reserva de valor. Antes de falar sobre esses papéis, entretanto, é interessante 
 
8 
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refletir sobre o conceito de moeda e sua evolução histórica. 
Para Pinheiro (2001, p. 17), a moeda pode ser definida como: 
 
[...] um conjunto de ativos financeiros de uma economia que os 
agentes utilizam em suas transações. Ela é um bem com 
características específicas e diferenciadas em relação aos demais 
bens da economia, visto que ela não produz nada, não é um bem de 
investimento e nem de consumo. (PINHEIRO, 2001, p.17) 
 
Assaf Neto (2005, p.34-35), numa visão complementar, diz que a moeda é 
“[...] meio de pagamento legalmente utilizado para realizar transações com bens e 
serviços. É um instrumento previsto em lei e, por isso, apresenta curso legal forçado 
[...] e poder liberatório [...]”. 
Considerando-se os conceitos trabalhados pelos dois autores, fica evidente 
o papel da moeda como meio de pagamento utilizado nas transações de bens e 
serviços entre dois agentes econômicos. Outro aspecto interessante é que a moeda 
em si não representa produtividade alguma, sendo necessário para isso que ela 
esteja vinculada a algum bem ou serviço. 
O reconhecimento legal perante as sociedades e o poder liberatório é uma 
de suas características mais relevantes, por ser obrigatoriamente aceita como meio 
de pagamento e pela libertação que possibilita de um compromisso com o credor 
por parte daquele que a utiliza para realização de pagamento. 
Segundo Pinheiro (2001), a evolução histórica da moeda e do seu papel 
como meio de pagamento se desenvolveu em cinco eras e ainda continua em 
evolução. As eras apontadas pelo autor são as de: troca de mercadorias, 
mercadoria moeda, moeda metálica, moeda papel e moeda escritural. 
A primeira das eras corresponde à troca de mercadorias, que representa o 
período embrionário da moeda nos moldes que hoje se conhece. Aqui o cenário é 
de populações predominantemente nômades, que se mudavam de um local para 
outro sempre que os recursos começam a se tornar escassos nas regiões em que 
estavam instaladas. As relações de troca entre os indivíduos aconteciam por meio 
do escambo, ou seja, uma determinada mercadoria era trocada por outra, conforme 
a necessidade dos envolvidos nas transações. 
 
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O escambo, conforme Kerr (2011), apresentava dificuldades enquanto meio 
de troca, como as de: reunir indivíduos com interesses comuns, estabelecer preços 
de troca adequados, fracionar mercadorias em questão e impossibilidade de se 
estocar alguns tipos de produtos. 
Para visualizar isso, imagine uma situação em 
que um caçador realizou a sua caça e deseja trocar 
parte dela por uma nova arma. O primeiro passo 
necessário para ele é identificar quem possui a arma 
que deseja e, ainda, que tenha interesse trocá-la por 
alimento e, mais específico ainda, pelo tipo de animal 
que foi abatido pelo caçador. Caso não encontre o 
interessado nessas condições diretas, o caçador 
necessita encontrar outro interessado para ir 
realizando trocas até que consiga chegar onde deseja, 
ou seja, na obtenção de sua nova arma.Fonte; http://migre.me/a04oW 
Identificada a coincidência de interesses na troca, tem que se pensar 
quanto da caça deveria ser entregue nessa relação, ou seja, qual seria o preço justo 
a ser entregue e, também, como fracionar esse animal abatido? E, ainda, 
dependendo o tempo de operação, tanto para o caçador como para aquele que 
realiza troca com ele, como fazer para estocar essa caça sem que ela se estrague, 
face os recursos disponíveis na época? 
Perceba que muitas questões precisam ser resolvidas num único processo 
de troca. Portanto, fica evidente a necessidade de se identificar um mecanismo 
mais adequado e coletivamente aceito para facilitar esse processo. 
E tal mecanismo foi identificado a partir de mudanças decorrentes da 
substituição gradativa do nomadismo pelo sedentarismo e do estabelecimento de 
novas formas de relações de troca entre os agentes econômicos, que passaram a 
aceitar determinadas mercadorias consideradas como de interesse comuns, como o 
sal, entre outros. 
“[...] Na Roma Antiga, por exemplo, os serviços muitas vezes eram pagos 
com o sal, o que originou o termo salário” (KERR, 2011, p.2). Essa aceitação de 
mercadorias comuns tornou-se o novo padrão de pagamento, surgindo a partir daí a 
primeira concepção de moeda, a mercadoria moeda, considerada como segunda 
 
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era da evolução dos meios de pagamento. 
Da mercadoria moeda evoluiu-se para a moeda metálica, que é a terceira 
etapa desse processo de evolução. 
“Os metais preciosos eram raros, muito demandados por sua utilidade e 
aceitos por todos, então logo viraram meio de troca comum” (KERR, 2011, p. 2). O 
processo de cunhagem das moedas em metais metálicos e com formatos 
circulares, já próximo dos apresentados pelas 
que hoje conhecemos, passou a acontecer e, 
conforme Pinheiro (2001), em função das 
vantagens oferecidas para o comércio, as 
moedas acabaram por difundirem-se por todo o 
mundo. 
Os metais, segundo o autor, foram 
escolhidos por apresentarem características 
como valor intrínseco, dureza, raridade relativa, 
facilidade de reconhecimento e propriedades 
industriais, entre outros. 
 Fonte: http://migre.me/a04JO 
 
Não foi necessário um grande salto para que aparecessem as 
primeiras moedas, pequenas peças de metal com peso e valor 
definidos, carimbadas com o selo oficial de quem as emitiu, como 
garantia de qualidade, peso e valor. As trocas agora podiam ser 
feitas por meio de moeda, mas seu valor ainda era ligado ao valor 
intrínseco do material no qual era cunhada. (KERR, 2011, p. 2) 
 
Apesar das facilidades proporcionadas pela moeda metálica, inclusive em 
termos de estocagem, o seu uso no comércio ainda apresentava dificuldades aos 
comerciantes, que muitas vezes necessitavam pesar as moedas e verificar o teor do 
material em que eram cunhadas, visto que seus valores estavam vinculados ao 
valor intrínseco desses materiais. 
Diante dessas dificuldades, começaram a surgir as primeiras casas 
especializadas em prestar serviços de guarda desses valores, mediante uma 
remuneração para tal. Assim, conforme Kerr (2011), surgem os primeiros modelos 
de bancos, que emitiam recibos dos valores depositados para resgate posterior, ou 
seja, aqueles que ali depositavam seus recursos financeiros recebiam certificados 
de depósitos que permitiam ao portador desses certificados fazer o resgate 
 
11 
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posterior. 
Assim, destaca Pinheiro (2001), surge a moeda papel, com o mesmo peso 
comercial que as metálicas, estabelecendo a quarta fase do processo de evolução 
da moeda. 
Nesta sequência, a era da moeda papel é substituída pela da moeda 
escritural, que, segundo Pinheiro (2001), constitui-se em depósitos à vista em 
instituições financeiras. Tal era, representa na verdade um aumento no leque de 
opções de formato dos meios de pagamento, mas mantendo a sua essência padrão 
de moeda. 
Os depósitos em questão possuem liquidez próxima ao da moeda papel e 
da moeda metálica, estando eles, entretanto, nas instituições financeiras, enquanto 
os demais com as pessoas em geral. 
Apesar de a moeda escritural ser apontada como a última fase desse 
processo evolutivo da moeda, já se visualizam hoje novos meios de pagamento que 
poderão naturalmente representar uma nova fase desse processo evolutivo. 
Para Pinheiro (2001, p. 24), “a tendência global para a moeda é que se 
torne um produto virtual e eletrônico, substituindo a atual moeda física. Outra 
tendência é a unificação da moeda com a criação de 
blocos econômicos [...]”. 
Como pode se ver, tais tendências estão em 
pleno processo de consolidação, com o uso 
intensivo de cartões de crédito ou débito e das 
diversas modalidades de pagamentos online, assim 
como a unificação de algumas unidades monetárias, 
como é o caso do Euro, na Europa. 
Fonte: http://migre.me/a05yg 
Agora um olhar mais atento sobre a unificação das unidades monetárias 
torna-se interessante e necessário principalmente após a ocorrência das mais 
recentes crises econômicas mundiais. 
Agora, além dessa compreensão do conceito de moeda e de sua evolução 
histórica, também é importante observar os papéis que ela exerce na sociedade 
econômica, pois tal observação possibilita entender melhor a forma como cada 
agente econômico se relaciona com ela. 
Os papéis da moeda, segundo Pinheiro (2001), são os de meio de 
 
12 
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pagamento - já abordado neste material didático, o de estoque de valor, o de 
unidade-padrão de conta e, ainda, de intermediária de trocas entre agentes. 
Numa visão mais compacta, Assaf Neto (2005) diz que ela representa meio 
de troca, medida de valor e reserva de valor. Enquanto meio de pagamento ou meio 
de troca, ou ainda, intermediária de troca entre agentes, a moeda é considerada 
como um ativo financeiro de liquidez imediata, que possibilita a troca de serviços e 
de bens por outros e, ainda, que apresenta a capacidade de diminuir dívidas. 
Enquanto estoque de valor ou reserva de valor, ela permite que os agentes 
econômicos possam guardá-las, acumulando-as para posterior utilização. E, por 
fim, enquanto unidade-padrão de conta ou medida de valor, serve para apuração de 
preços, possibilitando divulgação, possíveis comparações e, até mesmo, registros 
de débitos. 
Ao contrário do período inicial de sua origem como meio de pagamento, a 
moeda não pode atualmente ser emitida por qualquer indivíduo ou organização. 
 
Hoje em dia, apenas os bancos centrais têm permissão para emitir 
moeda. Ela não tem mais valor intrínseco e não representa mais um 
valor em ouro, mas sim bens e serviços produzidos por aquele país, 
que podem ser comprados. Seu valor ainda depende da 
credibilidade do emissor, ou seja, do país, pois o banco central, que 
é o emissor por delegação, o representa. (KERR, 2011, p. 3) 
 
As autoridades econômicas centrais precisam considerar, para emissão de 
moeda, um lastro que funciona como uma reserva, uma garantia da moeda emitida. 
Pinheiro (2001, p. 25) diz que “[...] o lastro da moeda é resultante de um conjunto de 
macro variáveis como, por exemplo, as reservas cambiais que determinam o real 
poder aquisitivo de uma moeda”. 
Nos contextos em que ocorre maior volume de demanda por moeda no 
mercado, como por exemplo, quando a economia está aquecida e pleiteando novos 
investimentos, os bancos financeiros, como intermediários que são, possuem 
condições de atender a essa demanda, em função da capacidade de geração de 
moeda que apresentam, a partir dos depósitos de seus próprios correntistas. 
Detalhes sobre esse procedimento serão trabalhados na subseção 
seguinte, que trata do mercado e intermediação financeira. Enquanto isso, o 
importante é ter consciência da potencialidade das instituições financeiras e do que 
essa potencialidade pode representar no cenário econômico.13 
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Exercício 1 
 
1. Assinale a alternativa que NÃO pode ser considerada como exemplo de 
renda: 
a) Remuneração atribuída a um investidor em decorrência das ações que possui de 
uma empresa. 
b) Dinheiro recebido pelo proprietário de imóveis em decorrência do pagamento de 
aluguéis por seus inquilinos. 
c) Pagamento recebido por um profissional liberal pela execução de um serviço 
prestado. 
d) Dinheiro pago por um indivíduo para adquirir um veículo. 
e) Juros recebidos em decorrência de dinheiro aplicado em conta poupança. 
 
2. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A renda nacional de um país é representada pela soma de toda a renda gerada 
em seu interior, acrescida da renda obtida por seus moradores com atividades fora 
de seu território. 
b) O conceito de renda líquida do exterior está diretamente relacionado à condição 
de um saldo positivo na balança comercial de um país. 
c) Em países em desenvolvimento é muito comum a existência de renda líquida do 
exterior positiva, visto os elevados níveis de investimentos que eles costumam 
apresentar. 
d) A realização de investimento está associada à criação de capacidade produtiva 
para a geração de riquezas e não apenas à transferência de valores entre agentes. 
e) A poupança é um dos principais recursos para a realização de intermediação 
financeira e para a garantia de contínuos processos de investimentos. 
 
3. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A moeda é um bem com características específicas e diferenciadas, pois não 
produz nada, não é bem de investimento e nem bem de consumo. 
b) O poder liberatório da moeda é um fator preocupante, visto a instabilidade 
econômica que pode proporcionar em função do seu impacto na sociedade. 
c) A moeda é um meio de pagamento legalmente utilizado para realizar transações 
com bens e serviços. 
d) Em termos de papéis, a moeda representa meio de troca, medida de valor e 
reserva de valor. 
e) A moeda como meio de pagamento evoluiu no decorrer do tempo, sendo a 
moeda metálica a primeira etapa desse processo evolutivo. 
 
 
 
 
Suzane
Destacar
Suzane
Destacar
Suzane
Destacar
 
14 
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1.4 Mercado e intermediação financeira 
 
Pensar o conceito de mercado financeiro e seu propósito requer, de certa 
forma, resgatar a origem da ideia de mercado que surge há muito tempo atrás para 
denominar os espaços em que os indivíduos se reuniam para comercializar seus 
excedentes de produção. Entretanto, sem ater-se aos detalhes históricos do 
surgimento dos mercados e seus processos evolutivos, o que se busca aqui é uma 
compreensão do conceito de mercado financeiro e de suas características e 
benefícios. 
Nos mercados, de uma forma geral, encontram-se os agentes econômicos 
em busca de comprar aquilo que necessitam para consumo próprio ou vendendo os 
excedentes que possuem, estabelecendo as relações de troca. No mercado 
financeiro se mantém esta mesma lógica, ou seja, os agentes econômicos que a ele 
recorrem buscam comprar ou vender 
dinheiro, conforme seus interesses e 
disponibilidade de recursos. “Nos 
mercados financeiros, como o nome já 
indica, os produtos comercializados são 
os ativos financeiros, genericamente 
falando. Isso inclui moeda nacional e 
estrangeira, além de outros ativos 
financeiros [...]” (KERR, 2011, p. 4). 
Fonte: http://migre.me/a05DT 
A busca por recursos financeiros acontece porque toda sociedade 
econômica necessita de um contínuo processo de investimentos em tecnologias de 
produção, processos produtivos e capacitação de pessoas, entre outros, para 
assegurar seu crescimento e desenvolvimento. E, como as organizações, “[...] de 
maneira geral, não possuem recursos próprios suficientes para financiar todo o 
investimento necessário à sua atividade produtiva. [...]” (OLIVEIRA e PACHECO, 
2005, p. 7), elas recorrem, normalmente, as levam ao mercado financeiro para 
adquirir recursos que não possuem no momento e que não podem aguardar um 
tempo para a sua obtenção. 
O mercado financeiro assume o papel de intermediário na relação entre os 
agentes econômicos, conforme destaca Oliveira e Pacheco (2005), sendo essencial 
 
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que sua estrutura funcione de forma efetiva e eficiente para assegurar a 
contribuição que lhe atribuem em relação ao crescimento econômico. Para Pinheiro 
(2001), o mercado financeiro é o meio mais eficiente para relacionar poupança e 
investimento, cuja associação é fundamental para o desenvolvimento econômico e, 
nesta mesma concepção, Oliveira e Pacheco (2005, p. 10) dizem que “Quando o 
mercado financeiro não opera de forma eficiente, dificulta-se o investimento, o 
principal ‘combustível’ do crescimento econômico”. 
Segundo Pinheiro (2001, p. 33), ainda que “[...] uma economia é 
desenvolvida quando possui mercado de capitais eficiente e em desenvolvimento 
quando não o possui [...]”. 
Entre as principais funções do mercado financeiro são destacadas as de 
intermediação financeira, as de redução do risco de não pagamento, as de redução 
do risco por meio da especialização e a de definição mais clara do preço do 
dinheiro. No decorrer da disciplina, estas funções ficarão mais evidentes e 
compreensíveis. 
Sobre o mercado financeiro e os agentes que nele atuam, é interessante 
destacar uma forma de classificação que permite reuni-los em três grandes grupos: 
o dos agentes deficitários, o dos agentes superavitários e o dos intermediários 
financeiros. 
Os agentes deficitários são todos aqueles que consideram não possuir 
recursos financeiros próprios em quantia suficiente para o atendimento de seus 
desejos ou desenvolvimento de suas atividades e que por isso recorrem ao 
mercado para a obtenção de mais recursos que possam complementar os seus e 
contribuir para o alcance de seus objetivos. 
Segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 8), é esta característica de busca que 
“[...] qualifica as empresas como os agentes deficitários da economia ou tomadores 
de recursos”. 
Já os agentes superavitários são aqueles que possuem recursos 
financeiros em quantidade superior ao que precisam para a satisfação das suas 
necessidades e desejos e que, em função disso, podem disponibilizar seus 
excedentes para atendimento da demanda apresentada pelos agentes deficitários. 
Os agentes superavitários, nesse cenário, tornam-se concessores de 
crédito aos deficitários e são constituídos, inclusive, pelas famílias que, conforme 
Oliveira e Pacheco (2005), muitas vezes possuem recursos excedentes que podem 
 
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ser destinados para tal. Além da denominação de agentes superavitários, as 
famílias também costumam ser denominadas como poupadoras. 
E os intermediários financeiros, por sua vez, são todos aqueles que 
proporcionam as interações e relações entre os agentes superavitários e os 
deficitários, mesmo que estes sequer se conheçam. As instituições financeiras que 
compõem o mercado financeiro assumem esse papel de intermediários, tendo, 
como principal função “[...] a aproximação de agentes superavitários, que têm 
excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades 
produtivas, e os agentes deficitários, que estão em situação inversa [...]” 
(PINHEIRO, 2001, p. 33). 
Ao refletir sobre o mercado financeiro, você observa que a intermediação se 
apresenta como um fator essencial para a integração entre os agentes deficitários e 
superavitários, sendo de grande relevância para o mecanismo de funcionamento 
desse mercado. 
Pinheiro (2001, p.25) diz que a intermediação financeira é uma atividade 
cujo propósito é “[...] viabilizar o atendimento das necessidades financeiras de curto, 
médio e longo prazos, manifestadas pelos agentes econômicos carentes de 
recursos, aplicando ao mesmo tempo o excedente monetário de agentes 
superavitários, com mínimo de riscos”. 
Em termos de características e forma de desenvolvimento,Oliveira e 
Pacheco (2005) dizem que a intermediação financeira se apresenta de duas formas, 
podendo ela ser direta ou indireta. 
A direta é aquela em que a instituição financeira intermediária estabelece 
relação direta com o agente superavitário e com o deficitário e assume os riscos de 
inadimplência com relação à transação, responsabilizando-se por ela. 
A indireta, por sua vez, é aquela em que a instituição intermediária não 
assume os riscos de inadimplência relacionados à transação, sendo apenas uma 
prestadora de serviços ao agente deficitário, estruturando para ele operações de 
captação de recursos, que normalmente acontecem mediante a emissão de títulos e 
a localização de agentes superavitários que estejam dispostos a adquirir os títulos 
emitidos. Esta é uma transação típica do mercado de capitais, cuja abordagem mais 
detalhada se desenvolve no decorrer deste material. 
Também sobre a classificação da intermediação financeira, Pinheiro (2001) 
diz que ela pode acontecer sob a forma de intermediação por repasse ou 
Suzane
Destacar
 
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intermediação simples, cuja base de diferenciação está vinculada ao fato do 
intermediário assumir ou não o risco pelas transações, assim como destacado 
acima nas observações de Oliveira e Pacheco (2005). 
A intermediação por repasse é aquela em que a instituição financeira 
assume a responsabilidade pelos riscos, enquanto a intermediação simples não 
assume essa responsabilidade. 
A condição necessária para a existência da intermediação financeira, 
conforme Pinheiro (2001), é o fato de que as sociedades econômicas tenham 
superado a fase do escambo e que possuam moeda, excedente financeiro, bases 
institucionais para o mercado de intermediação e agentes dispostos a trocar ativos 
monetários por ativos financeiros. Caso faltem garantias, volume satisfatório de 
necessidades de capital e prazo adequado para tal, o mercado de intermediação 
financeira fica inviabilizado em termos de sua existência. 
 
 
Exercício 2 
 
1. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) A relação entre mercado financeiro e desenvolvimento econômico é 
considerada direta, sendo a eficiência do primeiro apontada como fator 
determinante para o êxito do segundo. 
b) A redução do risco de pagamento e a definição mais clara do preço do 
dinheiro são apontadas como algumas das principais funções do mercado 
financeiro. 
c) Considerando a classificação dos agentes que atuam no mercado financeiro, 
os investidores profissionais podem ser considerados como agentes 
superavitários. 
d) Considerando a classificação dos agentes que atuam no mercado financeiro, 
uma organização que lança ações ao mercado pode ser classificada como 
agentes deficitários. 
e) Considerando a classificação dos agentes que atuam no mercado financeiro, 
os bancos comerciais podem ser classificados como intermediários financeiros. 
 
2. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Na intermediação financeira direta, a instituição intermediária não assume 
riscos de inadimplência relacionados à transação. 
b) Em termos de classificações da intermediação financeira, pode-se dizer que a 
base da intermediação simples é a mesma da intermediação indireta. 
c) O volume satisfatório de necessidades de capital é um fator determinante para 
a existência do mercado de capitais. 
Suzane
Destacar
Suzane
Destacar
 
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d) A intermediação financeira indireta é uma transação típica do mercado de 
capitais. 
e) A intermediação financeira busca atender as necessidades dos agentes 
intermediários e a aplicação dos recursos excedentes dos agentes 
superavitários. 
 
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UNIDADE 2 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
Na unidade anterior, a reflexão desenvolveu-se em torno de definições 
conceituais que pudessem caracterizar o mercado financeiro e sua função de 
intermediação. Agora, ainda com propósito de contextualização do ambiente em 
que se desenvolve o mercado de capitais e de derivativos, esta unidade busca 
refletir sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que é constituído por cada um 
dos elementos que regulamentam, supervisionam e atuam no mercado financeiro. 
 
2.1 O Sistema Financeiro Nacional 
 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) se faz 
presente no cotidiano de todos os indivíduos que se 
encontram inseridos numa sociedade econômica, 
mesmo que para muitos essa presença passe de forma 
despercebida. A cada transação financeira 
estabelecida, por mais simples que seja, estão sendo 
realizadas operações vinculadas e regulamentadas 
pelo SFN, no qual cada um assume um papel distinto. 
 Fonte: http://migre.me/a0lRK 
Ora atuando como agente superavitário, ora atuando como agente deficitário 
e, até mesmo, como intermediário financeiro, os indivíduos devem procurar 
conhecer melhor a estrutura do SFN, pois é somente por meio da sua compreensão 
que se torna possível o estabelecimento de uma relação mais racional com ela e o 
desenvolvimento de melhores condições de aproveitamento dos recursos 
financeiros. É válido destacar que quando se trata de dinheiro e do seu uso, quanto 
mais conhecimento e racionalidade, melhor. 
São muitas as instituições que compõem o SFN brasileiro, cuja estrutura e 
funcionamento são regulamentados pelas leis federais de n.º 4.595, chamada de 
Lei da Reforma Bancária, e de n.º 4.728, denominada Lei do Mercado de Capitais, 
conforme Toledo Filho (2006). 
A Lei 4.595, sancionada em 31 de dezembro de 1964, dispõe sobre a política 
e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, além de criar o Conselho 
Monetário Nacional e estabelecer outras providências e a Lei n.º 4.728, de 14 de 
 
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julho de 1965, disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu 
desenvolvimento. 
Assaf Neto (2005) acrescenta a Resolução n.º 1.524 do Conselho Monetário 
Nacional, de 21 de setembro de 1988, que estabelece a criação dos Bancos 
Múltiplos. 
Em termos de definição conceitual, Oliveira e Pacheco (2005, p. 14) dizem 
que o SFN é o “[...] conjunto de instituições que atuam no processo de conciliar 
interesses de agentes deficitários e superavitários e de converter poupança em 
investimento [...]”, ou seja, engloba todas as instituições que atuam com o propósito 
de intermediação financeira. Sua amplitude de abrangência é destacada por Assaf 
Neto (2005, p. 80), quando diz que o SFN é “[...] constituído por todas as 
instituições financeiras, públicas e privadas, existentes no país”. 
As instituições financeiras, conforme Assaf Neto (2005), podem ser 
classificadas em bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. 
Por instituições bancárias ou monetárias 
são consideradas aquelas que possuem capacidade 
e amparo legal para a criação de moeda por meio 
de depósitos à vista que recebem em seus caixas. 
Neste contexto estão classificados os bancos 
comerciais e múltiplos. 
 Fonte: http://migre.me/a0m1o 
Já as instituições não bancárias ou não monetárias são aquelas 
impedidas legalmente de receber depósitos à vista, não possuindo faculdade de 
criação de moeda. Elas trabalham com ativos não monetários, como ações, letras 
de câmbio e debêntures, entre outros, e são representadas por praticamente todas 
as organizações que atuam no mercado financeiro, com exceção dos bancos 
comerciais e múltiplos. 
Pela relevância que possui para a sociedade, muitas expectativas estão 
associadas às funções que o SFN deve desempenhar, sendo interessante aqui 
destacar algumas delas. Assaf Neto (2005, p. 79) diz que as instituições que 
compõem o SFN “[...] devem permitir, dentro das melhores condições possíveis, a 
realização dos fluxos de fundos entre tomadores e poupadores de recursos na 
economia”, ou seja, a expectativa de que de fato se concretize a conversão da 
poupança em novos investimentos. Esta mesma expectativafica evidente no 
 
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pensamento de Pinheiro (2001) quando afirma que o sistema financeiro deve: 
 
[...] promover a poupança; arrecadar e concentrar a poupança em 
grandes volumes; transformar a poupança em créditos especiais; 
encaminhar os créditos às atividades produtivas; e gerenciar as 
aplicações realizadas e manter um mercado para elas. (PINHEIRO, 
2001, p. 54) 
 
As expectativas sinalizam o que se espera do SFN em termos de atuação e 
de papel junto à sociedade, entretanto, o cumprimento desses aspectos não é o 
suficiente para assegurar o êxito de suas atividades. 
Rudge (1993) diz que o SFN não pode concentrar-se apenas no mercado 
financeiro interno e no atendimento das necessidades que esse mercado apresenta, 
mas deve também atentar-se aos acontecimentos do cenário internacional para que 
possa acompanhar e estar em sintonia com o processo evolutivo do mercado 
financeiro internacional. 
Para Rudge (1993, p. 58), as instituições financeiras devem “[...] além de 
atender às necessidades de financiamentos internos, engendradas pelo 
crescimento econômico, [...] estar em consonância com o estágio mais avançado do 
desenvolvimento financeiro no plano internacional”. 
Pinheiro (2001, p. 53) diz que se o sistema não acompanhar as modificações 
exigidas pela economia ou até mesmo trabalhar de forma contrária a ela, “[...] 
tenderá a constituir-se em grave obstáculo às atividades produtivas, desestimulando 
o esforço da coletividade, que verá frustrados seus justos anseios de progresso”. 
Para desenvolver suas atividades e ao mesmo tempo assegurar que estas 
sejam realizadas de forma eficiente e correta, o SFN apresenta uma estrutura que 
envolve desde organizações destinadas à realização de atividades operacionais, 
até organizações destinadas à normatização e fiscalização do próprio sistema. 
O SFN brasileiro é composto por três grandes grupos, denominados: órgãos 
normativos, entidades supervisoras e operadores, como se pode observar no 
quadro a seguir. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 1 – Composição do Sistema Financeiro Nacional 
Órgãos 
normativos 
Entidades 
supervisor
as 
Operadores 
Conselho 
Monetário 
Nacional 
(CMN) 
Banco 
Central do 
Brasil 
(Bacen) 
Instituições 
Financeiras 
captadoras 
de 
depósitos à 
vista 
Demais 
instituições 
financeiras 
 
Bancos de 
câmbio 
Outros intermediários 
financeiros e 
administradores de recursos 
de terceiros Comissão 
de Valores 
Mobiliários 
(CVM) 
Bolsas de 
mercadorias 
e futuros 
Bolsas de 
valores 
Conselho 
Nacional de 
Seguros 
Privados 
(CNSP) 
Superintend
ência de 
Seguros 
Privados 
(SUSEP) 
Ressegurad
ores 
Sociedades 
seguradoras 
Sociedade
s de 
capitalizaç
ão 
Entidades 
abertas de 
previdência 
complementar 
Conselho de 
Gestão da 
Previdência 
Complement
ar 
(CGPC) 
Secretaria 
de 
Previdência 
Complemen
tar 
(SPC) 
Entidades fechadas de previdência complementar 
Fonte: Banco Central do Brasil (BACEN) 
 
Nas seções e subseções que se seguem são apresentadas características 
das instituições que compõem o SFN. Tais características, entretanto, não são 
apresentadas de forma a proporcionar uma reflexão aprofundada sobre cada uma 
delas, visto que este não é o objetivo desta disciplina. Quando for necessário, 
informações mais detalhadas serão apresentadas, assim como serão citadas 
opções para a busca de outras informações, de forma que aqueles que desejem 
conhecer mais sobre cada uma dessas instituições possam ampliar seus 
conhecimentos a respeito. 
 
2.2 Órgãos normativos 
 
Os órgãos normativos são as instituições responsáveis pela normatização e 
direcionamento do sistema financeiro, fazendo isso por meio de normas legais que 
desenvolvem e que regulamentam o funcionamento e controle de suas instituições. 
 
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Assaf Neto (2005, p. 82) diz que os órgãos normativos são “[...] instituições 
que estabelecem, de alguma forma, diretrizes de atuação das instituições 
financeiras operativas e controle de mercado”, enquanto Pinheiro (2001, p. 58) 
destaca que a regulação e o controle “[...] são exercidos por meio de normas legais, 
expedidas pela autoridade monetária, ou pela oferta seletiva de crédito levada a 
efeito pelos agentes financeiros do governo”. 
Fazem parte dos órgãos normativos do SFN: Conselho Monetário Nacional 
(CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho de Gestão da 
Previdência Complementar (CGPC). 
 
2.2.1 Conselho Monetário Nacional 
 
Criado em 1964, pela lei n.º 4.595, o Conselho Monetário Nacional (CMN) 
tem por objetivo formular políticas de moeda e crédito brasileiras, ou seja, 
estabelecer as diretrizes do SFN de forma que assegure e estimule o 
desenvolvimento do país, tanto em termos econômicos quanto sociais. 
Assaf Neto (2005, p. 82) diz que “[...] é um órgão eminentemente normativo, 
não desempenhando nenhuma atividade executiva”, composto pelo Ministro da 
Fazenda, que é o seu presidente, pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e 
Gestão e pelo Presidente do Banco Central do Brasil. 
O CMN tem por funções: 
 
[...] adaptar o volume dos meios de pagamento às reais 
necessidades da economia; regular o valor interno e externo da 
moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a 
aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o 
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; 
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar 
as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública 
interna e externa. (BACEN) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre o CMN e as atividades 
que ele desempenha podem ser obtidas no site 
http://www.bacen.gov.br/?CMN. 
 
 
 
 
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2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados 
 
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) foi criado em 1966, pelo 
Decreto-Lei n.º 73, que também institucionalizou o Sistema Nacional de Seguros, do 
qual o Conselho é um órgão de cúpula, com caráter de colegiado. 
Tem como responsabilidade fixar diretrizes e normas para a política de 
seguros privados no país. É composto pelo Ministro da Fazenda ou seu 
representante, que é o seu presidente, e por representantes da Superintendência 
de Seguros Privados, que é o vice-presidente, do Ministério da Justiça, do Ministério 
da Previdência e Assistência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de 
Valores Imobiliários. 
Suas funções são: 
 
regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização 
dos que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a 
aplicação das penalidades previstas; fixar as características gerais 
dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e 
resseguro; estabelecer as diretrizes gerais das operações de 
resseguro; prescrever os critérios de constituição das Sociedades 
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada 
Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos 
das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a 
profissão de corretor. (BACEN) 
 
 
2.2.3 Conselho de Gestão da Previdência Complementar 
 
Órgão colegiado do Ministério da Previdência Social, o Conselho de Gestão 
da Previdência Complementar (CGPC) tem por competência, conforme BACEN 
(2012): 
 
[...] regular, normatizar e coordenar as atividades das Entidades 
Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) [...] 
julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as 
decisões da Secretaria de Previdência Complementar. 
 
É válido destacar que os fundos de pensão são associações, sob forma de 
fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e acessíveis apenas a empregados 
de empresa ou grupos de empresa, servidores da União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios e, ainda, aos associadosou membros de pessoas jurídicas de caráter 
 
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profissional, classista ou setorial. 
É composto pelo ministro da Previdência Social, que é seu presidente, pelo 
Secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social e por 
representantes da Secretaria de Previdência Social do Ministério da Previdência 
Social, dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão, das 
entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e 
instituidores de entidades fechadas de previdência complementar e dos 
participantes e assistidos das entidades fechadas de previdência complementar. 
 
 
2.3 Entidades supervisoras 
 
As entidades supervisoras desenvolvem atividade complementar à realizada 
pelos órgãos normativos do SFN, sendo elas responsáveis pela supervisão das 
demais instituições que integram o sistema, ou seja, as instituições operadoras. 
Integram as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BACEN), 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados 
(SUSEP) e Secretaria de Previdência Complementar (SPC). 
 
2.3.1 Banco Central do Brasil 
Criado em 1964, por meio da Lei n.º 4.595, e vinculado ao Ministério da 
Fazenda, o Banco Central do Brasil (BACEN) é considerado como o principal 
executor das políticas estabelecidas pelo CMN e, também, fiscalizador do SFN. 
Corroborando tal afirmação, Assaf Neto (2005, p. 84) diz que o BACEN é “[...] 
o principal poder executivo das políticas traçadas pelo Conselho Monetário e órgão 
fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional”, assim como Toledo Filho (2006, p. 4) 
que afirma que a finalidade do BACEN é “[...] cumprir e fazer cumprir as disposições 
que lhe são atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional. [...]”. 
Em relação aos objetivos, Pinheiro (2001, p. 62) destaca que o BACEN 
busca “[...] zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas 
internacionais do país em nível satisfatório, assegurar a formação de poupança em 
níveis apropriados e garantir a estabilidade e o aperfeiçoamento do Sistema 
Financeiro Nacional”. 
 
 
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Suas atribuições são: 
 
[...] emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do 
meio circulante; receber recolhimentos compulsórios e voluntários 
das instituições financeiras e bancárias; realizar operações de 
redesconto e empréstimo às instituições financeiras; regular a 
execução dos serviços de compensação de cheques e outros 
papéis; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos 
federais; exercer o controle de crédito; exercer a fiscalização das 
instituições financeiras; autorizar o funcionamento das instituições 
financeiras; estabelecer as condições para o exercício de quaisquer 
cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência 
de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e 
controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. [...] (BACEN) 
 
Tais atribuições e características a elas associadas são apresentadas por 
Pinheiro (2001) conforme o quadro abaixo. 
 
Quadro 2 – Atribuições e características do BACEN 
Atribuições Instrumentos/características 
Banco dos bancos • Depósitos compulsórios; 
• Redesconto de liquidez. 
Gestor do Sistema 
Financeiro Nacional 
• Normas/autorizações; 
• Fiscalizações/intervenções. 
Executor da política 
monetária 
• Controle dos meios de pagamento; 
• Orçamento monetário; 
• Instrumentos de política monetária. 
Banco emissor • Emissão do meio circulante; 
• Saneamento do meio circulante. 
Banqueiro do governo 
• Financiamento ao Tesouro Nacional; 
• Administração da dívida pública interna e externa; 
• Gestor e fiel depositário das reservas 
internacionais do país; 
• Representante em instituições financeiras 
internacionais. 
Fonte: Pinheiro (2001, p.62) 
 
Informações mais detalhadas sobre o BACEN, sua 
estrutura e atividades podem ser obtidas no site 
http://www.bcb.gov.br/. 
 
 
 
 
 
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2.3.2 Comissão de Valores Mobiliários 
 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia 
vinculada ao Ministério da Fazenda e foi instituída pela Lei n.º 6.385, de 1976, 
entretanto, assumiu suas funções somente em 1978. 
Responsável pela regulamentação, desenvolvimento, controle e fiscalização 
dos valores mobiliários do país, a CVM “[...] tem por finalidade contribuir para a 
criação de estrutura jurídica favorável à capitalização das empresas por meio do 
mercado de capitais de risco, fortalecimento da empresa privada nacional e defesa 
do acionista e investidor” (PINHEIRO, 2001, p. 60). 
Toledo Filho (2006) diz que: 
 
A finalidade da CVM, de acordo com a Lei nº 6.385, é proteger o 
mercado de valores mobiliários, oferecendo segurança aos 
investidores e, ao mesmo tempo, incentivando a capitalização das 
empresas com a participação do público, por meio do lançamento de 
ações. [...] (TOLEDO FILHO, 2006, p. 103) 
 
Para contextualização, é importante ressaltar que o mercado de valores 
mobiliários é representado por ações, debêntures, commercial papers e demais 
títulos emitidos pelas sociedades anônimas e autorizados pelo CMN. 
Segundo BACEN, as funções da CVM são: 
 
[...] assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de 
bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar 
ou coibir modalidades de fraude ou manipulação no mercado; 
assegurar o acesso do público a informações sobre valores 
mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham 
emitido; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas 
no mercado de valores mobiliários; estimular a formação de 
poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a 
expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de 
ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital 
social das companhias abertas. [...] (BACEN) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre a CVM e suas 
atividades podem ser encontradas no site www.cvm.gov.br. 
 
 
 
 
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2.3.3 Superintendência de Seguros Privados 
 
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi criada pelo Decreto-
Lei n.º 73/66 e também se constitui numa autarquia vinculada ao Ministério da 
Fazenda. Seu objetivo, conforme Oliveira e Pacheco (2005, p. 22), é “[...] controlar e 
fiscalizar os mercados de seguro, previdência complementar aberta, capitalização e 
resseguro”. 
São atribuições da SUSEP: 
 
[...] fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação 
das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de 
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de 
executora da política traçada pelo CNSP; atuar no sentido de 
proteger a captação de poupança popular que se efetua através das 
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e 
resseguro; zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos 
mercados supervisionados; promover o aperfeiçoamento das 
instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados; 
promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela 
liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em 
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; 
cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as 
atividades que por este forem delegadas; prover os serviços de 
Secretaria Executiva do CNSP. (BACEN) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre a SUSEP e suas 
atividades podem ser encontradas no site www.susep.gov.br. 
 
2.3.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
Órgão do Ministério da Previdência Social, a Secretaria de Previdência 
Complementar (SPC) tem por objetivo fiscalizar as atividades das entidades 
fechadas de previdência Complementar, que são os fundos de pensão. É de sua 
competência 
 
[...]propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência 
Complementar; harmonizar as atividades das entidades fechadas de 
previdência privada com as políticas de desenvolvimento social e 
econômico-financeira do Governo; fiscalizar, supervisionar, 
coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a 
previdência complementar fechada; analisar e aprovar os pedidos 
de autorização para constituição, funcionamento, fusão, 
 
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incorporação, grupamento, transferência de controle das entidades 
fechadas de previdência complementar, bem como examinar e 
aprovar os estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos 
planos de benefícios e suas alterações; examinar e aprovar os 
convênios de adesão celebrados por patrocinadores e por 
instituidores, bem como autorizar a retirada de patrocínio e decretar 
a administração especial em planos de benefícios operados pelas 
entidades fechadas de previdência complementar, bem como propor 
ao Ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas 
entidades. (BACEN) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre a PREVIC podem ser 
obtidas no site www.previdenciasocial.gov.br. 
 
 
2.4 Operadores 
 
Os operadores, conforme Assaf Neto (2005, p. 89), são “[...] instituições 
(bancárias ou não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. 
[...]”. Essas instituições, segundo o BACEN, são: Instituições financeiras captadoras 
de depósitos à vista, Bolsas de mercadorias e futuros, Resseguradores, Demais 
instituições financeiras, Bancos de câmbio, Bolsas de valores, Sociedades 
seguradoras, Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de 
terceiros, sociedades de capitalização, entidades abertas de previdência 
complementar e entidades fechadas de previdência complementar (fundos de 
pensão). 
Algumas dessas instituições serão abordadas aqui de forma mais superficial, 
em função de suas complexidades e do foco da disciplina, não havendo, entretanto, 
um demérito a elas, pois são significativas para o SFN e seu funcionamento. 
Informações mais detalhadas sobre cada uma delas poderão ser obtidas 
posteriormente, conforme for necessário. 
 
Suzane
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Fonte: http://migre.me/a0ngA 
 
2.4.1 Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista 
 
São consideradas instituições financeiras captadoras de depósitos à vista os 
Bancos Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa 
Econômica Federal e as Cooperativas de Crédito. 
Os bancos comerciais são instituições financeiras públicas ou privadas, 
constituídas sob a forma de sociedades anônimas e que possuem como objetivo 
principal proporcionar condições e recursos para financiar pessoas jurídicas e 
físicas. 
As atividades básicas dos bancos comerciais, conforme Pinheiro (2001), são 
classificadas em prestação de serviços bancários e de concessão de crédito. A 
captação de depósitos à vista, conforme Resolução n.º 2.099 do CMN, é uma 
atividade típica do banco comercial, que pode, também, fazer captação de 
depósitos a prazo. 
Os bancos múltiplos, por sua vez, são instituições financeiras privadas ou 
públicas que trabalham com uma diversidade de carteiras de produtos e serviços, 
ampliando o leque oferecido pelos bancos comerciais. Conforme Resolução n.º 
2.099 do CMN, as carteiras de produtos e serviços desses bancos são carteiras: 
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, crédito imobiliário, 
arrendamento mercantil e crédito, financiamento e investimento. Segundo Assaf 
Neto (2005), “[...] para que uma instituição seja configurada como um banco 
múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras apresentadas, uma delas 
necessariamente de banco comercial ou de banco de investimento”. (ASSAF NETO, 
 
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2005, p.90). 
A Caixa Econômica Federal (CEF), assim como as demais caixas 
econômicas, é uma instituição financeira pública que atua de maneira autônoma e 
que apresenta objetivos claramente sociais. 
Auxiliando o governo federal em sua política de crédito, a CEF apresenta 
como principal função: 
 
[...] estimular a poupança popular, aplicando os depósitos à vista do 
público, os depósitos em caderneta de poupança e demais recursos, 
em operações de crédito que visem à promoção social e o bem-
estar da população (PINHEIRO, 2001, p. 66). 
 
No Brasil ela possui monopólio sobre empréstimo sob penhor de bens 
pessoais e consignação e venda de bilhetes da loteria federal, além de centralizar 
recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e integrar o Sistema Brasileiro 
de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). 
As cooperativas de crédito, por sua vez, são instituições financeiras que 
possuem forma e natureza jurídica própria, não estando sujeitas à falência e são 
destinadas ao atendimento exclusivo de seus associados, conforme Assaf Neto 
(2005). Elas estão sujeitas à legislação e normas do sistema financeiro nacional 
assim como à política nacional de cooperativismo. 
 
2.4.2 Bolsas de Mercadorias e Futuros 
 
As Bolsas de Mercadorias e Futuros (BMF) são um ambiente no qual agentes 
econômicos interessados em produtos agrícolas ou manufaturados se reúnem para 
realização de operações de compra e venda desses produtos. 
Conforme BACEN, “[...] são associações privadas civis, com objetivo de 
efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações 
realizadas em pregão ou em sistema eletrônico [...]”. 
Entre os principais objetivos de uma BMF, segundo Pinheiro (2001, p. 74), 
destacam-se: “[...] propiciar ao mercado condições adequadas para a realização de 
compra à vista, a termo, a futuro etc. de cereais ou de outros grãos, bem como de 
outras mercadorias suscetíveis de serem negociadas nos pregões”. 
A expectativa em relação a elas é que desenvolvam um mercado de 
derivativos transparente e com condições para que os agentes econômicos operem 
 
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com segurança diante das possíveis incertezas em relação aos preços futuros de 
commodities, taxas de juros e outros. 
Única no Brasil, a BM&FBOVESPA é uma das maiores bolsas do mundo em 
valor de mercado, assim como é a segunda das Américas e a líder no continente 
latino-americano. 
 
Informações mais detalhadas sobre a BM&FBOVESPA e 
suas atividades podem ser obtidas no site 
http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br. 
 
 
2.4.3 Resseguradores 
 
Os resseguradores são instituições responsáveis pela realização do seguro 
das seguradoras, ou seja, o seguro do seguro. Comum no mundo, o resseguro é 
uma “[...] forma de mitigar o risco, preservar a estabilidade das companhias 
seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado” (IRB-BRASIL RE). 
O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-BRASIL RE) é uma empresa 
vinculada ao Ministério da Fazenda e se constitui na maior resseguradora da 
América Latina. 
 
Mais informações sobre resseguradores e sobre o IRB-
BRASIL RE e suas atividades podem ser obtidas nos sites 
www.susep.gov.br e www.irb-brasilre.com.br. 
 
 
2.4.4 Bolsas de valores 
 
As bolsas de valores originaram-se na Bélgica, no século XVIII, e surgiram no 
Brasil em 1877, na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, a Bolsa de Valores de 
São Paulo (BOVESPA), que após integração com a BM&F passou a ser 
denominada BM&FBOVESPA, é a principal bolsa de valores do país, incorporando, 
desde 2001, “[...] os negócios de todas as outras bolsas brasileiras” (TOLEDO 
FILHO, 2006, p. 42). 
 
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As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos. Seu 
patrimônio é representado por títulos que pertencem às sociedades 
corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e 
administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da Comissãode 
Valores Mobiliários e obedecem às diretrizes e políticas emanadas 
do Conselho Monetário Nacional. (PINHEIRO, 2001, p. 72) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre bolsas de valores e 
suas atividades podem ser obtidas no site 
http://www.bmfbovespa.com.br/home.aspx?idioma=pt-br. 
 
 
2.4.5 Sociedades seguradoras 
 
As sociedades seguradoras são instituições que estabelecem contratos de 
seguro, na qual se comprometem a pagar ao segurado um determinado valor, como 
forma de indenização, caso ocorra o risco indicado e pelo qual o segurado 
estabeleceu contrato. 
 
 
Mais informações sobre as sociedades seguradoras e suas 
atividades podem ser obtidas no site www.susep.gov.br. 
 
 
2.4.6 Sociedades de capitalização 
 
As sociedades de capitalização são instituições que negociam títulos de 
capitalização, que são contratos por meio do qual um contratante realiza depósitos 
pecuniários periódicos e, depois de decorrido um determinado período, fixado nesse 
contrato, ele resgata os valores corrigidos por uma determinada taxa de juros, 
também previamente fixada. Ao contratante, ainda quando previsto em contrato, 
confere “[...] o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro” (BACEN) 
 
 
 
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Mais informações sobre as sociedades de capitalização e 
suas atividades podem ser obtidas no site www.susep.gov.br. 
 
 
2.4.7 Entidades abertas de previdência complementar 
 
As entidades abertas de previdência complementar são aquelas que 
trabalham com planos de benefícios previdenciários acessíveis a qualquer tipo de 
pessoa física. São regulamentadas e fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda, por 
meio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de 
Seguros Privados (SUSEP). 
 
Informações mais detalhadas sobre essas entidades podem 
ser obtidas no site www.susep.gov.br. 
 
 
2.4.8 Entidades fechadas de previdência complementar 
 
As entidades fechadas de previdência complementar, ou fundos de pensão, 
são organizações sem fins lucrativos e acessíveis apenas aos funcionários de uma 
determinada empresa ou grupo de empresas, aos servidores da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que a esses fundos se associam, 
sendo denominados instituidores. 
 
Informações mais detalhadas sobre as entidades fechadas 
de previdência complementar e suas atividades podem ser obtidas 
no site www.previdenciasocial.gov.br. 
 
 
2.4.9 Demais instituições financeiras 
 
Outras instituições financeiras de significativa relevância no sistema 
financeiro nacional, mas que não aprofundaremos aqui são as agências de fomento, 
as associações de poupança e empréstimo, os bancos de câmbio, os bancos de 
 
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desenvolvimento, os bancos de investimento, o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as companhias hipotecárias, as 
cooperativas centrais de crédito, as sociedades de crédito, financiamento e 
investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de crédito ao 
microempreendedor, as sociedades de arrendamento mercantil, as sociedades 
corretoras de câmbio, as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e as 
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
 
 
Exercício 3 
 
1. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Um dos propósitos do Sistema Financeiro Nacional é assegurar a conversão 
de investimentos em poupança. 
b) O Sistema Financeiro Nacional é composto por todas as organizações, 
públicas e privadas, que atuam no processo de conciliar interesses de agentes 
superavitários e deficitários. 
c) Instituições não bancárias trabalham com ativos não monetários, como ações, 
letras de câmbio e debêntures, entre outros. 
d) Entre as funções esperadas do Sistema Financeiro Nacional está a promoção 
da poupança e a transformação da poupança em créditos especiais. 
e) As instituições do Sistema Financeiro Nacional não devem limitar-se ao 
mercado interno, devendo atentar-se para as mudanças no cenário internacional. 
 
2. Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) O Sistema Financeiro Nacional é composto por três grupos denominados 
órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. 
b) As entidades supervisoras são as instituições mais importantes do Sistema 
Financeiro Nacional, por realizarem a supervisão das suas instituições. 
c) Bolsas de valores, Comissão de Valores Mobiliários e Conselho Monetário 
Nacional são instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional. 
d) Instituição normativa, o Conselho Monetário Nacional tem por objetivo formular 
políticas de moeda e crédito brasileiras. 
e) A regulamentação do regime de previdência complementar trabalhado pelas 
entidades fechadas de previdência complementar é objetivo do Conselho de 
Gestão da Previdência Complementar. 
 
3. Assinale a alternativa correta: 
a) As entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional são responsáveis 
pela supervisão dos órgãos normativos. 
b) Órgão normativo, o Banco Central do Brasil é considerado como o principal 
executor das políticas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. 
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c) A Comissão de Valores Mobiliários objetiva contribuir para a criação de 
estrutura jurídica favorável à capitalização das empresas por meio do mercado 
de capitais de risco. 
d) Os órgãos operadores do Sistema Financeiro Nacional são as instituições 
bancárias que atuam nas operações de intermediação financeira. 
e) Bolsa de valores, bancos comerciais e bancos múltiplos são considerados 
como instituições financeiras captadoras de depósitos à vista. 
 
 
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UNIDADE 3 - MERCADO DE CAPITAIS 
 
Dando continuidade ao processo de reflexão proposto na disciplina, inicia-se 
agora uma unidade de abordagem mais específica, voltada ao mercado de capitais 
e suas características. Enquanto as abordagens anteriores foram no sentido de 
contextualização, agora parte-se para um propósito específico, voltado à 
caracterização deste mercado e seu mecanismo de funcionamento. 
Compreender o mercado de capitais é interessante não somente pelo que ele 
representa em termos de significado para o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e 
seu funcionamento, mas também pela proximidade que este vem procurando 
estabelecer junto à sociedade, manifestando preocupação e iniciativas mais 
intensas no sentido de incentivar a participação de pequenos investidores em suas 
atividades, demonstrando que este é um mercado acessível a todos e que os títulos 
e valores nele negociados são bons e rentáveis possibilidades de investimento. 
Para trabalhar a abordagem sobre o Mercado de Capitais, esta unidade está 
estruturada em sete seções, assim divididas: O mercado e sua estrutura; Valores 
mobiliários; Mercados de balcão e de bolsa; Bolsas de valores; Abertura de capital; 
Índices de desempenho e Avaliação das ações. 
 
3.1 O mercado e sua estrutura 
 
Antes de compreender a estrutura do mercado de capitais e seus 
mecanismos, é relevante desenvolver com clareza o conceito deste mercado e os 
negócios que a ele estão 
relacionados. Kerr (2011, p. 87), o 
define como o ambiente onde “[...] 
negociam-se valores mobiliários, 
como ações, commercial papers e 
debêntures [...]”, numa concepção 
bem específica dos negócios que nele 
são estabelecidos. 
 Fonte: http://migre.me/a69lg 
 
 
 
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Pinheiro (2001) apresenta uma abordagem similar em relação aos negócios, 
mas a amplia em termos conceituais ao agregar à definição as instituições que o 
compõem e o papel que elas possuem. Segundo Pinheiro (2001, p. 87), o mercado 
de capitais é o “[...] conjunto de instituições que negociam com títulos e valores 
mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para 
os agentesvendedores [...]”. 
Diante disso, observa-se que, na verdade, não há uma estrutura física única 
que represente o mercado de capitais, como se este fosse um local único para 
negócios, mas há um conjunto de instituições que o compõem e que buscam 
consolidar o propósito de intermediação entre os agentes, assegurando a 
capitalização dos vendedores por meio dos recursos dos compradores. As 
instituições que constituem o mercado, dando-lhe forma, são as sociedades 
corretoras de valores mobiliários, sociedades distribuidoras de valores mobiliários, 
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento e empresas de liquidação e 
custódia de valores (PINHEIRO, 2001). 
Embora pareça redundante, é importante destacar novamente que o 
mercado de capitais é considerado como um grande municiador dos recursos 
permanentes para a economia, em virtude da ligação que possibilita entre os que 
possuem capacidade de poupança, que são os investidores, e os que necessitam 
de recursos de longo prazo. A capitalização dos agentes deficitários nesse mercado 
vai ocorrer em decorrência da compra, pelos agentes superavitários, dos títulos que 
foram emitidos. 
Uma reflexão mais detalhada sobre os títulos emitidos no mercado de 
capitais se desenvolverá no decorrer das próximas seções desta unidade. 
 
3.1.1 Intermediação e supervisão 
A forma como se desenvolve a intermediação no mercado de capitais é 
também um aspecto importante a ser destacado, visto que nele a relação de 
financiamento é estabelecida de forma direta entre os compradores e os 
vendedores, que acabam, de certa maneira, firmando compromissos e vínculos 
entre si. O intermediário é apenas um mediador do processo, não assumindo 
compromisso ou responsabilidade por lucros ou perdas que possam ocorrer ou que 
ocorreram em função das negociações estabelecidas. 
 
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Aqui os intermediários são “[...] 
meros intervenientes (e não mais 
contrapartes), prestando serviços de 
aproximação, de representação ou de 
liquidação de operações para seus 
clientes, as partes reais. [...]” (YAZBEK, 
2007, p. 132). 
 Fonte: http://migre.me/a69Sl 
As negociações estabelecidas no mercado de capitais, conforme Pinheiro 
(2001), podem ser estabelecidas no segmento institucionalizado e no segmento não 
institucionalizado, conforme o nível de supervisão ao qual estão sujeitas. 
 
• O segmento não institucionalizado é aquele em que não há 
regulamentação e controle pelas autoridades, sendo suas 
negociações estabelecidas de forma direta entre empresa e investidor; 
• O segmento institucionalizado é caracterizado exatamente pelo 
contrário, ou seja, pelo controle e acompanhamento que tem pelos 
órgãos específicos para isso. 
 
Alguns exemplos de supervisão do segmento institucionalizado podem ser 
citados para ilustrar a classificação. Um deles é a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), que utiliza sistemas on e off-line para monitoramento do mercado, sendo o 
on-line utilizado durante os pregões e o off-line após os pregões, buscando sempre 
identificar causas de variações que eventualmente possam ter ocorrido e que não 
se enquadraram nos limites previamente estabelecidos. 
Outro exemplo que pode ser citado é o caso das bolsas de valores, em que 
também se faz acompanhamento e monitoramento do mercado por meio de 
recursos de controle como o Circuit Break, que interrompe o pregão quando 
acontecem oscilações bruscas nos preços de ações, buscando assim assegurar 
garantias e proteção aos seus clientes. 
Toda vez que o limite de baixa nos negócios chega a 10% em relação ao 
fechamento anterior, o circuit break é acionado e a bolsa interrompe as atividades 
do pregão por 30 minutos, para monitorar como o mercado irá se comportar. 
 
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Ao retornar às atividades após o 
prazo estabelecido, observa-se a reação 
do mercado e caso o cenário de perda se 
mantenha, chegando a uma 
desvalorização de 15% em relação ao 
pregão anterior, as atividades são 
interrompidas novamente, mas agora por 
uma hora. 
Fonte: http://migre.me/a6anN 
 
Outras formas de controle e acompanhamento do mercado 
são os mecanismos de garantias que são administrados pelas 
câmaras de compensação, constituídos por: margens de 
garantias depositadas por clientes; garantias do agente de 
compensação; fundo de garantia da câmara de compensação; 
e patrimônio da câmara de compensação. (PINHEIRO, 2001, 
p. 88) 
 
3.1.2 Mercado primário e mercado secundário 
 
As negociações que acontecem no mercado de capitais podem ocorrer tanto 
no mercado primário quanto no secundário, conforme a negociação que estiver 
sendo realizada. 
O mercado primário pode ser resumido como aquele em que as ações são 
negociadas pela primeira vez, estando 
associado ao lançamento dessas ações 
no mercado de capitais. 
Kerr (2011, p. 94) diz que “[...] o 
mercado é primário quando as ações são 
lançadas pela primeira vez, e, o dinheiro 
arrecadado, líquido de custos, vai para a 
empresa emitente [...]”, ou seja, 
converte-se em capital para aquela 
organização que as lançou. Fonte: http://migre.me/a6aX9 
 
 
Suzane
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Também nesse sentido, Pinheiro (2001, p. 97) diz que o mercado primário 
“[...] é onde se negocia a subscrição (venda) de novas ações ao público, ou seja, 
onde a empresa obtém recursos para seus empreendimentos [...]”, 
complementando, portanto, a definição anterior. “[...] todo ativo financeiro é 
colocado no mercado (negociado pela primeira vez) por meio do mercado primário 
[...]” (ASSAF NETO, 2005, p. 264). 
É exatamente no contexto do mercado primário que ocorre a transferência 
direta de recursos para as organizações, tendo em vista que ao comprar títulos 
emitidos no mercado, os agentes superavitários acabam por capitalizar as 
organizações que emitiram tais títulos. 
 
[...] No mercado primário, ocorre a canalização direta dos recursos 
monetários superavitários, disponíveis aos poupadores, para o 
financiamento das empresas, por meio da colocação (venda) inicial 
das ações emitidas. É nesse setor do mercado que as empresas 
buscam, mais efetivamente, os recursos próprios necessários para a 
consecução de seu crescimento, promovendo, a partir do 
lançamento de ações, a implementação de projetos de investimento 
e o consequente incremento da riqueza nacional. (ASSAF NETO, 
2005, p. 264) 
 
O mercado secundário, por sua vez, é consequência do mercado primário, 
pois é no secundário que ocorre a renegociação dos títulos emitidos e negociados 
no mercado primário. Conforme Kerr (2011, p. 94), “[...] o mercado é secundário 
quando essas ações mudam de mãos [...]”. 
Para melhor entender o contexto de mercado primário e secundário, imagine 
você a seguinte situação: um investidor comprou no mercado primário ações 
emitidas por uma determinada empresa, como a Petrobrás, e após isso achou que 
seria interessante vender essas ações para ficar com o dinheiro correspondente ao 
valor delas. Para vender tais ações, ele precisa colocá-las novamente no mercado e 
esse mercado é o secundário, pois o emissor originário não é ele, mas sim a 
empresa de quem as comprou. Assim, quem comprar as ações do investidor, estará 
comprando de um segundo, o que caracteriza a definição de secundário. 
O mercado secundário, conforme Assaf Neto (2005) e Pinheiro (2001), busca 
assegurar liquidez aos investimentos do mercado primário, ou seja, assegurar que 
títulos adquiridos no mercado primário possam ser vendidos novamente, de tal 
forma a criar um contexto favorável ao contínuo processo de investimento que 
também beneficia o mercado primário. 
 
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No mercado secundário, os valores dos títulos negociados “[...] apenas 
trocam de mãos, de um acionista para outro, sem financiar projetos de investimento 
da empresa

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