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FSDB - M1 - Mercado de Capitais

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Curso de Graduação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mercado de 
Capitais 
(4 créditos – 80 horas) 
 
 
 
 
Autor: 
Ricardo Alexandre Martins Garcia 
 
 
 
 
 
Universidade Católica Dom Bosco Virtual 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
 
 
 
 
 
2 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Missão Salesiana de Mato Grosso 
Universidade Católica Dom Bosco 
Instituição Salesiana de Educação Superior 
 
 
Chanceler: Pe. Ricardo Carlos 
Reitor: Pe. José Marinoni 
Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profa. Rúbia Renata Marques 
Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori 
Coordenadora Pedagógica: Profa. Blanca Martín Salvago 
 
 
Direitos desta edição reservados à Editora UCDB 
Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335 
www.virtual.ucdb.br 
UCDB -Universidade Católica Dom Bosco 
Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário 
Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302 
CEP 79117-900 Campo Grande – MS 
 
 
 
GARCIA, Ricardo Alexandre Martins 
 
Mercado de Capitais /Ricardo Alexandre Martins Garcia. 2. ed. 
Campo Grande: UCDB Virtual, 2019. 66 p. 
 
Segunda edição revisada em 2020. 
 
Palavras-chave: 1 Intermediação financeira. 2 Sistema 
financeiro nacional. 3 Mercado de capitais. 4 Bolsa de valores. 
 
 
0720 
 
3 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO 
Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe 
multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que 
norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do 
seu curso. 
 
Elementos que integram o material 
Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para 
a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina. 
Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a 
realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-
trapassar o prazo máximo indicado pelo professor. 
Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-
fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo. 
Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você 
possa aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para 
facilitar seu acesso aos materiais. 
Atividades Virtuais: atividades propostas que marcarão um ritmo no seu estudo. 
As datas de envio encontram-se no calendário do Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
Como tirar o máximo de proveito 
Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros 
conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de: 
· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas de 
comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA; 
· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas 
audiovisuais, vídeo-aulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.; 
· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto a 
calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros; 
· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas 
necessidades como estudante, organize o seu tempo; 
· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendizagem, 
contando com a ajuda e colaboração de todos. 
 
 
4 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
Objetivo Geral 
Proporcionar, ao acadêmico, conhecimentos essenciais para a compreensão do 
mercado de capitais e suas especificidades. 
Sumário 
 
UNIDADE 1 - INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ....................................................... 10 
1.1 Breves conceitos econômicos ..................................................................................10 
1.2 Origem e evolução da moeda ..................................................................................16 
1.3 Mercado e intermediação financeira .........................................................................20 
 
UNIDADE 2 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .................................................. 24 
2.1 Conceito e estrutura do Sistema Financeiro Nacional .................................................25 
2.2 Órgãos normativos .................................................................................................29 
2.3 Entidades supervisoras ...........................................................................................31 
2.4 Operadores ...........................................................................................................34 
 
UNIDADE 3 - MERCADO DE CAPITAIS .................................................................. 40 
3.1 Estrutura do mercado de capitais ............................................................................40 
3.2 Investidores individuais e institucionais ....................................................................43 
3.3 Mercado primário e secundário ................................................................................44 
3.4 Abertura de capital .................................................................................................46 
 
UNIDADE 4 - BOLSA DE VALORES ......................................................................... 50 
4.1 Mercados de balcão e de bolsa ................................................................................50 
4.2 Bolsas de valores ...................................................................................................52 
4.3 Ações ....................................................................................................................55 
4.4 Índices da bolsa ................................................................................................... 588 
 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 60 
EXERCÍCIOS E ATIVIDADES ................................................................................ 61 
 
 
 
 
 
5 
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Avaliação 
 
A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da 
avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa 
aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc. 
A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final 
de cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao 
longo de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o 
processo será avaliado, pois a aprendizagem é processual. 
Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as 
atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre 
exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática. 
As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de 
cada disciplina. 
 
Critérios para composição da Média Semestral: 
 
Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho 
atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas 
diferentes atividades virtuais e na(s) prova(s), da seguinte forma: Somatória das notas 
recebidas nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2. Caso a disciplina 
possua mais de uma prova, será considerada a média entre as provas. 
Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Média (Provas) / 2 
Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6 
Antes do lançamento desta nota final, será divulgada a média de cada aluno, dando 
a oportunidade de que os alunos que não tenham atingido média igual ou superior a 7,0 
possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais. 
Se a MédiaSemestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda 
poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral 
deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina. 
Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5 
/ 2 = 5,5 (Aprovado). 
 
 
 
 
6 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES 
 
O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu 
cronograma e tenha um controle de suas atividades: 
 
 
AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO ** 
Atividade 1.1 
Ferramenta: Tarefa Online 
 
Atividade 2.1 
Ferramenta: Tarefa Online 
 
Atividade 3.1 
Ferramenta: Tarefa Online 
 
Atividade 4.1 
Ferramenta: Tarefa Online 
 
* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade (consulte o 
calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem). 
** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade. 
 
7 
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BOAS VINDAS 
 
Prezado(a) acadêmico(a), 
 
Seja bem-vindo à disciplina! 
Iniciamos aqui uma conversa sobre um tema que é de grande importância para a 
sua atuação profissional e, também, vida pessoal. Nas páginas que se seguem, o mercado 
de capitais e seus principais aspectos serão abordados de forma que possa lhe proporcionar 
informações que contribuam para o desenvolvimento de seu conhecimento sobre o tema e, 
ainda, para o uso positivo desse conhecimento no exercício de sua profissão e em sua vida 
pessoal. 
Falar sobre o mercado de capitais é sem dúvida falar de algo diretamente 
relacionado ao nosso dia a dia, embora alguns, a princípio, acreditem que esta seja uma 
conversa distante da sua realidade. As próximas páginas, tenho certeza, irão mostrar isso e 
acredito que, assim como eu, você irá se apaixonar pelo tema e pela sua proximidade e 
aplicação no cotidiano. 
Em um curso superior, independente de qual seja, uma grande responsabilidade é 
atribuída ao estudante, que é a de construir a sua própria história. As informações que são 
transmitidas por meio dos professores, dos materiais didáticos e dos diversos outros 
instrumentos e métodos adotados, são apenas apoio para aquilo que você decidiu construir 
para si mesmo, seja esta uma construção bonita ou não. 
Eu acredito na sua capacidade de fazer a diferença e de construir um caminho que 
leve aos melhores resultados. Quero muito que a sua construção seja diferenciada e tenho 
certeza que este material contribui significativamente para isso, entretanto, digo-lhe mais, 
vá sempre além, amplie continuamente seus conhecimentos e seja inovador, pois esta é a 
diferença e a característica do bom profissional contemporâneo. 
Tenha um excelente curso, nesta que é uma excelente instituição de ensino. 
Aproveite, positivamente, todas as possibilidades e oportunidades que lhes são oferecidas. 
Um grande e forte abraço. 
 
Prof. Ricardo A. M. Garcia 
 
 
 
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Pré-teste 
 
A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos 
conhecimentos prévios que você já tem sobre os assuntos que serão 
desenvolvidos nesta disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será 
pontuado. 
 
1. Analise os enunciados a seguir: 
I. A economia de mercado, também denominada economia capitalista, caracteriza-se pelo 
domínio da propriedade privada. 
II. A economia de mercado, caracteriza-se pela crença de que o próprio mercado possui as 
condições necessárias para solucionar os problemas básicos da economia. 
III. Os problemas básicos da economia, são: o que produzir, como produzir e para quem 
produzir. 
IV. A economia centralizada, também denominada socialista, tem o Estado como 
proprietário dos recursos. 
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos. 
c) Todos os enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
2. Analise os enunciados a seguir: 
I. SFN, significa Sistema Financeiro Nacional 
II. CMN, significa Conselho Monetário Nacional 
III. BACEN, significa Banco Central do Brasil 
IV. CVM, significa Comissão de Valores Mobiliários 
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos. 
c) Todos os enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
3. Analise os enunciados a seguir: 
I. Os órgãos normativos são instituições responsáveis pelo direcionamento do sistema 
financeiro e das instituições que o compõem. 
II. As entidades supervisoras assumem um papel complementar ao que é desenvolvido 
pelos órgãos normativos. 
III. O Conselho Monetário Nacional (CMN) tem por objetivo formular as políticas públicas 
do Estado. 
 
9 
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IV. O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) tem como responsabilidade a fixação 
de diretrizes de importação. 
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos. 
c) Todos os enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
4. Analise os enunciados a seguir: 
I. O Mercado de capitais apresenta uma particularidade na sua forma de intermediação que 
é o fato de não ter relação de financiamento entre compradores e vendedores. 
II. A função de uma bolsa de valores não é transferir os recursos da economia e sim criar 
riqueza. 
III. O mercado de capitais pode ser dividido em dois segmentos, que são: segmento não 
institucionalizado e segmento institucionalizado. 
IV. O mercado de capitais é o conjunto de instituições que negociam com títulos e valores 
mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os 
agentes vendedores. 
a) Apenas os enunciados I e II estão corretos. 
b) Apenas os enunciados III e IV estão corretos. 
c) Todos os enunciados estão corretos. 
d) Nenhum enunciado está correto. 
 
Submeta o Pré-teste por meio da ferramenta Questionário. 
 
 
 
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UNIDADE 1 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender o conceito de intermediação financeira e 
suas características, a partir da reflexão sobre breves conceitos da economia e da 
origem e evolução da moeda. 
 
Todos os dias milhares de pessoas relacionam-se com intermediários financeiros, 
mesmo que não tenham consciência disso. Alguns se relacionam por meio de contas 
correntes, contas poupanças e até mesmo investimentos diversos, enquanto outros se 
relacionam obtendo financiamentos e assim por diante. 
Os intermediários financeiros e a intermediação financeira em si é de grande 
importância para a sociedade como um todo e está enraizada em nosso cotidiano, não 
sendo possível ignorá-los e não compreendê-los. 
Nesta unidade, a intermediação financeira é o objeto de nossa conversa e para isso, 
começamos refletindo alguns breves conceitos da economia, essenciais para a nossa 
caminhada, seguido de reflexão sobre a origem e a evolução da moeda, que representa um 
marco significativo na evolução da economia e das transações entre os agentes. A 
intermediação financeira em si, e sua relação com o mercado, é o fechamento desta 
unidade e o ponto central dessa discussão. 
 
1.1 Breves conceitos econômicos 
 
Não é recomendável falar-se de intermediação financeira sem antes haver o 
conhecimento, pelo menos básico, de alguns conceitos da economia que possibilitam 
compreender com mais clareza esse processo de intermediação e os diversos fatores a ele 
relacionados. Nesse sentido, o propósito desta subseção é proporcionar uma breve reflexão 
sobre tais conceitos econômicos, sem, entretanto, fazer uma discussão mais aprofundada, 
buscando apenas fornecer elementos que o auxiliem nessa compreensão. 
Quando se fala de economia e da atividade econômica em si, está se falando sobre 
uma das mais antigas questõesda história da humanidade, que é, de maneira geral, a 
forma como as pessoas estabelecem relações de troca entre si e o uso que estas fazem dos 
recursos escassos da natureza para o atendimento e satisfação de suas necessidades. Ao 
vermos ou ouvirmos notícias de que faltará água potável e alimentos no mundo, por 
 
11 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
exemplo, estamos nos referindo não apenas a questões ambientais ou sociais, mas também 
a questões econômicas, pois estamos tratando de recursos que estão cada vez mais 
escassos, principalmente em consequência do mau uso que deles foram e ainda continuam 
sendo feitos. 
Historicamente, muitos debates foram e ainda são realizados em torno das questões 
econômicas. Compreender e explicar as relações de troca e consumo entre os indivíduos, 
assim como apresentar contribuições para melhorias nesse processo sempre foi objeto dos 
economistas, que desenvolveram ampla quantidade de conceitos, muitos em sintonia outros 
completamente divergentes. 
O problema fundamental da sociedade econômica, entretanto, é o mesmo e é a base 
para praticamente todas as discussões conceituais. Assaf Neto (2018), diz que 
 
Toda sociedade econômica, qualquer que seja sua forma de trabalho, 
enfrenta três problemas fundamentais e determinados pela lei da escassez: 
o que e em que quantidade produzir; como produzir, com que recursos 
tecnológicos, financeiros, etc.; para quem produzir, ou seja, para quem 
deverão ser distribuídos os diversos bens produzidos. (ASSAF NETO, 2018, 
p. 01) 
 
Esses três problemas fundamentais acompanham e continuarão acompanhando as 
sociedades que, enquanto existirem, necessitarão encontrar respostas eficazes para eles. O 
que produzir e em que quantidade produzir, como fazer essa produção e quais recursos 
nela empregar, assim como para quem será direcionada essa produção sempre será uma 
preocupação das sociedades, visto a realidade de cada uma delas e suas características. 
Cada sociedade – e aqui digo vilarejos, cidades, estados e países – responderão, conforme 
Assaf Neto (2018), de forma diferenciada a esses problemas, em função das realidades 
específicas que possuem, seja em termos de desenvolvimento tecnológico, de 
desenvolvimento cultural ou até mesmo econômico. É válido lembrar que as necessidades 
das pessoas, assim como a disponibilidade de recursos para satisfazer essas necessidades e 
as tecnologias utilizadas para transformação desses recursos não são as mesmas em 
nenhum lugar do mundo, como, por exemplo, é o caso de países subdesenvolvidos na 
África ou América do Sul e países desenvolvidos da Europa e América do Norte. 
Assaf Neto (2018), diz que os problemas fundamentais da sociedade econômica 
deixariam de existir, caso houvesse recursos em abundância na natureza e que pudessem 
ser transformados e distribuídos de forma ilimitada para atender as necessidades da 
sociedade humana. Entretanto, como isso não é possível e está cada vez mais distante 
qualquer possibilidade de que isto ocorra, as relações de uso dos recursos da natureza pelo 
homem devem ser conscientes e diferenciadas, não mais ignorando os problemas 
 
12 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
fundamentais da sociedade econômica, conforme apontado e que comumente acontece em 
muitas sociedades. 
A maneira como a sociedade se organiza e decide sobre o uso dos recursos 
possibilita a identificação de duas formas básicas de organização econômica, que são a 
economia de mercado e a economia centralizada. 
A economia de mercado, também denominada economia capitalista, caracteriza-se 
pelo domínio da propriedade privada e crença de que o próprio mercado possui as 
condições necessárias para solucionar os problemas básicos da economia, que são: o que 
produzir, como produzir e para quem produzir. Esta forma de organização econômica está 
presente na maior parte das sociedades do planeta, tendo os Estados Unidos como sua 
principal referência mundial. 
A economia centralizada, também denominada socialista, tem o Estado como 
proprietário dos recursos, sendo a livre iniciativa limitada e a capacidade produtiva e 
decisões de uso dos recursos naturais centralizados no Estado. O grande símbolo da 
economia socialista no mundo foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), 
dissolvida em dezembro de 1991, após período de intensa crise. Atualmente, Cuba pode 
ainda ser considerada como um ícone da economia socialista. 
Uma alternativa aos dois opostos de organização econômica é o que pôde ser 
denominado como um sistema misto, ou seja, um sistema que uniu características das 
outras duas formas de organização. Assaf Neto (2018, p. 04) diz que “[...] desde que 
Keynes defendeu o intervencionismo moderado como um antídoto à crise econômica 
mundial de 1929/30, ficou proposta uma alternativa conhecida por sistema misto. [...]”. 
Esse sistema equilibra características da economia de mercado, como a livre iniciativa 
privada, com a intervenção, em alguns aspectos e intensidades distintas, do Estado. 
Mas afinal, por que estamos falando de problemas fundamentais da economia e 
sobre as diferentes formas de organização econômica? 
Falamos disso porque esses conceitos são fundamentais para compreensão e 
continuidade da nossa breve conversa sobre alguns dos conceitos da economia, que agora 
se direciona para a relação entre preço e mercado. 
Você enquanto consumidor já deve ter observado que em termos de preço a melhor 
época para se comprar roupas de inverno é o verão e vice-versa, assim como, no 
supermercado, as verduras e frutas mais baratas são aquelas típicas da estação ou até 
mesmo produzidas na região. Agora, por que isso acontece? 
Uma resposta que você pode dar é: olha isso acontece porque no verão 
praticamente ninguém quer comprar roupa de inverno e porque verduras da estação e da 
 
13 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
região são encontradas com mais facilidade do que aquelas que são consideradas como fora 
de época, ou trazidas de localidades mais distantes. 
Isso mesmo, esta é a razão pela qual esses produtos podem tornar-se mais baratos 
ou mais caros, o que na economia dizemos que está diretamente relacionado com a oferta e 
a demanda, ou seja, a quantidade oferecida de um bem e a quantidade desejada deste 
mesmo bem num determinado período de tempo. 
Explicando melhor. Numa economia de mercado, o preço adequado de um 
determinado bem é especificado exatamente no ponto em que se encontram as curvas de 
demanda e de oferta. A curva de demanda, conforme figura abaixo, acompanha a evolução 
da quantidade demandada, ou desejada, por um determinado produto ou serviço, em 
função da alteração no valor do preço deste produto ou serviço, ou seja, quanto menor o 
preço, maior a quantidade demandada e vice-versa. Já a curva de oferta desenvolve um 
procedimento contrário, ou seja, conforme aumenta o preço deste produto ou serviço, a 
quantidade ofertada também aumenta e vice-versa. O ponto onde se encontram as duas 
curvas é o ponto de equilíbrio do mercado, ou seja, é aquele considerado como de preço 
ideal, onde se equilibram a quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir 
com a quantidade que os produtores ou prestadores de serviços estão dispostos a ofertar. 
 
 
 
Gráfico 1 – Formação de preços 
Fonte: Assaf Neto (2018, p. 04) 
 
Constantemente, na economia de mercado, estão acontecendo oscilações entre 
demanda e oferta, proporcionando alterações nas suas curvas e consequentes ajustes nos 
seus pontos de equilíbrio e definição de preços ideais. A economia centralizada, por sua vez, 
considera outros critérios para tal, em decorrência da centralização e forte presença do 
Estado. 
 
14 
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Os preços, portanto, influenciam e são influenciados pela quantidade demandada e 
ofertada de determinados bens e produtos, fazendo tal conceito parte do nosso cotidiano, 
tendo emvista que estamos constantemente comprando produtos ou serviços e buscando, 
quase sempre os melhores preços por eles, muitas vezes, inclusive, esperando o momento 
ideal para fazer a compra, ou seja, de redução no valor do seu preço. 
Milhares de pessoas estão inseridas ativamente na economia, ora exercendo o papel 
de consumo, ora exercendo o papel de produtor ou prestador de serviços, ou seja, ora elas 
estão comprando algo, ora estão vendendo. As pessoas que de alguma forma participam do 
processo produtivo, exercendo o papel de produtor ou prestador de serviços, recebem uma 
remuneração por isso, ou seja, elas possuem uma renda em função da contribuição que 
apresentam para o processo. 
 
As rendas representam a remuneração dos agentes que participam, de 
alguma forma, do processo produtivo de uma economia. São, 
essencialmente, receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, 
como salários recebidos, juros sobre capital emprestado, lucros sobre 
capital investido, e assim por diante. (ASSAF NETO, 2018, p. 05) 
 
As rendas são fundamentais para o trabalhador e para a própria sociedade 
econômica, que dela necessitam para dinamizar o seu processo, ou seja, alimentar e 
movimentar um ciclo já conhecido por você, seja por conceitos teóricos ou observação do 
cotidiano, em que uma pessoa com renda consome um produto, que para ser produzido 
necessita de outra pessoa, que para isso também recebe uma renda, que será convertida 
em consumo de novos produtos, gerando outras oportunidades de trabalho e renda para 
outras pessoas e assim por diante. 
Assim como as pessoas, os países também possuem rendas, que são caracterizadas 
pela somatória das rendas de seus agentes econômicos, ou seja, de todos os seus 
indivíduos, sejam pessoas ou empresas, que participam ativamente da economia. A renda 
interna de um país, conforme Assaf Neto (2018), é representada pelo conjunto de todas as 
rendas que são geradas no seu interior, em um determinado período de tempo, 
normalmente anual. As rendas obtidas pelos moradores de um país, incluídas as que ele 
obteve com atividades fora do seu território, são denominadas de renda nacional, ou seja, 
uma renda que inclui toda a gerada no interior do país, como a renda interna, somada à 
renda obtida pelos seus agentes com atividades no exterior. 
Basicamente todo país recebe e envia valores para o exterior, como consequência 
das atividades de seus agentes. Hoje é muito comum você ver pessoas que foram para o 
exterior trabalhar e que enviam dinheiro para sua família aqui no Brasil, fazendo uma 
 
15 
www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335 
reserva financeira para quando retornarem. Outros, por sua vez, fazem o processo inverso e 
aqui trabalham, enviando suas receitas para o exterior. E, assim como as pessoas, as 
empresas também fazem isso, enviando receitas para suas matrizes e investidores e assim 
por diante. 
Mas por que estamos falando sobre isso também? 
Estamos falando para contextualizar outro conceito de renda que é de grande 
relevância para um país, que é o de renda líquida do exterior, o que, segundo Assaf Neto 
(2018), é a diferença existente entre o valor enviado ao exterior e o valor recebido por um 
país. Quando negativa, a renda indica que foi mais enviado do que recebido e quando 
positiva, reflete o contrário, ou seja, o país mais recebeu receitas do exterior do que enviou. 
Assaf Neto (2018), destaca que em países em desenvolvimento essa renda líquida costuma 
ser negativa, pois estes costumam depender de capital estrangeiro e tecnologias para 
fomentar seu desenvolvimento, o que costumeiramente leva ao envio de rendas do exterior. 
Já as pessoas possuem uma renda pessoal que, segundo Assaf Neto (2018, p. 05), 
“[...] é a renda efetivamente transferida às pessoas, e é calculada deduzindo-se da renda 
nacional os lucros retidos pelas empresas, contribuições e benefícios previdenciários, 
imposto de renda sobre as pessoas jurídicas, etc.”, ou seja, somente a renda, de fato, que 
fica às pessoas físicas, decorrentes do processo produtivo. 
O conceito de renda e de suas diferentes tipologias é de grande importância para a 
compreensão da relevância de outros dois conceitos fundamentais à nossa conversa, que 
são os conceitos de investimento e poupança. Investimento, segundo Assaf Neto (2018, p. 
05), “[...] representa a ampliação de capital em alternativas que promovem o aumento 
efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando maior capacidade futura de 
gerar riqueza (rendas). [...]”. Para o autor, investimento está relacionado à criação de 
riqueza e não apenas à transferência de valores, ou seja, somente há investimento quando 
ocorre criação de riqueza, caso contrário tem-se apenas criação de valores. 
Os investimentos são importantes para o crescimento e desenvolvimento dos países, 
sendo fundamental que aconteçam continuamente. Posteriormente, ao falarmos de 
intermediação financeira, a relevância de investimentos ficará mais evidente ainda. 
A poupança, por sua vez, é definida por Oliveira e Pacheco (2005), como o ato de 
deixar de consumir no presente para poder consumir mais numa ocasião futura, o que, 
segundo eles, exige um incentivo para que o poupador não gaste no presente e mantenha 
seu recurso investido na poupança. Esse incentivo é a taxa de juros, que, grosso modo, é 
uma espécie de remuneração pelo dinheiro investido. Assaf Neto (2018, p. 06), diz que “A 
 
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poupança é a parcela da renda economizada pelos agentes econômicos, que não foi 
consumida na aquisição de bens e serviços. [...]”. 
A poupança, que pode ser considerada como a forma de investimento mais popular 
entre os brasileiros, é importante alimento do processo produtivo, pois ela é um dos 
principais recursos para a realização de intermediação financeira e garantia de contínuos 
processos de investimentos. Tamanha é a relevância da poupança que um país com baixa 
capacidade de poupar pode ter seu crescimento limitado, em função da falta de recursos 
para investir. Segundo Assaf Neto (2018, p. 06), “A poupança deve originar-se de estímulos 
à redução do consumo e encaminhada, por meio de intermediários financeiros, para lastrear 
os investimentos da economia. [...]”. 
1.2 Origem e evolução da moeda 
 
Outro aspecto importante para se pensar a intermediação financeira, a história da 
moeda permite-nos ter uma visão ampla da evolução dos meios de pagamento nas relações 
de troca, iniciadas com o escambo e hoje assumindo formas cada vez menos palpáveis. 
Essa evolução, inclusive, nos permite compreender o contexto de atuação do intermediário 
financeiro, que é o objeto principal desta unidade. 
Nesta seção, portanto, conversaremos um pouco sobre a origem da moeda e como 
ela foi evoluindo no tempo, refletindo sobre seus benefícios e características que 
proporcionaram sua difusão, assim como as ferramentas para assegurar o controle desse 
meio, que passou a ser predominante nos pagamentos decorrentes das relações de troca. 
Para Pinheiro (2001), conforme figura abaixo, a evolução da moeda acontece em 
cinco eras, que são: troca de mercadorias, mercadoria moeda, moeda metálica, moeda 
papel e moeda escritural. 
 
Figura 1 - Fases da evolução da moeda. 
Fonte: Pinheiro (2001, p. 23). 
 
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A primeira dessas eras, a da troca de mercadorias, representa o embrião do 
surgimento da moeda nos moldes que hoje conhecemos. Nessa época, as pessoas eram 
predominantemente nômades, ou seja, mudavam-se de um local para outro sempre que os 
recursos começavam a ficar escassos nos locais em que estavam, e as relações de troca 
entre os indivíduos era o escambo, ou seja, uma determinada mercadoria era trocada por 
outra, conforme a necessidade dos envolvidos nas transações. 
Com o decorrer do tempo e a gradativa substituição do nomadismo pelo 
sedentarismo, ou seja, com aspessoas deixando de mudar de um local para outro com 
tanta frequência, as relações econômicas entre os agentes também foram se modificando e 
nisso uma nova forma de pagamento foi se constituindo. A aceitação comum de 
determinadas mercadorias passou a estabelecer um novo padrão de pagamento, originando 
aí uma primeira concepção de moeda, a mercadoria moeda. 
A evolução da mercadoria moeda para a moeda metálica passou a acontecer com o 
processo de cunhagem dessas moedas em metal e com formatos circulares, já próximo dos 
apresentados pelas que hoje conhecemos. Segundo Pinheiro (2001), em função das 
vantagens oferecidas para o comércio, as moedas metálicas acabaram por difundir-se em 
todo o mundo. Os metais, segundo o autor, foram escolhidos por apresentarem 
características como valor intrínseco, dureza, raridade relativa, facilidade de reconhecimento 
e propriedades industriais, entre outros. 
Trabalhar com o metal no comércio, entretanto, gerava certas dificuldades aos 
comerciantes, que muitas vezes precisavam pesar o material e verificar o teor do metal em 
que eram utilizados. Em função disso, buscando facilitar o processo, os ourives passaram a 
depositar uma quantia em bancos, recebendo certificados de depósitos que asseguravam a 
devolução do valor ao portador desses certificados. Dessa maneira, conforme Pinheiro 
(2001), surge a moeda de papel, com mesmo peso comercial que as moedas metálicas, 
constituindo, portanto, a era da moeda papel. 
Em consequência do processo evolutivo, a era da moeda papel é substituída pela era 
da moeda escritural, que passa a acrescentar no mercado a moeda escritural, que segundo 
Pinheiro (2001), constitui-se em depósitos à vista em instituições financeiras. Esses 
depósitos possuem liquidez próxima ao da moeda papel e da moeda metálica, estando, 
entretanto, este nas instituições financeiras, enquanto os demais com as pessoas em geral. 
Para Pinheiro (2001, p. 24), “A tendência global para a moeda é que se torne um 
produto virtual e eletrônico, substituindo a atual moeda física. Outra tendência é a 
unificação da moeda com a criação de blocos econômicos [...]”. Tais tendências, apontadas 
 
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pelo autor, já estão, na verdade, em pleno processo de consolidação, pois hoje se vê uso 
intensivo de cartões de crédito ou débito e, também, a unificação de algumas unidades 
monetárias, como é o caso do Euro, na Europa. 
Mas afinal, se estamos falando de moeda e sobre sua origem e evolução, como ela 
pode ser definida? O que ela representa para a sociedade? Quais são os benefícios que de 
fato traz? 
Bom, conforme você já deve ter percebido no breve contexto histórico da origem e 
evolução da moeda, a sua definição não está vinculada ao sentido estrito da palavra ou 
objeto que a representa, ou seja, a moeda metálica e circular que estamos acostumados, e 
que muitas vezes nem damos muito valor e atenção. A moeda, na verdade, tem sua 
definição relacionada a meio de pagamento por algum produto ou serviço que é adquirido. 
Assaf Neto (2018, p.10), por exemplo, diz que a moeda é “[...] meio de pagamento 
legalmente utilizado para realizar transações com bens e serviços. É um instrumento 
previsto em lei e, por isso, apresenta curso legal forçado [...] e poder liberatório [...]”. Ou 
seja, é reconhecida legalmente perante as sociedades, deve obrigatoriamente ser aceita 
como meio de pagamento e liberta do compromisso com o credor aquele que dela faz uso 
para realizar um pagamento, ou seja, o libera da dívida. 
Outra definição de moeda é apresentada por Pinheiro (2001, p. 17), que diz: 
 
A moeda pode ser conceituada como um conjunto de ativos financeiros de 
uma economia que os agentes utilizam em suas transações. Ela é um bem 
com características específicas e diferenciadas em relação aos demais bens 
da economia, visto que ela não produz nada, não é um bem de 
investimento e nem de consumo. (PINHEIRO, 2001, p.17) 
 
Ou seja, a definição de Pinheiro (2001), além de reforçar a representatividade da 
moeda nas transações econômicas entre agentes, acrescenta-lhe uma característica 
particular, até então não comentada, ou seja, a de que não produz algo e de que não é um 
bem de investimento ou de consumo, o que a torna diferenciada em relação a demais bens 
da economia. 
Tais definições estão claras para você? Pergunto isto porque agora vamos 
acrescentar mais algumas informações ao conceito de moeda, buscando agora apontar 
elementos que a compõem. Vamos lá! 
Pinheiro (2001) e Assaf Neto (2018), apresentam cinco níveis de abrangência para o 
conceito de moeda como meio de pagamento. Definindo tais conceitos por M1, M2, M3, M4 
e M5, os autores partem do nível M1, que engloba a moeda em poder do público mais a 
moeda escritural, que são depósitos à vista nos bancos comerciais, até o nível M5, mais 
 
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abrangente, que envolve todos os conceitos anteriores, mais a capacidade aquisitiva dos 
cartões de crédito. A figura a seguir ilustra esses níveis: 
 
M1 = moeda manual + moeda escritural 
M2 = M1 + títulos públicos 
M3 = M2 + depósitos de poupança 
M4 = M3 + Depósitos a prazo + letras de câmbio + letras 
M5 = M4 + capacidade aquisitiva dos cartões de crédito 
 
Figura 2 - Conceitos de moeda e níveis de abrangência 
Adaptado de: Pinheiro (2001). 
 
Outro aspecto de relevância quanto à moeda são os papéis por ela exercidos na 
sociedade econômica. Pinheiro (2001), destaca que a moeda exerce papéis de meio de 
pagamento, estoque de valor, unidade-padrão de conta e intermediária de trocas entre os 
agentes. Nesta mesma linha, Assaf Neto (2018), diz que a moeda representa meio de troca, 
medida de valor e reserva de valor. 
A partir dos aspectos apresentados pelos dois autores e considerações que eles 
fazem a respeito desses papéis, é possível fazer uma junção entre eles e apresentar um 
panorama mais abrangente. Enquanto meio de pagamento ou meio de troca, ou ainda, 
intermediária de troca entre os agentes, ela é considerada como um ativo financeiro de 
liquidez imediata, que possibilita a troca de serviços e de bens por outros e, ainda, que 
apresenta a capacidade de diminuir dívidas. Enquanto estoque de valor ou reserva de valor, 
ela permite que os agentes econômicos possam guardá-las, de forma a acumular para 
posterior utilização. E, por fim, enquanto unidade-padrão de conta ou medida de valor, ela 
serve para apuração de preços, possibilitando divulgação, possíveis comparações e, até 
mesmo, registros de débitos. 
Utilizada para realização das transações, a moeda assegura liquidez aos agentes e 
ainda possibilita especulações face o contexto de mercado, como alterações em taxas de 
juros e demais fatores que possam gerar instabilidade na economia. Sua emissão não pode 
acontecer aleatoriamente, conforme a vontade ou necessidade, sendo necessário das 
autoridades econômicas centrais um lastro para tal, que funciona como uma reserva, uma 
garantia dessa moeda emitida. Pinheiro (2001, p. 25), diz que “[...] o lastro da moeda é 
resultante de um conjunto de marco variáveis como, por exemplo, as reservas cambiais que 
determinam o real poder aquisitivo de uma moeda”. 
 
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Embora seja fundamental para a economia e seu crescimento e desenvolvimento, a 
moeda é mais ou menos procurada conforme mudanças vão acontecendo no cenário 
econômico. Se a capacidade produtiva está em alta, por exemplo, gerando mais renda, 
agregando riqueza, a demanda pela moeda se eleva, mas se taxas de juros crescem, dentre 
outros fatores negativos, essa demanda recua, reduzindo-se. 
Quando ocorre maior volume de demanda por moeda no mercado, os bancos 
financeiros, na condição de intermediários, possuem condições de atender a essa demanda, 
em função da capacidade que apresentam de geração de moeda, a partir dos depósitos de 
seus próprios correntistas.Mais detalhes sobre esse procedimento serão trabalhados na 
subseção seguinte, que trata do mercado e intermediação financeira. Enquanto isso, aqui é 
importante ter essa consciência da potencialidade das instituições financeiras e do que isso 
pode representar no cenário econômico. 
 
1.3 Mercado e intermediação financeira 
 
Imagine comigo a seguinte situação. Logo pela manhã você foi até à geladeira, com 
o propósito de pegar leite, mamão, queijo, suco de laranja e margarina para preparar o café 
da manhã. Em função de uma semana corrida, não percebeu que havia acabado o leite, o 
queijo e o mamão, ficando, portanto, o planejamento do seu café comprometido. 
Diante disso, qual atitude você toma? 
Provavelmente fará um café com o que tem e assim que possível, irá a um 
supermercado, hipermercado, quitanda ou padaria para comprar os itens que estão faltando 
e não mais ter comprometido o seu café da manhã, já que esta é a principal refeição do dia. 
Ou seja, podemos dizer que você, literalmente, vai ao mercado buscar aquilo que você 
precisa para dar continuidade à sua atividade, neste caso, preparar o café da manhã. 
Bem, quando falamos de mercado financeiro, essa mesma lógica também prevalece, 
ou seja, quando algum agente econômico necessita de uma quantia de dinheiro além 
daquela que ele possui no momento, ele recorre ao mercado financeiro para comprar o 
dinheiro que está precisando. 
Vamos entender isso melhor. Toda sociedade econômica necessita continuamente de 
crescimento e desenvolvimento, pois é dessa forma que ela pode assegurar aos seus 
membros melhor qualidade de vida, ou pelo menos, apresentar condições adequadas para 
que isso aconteça. Entretanto, para que o crescimento e o desenvolvimento ocorram, essa 
sociedade necessita de investimentos contínuos na sua capacidade de produção, ou seja, 
precisa investir em qualificação de pessoas, em desenvolvimento de novos processos 
 
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produtivos e na implementação de novas tecnologias, entre outros, o que, na verdade, nem 
sempre é um processo tranquilo e que acontece com facilidade, pois, conforme Oliveira e 
Pacheco (2005, p. 7), “[...] As empresas, de maneira geral, não possuem recursos próprios 
suficientes para financiar todo o investimento necessário à sua atividade produtiva. [...]”. 
Isso quer dizer que, se as empresas não possuem recursos financeiros próprios e 
nem podem ficar esperando para juntar esse valor com calma, por meio de uma poupança 
gradativa, elas precisarão buscar esses recursos de outra forma, caso queiram continuar 
com seu processo de crescimento e desenvolvimento. E, uma alternativa para essa questão 
é a busca de dinheiro no mercado financeiro, ou seja, a compra ou empréstimo do dinheiro 
de alguém que tenha recursos excedentes e que esteja disposto a vendê-lo ou emprestá-lo. 
Assim, diante desse contexto, temos a definição de três elementos essenciais, 
quando se fala em mercado financeiro, que são: agente deficitário, agente superavitário e 
intermediário financeiro. 
O agente deficitário é aquele que necessita buscar em terceiros um complemento 
aos seus recursos próprios, ou seja, é aquele que precisa buscar no mercado mais recursos 
financeiros para as suas atividades, visto que seus recursos próprios não são suficientes. 
Segundo Oliveira e Pacheco (2005, p. 8) “[...] Essa característica qualifica as empresas 
como os agentes deficitários da economia ou tomadores de recursos”. 
O agente superavitário, por sua vez, é aquele que possui recursos disponíveis em 
quantidade superior ao que precisa para satisfazer suas necessidades e, cujo excesso pode 
ser utilizado para atender a demanda de recursos do agente deficitário. 
Neste contexto, segundo Oliveira e Pacheco (2005), enquadram-se as famílias que, 
muitas vezes, possuem excesso de recursos e que podem, além de agentes superavitários, 
serem também denominadas como poupadores. 
E o intermediário financeiro é o sujeito que vai proporcionar a relação entre os 
outros dois agentes, ou seja, a intermediação entre eles, mesmo que estes sequer se 
conheçam. 
O que estou querendo dizer com isso? 
Veja bem, dificilmente as relações entre agentes superavitários e deficitários 
acontecem de forma direta. Você já viu alguma vez uma empresa bater à porta de uma 
família para pedir dinheiro emprestado? Provavelmente não. 
Normalmente como isso acontece? As empresas e qualquer outro agente que se 
encontram na posição de deficitário irão procurar uma instituição financeira em busca de 
um financiamento ou qualquer outra coisa parecida que proporcione captação de recursos. 
 
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E no caso inverso? Você já viu alguma família ou outro tipo de agente superavitário 
indo de empresa em empresa oferecendo seus recursos? Provavelmente também não, pois 
o procedimento comum é o de que aqueles que possuem recursos financeiros excedentes e 
que não os estão investindo em bens e serviços, procurem uma instituição financeira e lá 
invistam o seu capital, em busca de uma determinada remuneração por isso. 
As instituições financeiras, neste caso, assumem o papel de intermediação entre 
agentes superavitários e deficitários. Segundo Pinheiro (2001, p. 33), intermediários 
financeiros “[...] têm como função a aproximação de agentes superavitários, que têm 
excesso de recursos, mas não têm oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e 
os agentes deficitários, que estão em situação inversa [...]”. 
A intermediação financeira, para Pinheiro (2001), é 
 
[...] atividade que tem a finalidade de viabilizar o atendimento das 
necessidades financeiras de curto, médio e longo prazos, manifestadas 
pelos agentes econômicos carentes de recursos, aplicando ao mesmo 
tempo o excedente monetário de agentes superavitários, com mínimo de 
riscos. (PINHEIRO, 2001, p. 25) 
 
Tamanha é a importância da intermediação financeira para o desenvolvimento de 
um país e de sua economia que Pinheiro (2001, p. 32), diz que “[...] existe um 
relacionamento íntimo entre desenvolvimento econômico do país e desenvolvimento de 
mecanismos da intermediação financeira. [...]”. Para ele, à medida que o país vai se 
desenvolvendo e enriquecendo, a estrutura de sua intermediação financeira também 
tenderá a se ampliar e aperfeiçoar, buscando atender as novas exigências desse 
desenvolvimento. Segundo Pinheiro (2001, p. 33), “[...] uma economia é desenvolvida 
quando possui mercado de capitais eficiente e em desenvolvimento quando não o possui. 
[...]”. 
Oliveira e Pacheco (2005), refletindo a questão da intermediação financeira diz que 
existem dois tipos dela, a direta e a indireta. A direta é aquela em que a instituição 
financeira, na condição de intermediária, estabelece relação direta com o agente 
superavitário e com o deficitário, assumindo os riscos de inadimplência relacionados à 
transação, ou seja, responsabilizando-se por ela. A indireta, por sua vez, se caracteriza por 
aquela intermediação em que a instituição financeira não assume o risco de inadimplência, 
sendo apenas uma prestadora de serviço ao agente deficitário, estruturando para ele 
operações de captação de recursos, normalmente mediante emissão de títulos, e a 
localização de agentes superavitários que estejam dispostos a adquirir tais títulos que foram 
 
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emitidos. Segundo Oliveira e Pacheco (2005), esta transação acontece no mercado de 
capitais. 
Pinheiro (2001), também refletindo sobre formas como a intermediação financeira 
pode acontecer, classificou-as em intermediação por repasse e intermediação simples, 
estando tal classificação vinculada ao intermediário assumir ou não o risco pelas transações, 
assim como Oliveira e Pacheco (2005). Na intermediação por repasse, a instituição 
financeira assume a responsabilidade pelos riscos, enquanto na intermediação simples isso 
não ocorre.Para que a intermediação financeira possa acontecer, segundo Pinheiro (2001), é 
necessário que as sociedades econômicas tenham superado a fase do escambo e que 
possuam moeda, excedente financeiro, bases institucionais para o mercado de 
intermediação e agentes dispostos a trocar ativos monetários por ativos financeiros. Caso 
faltem garantias, volume satisfatório de necessidades de capital e prazo adequado para tal, 
o mercado de intermediação financeira fica inviabilizado. 
O mercado financeiro, conforme Oliveira e Pacheco (2005), é que exerce o papel de 
intermediário na relação entre os agentes, sendo fundamental a sua eficiência para o 
crescimento da economia. “Quando o mercado financeiro não opera de forma eficiente, 
dificulta-se o investimento, o principal ‘combustível’ do crescimento econômico [...]”. 
(OLIVEIRA e PACHECO, 2005, p. 10). 
Composto por instituições especializadas em equilibrar os interesses dos agentes 
superavitários e dos agentes deficitários, o mercado financeiro é apontado por Pinheiro 
(2001), como o meio mais eficiente para associar poupança ao investimento, que é 
fundamental para o desenvolvimento econômico. 
As principais funções do mercado financeiro, segundo Oliveira e Pacheco (2005), 
são: intermediação financeira, redução do risco de não pagamento, redução do risco por 
meio da especialização e definição mais clara do preço do dinheiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a 
atividade 1.1. 
 
 
 
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UNIDADE 2 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
OBJETIVO DA UNIDADE: Refletir sobre o sistema financeiro nacional e sua 
estrutura, relacionando-a com a realidade vivenciada pelo acadêmico. 
 
Na unidade anterior refletimos sobre alguns conceitos de economia, assim como 
sobre a origem e a evolução da moeda e, também, sobre mercado e intermediação 
financeira. Tal reflexão nos proporcionou conhecimentos que permitem perceber e 
compreender a existência de um ambiente em que há agentes econômicos que precisam de 
mais recursos financeiros do que a renda que possui, assim como há agentes que 
apresentam excesso de renda em relação ao seu consumo e que estão dispostos a 
investirem essa renda em troca de benefícios posteriores. E, também em relação a esse 
mesmo ambiente, vimos a existência de instituições que se posicionam entre os dois tipos 
de agentes econômicos citados e que se constituem como intermediárias financeiras, 
proporcionando relações entre eles e conciliando os interesses individuais que cada um 
apresenta. 
Esse ambiente de intermediação, e cada um dos elementos que o compõem, 
constitui-se no sistema financeiro, no caso do Brasil, no Sistema Financeiro Nacional (SFN), 
que é o objeto de estudo desta unidade, que agora iniciamos. Com característica 
predominante de apresentação, o objetivo aqui é refletir sobre o Sistema Financeiro 
Nacional (SFN) e os elementos que compõem a sua estrutura, buscando, de certa forma, 
proporcionar informações que possibilitem sua compreensão e relação com o cotidiano, 
assim como condições para que estudos mais aprofundados possam acontecer 
posteriormente. 
Nesse sentido, esta unidade é dividida em quatro subseções, que são: estrutura do 
sistema financeiro nacional; órgãos normativos; entidades supervisoras; e operadores. 
 
 
 
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2.1 Conceito e estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
 
Todos os dias milhares de transações financeiras acontecem no Brasil e no mundo, 
envolvendo pessoas e empresas nas mais diversas relações. Praticamente todo indivíduo ou 
empresa possui uma conta bancária, senão mais de uma, através da qual recebe ou realiza 
pagamentos, assim como, investimentos e até mesmo empréstimos. 
Não dá para ignorar. Seja como agente superavitário, seja como agente deficitário, 
estamos inseridos no contexto de uma estrutura chamada sistema financeiro, cujo 
conhecimento é fundamental, pois somente dessa forma é possível estabelecer uma relação 
mais racional com ela e obter melhores condições de uso e aproveitamento dos recursos 
financeiros, afinal, quando se trata de dinheiro e sua utilização, quanto mais conhecimento 
e racionalidade, melhor, pois quase sempre, ao agir por impulso e sem muitas informações 
é comum se pagar mais caro por bens e serviços, quando não, deixar de receber mais por 
investimentos que são ou podem ser realizados. 
Muitas são as instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que a 
partir de agora chamaremos apenas de SFN, assim como são muitas e diversas as 
operações por elas realizadas, o que acaba exigindo atenção e controle daquelas que 
exercem a função de reguladoras, caso contrário, sem um critério de controle, o sistema 
pode tornar-se instável e gerar incertezas que pouco contribui para o desenvolvimento e 
crescimento econômico de toda uma sociedade. Como forma de evitar ou amenizar isso, o 
SFN brasileiro apresenta estrutura e funcionamento regulamentados pelas leis federais de 
n.ºs 4.595, chamada de Lei da Reforma Bancária, e 4.728, denominada Lei do Mercado de 
Capitais, conforme destaca Toledo Filho (2006). A Lei 4.595 é do dia 31 de dezembro de 
1964 e dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, além de 
criar o Conselho Monetário Nacional e estabelecer outras providências e a Lei n. 4.728, de 
14 de julho de 1965, disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu 
desenvolvimento. Assaf Neto (2018), ao refletir sobre o SFN, acrescenta ao portfólio de 
legislação que o regulamenta a Resolução 1.524 do Conselho Monetário Nacional, de 21 de 
setembro de 1988, que estabelece a criação dos Bancos Múltiplos. 
Bem, já que estamos falando sobre o SFN, o que ele realmente é? Qual é a sua 
estrutura? E qual é o propósito dessa estrutura? 
Você em algum momento já parou para pensar sobre isso? Já tentou entender em 
qual contexto está inserido o banco em que você possui a sua conta e aplica os seus 
recursos financeiros? 
Vamos caminhar e refletir um pouco mais sobre o assunto. 
 
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Oliveira e Pacheco (2005, p. 14), dizem que o SFN é o “[...] conjunto de instituições 
que atuam no processo de conciliar interesses de agentes deficitários e superavitários e de 
converter poupança em investimento [...]”, ou seja, ele envolve todas as instituições que, 
de alguma maneira, atuam como intermediários financeiros entre aqueles que necessitam 
de recursos financeiros adicionais e os que possuem para oferecer e, ainda, que buscam 
assegurar a conversão da poupança em investimentos. Assaf Neto (2018, p. 40), 
proporciona compreensão da amplitude do SFN ao dizer que ele é “[...] constituído por 
todas as instituições financeiras, públicas e privadas, existentes no país”, ou seja, numa 
linguagem bastante simples e objetiva, compreende o todo em relação aos aspectos 
financeiros de uma sociedade. 
As instituições financeiras, segundo Assaf Neto (2018), podem ser classificadas em 
bancárias ou monetárias e não bancárias ou não monetárias. As instituições bancárias ou 
monetárias são aquelas que possuem capacidade, e legalidade, para a criação de moeda 
por meio dos depósitos à vista que recebem em seus caixas, como é o caso dos bancos 
comerciais e múltiplos. As não bancárias ou não monetárias, por sua vez, são as instituições 
que, impedidas legalmente de receber depósitos à vista, não possuem faculdade de criação 
de moeda e trabalham com ativos não monetários, como ações, letras de câmbio e 
debêntures, entre outros. As não bancárias são representadas por praticamente todas as 
organizações que atuam no mercado financeiro, com exceção dos bancos comerciais e 
múltiplos, que são instituições bancárias ou monetárias. 
Ao se falar no SFN, ou seja, no conjunto de instituições que o compõem, existeuma 
série de expectativas da própria sociedade em relação a esse sistema e ao seu desempenho 
na economia. Pinheiro (2001), por exemplo, diz que o sistema financeiro tem por função 
 
[...] promover a poupança; arrecadar e concentrar a poupança em grandes 
volumes; transformar a poupança em créditos especiais; encaminhar os 
créditos às atividades produtivas; e gerenciar as aplicações realizadas e 
manter um mercado para elas. (PINHEIRO, 2001, p. 54) 
 
Assaf Neto (2018, p. 39), por sua vez, comenta que as “[...] instituições devem 
permitir, dentro das melhores condições possíveis, a realização dos fluxos de fundos entre 
tomadores e poupadores de recursos na economia”, ou seja, elas devem proporcionar, da 
melhor forma possível, a intermediação entre eles. 
A essas expectativas Rudge (1993), acrescenta a necessidade do SFN não se 
concentrar apenas no mercado interno e no atendimento das necessidades desse mercado, 
mas também em atentar-se ao que acontece internacionalmente para que possa 
acompanhar e estar em sintonia com o processo evolutivo do mercado financeiro 
 
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internacional. Segundo Rudge (1993, p. 58), as instituições que compõem o SFN devem 
“[...] Além de atender às necessidades de financiamentos internos, engendradas pelo 
crescimento econômico, [...] estar em consonância com o estágio mais avançado do 
desenvolvimento financeiro no plano internacional”. Para Pinheiro (2001, p. 53), se o SFN 
não acompanhar modificações exigidas pela economia ou até mesmo trabalhar de forma 
contrária a ela, “[...] tenderá a constituir-se em grave obstáculo às atividades produtivas, 
desestimulando o esforço da coletividade, que verá frustrados seus justos anseios de 
progresso”. 
Como se vê, as expectativas em relação ao SFN são muitas e estão associadas a 
diversos aspectos econômicos e sociais, cujos impactos são significativos para o crescimento 
e desenvolvimento de uma sociedade. O atendimento de tais expectativas, entretanto, é um 
processo complexo e exige do SFN uma estrutura que assegure a realização de atividades 
operacionais e, ao mesmo tempo, de normatização e fiscalização. 
“Institucionalmente o sistema financeiro nacional é constituído por um subsistema 
normativo e por outro operativo” diz Rudge (1993, p. 59), destacando, portanto, a 
existência de dois grandes grupos institucionais que proporcionam a estrutura e as 
condições necessárias para o desenvolvimento das atividades operacionais, normativas e 
fiscalizadoras do SFN. O Banco Central do Brasil (BACEN), por sua vez, apresenta uma 
composição para o SFN em que ele se subdivide em três grandes grupos, denominados: 
órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores, ampliando, portanto, a divisão 
apresentada por Rudge (1993), que se constituía apenas em dois grupos. 
Didaticamente falando, a definição apresentada pelo BACEN proporciona uma visão 
mais clara das instituições que compõem o SFN e suas respectivas funções dentro desse 
sistema, sendo, portanto, adotada aqui como referência. 
O quadro abaixo apresenta o SFN e sua composição, conforme o BACEN. 
 
 
 
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Quadro 1 – Composição do Sistema Financeiro Nacional 
 
 
Fonte: BACEN (2020) 
 
As instituições que compõem o SFN são apresentadas abaixo, entretanto sem 
discussão aprofundada sobre cada uma delas e suas características, tendo em vista que 
este não é propósito aqui estabelecido. Quando necessário, informações mais detalhadas 
serão apresentadas, quando não, serão oferecidas opções que possam proporcionar outras 
informações aos interessados em conhecer mais sobre cada uma das instituições. 
 
 
 
 
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2.2 Órgãos normativos 
 
Os órgãos normativos são instituições responsáveis pelo direcionamento do sistema 
financeiro e das instituições que o compõem. Conforme o próprio nome diz, são eles que 
estabelecem as normas legais para o funcionamento do mercado financeiro e o seu 
controle. Tal característica é destacada por autores como Assaf Neto (2018) e Pinheiro 
(2001), que tratam tanto da definição conceitual dos órgãos normativos quanto da 
explicitação da forma como eles exercem suas funções. 
Assaf Neto (2018, p. 42), diz que os órgãos normativos são “[...] instituições que 
estabelecem, de alguma forma, diretrizes de atuação das instituições financeiras operativas 
e controle de mercado. [...]” e Pinheiro (2001, p. 58), destaca que tal regulação e controle 
“[...] são exercidos por meio de normas legais, expedidas pela autoridade monetária, ou 
pela oferta seletiva de crédito levada a efeito pelos agentes financeiros do governo. [...]”. 
Os órgãos normativos são Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional 
de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 
 
2.2.1 Conselho Monetário Nacional 
 
Criado em 1964, pela lei n.º 4.595, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem por 
objetivo formular as políticas da moeda e crédito brasileiro, ou seja, as diretrizes do SFN, 
buscando assegurar e estimular o progresso do país, tanto o econômico quanto o social. 
Segundo Assaf Neto (2018, p. 42), ele “[...] é um órgão eminentemente normativo, não 
desempenhando nenhuma atividade executiva. [...]”. 
Presidido pelo Ministro da Economia, o CMN tem por funções: 
 
[...] adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da 
economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do 
balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições 
financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos 
financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 
coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida 
pública interna e externa. (BACEN) 
 
Informações mais detalhadas sobre o CMN e suas atividades podem ser obtidas no 
site https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp?frame=1. 
 
 
 
 
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2.2.2 Conselho Nacional de Seguros Privados 
 
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) foi criado em 1966, pelo Decreto-
Lei nº 73, que também institucionalizou o Sistema Nacional de Seguros, do qual o Conselho 
é um órgão de cúpula, com caráter de colegiado. 
Tendo como responsabilidade a fixação de diretrizes e normas da política de seguros 
privados no país, o CNSP é composto pelo Ministro da Fazenda, que é o seu presidente, e 
por representantes do Ministério da Justiça, do Ministério da Previdência Social, do Banco 
Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, além, é claro, do Superintendente da 
Superintendência de Seguros Privados. 
São funções do CNSP: 
 
regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que 
exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das 
penalidades previstas; fixar as características gerais dos contratos de 
seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; estabelecer 
as diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os critérios de 
constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de 
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais 
e técnicos das respectivas operações e disciplinar a corretagem de seguros 
e a profissão de corretor. (BACEN) 
 
 
 
Para saber mais sobre o CNSP e suas atividades, você pode também acessar 
informações disponíveis no site: 
http://www.fazenda.gov.br/assuntos/politica-microeconomica/atuacao-spe/conselho-
nacional-seguros-privados/conselho-nacional-seguros-privados. 
 
2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar 
 
O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CGPC) tem por competência, 
conforme BACEN, “[...] regular o regime de previdência complementar operado pelas 
entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)”. É válidodestacar 
que os fundos de pensão são associações, sob forma de fundação ou sociedade civil, sem 
fins lucrativos e acessíveis apenas a empregados de empresa ou grupos de empresa, 
servidores da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, ainda, aos associados ou 
membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. 
Informações mais detalhadas sobre o CNPC e as atividades que ele desempenha 
 
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podem ser obtidas no site da previdência social disponível no endereço: 
http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/politicas-de-previdencia-social/transparencia-
nova-previdencia/ 
 
2.3 Entidades supervisoras 
 
As entidades supervisoras assumem um papel complementar ao que é desenvolvido 
pelos órgãos normativos do SFN, cabendo a elas a supervisão das demais instituições que 
integram o sistema, ou seja, aquelas que se constituem como operadores. As supervisoras 
se posicionam entre os órgãos normativos, que estabelecem as diretrizes do SFN, e os 
operadores, que atuam como intermediários financeiros entre os agentes deficitários e 
superavitários. 
Constituem-se em entidades supervisoras o Banco Central do Brasil (BACEN), a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e 
a Secretaria de Previdência Complementar (SPC). 
 
2.3.1 Banco Central do Brasil 
 
Criado em 1964, através da Lei nº 4.595, e vinculado ao Ministério da Economia, o 
Banco Central do Brasil (BACEN) é considerado como o principal executor das políticas 
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e fiscalizador do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN). 
Em concordância com essa concepção, Pinheiro (2001, p. 62), diz que o BACEN 
“Pode ser considerado um órgão intermediário entre o CMN e as demais instituições 
financeiras do País, cuja finalidade é executar e fiscalizar o cumprimento de todas as 
normas criadas pelo Conselho Monetário Nacional”. Assaf Neto (2018, p. 43), também 
compartilhando essa visão, fala que a instituição é “[...] o principal poder executivo das 
políticas traçadas pelo Conselho Monetário e órgão fiscalizador do Sistema Financeiro 
Nacional”. Toledo Filho (2006, p. 4), por sua vez, reforça a característica de execução e 
fiscalização deste destacando que ele “[...] tem por finalidade cumprir e fazer cumprir as 
disposições que lhe são atribuídas pelo Conselho Monetário Nacional. [...]”. 
Já, quanto aos seus objetivos, o BACEN, conforme Pinheiro (2001, p. 62), busca 
“[...] zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais do país 
em nível satisfatório, assegurar a formação de poupança em níveis apropriados e garantir a 
estabilidade e o aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional”. As suas atribuições são: 
 
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[...] emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do meio 
circulante; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das 
instituições financeiras e bancárias; realizar operações de redesconto e 
empréstimo às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de 
compensação de cheques e outros papéis; efetuar operações de compra e 
venda de títulos públicos federais; exercer o controle de crédito; exercer a 
fiscalização das instituições financeiras; autorizar o funcionamento das 
instituições financeiras; estabelecer as condições para o exercício de 
quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a 
interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e 
controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. [...] (BACEN, 2012) 
 
O quadro abaixo, apresentado por Pinheiro (2001), sintetiza as atribuições e 
características do BACEN. 
 
 
Quadro 2 – Atribuições e características do BACEN 
 
Atribuições Instrumentos/características 
Banco dos bancos Depósitos compulsórios; e Redesconto de liquidez 
Gestor do Sistema Financeiro 
Nacional 
Normas/autorizações; e Fiscalizações/intervenções 
Executor da política monetária 
Controle dos meios de pagamento; Orçamento monetário; e 
Instrumentos de política monetária. 
Banco emissor Emissão do meio circulante; e Saneamento do meio circulante. 
Banqueiro do governo 
Financiamento ao Tesouro Nacional; Administração da dívida 
pública interna e externa; Gestor e fiel depositário das 
reservas internacionais do país; e Representante em 
instituições financeiras internacionais. 
Fonte: Pinheiro (2001, p. 62). 
 
Informações mais detalhadas sobre o BACEN, sua estrutura e atividades podem ser 
obtidas no site http://www.bcb.gov.br/. 
 
2.3.2 Comissão de Valores Mobiliários 
 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), assim como o Banco Central do Brasil, é 
uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda e foi instituída pela Lei 6.385, de 1976, 
assumindo suas funções, de fato, somente em 1978. 
Responsável pela regulamentação, desenvolvimento, controle e fiscalização dos 
valores mobiliários do país, a CVM “[...] tem por finalidade contribuir para a criação de 
 
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estrutura jurídica favorável à capitalização das empresas por meio do mercado de capitais 
de risco, fortalecimento da empresa privada nacional e defesa do acionista e investidor” 
(PINHEIRO, 2001, p. 60). Toledo Filho (2006), diz que: 
 
A finalidade da CVM, de acordo com a Lei nº 6.385, é proteger o mercado 
de valores mobiliários, oferecendo segurança aos investidores e, ao mesmo 
tempo, incentivando a capitalização das empresas com a participação do 
público, por meio do lançamento de ações. [...] (TOLEDO FILHO, 2006, p. 
103) 
 
Mas afinal, o que é o mercado de valores mobiliários que se está falando e é objeto 
de atenção da CVM? Esse mercado, conforme Assaf Neto (2018), é representado por ações, 
debêntures, commercial papers e demais títulos emitidos pelas sociedades anônimas e 
autorizados pelo CMN. 
As funções da CVM, segundo BACEN, são: 
 
[...] assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e 
de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir 
modalidades de fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do 
público a informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as 
companhias que os tenham emitido; assegurar a observância de práticas 
comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a 
formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a 
expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e 
estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das 
companhias abertas. [...] (BACEN, 2012) 
 
Em função de sua natureza, conforme Pinheiro (2001, p. 60), a CVM “[...] recebe, 
processa e coloca à disposição do mercado uma enorme massa de informações que exige 
constante atualização para permitir rapidez de acesso [...]”. 
Mais informações sobre a CVM podem ser encontradas no site www.cvm.gov.br. 
 
2.3.3 Superintendência de Seguros Privados 
 
Criada pelo Decreto-Lei n.º 73/66, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) 
também é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda e tem por objetivo “[...] 
controlar e fiscalizar os mercados de seguro, previdência complementar aberta, 
capitalização e resseguro” (OLIVEIRA E PACHECO, 2005, p. 22). 
Suas atribuições são: 
 
[...] fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das 
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada 
 
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Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada 
pelo CNSP; atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular 
que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, 
de capitalização e resseguro; zelar pela defesa dos interesses dos 
consumidores dos mercados supervisionados; promover o aperfeiçoamento 
das instituições e dos instrumentosoperacionais a eles vinculados; 
promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição; zelar pela 
liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; disciplinar e 
acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados 
em bens garantidores de provisões técnicas; cumprir e fazer cumprir as 
deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem 
delegadas; prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. (BACEN) 
 
Informações mais detalhadas sobre a SUSEP e suas atividades podem ser 
encontradas no site www.susep.gov.br. 
 
2.3.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
 
Autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social, a Superintendência Nacional 
de Previdência Complementar (PREVIC) tem por objetivo fiscalizar as atividades das 
entidades fechadas de previdência Complementar, que são os fundos de pensão. 
 
[...] A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das 
atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de 
execução das políticas para o regime de previdência complementar operado 
pelas entidades fechadas de previdência complementar, observando, 
inclusive, as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e 
pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar. (BACEN, 2012) 
 
 
Informações mais detalhadas sobre a PREVIC podem ser obtidas no site 
www.previdenciasocial.gov.br. 
 
2.4 Operadores 
 
O grupo constituído pelas instituições operadoras do SFN é também denominado 
como subsistema operativo ou subsistema de intermediação. Rudge (1993, p. 59), o define 
como um subsistema operativo, composto por “[...] instituições financeiras públicas ou 
privadas, que atuam no mercado financeiro [...]”. Assaf Neto (2018, p. 48), por sua vez, o 
define como subsistema operativo ou de intermediação, “[...] composto das instituições 
(bancárias ou não bancárias) que atuam em operações de intermediação financeira. [...]”. 
 
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Tais instituições, segundo o BACEN são: Instituições financeiras captadoras de 
depósitos à vista, Bolsas de mercadorias e futuros, Resseguradores, demais instituições 
financeiras, Bancos de câmbio, Bolsas de valores, Sociedades seguradoras, outros 
intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros, sociedades de 
capitalização, entidades abertas de previdência complementar e entidades fechadas de 
previdência complementar (fundos de pensão). 
As instituições deste subsistema serão abordadas sem uma discussão mais 
aprofundada, em função de suas complexidades, embora sejam muito significativas para o 
sistema financeiro nacional e seu funcionamento. Informações mais detalhadas sobre cada 
uma delas poderão ser obtidas posteriormente, conforme for necessário. 
 
2.4.1 Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista 
 
São consideradas como instituições financeiras captadoras de depósitos à vista os 
Bancos Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal 
e as Cooperativas de Crédito. 
Os bancos comerciais são instituições financeiras, públicas ou privadas, constituídas 
sob a forma de sociedades anônimas, que apresentam como objetivo principal proporcionar 
condições e recursos que possam financiar as pessoas jurídicas e físicas, em atendimento às 
suas necessidades. As atividades básicas dos bancos comerciais, conforme Pinheiro (2001), 
são classificadas em prestação de serviços bancários e de concessão de crédito. Captar 
depósitos à vista, conforme Resolução 2.099 do CMN, é uma atividade típica do banco 
comercial, que pode, também, fazer captação de depósitos a prazo. 
Os bancos múltiplos, por sua vez, são instituições financeiras privadas ou públicas 
que trabalham com uma diversidade de carteiras de produtos e serviços, ampliando o leque 
oferecido pelos bancos comerciais. Conforme Resolução 2.099 do CMN, essas carteiras são: 
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de 
arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Para Pinheiro (2001, p. 
67) esses bancos “[...] surgiram com a finalidade de racionalizar a administração das 
instituições financeiras, permitindo que a mesma tenha personalidade própria [...]” 
(PINHEIRO, 2001, p. 67). Segundo Assaf Neto (2018, p. 49), “[...] Para que uma instituição 
seja configurada como um banco múltiplo, ela deve operar pelo menos duas das carteiras 
apresentadas, uma delas necessariamente de banco comercial ou de banco de 
investimento”. 
 
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A Caixa Econômica Federal (CEF), assim como as demais caixas econômicas, são 
instituições financeiras públicas que “[...] atuam de forma autônoma e apresentam um 
objetivo claramente social [...]” (ASSAF NETO, 2018, p. 46), priorizando empréstimos e 
financiamentos que tenham tais características. Consideradas como auxiliares do governo 
federal em sua política de crédito, apresentam como principal função “[...] estimular a 
poupança popular, aplicando os depósitos à vista do público, os depósitos em caderneta de 
poupança e demais recursos, em operações de crédito que visem à promoção social e o 
bem-estar da população” (PINHEIRO, 2001, p. 66). A CEF tem monopólio de empréstimo 
sob penhor de bens pessoais e consignação e da venda de bilhetes da loteria federal, além 
de centralizar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e integrar o Sistema 
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). 
Sob legislação e normas do sistema financeiro nacional e da política nacional de 
cooperativismo, as cooperativas de crédito são instituições financeiras que possuem forma e 
natureza jurídica própria, não sujeitas à falência e que buscam atendimento exclusivo aos 
seus associados, conforme aponta Pinheiro (2001). Assaf Neto (2018, p. 50), diz que elas 
“[...] são instituições voltadas a viabilizar créditos a seus associados, além de prestar 
determinados serviços”. 
 
2.4.2 Bolsas de Mercadorias e Futuros 
 
As Bolsas de Mercadorias e Futuros (BMFs), grosso modo, representam o espaço em 
que agentes econômicos interessados em produtos agrícolas ou manufaturados reúnem-se 
para a realização de operações de compra e venda desses produtos. Segundo o BACEN, 
elas “[...] são associações privadas civis, com objetivo de efetuar o registro, a compensação 
e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema 
eletrônico [...]”. Para Pinheiro (2001, p. 74), entre os principais objetivos das BMFs estão os 
de “[...] propiciar ao mercado condições adequadas para a realização de compra à vista, a 
termo, a futuro, etc. de cereais ou de outros grãos, bem como de outras mercadorias 
suscetíveis de ser negociadas nos pregões”. 
Uma expectativa em relação a elas é de que consigam desenvolver um mercado de 
derivativos transparente, que proporcione condições para os agentes econômicos operarem 
com segurança face a possíveis incertezas em relação a preços futuros de commodities, 
taxas de juros e outros. 
No Brasil, a BM&FBOVESPA S.A., criada em 2008, com a união da Bolsa de 
Mercadorias e Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), constitui-se 
 
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numa das maiores bolsas do mundo em valor de mercado e, também, na segunda das 
Américas e líder no continente latino-americano. Em 2017 a BM&F BOVESPA realizou fusão 
com a CETIP, formando a B3, que já nasce sendo a quinta maior bolsa do mundo, em 
termos de valores de mercado. 
Informações mais detalhadas sobre a BM&FBOVESPA podem ser obtidas no site 
http://www.b3.com.br/pt_br/. 
 
2.4.3 Resseguradores 
 
Resseguradores são instituições que realizam o seguro das seguradoras, ou seja, 
eles realizam o seguro do seguro, fazendo, portanto, um resseguro. Prática comum no 
mundo, o resseguro é uma “[...] forma de mitigar

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