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Mercado Financeiro

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MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Me. Dênis Mateus de Paiva 
 
 
 
Prof. Guilherme Bernardes Filho 
Diretor Presidente 
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes 
Diretor Geral 
Prof. Me. Eduardo Ogawa 
Vice-diretor 
Prof. Me. Ana Carla Comune de Oliveira 
Diretora EaD - UNISEPE 
 
UNISEPE – EaD 
Prof. Me. Igor Gabriel Lima 
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa 
 
Material Didático – EaD 
 
Comissão editorial: 
Fernanda Pereira de Castro 
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz 
Apoio: 
Anderson Francisco de Oliveira 
Gustavo Batista Bardusco 
Matheus Eduardo Souza Pedroso 
 
Projeto gráfico: 
Prof. Carlos Machado 
 
Revisão: 
 
 
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR 
O docente responsável pela disciplina é Dênis Mateus de Paiva do Instituto de Ensino 
Superior de Pouso Alegre (Faculdade de Negócios de Pouso Alegre) e das Faculdades 
Integradas ASMEC de Ouro Fino. 
De formação diversificada, é: Bacharel em Administração pelo Centro Universitário 
Estácio de Ribeirão Preto (Estácio), bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade 
Cidade de São Paulo (Unicid) e bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade 
Federal de São João del Rei (UFSJ). Possui ainda: Especialização em Gestão 
Financeira e Controladoria pelo Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e 
Educação (FAI) e Mestrado em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Além da docência, atua como Consultor Empresarial e de Inteligência Educacional e se 
dedica a pesquisas relacionadas ao ambiente empreendedor no Sul de Minas. 
Admirador de bons livros, HQ’s e mangás, Dênis será o seu professor no decorrer dessa 
disciplina. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE I..............................................................................................05 
1. O ambiente financeiro .................................................................05 
2. O Mercado Financeiro .................................................................17 
3. Relação: Empresas x Mercado Financeiro ..................................28 
4. As faces do Mercado Financeiro .................................................36 
 
UNIDADE II.............................................................................................45 
5. Modalidades de papéis negociados no mercado de capitais......45 
6. Relação empresa x Mercado Financeiro.....................................55 
7. Contexto de uma empresa de capital aberto no mercado...........63 
8. Ética empresarial e o custo de agência.......................................72 
 
UNIDADE III............................................................................................79 
9. Orçamento e planejamento financeiro empresarial.....................79 
10. Introdução ao mercado acionário...............................................87 
11. Avaliação e processo decisório de escolha de ações ...............94 
12. Avaliação e processo decisório da escolha de Títulos..............102 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................111 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
UNIDADE I 
CAPÍTULO 1 - O ambiente financeiro 
 
 
Introdução 
O ambiente financeiro envolve um conjunto de agentes e instituições que interferem 
cotidianamente na vida dos cidadãos. A complexidade de um mundo globalizado tem 
imputado grandes desafios aos gestores financeiros, causando grande preocupação no 
que diz respeito a capacidade de tomada de decisões mais assertivas que possam 
implicar o êxito de uma empreitada, podendo considerar nesse caso tanto o âmbito 
pessoal como profissional. 
Nesse sentido, entender melhor o modo de funcionamento deste segmento bem como 
o papel das principais instituições que atuam dentro do Sistema Financeiro Nacional 
contribui para que você possa ter uma melhor percepção quanto as movimentações do 
mercado podendo tomar a decisão correta quando solicitado em seu trabalho, empresa 
ou mesmo para avaliar um investimento pessoal. 
Esse capítulo inicial é dividido em quatro tópicos, inicialmente é feita uma apresentação 
sobre os conceitos básicos do ambiente financeiro passando por questões relativas ao 
bom gerenciamento, estrutura e orçamento do capital. Posteriormente é feita uma 
apresentação do setor financeiro da economia, dando enfoque especial ao lado 
financeiro em detrimento ao lado real da economia. Na terceira etapa é apresentado a 
estrutura do Sistema Financeiro brasileiro e em seguida uma abordagem sobre as 
instituições especiais, organismos que fazem parte do dia a dia dos cidadãos de forma 
direta ou indireta. 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 Principais conceitos do setor financeiro 
 Compreender modo de organização do Sistema Financeiro Nacional 
 Foco de atuação das Instituições Especiais na Economia 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
1.1 Conceitos acerca do setor financeiro 
Por Finanças pode-se entender a plena capacidade de lidar e administrar o dinheiro, 
seja na esfera pessoal ou na esfera empresarial. Saber compreender corretamente esse 
conceito e lidar com os recursos envolvidos constitui uma ferramenta muito importante 
no dia a dia atual, tanto no âmbito pessoal quanto no meio empresarial. 
O ambiente financeiro e corporativo de um modo geral tem se mostrado altamente 
complexo no decorrer das últimas décadas, fruto das evoluções trazidas pela 
globalização e complexidade dos mercados principalmente. Devido a essa situação, o 
gestor financeiro precisa atentar-se as oportunidades de ocasião disponíveis no 
mercado para fazer as aplicações corretas prevenindo-se dos riscos cotidianos a que 
as empresas estão expostas. 
Ao gestor financeiro compete a habilidade de uma correta leitura acerca do 
comportamento do mercado, tal qual seu funcionamento. Independentemente do 
modelo de mercado (oligopolista, monopolista, etc) a correta antecipação aos 
redirecionamentos da economia pode levar a empresa a obter um grande ganho ou uma 
grande perda financeira. 
A equipe de gestão financeira precisa se preocupar essencialmente com três questões, 
ditas fundamentais: orçamento de capital, estrutura de capital e administração do capital 
circulante. Quanto a análise do orçamento de capital cabe ao gestor financeiro estar 
atento as chances de investimento que possam trazer um retorno favorável à empresa, 
em outras palavras, se o retorno obtido com o investimento será maior do que o gasto 
despendido pela companhia em determinado produto ou marca lançada. Por exemplo, 
uma reunião que colocasse em pauta o orçamento de capital para uma nova startup 
decidiria a viabilidade de se instalar ou não em outra cidade. 
Decisões envolvendo os riscos financeiros de uma empresa estão entre as mais 
importantes a serem tomadas pela companhia, também nesse âmbito, as formas como 
a empresa obtêm e gerencia os recursos de longo prazo empregados em suas 
aplicações de médio e longo prazo. Assim, a estrutura do capital pode definir o êxito ou 
Reflexão 
Como você se relaciona com o ambiente financeiro ao seu redor? 
Qual o papel dos agentes do Sistema Financeiro em seu 
cotidiano? 
Um ambiente financeiro bem organizado é fundamental para o 
bom desempenho de um país, as instituições que compõem o 
Sistema Financeiro Nacional atuam para promoção do 
desenvolvimento financeiro-econômico do país influenciando de 
modo indireto a vida de milhões de brasileiros. Pense sobre isso, 
em quantos momentos um distúrbio de natureza econômico- 
financeiro abalou a economia nacional a ponto de interferir em 
suas decisões rotineiras? 
 
 
7 
 
não de uma empresa, questões como a fonte de captação de recursos são 
determinantes para o sucesso financeiro da companhia. 
Por exemplo, um novo vendedor de churros ao montar sua barraquinha vai realizar uma 
cotação de empréstimos parasaber onde irá conseguir obter a condição mais favorável 
para si, ao mesmo tempo em que irá considerar se deve realizar aportes de capital de 
seu próprio bolso, vender algum bem para realizar o novo investimento, dentre outras 
possibilidades. De todo modo, compreender qual das formas de captação é melhor é de 
vital importância no que diz respeito as estruturas de capital. 
O terceiro ponto, e talvez mais importante, aborda o conceito relativo ao gerenciamento 
do capital circulante. Diretamente ligado ao passivo e ativo circulante de uma empresa 
este consiste num exercício contínuo, que tem o intuito de assegurar à companhia 
manter a quantia necessária de recursos financeiros para que os seus processos não 
sejam interrompidos ou sofram com quaisquer surpresas inesperadas. 
1.2. O setor financeiro 
A economia, de um modo geral, é composta por dois setores: o financeiro e o real. 
Operações cotidianas relacionadas ao comércio, ramo de transportes e 
telecomunicações, prestação de serviços em geral (não financeiros especificamente) 
são apenas alguns dos que estão abrangidos pelo setor real da economia, os demais 
que envolvem serviços do meio financeiro, como: ações, títulos e demais papéis 
negociáveis estariam incluídos dentro do conceito de setor financeiro da economia. 
Figura 1 - Intangibilidade dos serviços do âmbito financeiro 
 
 
 
Em suma, no setor financeiro os recursos, embora constituam em grande parte das 
vezes uma referência escritural os ativos financeiros ocupam um papel de grande 
importância na intermediação das relações econômico-comerciais entre as partes. Os 
componentes do setor financeiro da economia são originados de quatro tipos de 
transação, como segue: 
Figura 2 - Operações do segmento financeiro 
 
 
 
Bens Originados no Setor 
Financeiro 
Serviço de intermediação 
financeira 
Quatro categorias de transação: 
 Compensação 
 Custódia 
 Intermediação 
 Liquidação 
 
8 
 
 
Em comparação ao setor real da economia, que atua com os campos de construção, 
comercialização, extração, dentre outros, vê-se que as transações ocorridas no 
segmento financeiro estão alocadas basicamente em acordos de origem financeira. 
Assim, pode-se dizer que os ativos financeiros que são envolvidos nas transações acima 
citadas têm basicamente o intuito de realizar a liquidação das transações, a manutenção 
preventiva de reservas e buscar obter ganhos de capital oriundos de rendimentos 
realizados em negociações de títulos e papéis negociáveis. Vale ressaltar que apesar 
das distinções existentes entre os dois setores é um erro básico considerar que um 
venha a ser mais importante do que o outro, pois, embora com finalidades distintas 
ambos possuem considerável importância para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. 
1.3. O Sistema Financeiro Brasileiro 
A prosperidade de uma economia e de todo seu sistema econômico-financeiro está 
diretamente interligada à capacidade dos agentes componentes do sistema financeiro 
em alocar adequadamente os recursos disponíveis, fazendo com estes sejam o elo de 
ligação entre os investidores e os agentes de mercado produtivo. Essa distribuição dos 
recursos financeiros torna o papel social do setor financeiro ainda mais “latente” perante 
a sociedade brasileira. 
As instituições financeiras dividem-se basicamente em dois grupos: bancárias e não 
bancárias. O primeiro grupo é composto por bancos comerciais e múltiplos que tem a 
incumbência de operar com o dinheiro propriamente dito, que constituem os meios de 
pagamento disponíveis numa economia, recebendo os depósitos à vista. Pode-se 
afirmar que, de certo modo e medidas proporções, estas lidam com a parte menos 
intangível do segmento financeiro, exercendo um papel fundamental no cotidiano de 
toda sociedade. 
Por sua vez, as instituições financeiras não bancárias não recebem depósitos à vista e 
tampouco exercem o papel de concepção monetária, estas podem ser representadas 
pelas corretoras, sociedades financeiras, dentro outras. Basicamente, são organizações 
que atuam no mercado financeiro e de títulos, fazendo um importante papel de 
intermediação entre os agentes empresários e os investidores. 
O Sistema Financeiro Nacional abrange os subsistemas de intermediação financeira e 
normativo, observe a figura abaixo: 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 3 - Arcabouço do SFN 
 
O subsistema normativo, situado à direita na figura 3, é incumbido de fazer com que as 
instituições componentes do mercado financeiro, e o próprio, operem de maneira 
adequada às necessidades de todos envolvidos. No primeiro quadrante do lado direito, 
você pode observar uma entidade que atua como fiscal e agente reguladora do 
segmento financeiro e todas organizações e pessoas envolvidas, logo abaixo do 
Conselho Monetário Nacional (CMN) situam-se o Banco Central do Brasil (BACEN) e o 
Conselho de Valores Mobiliários (CVM). O primeiro atua conjuntamente à CMN na 
regulação e fiscalização, sendo ainda o banco dos bancos, responsável garantir a 
solidez e eficiência do SFN. A CVM, autarquia vinculada diretamente ao Ministério da 
Economia (anteriormente ao Ministério da Fazenda) e orientada pela CMN, tem o intuito 
principal de disciplinar, vigiar e aprimorar o mercado de valores mobiliários nacional. 
Ainda observando o subsistema normativo vê-se a presença de três instituições 
consideradas especiais e que habitam o cotidiano de telejornais e impressos no país: 
Caixa Econômica Federal (CEF), Banco do Brasil (BB) e Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os três bancos ligados ao governo 
federal interagem de formas distintas e trazem consigo responsabilidades próprias para 
com todo o setor financeiro. 
 
 
 
10 
 
1.4. Instituições Especiais 
O Banco do Brasil, que outrora já teve a incumbência de atuar como banco emissor de 
moeda, assume três atividades principais, atuando como agente financeiro do governo 
federal, o mesmo pode receber os tributos e rendas federais por exemplo, receber 
depósitos compulsórios ou mesmo atuar como agente promotor do desenvolvimento 
econômico, facilitando acesso ao crédito rural e/ou intermediando as medidas de 
comércio exterior nacionais. 
Formatada como uma sociedade de economia mista o banco possui capital público (em 
sua maioria) e capital privado em sua constituição, sendo grande parte destes últimos 
oriundos do exterior e da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil 
(Previ). No decorrer dos anos o banco ampliou seu espaço no mercado incorporando 
outros concorrentes e bancos regionais, atingindo relevância nos segmentos de 
previdência privada, financiamentos e seguros, dentre outros. 
A Caixa Econômica Federal, segundo informações da mesma, foi criada em 1861 ainda 
pelo imperador Dom Pedro II, sob o nome de Caixa Econômica da Corte e tinha o intuito 
básico de estimular o desenvolvimento da poupança e realizar empréstimos sob penhor 
com aval da administração imperial. O banco, órgão auxiliar do governo brasileiro, atua 
de maneira autônoma, tendo como principal intuito estimular o meio social nacional. 
Figura 4 - Campo de atuação da Caixa Econômica Federal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com o passar dos anos a Caixa foi ampliando seu campo de atuação, incorporando 
outras atividades e passando a atender maiores parcelas da sociedade. Dentro do 
âmbito de sua atuação pode-se listar uma ampla frente de atuação no financiamento 
habitacional, reforçado após a incorporação do Banco Nacional de Habitação nos anos 
80, a ação como principal órgão arrecadador do Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço (FGTS) além da exclusividade no gerenciamento dos serviços de loterias 
CAIXA ECONÔMICA 
FEDERAL 
Seguro 
Desemprego 
Minha Casa 
Minha Vida 
Bolsa Família 
Loterias 
Caixa 
FGTS 
PIS 
Penhor 
FIES 
 
11 
 
federais e monopólio do serviço de penhor. Ademais, a Caixa ainda tem importante 
atuação na sociedade sendo reponsável pelo Seguro-Desemprego e programas sociais 
como oBolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) além do Programa 
Minha Casa Minha Vida. 
A figura 4 demonstra sucintamente o campo de atuação da CEF, de grande importância 
para o Sistema Financeiro Nacional de forma global o banco ainda exerce a bunção de 
banco comercial, concorrendo diretamente com as agências privadas e outras 
instituições públicas presentes no setor. Um dos fatos de maior relevância na atuação 
da CEF, pode-se dizer, é o trabalho no Sistema de Habitacão brasileiro, hoje facilmente 
pode-se destacar o Programa Minha Casa Minha Vida, mas antes deste já via-se o 
trabalho do banco no setor, podendo citar o Programa de Crédito Individual à Moradia, 
Poupança Azul Imobiliária e o Construcard, por exemplo. 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social tem função muito importante 
no financiamento e fomento do setor empresarial do país, destacando aquelas 
empresas que sejam consideradas importantes para contribuir para o desenvolvimento 
nacional o BNDES possibilita acesso ao seus recursos. O intuito principal das referidas 
linhas de financiamento desenvolvidas pelo banco é contribuir de maneira direta para o 
desenvolvimento econômico do país. O quadro a seguir descreve a atuação dos ‘braços’ 
de atuação do banco: 
Quadro 1 - Atuação do BNDES 
Sucursal Foco de atuação 
Finame Oferece meios de financiamento de máquinas e demais 
aparelhos de uso das empresas. 
Embramec Visa aumentar a capacidde de produção instalada do Brasil, 
reduzindo a dependência de importação de produtos 
industrializados de outros países. 
Fibasa Auxilia o mercado nacional atuante no segmento de bens 
básicos (commodities em geral) 
Ibrasa Braço de investimentos do banco, tem como objetivo principal 
ampliar a capacidade de capitalização de empresas nacionais. 
 
No decorrer de muitos anos o banco fez uso de suas sucursais para atuar como agente 
promotor do desenvolvimento nacional, mesmo que de forma indireta, contribuindo para 
que a economia nacional pudesse se tornar um pouco mais competitiva perante o 
mercado externo. 
Para melhorar os seus processos internos e seguir atuando de maneira efetiva o BNDES 
promoveu a junção de três das suas agências. A Embramec, a Fibasa e a Ibrasa se 
uniram para formar o chamado BNDESPAR (BNDES Participações S.A.), através desse 
novo modelo de atuação o banco procurou contribuir para o desenvolvimento das 
empresas e de todo mercado nacional atuando diretamente como acionista das 
empresas consideradas de grande importância para o desenvolvimento nacional. 
Quando considerado o FINAME têm-se o que pode ser chamado de Sistema “BNDES”. 
 
12 
 
Contando com o próprio BNDES e com o BNDESPAR e o FINAME o sistema atua 
diretamente como grande promotor de desenvolvimento econômico e industrial para o 
mercado brasileiro. Destarte, o fluxograma de funcionamento do banco ficaria bem 
representado da seguinte forma: 
Figura 5 - Fluxograma de funcionamento do BNDES 
 
 
 
 
 
 
As principais formas de captação do banco são originadas de repasses governamentais, 
captações externas e também de seus próprios investimentos no mercado, como por 
exemplo a atuação na bolsa de valores em ações de empresas como Eletrobrás, Cemig, 
Copasa, dentre outras. Sempre intencionando atrair investimentos privados para 
diferentes setores da economia, pode-se dizer que a atuação do BNDES obedece a 
critérios estratégicos para a economia nacional, utilizados para definir a política interna 
da instituição para alocar os recursos em fundos de investimento específicos, como o 
Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND), por exemplo. 
Os agentes que compõem o sistema operativo complementam o processo de 
funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), intermediando as relações entre 
as partes do mercado, possibilitando aos investidores e aos empresários tomadores de 
recursos uma possibilidade de negociação mais assertiva. As considerações acerca dos 
mesmos seguem no capítulo seguinte. 
 
 
BNDES 
BNDESPAR FINAME 
Investigue 
 
Procure saber mais sobre os campos de atuação de um gestor 
financeiro e a importância da administração financeira para a 
vida das pessoas e entidades profissionais. 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tome nota 
Entre os atributos de um bom gestor financeiro encontram-se a 
transparência, ética pessoal e profissional, disciplina, 
entusiasmo e vontade de aprender sempre e foco nos 
resultados esperados, principalmente. A evolução contínua dos 
profissionais do setor fará com que as decisões acerca do 
capital da empresa, ou mesmo investimentos pessoais sejam 
tomados de forma mais assertiva. Acompanhamento contínuo 
do mercado e atualização de conhecimentos são grandes 
diferenciais de um gestor financeiro. 
 
Resumindo 
O gestor financeiro precisa estar ligado as escolhas que possam influenciar os modos 
de aplicação do capital da empresa, visando atender principalmente três assuntos, 
considerados básicos: orçamento de capital, estrutura de capital e administração do 
capital circulante. A economia tem dois lados o real e o financeiro, o termo “financeiro” 
é normalmente utilizada para explicar aqueles bens que não atendem de forma direta 
as necessidades consideradas básicas da sociedade, embora possuam grande 
importância no cotidiano das pessoas. O Sistema Financeiro é regido por instituições 
que formam os sistemas operativo e normativo, tendo estes atuação para regulamentar 
e fiscalizar o mercado de finanças. Dentro destes há as instituições especiais que tem 
relativa participação no cotidiano de grande parte dos brasileiros. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Façamos juntos 
 
1. A Caixa Econômica Federal, órgão auxiliar do governo 
brasileiro, atua de maneira autônoma, tendo como principal 
intuito estimular o meio social nacional. Sob os programas e 
campos de atuação do banco assinale a alternativa incorreta: 
a) Financiamento Estudantil 
b) Bolsa Família 
c) Finame 
d) Seguro Desemprego 
e) Loterias Caixa 
Justificativa: O Finame oferece meios de financiamento de 
máquinas e demais aparelhos de uso das empresas. Contudo 
o programa está sob a tutela do BNDES e não da Caixa. 
 
 
 
Lembre-se 
Embora o setor financeiro tenha uma enorme relevância na vida 
dos brasileiros, o setor real da economia possui grande 
importância para o desenvolvimento econômico e social do país 
sendo utilizado para indicar aqueles bens ou serviços que são 
utilizados diretamente para atender as necessidades da 
população. 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faça você mesmo 
 
1. O ambiente financeiro moderno tem enfrentado grandes 
obstáculos, devidos principalmente a aceleração da 
Globalização Financeira Mundial e também as crises 
econômico-financeiras que tem ocorrido ao redor do mundo, 
nesse contexto, é sabido que uma equipe de gestão financeira 
eficaz e atenta a esse cenário precisa se preocupar 
essencialmente com três pontos essenciais, quais são? 
Explique. 
 
2. No setor financeiro os ativos ocupam um papel de grande 
importância na intermediação das relações econômico-
comerciais entre os agentes envolvidos, 
Reflita 
 
A atuação dos bancos estatais no segmento comercial, onde já 
há instituições do sistema operativo, pode representar algum 
tipo de risco para as entidades privadas? Vale lembrar que o 
sistema normativo que já está sob a égide governamental trás 
definições importantes para os rumos do mercado nacional. 
Qual a sua opinião? 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faça você mesmo (continuação) 
 
nesse, os elementos têm origem em quatro tipos de transação, 
exceto: 
 
a) Compensação 
b) Custódia 
c) Intermediação 
d) Financiamento Estudantil 
e) Liquidação 
 
 
Bibliografia comentada: 
 
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti.Curso de administração 
financeira. São Paulo: Atlas, 2009. 
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D.; LAMB, R. 
Fundamentos da Administração Financeira. Porto Alegre: AMGH, 2013. 9ª ed. 
ROSS, S. A. et al. Princípios da administração financeira. São Paulo: Atlas, 
2002. 
GROPELLI, A.A.; NIKBAKHT, E. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
Comentário: A bibliografia apresentada acima fornece um grande instrumental 
para compreensão do ambiente financeiro e do Sistema Financeiro como um 
todo, é recomendável a leitura aprofundada dos autores para o 
aperfeiçoamento de seus conhecimentos no conteúdo. 
 
17 
 
CAPÍTULO 2 - O Mercado Financeiro 
 
Introdução 
O mercado financeiro é composto de um lado por agentes que buscam atender suas 
necessidades de preenchimento de caixa e de outro por agentes que anseiam por 
amentar sua rentabilidade financeira para uso futuro. 
Neste contexto o processo de intermediação financeira inclui uma terceira figura no 
processo, o agente intermediador que pode ser representado por instituições bancárias 
e não-bancárias que se responsabilizam por pegar os recursos disponíveis no mercado 
pelos poupadores e levá-los aos tomadores, compostos por empresas que visam 
custear suas próprias operações. 
Para melhor organização o capítulo foi dividido em quatro tópicos, que serão dispostos 
de modo a expor os conceitos, requisitos e processo adotados dentro do sistema de 
intermediação financeira pelas instituições componentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 Entender o mecanismo de intermediação entre os agentes financeiros. 
 Compreender os requisitos existentes no processo de intermediação 
financeira 
 Conhecer as instituições financeiras que realizam a intermediação entre 
os agentes de mercado. 
Reflexão 
As instituições de intermediação financeira estão presentes no 
cotidiano de todos. No momento em que você se dirige a um 
banco para tomar um empréstimo ou para aderir a um programa 
de CDB ou mesmo realizar uma aplicação na poupança você já 
fez sua participação especial no processo. 
 
 
18 
 
2.1 Sistema de Intermediação Financeira 
Ao lado esquerdo da figura 3 temos os agentes que compõe o sistema de intermediação 
financeira ou sistema operativo, estes atuam junto a captação de recursos para financiar 
a operação de empresas ou instituições financeiras de modo genérico. Esta captação é 
realizada de modo a levar o recurso dos agentes ditos superavitários, ou seja, que 
detêm os recursos disponíveis e desejam aplica-los para os agentes deficitários, 
aqueles que demandam por recursos financeiros para custear seus processos. 
Dentro do subsistema operativo há a presença dos agentes bancários e não bancários, 
sistema de poupança e empréstimos além de órgãos auxiliares financeiros e não 
financeiros. Antes de apresentarmos cada um deles, é prudente compreender o modo 
de funcionamento de um sistema de intermediação financeira, para tanto, observe 
abaixo: 
Figura 6 - Processo de Intermediação Financeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embora inicialmente pareça complexo, a figura 6 explica de forma sucinta as relações 
de intermediação que ocorrem no sistema financeiro. A figura explicita a relação 
existente entre os agentes tomadores de recursos e os agentes fornecedores de 
recursos, ressaltando a necessidade de um bom desempenho por parte dos 
intermediários para que o processo ocorra sem maiores problemas para todas as partes 
envolvidas. 
O sistema é composto por organizações pertencentes ao sistema bancário e não-
bancário, estes encontram-se exatamente no ponto central da figura 6, e irão fazer o 
papel de intermediadores, levando o capital de um ponto a outro. Destarte, os agentes 
Agentes 
fornecedores de 
recursos 
(Superavitários) 
Agentes 
tomadores de 
recursos 
(Deficitários) 
Intermediários 
Financeiros 
Instituições 
Financeiras 
Mercados 
Financeiros 
 
19 
 
considerados superavitários, ou seja, pessoas ou empresas que dispõe de recursos 
para investir, desejando obter uma valorização deste mesmo na forma de juros antes 
de fato utilizá-los de fato se disporiam a exercer seu papel de superavitários, utilizando 
as instituições financeiras para repassar os recursos de modo seguro para as empresas 
ou pessoas que estejam interessadas. 
Estas, por sua vez, desempenham o papel de agentes deficitários, que buscam o 
dinheiro no mercado através dos intermediários financeiros para realizar alguma 
atividade de seu interesse naquele exato momento, se dispondo a pagar um valor de 
recompensa para obtê-los junto aos intercessores do mercado financeiro. De modo 
simplificado pode-se dizer que existem duas formas de realizar o processo de 
intermediação financeira nos mercados: direta e indireta. 
No modo de intermediação financeira direta os agentes superavitários depositam o 
dinheiro nas instituições financeiras que oferecem uma recompensa em contrapartida 
aos agentes superavitários, tal como o proposto em aplicações em poupança, 
Certificados de Depósitos Bancário (CDB), entre outros. Este recurso uma vez ‘captado’ 
junto ao mercado é repassado aos agentes econômicos deficitários para financiar as 
suas operações de cunho imediato. Exemplificando, o dinheiro que você deixa no banco, 
em sua caderneta de poupança, ou seguindo a tendência atual, no seu banco digital 
favorito que oferece um rendimento um pouco mais vantajoso que a poupança 
convencional, é posteriormente reutilizado por outro agente de mercado que irá 
emprestar do intermediador pagando um valor acordado para continuar movimentando 
a engrenagem da economia. 
Já na intermediação financeira indireta os agentes superavitários vão diretamente à 
Bolsa de Valores e adquirem os títulos de propriedade de sua preferência. O mesmo 
processo é perceptível quando considerado os títulos da dívida pública emitidos pelo 
governo federal. Os tomadores de recursos vão atrás dos recursos, pegando-os na 
forma de títulos, permitindo inclusive a adesão de novos sócios-acionistas à empresa. 
A operação envolve risco para o fornecedor/investidor, desse modo a exigência de 
retorno de capital em forma de juros aumenta na medida em que a exposição ao risco 
também aumenta. Assim, os tomadores de recursos aceitam realizar um pagamento 
aos investidores, como meio de recompensa-los pelo capital fornecido. A diferença das 
taxas de obtenção dos recursos financeiros fornecidas pelos intermediadores versus a 
taxa de aplicação destes mesmos recursos pelo banco é denominada spread. Para que 
o processo de intermediação financeira ocorra de modo satisfatório há alguns requisitos, 
observados a seguir. 
2.2. Requisitos do processo de intermediação financeira 
O processo de intermediação financeira devido a sua grande importância requer alguns 
requisitos considerados fundamentais para que ocorra de maneira satisfatória. É vital 
que os agentes envolvidos nesse mercado possuam um alto nível de maturidade para 
lidar com todo o processo, uma vez que se trata de um processo de trocas, que remete 
até mesmo a tempos passados onde os mercadores trocavam seus produtos por outros 
sem um bem intermediário que facilitasse tal negociação. 
 
20 
 
Considerando o processo de intermediação em si, é possível realizar uma divisão em 
fases, num cenário próximo a figura 6, onde a excessiva quantidade de bens passíveis 
de transação iria demandar por algo que fizesse a ‘ponte’ entre os agentes de mercado, 
nesse caso a própria moeda em si. Posteriormente, esta seria vista como um item que 
estabelecesse reserva de valor ao mercado, valor este que seria utilizado no momento 
considerado conveniente para entremear as relações comerciais do agora sistema 
monetário. 
Essa fase de maturação requer o amplo desenvolvimento do sistema de trocas, 
estabelecendo a conexão necessária para que se supere o processo de transações sem 
quaisquer tipos de intervenções de agentes financeiros. Aqui, nessecenário, nota-se a 
presença de agentes que acumulam recursos e de outros que os detêm e esperam 
capitalizar em cima do mesmo, formaliza-se então um mercado em que a transferência 
do poder de compra gera ganhos para ambos envolvidos, sendo que os tomadores 
remuneram os poupadores pelo repasse realizado. 
A própria presença de agentes interessados em compor esse mercado, ou seja, 
tomadores e poupadores, seria um segundo requisito para o processo de intermediação. 
Neste segundo ponto, os agentes econômicos podem apresentar três tipos de situação: 
equilíbrio, superávit de caixa, déficit. Em situação de equilíbrio o capital utilizado para 
financiamento dos processos é basicamente próprio, em superávit de caixa há um 
excedente financeiro, ou seja, a utilização da moeda recebida transcorre de maneira 
serena, se maiores empecilhos. 
Por fim, a situação deficitária apresenta uma situação em que a firma, ou também 
pessoa física na figura de investidor ou ainda empreendedor, encontra dificuldades para 
saldar seus compromissos. Destarte, recorrem a modelos de financiamento externos 
para manter suas operações em andamento, recorrendo aos intermediários do mercado 
para acessar os recursos provenientes dos poupadores. Grande parte dessas 
operações irão incidir em juros, o já citado spread que irá beneficiar os poupadores e 
também os intermediários. 
Quadro 2 – Fundamentação do processo de intermediação financeira 
Funções principais Formas de captação 
Liquidação de transações Depósito à vista 
Custódia de Excedentes Depósitos à prazo 
Intermediação de recursos Letras e obrigações 
 Cotas de fundo de renda fixa 
 
O quadro 2 demonstra de modo sucinto o explanado no parágrafo anterior, o processo 
de intermediação financeira pode ocorrer de modo bem amplo incluindo instituições 
nacionais e internacionais. No meio da troca existente entre os agentes poupadores e 
tomadores encontram-se instituições bancárias e não-bancárias, as quais serão 
adequadamente apresentadas a seguir. 
 
 
21 
 
2.3. Benefícios do processo de intermediação financeira 
É nítido que o processo de intermediação traz custos para a parte tomadora de recursos 
enquanto remunera a parte poupadora, que se submete ao fator tempo para conseguir 
um retorno financeiro para eventual utilização de seu capital num prazo futuro, tempo 
esse que traz riscos que serão compartilhados nesse caso. Mas, a parte dos eventuais 
ônus observados, há enormes benefícios nesse processo, os mais recorrentemente 
citados são: 
 Eficiência operacional 
Não seria correto pressupor que um agente com recursos disponíveis para investir, ou 
mesmo guardados sem previsão de uso no curto prazo procurem os agentes tomadores 
interessados em obter recursos para custear suas operações. Nesse caso, faz-se 
evidenciado o papel exercido pelos intermediadores, que tornam institucional o 
processo de trocas, colocando aos interessados possibilidades. 
 Especialização 
Devido a alta exposição aos riscos de mercado a opção por um agente atuante em um 
mercado especializado, nesse caso os intermediários, é não só preferível como uma 
opção mais segura. Faz-se necessário que os gestores dessas instituições tenham uma 
grande capacidade de julgamento para tomar decisões mais assertivas quanto a 
utilização dos recursos. Tamanha a especialização destes que lidam com o risco com 
frequência não é observada em grande parte dos casos nos agentes do lado real da 
economia, que requerem nesse sentido apoio para melhor administração dos fluxos 
financeiros. 
 Diluição de riscos 
Ao envolver uma quantidade maior de agentes no processo de intermediação financeira 
vê-se o risco se diluir de igual maneira. Dado que o custo dessas operações financeiras 
deve cobrir plenamente os riscos diversos envolvidos, como crises, falhas, etc. a opção 
por envolver um intermediário é uma opção para ampliar a assertividade do processo. 
 Ganhos de eficácia 
Quando os agentes tomadores submetem seu interesse aos intermediadores abre-se 
uma possibilidade para que os especialistas do mercado adotem medidas de avaliação 
que tragam maior segurança para os poupadores. Tal medida seria mitigada num 
processo de negociação direta, expondo a parte detentora de capital a um maior risco. 
 Descasamento seguro de prazos 
Os agentes intermediários conseguem adquirir os recursos financeiros junto aos 
detentores de capital em diferentes prazos, em consonância com as possibilidades 
disponíveis no mercado. A opção por um prazo de quitação adequado à realidade de 
 
22 
 
pagamento das empresas reduz o risco de atrasos e permite um melhor fluxo do 
mercado. 
o Expansão dos fluxos reais 
O processo de intermediação financeira contribui para o desenvolvimento de diferentes 
setores da economia, tendo papel importantíssimo, mesmo que indiretamente, no 
crescimento do país. 
A relação entre os setores real e financeiro de uma economia são visivelmente expostos 
quando se considera que grande parte dos tomadores ocupam espaço dentro do setor 
real. Galvão, et al. (2006) ressalta que quanto maior for o desenvolvimento de uma 
economia, pelo lado real, maior e mais efetivo será o alcance e capacidade do seu 
mercado financeiro. Isto gerará um círculo virtuoso na economia, onde os tomadores 
conseguem utilizar bem os recursos emprestados e arcar corretamente com os 
compromissos assumidos junto aos agentes intermediários que por sua vez repassam 
estes aos poupadores. 
2.4. Subsistema de intermediação - instituições financeiras bancárias e não 
bancárias 
Os bancos comerciais convencionais executam uma importante função de provimento 
de capital de giro para as empresas atuantes no setor real da economia. A atuação dos 
bancos é respaldada pelos depósitos recebidos por parte dos poupadores. 
O ponto principal de trabalho das instituições bancárias é a prestação de serviços, eles 
atendem ao público em geral compensando cheques, fornecendo cartões de crédito, 
recebendo e emitindo boletos para usos diversos, realizando operações de depósito e 
saques, dentre outros. Para tal, eles cobram taxas por serviços dos clientes, estas são 
organizadas em cestas de serviços que ofertam uma quantidade pré-determinada de 
itens que o cliente pode aderir. 
Vale ressaltar que na função de agente intermediário os bancos repassam esse capital 
para os agentes tomadores, nesse sentido, apesar de ganharem com a cobrança da 
cesta de serviços eles também são remunerados pelo repasse aos agentes solicitantes 
de recursos. 
Com as mudanças recentes do mercado ocasionadas principalmente pela acelerada 
globalização financeira mundial e evolução tecnológica os bancos têm procurado 
diversificar sua oferta de serviços, procurando atender os diferentes tipos de clientes 
que recebem diariamente. Divididos em dois segmentos os bancos podem ser de varejo 
ou atacado. 
Os bancos ditos de varejo seriam bem representados pelos bancos convencionais, que 
possuem uma grande quantidade de agências e concentram sua principal fonte de 
recurso nas operações envolvendo depósitos realizados pelos clientes, que costumam 
ser numerosos. Ume exemplo desse alcance é visto quando se considera que toda 
 
23 
 
instituição empresarial, do setor real ou financeiro, utiliza da atividade bancário como 
intermediação para realizar as operações de pagamento. 
Já os bancos de atacado têm seu foco de atuação na realização de negócios, 
compreendendo operações de maior magnitude, focando no cliente de alta renda. 
Seriam representados pelos bancos da linha “prime”. O atendimento especializado 
nesse caso pode representar a diferença no momento de o cliente optar por aderir ao 
serviço do banco em detrimento de um concorrente específico. 
As instituições financeiras não-bancárias têm sua atividade distinta dos bancos 
comerciais por não poder emitir moeda ou meios de pagamento diretamente, compõem 
esse grupo: 
 Bancos de investimento 
Atuam como intermediários financeiros permitindo que os investidoresaloquem seu 
capital em: CDB’s, CDI’s, Letras de Crédito e/ou crédito, dentre outros. Os pontos fortes 
de atuação de um banco de investimento abrangem o financiamento de atividades 
comerciais e produtivas de diferentes segmentos, gerenciamento do capital de terceiros 
e participação por tempo pré-estipulado no capital de companhias. Um exemplo de 
banco de investimento atuando no Brasil seria o BTG Pactual. 
 Bancos de desenvolvimento 
Um banco de desenvolvimento atua com financiamentos de juros baixos de projetos que 
tenha como interesse promover o desenvolvimento econômico de uma determinada 
localidade ou país. Um exemplo de banco de desenvolvimento atuando no Brasil seria 
o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) que financia projetos em todo o 
Estado. 
 Financeiras 
São instituições do setor privado que concedem empréstimos e/ou financiamentos para 
que os agentes adquiram bens, serviços e também capital de Giro. As financeiras estão 
presentes em praticamente todos os municípios nacionais, um exemplo seriam as 
instituições Crefisa e BMG. 
 Sociedades de arrendamento mercantil 
As sociedades de arrendamento mercantil permitem que um agente adepto desta 
modalidade de serviço possa desfrutar de um bem específico sem ter que 
necessariamente comprá-lo. Estes bens podem ser móveis ou imóveis, deixando a 
possibilidade de aquisição em definitivo ao término do contrato de leasing. 
 Cooperativas de crédito. 
É uma associação formada por um grupo de pessoas que tem o objetivo de prestar 
serviços financeiros para os seus cooperados. Os associados são ao mesmo tempo 
 
24 
 
donos e clientes nessa modalidade, tendo acesso a grande parte dos serviços 
encontrados também nos bancos comerciais comuns. Exemplo de cooperativas de 
crédito atuando no Brasil seria o Sicoob - Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil. 
Ainda no âmbito abordado existem as instituições auxiliares, que compreendem aquelas 
que exercem a função de intermediador entre investidores para aquisição 
principalmente de títulos e valores mobiliários. Aqui, temos as bolsas de valores, no 
caso brasileiro a BMF&Bovespa, atual B3, corretoras como a XP investimentos ou a 
Toro Investimentos e sociedades distribuidoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se 
É fundamenta que os agentes intermediários, poupadores e 
tomadores possuam a maturidade necessária para executar 
efetivamente o procedimento das trocas, que poderia ser 
relacionado a períodos passados onde os mercadores trocavam 
seus produtos por outros sem um produto intermediário que 
facilite a transação. 
 
 
Resumindo 
O sistema de intermediação financeira é de grande importância para o funcionamento 
adequado do mercado financeiro, através do mesmo é possível que as instituições 
demandantes de capital possam se conectar aqueles agentes que não tenham 
necessidade imediata de utilização dos recursos. O mecanismo apresenta a relação 
existente entre os intermediários, os poupadores e os tomadores, explicando o papel 
de cada um deles, com ênfase nas instituições componentes do sistema de 
intermediação. 
 
 
 
 
 
 
Investigue 
Com atua a CVM em relação as instituições componentes do 
mercado de intermediação financeira? 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faça você mesmo 
1. “Atuam como intermediários financeiros permitindo que os 
investidores aloquem seu capital em: CDB’s, CDI’s, Letras de 
Crédito e/ou crédito, dentre outros.” A definição pertence a 
um(a): 
a) Banco de desenvolvimento 
b) Financeira 
c) Banco de Investimento 
d) Sociedade de arrendamento mercantil 
e) Cooperativas de crédito 
Tome nota 
Os bancos de investimento possuem destacado papel no 
processo de desenvolvimento econômico no país, veja o que diz 
o Banco Central sobre: 
<https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%
2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fcomposicao%2Fbi.asp> 
 
 
Façamos juntos 
1. Julgue a afirmação abaixo, assinalando se é correta ou 
incorreta. Justifique. 
Bancos de desenvolvimento são instituições do setor privado 
que concedem empréstimos e/ou financiamentos para que os 
agentes adquiram bens, serviços e também capital de Giro. 
a) Correta 
b) Incorreta 
Justificativa: A assertiva refere-se às financeiras e não aos 
bancos de desenvolvimento. 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
Bibliografia comentada: 
 
GALVÃO, Alexandre et al. Mercado Financeiro: uma abordagem prática dos 
principais produtos e serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2014. 
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
GROPELLI, A.A.; NIKBAKHT, E. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
Saiba mais 
Sabia que há diferença entre empréstimo e financiamento? Veja: 
 
Empréstimo Financiamento 
O dinheiro recebido não tem 
destinação obrigatória 
O dinheiro recebido está 
vinculado à aquisição de 
determinado bem ou serviço 
como, por exemplo, a 
aquisição de um veículo ou 
equipamento 
 
Visite: 
<https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/scfi> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Glossário 
 
Spread: é a diferença da taxa de captação de recursos fornecida pelo banco versus a 
taxa de aplicação destes mesmos recursos pelo banco. 
Leasing: termo original em inglês que quer dizer locação financeira ou arrendamento 
mercantil. 
Certificados de Depósitos Interbancário (CDI): são títulos emitidos pelas instituições 
financeiras bancárias para captação de recursos ou também para realizar investimentos 
com o capital excedente. 
Certificado de Depósito bancário (CDB): Forma utilizada pelas instituições financeiras 
bancárias para custeio de suas próprias operações, com promessa de recompensa 
baseada em indicadores de mercado informados previamente. 
 
 
 
28 
 
CAPÍTULO 3 - Relação: Empresas x Mercado Financeiro 
 
Introdução 
Os pequenos e médios empresários ocupam um papel de grande destaque na economia 
brasileira. Estes compreendem grande parcela das instituições empresariais 
constituídas em território nacional tendo grande influência no desenvolvimento do 
produto nacional e empregando uma grande quantidade de pessoas ao redor do país. 
As formas de organização empresariais são apresentadas neste capítulo em dois 
tópicos que se subdividem nas mais variadas categorias constantes dentro das 
possibilidades de sociedade envolvendo os agentes individuais. O MEI e o EI ocupam 
grande parte dos cadastros nacionais de pessoas jurídicas no Brasil. Após o estudo do 
mesmo você pode aprofundar seus estudos buscando temas relativos a empresas 
categorizadas como maiores no mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 Diferenciar algumas das principais formas de organização de pequenas 
associações empresariais. 
 Conhecer algumas das principais formalizações societárias existentes no 
Brasil. 
 
Reflexão 
O sistema financeiro não é tão percebido no cotidiano das 
pessoas, excetuando-se os bancos comerciais e financeiras em 
menor medida, porém eles possuem um alto envolvimento com 
o bom funcionamento do lado real da economia. 
A interligação entre o setor produtivo e o setor econômico pode 
ser vista claramente quando observamos as ações listadas em 
Bolsa de Valores, já pensou qual a real relevância destas em sua 
vida? 
 
 
29 
 
3.1. Formas de organização para pequenas e médias empresas 
3.1.1. Microempreendedor Individual (MEI) 
A parcela de pequenos empreendedores que antes atuava informalmente, as vezes com 
apoio de um membro da família ou mesmo um a funcionário de apoio atualmente 
compõe o Microempreendedor individual. O projeto aprovado pela Lei Complementar nº 
128, de 2008 trouxe a possibilidade de formalização para os pequenos empresários, 
incluindo uma grade listagem de profissões onde havia alta incidênciade informalidade. 
As profissões aceitas no MEI estão listadas no Anexo XI, da Resolução CGSN nº 140, 
de 2018, podendo ser citadas: borracheiro, ambulante, cabeleireiro, por exemplo. O 
requisito para aderir ao programa é não participação societária em outra empresa, 
contar com apoio de no máximo um funcionário e ter um faturamento limitado a 
R$81.000,00 ao ano. A contribuição estipulada ao MEI é calculada tendo por base um 
valor de 5% do salário mínimo, adicionado do ICMS (Imposto sobre circulação de 
mercadorias) e/ou ISS (Imposto sobre serviços) a depender da categoria que o 
trabalhador tenho optado por trabalhar. 
Aderir ao programa confere de automático acesso a benefícios como acesso ao 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), emissão de nota fiscal, possibilidade de 
participar de licitações governamentais, acesso a serviços bancários na condição de 
pessoa jurídica, baixo custo mensal de tributos, apoio técnico do SEBRAE e de 
escritórios de contabilidade devidamente listados e benefícios previdenciários, a saber: 
salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio-reclusão, pensão por morte, aposentadoria 
por invalidez e aposentadoria por idade. 
3.1.2 Empresário Individual (EI) 
Conhecido anteriormente como firma individual, o empreendedor enquadrado nessa 
categoria desempenha atividade em seu nome, visando obter lucros num mercado 
específico. O patrimônio da pessoa física e da pessoa jurídica nesse caso são iguais, 
respondendo juridicamente de forma ilimitada, pelas dívidas ou contestações jurídicas 
diversas que incorram em perda de patrimônio, caso necessário. 
Esta categoria de empresário não possui personalidade jurídica como ocorre em outras 
categorias e formaliza seu registro com o próprio nome de pessoa física na razão social 
da nova empresa, com formalização realizada na junta comercial da localidade de 
funcionamento. Essa modalidade é muito comum nos Estados Unidos, onde a maioria 
dos pequenos empreendimentos aderem essa opção. Vale ressaltar que, os 
estadunidenses não contam com um equivalente ao MEI em seu país. 
3.1.3. Empresário Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI 
Ao empresário também há possibilidade de se reservar, optando pela limitação de suas 
responsabilidades somente ao âmbito da pessoa jurídica. Nesse caso há opção de 
manter o capital pessoal separado do capital empresarial, ficando, porém, a 
 
30 
 
obrigatoriedade de uma integralização de capital inicial no valor de cem salários 
mínimos, cerca de R$100.000,00 em valores correntes. 
As principais distinções entre o EIRELI e o Empresário Individual são: o capital inicial 
requerido, separação entre os bens da pessoa física da pessoa jurídica e escolha do 
nome empresarial. No que diz respeito ao nome empresarial, conforma citado o EI deve 
utilizar o próprio nome, conhecido como firma, enquanto o EIRELI pode optar por outro 
nome, chamado de denominação social. Por exemplo, um empreendedor chamado Dino 
da Silva Sauro deverá utilizar o seu nome ou no as siglas do mesmo junto da atividade: 
DSS cartuchos e recargas. Se o mesmo optar pelo modelo EIRELI abre-se a 
possibilidade de utilização de outra denominação, como: Rapidão cartuchos e recargas 
EIRELI. 
3.2. Sociedades entre pessoas 
As sociedades envolvem duas ou mais pessoas que possuam interesses comuns e 
queiram atuar num determinado setor do mercado visando obter ganhos financeiros. 
Por definição seria a reunião entre pessoas com intuito principal de exercer uma 
atividade econômica de modo profissional, planejada para atuar na produção e comércio 
de bens ou serviços. 
A grande maioria das sociedades é constituída pelo contrato social, documento firmado 
entre os sócios que irão definir as regras de atuação da parceria. Neste termo é definido 
a responsabilização de cada um pelos negócios, forma de divisão dos lucros e demais 
obrigações, direitos e deveres pré-estipulados. 
Assim como no caso do Empresário Individual os sócios aqui envolvidos podem ser 
responsáveis em todo ou em parte pelas dívidas e ações em que a empresa estiver 
envolvida. No Brasil, as possibilidades de formalização societária são regidas pelo 
Código Civil Brasileiro, observe abaixo: 
 Sociedade Simples 
Ligada a sociedades que adotem a prestação de serviços como foco de atuação. 
 Sociedade em nome coletivo 
Os sócios compartilham responsabilidades e benefícios atrelados à atividade da 
empresa. 
 Sociedade em comandita simples 
Os sócios-proprietários são divididos em duas categorias: os comanditados, que são 
responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais da empresa, e os 
comanditários, que ficam obrigados a responder apenas pelo valor equivalente a sua 
quota. 
 Sociedade limitada 
 
31 
 
 
A sociedade Limitada (comumente vista representada pelas siglas LTDA) é composta 
pela figura de mais de um sócio, sejam pessoas físicas ou jurídicas, onde cada 
participante responde solidariamente de modo proporcional ao valor de suas quotas de 
participação. 
 
 Sociedade Anônima (S/A) 
A sociedade é dividida em ações, onde os acionistas ou sócios se responsabilizam de 
forma limitada ao capital integralizado equivalente a sua participação na empresa. O 
capital da empresa pode ser aberto ou fechado, sendo o ponto diferencial dos dois casos 
a possibilidade de listagem na Bolsa de Valores. 
 Sociedade em comandita por ações 
Semelhante ao modelo acima, porém nesse caso a companhia não opera de forma 
conjunta com os acionistas, mas por firma ou denominação. Neste formato, um ou mais 
diretores são incumbidos de tomar conta das responsabilidades sociais da empresa. 
 Sociedade cooperativa 
Este consiste num modelo bastante democrático de gestão, é requerido ao menos vinte 
pessoas para compor esse formato de parceria, dependendo do critério de escolha a 
responsabilidade compartilhada por parte dos sócios ou não. 
 Sociedade em conta de participação 
Firmada por dois ou mais sócios excepcionalmente para atuar no segmento do 
comércio, nesse caso fica dispensada a firma social. 
 Sociedade advocatícia 
Este formato de sociedade é regido pela Lei 8906/94, seguindo o estatuto da Ordem 
dos Advogados do Brasil (OAB) ao invés de recorrer as Juntas comerciais como nos 
casos anteriores. 
 Companhia aberta 
Esse modelo de empreendimento é constituído por uma entidade legal diferente dos 
empresários, nesse caso o capital é contido por ações. Para ser considerada uma 
empresa aberta a companhia disponibiliza nas bolsas de valores ou no mercado de 
balcão valores mobiliários (ações, debêntures, etc.) referentes ao seu próprio negócio. 
As companhias abertas precisam necessariamente assegurar a coesão das 
informações disponibilizadas ao mercado, devido as normas estabelecidas pelos 
agentes legais, regulamento pela Comissão de Valores Mobiliários diretamente. 
Visando, portanto, garantir que a firma atenderá os requisitos de confiabilidade 
 
32 
 
requeridos pelo agente estatal e também pelo próprio mercado que tende a se inclinar 
para participar do capital de empresas mais sólidas. 
Geralmente as empresas recorrem a auditorias internas e externas para validar as 
análises realizadas internamente referente ao desempenho no mercado da 
organização. Quando há a oferta de ações ao público os agentes de mercado entendem 
que houve uma plena abertura de capital por parte da empresa. Essa ação muda 
completamente o modelo de atuação da empresa no mercado, trazendo novos 
participantes ao cotidiano empresarial e abrindo possibilidades reais de crescimento e 
expansão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo 
A iniciativa empresarial é algo que habita a mente das pessoas em todo país e também 
ao redor do mundo. Considerada uma das formas de libertação do trabalho tal como 
conhecido o ato de empreender possibilita diversas formas diferentes para alcance do 
mesmo objetivo. 
O capítulo apresentou modos mais simples de constituição de empresa como o MEI, 
passando por modelosde constituição onde uma atividade individual pode ser 
formalizada como empresa, caso do EI e do EIRELI. Os modelos de associação entre 
mais pessoas e agentes é constituído por um contrato social, que estipula as regras a 
serem seguidas bem como responsabilidade dos sócios, divisão de lucros e 
responsabilidades, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se 
O MEI e o EI embora possam inicialmente remeter a um 
conceito semelhante possuem grandes diferenças entre si, 
começando pelos valores limite aceitos e chegando as 
categorias atendidas. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
Façamos juntos 
1. Aponte a diferença entre os empresários que se cadastram 
no EI daqueles que se cadastram no EIRELI. 
R.: O patrimônio da pessoa física e da pessoa jurídica 
enquadrados como EI são iguais, respondendo juridicamente 
de forma ilimitada, pelas dívidas ou contestações jurídicas 
diversas que incorram em perda de patrimônio, caso 
necessário. 
Já no caso do EIRELI há opção de manter o capital pessoal 
separado do capital empresarial, ficando, porém, a 
obrigatoriedade de uma integralização de capital inicial no 
valor de cem salários mínimos, cerca de R$100.000,00 em 
valores correntes. 
 
 
Investigue 
 
Que tal saber um pouco mais sobre as companhias abertas? 
A CVM disponibiliza um sítio onde você pode realizar uma 
consulta aos CNPJ das companhias abertas, veja mais: 
 
<http://cvmweb.cvm.gov.br/SWB/Sistemas/SCW/CPublica/Ci
aAb/FormBuscaCiaAb.aspx?TipoConsult=c> 
 
 
Tome nota 
Que tal saber um pouco mais sobre o MEI? 
Acesse o vídeo produzido pelo SEBRAE: 
<https://www.youtube.com/watch?v=opm6uVzXzoI> 
 
http://cvmweb.cvm.gov.br/SWB/Sistemas/SCW/CPublica/CiaAb/FormBuscaCiaAb.aspx?TipoConsult=c
http://cvmweb.cvm.gov.br/SWB/Sistemas/SCW/CPublica/CiaAb/FormBuscaCiaAb.aspx?TipoConsult=c
https://www.youtube.com/watch?v=opm6uVzXzoI
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia comentada: 
 
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2010. 
ROSS, S. A. et al. Princípios da administração financeira. São Paulo: Atlas, 
2002. 
GROPELLI, A.A.; NIKBAKHT, E. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010. 
 
Faça você mesmo 
1. É ligada diretamente a sociedades que adotem a prestação 
de serviços como foco de atuação. Essa é a definição de que 
modelo de formalização societária? 
a) Sociedade simples 
b) Sociedade em nome coletivo 
c) sociedade limitada 
d) Sociedade cooperativa 
e) Sociedade advocatícia 
Reflita 
 
 
O MEI atualmente representa grande parte dos empresários 
atuantes no Brasil. Você acredita que a concentração de 
empreendedores dentro de uma camada de baixo limite de 
retorno possa ser um empecilho ao desenvolvimento 
nacional? 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glossário 
 
Ações - são títulos nominativos negociáveis que significam, para os seus detentores, 
uma fração do capital social de uma empresa, ou em outras palavras é um título de 
propriedade. 
Debêntures: são títulos nominativos que podem ser negociados representam um 
débito de médio ou longo prazo assumido pela empresa ante o seu credor, conhecido 
nesse caso como debenturista. 
Saiba mais 
Um modelo de sociedade entre advogados segue um 
formato próprio, estando subjugado diretamente à 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Estatuto 
da Advocacia. 
Conheça um pouco mais sobre as referidas normas 
visitando o site do link abaixo. 
 
Confira a lei na íntegra: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
CAPÍTULO 4 - As faces do mercado financeiro 
 
Introdução 
A dinamicidade da economia requer diferentes opções de crédito, estimuladas pela 
competitividade dos setores de mercado. Neste sentido, compete ao segmento 
financeiro dar o suporte ao lado real da economia para que sejam ofertados bens e 
serviços que atendam a sociedade como um todo. 
Outro mecanismo recorrentemente utilizado é a emissão de títulos de dívida, através 
dos quais uma companhia se compromete a pagar uma recompensa, na forma de juros, 
ao portador. Este, atua na engrenagem como financiador de todo o processo desejado 
pelo tomador, esperando uma recompensa futura, para que então possa utilizar o 
recurso já valorizado. 
O capítulo inicia-se com uma apresentação do mercado de crédito, abordando 
sucintamente as possibilidades contidas no mesmo. Posteriormente, o mercado 
monetário é abordado explanando as taxas utilizadas como referência na formação de 
preço dos títulos. Ademais, o mercado aberto e por fim o mercado globalizado são 
expostos. Estes, envolvem a captação realizada pelo governo federal, interna e 
externamente. 
 
 
 
 
 
 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 O objetivo central do mercado de crédito 
 Apontar as instituições que atuam em liquidação e custódia 
 Definir utilidade do mercado aberto e globalizado 
Reflexão 
A taxa Selic tem como objetivo conservar a custódia escritural e 
física dos títulos da dívida pública, exercendo o controle e 
liquidação financeira das transações dos mesmos. Ela foi 
elaborada com intento de modernizar as relações comerciais 
entre os agentes presentes no mercado financeiro. 
Qual a influência da Selic na vida do cidadão brasileiro comum? 
Vale ressaltar que até mesmo a tradicional caderneta de 
poupança agora sofre com influência da taxa Selic e indicadores 
de mercado. 
 
 
37 
 
4.1. Mercado de crédito 
O objetivo principal do Mercado de Crédito nada mais é do que atender as demandas 
essenciais apresentadas pelas empresas e demais agentes de mercado que almejem 
realizar investimentos em diferentes setores da economia, ou mesmo atender uma 
questão pessoal de consumo. 
As principais instituições atuantes nesse segmento são as agências bancárias 
convencionais, cooperativas de créditos (entre os seus associados primordialmente) e 
as financeiras. Com o passar dos anos e a evolução do setor bancário pode-se observar 
que houve grande diversificação dos serviços, procurando atender uma parcela maior 
da parte demandante e também da parte poupadora. 
O processo de intermediação financeira nesse caso tem a figura do intermediário, a 
própria instituição financeira, sendo devedor em relação ao investidor e credor em 
relação ao agente (empresário ou pessoa física) que demanda o crédito para financiar 
sua operação. Exemplificando, suponha que um investidor aplica R$ 10.000,00 num 
certificado de depósito bancário (CDB) ofertado por um banco qualquer, na expectativa 
de obter um retorno de capital, esse dinheiro ficará sob custódia do banco que irá 
reutilizá-lo repassando ao tomador, sobrando do mesmo uma taxa de empréstimo que 
seria a sua remuneração pelo processo de intermediação realizado. 
Os empréstimos realizados pelas agências bancárias podem ser de distintas naturezas, 
contemplando o curto, o médio e também o longo prazo. Dentre as modalidades 
oferecidas no mercado pode-se destacar as seguintes: 
 Desconto bancário de títulos 
Nessa modalidade o agente tomador de recursos oferece uma nota promissória ou outro 
título que simbolize um compromisso de pagamento futuro. É um meio de assegura ao 
sistema financeiro que o valor emprestado será ressarcido sem maiores complicações. 
 Crédito rotativo 
É uma linha de crédito disponibilizada pela instituição financeira para atender uma 
demanda específica do mercado, geralmente elas possuem um limite de valor com 
objetivo de reduzir os riscos para a instituição bancária. 
 Crédito direto ao consumidor (CDC) 
É um modelo de operação onde os recursos são colocados diretamente a disposição do 
consumidor para obtenção de bens e serviços. Há ainda a possibilidade de o CDC ser 
disponibilizado aos empresários que os repassam ao seu público alvo como forma de 
financiar suas compras diretamente realizando o resgate dosvalores mensalmente. 
 Assunção de dívidas 
 
38 
 
Nesse caso considera-se que a empresa tem a possibilidade de saldar um débito futuro 
antecipadamente, e o agente financeiro oferta um investimento que irá compensar essa 
movimentação. Nesse caso, pode-se dizer que um banco compra a dívida de outro para 
antecipar uma situação de mercado. 
 Comercial Paper 
Funciona como uma nota promissória empresarial, onde a garantia de pagamento é a 
própria operação efetuada pelas empresas. Os principais players atuantes desse 
mercado são os fundos de pensão, carteiras de instituições bancárias e seguradoras. 
 Cessão de crédito 
Nessa operação instituições atuantes no mercado de crédito negociam carteiras de 
crédito, as mudanças que ocorrem nas taxas de spread determinam o risco e também 
a atratividade da carteira para a instituição adquirente. 
 Crédito consignado 
Modalidade de empréstimo concedida com desconto realizado diretamente na folha de 
pagamento dos funcionários. Comumente observada no funcionalismo público, mas 
também faz-se presente na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas em 
geral. 
 Portabilidade do crédito 
Neste caso há possibilidade de um agente tomador transferir seu débito para outro 
banco visando alguma vantagem na operação, que pode ser relativa a taxa de juros, 
adição de valor emprestado, dentre outros. 
4.2. Mercado monetário 
O Mercado monetário possui uma ampla estrutura orientada para o controle os índices 
de liquidez da moeda disponível na economia. Este é um mercado de curto prazo, 
possuindo um alto giro e prazo de liquidez tão curto quanto, em outras palavras os ativos 
deste mercado são de giro rápido influenciando diretamente o dia a dia de grande parte 
da sociedade. 
O mercado monetário é responsável pelo controle e gerenciamento dos depósitos a 
vista realizados nos bancos comerciais e também dos níveis de papel moeda presentes 
na economia, ou seja, este mercado é incumbido de administrar o volume de dinheiro 
disponibilizado na economia do país que irão influenciar nas relações de oferta e 
demanda do país. O Banco Central do Brasil (BACEN) é o braço-de-ferro utilizado pelo 
governo para gerenciar os adequados níveis de moeda da economia, retirando ou 
ofertando recursos para os agentes econômico-financeiros. 
Ciente de que a maioria dos títulos transacionados no mercado monetário não possuem 
um correspondente físico o BACEN entende que é necessário um modelo especial de 
 
39 
 
gestão para negociação dos mesmos. Destarte, o controle e custódia é exercido por 
dois mecanismos: Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e a Central de 
Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). 
Elaborada com intuito de modernizar as relações comerciais entre os agentes presentes 
no mercado financeiro a Selic tem como objetivo conservar a custódia escritural e física 
dos títulos da dívida pública, exercendo o controle e liquidação financeira das 
transações dos mesmos. Ultimamente as transações com esse tipo de ativo são 
realizadas por meio eletrônico e o processo de liquidação financeira é processada 
instantaneamente por intermédio do Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP). A criação 
do sistema conferiu um maior nível de confiabilidade as operações realizadas 
envolvendo compra e venda de títulos. 
Por sua vez, a Cetip, atua no mercado de balcão e embora se assemelhe em certa 
medida à Selic, realiza operações que envolvem títulos do setor privado, há ocasiões 
em que o sistema opera com títulos públicos, como no caso em que estes encontram-
se sob tutela de um agente privado. Dentre os títulos comercializados pela Cetip pode 
se destacar: 
Figura 7 - Principais títulos comercializados na Cetip 
 
 
 
 
 
 
 
Ambos os sistemas objetivam realizar com ampla segurança e autenticidade as 
transações feitas no mercado que envolva liquidação e custódia de ativos, a relevância 
de ambos é tamanha que períodos específicos são divulgadas taxas de juros batizadas 
com os nomes de ambas: taxa Selic e taxa Cetip. Devido ao baixo risco dos papéis 
negociados no sistema Selic a taxa homônima ao sistema é considerada uma taxa livre 
de risco da economia, sendo amplamente utilizada como referência para a concepção 
dos juros adotados pelo mercado. 
4.3. Mercado aberto 
A estratégia governamental define a quantidade de moeda que deverá estar em 
circulação no mercado. Assim, o governo, por intermédio do CMN e do BACEN define 
se deverá estrategicamente comprar ou vender títulos emitidos pelo próprio governo 
 Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) 
Certificado de Depósito bancário (CDB) 
Debêntures 
“Commercial Papers” 
Letras Financeiras do Tesouro (LFT) 
Cotas de fundos de investimentos 
 
40 
 
federal para equilibrar a quantidade de moeda disponível no mercado. A decisão vai de 
encontro a opção por ter uma maior quantidade de moeda em circulação ou reter o 
capital em sua posse, influenciando desse modo nas decisões tomadas pelos agentes 
de mercado. 
O mercado aberto é o instrumental utilizado pelo Banco Central para captação de 
recursos financeiros no mercado. A principal justificativa para busca desse respaldo 
junto ao mercado é o custeio de grandes obras públicas, tais como as Olimpíadas do 
Rio de Janeiro ou a Copa do Mundo de 2014, dentre outros. Para viabilizar a operação 
a autoridade monetária conta com agentes intermediários, que são outras instituições 
financeiras pré-selecionadas que irão atuar de modo a efetivas a troca de títulos por 
moeda no mercado, tal como sugerido anteriormente na relação entre poupadores e 
tomadores, com o governo central no papel de tomador nesse caso. 
A operação se dá com oferta por parte do governo num mercado primário, onde as 
instituições financeiras fazem a aquisição desses títulos para posteriormente renegociá-
los com agentes num mercado secundário, em uma operação instrumentada no 
mercado aberto (ou open market no inglês). A relação se daria de modo que o governo 
garante arcar com um compromisso com a instituição financeira no mercado primário e 
esta garante arcar com um compromisso com o investidor no mercado secundário. Em 
outras palavras, entre tomadores, intermediários e poupadores o mercado em pleno 
funcionamento é suficiente para geração de ganhos para todos. 
Existem duas modalidades de títulos que trazem maiores ganhos aos investidores, os 
títulos pré-fixados e os pós fixados. O primeiro deles apresenta ao investidor qual será 
o seu ganho financeiro caso ele permaneça com o título até o prazo final de seu contrato. 
No caso dos pós-fixados o rendimento é atrelado a algum índice de mercado, como a 
taxa Selic por exemplo ou a taxa de inflação corrente. Principais títulos negociados pelo 
governo no mercado: 
Quadro 3 - Listagem dos principais títulos negociados pelo governo 
Títulos prefixados Títulos pós-fixados 
LTN LFT 
NTN-F NTN-B 
 NTN-C 
 NTN-D 
 NTN-H 
 
O mesmo título pode ser renegociado mais de uma vez no mercado aberto, devido 
principalmente ao seu prazo de vencimento. As operações dentro desse mercado são 
restritas as instituições financeiras, sendo que os bancos podem utilizar esse 
mecanismo até mesmo para subsídio de suas operações internas. Sobre o modo de 
atuação dos bancos nesse mercado vê-se a seguir. 
 
 
41 
 
4.4. Mercado globalizado - os títulos de dívida externa 
Com o processo de mundialização financeira acelerado o mercado de títulos atingiu um 
novo patamar, abrangendo os cupons emitidos por diferentes economias ao redor do 
mundo como meio de negociar ou renegocias acordos firmados com seus credores, que 
podem incluir desde agentes financeiros internos como grandes órgãos internacionais 
como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) ou o Banco Central 
Europeu (BCE) no caso da União Europeia. 
Devido a rapidez dos fluxos de negociação vê-se que os mercados mundiais se 
encontram amplamente interligados, processo que culmina diretamente naaceleração 
das negociações envolvendo agentes internacionais. Desse modo quando há risco de 
perder investimentos alocados num determinado título o agente financeiro ‘antenado’ as 
movimentações do mercado mundial retiram seus recursos daquele mercado 
direcionando para outro considerado mais rentável. 
A mesma rapidez com que os fluxos circulam que possibilita a troca de um ativo instável 
por outro mais estável é a razão pela qual os países emergentes se veem ameaçados 
com frequência, especialmente em períodos de crise econômica. Pois, ao menor de 
sinal de instabilidade institucional os investidores internacionais optam, racionalmente, 
por mudar o destino de seus ativos financeiros. Esse fato, promove a chamada fuga de 
capitais, que abalam em grande medida as economias ao redor do mundo, 
especialmente as menores. 
Os títulos considerados mais seguros no mundo são os treasuries americanos, emitidos 
diretamente pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América (EUA). Eles 
possuem o mesmo intuito dos títulos da dívida pública emitidos pelos demais países ao 
redor do mundo (captação de fundos), porém o fato de serem emitidos pela economia 
mais estável do planeta faz com que eles gozem de ampla confiança no mercado 
internacional, servindo inclusive de referência e parâmetro para todo o restante do 
mercado global. 
 
 
Resumindo 
Os sistemas de mercado têm grande influência sobre o desempenho da economia 
nacional, servindo como base de apoio para a captação realizada pelo governo federal 
e também pelos institutos situados no setor privado da economia, o lado real do 
mercado. 
A busca pelo crédito em suas diferentes formas e possibilidade de captação e também 
de oferta é vital para o pleno êxito do mercado, o capítulo mostrou algumas dessas 
“faces” que o mercado apresenta. 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
Tome nota 
Um título pode ser negociado mais de uma vez no mercado 
aberto, em virtude principalmente do seu prazo de vencimento. 
 
Investigue 
 
 
Que tal conhecer melhor o Tesouro Nacional? Veja no link: 
 
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto> 
Façamos juntos 
 
1. Julgue a afirmação abaixo: 
“Os títulos considerados mais seguros no mundo são os 
treasuries americanos, emitidos diretamente pelo Departamento 
do Tesouro dos Estados Unidos da América (EUA).” 
a) Correta 
b) Incorreta 
Lembre-se 
Quando o BACEN resolve alterar a meta esperada para a 
SELIC o retorno estimado para os títulos variáveis e também 
para a caderneta de poupança, indexados ao sistema também 
oscilam de modo proporcional. 
 
 
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflita 
 
Os títulos da dívida pública brasileira estão entre os mais 
rentáveis do mundo, mas isso é bom ou ruim para a maior parte 
da sociedade? 
 
 
 
 
Faça você mesmo 
 
1. Diferencie as taxas Selic e Cetip. 
2. Todos os títulos abaixo são pós-fixados, exceto: 
a) LTN 
b) NTN-B 
c) NTN-C 
d) NTN-D 
e) NTN-H 
 
Bibliografia comentada: 
 
LIMA, Iran S.; FRANCO DE LIMA, G. A. S.; PIMENTEL, R. C. Curso de mercado 
financeiro. São Paulo: Atlas, 2006. 
GALVÃO, Alexandre et al. Mercado Financeiro: uma abordagem prática dos 
principais produtos e serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
BODIE, Zvi; KANE, Alex; MARCUS, Alan J. Fundamentos de investimento. 8. ed. 
Porto Alegre: McGraw-Hill/Bookman, 2010. 
 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
 
Saiba mais sobre a SELIC e entenda a importância do sistema 
para a economia nacional 
 
<https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glossário 
 
Bacen - Banco Central do Brasil 
Bond - Bônus 
Treasuries - títulos da dívida pública norte-americana 
Selic - Sistema Especial de Liquidação e Custódia 
Cetip - Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados. 
SBP - Sistema Brasileiro de Pagamentos 
Commercial Papers - Notas promissórias 
 
45 
 
UNIDADE II 
CAPÍTULO 5 - Modalidades de papéis negociados no mercado de capitais 
 
Introdução 
O mercado de capitais desempenha uma função primordial ao contatar poupadores e 
tomadores de capital. Atuando como agente intermediário ele permite que as empresas 
encontrem público interessado em capitalizar, disponibilizando os recursos financeiros 
para que as companhias possam financiar o seu processo produtivo. 
No decorrer desse capítulo serão apresentados alguns dos principais papéis 
negociados na bolsa de valores, como as ações, com destaque as diferenças existentes 
entre os acionistas ordinários e os acionistas preferenciais. Ressalta-se que as 
expectativas existentes por parte de tomadores e poupadores é essencial para 
condução do processo de maneira efetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 Conhecer algumas modalidades de papéis negociados no mercado de 
capitais 
 Diferencias ações preferenciais e ações ordinárias 
 
Reflexão 
Acionistas ordinários possuem direito a participação nas 
reuniões da empresa, tendo papel fundamental na definição dos 
rumos que a companhia irá tomar em determinado período. Os 
acionistas preferenciais por sua vez, tem preferência no 
momento de a empresa realizar o compartilhamento os 
dividendos. 
Qual posicionamento te parece mais favorável? Poder decidir ou 
receber primeiro? 
 
 
46 
 
5.1. Mercado de capitais 
O mercado de capitais exerce um papel importantíssimo para o elo de ligação entre os 
investidores e os tomadores de recursos. Com atuação efetiva dos intermediários é 
através dele que ocorre o contato entre as empresas que buscam recursos para custear 
suas operações e os agentes que pretendem auferir ganhos de capital de longo prazo. 
Em suma, o grande objetivo do mercado de capitais é captar recursos financeiros 
juntamente a sociedade e leva-los para a indústria, o comércio, agentes financeiros e 
outras atividades econômicas que contribuam para o desenvolvimento econômico do 
país. Desse modo, pode-se dizer que os mercados financeiros contribuem diretamente 
para resolução de um problema de fluxo de caixa das empresas. 
O recurso financeiro seria o alvo principal, o agente intermediário atua no mercado 
visando tornar o ativo da empresa atrativo para o investidor, uma vez obtendo êxito 
nessa empreitada os recursos fluem do mercado para o empresário, que reinveste o 
dinheiro no ativo circulante e/ou ativo permanente, esses recursos aplicados irão 
proporcionar um retorno a empresa que terá de arcar com suas obrigações legais junto 
ao fisco, funcionários, terceirizados e fornecedores para posteriormente reinvestir esse 
fluxo de caixa na própria companhia. 
O excedente irá retornar ao mercado de capitais, na forma de remuneração aos 
acionistas e investidores que custearam esse processo de forma indireta, cedendo seus 
recursos financeiros para que a atividade da empresa continuasse em pleno 
funcionamento. Essa relação é a mesma expressa na figura 6, a diferença básica para 
um mercado convencional é resumida a tipologia dos ativos negociados e ao modelo de 
negociação realizado. 
5.2. Papéis negociados no mercado de capitais 
No Brasil os principais títulos colocados a disposição para negociação no mercado são 
as ações das empresas listadas na Bolsa, estas podem ser divididas em ações 
ordinárias e ações preferenciais. Em menor medida no país, e com presença maior em 
outras localidades aparecem os títulos do mercado de capitais que seriam 
compromissos de pagamento assumidos pelas empresas em longo prazo. Principais 
títulos negociados no mercado de capitais: 
 Ações 
As ações são um título de propriedade nominal que conferem ao seu detentor direitos 
de propriedade sobre uma empresa.

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