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Doutrina da Inteligência I - Aula 5 - Ciclo de produção de conhecimento - CPC

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Doutrina da Inteligência I
Aula 5: Ciclo de produção de conhecimento – CPC
Você sabe o que é conhecimento? 
O conhecimento é um esforço psicológico pelo qual procuramos nos apropriar intelectualmente dos objetos.
É a representação de um fato, ou de uma situação real ou hipotética de interesse para a atividade de inteligência, processada pelo profissional de inteligência.
A produção de conhecimento compreende o tratamento, por esse profissional, de dados e conhecimentos.
O conhecimento é o resultado, a transformação do dado. 
Tem início com a representação de um fato ou de uma situação que não decorra da produção intelectual do profissional de inteligência, mas que seja de interesse deste é considerado como dado na linguagem de inteligência.
O dado é a matéria prima bruta, sem trabalho de análise. 
É toda e qualquer representação de fato, situação, comunicação, notícia, documento, extrato de documento, fotografia, gravação, relato, denúncia etc., ainda não submetida, pelo profissional de inteligência, à metodologia de Produção de Conhecimento.
Acompanhando o percurso do dado até a sua transformação em conhecimento, é preciso observar, conforme vimos na aula anterior, os estados da mente diante da verdade: “certeza”, “opinião”, “dúvida” e “ignorância”. Faz-se ainda observar os processos ou as operações intelectuais pelos quais todo ser humano percorre para adquirir toda a percepção de um contexto: “ideia”, “juízo” e “raciocínio”.
A Inteligência transforma dados e/ou conhecimentos em conhecimentos avaliados, significativos, úteis, oportunos e seguros, de acordo com metodologia própria e específica.
O contexto da reunião de dados: A atividade de Inteligência, em qualquer um de seus dois ramos — Inteligência e Contra inteligência — tem uma metodologia própria para produzir conhecimento, denominada Ciclo de Produção de Conhecimento.
O ciclo de Produção de Conhecimento pode ser esquematizado em quatro fase.
Planejamento procura determinar:
Assunto a ser estudado: A determinação do assunto consiste em especificar o fato ou a pessoa objeto do conhecimento a ser produzido através de uma expressão escrita, a mais sintética possível.
O assunto deve ser preciso, bem determinado e específico. Desse modo, torna-se necessário proceder à sua delimitação, o que significa definir o aspecto particular ou o ponto de vista sob o qual o assunto será enfocado.
No planejamento, a determinação do assunto é, muitas vezes, provisória, uma vez que, ao término do trabalho, poderá ser necessário redefini-lo, de acordo com o conhecimento produzido.
Prazo disponível para a produção: Prazo é a data máxima em que o conhecimento deve ser produzido. Nos casos de produção de conhecimento, em obediência a um Plano de ISP, os prazos vêm previamente estabelecidos e sistematizados. Nos casos de estímulos específicos, por exemplo, de um Pedido de Busca, é normal que venham predeterminados.
Quando isso não ocorrer ou quando a iniciativa de produção de conhecimento é da própria Agência de Inteligência (AI), os prazos são estabelecidos observando-se o princípio da oportunidade.
Faixa de tempo a ser considerada: Determinar a faixa de tempo é o procedimento que consiste em equacionar o período no qual o assunto será estudado, estabelecendo-se limites no tempo e determinando-se a sua abrangência.
A faixa de tempo, algumas vezes previamente determinada, deve levar em conta, sobretudo, as necessidades do futuro usuário do conhecimento e depende, também, dos recursos disponíveis.
Usuário do conhecimento: Usuário é o cliente do conhecimento produzido a ser atingido mediante uma difusão. Muitas vezes, o usuário já vem predeterminado. Outras vezes, o analista proporá um ou mais usuários, de acordo com a necessidade de conhecer o assunto. Uma determinação prévia do usuário pode orientar o nível de profundidade do conhecimento a ser produzido.
Finalidade do conhecimento: Finalidade é o procedimento que responde à pergunta "Para quê?" o conhecimento está sendo produzido. Devido à compartimentação, princípio normal e inerente ao exercício da atividade de ISP, nem sempre é possível a determinação da finalidade. Neste caso, o planejamento é orientado para esgotar o assunto tratado, de tal modo que o usuário venha a encontrar, em algum ponto do conhecimento que está sendo produzido, subsídios úteis a sua atuação.
O correto entendimento do processo decisório e, consequentemente, das atribuições próprias de cada uma das autoridades, facilita a determinação da finalidade e do usuário do conhecimento. A determinação da finalidade está inter-relacionada com a definição do usuário.
Reunião de dados: 
É nesta fase que as agências de inteligência precisam realizar metódicas e sistemáticas ações de inteligência, tendo por vistas produzir o conhecimento. 
Principais critérios para reunião de dados: 
· Partir do mais simples para o mais complexo;
· Partir do menor custo para o mais dispendioso;
· Partir do menor risco para o mais arriscado;
· Esgotar a capacidade do próprio órgão antes de acionar outros.
Nesta fase, teremos o emprego das ações de inteligência, que são todos os procedimentos e medidas realizadas por uma agência de inteligência para dispor dos dados necessários e suficientes para a produção de conhecimento.
De um modo geral concentram-se em dois principais, mas não únicos, tipos de ações: 
Ações de coleta: São todos os procedimentos realizados por uma agência de Inteligência, a fim de reunir dados cadastrados ou catalogados em órgãos públicos ou privados. Essas ações caracterizam-se pelo acesso credenciado ou não, aos órgãos que dispõe desses dados.
Há uma estimativa que, hoje, cerca de 80% dos dados necessários à produção do conhecimento podem ser obtidos pela coleta.
As ações de coleta podem ser classificadas como:
Primárias: são ações para reunir dados disponíveis.
Secundárias: são aquelas que necessitam de autorização para acesso, seja através de senha, pagamento etc. São protegidos, mas não negados.
Nestes tipos de ações é que estão inseridas as pesquisas, seja em mídia impressa, seja em digital. Podemos citar desde a consulta a arquivos existentes em uma biblioteca, até a pesquisa em uma rede social, por exemplo.
Ações de busca: Ações de busca ou, simplesmente, busca são todos os procedimentos realizados pelo conjunto ou parte dos agentes do elemento operacional de uma agência de inteligência, envolvendo ambos os ramos da inteligência, a fim de reunir dados negados, em um universo antagônico, de difícil obtenção. Podem, também, provocar uma mudança de comportamento do alvo, a fim de conseguir-se uma posição vantajosa, favorecendo a obtenção de novos dados.
Processamento
É a fase intelectual do ciclo, em que o conhecimento é produzido. Nesta fase, são realizadas a avaliação, a analise, a interpretação e a integração. 
Avaliação: Na avaliação, o analista estabelece o grau de veracidade dos dados ou conhecimentos reunidos, a fim de classificar e ordenar aqueles que prioritariamente serão utilizados. É a aplicação do binômio pertinência X credibilidade.
É na avaliação que se consideram os critérios de autenticidade, confiança (Quem é a fonte? Qual o interesse dela em fornecer o dado?) e competência (Fonte está habilitada a observar, memorizar e descrever o objeto da informação? Quais as condições em que o dado foi obtido?) da fonte. Bem como avalia-se compatibilidade, coerência (apresenta contradição?) e semelhança (há outro dado de fonte diferente e conteúdo semelhante?)
Analise: Na análise, todas as partes serão examinadas e estabelecer-se-á a importância do assunto.
Integração: Na integração, o analista monta um conjunto encadeado, coerente, ordenado, lógico e cronológico, com base nas frações significativas. O aproveitamento de uma fração significativa varia de acordo com o tipo de conhecimento que se pretende produzir, porém, é desejável que sejam aproveitadas, principalmente, as frações significativas com grau máximo de credibilidade.
Interpretação: Na interpretação, será apurado o resultado final, com uma conclusãosignificativa dos fatos e situações apresentados. Aqui é que se podem apontar tendências e fazer previsões baseadas no raciocínio.
Utilização
A utilização do conhecimento produzido se dá através da entrega daquilo que se reuniu a quem deve tomar a decisão. A transmissão do conhecimento produzido se dá através de documentos de inteligência. 
Documentos de inteligência são os padronizados, normalmente sigilosos, que, utilizando o canal técnico, circulam nas agências de Inteligência e entre elas, a fim de transmitir ou solicitar conhecimentos. Um documento de inteligência deve ser redigido em texto simples, coerente, ordenado, lógico, cronológico, conciso, claro e objetivo.
O documento tem que ser avaliado, verdadeiro, significativo, preciso, imparcial, objetivo, útil, simples, bem apresentado, oportuno e seguro.
O documento de inteligência sofre influências de estados mentais, dúvida, opinião e certeza.
Ciclo de produção de conhecimento 
Aspectos essenciais do conhecimento
Aspectos essenciais (AE) do conhecimento são todos aqueles tópicos fundamentais que precisam e que devem ser levantados e abordados, de modo que o assunto seja devidamente esclarecido. Em conjunto, os AEs compõem o arcabouço preliminar do conhecimento em produção.
Os AEs não devem ser confundidos com o próprio problema, previamente definido na determinação do assunto.
Pode ocorrer que o analista não consiga obter respostas a um ou outro AE listado.
Neste caso, produz-se o conhecimento com base nos dados reunidos disponíveis, a fim de atender ao princípio da oportunidade: “é melhor um conhecimento incompleto, mas oportuno, do que um completo, mas fora do prazo”.
Os AEs podem ser redimensionados ao longo do trabalho de produção do conhecimento, em decorrência da evolução do estudo.
De um modo geral, os AEs são levantados tendo por base o que já existe e o que se precisa obter.
Medidas Extraordinárias 
São aqueles procedimentos que extrapolam os recursos normais da agência de inteligência e que se mostram necessários e promissores à produção do conhecimento. 
Como exemplo, citamos as seguintes medidas:
A. Dados estatísticos, obtidos diante de questionários específicos;
B. Painéis seminários com especialistas.
Medidas de Segurança
Já no planejamento, o analista estabelece as medidas de segurança necessárias à proteção das ações que estão sendo desenvolvidas e da salvaguarda dos resultados que, gradualmente, virão a ser obtidos.
A essência da atividade de ISP é a íntima vinculação entre a produção e a proteção do conhecimento.
Para atender à característica da Segurança, devem ser seguidos os princípios do Controle, da Compartimentação e do Sigilo.
Ao mesmo tempo, a balança "eficácia X segurança" deve ser bem equacionada.
Conclusões: 
A atividade de inteligência é o exercício permanente de ações especializadas, orientadas, basicamente, para a produção e para a proteção de conhecimentos com todos seus requisitos. 
Inicia-se a produção do conhecimento através do planejamento, que é a fase de estruturação do que se pretende conhecer. Embora seja a primeira fase do ciclo de produção do conhecimento, continua presente nas outras fases, quando se verifica a necessidade de ajustes. Assim, atendendo-se à característica da dinâmica, o planejamento é flexível, pois pode ser redirecionado, à medida que o conhecimento é produzido.
A listagem e a determinação destes procedimentos visam a facilitar o trabalho do analista de inteligência. Com a experiência, todos esses procedimentos incorporam-se à sua mente, sendo por ele executados sistemática e rotineiramente.
Ressalte-se que, à semelhança do que ocorre com as fases do ciclo de produção do conhecimento, os procedimentos que compõem o planejamento não são rigorosamente ordenados. Deste modo, como exemplo, observa-se que a determinação do assunto, da faixa de tempo, do usuário e da finalidade são procedimentos intimamente relacionados, interdependentes e de execução quase simultânea.
Se o planejamento é essencial, em qualquer ramo da vida humana, na atividade de ISP é imprescindível e obrigatório.