Buscar

Acionamentos Industriais: Motores de Corrente Contínua

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 1 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1 
2. TIPOS DE MOTORES DE CORRENTE CONTINUA ................................................................ 4 
3. MOTORES DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE ........................................................................ 5 
4. MOTORES DE EXCITAÇÃO SÉRIE ......................................................................................... 7 
5. MOTORES SHUNT OU DE DERIVAÇÃO ................................................................................. 8 
6. MOTORES DE EXCITAÇÃO COMPOSTA ............................................................................... 9 
7. VIDA UTIL DE UM MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA...................................................... 10 
8. SENTIDO DE ROTAÇÃO ........................................................................................................ 10 
9. ESPECIFICAÇÕES DE UM MOTOR CC ................................................................................ 11 
10. ANORMALIDADES EM SERVIÇO ......................................................................................... 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 2 
 
MOTORES DE CORRENTE CONTINUA 
 
1 INTRODUÇÃO 
Neste tipo de motor, o fluxo magnético do estator é gerado nas bobinas de campo pela 
corrente contínua, portanto trata-se de um campo magnético cuja a intensidade é contínua. 
Quanto ao rotor, que podemos chamar de armadura também é alimentado por tensão contínua 
e a interação dos campos magnéticos do estator (chamado de campo) e da armadura 
produzem o torque para a movimentação do rotor. 
1.1-Principais Partes Construtivas de um Motor de Corrente Contínua 
O MCC é composto fundamentalmente de duas partes: estator e rotor. 
1.1.1-O estator é formado por: 
Carcaça- É a estrutura suporte do conjunto e tem a finalidade de conduzir o fluxo magnético. 
Pólos de Excitação- Tem a finalidade de gerar o fluxo magnético. São constituídos de 
condutores enrolados sobre núcleos de chapas de aço laminadas cujas extremidades possuem 
um formato que se ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares. 
Pólos de comutação- São colocados na região interpolar e são percorridos pela corrente de 
armadura. Compensam o efeito da reação da armadura na região de comutação, evitando o 
deslocamento da linha neutra em carga, reduzindo a possibilidade de centelhamento. 
Enrolamento de Compensação- É um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar 
e percorrido pela corrente de armadura. Sua finalidade é também compensar a reação da 
armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e não somente na região transversal. Evita o 
aparecimento de faíscas provocadas por uma diferença de potencial entre espiras devido a 
distribuição não uniforme da indução no entreferro. 
Conjunto Porta Escovas e Escovas- O porta escovas permite alojar as escovas e está 
montado de tal modo que possa ser girado para o ajuste da zona neutra. As escovas são 
compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionadas 
por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. 
1.1.2-O rotor é formado por: 
Rotor com Enrolamento- Centrado no interior da carcaça, é constituído por um pacote de 
chapas de aço silício laminadas, com ranhuras axiais na periferia para o enrolamento da 
armadura. Este enrolamento está em contato elétrico com as lâminas do comutador. 
Comutador- É o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor. O 
comutador é constituído de lâminas de cobre isoladas por meio de lâminas de mica. 
Eixo- É o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 3 
 
1.1.3-Características dos Motores CC 
 A máquina de corrente contínua (MCC) consiste em um enrolamento de campo (no 
estator), que estabelece o fluxo magnético , e um enrolamento de armadura (no rotor). O 
funcionamento de um motor de corrente contínua está baseado nas forças produzidas da 
interação entre o campo magnético e a corrente de armadura no rotor, que tendem a mover o 
condutor num sentido que depende do sentido do campo e da corrente na armadura. 
 O comutador é o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor, 
possibilitando a circulação de corrente alternada no rotor através de uma fonte de corrente 
contínua. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador 
quando este gira, pressionadas por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a 
armadura e o exterior. 
Com o deslocamento dos condutores da armadura no campo, surgem tensões induzidas 
internas (força contra-eletromotriz - f.c.e.m) E atuando no sentido contrário ao da tensão 
aplicada. A tensão terminal da armadura V diferirá de E pela queda de tensão interna (RaIa). O 
diagrama do circuito de um motor CC com excitação independente é mostrado abaixo. 
 
As equações básicas são: 
*Tensão Terminal (na armadura do motor) – 
 V= E +Ra.Ia 
*Força Contra-eletromotriz - Durante a operação de um motor de corrente contínua ocorre 
simultaneamente a ação geradora, pois com o deslocamento dos condutores da armadura no 
campo surgem tensões induzidas (força contra-eletromotriz - fcem), atuando no sentido 
contrário ao da tensão aplicada força contra-eletromotriz 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 4 
E = k1.N. 
   fluxo magnético 
 N  velocidade da armadura em rpm 
 k  constante 
*Conjugado ou Torque - Conjugado é a medida do esforço necessário para girar o eixo 
 T = k2.Ia. 
 T  torque em N.m. 
 kt e ke  constantes. 
  fluxo magnético produzido pela excitação. 
 Ia corrente da armadura em A. 
 Ie corrente de excitação ou de campo em A. 
*Fluxo Magnético (produzido pela excitação) -  = k3.If 
*Potência Mecânica - T.N = E.Ia 
onde Ia é a corrente da armadura, If é a corrente do campo, Ra é a resistência da armadura, 
N é a velocidade e k1, k2 e k3 são constantes de proporcionalidade. 
A figura abaixo é um motor CC elementar. Ela mostra o sentido das forças que agem sobre 
uma espira, quando aplicamos uma fonte de tensão CC. Sob a ação da força a espira irá se 
movimentar no sentido horário até atingir o ponto em que a força resultante é nula (ponto em 
que o ângulo  é igual a 0o ou 180o), não dando continuidade ao movimento. Torna-se, então, 
necessária a inversão da corrente na espira para que tenhamos um movimento contínuo. Este 
problema é resolvido utilizando um comutador de corrente. Este comutador possibilita a 
circulação de corrente alternada no rotor através de uma fonte CC. 
 Para se obter um conjugado constante durante todo um giro da armadura do motor 
utilizamos várias espiras defasadas no espaço montadas sobre um tambor e conectadas ao 
comutador. 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 5 
 
Para motores de baixa potência o circuito magnético está saturado. Resolvendo as equações 
para explicitar a velocidade, temos: 
 
 
 
 Observando a equação acima, verificamos que a velocidade pode ser variada através da 
variação do valor médio da tensão aplicada à armadura (V), pelocontrole da excitação () ou 
pela resistência da armadura (Ra). 
 Quando o controle é feito através da variação da tensão da armadura, o campo 
magnético pode ser mantido constante (=constante) e no seu valor máximo. Desta forma, o 
máximo torque pode ser desenvolvido. O enfraquecimento do campo (diminuindo ) é 
normalmente utilizado para obter velocidades acima da nominal. Portanto, como pode ser 
observado na figura 6.2, o controle da tensão de armadura é feito a torque constante enquanto 
o controle através do enfraquecimento do campo é feito à potência constante. 
2-Tipos de Motores de corrente Contínua: 
 Os motores de corrente contínua se classificação segundo a sua excitação de campo da 
seguinte forma: 
Motores com Excitação Independente 
Motores com Excitação Série 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 6 
Motores com Excitação Paralela 
Motores com Excitação Composta 
3-Motor com Excitação Independente 
 
 
 A figura abaixo apresenta o diagrama elétrico de uma máquina CC com excitação 
independente. A rotação do motor pode ser alterada mantendo o fluxo() constante e variando a 
tensão de armadura (controle de armadura), ou mantendo a tensão de armadura fixa e 
alterando o fluxo (controle pelo campo). Alterar o fluxo magnético significa modificar a corrente 
de campo. 
onde: Vt é a tensão de armadura, IA é a corrente de armadura, VE é a tensão de campo, 
 
 
 
 
 
 
IE é a corrente de campo, RA é a resistência do circuito da armadura e E é a força 
contraeletromotriz. 
 
A velocidade N em rpm 
 
 
 + Vt -
 + VE -
 IA
 RA
+ IARA -
+ -
 E
 IE
 
Vt
Ia
E
armadura
escova
Ie
campo
eixo
velocidade N
torque T
   


 k
kTRV
k
IRV
k
E
N tAtAAt




..
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 7 
Observando a equação anterior, verificamos que a velocidade pode ser variada através da 
variação do valor médio da tensão aplicada à armadura, pelo controle da excitação ou pela 
resistência de armadura. 
 Quando o controle é feito através da variação da tensão da armadura, o campo 
magnético pode ser mantido constante (=constante) e no seu valor máximo. Desta forma, o 
máximo torque pode ser desenvolvido. O enfraquecimento do campo (diminuindo ) é 
normalmente utilizado para obter velocidades acima da nominal. Portanto, como pode ser 
observado na figura abaixo, o controle da tensão de armadura é feito a torque constante 
enquanto o controle através do enfraquecimento do campo é feito à potência constante. 
 
A figura mostra um motor CC com excitação independente. Como o torque é proporcional ao 
produto da corrente de armadura pelo fluxo, é aconselhável manter o fluxo em seu nível de 
projeto, de maneira a minimizar a corrente de armadura. Para a partida, R2 é zero e R1 é um 
valor tal que mantenha a corrente da armadura dentro de valores seguros. À medida que a 
armadura acelera, a força contra-eletromotriz aumenta de zero a um valor proporcional à 
velocidade. 
 
 
 
 
 
 
Variação de velocidade por uso de resistores 
(a) Circuito (b) Variação a um torque fixo 
 
V 
Ia 
E 
If 
fonte de 
tensão 
contínua 
fixa 
fonte de 
tensão 
contínua 
fixa 
R1 R2 
Velocidade 
R2 ajustável 
R1=0, tensão 
constante na 
armadura 
R2=0 corrente 
constante de campo 
R1 ajustável com 
torque constante 
Resistência aumentando 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 8 
Os resistores da figura acima podem ser utilizados para que se obtenha o ajuste da 
velocidade. A presença de R1 causará uma redução na tensão da armadura e, portanto, uma 
redução na velocidade. Com uma corrente de campo fixa, a tensão de armadura será 
aproximadamente proporcional à velocidade. Um enfraquecimento da corrente de campo pela 
inclusão de R2 reduzirá o fluxo e, portanto, aumentará a velocidade. 
4-Motor com excitação série 
 
O enrolamento de campo deste tipo de motor é ligado em série com o enrolamento de 
armadura, sendo que só haverá fluxo no entreferro da máquina quando a corrente de armadura 
for diferente de zero (máquina carregada). A velocidade varia de um valor muito alto com uma 
carga pequena até um valor bem baixo com a carga máxima. 
 Portanto, o motor série pode trabalhar em regimes de sobrecarga, sendo o aumento do 
consumo de corrente relativamente moderado. Esta propriedade é essencialmente valiosa para 
a tração elétrica, acionamentos de guindastes etc. 
 Deve-se observar que no caso da redução de carga, a velocidade do motor se torna tão 
grande que as forças centrífugas podem destruir o seu induzido. Por isso, quando a tensão é 
nominal, não se deve colocar em funcionamento o motor com uma carga muito reduzida. Os 
grandes motores em série são geralmente ligados diretamente à carga e não através de 
correias ou polias. 
Considerando as relações para o motor CC, a velocidade será: 
 
 
 
onde ks e kr são constantes de proporcionalidade. 
 Existem duas maneiras de se controlar a velocidade de um motor CC série: através da 
variação do valor médio da tensão da armadura e pelo aumento da resistência da armadura. 
 A figura mostra um conjunto de características torque-velocidade, desprezando Ra. O 
motor CC série se caracteriza por apresentar um torque de partida elevado. 
Pode-se verificar que nos motores série o torque é proporcional ao quadrado da corrente 
1k
IRV
R
k
k
Tk
V
N aaa
s
r
s


 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 9 
Existem duas maneiras de se controlar a velocidade de um motor CC série: através da 
variação do valor médio da tensão da armadura e pelo aumento da resistência da armadura. 
 A figura mostra um conjunto de características torque-velocidade, desprezando Ra. O 
motor CC série se caracteriza por apresentar um torque de partida elevado. 
 
 
 
 
 
 
5-Motor com Excitação Shunt ou em Derivação 
 É o tipo mais comum de motor CC. Sua curva característica de torque x carga mostra 
que o torque aumenta linearmente com o aumento na corrente de armadura. 
 A curva velocidade x carga mostra que a velocidade cai ligeiramente a medida que a 
corrente na armadura aumenta. A velocidade básica é a velocidade com carga máxima, o seu 
ajuste é feito inserindo-se uma resistência no campo através de um reostato. Não se pode abrir 
o circuito de campo de um motor em derivação que está rodando sem carga, porque a 
velocidade do motor aumenta descontroladamente até o motor queimar. 
2.. AAt ITIkT  
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 10 
6-Motor com Excitação Composta 
 Este tipo associa as características dos motores em derivação e dos motores em série. 
O motor composto funciona com segurança sem carga. A medida que se adicionam novas 
cargas, a sua velocidade diminui, e o torque é maior se comparado com o do motor em 
derivação. A seguir mostramos o circuito equivalente do motor composto em derivação longa. 
 Este tipo de excitação é ideal para acionamentos com variações bruscas de carga (por 
exemplo, prensas), e para se obter um comportamento mais estável da máquina. 
 
 
Potência Nominal - É a potência que o motor pode fornecer dentro de suas característicasnominais, em regime contínuo. O conceito de potência nominal, ou seja, a potência que o motor 
pode fornecer, está intimamente ligado a elevação de temperatura do enrolamento. Sabemos 
que o motor pode acionar cargas de potência bem acima de sua potência nominal. O que 
acontece, porém, é que, se esta sobrecarga for excessiva, isto é, for exigida do motor uma 
potência muito acima daquela para a qual for projetado, o aquecimento normal será 
ultrapassado e a vida do motor será diminuída, podendo ele, até mesmo, queimar-se 
rapidamente. 
Aquecimento do Enrolamento - A potência útil fornecida pelo motor na ponta do eixo é menor 
que a potência que o motor absorve da linha de alimentação, isto é, o rendimento é sempre 
inferior a 100%. A diferença entre as duas potência representa as perdas que são 
transformadas em calor, o qual aquece o enrolamento e deve ser dissipado para fora do motor, 
para evitar que a elevação de temperatura seja excessiva 
 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 11 
7-Vida útil de uma máquina de corrente contínua 
Se não considerarmos as peças que se desgastam devido ao uso, como escovas e 
rolamentos, a vida útil de uma máquina CC é determinada pelo material isolante. Este é afetado 
por muitos fatores, como umidade, vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre todos 
estes fatores o mais importante é a temperatura de trabalho dos materiais isolantes. A vida útil 
da máquina é reduzida pela metade a cada 8oC de operação acima da temperatura nominal da 
classe. Quando falamos em diminuição da vida útil do motor não nos referimos apenas às 
temperaturas elevadas, quando o isolante se queima e o enrolamento é destruído de repente. 
Vida útil da isolação em termos de temperatura de trabalho, bem abaixo daquela em que o 
material se queima, refere-se ao envelhecimento gradual do isolante, que vai se tornando 
ressecado perdendo o poder isolante, até que não suporte mais a tensão aplicada e produza o 
curto-circuito. 
8-Sentido de Rotação 
As máquinas podem funcionar em ambos os sentidos de rotação, horário e anti-horário. Para 
inverter o sentido de rotação do motor, deve-se inverter a polaridade da ligação da armadura ou 
do campo. A inversão de ambos não trará resultado. Normalmente considera-se o sentido 
horário, visto pelo lado acionado (lado do eixo). 
Regime de Serviço - É o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os 
motores normais são projetados para regime contínuo, em que a carga é constante por tempo 
indefinido e igual a potência nominal do motor. 
Os regimes padronizados são: 
-Regime contínuo (S1)- Funcionamento a carga constante de duração suficiente para que se 
alcance o equilíbrio térmico. 
-Regime de tempo limitado (S2)- Funcionamento a carga constante, durante um certo tempo, 
inferior ao necessário para atingir o equilíbrio térmico, seguido de um período de repouso de 
duração suficiente para restabelecer a igualdade de temperatura com o meio refrigerante. 
-Regime intermitente periódico (S3)- Sequência de ciclos idênticos, cada qual incluindo um 
período de funcionamento a carga constante e um período de repouso. Neste regime o tempo 
entre uma partida e outra deve ser suficientemente grande para que o calor gerado na partida 
não afete o ciclo seguinte. 
-Regime intermitente periódico com partidas (S4)- Sequência de ciclos de regime idênticos, 
cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga 
constante e um período de repouso. O calor gerado na partida é suficientemente grande para 
afetar o ciclo seguinte. 
-Regime intermitente periódico com frenagens elétricas (S5)- Sequência de ciclos de regime 
idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a 
carga constante, um período de frenagem elétrica e um período de repouso. 
-Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente (S6)- Sequência de ciclos de 
regime idênticos, cada qual consistindo de um período de funcionamento a carga constante e 
um período de funcionamento em vazio, não existindo o período de repouso. 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 12 
-Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica (S7)- Sequência de ciclos de 
regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento 
a carga constante e um período de frenagem elétrica, não existindo o período de repouso. 
-Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de 
rotação (S8)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de 
partida e um período de funcionamento a carga constante, correspondente a uma velocidade de 
rotação pré-determinada, seguidos de um ou mais períodos de funcionamento a outras cargas 
constantes, correspondentes a diferentes velocidades de rotação. Não existe o período de 
repouso. 
-Regimes especiais- Quando a carga pode variar durante os períodos de funcionamento, a 
escolha de um motor adequado deve ser feita mediante consulta à fábrica. 
9-Especificação de um Motor CC 
 Para a correta especificação do motor, são necessárias as seguintes informações: 
potência nominal (kW), regime de serviço ou descrição do ciclo de trabalho, velocidade nominal 
(rpm), velocidade máxima com enfraquecimento de campo (rpm), velocidade mínima de 
trabalho (rpm), tensão de armadura (VCC), tensão de campo (VCC), fonte (CC pura com 
gerador ou baterias, conversor trifásico ou monofásico), tensão da rede CA, frequência da rede, 
grau de proteção da máquina ou especificação da atmosfera ambiente, temperatura ambiente, 
altitude, proteção térmica, sentido de rotação, sobrecargas ocasionais e momento de inércia da 
carga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 13 
10-Anormalidades em Serviço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anomalia Causas Prováveis Providências 
Motor não arranca 
em vazio 
 - Circuito de armadura interrompido. 
- Bobinas de comutação ou armadura em curto. 
- Sistema de acionamento defeituoso. 
 
- Porta-escovas fora da zona neutra. 
- Circuito de campo interrompido. 
 - Examinar condutores de entrada e bornes. 
- Identificar o curto circuito e recuperar. 
- Verificar se há interrupção ou defeito no sistema de acionamento. 
- Ajustar a zona neutra. 
- Eliminar a interrupção. 
 
Não se consegue 
dar partida ao motor 
 - Tensão diferente da tensão de placa. 
 
- Mancal sem lubrificação ou preso. 
 
- Sobrecarga. 
 
- Execesso de atrito. 
 - Conferir a tensão e providenciar para que a tensão de alimentação seja 
igual a tensão nominal. 
- Recondicionar o eixo, substituir revestimento do mancal, lubrificando-o 
adequadamente. 
- Verificar correntes dos enrolamentos e diminuir a carga do motor. 
- Examinar a lubrificação dos mancais. 
 
O motor tenta partir 
mas o relé de 
sobrecarga atua, 
desligando-o 
 - A partida foi dada com campo fraco ou nulo. 
 
 
 
- O momento da torção do motor é insuficiente para arrancar com 
carga. 
- Tensão da linha baixa. 
 
 
- Escovas deslocadas da posição neutra. 
- Sobrecarga. 
 
 - Verificar se o reostato está ajustado corretamente. Verificar se há algum 
enrolamento aberto na bobina de campo. Verificar se as conexões estão bem 
apertadas. 
- Verificar a tensão com a indicada na placa. Instalar um motor adequado a 
carga exigida.- Verificar e retirar qualquer excesso de resistência da linha de alimentação, 
ligações ou circuitos de comando. 
- Acertar as escovas na posição neutra. 
- Verificar se a carga aplicada não excede a carga admissível para o motor. 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anomalia Causas Prováveis Providências 
Aquecimento 
anormal em serviço 
 - Sobrecarga. 
- Volume de ar refrigerante não é suficiente. 
 
 
- Curto circuito nos enrolamentos de armadura 
 e campo. 
- Tampa de inspeção do lado do ventilador 
 aberta. 
 - Testar tensão e corrente. Eliminar a sobrecarga. 
- Verificar o sentido de rotação da ventilação. Limpar dutos de ar e/ou filtros. 
Substituir os filtros se necessário. 
- Verificar os enrolamentos e os pontos de solda. Reparar as bobinas. 
- Fechá-la. 
 
Aquecimento 
anormal dos rolamentos 
 - Excesso de graxa. 
- Graxa em mau estado ou incorreta. 
- Rolamento em mau estado. 
- Velocidade ou carga excessiva. 
 - Retirar o excesso. 
- Relubrificar com graxa correta. 
- Substituir rolamento. 
- Diminuir velocidade ou retirar graxa excessiva. 
 
Faiscamento nas 
escovas quando o motor 
enfrenta carga 
 - Comutador ovalizado. 
 
- Superfície do comutador muito suja. 
- Formação de estrias sobre a superfície do 
 comutador. 
- Isolação entre lâminas saliente (mica). 
- Mau contato entre o terminal da escova e 
 porta-escova. 
- Escovas desgastadas. 
- Tipo de escovas inadequadas. 
 
- Arestas da escova quebrada. 
- Escovas mal assentadas. 
 
- Escovas presas nos alojamentos. 
- Escovas fora da zona neutra. 
- Curto-circuito entre lâminas do comutador. 
- Pressão nas escovas insuficiente 
 - Usinar, rebaixar a mica e quebrar os cantos das lamelas. 
- Limpar o comutador. 
- Adequar as escovas em função da carga. 
 
- Rebaixar a mica e quebrar os cantos das lamelas. 
- Verificar, caso necessário, consultar a fábrica. 
 
- Substituir por outra de mesmo tipo. 
- Verificar que sejam usadas apenas escovas do tipo especificado em função 
da carga. 
- Substituir escovas. 
- Lixar as escovas e amoldá-las inteiramente à curvatura do comutador. 
- Verificar a tolerância dimensional das escovas. 
- Ajustá-las obedecendo a marcação. 
- Identificar o curto-circuito e eliminá-lo. 
- Ajustar corretamente a pressão da mola, certificando-se que as escovas se 
movam livremente no interior do porta-escovas. 
 
 
 
 
 
Ministério da Educação 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Campus Curitiba 
 
 
Acionamentos Industriais 15 
 
 
 
 
 
Anomalia Causas Prováveis Providências 
Faiscamento em 
todas as escovas e em 
um ou outro braço do 
porta-escovas 
 - Erro na distribuição das escovas. 
- Distribuição desigual da corrente. 
 
- Contato deficientes. 
 - Verificar a quadratura dos porta-escovas. 
- Verificar uniformidade do entreferro dos pólos de comutação. 
- Reapertar os parafusos. 
 
Projeção de faíscas - Partículas de impurezas se desprendem das 
 escovas ou lâminas e se inflamam. 
 - Limpar o comutador e todos os porta-escovas. Se necessário adequar o 
tipo das escovas, em função da carga. 
 
Faiscamento das 
escovas quando 
aumenta a carga 
 - Sobrecarga - Ajustar os valores de sobrecarga admissíveis. 
Faiscamento das 
escovas quando a 
rotação aumenta muito 
 - Rotação excessiva. - Ajustar corretamente a velocidade de rotação.

Continue navegando