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GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 GOVERNANÇA .......................................................................................... 5 
2.1 Governança corporativa ....................................................................... 7 
2.2 Princípios ............................................................................................ 10 
2.3 Definição e evolução histórica da governança de TI .......................... 12 
2.4 Fundamentos da governança de TI .................................................... 17 
2.5 Princípios ............................................................................................ 20 
2.6 O papel da TI nas organizações ......................................................... 23 
2.7 O ciclo da governança de TI ............................................................... 28 
2.8 Domínios, modelos e componentes ................................................... 30 
2.9 Metodologias para suporte a governança TI ...................................... 33 
2.10 COBIT - control objectives for information and related technology . 34 
2.11 ITIL - information technology infrastructure library .......................... 34 
2.12 PMI (project management institute) ................................................ 35 
2.13 CMM - capability maturity model for software ................................. 35 
2.14 Balanced scorecard ........................................................................ 35 
2.15 Governança da informação ............................................................. 36 
2.16 Valor da informação ........................................................................ 46 
2.17 Governança de dados ..................................................................... 49 
2.18 Conceitos ........................................................................................ 50 
2.19 Princípios ........................................................................................ 53 
2.20 Domínios e modelos ....................................................................... 54 
3 Gestão de TI ............................................................................................. 57 
3.1 Gestão estratégica de TI .................................................................... 58 
3.2 Diferenças e comparações dos termos .............................................. 59 
 
3 
 
4 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 GOVERNANÇA 
 
Fonte: dernegocios.com 
Antes de entrar especificamente no tema da governança deve-se mencionar a 
sua origem nos estudos organizacionais. Williamson (1975 apud FARIA F; 2013), é 
personagem central na nova economia institucional, uma corrente do pensamento 
econômico ligada à Escola Institucionalista, que surge na década de setenta nos 
Estados Unidos. Esta corrente enfatiza a importância e o papel do arranjo institucional 
que dá suporte as relações econômicas no mundo capitalista. 
Os mercados não são perfeitos e é clara a incerteza dos agentes econômicos 
nestes ambientes devido a fatores como a sua racionalidade limitada, ao sempre 
presente comportamento oportunista, a assimetria de informações e a total 
impossibilidade de contratos absolutamente completos, conforme apud FARIA F; 
(2013). De acordo com Williamson (1991 apud FARIA F; 2013), uma organização 
econômica pode ser classificada de três diferentes formas genéricas quando 
considerados os custos de governança e a especificidade dos ativos: mercado, 
hierarquia e híbrida. 
 
6 
 
 As empresas classificadas nestas formas distinguem-se umas das outras pelas 
diferenças existentes entre as suas capacidades de coordenação, pelos mecanismos 
de controle e pelas suas habilidades para adaptação a ambientes turbulentos. 
Williamson elaborou a Teoria dos Custos de Transação a partir dos trabalhos 
pioneiros de Coase (1937; apud FARIA F; 2013). Na nova economia institucional, os 
custos de transação são consequência de fatores institucionais, dentre eles: o 
desenvolvimento tecnológico, as estruturas de mercado, as normas e as leis 
existentes. A Teoria dos Custos de Transação tem suas bases nos contratos, que são 
realizados por homens de racionalidade limitada e oportunistas por natureza, e nas 
transações econômicas, que são realizadas em ambiente com limitações tecnológicas 
e institucionais. 
Os custos de transação, segundo Williamson (1985; apud FARIA F; 2013), são 
aqueles em que há de se incorrer quando se recorre ao mercado ou, ainda, aqueles 
que movimentam o sistema econômico. Segundo Pugh e Hickson (2004; apud FARIA 
F; 2013), Willianson associa a economia de mercado à teoria organizacional na forma 
do institucionalismo econômico. 
 Ele busca a possibilidade de que as medidas da estrutura de mercado 
eventualmente possam se combinar com as medidas da estrutura interna das 
organizações. Este é o registro histórico da relação entre o institucionalismo, a nova 
economia institucional e as questões da governança, conforme FARIA F; (2013). 
De acordo com Kjaer (2004; apud FARIA F; 2013), a teoria de governança está 
principalmente preocupada com a mudança institucional. Segundo a autora, 
governança idealmente combina regras e estruturas. Assim, uma definição 
institucional ampla de governança deveria envolver um conjunto de regras, a 
aplicação das regras e a verificação do cumprimento dessas regras. 
 Na sua perspectiva, governança refere-se à definição e gestão de regras 
políticas do jogo, e mais substancialmente, com uma busca de controle, direção e 
responsabilidade. Conforme Weill e Ross (2004; apud FARIA F; 2013), a governança 
determina quem toma decisões. 
Etimologicamente governança vem do verbo grego kubernan (pilotar ou dirigir, 
guiar) e foi usado por Platão com relação a como desenhar um sistema de regras. E 
o termo grego evoluiu para o termo gubernare em latim medieval, que tem a mesma 
 
7 
 
conotação de regulamentar e dirigir (KJAER, 2004). O ato de governar significa ação, 
efeito de dirigir, capacidade ou possibilidade de exercer domínio sobre algo, controle. 
2.1 Governança corporativa 
A governança corporativa envolve um conjunto de regras e atividades que 
determina o modo pelo qual a empresa deve operar. Trata-se de um meio de 
estabelecer e manter a harmonia entre os acionistas e os altos executivos das 
empresas. Através dela, busca-se identificar maneiras de garantir que as decisões 
sejam tomadas de forma eficaz, sem perder o foco na eficiência operacional e 
maximização dos resultados. Existem muitas definições para governança corporativa, 
mas, de forma geral,todas convergem para os mesmos princípios, práticas e 
objetivos, conforme FIORINI F; et al., (2016). 
Para Silva (2012 apud FIORINI F; et al., 2016) “a governança corporativa é um 
conjunto de práticas que têm por finalidade otimizar o desempenho de uma 
companhia, protegendo investidores, empregados e credores, facilitando, assim, o 
acesso ao capital”. 
Assim, entendemos que governança corporativa é um conjunto de estratégias 
utilizadas para administrar a relação entre os acionistas e para determinar e controlar 
a direção estratégica e o desempenho das organizações (HITT; HOSKISSON; 
IRELAND; 2014 apud FIORINI F; et al., 2016). 
Conforme FIORINI F; et al., 2016, O Instituto Brasileiro de Governança 
Corporativa (IBGC), fundado em 1995, inicialmente com o nome de Instituto Brasileiro 
de Conselheiros de Administração, apresenta o seguinte conceito: 
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais 
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os 
relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos 
de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de 
governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações 
objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o 
valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a 
recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua 
longevidade e o bem comum. (IBGC, 2015, p. 20 apud FIORINI F; et al., 
2016). 
Como podemos observar existem inúmeras definições diferentes para o termo 
“governança corporativa”. Todavia, podemos definir governança corporativa, em 
 
8 
 
linhas gerais, como o conjunto de mecanismos que visam fazer com que as decisões 
corporativas sejam sempre tomadas com objetivo de maximizar a geração de valor de 
longo prazo para o negócio e retorno de todos os acionistas (SILVEIRA, 2010 apud 
FIORINI F; et al., 2016). 
Em relação aos benefícios que a governança corporativa traz para as 
empresas, podemos citar que: 
Existem dois potenciais benefícios principais que a boa governança pode 
acarretar às empresas: os benefícios externos, associados à maior facilidade 
de captação de recursos e à redução do custo de capital; e os benefícios 
internos, vinculados ao aprimoramento do processo decisório na alta gestão. 
(SILVEIRA, 2010, p. 7 apud FIORINI F; et al., 2016). 
Como caracteriza FIORINI F; et al., (2016), a redução do custo de capital está 
associada ao menor risco de uma empresa com boa governança, que 
consequentemente se torna mais atraente para os investidores. Entretanto, apesar 
destes benefícios consideráveis, a implantação de um sistema de governança 
corporativa envolve custos. Tais custos são provenientes da implementação de 
processos melhores estruturados, elaboração de relatórios financeiros mais 
sofisticados, sistema de remuneração adequado para conselho de administração e 
executivos, entre outros, conforme observaremos mais à frente. 
Muito tem se discutido sobre os custos envolvidos para implementação de boas 
práticas de governança corporativa. Contudo, mesmo considerando estes custos 
observamos que uma governança eficaz pode afetar positivamente o crescimento e 
desenvolvimento das empresas e, consequentemente, o desenvolvimento econômico 
dos países, Conforme FIORINI F; et al., 2016. 
Por outro lado, as más práticas de governança podem impactar negativamente 
o crescimento econômico. Como exemplo, podemos citar os casos das crises nos 
mercados emergentes no final do século XX e a série de escândalos corporativos no 
Estados Unidos e Europa no início dos anos 2000, Conforme FIORINI F; et al., 2016. 
A GC é uma visão mais ampla da estratégia da empresa, considerando, 
inclusive, os relacionamentos com a comunidade e visa criar um conjunto eficiente de 
mecanismos, incentivos e de monitoramento para assegurar o alinhamento entre os 
comportamentos dos executivos e os dos acionistas (INSTITUTO BRASILEIRO DE 
GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009 apud ASSIS C; 2018). 
 
9 
 
Extrapolando o âmbito financeiro e a adequação a regulamentações do 
mercado aberto de ações, a GC norteia-se por princípios como transparência, 
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (STEINBERG et al., 
2003; INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009 apud 
ASSIS C; 2018). A GC almeja elevar o valor da organização (COOMBES; WATSON, 
2000; RIOTTO, 2008 apud ASSIS C; 2018). 
Uma definição abrangente entende que a Governança Corporativa envolve 
um conjunto de relacionamentos entre a gestão de uma empresa, seu 
Conselho de Administração, seus acionistas e outras partes interessadas. 
Governança Corporativa também fornece a estrutura através da qual os 
objetivos da empresa são definidos, os meios de atingir esses objetivos e a 
forma de monitoramento de desempenho (ORGANIZATION FOR 
ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2004, p. 11 apud 
ASSIS C; 2018). 
O quadro mostra uma compilação das definições mais citadas na literatura, 
caracterizando seu foco de análise (estrutura de decisão ou processos), e um resumo 
de suas contribuições teóricas. 
 
Fonte: teses.usp.br 
 
10 
 
2.2 Princípios 
Apesar de não haver consenso sobre as práticas de Governança nos 
mercados, pode-se afirmar que todas se baseiam nos princípios da transparência, 
equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (INSTITUTO 
BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009; apud ASSIS C; 2018). 
Os princípios da Governança Corporativa buscam endereçar problemas 
relativos a existência de agendas ocultas, que não são do conhecimento de todos e 
que não atendem ao interesse coletivo (STEINBERG et al., 2003; INSTITUTO 
BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, 2009; apud ASSIS C; 2018): 
 Princípio da transparência: tem por objetivo criar um clima de 
confiança nas relações internas e externas. É o "desejo de informar", 
para além da "obrigação de informar", visando a uma comunicação 
interna e externa objetiva, clara, espontânea e oportuna. Deve ir além 
da legislação específica e expandir-se para assuntos e fatores que 
possam ser do interesse dos públicos da organização, como valores e 
ações estratégicas, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da equidade: busca erradicar atitudes ou práticas 
discriminatórias, consideradas como inaceitáveis. Corresponde ao 
tratamento justo e igualitário dos grupos minoritários, abrangendo 
pequenos acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores e credores, 
conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da prestação de contas: visa atribuir aos devidos 
encarregados a responsabilidade integral por atos praticados no decorrer 
de seus mandatos. É muito conhecida pelo termo original em inglês - 
accountability - e determina que todos os responsáveis pela Governança 
devem prestar contas a quem os impostou ou lhes atribuiu as 
responsabilidades, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da responsabilidade corporativa: deve zelar pela 
continuidade e perenidade da organização, acoplando uma visão de 
longo prazo e de sustentabilidade. Caracteriza-se por ser uma visão 
mais ampla e de longo prazo da estratégia organizacional, contemplando 
todos os seus relacionamentos. Incorpora a "função social" da 
 
11 
 
empresa, visando a criação de riqueza, a geração de oportunidades de 
emprego, o estímulo ao desenvolvimento científico e a melhoria da 
qualidade de vida. Também inclui as questões ambientais e a defesa do 
meio ambiente. 
Os princípios para a GC das empresas não substituem o comando ou as 
iniciativas de se desenvolver melhores práticas no assunto (ORGANIZATION FOR 
ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2004; apud ASSIS C; 2018). 
Em 1999 Cadbury expressa que a "Governança Corporativa deve se preocupar com 
o equilíbrio entre as metas econômicas e sociais, e entre as metas individuais e 
comuns” (CADBURY apud ISKANDER; CHAMLOU, 2000, p. 4; apud ASSIS C;2018). 
Segundo Smallwood (2014; apud ASSIS C; 2018), a GC é o nível mais alto de 
governança em uma organização, e o contexto maior para as demais governanças; 
mais especificamente, a Governança Corporativa é o contexto para a Governança de 
TI (KHATRI; BROWN, 2010; SMALLWOOD, 2014; apud ASSIS C; 2018). 
Percebe-se que nenhuma teoria ou modelo até então desenvolvido é 
suficientemente completo para compreender em sua totalidade a questão da 
governança corporativa. Pode-se, no entanto, afirmar que governança diz respeito a 
métodos para tornar mais transparentes, organizadas e legítimas as práticas de 
gestão e monitoramento do desempenho das organizações, conforme FARIA F; 
(2013). Nas corporações modernas, há quatro mecanismos internos de governança 
corporativa – concentração de propriedade, conselho de administração, remuneração 
executiva e estrutura multidivisional – e um mecanismo externo – o mercado para 
controle corporativo (HITT, IRELAND e HOSKISSON, 2005 apud FARIA F; 2013). 
Andrade e Rossetti (2006 apud FARIA F; 2013), mostram que do ponto de vista 
organizacional e dentro de uma estrutura de poder, a governança corporativa reúne 
os processos e práticas de gestão, envolvendo um conjunto constituído por pelo 
menos três subconjuntos: propriedade, conselho de administração e diretoria. Estes 
elementos estão explicitados nas Figuras abaixo. 
 
 
12 
 
 
Fonte: lume.ufrgs.br - Modelo de estrutura Gov Síntese das dimensões Corporativa 
Deve-se acrescentar que quando o modelo é aberto, inclui-se uma quarta parte 
no modelo, denominada como outras partes interessadas, conforme ilustrado no 
modelo de governança apresentado na figura acima, são apresentados os cinco P´s 
ou a síntese das cinco dimensões conceituais com as quais se pode analisar a 
governança corporativa. 
2.3 Definição e evolução histórica da governança de TI 
Para TEODORO A, et al., (2014) Governança de TI é o termo usado para 
descrever a forma como as pessoas responsáveis pela governança de uma 
organização considerarão a TI em supervisão, monitoramento, controle e direção. A 
forma como a TI é aplicada na organização terá um impacto imenso sobre o alcance 
(ou não) da visão, da missão e dos objetivos estratégicos da organização (ITGI, 2003 
apud TEODORO A, et al., 2014). 
Para Weill e Ross (2006, p. 8 apud TEODORO A, et al., 2014), GTI é “a 
especificação dos direitos decisórios e do framework de responsabilidades 
para estimular comportamentos desejáveis na utilização da TI”; e Lunardi 
(2008, p. 38 apud TEODORO A, et al., 2014) detalha, governança de TI 
consiste no sistema responsável pela distribuição de responsabilidades e 
direitos sobre as decisões de TI, bem como pelo gerenciamento e controle 
dos recursos tecnológicos da organização, buscando, dessa forma, garantir 
o alinhamento da TI às estratégias e aos objetivos organizacionais. 
 
13 
 
As definições de GTI (Governança de TI), possuem em comum aspectos que 
tratam de estrutura, processos, controle e pessoas da TI, alinhamento da TI com os 
processos de negócio, estratégias e objetivos da organização, tomada de decisão e 
geração de valor para a organização (Peterson, 2004; Alves et al., 2013 apud 
TEODORO A, et al., 2014). Trabalhos recentes, como os de Jaeger Neto, Becker, 
Luciano e Testa (2009 apud TEODORO A, et al., 2014) e Tarouco e Graeml (2011 
apud TEODORO A, et al., 2014), comprova a importância da GTI na área de 
administração, no Brasil. Alves et al. (2013 apud TEODORO A, et al., 2014) 
demonstram que há um crescente interesse pelo tema na literatura acadêmica 
brasileira. 
Com base nos conceitos citados na revisão de 90 artigos, de 2004 a 2011 apud 
TEODORO A, et al., 2014, os autores propuseram quatro variáveis-chave para a GTI, 
que podem ser aplicadas aos estudos de organizações brasileiras: 
 Estrutura organizacional e participação da TI e de outras áreas na 
tomada de decisão sobre GTI; 
 Negócios e alinhamento de TI; 
 Tamanho e tipo de empresa; 
 Relações entre pessoas e áreas para entender as relações de poder e o 
fluxo da informação. 
No entanto, embora a GTI seja um tema importante para as organizações, sua 
influência nas medidas de sucesso dos negócios não acompanha o nível de 
importância que lhe é atribuído (Jaeger Neto et al., 2009 apud TEODORO A, et al., 
2014). As decisões da GTI são centralizadas e localizadas em áreas de TI ou unidades 
de negócios e estão quase sempre estritamente relacionadas a assuntos internos da 
organização, o que significa que as direções de TI são determinadas por orientação 
de redução de custos, em vez de contribuir para formas inovadoras de fazer negócio 
(Alves et al., 2013 apud TEODORO A, et al., 2014). 
Diversos estudos têm apontado que a GTI é utilizada nas organizações por 
meio de um conjunto de mecanismos referentes à estrutura, aos processos e ao 
relacionamento da TI com as demais áreas de negócio (Peterson, 2004 apud 
TEODORO A, et al., 2014). 
 
 
14 
 
As estruturas estão relacionadas aos responsáveis pelas ações de TI e aos 
diversos comitês para tomada de decisões. Os processos estão relacionados ao 
direcionamento estratégico e a seu monitoramento pela TI. Nos relacionamentos, 
estão inclusos a participação da TI nas demais áreas, o diálogo estratégico, o 
aprendizado e a comunicação apropriada (Van Grembergen, De Haes & Guldentops, 
2004 apud TEODORO A, et al., 2014). 
Segundo Van Grembergen et al., (2004 apud TEODORO A, et al., 2014), os 
mecanismos mais comumente ligados à estrutura de tomada de decisão de TI são: a 
clara definição de responsabilidades e dos papéis na TI, a estrutura da TI na 
organização, a presença do Chief Information Officer (CIO) no conselho de 
administração ou em um comitê executivo, a existência de um escritório de projetos, 
além da possibilidade de existência de diversos outros comitês. 
Os mecanismos de GTI ligados a processos fazem com que os responsáveis 
por TI e pelas áreas de negócio trabalhem em conjunto para que as decisões de TI e 
o negócio estejam alinhados, executando e monitorando a aplicação das decisões, 
em um processo de retroalimentação do aprendizado dessas iniciativas (Ribbers, 
Peterson & Parker, 2002 apud TEODORO A, et al., 2014). 
Segundo De Haes e Van Grembergen (2005 apud TEODORO A, et al., 2014), 
os mecanismos de governança de TI relacionados aos processos são: a 
utilização de indicadores de desempenho, o planejamento estratégico de 
sistemas de informação, a utilização de metodologias como Information 
Technology Infrastructure Library (ITIL) e Control Objectives for Information 
and Related Technology (Cobit), e a utilização de acordos de nível de serviço 
(SLA – Software Level Agreement). 
O relacionamento entre TI e as demais áreas de negócio permite que as 
soluções para problemas ou projetos possuam saídas mais ligadas às reais 
necessidades de negócio, ultrapassando as fronteiras funcionais (Lunardi, 2008 apud 
TEODORO A, et al., 2014). 
Os mecanismos que o implementam são canais de comunicação entre as áreas 
de negócio e a TI, e pode-se criar um âmbito de colaboração que aproxima as 
necessidades de negócio às soluções e às restrições da TI (De Haes & Van 
Grembergen, 2005 apud TEODORO A, et al., 2014). 
 
 
 
15 
 
Segundo Lunardi (2008 apud TEODORO A, et al., 2014), pode haver casos em 
que os processos e a estrutura da TI estejam bem ajustados, mas, mesmo assim, em 
virtude de problemas de relacionamento entre a TI e o negócio, a área de TI não 
funcione de forma satisfatória. 
Os mecanismos de relacionamento são indispensáveis para a governança, haja 
vista a importância da comunicação efetiva com os diversos públicos da organização. 
Segundo Weill e Ross (2006 apud TEODORO A, et al., 2014), quanto mais a 
organização comunica os mecanismos de governança e seu funcionamento, mais 
eficaz será sua governança. 
 Outro exemplo é o compartilhamento de aprendizagem,que assegura o 
compartilhamento de conhecimento entre as áreas de negócio e a TI, de forma que a 
TI se mantenha alinhada aos objetivos da organização (Callahan & Keyes, 2004; De 
Haes & Van Grembergen, 2005 apud TEODORO A, et al., 2014).O compartilhamento 
e a gestão do conhecimento são facilitados por algumas ferramentas, como o 
treinamento funcional entre TI e as áreas, a educação continuada e a utilização de 
banco de projetos (Lunardi, 2008 apud TEODORO A, et al., 2014). 
Para Lunardi, Becker e Maçada (2010 apud TEODORO A, et al., 2014), 
algumas áreas podem ser destacadas como foco de atuação da governança de TI das 
organizações, conforme explicitado na Figura: 
 
Fonte: researchgate.net 
 
16 
 
 Alinhamento estratégico – faz com que o trabalho executado pela TI e 
suas prioridades estejam atendendo às necessidades estratégicas 
estabelecidas pelas áreas de negócio da organização (ITGI, 2003 apud 
TEODORO A, et al., 2014); 
 Valor da TI – busca assegurar que a TI entregue ao negócio os 
benefícios pretendidos, dentro dos prazos e custos dos investimentos 
propostos; 
 Gerenciamento de riscos – propõe a proteção dos ativos da TI, tanto 
ativos físicos quanto informação ou disponibilidade dos serviços; 
 recursos de TI – buscam utilizar da melhor forma a infraestrutura e os 
conhecimentos de TI da organização, por meio de investimentos e da 
utilização adequadamente distribuída dos recursos, sejam pessoal, 
dados, suporte, tecnologia etc. (Lunardi, 2008 apud TEODORO A, et 
al., 2014); 
 Mensuração do desempenho da TI – busca acompanhar e monitorar a 
implementação da estratégia, os processos, o gerenciamento e os 
projetos de TI, com o intuito de melhorar a entrega de valor da TI ao 
negócio; 
 Accountability – visa definir, para cada decisão da TI, quem são os 
responsáveis e as diversas partes envolvidas, e assegurar que a 
organização compreenda essas estruturas. Segundo Van Grembergen 
et al. (2004 apud TEODORO A, et al., 2014), é um ponto-chave para 
uma boa GTI. 
De acordo com LUNARDI (2008 apud BARROS C; 2016), “A primeira vez que 
o termo apareceu na literatura de Sistemas de Informação foi em 1991, sendo 
definida por Venkatraman (apud LOH, 1993) como o meio utilizado para 
descrever como a TI media ou governa os relacionamentos de negócios, 
através de um sistema baseado em TI. Em 1992, Henderson e Venkatraman 
(apud LOH, 1993 apud BARROS C; 2016) expandem a definição elaborada 
anteriormente para abranger escolhas de mecanismos estruturais, tais como 
joint ventures, contratos de longo prazo e boas parcerias, que seriam 
utilizadas para obter as capacidades requisitadas da TI. Em 1997, o conceito 
é novamente visitado, sendo definido por Sambamurthy e Zmud (1999 apud 
BARROS C; 2016) como a implementação de estruturas e arquiteturas (e 
padrões de autoridade associadas) relacionadas à TI para atingir com 
sucesso atividades em resposta ao ambiente e à estratégia organizacional. A 
ideia da necessidade em definir diferentes estruturas como forma de atingir o 
sucesso da TI é reforçada nessa definição e corroborada com a visão de Weill 
e Ross (2004 apud BARROS C; 2016), que definem a governança de TI como 
o sistema que especifica a estrutura de responsabilidades e direitos de 
 
17 
 
decisão para encorajar comportamentos desejáveis no uso da TI. Entretanto, 
é a partir de 2001, com a definição proposta por KORACKAKABADSE e 
KAKABADSE (2001) que a governança de TI passa a se concentrar também 
na necessidade de definir processos e mecanismos de relacionamento – e 
não apenas estruturas – para desenvolver, dirigir e controlar os recursos de 
TI, de modo a atingir os objetivos da organização. Nessa mesma linha, 
aparecem as definições de PETERSON (2004 apud BARROS C; 2016), 
TURBAN, MCLEAN e WETHERBE (2004 apud BARROS C; 2016) e do ITGI 
(2003 apud BARROS C; 2016) ”. 
Para o Information Technology Governance Institute (ITGI), Governança de TI 
“é a responsabilidade dos executivos e do conselho de diretores, e consiste na 
liderança de estruturas organizacionais e processos que garantem que a TI da 
empresa sustenta e estende os objetivos e estratégias da Organização”. (ISACA, 2015 
apud BARROS C; 2016). O ITGI (2003 apud BARROS C; 2016), refere-se à 
governança de TI como sendo um subconjunto da governança corporativa. 
De acordo com BARROS C; (2016), em 2006, Weill e Ross conceituam 
governança de TI como “a especificação dos direitos decisórios e do framework de 
responsabilidades para estimular comportamentos desejáveis na utilização da TI”. 
 E um fator crucial na governança de TI é conseguir identificar os responsáveis 
pelas decisões e quem responderá (positiva ou negativamente) por elas. A 
Governança de TI busca o compartilhamento de decisões de TI com os demais 
gestores da organização, assim como estabelece as regras, a arquitetura e os 
processos que nortearão o uso da TI pelos usuários, departamentos, unidades de 
negócio, fornecedores e clientes (Fernandes e Abreu, 2008 apud BARROS C; 2016). 
2.4 Fundamentos da governança de TI 
Conforme BARROS C; (2016), um dos aspectos da governança de TI é a 
questão da política de tomada de decisão. Michael Gerrard, enquanto vice-presidente 
da Gartner, publicou em um de seus artigos: 
“A governança de TI é definida como os processos que garantem o uso 
efetivo e eficiente da TI, permitindo que uma organização atinja seus 
objetivos”. “A governança da demanda por TI (ITDG - o que a TI deve 
trabalhar) é o processo pelo qual as organizações asseguram a efetiva 
avaliação, seleção, priorização e financiamento de investimentos de TI 
concorrentes; supervisionar sua implementação; E extrair (mensuráveis) os 
benefícios do negócio. O ITDG é um processo de tomada de decisão e de 
supervisão de investimentos empresariais e é uma responsabilidade de 
gestão de negócios. A governança do lado da oferta de TI (ITSG - como a TI 
deve fazer o que faz) preocupa-se em garantir que a organização de TI opera 
 
18 
 
de forma eficaz, eficiente e obediente, e é sobretudo uma responsabilidade 
do CIO”. (Gartner 2016; apud BARROS C; 2016). 
Michael Gerrard (2010; apud BARROS C; 2016) recomendou que os líderes de 
TI sigam três fases principais em seus projetos de governança de TI. Estas fases 
podem variar, dependendo da sua organização e da extensão da sua iniciativa de 
planejamento. 
Na “Estratégia e planejamento” deve-se estabelecer os objetivos e princípios 
de negócios para a governança de TI. Determinar quais as decisões precisam ser 
governadas. Desenvolver estratégias e abordagens para a concepção de soluções. 
Estabelecer os recursos e o escopo do projeto, orçamento e sistemas de governança 
do projeto, conforme BARROS C; 2016. 
Na fase de “Solução de Arquiteto”, deve-se definir quais decisões devem ser 
tomadas, em que nível, por quem, com que responsabilidades e com que estilos de 
tomada de decisão. Recomendar como implementar o projeto. Comunicar o plano, 
conforme BARROS C; 2016. 
Para BARROS C; 2016, na “Criação”, deve-se criar os processos para 
governança de demanda. Os processos devem incluir aqueles para decisão Comitês, 
gerenciamento de portfólio, métricas de desempenho de investimentos, financiamento 
e para o desenvolvimento e fornecimento de TI, e monitoramento e gerenciamento de 
riscos. 
Para Weill e Ross (2006 apud BARROS C; 2016), três questões referentes à 
tomada de decisão devem ser tratadas para uma GTI eficaz: 
 Quem deve tomar as decisões? 
 Quais decisões devem ser tomadas para garantir a gestão e o uso eficaz 
da TI? 
 Como essas decisões serão tomadas e monitoradas? 
 De acordo BARROS C; 2016 com propuseram uma matriz que aborda 
questões a respeito da tomada de decisão, a Matriz de Arranjo de GTI. 
Com relação às principais decisões sobre a governança de TI, os autores 
sugerem que toda organização precisa tomar cinco grandes decisões inter-
relacionadas sobre a TI; são elas: 
 Decisões sobre os Princípiosde TI que são declarações de alto nível 
sobre como a TI é utilizada no negócio, que se tornam parte do ambiente 
 
19 
 
organizacional e podem ser discutidas, debatidas, apoiadas, recusadas 
e aprimoradas. Além de definir o comportamento desejável tanto para os 
profissionais de TI como para os usuários da tecnologia da informação, 
conforme BARROS C; 2016. 
 Decisões sobre Arquitetura de TI, é a organização lógica dos dados, 
aplicações e infraestruturas, definida a partir de um conjunto de políticas, 
relacionamentos e opções técnicas adotadas para obter a padronização 
e a integração técnicas e de negócio desejadas. As decisões sobre 
arquitetura são muito importantes para uma gestão e utilização eficazes 
da TI, conforme BARROS C; 2016. 
 Decisões sobre Infraestrutura de TI, são os serviços de TI coordenados 
de maneira centralizada e compartilhados, que provêm a base para a 
capacidade de TI da organização. Possuir a infraestrutura adequada 
significa fornecer serviços com um bom custo/benefício que permitam à 
organização adotar de uma forma mais rápida novas aplicações e 
negócios, conforme BARROS C; 2016. 
 Decisões sobre Necessidades de aplicações de negócio são as 
especificações da necessidade de negócio de aplicações de TI 
adquiridas no mercado ou desenvolvidas internamente, conforme 
BARROS C; 2016. 
 Decisões sobre Investimentos e priorização de TI são as decisões sobre 
quanto e onde investir em TI, incluindo a aprovação de projetos e as 
técnicas de justificação. Essas decisões envolvem normalmente três 
dilemas: quanto se deve gastar, em que gastar e como reconciliar as 
necessidades de diferentes grupos de interesse, conforme BARROS C; 
2016. 
Essas cinco decisões relacionam-se para resultar em uma governança de TI 
eficaz, pois cada uma representa aspectos importantes que devem ser observadas 
dentro da TI. Na Matriz de Arranjo de Governança de TI as decisões (colunas) são 
cruzadas com arquétipos (linhas) que descrevem combinações de pessoas que 
possuem os direitos decisórios ou contribuem para a tomada de decisão de TI. 
(Mendonça et al.; 2013 apud BARROS C; 2016). 
 
20 
 
2.5 Princípios 
Segundo Weill e Ross (2004b; apud ASSIS C; 2018), os princípios da TI 
refletem as definições de alto nível sobre o papel da TI sobre os negócios e incorporam 
os comportamentos desejáveis tanto para profissionais quanto para usuários da TI. 
“Os princípios estabelecem o posicionamento da empresa de forma a ser traduzido 
em políticas, padrões e protocolos específicos” (WEILL; ROSS, 2004b, pag. 29; apud 
ASSIS C; 2018) e precisam esclarecer, pelo menos três expectativas organizacionais 
para a TI: 
 O modelo operacional desejado pela empresa; 
 Como a TI suporta o modelo operacional desejado; e, 
 Como a TI é financiada. 
Alguns exemplos destes princípios visam: assegurar a integridade das 
informações; criar uma visão comum dos clientes; utilizar as normas da indústria; 
reutilizar antes de comprar; comprar antes de desenvolver; e administrar a TI como 
um investimento. Após mapearem centenas de empresas, Weill e Ross (2004b; apud 
ASSIS C; 2018) propõem dez princípios para a Governança de TI: 
 Princípio da modelagem: os mecanismos de GTI devem ser 
modelados considerando os objetivos da organização e as metas de 
desempenho, e não resultar de necessidades particulares e pontuais. 
Um dos objetivos deve ser a avaliação, a melhoria e a consolidação dos 
mecanismos implantados, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio do foco: o objetivo da Governança de TI é induzir 
comportamentos adequados; assim, uma mudança na modelagem da 
GTI deveria considerar a mudança desejada nos comportamentos, 
conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio do envolvimento: é fundamental o envolvimento do principal 
responsável pela TI (Chief Information Officer). Executivos e gestores de 
negócio precisam participar em comitês e revisões de desempenho, para 
que possam alocar recursos, dedicar tempo, atenção e apoio ao 
processo, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da escolha: a governança se torna mais complexa na medida 
em que crescem as escolhas entre diferentes e, algumas vezes, 
 
21 
 
conflitantes objetivos. A definição dos princípios da TI deve levar em 
consideração os princípios dos negócios, e ser acordada com os 
apropriados interessados, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da exceção: a necessidade de exceções aos processos 
vigentes gera desafios para as áreas de arquitetura e infraestrutura de 
TI, porém pode trazer valor para os negócios. Para que os processos de 
exceção sejam bem implementados, é importante que: sejam bem 
definidos e entendidos, com critérios claros; tenham poucos passos e 
sejam escalados rapidamente; e sejam incorporados na arquitetura 
empresarial, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio do incentivo: os incentivos para os executivos precisam estar 
alinhados com a sinergia entre as unidades de negócios e os objetivos 
da organização, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da responsabilidade: a GTI, assim como outras áreas da TI, 
precisa ter um responsável e um dono com as seguintes competências: 
uma visão abrangente da TI e dos ativos-chave da empresa, assim como 
credibilidade dos líderes de negócio; o entendimento de que a GTI não 
pode ser implantada de forma isolada ou como esforço de um indivíduo; 
e entendimento de que o portfólio de TI deve ter adequado custo-
benefício estar em conformidade com a legislação e atender aos 
requisitos de segurança, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio dos múltiplos níveis: a partir de uma visão de governança 
em nível mais amplo, direcionada pelas metas e estratégias da 
instituição e, se aplicável, núcleos de GTI conectados em nível de 
divisão ou unidade de negócio, por exemplo, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da transparência e educação: transparência e educação 
caminham juntas em GTI. As divulgações dos processos nos portais 
internos da empresa, bem como ações de comunicação por parte dos 
gestores, representam oportunidades para um melhor entendimento da 
GTI, conforme ASSIS C; (2018).; 
 Princípio dos mecanismos comuns: a implantação de mecanismos 
comuns entre os ativos-chave de TI leva a melhores resultados da GTI, 
conforme ASSIS C; (2018). 
 
22 
 
Os princípios propostos por Weill e Ross (2004b; apud ASSIS C; 2018) são 
descritivos, de caráter técnico, e procuram mostrar, antes de nortear, determinados 
comportamentos. O viés técnico é predominante nos princípios da exceção, da 
transparência e educação e, especialmente, dos mecanismos comuns. O princípio da 
responsabilidade, diferentemente do conceito aplicado na GC, não tem relação com a 
prestação de contas nem com a integral imputação de responsabilidade pelos atos 
cometidos. 
Para ASSIS C; (2018), O padrão ISO/IEC 38500, proposto pelo Australian 
Standard (AUSTRALIAN STANDARD, 2010), contempla seis princípios para a GTI, 
aplicáveis para a maioria das organizações. Tais princípios são orientativos, e não têm 
caráter normativo em relação a como, quando ou quem deve implementá-los: 
 Princípio da responsabilidade: indivíduos e grupos concordam e 
aceitam suas responsabilidades acerca da demanda e do fornecimento 
da TI. Os indivíduos responsabilizados por ações também têm 
autoridade para desempenhar essas ações, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da estratégia: a estratégia do negócio leva em conta as 
capacidades atuais e futuras da TI e os planos estratégicos para que a 
TI atenda às necessidades da estratégia organizacional, conforme 
ASSIS C; (2018). 
 Princípio da aquisição: as compras da TI são feitas de acordo com 
razões específicas e válidas, baseadas em análises e em processos 
claros e transparentes de tomada de decisão. Há um balanceamento 
adequado entre benefícios, oportunidades, custos e riscos, no curto e 
médio prazo, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio do desempenho: a TI deveser apta para apoiar a 
organização, a prestação dos serviços, os níveis de serviço e a 
qualidade de serviço necessária para atender aos requisitos de negócio 
atuais e futuros, conforme ASSIS C; (2018). 
 Princípio da conformidade: a TI deve estar de acordo com toda a 
legislação e regulamentos obrigatórios. As políticas e práticas devem ser 
claramente definidas, implementadas e executadas, conforme ASSIS C; 
(2018). 
 
23 
 
 Princípio do comportamento humano: as políticas, práticas e 
decisões da TI devem demonstrar respeito pelo comportamento 
humano, incluindo as necessidades atuais e nascentes de todas as 
"pessoas no processo”, conforme ASSIS C; (2018). 
2.6 O papel da TI nas organizações 
Para Silva e Fleury (1999 apud SILVA R; 2017), a Tecnologia da Informação 
(TI) pode ser conceituada como: “recursos computacionais (hardware, software e 
serviços relacionados) que provêm serviços de comunicação, processamento e 
armazenamento de dados”. Tecnologia de informação, portanto, é um termo que 
engloba todas as formas de tecnologia utilizadas para criar, armazenar, trocar e usar 
informação em suas várias formas (dados, voz, imagens estáticas e em movimento). 
A adoção de TI é reconhecida como um processo complexo que passa pelo 
planejamento, avaliação do custo/benefício gerado pelo sistema e pela sua 
adequação à realidade organizacional. É um processo de mudança que não só 
abrange o ambiente tecnológico, mas também o ambiente técnico, os recursos 
humanos e toda a estrutura da organização, conforme SILVA R; (2017). 
Um conceito importante que acentua o papel da tecnologia da informação é o 
de “cadeia de valores”. Tal conceito identifica as várias atividades diferenciadas, do 
ponto de vista tecnológico e econômico, que a organização desempenha para 
executar seu negócio, conforme SILVA R; (2017). 
A TI permeia todos os pontos da cadeia de valor das organizações, suportando 
as atividades das mesmas bem como os elos entre elas. Por estar presente em toda 
a cadeia de valor das organizações, a TI tem uma política de governança alinhada 
com o negócio da mesma, o que permitirá controlar e gerenciar melhor os ativos de 
TI (ALBERTIN; ALBERTIN, 2005 apud SILVA R; 2017). 
Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de 
componentes inter-relacionados para coletar, recuperar, processar, armazenar e 
distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a 
coordenação, a análise, a avaliação e o processo decisório nas organizações. São 
mais conhecidos pelos benefícios que trazem para a gestão dos negócios, tentando 
eliminar os desperdícios, as tarefas demasiadamente repetitivas de maneira a 
 
24 
 
melhorar o controle dos custos, a qualidade do produto ou serviço, maximizando os 
benefícios alcançados com a utilização de tecnologia da informação (TURINE, 
CARROMEU, SILVA, CAGNIN, 2011 apud SILVA R; 2017). 
Segundo Polloni (2000 apud SILVA R; 2017), um Sistema de Informação (SI) 
pode evoluir para um sistema de informação gerencial, com dados estruturados, 
sintéticos e trabalhados de forma a dar somente as informações necessárias para o 
usuário final. Já os sistemas de informação operacionais que se tornaram userfriendly, 
ou seja, de fácil utilização e manipulação por parte do usuário, foram incorporando 
funções, transformando-se no que chamamos sistemas abertos. Esses sistemas 
abertos somaram funções de integração e evoluíram para o Sistema de Apoio à 
Decisão (SAD). 
 
Fonte: repositorio.ufba.br (Conceitos de Sistemas dentro da Organização) 
Segundo Polloni (2000 apud SILVA R; 2017), existem duas políticas de 
sistemas: 
 Expansionista: assimila novas funções e faz com que a 
operacionalização de rotinas automatizadas fique cada vez mais 
racionalizada em termos de tempo (produtividades, redução de custos, 
eficiência de recursos aplicados). 
 Organizacional estratificada: atende à necessidade do usuário no 
momento; é temporal. 
Ainda, segundo o mesmo autor, cada empresa teria uma estrutura peculiar de 
sistemas que é regida por uma série de condições culturais, organizacionais e 
estruturais. (POLLONI, 2000 apud SILVA R; 2017). 
O recurso mais importante para o Sistema de Informação Gerencial (SIG) seria 
o banco de dados, que comporta a interligação entre arquivos (vários arquivos lógicos 
 
25 
 
em um único arquivo físico) e promove a obtenção de respostas rápidas e ágeis na 
manipulação dos dados. Recursos como o teleprocessamento, conectividade e 
processamento real time são quase que obrigatoriamente utilizados na 
implementação do SIG, mostrando que só o desenvolvimento tecnológico e os 
conceitos de sistemas de computação avançados permitiram o surgimento dos SIGs. 
(POLLONI, 2000 apud SILVA R; 2017). 
De acordo com Polloni (2000 apud SILVA R; 2017), o desenvolvimento de um 
modelo de sistema de informação gerencial é bastante complexo e envolve várias 
técnicas, como: coletar dados a partir de funções, coletar as definições de 
administradores que conhecem o negócio da empresa, etc. A partir desses 
levantamentos, deve-se organizar um modelo e integrar, pouco a pouco, as aplicações 
específicas de cada área funcional da empresa, sempre com atenção para a visão 
global. 
 
Fonte: repositorio.ufba.br (Esquema de Desenvolvimento de SIG) 
A estrutura tradicional do Centro de Processamento de Dados (CPD) foi 
alterada e a área de gestão da informação atingiu um status ou nível hierárquico de 
diretoria ou vice-presidência, conforme SILVA R; (2017). 
Os cargos dentro do CPD foram implementados: além dos analistas de 
sistemas, programadores e profissionais de suporte técnico, surgiram cargos de apoio 
ao desenvolvimento de sistemas que conheciam o processo decisório da empresa e 
tinham a visão de ligação entre os subsistemas. O sucesso de um SIG depende do 
modelo da estrutura de decisão. Se a administração for encarada como o processo 
de transformação da decisão em ação, esse argumento fica mais claro na 
demonstração da figura abaixo: 
 
26 
 
 
Fonte: repositorio.ufba.br (Esquema de Subsistemas de uma Empresa: informação-decisão) 
Cada empresa tem o modelo mais adequado para suas decisões, mas pode 
ser estabelecido um modelo em linhas gerais que permite identificar, em qualquer 
organização, a necessidade da informação e a ligação entre seus elementos. As 
informações são diferentes entre si em relação à decisão e à ação que irão servir, 
conforme SILVA R; (2017). 
Segundo Polloni (2000 apud SILVA R; 2017), Sistema é um conjunto de partes 
coordenadas que concorrem para a realização de um conjunto de objetivos, segundo 
um plano. Qualquer sistema pode ser encarado como um subsistema de um outro 
maior, sendo isso denominado hierarquia de sistemas. 
Para SILVA R; (2017), já um Sistema de Informação é qualquer sistema usado 
para prover informações (incluindo seu processamento), qualquer que seja sua 
utilização. Os SIs se desenvolvem em uma empresa segundo duas dimensões: os 
componentes da empresa e seu nível de decisão. 
Os componentes da empresa correspondem aos diversos setores que 
executam as diferentes funções necessárias ao funcionamento da empresa, como por 
exemplo: setores de pesquisa, produção, marketing, finanças e pessoal. Os níveis de 
decisão obedecem à hierarquia existente na empresa e são conhecidos como nível 
estratégico, tático e operacional. (POLLONI, 2000 apud SILVA R; 2017). 
 
 
 
 
 
27 
 
O Sistema de Informação Gerencial (SIG) é o sistema de informação que 
engloba todos os componentes da organização e todos os seus níveis de decisão. As 
características básicas de um Sistema de Informação Gerencial são: dados sintéticos, 
comparativos, com pouco volume, com ágil tempo de resposta (on-line, real time, 
banco de dados) e visualização dos dados (POLLONI, 2000 apud SILVA R; 2017). 
De acordo com SILVA R; (2017), um SI dispõe de três componentes 
considerados principais:dados, sistemas de processamento de dados e canais de 
comunicação. Os dados são adquiridos inicialmente pelo SI de seu ambiente e 
referidos como entradas. O sistema de processamento de dados manipula (processa) 
e transforma os dados em conjuntos de informações relevantes. 
Esse sistema é responsável pelo armazenamento, processamento e 
recuperação dos dados necessários ao funcionamento do SI, do qual é um 
subsistema. Trata, portanto, do processamento (armazenamento, reparação, 
reestruturação, classificação, agregação, reordenação, cálculo) de dados, com a 
finalidade de aumentar sua utilidade e, consequentemente, seu valor, transformando-
os em informação, conforme SILVA R; (2017). 
Um SI deve atingir o mais rapidamente possível seus objetivos de 
armazenamento e fornecimento de informações para a organização, em formato, 
tempo e custos apropriados, conforme SILVA R; (2017). 
Para SILVA R; (2017), identificar as fontes de dados, os componentes e a forma 
do processamento dos dados que serão utilizados, além de especificar o formato, o 
custo e o tempo mínimo para a apresentação da informação, são os procedimentos 
básicos que governam o desenvolvimento dos SIs. 
Assim, segundo Polloni (2000 apud SILVA R; 2017), um SI eficaz deve ser 
capaz de: 
 Produzir informações realmente necessárias, confiáveis, em tempo hábil 
e com custo condizente, atendendo aos requisitos operacionais e 
gerenciais de tomada de decisão; 
 Ter por base diretrizes capazes de assegurar a realização dos objetivos, 
de maneira direta, simples e eficiente; 
 Integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coordenação das 
diferentes unidades organizacionais (departamentos, divisões, 
diretorias, etc.) por ele interligadas; 
 
28 
 
 Ter um fluxo de procedimentos (internos e externos ao processamento) 
racional, integrado, custo possível; 
 Contar com dispositivos de controle interno que garantam a 
confiabilidade das informações de saída e adequada proteção aos 
dados controlados pelo sistema; 
 Ser simples, seguro e rápido em sua operação. 
Destaca-se dentre os SI, os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) que são 
sistemas que tratam de assuntos específicos, estatísticas, projeções, comparações 
de dados referentes ao desempenho da organização, estabelecendo parâmetros para 
novas ações dentro do negócio. O objetivo principal de um SAD é fornecer 
ferramentas e recursos para apoio ao trabalho individual (POLLONI, 2000 apud SILVA 
R; 2017). 
Especificamente no que diz respeito ao planejamento estratégico e controle 
gerencial pode-se identificar três classes de decisões, conforme dispostas no quadro 
abaixo: 
 
Fonte: repositorio.ufba.br (Classes de decisões) 
Essas três classes de decisões Estruturadas, Semiestruturadas e Não 
estruturadas estão vinculadas ao nível hierárquico da organização. 
2.7 O ciclo da governança de TI 
O principal objetivo da Governança de TI é alinhar a TI aos requisitos do 
negócio, considerando soluções de apoio ao negócio, assim como a garantia da 
 
29 
 
continuidade dos serviços e a minimização da exposição do negócio aos riscos de TI 
(FERNANDES; ABREU, 2014 apud SILVA R; 2017). 
O “Ciclo da Governança de TI” é composto por quatro grandes etapas: 
 Alinhamento estratégico e compliance, 
 Decisão, 
 Estrutura e processos e 
 Gestão do valor e do desempenho. 
 
Fonte: O ciclo da Governança de TI 
O alinhamento estratégico e compliance refere-se ao planejamento estratégico 
da tecnologia da informação, que leva em consideração às estratégias da empresa 
para seus vários produtos e segmentos de atuação, assim como os requisitos de 
compliance externos, tais como Sarbanes-Oxley Act e o Acordo da Basileia, conforme 
SILVA R; 2017. 
A etapa de decisão, compromisso, priorização e alocação de recursos refere-
se às responsabilidades pelas decisões relativas à TI em termos de: arquitetura de TI, 
serviços de infraestrutura, investimentos, necessidades de aplicações e outros 
âmbitos, assim como à definição dos mecanismos de decisão, ou seja, em que fóruns 
da empresa são tomadas essas decisões, conforme SILVA R; 2017. 
Adicionalmente, trata da obtenção do envolvimento dos tomadores de decisão 
chaves da organização, assim como da definição de prioridades de projetos e serviços 
e da alocação efetiva de recursos monetários no contexto de um portfólio de TI. 
 
 
 
30 
 
A etapa de estrutura, processos, operações e gestão refere-se à estrutura 
organizacional e funcional de TI, aos processos de gestão e operação dos produtos e 
serviços de TI, alinhados com as necessidades estratégicas e operacionais da 
empresa, conforme SILVA R; 2017. 
Nesta fase são definidas ou redefinidas as operações de sistemas, 
infraestrutura, suporte técnico, segurança da informação, governança de TI e outras 
funções auxiliares aos CIO, etc. A etapa de gestão do valor e do desempenho refere-
se à determinação, coleta e geração de indicadores de resultados dos processos, 
produtos e serviços de TI, à sua contribuição para as estratégias e os objetivos do 
negócio aos riscos de TI. (FERNANDES; ABREU, 2014 apud SILVA R; 2017). 
2.8 Domínios, modelos e componentes 
O Modelo de Decisões da Governança da TI proposto por Weill e Ross (2004b; 
apud ASSIS C; 2018) categoriza as decisões em TI de acordo com cinco domínios, 
com foco nos ativos físicos, demonstrado no quadro abaixo: 
 
Fonte: teses.usp.br (Domínios de decisão da GTI) 
Como caracteriza ASSIS C; (2018), os princípios, conforme já analisados no 
item anterior, contemplam as definições sobre as expectativas e o papel da TI para os 
negócios. Os investimentos relacionam-se basicamente a quanto gastar, em quais 
projetos gastar e como conciliar as necessidades de diferentes grupos de interesse. 
 Diferentes contextos estratégicos fazem com que as empresas tenham 
diferentes níveis de investimentos, diferentes portfólios e diferentes indicadores de 
sucesso. As decisões sobre investimento, consideradas as mais visíveis e polêmicas 
das decisões essenciais, devem contrapor as necessidades específicas dos negócios 
com as necessidades corporativas e compartilhadas, e privilegiar aquelas que estejam 
em maior sincronia com a estratégia da empresa, conforme ASSIS C; (2018). 
 
31 
 
No dizer ASSIS C; (2018), de a padronização de processos e de dados são as 
características que definem a arquitetura da empresa e que sustentam as 
capacidades de TI, oferecendo, em determinadas situações, objetivos comuns como 
o processamento mais barato, acordos negociados com fornecedores e segurança 
empresarial. A maioria das arquiteturas empresariais especifica a infraestrutura, os 
dados e as aplicações, e captura a organização lógica em políticas e escolhas 
técnicas. Assim, a arquitetura de uma empresa define dados e infraestrutura como 
uma plataforma estável, que dá suporte a aplicações específicas de negócios, e, 
portanto, mais sujeitas a mudanças. 
Prover a infraestrutura de TI adequada significa boa relação custo-benefício 
que capacite a empresa a adotar rapidamente novas aplicações de negócio. 
Determinar onde os serviços locais de infraestrutura devem ser posicionados, como 
financiá-los e ratear seus custos entre as unidades de negócio, quando devem ser 
atualizados e se cabe ou não terceirizá-los são decisões essenciais de infraestrutura 
(WEILL; ROSS, 2004b; apud ASSIS C; 2018). 
Weill e Ross (2004b; apud ASSIS C; 2018) propõem um modelo para relacionar 
a Governança Corporativa e a Governança de TI (Figura abaixo), no qual a estratégia 
e os comportamentos desejados são direcionados pelo alto escalão para estabelecer 
a governança dos ativos fundamentais. 
 
Fonte: teses.usp.br (Relação entre GC e ativos, inclusive GTI) 
 
32 
 
Os ativos fundamentais permitem que a organização viabilize sua estratégia e 
gere valor. A governança e gerenciamento devem ser realizados através de 
mecanismos adequados criados pelo timede executivos seniores. Na visão de Weill 
e Ross (2004b; apud ASSIS C; 2018), os ativos fundamentais podem ser 
estabelecidos como: 
 Recursos humanos - pessoas, competências, planos de carreira, 
treinamentos e mentores; 
 Ativos financeiros - ativos líquidos, investimentos, fluxos de caixa e total 
de contas a receber; 
 Ativos físicos - prédios, instalações, equipamentos, seguros e planos de 
manutenção; 
 Ativos de propriedade intelectual - produtos, serviços, processos 
patenteados ou incorporados ao conhecimento organizacional e direitos 
registrados; 
 Informações e ativos de TI - dados digitalizados, informações, 
conhecimento sobre clientes e fornecedores, desempenho dos 
processos e sistemas de informação, conforme ASSIS C; 2018. 
A governança dos ativos-chave é feita através de mecanismos gerais (válidos 
para todos os tipos de ativos) e únicos (específicos para um determinado tipo de ativo). 
Exemplos de mecanismos gerais são as estruturas, comitês, políticas e auditorias, 
enquanto que mecanismos específicos podem ser exemplificados por um comitê de 
arquitetura de TI (WEILL; ROSS, 2004b; apud ASSIS C; 2018). 
Apesar de poucos autores tratarem destes componentes em conjunto, 
Johnstone et al. (2006; apud ASSIS C; 2018) identificam três deles (Quadro abaixo): 
 
 Fonte: teses.usp.br (Componentes da GTI) 
 
33 
 
ASSIS C; (2018), utiliza-se da argumentação que a estrutura hierárquica ou a 
estrutura de autoridade trata do padrão e da melhor estrutura para a tomada de 
decisões em assuntos relacionados à TI. 
Está associada a definição de responsabilidades e papéis das partes 
envolvidas com a Tecnologia da Informação. O conjunto de mecanismos são os 
processos, padrões e métodos formalmente adotados e que suportam a tomada de 
decisão. 
Vários modelos de referência genéricos foram criados para ajudar as empresas 
na implantação destes mecanismos, conhecidos como os frameworks da Governança 
de TI, conforme ASSIS C; (2018). 
O conjunto de políticas provê a ligação entre a estratégia definida e sua 
execução, oferecendo direcionamentos e restrições formais e estáveis para que 
gestores possam tomar suas decisões. A falta de políticas permite que os gestores 
tomem decisões arbitrárias e de seus próprios interesses, aumentando o risco em 
projetos e outras iniciativas, conforme ASSIS C; (2018). 
Com foco no conceito da informação, considerada como recurso fundamental 
às organizações o modelo COBIT5 propõe a TI para a automação dos processos 
informacionais, desde a coleta até a destruição (INFORMATION SYSTEMS AUDIT 
AND CONTROL ASSOCIATION, 2012; apud ASSIS C; 2018). 
Incorpora funções e processos para controlar informações e tecnologias da 
organização, sem ater- se apenas nas funções de TI. O modelo trata a informação e 
a tecnologia como ativos organizacionais e considera a informação como uma 
necessidade para o bom funcionamento e governança de uma organização 
(INFORMATION SYSTEMS AUDIT AND CONTROL ASSOCIATION, 2012; apud 
ASSIS C; 2018). 
2.9 Metodologias para suporte a governança TI 
É comum as organizações que estão desenvolvendo seus processos de 
Governança de TI se depararem com uma diversidade de modelos de qualidade e 
governança à sua disposição. Surge então a primeira dúvida: qual modelo seguir? Na 
edição especial da Revista Computer World de maio de 2004, Terzian (2004 apud 
Gama F; et al., 2006) cita que, embora haja alguma sobreposição entre esses 
 
34 
 
modelos, na maior parte dos casos eles não entram em conflito e podem até mesmo 
serem complementares. 
Assim, as empresas podem utilizar mais de um modelo, ou adaptar os modelos 
existentes para sua necessidade. Nas próximas sessões serão apresentados alguns 
dos modelos e metodologias utilizados como suporte a GTI, conforme edição especial 
da Revista Computer World, conforme Gama F; et al., (2006). 
2.10 COBIT - control objectives for information and related technology 
O CobiT - Control Objectives for Information and Related Technology - foi 
desenvolvido na década de 90 pela ISACA - Information System Audit and Control 
Association - e pode ser traduzido como Objetivos de Controle para a Informação e 
Tecnologia. O Cobit é um modelo de governança em TI, criado para alinhar os 
recursos e processos de TI com os objetivos do negócio, padrões de qualidade, 
controle monetário e necessidades de segurança (OLTISIK, 2003 apud Gama F; et 
al., 2006). Ele é composto por quatro domínios: Planejamento e Organização; 
Aquisição e Implementação; Entrega e Suporte; e Monitoramento. 
2.11 ITIL - information technology infrastructure library 
O ITIL, Information Technology Infrastruture Library, foi criado no final dos anos 
80 pela Central Computing and Telecommunications Agency para o governo britânico, 
reunindo um conjunto de recomendações divididas em dois blocos: suporte de 
serviços (service support), que inclui cinco disciplinas e uma função; e entrega de 
serviços (service delivery), com mais cinco disciplinas (CACIATO, 2004 apud Gama 
F; et al., 2006). O foco deste modelo é descrever os processos necessários para 
gerenciar a infraestrutura de TI eficientemente e eficazmente, de modo a garantir os 
níveis de serviço acordados com os clientes internos e externos. O ITIL trata de 
disciplinas táticas, ou de planejamento, e operacionais. 
 
35 
 
2.12 PMI (project management institute) 
O PMI (Project Management Institute) é uma organização sem fins lucrativos, 
composta por profissionais da área de gerenciamento de projetos. As definições e 
processos do PMI estão publicados no PMBOK (Guide to the Project Management 
Body of Knowledge). Esse manual define e descreve as habilidades, ferramentas e 
técnicas para o gerenciamento de um projeto. Este compreende cinco processos – 
Início, Planejamento, Execução, Controle e Fechamento, bem com nove áreas de 
conhecimento: Integração, Escopo, Tempo, Custo, Qualidade, Recursos Humanos, 
Comunicação, Análise de Risco e Aquisição, conforme Gama F; et al., (2006). 
2.13 CMM - capability maturity model for software 
De acordo com conforme Gama F; et al., (2006), o modelo CMM – Capability 
Maturity Model foi produzido pelo SEI (Software Engineering Institute) da Universidade 
Carnegie Mellon (CMU), em Pittsburgh, EUA, por um grupo de profissionais de 
software, sendo a 1ª versão lançada em 1991. O processo do CMM é dividido em 
cinco níveis sequenciais bem definidos: Inicial, Repetível, Definido, Gerenciável e 
Otimizado. Os níveis provêm de uma escala crescente para mensurar a maturidade 
das organizações de software e ajudam as organizações a definir prioridades nos 
esforços de melhoria dos processos. 
2.14 Balanced scorecard 
O Balanced Scorecard foi desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton no 
início da década de 90, constituindo-se num novo modelo de gestão estratégica, 
baseado em indicadores financeiros e não-financeiros vinculados à estratégia 
organizacional e divididos em quatro perspectivas de avaliação: perspectivas 
Financeira, dos Clientes, dos Processos Internos e do Aprendizado e Crescimento 
(KAPLAN, NORTON, 1997; apud Gama F; et al., 2006). 
Como caracteriza Gama F; et al., (2006), o conceito do BSC tem sido aplicado 
nos processos de Tecnologia da Informação. Considerando que a área de TI é 
provedora de serviços internos, Haes et al. (2004) sugere que as perspectivas 
propostas originalmente pela metodologia do BSC devem ser mudadas para 
 
36 
 
Contribuição com a Corporação, Orientação para Usuários, Excelência Operacional e 
Orientação para o Futuro. Haes et al. (2004) cita também que a ligação entre o BSC 
Corporativo e o BSC da área de TI, conforme figura abaixo, é considerado um 
mecanismo de suporte para a Governança de TI. 
 
Fonte: legado.fucape.br (Balanced Scorecards em TI) 
2.15 Governança da informação 
Segundo Weill e Ross (2006, p. 22; apud LAJARA T; 2013), “a informação 
sempre foi importante nasempresas, mas com os desenvolvimentos tecnológicos dos 
últimos anos seu papel e valor mudaram significantemente”. Além dos avanços da 
tecnologia, a importância do cuidado com a informação aumentou também devido as 
altas perdas monetárias causadas, em grande parte, por problemas no controle da 
informação, como nos escândalos citados na introdução do projeto de dissertação. 
 
Fonte: accesscorp.com.br 
 
37 
 
A governança da informação é necessária, pois “a governança deve auxiliar as 
empresas a aprender de modo que elas parem de cometer os mesmos erros 
repetitivamente” (WEILL e ROSS, 2009, p. 97; apud LAJARA T; 2013). 
Utilizando a teoria de Akerlof (1970; apud LAJARA T; 2013) pode-se notar que 
a presença de informação assimétrica nas organizações traz um prejuízo na qualidade 
percebida da informação. 
De acordo com LAJARA T; (2013), esse prejuízo significa que o usuário não 
sabe se a informação que ele recebe é um “limão” ou uma boa informação, logo, em 
longo prazo, há a possibilidade de duas realidades no mercado dos limões: O colapso, 
que no caso pode ser representado pela perda total de confiança nas informações, ou 
o segundo resultado que são as instituições criadas para contrapor os efeitos da 
assimetria de informação. 
 A governança da informação é uma das instituições que podem contrapor os 
efeitos da assimetria da informação, conforme figura mostra abaixo. 
 
Fonte: lume.ufrgs.br.com (Teorias de base da governança da informação) 
Segundo Klann, Beuren e Hein (2008, p. 2; apud LAJARA T; 2013) a teoria da 
agência também busca “resolver os problemas de assimetria de informação e conflitos 
de interesse entre os gestores e os acionistas das organizações”. Devos, Landeghem 
e Deschoolmeester (2011; apud LAJARA T; 2013) acreditam que a informação 
assimétrica, o risco moral e a seleção adversa são alguns dos pontos compartilhados 
entre teoria da agência e teoria dos limões. 
Para Klann, Beuren e Hein (2008; 2013 p. 2; apud LAJARA T; 2013) os 
“mecanismos de governança corporativa, além de proporcionar maior 
transparência e maior proteção aos acionistas minoritários, procuram 
 
38 
 
também mitigar a assimetria de informação entre os diversos stakeholders 
das organizações”. Dado esse efeito da governança corporativa, fica claro o 
motivo da governança da informação vir como um mecanismo dentro da 
estrutura de governança nas organizações. 
Para Blair (2011 apud LAJARA T; 2013) governança da informação não é 
sinônimo de governança corporativa ou de governança de tecnologia da informação 
(TI), mas sim incorpora elementos dessas governanças em seu modelo. 
Para Wende (2007; apud LAJARA T; 2013) é importante fazer a distinção entre 
governança da informação e governança de TI. Enquanto a governança de TI lida com 
os ativos de TI da empresa a governança da informação envolve os ativos de 
informação da firma. 
E a diferença, segundo Khatri e Brown (2010, p. 148; apud LAJARA T; 2013), 
é que “os ativos de TI se referem as tecnologias (computadores, comunicação e bases 
de dados) que auxiliam a suportar a automação de tarefas bem definidas, enquanto 
os ativos de informação (ou de dados) são definidos como fatos que têm valor ou valor 
em potencial que são documentados”. 
Sendo assim, o modelo da estrutura de governança pode ser visualizado 
na figura abaixo: 
 
Fonte: lume.ufrgs.br.com (Estrutura de governança) 
Governança pode ser um termo já comum hoje (KOOPER; MAES; 
LINDGREEN, 2011; apud LAJARA T; 2013), mas depois da introdução dessa 
estrutura, se faz necessário mais detalhes sobre as diferenças entre governança 
corporativa, de TI e da informação. Para auxiliar na diferenciação entre os tipos de 
governança, ver o quadro abaixo, adaptada de Hamaker (2003; apud LAJARA T; 
2013). 
 
39 
 
Fonte: lume.ufrgs.br.com (Adaptado de Hamaker; 2003, p. 2; apud LAJARA T; 2013) 
Como caracteriza LAJARA T; (2013), dentro dessa estrutura de governança, 
pode-se visualizar um refinamento no controle, facilitando a administração de 
responsabilidades e tarefas pelo conselho de administração e diminuindo os riscos de 
problemas na empresa. 
Quando Hamaker (2003; apud LAJARA T; 2013) propôs esse quadro ele 
envolvia governança corporativa, de TI e empresarial, governança que foi substituída 
pela autora por dados referentes a governança da informação e também foram 
reduzidos os pontos abordados. Outra questão importante é a influência da teoria da 
agência quando se trata de governança. 
A governança corporativa é um conjunto de mecanismos que buscam minimizar 
o custo de agência vem de autores como Carvalho (2007; apud LAJARA T; 2013) e 
Hutchinson e Gul (2004; apud LAJARA T; 2013). 
 
40 
 
 Carvalho (2007; apud LAJARA T; 2013) trata com o conceito de governança 
corporativa exposto na seção de governança corporativa e Hutchinson e Gul (2004; 
apud LAJARA T; 2013) explicitamente, na seção de teoria da agência, escrevendo 
que pesquisas anteriores mostraram que a governança corporativa reduz custos de 
agência. 
 Sobre a governança de TI buscar minimizar a assimetria da tomada de 
decisões, a referência é Posthumus e Von Solms (2008; apud LAJARA T; 
2013) em que os autores mencionam que a falta da governança de TI pode 
acarretar risco moral e seleção adversa por parte dos gestores de TI. Sobre 
a influência da teoria da agência na governança da informação, poderá ficar 
mais claro após mais definições de governança da informação e 
demonstração de seu papel fundamental para minimizar a assimetria nas 
informações. 
O primeiro registro em artigo científico de governança da informação apareceu 
em 2004; apud LAJARA T; 2013, com Donaldson e Walker, que escreveram sobre a 
implantação de governança da informação no Serviço Nacional de Saúde na Escócia 
(Reino Unido). Nesse artigo os autores não apresentam um conceito, mas sugerem 
um modelo para governança da informação, modelo HORUS, que envolve controlar o 
acesso à informação, a obtenção justa e eficiente da informação, a gravação da 
informação de forma confiável e o uso e compartilhamento adequado e eficiente da 
informação. 
 Após esse artigo, muito outros foram escritos sobre a governança da 
informação no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Por exemplo, Barham 
(2010; apud LAJARA T; 2013) e Dunnill e Barham (2007; apud LAJARA T; 2013) 
escreveram sobre princípios, legislação e compromissos que os profissionais de 
saúde deveriam conhecer e seguir para lidar com as informações dos pacientes. 
Apesar dessa ênfase, Williams (2008, p. 211; apud LAJARA T; 2013) explica 
que governança da informação não tem como objetivo apenas a proteção das 
informações, mas também “garantir sua disponibilidade [das informações] quando e 
onde seja necessário fornecer, que seja consistente com ética, profissionalismo e nos 
padrões legais”. 
Gianella e Gujer (2006; apud LAJARA T; 2013) utilizam uma abordagem de 
governança da informação com elementos de gestão do conhecimento, apresentando 
um modelo denominado OKB (Organizational Knowledge Base). Esse modelo foi 
desenvolvido a partir de três estudos de casos, em empresas suíças. 
 
41 
 
 Para Gianella e Gujer (2006, p. 11; apud LAJARA T; 2013) a habilidade de 
gerenciar o conhecimento crítico e o trabalho de suporte sistemático ao conhecimento 
não é somente de crucial importância para a governança da informação, mas também 
para outros processos de conhecimento intensivo dentro da organização pública. 
Já Datskovsky (2009; apud LAJARA T; 2013) acredita que a governança da 
informação tem três principais objetivos: Fornecer maior transparência e visibilidade 
da gestão da informação, atingir uma consistência na regulação da informação em 
organizações que estão em diferentes países e por isso respondem a diferentes 
regulamentos e leis sobre as informações e por último produzir informações 
constantes e registradas sobre os processos da organização, para que haja registrossobre como a informação é administrada. 
A governança da informação está muito mais evidente em consultorias 
empresariais, de onde vêm muitos conceitos do quadro, como o das empresas de 
consultoria RSD (2011; apud LAJARA T; 2013) e Accenture (2011; apud LAJARA T; 
2013), Russom (2011; apud LAJARA T; 2013) e até o manual de políticas de 
governança da informação do hospital Sheffield PCT da Inglaterra (2007; apud 
LAJARA T; 2013). 
Nesse manual de políticas do hospital inglês Sheffield PCT, eles escrevem 
sobre o Caldicott, que é uma lista de princípios e recomendações sobre como 
as informações dos pacientes no serviço de saúde do Reino Unido deve ser 
utilizada (OXFORD RADCLIFFE HOSPITALS, 2002; apud LAJARA T; 2013). 
Thomas (2006; apud LAJARA T; 2013) escreveu um livro mostrando como as 
empresas podem prevenir erros e desastres com a governança de dados, 
mostrando experiências dela como consultora, voltado para a prática 
organizacional. Isso demonstra a importância que governança da informação 
tem para as empresas. 
Khatri e Brown (2010; apud LAJARA T; 2013) publicaram um artigo em que 
propõem um modelo de governança da informação fortemente baseado no modelo de 
governança de TI de Weill e Ross (2006; apud LAJARA T; 2013). O objetivo dos 
autores é buscar um modelo que seja utilizável na prática, mas que possa auxiliar 
pesquisadores na questão de governança de dados. 
É importante citar que no artigo os autores ressaltam que “não diferenciam 
entre dado e informação” (KHATRI; BROWN, 2010, p.148; apud LAJARA T; 2013) 
para o contexto do artigo. O mesmo pode ser aplicado para essa pesquisa, será 
utilizado como sinônimos: Governança de dados e governança da informação. 
 
42 
 
No ano de 2010 foram lançados alguns artigos evidenciando aspectos legais 
da governança da informação, mais voltados a problemas jurídicos que a empresa 
pode ter com a informação, como é o caso do artigo de Rosenbaum (2010; apud 
LAJARA T; 2013), de como gerenciar um ambiente de trocas de informações 
confidenciais. 
Em um hospital há essa troca de informações de pacientes com os respectivos 
planos de saúde, fornecedores e dos médicos com os próprios pacientes, um 
ambiente em que se deve ter muita atenção quanto a responsabilidades da 
administração e suas obrigações legais (ROSENBAUM, 2010; apud LAJARA T; 2013). 
Bruening e Waterman (2010; apud LAJARA T; 2013) dedicam atenção para a 
parte jurídica, propondo um modelo jurídico para responsabilizar e marcar as 
informações na governança das informações. Outro artigo que trata sobre 
preocupações jurídicas da governança da informação é o do Mayer-Schönberger 
(2010; apud LAJARA T; 2013), que trata sobre as consequências da apropriação de 
informação pessoal que pode ocorrer com a governança da informação, lidando com 
a parte jurídica da privacidade. 
Cragg, Caldeira e Ward (2011; apud LAJARA T; 2013) analisam as 
competências de sistemas de informação em pequenas e médias empresas de 
Portugal (9 empresas), Nova Zelândia (4 empresas) e Reino Unido (9 empresas). 
Nesse estudo, a governança da informação é uma das competências e os autores 
concluíram que, apesar de poucas empresas terem uma política formal de gestão da 
informação, grande parte define responsabilidades e papéis para os gestores e outros 
funcionários (CRAGG, CALDEIRA, WARD, 2011; apud LAJARA T; 2013). 
O artigo de Grimstad e Myrseth (2010; apud LAJARA T; 2013) tem uma visão 
mais técnica. Envolve governança de dados com metadados, escrevendo sobre a 
estrutura da informação, utilizando como referência o artigo de Khatri e Brown do 
mesmo ano e voltando-se para uma análise no setor público. 
Já Kooper, Maes e Lindgreen (2011; apud LAJARA T; 2013) utilizam um 
conceito mais interpretativista, envolvendo mais os atores que produzem, os que 
recebem as informações e os atores que ‘governam’ essa informação. Ao utilizar essa 
abordagem interpretativista, os autores diferem- se de todos os outros artigos já 
escritos, diferenciando o conceito. 
 
43 
 
Como outra importante contribuição para o espaço acadêmico, os autores 
construíram quatro hipóteses para futuras pesquisas. Do mesmo grupo de estudo, 
Beijer e Kooper (2010, p. 13; apud LAJARA T; 2013), acreditam que a governança da 
informação possibilita que a informação seja um fator a ser governando 
independentemente da tecnologia a ser utilizada na organização e irá oferecer a 
empresa “não somente para melhor antecipar desenvolvimentos informativos futuros, 
mas também para estimular conceitos inovadores em torno do uso da informação”. 
De acordo com Charles Maina (2012; apud LAJARA T; 2013), a governança 
pode ser utilizada como uma ferramenta para cuidar da transmissão de conhecimento 
de povos indígenas, no caso, povos do Canadá. 
Para Maina (2012, p. 21; apud LAJARA T; 2013) as ferramentas de tecnologia 
da informação e comunicação têm grande potencial para disseminar conhecimentos, 
mas elas também podem gerar uma apropriação incorreta de conhecimento, trazendo 
prejuízos para esses povos indígenas, sendo assim, instituições como arquivos e 
livrarias enfrentam um grande desafio de governança da informação em relação a 
determinar quais materiais são para serem disponíveis e a que nível, e para 
administrar e apoiar a propriedade de direitos intelectuais nos materiais arquivados 
digitalmente. 
Haja vista a grande pluralidade de conceitos sobre governança da informação, 
pretende-se contribuir com um conceito que abranja pontos das definições anteriores, 
mas que se conecte com a estrutura de governança e ao mesmo tempo seja simples, 
conforme LAJARA T; 2013. 
“A origem latina da palavra governança denota direção, e governança 
tipicamente inclui o exercício de autoridade legal e regulatória e o uso de recursos 
institucionais para administrar organizações”, segundo Tarantino (2008, p. 2; apud 
LAJARA T; 2013) Logo, pode-se colocar como base para um conceito de governança 
as normas e controles. 
Segundo dicionário de Houaiss e Villar (2009, p. 1361; apud LAJARA T; 2013), 
norma é “aquilo que regula procedimentos ou atos; regra, princípio, padrão ou lei” e 
controle, também por Houaiss e Villar (2009, p. 541; apud LAJARA T; 2013) é 
“monitoração, fiscalização”. Thomas (2006; apud LAJARA T; 2013) e Rosenbaum 
(2010; apud LAJARA T; 2013) citam a questão de responsabilidade. 
 
44 
 
 Responsável, para Houaiss e Villar (2009, p. 1653; apud LAJARA T; 2013), é 
o “que ou aquele que deve prestar contas perante certas autoridades”, ponto 
importante para a governança da informação. 
De acordo com a teoria que se está utilizando como base, a governança da 
informação busca reduzir problemas de assimetria da informação, assim, há que se 
governar sobre as informações, buscando-se minimizar essa assimetria. Kooper, 
Maes e Lindgreen (2011, p.195; apud LAJARA T; 2013) escrevem que “governança 
da informação é uma abordagem para melhor governar o uso da informação dentro e 
fora da organização” e a informação é o que une todos os conceitos. 
Além disso, conforme demonstrado na figura abaixo os autores de governança 
da informação a conectam com qualidade, valor da informação e o compliance da 
informação. Sendo assim, a governança da informação é definida nessa pesquisa 
como o conjunto de normas e controles de responsabilidade que visam ao valor, à 
qualidade e ao compliance da informação no ambiente informacional de uma 
organização, conforme LAJARA T; 2013. 
 
Fonte: lume.ufrgs.br (Governança da informação) 
 
45 
 
O ambiente informacional é uma expressão de Davenport (2000; apud LAJARA 
T; 2013), que abrange seis componentes, críticos na visão de Davenport (2000; apud 
LAJARA T; 2013), que são: A equipe da informação (pessoas que lidam com as 
informações e não, necessariamente, equipe de tecnologia da informação), cultura e 
comportamento informacional, política da informação, arquitetura da informação, 
processos de gestão

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