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PROJETO DE ENSINO - RESGATANDO MEMÓRIAS A CONTRIBUIÇÃO DA HISTÓRIA ORAL - 51-2021

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22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
1/11
PROJETO DE ENSINO - Resgatando memórias a contribuição da história oral - 51/2021
Período:08/02/2021 08:00 a 23/04/2021 23:59 (Horário de Brasília)
Status:ABERTO
Gabarito:Gabarito será liberado no dia 24/04/2021 00:00 (Horário de Brasília)
1ª QUESTÃO
“A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas
que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos
da história contemporânea. Começou a ser utilizada nos anos 1950, após a invenção do gravador, nos
Estados Unidos, na Europa e no México, e desde então se difundiu bastante. Ganhou também cada vez mais
adeptos, ampliando-se o intercâmbio entre os que a praticam: historiadores, antropólogos, cientistas
políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros”.
Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral>. Acesso em: 08 ago. 2017.
 
Com base no texto acima, é possível afirmar que:
ALTERNATIVAS
A história oral é um método de pesquisa multidisciplinar.
A história oral possibilitou o intercâmbio de métodos históricos, ampliando as possibilidades de pesquisa.
Com a invenção do gravador, os historiadores puderam finalmente trabalhar com a objetividade do relato histórico.
A história oral ampliou o intercâmbio entre as testemunhas, permitindo que diferentes grupos sociais pudessem dar
seus relatos.
As entrevistas gravadas são úteis apenas para os historiadores que discutem cultura e sociedade, mas não podem
dar muitas contribuições aos que atuam nas áreas de economia e política.
2ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
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Leia os excertos abaixo.
“Eu comecei nova
aterfilhos
. Só eu
paracuidar
e não achava difícil. Minhas coisas tudo limpinhas. Roupa, se não tivesse, eu fazia. Na mão. Aí criou tudo.
. . .
A mulher de hoje não sabe criar. Deixa a criança suja, umas roupas sujas. As minhas, quando eu ia colocando
para deitar, eu passava um paninho no pé delas para não sujar o lençol.”
“Quatro crianças para você cuidar. Quem é que não fica estressada, quem é que não fica louca? Se põe no
meu lugar.
. .
Eu não tenho cabeça para nada. Eu não penso mais em me arrumar, eu não penso mais em fazer uma unha,
eu não penso mais em fazer um pé, arrumar um cabelo. Tomar banho porque é obrigado, mas é a única
coisa, porque, olha, eu levanto seis e meia da manhã, limpo a casa
. . .
.
. . .
Quando as crianças chegam, elas viram de perna para cima”.
SILVA, Tânia Maria Gomes da. Quem disse que a gente vai poder com homem?  Gênero e conjugalidade
nas camadas populares. Novas Edições Acadêmicas, 2016, p.49/62.
 
 Os relatos acima podem ser enquadrados no modelo de:
I. História oral de vida.
II. História oral temática.
III. História oral política.
IV. História oral social.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
I, apenas.
II, apenas.
III, apenas.
IV, apenas.
I e II, apenas.
3ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
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O texto abaixo trata da veracidade das fontes orais.
 
“Informações históricas relativas a fatos, como a chegada dos portugueses ao Brasil ou a abolição da
escravatura, são de fácil acesso em arquivos. Nesses locais, no entanto, só se encontram versões oficiais.
"Existem muitas outras", afirma Santos, docente da USP. O que pensavam os índios e os escravos nesses
momentos históricos? São poucos os documentos que trazem a voz dos dois grupos. Considerar apenas
arquivos escritos como comprovações verdadeiras é desconsiderar, por exemplo, a memória de sociedades
indígenas. Sem papéis, valem as lembranças dos mais velhos, transmitidas oralmente aos mais jovens —
única forma possível de reconstrução do passado. Há historiadores que não reconhecem os relatos orais
como fontes históricas. Eles apontam que a memória falha e que o presente recria lembranças que
transformam o passado. É importante compreender que memória é cultura e também poder. Os arquivos
oficiais contêm as versões que mais interessam às classes sociais que dominaram e dominam as sociedades”.
Disponível em: <https://profdayvid.blogspot.com.br/search?q=mem%C3%B3ria>. Acesso em: 28 jul. 2017.
A partir da leitura, assinale a afirmativa que traduz a ideia contida no texto.
ALTERNATIVAS
Toda memória é oficial. Assim, na história, o que predomina são as versões que interessam às classes dominantes.
O crescimento do uso de fontes orais na história tem levado os historiadores a ignorar as histórias oficiais, negando
a sua legitimidade.
Os historiadores da contemporaneidade afirmam que apenas os livros são confiáveis, pois contêm versões históricas
que nos contam o fato realmente acontecido.
Na história, é importante comparar informações e formular hipóteses, por meio da consulta a arquivos de relatos
orais, mas esses praticamente não existem no Brasil.
Nenhum historiador reconhece os relatos orais como fontes históricas, pois, para eles, a memória é falha e o
presente recria lembranças que transformam o passado.
4ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
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Leia o poema que segue:
“Empresta-me sua voz....
Dá-me pela palavra, que é sua, o direito de ser eu;
Permita-me contar como foi, como vejo, ou pelo menos como vi.
Deixe-me dizer,
não como aquele que faz da saudade um projeto de vida
nem da memória um exercício.
 
Tenho uma história, minha, pequena mas única.
Pergunte-me o que quiser, mas deixe-me falar o que sinto.
Dir-lhe-ei minha verdade como quem talha o passado,
flanando sobre dores e alegrias.
Contar-lhe-ei o que preciso como alguém que anoitece depois
da aventura de auroras e tempestades,
como alguém que destila a emoção de ter estado.
Farei do meu relato mais que uma oração, um registro.
Oração e registro simples, de indivíduo na coletividade que nos une.
 
Empresta-me sua voz e letra para dizer que provei o sentido da luta,
para responder ao poeta que “sim”, que valeu a pena e que a alma é enorme.
 
Empresta-me o que for preciso:
a voz, a letra e o livro
para dizer que experimentei a vida e que, apesar de tudo,
também sou história” .
MEIHY, Antonio Carlos Sebe. Lido na Sessão de abertura do I Encontro Regional de História Oral Sudeste/sul.
 
 
O poema refere-se à história oral e, dele, podemos extrair as seguintes propositivas:
 
ALTERNATIVAS
Trata-se da fala de um pesquisador que utiliza a história oral como metodologia de pesquisa.
Trata-se da fala de um entrevistado que quer que suas memórias sejam registradas em livros para mostrar que a
vida valeu a pena.
Trata-se de uma entrevista em que o entrevistador supervaloriza a história de outrem, desmerecendo a própria
história do entrevistado.
Trata-se da solicitação de um sujeito que, a despeito de sua vida simples, entende que sua experiência também é
história e merece registro.
Trata-se do diálogo entre entrevistador e entrevistado, em que o primeiro se propõe a emprestar a voz, a letra e o
livro para narrar as memórias do segundo.
5ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
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“Apesar de só haver completado o curso primário, Manolo havia sido um rapaz inquieto e inteligente, que
devorava livros. Além disso, era barbeiro, profissão liberal muito bem vista pelo povo das aldeias daquele
tempo. Era na barbearia onde se reuniam os políticos, intelectuais, poetas e filósofos amadores das
pequenas cidades. Como Manolo mesmo diz: “A barbearia é um verdadeiro laboratório para o
conhecimento de tipos humanos”. E exatamente por ocupar o nobre cargo de barbeiro do sindicato dos
trabalhadores de Albacete que Manolo foi nomeado para patente de tão grande valor. Começou a guerra
em Madri, revezando entre os combates nas trincheiras da cidade universitária e os tragos e conversas no 'El
Chicote', famoso bar da Gran Via, frequentado por Ernest Hemingway.”
GALLIAN, Dante Marcello. A memória do Exílio. Reflexões sobre interpretação de documentos orais. In: (Re)
introduzindo história oral no Brasil . José Carlos Sebe Bom Meihy (org).SP: Xamã, 1996, p.145.A partir do excerto acima, podemos inferir que Gallian escolheu a entrevista do tipo:
ALTERNATIVAS
Temático.
Romance.
Diário.
História de vida.
História ficcional.
6ª QUESTÃO
“Enfrentamos, sem dúvida, a problemática que situa o debate entre a 'memória coletiva' e o que se
convencionou denominar de 'memória histórica' . Maurice Halbwachs, ao analisar, de forma detalhada, a
memória e suas dimensões individual, coletiva e histórica, estabelece uma nítida distinção entre história e
memória”.
“Enquanto a memória é múltipla, a história é uma e podemos dizer que não há, senão uma história. Por
outro lado, a memória trabalha com o vivido, o que ainda está presente no grupo, enquanto a história
trabalha e constrói uma representação de fatos distantes, ou mesmo onde ou quando se encerra a
possibilidade de encontrar testemunhas daquela lembrança”.
MONTENEGRO, Antônio Torres. História oral e memória. A cultura popular revisitada. São Paulo:
Contexto, 2007, p. 17.
 
 A partir da leitura dos fragmentos motivadores citado acima, podemos afirmar que:
 
ALTERNATIVAS
Apesar de reconhecer a importância da história, a memória é o que efetivamente interessa ao historiador.
A história opera sempre com o que de fato aconteceu, assim, a ela o que interessa resgatar são as fontes oficiais.
A relação entre memória e história e suas diferenças têm-se colocado como uma questão angular no debate da
história oral.
A relação entre memória e história ainda é um processo em construção, não havendo necessidade específica de
aprofundamento dessa questão.
A memória coletiva de um grupo representa acontecimentos, situações e fatos que não podem ser questionados,
pois são conhecimentos sociais.
7ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
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Analise as afirmações que seguem:
 
I. A história oral se preocupa menos com os fatos e mais com as representações dos sujeitos.
II. A entrevista é um documento que precisa ser trabalhada pelo historiador do mesmo jeito que ele trabalha
com um documento escrito, isto é, valendo-se das regras historiográficas.
III. Todo pesquisador que trabalha com a metodologia da história oral precisa estar atento às visões de
mundo daquele ou daquela que entrevista.
IV. Ao transcrever uma entrevista, é necessário que o pesquisador deixe de lado tudo o que não se refere ao
discurso, como choros, risos, gestos etc.
V. O conceito de transcriação pertence ao ramo da literatura e tem sido usada por historiadores como José
Carlos Bom Meihy, um dos mais conhecidos e respeitados historiadores de história oral no Brasil.
 
A partir de sua análise é correto apenas o que se lê em:
 
ALTERNATIVAS
I e II.
I e III.
III e V.
I, III e IV.
III, IV e V.
8ª QUESTÃO
Leia o texto a seguir:
“A história oral já não tem que lutar constantemente para reivindicar um espaço no âmbito das ciências
sociais, pois sua proposta metodológica adquiriu validade e competência; entretanto o que ela pretende
atualmente é mostrar sua potência, sua riqueza, suas dúvidas seus problemas, seus desafios e seus
resultados. A história oral não é aquele caminho que mal se avista, com todo o horizonte a ser percorrido.
Agora já existe um trabalho e uma experiência acumulada, a partir do qual é necessário examinar o caminho
percorrido, antes de pretender seguir adiante” .
LOZANO, Jorge Eduardo Aceves. Prática e estilos de pesquisa na história oral contemporânea. In: Usos e
abusos da história oral. Janaína Amado, Marieta de Moraes Ferreira (Orgs). Rio de Janeiro: Editora da
Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.16-25.
Considerando o texto, avalie as informações abaixo e marque a alternativa correta.
ALTERNATIVAS
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Embora seja muito rica e potente, a história oral é um método que ainda não conquistou espaço nos meios
acadêmicos.
A história oral é um método de pesquisa rico e potente, já não precisando lutar para conquistar seu espaço junto aos
pesquisadores sociais.
A história oral é uma metodologia de pesquisa que começa a dar os seus primeiros passos, mas possui um enorme
potencial a ser utilizado pelos pesquisadores.
A história oral encontra-se ainda engatinhando, de modo que seu caminho mal se avista e há todo um horizonte que
precisa ser percorrido pelos que a praticam.
Pesquisadores que se valem da metodologia da história oral têm um grande horizonte à frente no que diz respeito à
aceitação de suas pesquisas pelos seus pares na academia.
9ª QUESTÃO
“A história nova ampliou o campo do documento histórico; ela substituiu a história,
. . .
fundada essencialmente nos textos, no documento escrito, por uma história baseada numa multiplicação de
documentos: escritos de todos os tipos, documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas,
documentos orais etc. Uma estatística, uma curva de preços, uma fotografia, um filme ou, para um passado
mais distante, um pólen fóssil, uma ferramenta, um ex-voto são, para a história nova, documentos de
primeira ordem”.
LE GOFF, Jaques. A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1990, p.28.
 
De acordo com o texto, o historiador pode utilizar diferentes fontes em suas pesquisas: fontes escritas,
visuais, orais e sonoras. Nesse sentido, são exemplos de fontes orais:
ALTERNATIVAS
Códigos penais.
Relatos falados que passam de uma pessoa para outra.
Desenhos, esculturas, pinturas, fotografias.
Letras de músicas, poemas, contratos, documentos oficiais.
Músicas e ritmos próprios da cultura de um povo de uma determinada época.
10ª QUESTÃO
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Analise com atenção os textos abaixo. Eles fazem referências às teorias elaboradas por dois importantes
estudiosos das relações entre memória e história: Henri Bergson e Maurice Halbwachs.
I - “Bergson procede a uma análise interna, diferencial, da memória. O passado conserva-se e, além de
conservar-se, atua no presente, mas não de forma homogênea. De um lado, o corpo guarda esquemas de
comportamento de que se vale muitas vezes automaticamente na sua ação sobre as coisas
. . .
” (BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994, p. 48).
II - “Halbawchs não vai estudar a memória como tal, mas os 'quadros sociais da memória'. Nessa linha de
pesquisa, as relações a serem determinadas já não ficarão adstritas ao mundo da pessoa
. . .
. A memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a família, com a classe social, com a escola,
com a Igreja, com a profissão; enfim, com os grupos de convívio e os grupos de referência peculiares a esse
indivíduo” (BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras,
1994, p. 54).
Está correta a alternativa:
ALTERNATIVAS
Há diferenças teóricas importantes entre os autores, mas, de um modo geral, ambos negam que a experiência social
do grupo tenha interferência na faculdade de lembrar.
O conceito de memória elaborado por Halbwachs estabelece uma relação entre o lembrar e o relevo existencial e
social do sujeito que recorda; enquanto o de Bergson incorpora a hipótese de que apenas o social interfere na
memória.
A memória para Bergson está condicionada apenas pelo subconsciente do sujeito que recorda, porque o passar do
tempo, embora pareça apagado, se mantém de maneira integral na mente, podendo ser recuperada sempre que se
evoca um passado.
Não há distinções teóricas entre os autores, já que tanto Bergson quanto Halbwachs pensam a memória como o
resultado de transformações causadas pelo passar do tempo, de modo que, para esses autores, todo processo de
lembrança é, na verdade, uma ilusão.
Ambos os teóricos entendem a memória como uma relação entre passado e presente, mas enquanto para Bergson
podemos pensar a memória como um processo de exercício que, retomado até a fixação, transforma-se em hábito,
Halbwachs a pensa como uma realidade interpessoal das instituições sociais.
11ª QUESTÃO
Considere as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).
(   ) A carta de cessão é um documento fundamentalpara que o pesquisador possa fazer as gravações e
utilizá-las para a construção de um texto final.
(   ) Todo entrevistador deve ter um roteiro, que não precisa ser seguido de maneira rígida, mas que ajuda a
não “perder” o foco da entrevista.
(   ) Chamamos de Caderno de campo todas as anotações do que acontece no momento da entrevista.
(   ) Para o historiador Maurice Halbachws, toda memória começa onde termina a história.
(   ) O sociólogo Jacques Le Goff formulou a tese que afirma que toda memória é memória coletiva.
A sequência correta é:
ALTERNATIVAS
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V, V, V, V, F.
V, V, V, F, F.
V, V, F, V, V.
V, F, V, F, V.
F, V, V, F, F.
12ª QUESTÃO
Leia o excerto que segue:
“Para o historiador modernista, a história do tempo presente, pelo menos como ele a imagina, desperta um
mau sentimento: a inveja. Antes de tudo, inveja de uma pesquisa que não é uma busca desesperada de
almas mortas, mas um encontro com seres de carne e osso que são contemporâneos daquele que lhes narra
as vidas. Inveja também de recursos documentais que parecem inesgotáveis. Apesar dos sérios obstáculos
que limitam a comunicação de arquivos públicos, a abundância da produção escrita, sonora, visual e
informática acumulada pelas sociedades contemporâneas, bem como a possibilidade que tem o historiador
do contemporâneo de produzir ele mesmo o seu arquivo parecem prometer um maná sempre renovado.
Certamente os historiadores modernistas conseguiram despertar arquivos adormecidos, estabelecer
importantes fontes seriais, explorar os recursos acumulados por administradores, escriturários, juízes e
tabeliães, mas hoje muitas vezes lhes parece que suas indagações mais decisivas ficarão para sempre sem
solução documental. Ao passar da história das estruturas e das conjunturas para a das representações e das
práticas (e mais particularmente das práticas sem discurso e das representações mais comuns), a história
moderna multiplicou as questões para as quais, em último caso, não existe resposta possível nas fontes
disponíveis”.
CHARTIER, Roger. A visão do historiador modernista. In:  Usos e abusos da história oral. Janaína Amado,
Marieta de Moraes Ferreira (Orgs). Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998, p.215-218.
Pode-se inferir que:
ALTERNATIVAS
A história do tempo presente opõe-se totalmente às reflexões levantadas pela história oral.
A história do tempo presente manifesta peculiar pertinência à verdade inerente a todo trabalho histórico.
A narrativa histórica pertence à categoria das narrativas e toda história oral consiste num discurso verdadeiro, capaz
de dizer o que realmente aconteceu.
A história do tempo presente é sempre ficcional, pois não permite o necessário distanciamento temporal entre o
objeto analisado e o sujeito que faz a análise.
O historiador do tempo presente provoca inveja em seus colegas, visto ter a possibilidade de encontrar-se com os
sujeitos de carne e osso, ao invés de estar limitado aos arquivos.
13ª QUESTÃO
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
10/11
A entrevista abaixo foi realizada pelo professor Dr. Antônio Torres Montenegro, um dos nomes mais
respeitados nas pesquisas com história oral no Brasil. Trata-se do relato de Gilda, uma mulher das camadas
populares. Leia o texto e responda.
 “Quando a Rainha Elizabeth teve aqui eu era novinha, cheia de vida, muito metida a importante também.
Rainha Elizabeth vai chegar, esconderam os cachorros, os cachorrinhos, os gatos, ninguém viu um gato nem
cachorro, eu morava na 206 (...) Esconderam as velhinhas, os velhinhos, os flagelados, esconderam tudinho
para a mulher não ver a pobreza... Eu disse: oxente, mas porque esconderam... meu Deus? ...A Rainha
Elizabeth é uma mulher muito bonita, muito rica, que é que eu faço para ver essa mulher de perto? Eu só
pensava isso (...), não podia ver, eu digo: eu vou ver, desci devagarzinho. O soldado bem alto (...) eu
pequena, fiquei entre as pernas do soldado, de cócoras, olhando para mulher, ela bonita, já de idade, mas
muito rica, muito cheia de ouro (...) quando foi uma hora, deu vontade de eu espirrar, eu espirrei e o soldado
me viu.  (...) Você está fazendo o que aqui”.  
MONTENEGRO, A.T. História, memória, imaginação: Gilda e seus príncipes. In: Nossa História, Ano 1, nº 8,
junho de 2004, Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. p. 76-79.
A partir das perspectivas teóricas que discutem história oral, memória e narrativa, podemos afirmar
que o relato de Gilda é:
 
ALTERNATIVAS
Uma fábula.
Um romance.
Um texto ficcional.
Uma história de vida.
Uma história temática.
14ª QUESTÃO
“Os historiadores da geração mais antiga, que detêm as cátedras e as chaves do cofre, ficam instintivamente
apreensivos com o advento de um novo método. Isso implica que não dominam mais todas as técnicas de
sua profissão. Daí os comentários despropositados a respeito de jovenzinhos perambulando pelas ruas com
um gravador na mão e a preocupação com detalhes insignificantes para justificar seu cetismo (...). Além
disso, existe – e não só entre os estudiosos mais velhos – um medo da experiência social da entrevista, da
necessidade de sair do gabinete e de falar com gente comum. Mas o tempo abrandará a maioria desses
sentimentos: o antigo será substituído; e um número cada vez maior desejará conhecer pessoalmente a
experiência social e intelectual positiva da história oral.”
THOMPSON, Paul. A voz do passado.História oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992, p.103.
Após a leitura do excerto acima, podemos afirmar que o pensamento do historiador Paul Thompson é
coincidente com a seguinte frase:
ALTERNATIVAS
22/03/2021 Unicesumar - Ensino a Distância
11/11
O queijo e os vermes, de Carlo Ginzburg.
"Toda história é história contemporânea", de Benedetto Croce.
"A educação é a alavanca das mudanças sociais", de Paulo Freire.
"Acostumados a dialogar com os mortos, os historiadores precisam aprender a dialogar com os vivos", de Janaína
Amado.
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçado", de
Eduardo Galeano.
15ª QUESTÃO
Sobre a história oral, leia as afirmações abaixo.
I. A história oral pode ser utilizada fora dos limites da cultura acadêmica: nos museus, nos meios de
comunicação, em centros comunitários e outras instituições.
II. O entrevistador na história oral é passivo e neutro, mesmo que, por suas perguntas, ele não seja um
ouvinte passivo, pois participa e dirige o processo da entrevista, prepara o roteiro, seleciona as perguntas,
introduz questões e temas a serem abordados pelo entrevistado.
III. A fonte oral não deve ser avaliada apenas por aquilo que o testemunho pode frequentemente esconder,
por sua inexatidão para com os fatos, mas na divergência deles, onde imaginação e simbolismo estão
presentes.
IV. A História Oral privilegia a voz dos grandes homens, dando a palavra aos principais sujeitos da história.
É correto o que se afirma em:
ALTERNATIVAS
II, apenas.
III, apenas.
I e II, apenas.
I e III, apenas.
III e IV, apenas.

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